edição 1522

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ChelaPress ChelaPress PROPRIEDADE: RECORD - SOCIEDADE DE EDITORES, SARL FUNDADOR: FRANCISCO RASGADO DIRECTOR EDITOR: FRANCISCO RASGADO O JORNAL DA REGIÃO CENTRO E SUL DE ANGOLA EDIÇÃO Nº 1522 - 23 DE OUTUBRO 2014 Tel: 923 302 851 / 923 571 548, Email: chelapressras@outlook. com Preço AKZ: 300. 00 O FENACULT FOI UMA CATÁSTROFE Para muitos agentes culturais, escritores, músicos, pintores, escultores, homens de teatro e bailarinos, o Fenacult – Fes- tival Nacional da Cultura - foi um acontecimento trágico da cultura angolana. Cultura é um acto de cidadania que se faz todos os dias e não de quatro em quatro anos. Angola é um país uno, mas multicultural. Neste momento, a cultura que reina no Ministério da Cultura é quase assustadora: é uma espécie de “Tea Party” angolano. Págs. 4 Manter impunes as juízas Catarina Micolo, Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de Benguela, distribuidora de processos e filha do ilustre Jorge Sinde, advo- gado com banca de advo- cacia em Benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal), é um escândalo. A virada da magistratura angolana A “China detém a chave do futuro do elefante africano e particularmente do elefante angolano. Angola substitui a UNITA no mercado ilegal do marfim Pág. 4 O PEIXE DA BAÍA FARTA NA BOCA DO MPLA A BAÍA FARTA, A MAIOR PRAÇA PESQUEIRA DO PAÍS, É MALTRATADA. OS ARMADORES E DETENTORES DE PESCARIAS SÃO MALTRATADOS A FAVOR DOS GRANDES E “DESCOMUNAIS” EMBARCAÇÕES DE ARRASTO PELÁGICO RUSSAS E CHINESAS, QUE LEVAM CONSIGO TODOS OS PEIXES PEQUENOS, MÉDIOS E GRANDES DA COSTA MARÍTIMA ANGOLANA. Pág. 8 Págs. 5 Adolfo Maria, exilado em Lisboa desde 1979 , Nacionalista desde os anos 50, chegou a ser preso pela PIDE. Membro do MPLA da primeira hora, passou pelo exílio em Argel e Brazzavile, foi próximo de Agostinho Neto, tudo isto até romper com a direcção centralista do presidente e participar na Revolta Activa com Gentil Viana. “O Neto e o Nito tinham a mesma natureza repressiva” Págs. 8

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Page 1: Edição 1522

ChelaPressChelaPressPROPRIEDADE: RECORD - SOCIEDADE DE EDITORES, SARLFUNDADOR: FRANCISCO RASGADO DIRECTOR EDITOR: FRANCISCO RASGADO

O JORNAL DA REGIÃO CENTRO E SUL DE ANGOLA

EDIÇÃO Nº 1522 - 23 DE OUTUbRO 2014Tel: 923 302 851 / 923 571 548, Email: chelapressras@outlook. comPreço AKZ: 300. 00

O FENACULT FOI UmA CATáSTROFEPara muitos agentes culturais, escritores, músicos, pintores, escultores, homens de teatro e bailarinos, o Fenacult – Fes-tival Nacional da Cultura - foi um acontecimento trágico da cultura angolana. Cultura é um acto de cidadania que se faz todos os dias e não de quatro em quatro anos. Angola é um país uno, mas multicultural. Neste momento, a cultura que reina no ministério da Cultura é quase assustadora: é uma espécie de “Tea Party” angolano.

Págs. 4

Manter impunes as juízas Catarina Micolo, Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de benguela, distribuidora de processos e filha do ilustre Jorge Sinde, advo-gado com banca de advo-cacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal), é um escândalo.

A virada da magistratura angolana

A “China detém a chave do futuro do elefante africano e particularmente do elefante angolano.

Angola substitui a UNITA no mercado ilegal do marfim

Pág. 4

O PEIxE DA BAíA FARTA NA BOCA DO mPLA

A BAíA FArtA, A mAior prAçA pesqueirA do pAís, é mAltrAtAdA. os ArmAdores e detentores de pescAriAs são mAltrAtAdos A FAvor dos grAndes e “descomunAis” emBArcAções de ArrAsto pelágico russAs e chinesAs, que levAm consigo todos os peixes pequenos, médios e grAndes dA costA mArítimA AngolAnA.

Pág. 8

Págs. 5

Adolfo Maria, exilado em Lisboa desde 1979 , Nacionalista desde os anos 50, chegou a ser preso pela PIDE. Membro do MPLA da primeira hora, passou pelo exílio em Argel e brazzavile, foi próximo de Agostinho Neto, tudo isto até romper com a direcção centralista do presidente e participar na Revolta Activa com Gentil Viana.

“O Neto e o Nito tinham a mesma natureza repressiva”

Págs. 8

Page 2: Edição 1522

3CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014

Nota de Abertura

OChelaPress defende-se como uma instituição essencialmente infor-mativa e a sua temática assenta prioritariamente

em Angola, tendo como objetivo o contributo para a cooperação regional e internacional, desenvolvimento en-tre os povos de Angola e divulgação das suas potencialidades.

Estamos conscientes da impor-tância desta publicação para si, an-golano, verdadeiro beneficiário do aludido projecto e para aqueles que pelo mundo fora se interessam pelo desenvolvimento sócio-económico e pela história e cultura de Angola e, em particular, da Região Centro e Sul de Angola. Assumimos, conscientemente, a responsabilidade de continuar a dar a única publicação regular, de carac-terísticas sócio-económicas e cultu-rais que existe actualmente na Região Centro e Sul de Angola.

Fora de Luanda, há um país gigan-tesco que luta incansavelmente pela sua recuperação e dispõe de enormes possiblidades de crescimento a cur-to prazo. A Huíla, a par de benguela,

é outra das províncias que tem tudo para ser também um exemplo para Angola. Lutando contra enormes ad-versidades, o Governo da Huíla com a classe política que tem está a com-prometer a batalha da recuperação das infra-estruturas, da pecuária, da agro-indústria e do turismo que, indis-cutivelmente, constituem uma aposta clara para captar investidores estran-geiros, nomeadamente italianos, por-tugueses, alemães, holandeses, espa-nhóis, namibianos e sul-africanos. E os governantes e empresários nacionais sabem que podem ganhar quanto mais atractivo se tornar este mercado no contexto de toda Angola e quiçá da África Austral.

benguela é um caso de sucesso que deve ser apontado e estimulado; um exemplo que vale a pena sublinhar neste final do ano.

No presente número, destacamos a 2ª edição do FENACULT -Festival Na-cional da Cultura, realizado um pouco por toda Angola, entre os meses de Agosto e Setembro, com o patrocínio do Ministério da Cultura.

Seria também injusto não destacar-

mos aqui, no final do ano, o empenho e o interesse demonstrado por Isaac dos Anjos, governador da província de benguela, o grande animador nesta aliciante viagem rumo ao crescimento da província de benguela.

Isaac dos Anjos, governador de Benguela, finalmente, reaparece para concluir o processo de mudanças no seu executivo.

É sua intenção fazer mudanças julgadas necessárias, depois das con-ferências provinciais e antes das mu-danças no poder central. As mudanças vão incidir fundamentalmente sobre aqueles que pediram ou já estão em época de reforma, com algumas in-cursões pelos administradores muni-cipais.

Não obstante, é preciso que as pessoas que têm a sorte de viver em liberdade resistam à opressão e aos actos de injustiça. Quem interagir com o actual governador Isaac ma-ria dos Anjos está do lado certo da história.

Outros temas de interesse poderá encontrar ainda no seu ChelaPress.

Desejamos-lhe boa leitura.

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Director EditorFrancisco Rasgado

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Consultor JurídicoValdemar Correia, Norberto Garcia

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Número de Exemplares 5000

CHELA PRESS é uma publicação quinzenal de grande informação geral e de actualidade. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente a do Jornal.

NOS TERmOS da lei, publicamos o nosso estatuto editorial. Além deste estatuto e do que consta do ponto 4, o Chelapress rege-se ainda pelas normas constantes do seu livro de estilo.

1. Chelapress é um jornal quinze-nal de informação geral que pretende dar, através do texto e da imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes e significativos acontecimentos regio-nais, nacionais e quiça internacionais, divulgar e promover as potencialida-des de Angola e os empreendimentos nacionais e estrangeiros, em todos os domínios de interesse;

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3. Chelapress identifica-se com os valores da democracia pluralista e so-lidária;

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6. Chelapress pauta-se pelo prin-cípio de que os factos e as opiniões devem ser claramente separadas; os primeiros são intocáveis e as segundas são livres.

A REGIÃO SUL CONTINUA A SER mOTIvO DE TODAS AS NOSSAS ATENÇÕES E PREOCUPAÇÕES

Estatuto Editorial

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Dire

ctor

Por: FRANCISCO RASGADO

CHEFE DE REDACÇÃO, CHELAPRESS

Condomínio da Cetenco, Aeroporto 17 de Setembro- benguela - Tel. : 923 302 851 / 916 928 453chelapressras@outlook, chelapress@outlook. com benguela - República de Angola

Por motivos de espaço ou de clareza, as cartas poderão ser publicadas resumidamente. Só poderão ser publicadas na edição seguinte as cartas que chegarem à redacção até à Sexta-feira de cada semana.

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termina uma acção e começa a outra.

No entanto, importa também salientar que existem ambientes políticos e governamentais, onde o verdadeiro é mesmo a acção conjunta. Será o caso de Chingo-roi? Vejamos!

Os murmúrios à volta da importância de Idalina Carlos, administradora municipal de Chingoroi, assumir o cargo de 1ª Secretária do M.P.L.A no local, dificilmente vão acabar, apesar dos apelos da liderança do par-tido na província. Isso porque se tornou sintoma de uma mudan-ça na situação política. Antes dos resultados eleitorais com Idalina Carlos, candidata única, havia impressão geral de que a mesma tinha se tornado numa candidata imbatível.

Não é mais assim. Embora as opiniões dissessem que ela tinha poucas chances matemáticas de vitória, a maioria dos analistas acredita que o M.P.L.A e o seu governo vão, em 2017, enfrentar as eleições mais difíceis desde a implementação do multipartida-rismo em Angola. Num sinal da mudança de ventos a favor, o Regedor do Chingoroi recomen-da aos populares que cumpram o dever tradicional de trabalhar para que, mais uma vez, não seja uma mulher a governar os ho-mens, mas que façam isso deva-gar, para não desafiar o partido/

O MPLA, por três ve-zes, não conseguiu fazer passar a sua mensagem, assim como os seus can-

didatos. Jogou a toalha e admitiu que não poderá continuar com o prejuízo. O candidato do partido perdeu no Lobito, duas vezes em benguela (O.M.A e J.M.P.L.A) e agora em abraços no Chingoroi com Idalina Carlos, ex-directora da Reinserção Social e Promoção da Mulher, actualmente adminis-tradora do Município do Chingo-roi, proposta para 1ª Secretária do partido de Isaac dos Anjos, veríssimo Sapalo e David Lu-ciano Nahenda.

Idalina Carlos já foi candi-data a vice-governadora de ben-guela, a 1ª Secretária da O.M.A e finalmente Administradora de um município que bem trabalha-do fará história em benguela.

Há momentos que a histó-ria se apresenta muito ingrata. “morre-se por ter cão, como se pode morrer por não ter cão”.Por outras palavras ou utilizan-do outras imagens, “tanto pode ser bom ser fiscal de si próprio como ser fiscalizado”.O melhor-seria ser fiscalizado por causa das misturas. De repente não se consegue compreender onde

O mPLA COm A CALÇA NA mÃO HESITA DE PROTEGER A SUA CANDIDATA IDALINA CARLOS

CHEGOU A HORA DO BALANÇO E mAIS UmA vEZ, DAS mUDANÇAS

do José Eduardo dos Santos não conseguiu no primeiro turno vencer as primeiras eleições re-alizadas depois da abolição do regime de ditadura, de partido único.

Manter ou substituir um con-corrente envolve decisão que deve ser resolvida pelos eleito-res, que podem ou não aprovar a escolha dos partidos políticos. Quando

Assembleia Nacional, através de um mecanismo montado pela maioria M.P.L.A concluiu, após 33 anos de poder, que os presiden-tes não poderiam cumprir mais de dois mandatos de quatro anos sucessivos no cargo, refor-mou a constituição.

Porém, importa lembrar, em 2012, duas lições básicas do uni-verso político. Quando deixam o reino da mitologia para retornar à condição de cidadão comum de carne e osso, os deuses da política podem revelar-se des-graçadamente humanos, fracos e falíveis.

Até agora não se descobriu um caminho para impedir que a parte interessada, que inclui não só um protegido que se tornou presidente eterno, mas também dezenas de ministros, assessores, governadores, administradores do país, se sinta tratado sem des-lealdade e mesmo traído.

Esse é o enigma do sempre presente, senhor Presidente.

As graves denúncias de que membros do se-cretariado do MPLA de benguela, à semelhan-

ça de outras latitudes, humilham, perseguem, condicionam e inti-midam militantes concursados são provas de que em todos os campos humanos e profissionais há pessoas desajustadas para o convívio político e social, preju-dicando vítimas sem defesa.

benguela foi chamada, mais uma vez, a fazer jus ao seu nome

JmPLA moribunda a emergir das cinzasAs denúncias contra a forma como os pro-cessos eleitorais estão a ser conduzidos no seio das organizações, supostamente autóno-mas, que constituem o universo do partido da situação aumentam a descrença dos eleito-res do mplA. muitos deixam o partido com intuição de que a situ-ação ainda vai piorar. será um novo demós-tenes?

e à sua condição de sempre, a primeira.

Na história do MPLA, em benguela, é a primeira vez que uma mulher conseguiu arreba-tar nas urnas o ceptro maior da organização juvenil do MPLA - JMPLA.

Este exercício democrático teve lugar na cidade das Acácias Rubras de benguela, no dia 20 de Setembro de 2014, na Sala de Convenções do Hotel M’ombaka, perante a presença de dois mem-

bros do secretariado nacional da JMPLA e vários convidados, en-tre eles Isaac maria dos Anjos, 1ºsecretário e veríssimo Sapalo, 2º secretário do MPLA.

Na corrida final, como candi-datos, estiveram António Fran-cisco Lima, um jovem de 25 anos de idade, sem definição, prove-niente do Cubal, aposta de David Luciano Nahenda, 1º secretário cessante da JMPLA, envolvido no processo dos funcionários fan-tasmas, e de Veríssimo Sapalo,

ambos pertencentes ao Secre-tariado do MPLA na província de benguela e Adelta Jorgina matias, uma jovem “turca” de 36 anos de idade, natural do bairro Benfica de Benguela, formada em gestão e psicologia, candida-ta da continuidade, que contou no pleito com o apoio dos mi-litantes apoiantes do Fernando Uombo belo, 2º secretário ces-sante da JMPLA.

“Espero que David Luciano Nahenda consiga convencer a

juventude e explicar que não tem nada além de um simples apoio a um seu protegido, por-que, no final, é a JMPLA, mais concretamente o mPLA que sai prejudicado”, disse Tswana Kaua-na, um projecto de militante.

A verdade é que, até prova em contrário, David Luciano Nahenda não é inocente. Claro que não. Por conseguinte não de-via ascender ser nomeado mem-bro do secretariado do MPLA para a informação, cargo antes ocupado por Zacarias Davoca. Pelo desgaste inerente ao pro-cesso dos funcionários fantasmas da educação, a sua permanência naquele órgão máximo do parti-do embaraça, todos os dias, o 1º e 2º secretários de benguela na Província e benguela, que o no-mearam. Mas o próprio veríssi-mo Sapalo também já veio, em reservado, fazer dos militantes estúpidos, dizendo que não tem poderes para contrariar.

veríssimo Sapalo certamen-te está a brincar. As relações de interesses pessoais no seio do partido não podem justificar a passividade dos chefes. A partir de agora é o próprio Isaac dos Anjos, 1º secretário do MPLA em benguela, que começa a ser questionado. Ele é o dono da bola.

governo. Com a mesma finalida-de, Isaac dos Anjos deixa claro que fará o possível para preser-var a administradora/1ª secretá-ria do partido, pois sem este car-go não terá espaço de manobra para governar Chingoroi. Está tudo armado, caso o processo volte atrás e o seu nome não seja reconduzido, o melhor será de-mitir-se. O presumível 1º secretá-

rio envenenado pelas tradições e na perspectiva de substituir a ad-ministradora não vai dar espaço a Idalina Carlos.

A classe política do M.P.L.A, em benguela, ainda por cami-nhos diferentes que apontam para a mesma direcção, o poder e nada de povos.

Elogiam Idalina Carlos, mes-mo quando poderiam criticá-la. E falam mal de Idalina Carlos quando ela merece ser elogiada.

No fundo, o argumento bási-co é o mesmo que alimenta um determinado tipo de dirigente político – força nas intenções.

A mais duradoura lição apren-dida com o 25 de Abril de 1974 consiste em lembrar que as boas democracias dispensam tutelas que tolhem a vontade da maio-ria. Se todos os poderes emanam do povo, como diz a constitui-ção, é recomendável que sejam exercidos em seu nome. No país que em 1992 operou uma mu-dança particularmente dramáti-ca, modificar a constituição para permitir o multipartidarismo, não há motivo razoável para se impedir uma troca de candidatos caso aliados e eleitores venham a concluir que é a solução mais adequada para atender à priori-dade de todo político: conquistar e permanecer no poder.

Escrita com linhas muito tor-tas, a eleição tinha um sentido correcto, como ficou claro quan-

Texto: Mário VicenteFotografia: Arquivo ChelaPress

Page 3: Edição 1522

4 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 5CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Destaque Entrevista

“O Neto e o Nito tinham a mesma natureza repressiva” (II)

houve um recrutamento forte nas Lundas e em todo o país. Tanto o aparelho repressivo da DISA, como o aparelho militar, tinham compo-nentes de toda a parte, acabando por entrar nos terrenos da UPA/FNLA, dominando a região norte, a região bakongo. Com todas as suas deficiências, o MPLA repre-sentava a modernidade. Desde o tempo de Viriato da Cruz, a ideia de Estado-nação não correspon-dia exactamente a uma ideia de autoridade tradicional. Estava bas-tante incorporado no pensamento dos dirigentes do MPLA, o alar-gamento da sua base. Os outros movimentos, hoje já não são pro-fundamente étnicos como eram, mas não têm a transversalidade do MPLA, muito longe disso.

No entanto, no princípio dos anos 70 e por alturas do 25 de Abril, já há muito tribalismo e racismo dentro do mPLA.Há, por várias razões. Primeiro, ti-vemos sempre a pressão da UPA/FNLA, no que respeita a racismo. Diziam que o MPLA era dos mu-latos, dos brancos. Por outro lado, desenvolve-se porque as coisas não funcionavam bem dentro do MPLA. Não se fazia educação po-lítica e, portanto, as bases eram muito frágeis. Eu senti uma gran-de desilusão quando desci da Ar-gélia para o Congo – eu traduzia e publicava no Centro de Estudos Angolanos obras revolucionárias com exemplos de outros países, do Vietnã, da China, e vi que esses livros nem sequer eram utilizados, estavam lá num armazém. Quan-do começou a alfabetização, fiquei espantado, como é que indivíduos que haviam saído das matas do norte de Angola em 1961 ainda continuavam analfabetos. Não fazia sentido. Além disso, a pouca ocupação, porque não havia guer-ra, criou uma espécie de lumpeni-zação. As pessoas ficaram ali no exterior, começaram a ter os seus negócios, a ganhar cumplicidades, e parte do nosso abastecimento era desviado para os mercados congoleses por alguns dirigentes. Aquilo que encontramos no FNL do Vietnã, uma disciplina tremen-da, uma entrega à causa colectiva, ali estava a diluir-se cada vez mais.

Mau funcionamento organizativo, mau enquadramento dos militan-tes, pouca formação política e por aí fora. Isso faz desenvolver todas as tendências negativas. E as ma-nifestações raciais foram muito fo-mentadas pela PIDE portuguesa. Apesar de ser um experiente nacionalista, tendo passado pelas prisões, sentia que a sua experiência era secundarizada pela sua cor?Não. Ela só era secundarizada por aqueles dirigentes que não gos-tavam de ouvir verdades, mas eu tinha uma ligação muito estreita com militantes que gostavam de me ouvir, precisamente porque eu falava, expunha as coisas e mo-bilizava. Não só através da rádio, também nas base guerrilheiras. Agora, não há dúvida que alguns militantes de base não me ouviam, porque ouviam os seus caciques que lhes diziam que eu cantava uma melopeia para os enganar. Tive amigos extraordinários, mi-litantes de base, rurais, sendo eu um urbano e branco. Indivíduos que andaram a cortar a cabeça de brancos, eram extremamente meus amigos. OS ATAqUES DE 1961

Esses ataques de 1961, foram justificados?Veja o que são 500 anos de violên-cia colonial, a escravatura, a coisifi-cação do autóctone, transformado em mercadoria. Naquela região onde aconteceu essa revolta cam-ponesa, tinha havido espoliação de terras para o café, quer com cumplicidade de autoridades ad-ministrativas, quer, às vezes, com acções directas de colonos que ficaram donos de propriedades enquanto os autóctones iam sem empurrados das terras. Além da violência colonial, que permitia a chibata, o chicote, a palmatoada até sangrar das mãos. Passando pelo pagamento de impostos da palhota e o redimir desses impos-tos com obras na estrada. Após as chuvas, quando as estradas de ter-ra batida ficavam todas instransitá-veis, o chefe de posto vinha cobrar impostos, como as pessoas não tinham dinheiro, imadiatamente

eu digo que vou falar com ele, por causa do Centro de Estudos. Era uma conversa para um quarto de hora que se transformou em duas horas e da qual saímos zangados. Isto passa-se em 1972, 1973. Zan-gados, no sentido de dois amigos que discutem e ficam desagrada-dos por não terem exactamente o mesmo ponto de vista. Porém, a verdade é que me começava já a questionar. A ruptura faz-se na assembleia de militantes activos, quando os meus colegas são ex-pulsos e eu, que estava a secreta-riar a assembleia, a 19 de Feverei-ro, digo: “Eu não estou de acordo com esta atitude. Estamos a expul-sar camaradas que são importan-tes. Dizemos que estamos cerca-dos pelo imperialismo e afinal nós abrimos brechas. Vocês só não pu-seram aí o meu nome na lista para ser dirigente porque sou branco. Eles saíram porque não queriam participar na futura comissão, eu é por uma questão de princípio.” E saí. O [Lúcio] Lara, o Neto e mais, também o Dimuka [Ricardo Do-mingos], tentaram reter-me. Até que o Neto, chateado, disse: “Dei-xem-no ir.” Para o Neto talvez não tenha sido ainda a ruptura, pen-sou, talvez, que iria ter ali um caso. No entanto, passados uns dias, falando entre nós, se resolve ir para um movimento de contesta-ção que depois se chamou Revolta Activa, aí começou a ruptura. Por-que, subterraneamente, eu estou conspirando; não contra ele, mas no sentido de fazer uma ruptura com aquele estado de coisas, pro-curar uma coisa nova. Com ele, é evidente, pois nós não punhamos em causa a presidência dele. Nunca houve na Revolta a ideia de substituir Agostinho Neto por outro dirigente?Não, pelo menos não estava perfi-lado no horizonte. Falava-se mais no que se iria conseguir em ter-mos de organização, de princípios, de estruturas – os nomes viriam depois com o que acabasse por ser aprovado num congresso. Mas, nessa ocasião, já o Neto tinha um certo peso nos quadros. A posição frontal era para o limitar no exercí-cio das suas funções.

mas acusavam-no de pessoaliza-ção das decisões políticas.Aí é que está. O movimento, no início, era democrático, tinha um comité director. Reunia, tomava de-cisões em colectivo. Ora o comité director deixou, praticamente, de se reunir depois de 1964, quando o Neto conseguiu uma equipa. E como é que a conseguiu? Como tinha o direito de cooptação para o comité director, a um momento dado, este tinha mais elementos cooptados que eleitos. E esse comi-té director nem se reunia. Não ha-via departamento de finanças. Toda a ajuda que chegava, só o Neto é que sabia. Ele é que punha e dis-punha. O arbitrário estava instala-do e isso impediu que as estruturas crescessem de maneira harmónica. O movimento foi-se enfraquecen-do. Nós tínhamos muitos quadros e produzíamos pouco. Havia cen-tros de excelência, foi o caso dos CIR (Centros de Instrução Revolu-cionária), foi o caso do Centro de Estudos Angolanos, de repente, aquilo desfazia-se.

continua na próxima edição

Texto: António RodriguesFotografia: Arquivo ChelaPress

NACIONALISTA ADOLFO mARIA

“SE O 25 DE ABRIL SE Dá Em 1973 SERIA O HOLDEN ROBER-TO O PRESIDENTE DE ANGOLA” mas o movimento de Reajusta-mento fracassou.Pois fracassou, porque foi empal-mado pelo presidente Agostinho Neto. Depois dessa discussão, cabia à Comissão Provisória de Reajustamento nomear o estado maior. Para essa comissão e para o estado maior, o Neto disse “eu faço as listas”. Os outros quadros concordaram, o Gentil viana opõs-se. Mais tarde é acusado pela Revolta Activa de presidencialismo absoluto. É ele que faz as listas a seu bel-prazer, misturando como quer. Não é resultado de uma elei-ção democrática que vinha a ser depurada desde a base. O Reajus-tamento falha por isso. E quando propusemos que a discussão se aprofundasse, aquilo criou um mal-estar e pôs a direcção contra nós. A partir daí é que vários qua-dros começam a conversar para ver como se saía daquele impasse. Tanto mais que o Agostinho Neto tinha feito um acordo com o Hol-den Roberto, dando-lhe a prima-zia política e deixando para nós a primazia militar, quando nós não podíamos exercer essa primazia militar porque nos estava vedada toda a Primeira Região. Olhe, se o 25 de Abril se dá em 1973, seria o Holden Roberto o presidente de Angola. É por isso que diz que o Acordo de Kinshasa foi um tremendo erro?Tanto foi que o presidente Neto chamou o Gentil viana para seu conselheiro e houve um gran-de combate diplomático na OUA para se impor a primazia da luta armada. E a partir daí começam de novo as querelas com o Holden Roberto e mobutu não faz valer a sua estratégia que, tenho im-pressão, já era uma estratégia com os Estados Unidos para se pensar numa solução política englobando os dois movimentos, mas com o MPLA neutralizado nessa frente. Tirando o facto de ambos quererem a independência de Angola, havia muitas poucas afinidades entre MPLA e FNLA?Sim. O MPLA sempre foi – e hoje a sua força é evidente no panorama político angolano – o movimento mais transversal a toda a socieda-de angolana. Começou por ser um movimento essencialmente urba-no. Aliás, foi a força urbana que o fez renascer. Se tem uma base étnica é a da região do kimbundo mas no decurso da luta, quando começou a tocar os luchazes, os luvalos, os tchokwé, no leste, al-guns umbundos, não muitos, e, sobretudo depois da independên-cia, na constituição do exército,

arranjava 20 ou 30 homens com picareta, pá e enxada para arranjar as estradas. Esta não é uma vio-lência de um ano, é de dois, três, dez, passa de geração em geração. Resta saber se foi desencadeada pela UPA nesses termos, isso é que resta saber. O Holden parece que se mostrou surpreendido, outros dizem que não. E para vocês, nacionalistas ur-banos, como é que encararam o assunto?Aquilo foi um choque. Eu gostaria que não se tivesse passado assim. Mas qual era a saída que nos da-vam? Não podíamos formar par-tidos. Não podíamos ter jornais que veiculassem as nossas ideias. Formavam-se grupos, continu-avam a ser presos. A luta política tornou-se impossível; a um dado momento, estávamos todos na ca-deia ou passáramos por lá. O que é que nos restava? A luta armada. Era uma ideia que ficara clara: isto não vai lá de outra maneira senão à porrada. A polícia tinha entrado muito fundo e a partir da cidade já não se podia fazer nada.

mas o regime salazarista acaba por aproveitar esse massacre em termos propagandísticos internacionais.É verdade. Se fosse o MPLA a to-mar a iniciativa no terreno, não teria ido por essa via. Eu se tivesse poder de decisão, não iria por essa via. Teria enveredado pela luta ar-mada. Haveria vítimas? Com cer-teza. Mas num ataque a um posto administratrivo, num ataque a um posto de polícia, num ataque a um quartel, aliás, o 4 de Fevereiro foi um movimento espontâneo – em-bora o MPLA o reclame para si – e visava, sobretudo, libertar os pre-sos políticos que estavam no Forte do Penedo, na casa de reclusão. Mas atacaram a 7ª Esquadra. Até porque vocês sabiam o valor da propaganda.Numa estratégia nacionalista cor-recta, o MPLA deveria ter encon-trado aliados na população bran-ca. Não a pôr em bloco contra o nacionalismo e isso implicava vio-lência selectiva. Deveria ter havido mais cuidado em procurar aliados no interior de Angola.

Falando de Agostinho Neto, a determinada altura ele confiava muito em si, em que momento se dá a ruptura entre os dois?Neste livro, Angola, Sonho e Pe-sadelo, agora publicado, há lá passagens de um caderno – não é diário, porque registava de 15 em 15 dias, de mês a mês – em que apontava aquilo que pensava naquela altura. E há lá uma parte em que está patente que come-ço a distanciar-me do presidente. Primeiro, numas conversas francas em que lhe digo que as coisas es-tão mal e ele me responde, “tu és impaciente, as coisas levam o seu tempo, é complexo”; e há lá, pre-cisamente, uma passagem em que

Angola tem o segun-do maior mercado de comércio ilegal de marfim a retalho

em África, apenas atrás da Ni-géria, informou a Organização Não Governamental (ONG) “Save The Elephants”, através de um comunicado.

A organização indica que um estudo sobre o comércio ilegal de marfim de elefantes africanos, realizado pelos in-vestigadores Esmond Martin e Lucy Vigne, informa que La-gos e Luanda são os principais centros de “comércio ilegal de retalho de marfim”.

“Em Lagos (capital de Ni-géria) há mais peças de mar-fim à venda, mas o comércio é mais dissimulado, com os vendedores mais conscientes das regras e mais receosos. Em Luanda (capital de Angola), os

Angola substitui a UNITA no mercado ilegal do marfimcomerciantes parecem não es-tar preocupados com a possibi-lidade de serem detidos pelas autoridades”, refere a ONG, no seu comunicado.

A “Save The Elephants” aler-ta, também, para o facto de o preço do marfim, proveniente de elefantes mortos por caça-dores furtivos, ter quase tripli-cado nos últimos quatro anos, no seio do principal mercado mundial, a China. “O aumento do preço do marfim está rela-cionado com uma vaga de aba-tes de elefantes no continente africano, que não dá sinais de abrandar”, sublinhou a organi-zação, sediada no Quénia.

De acordo com o estudo, o preço de venda do marfim em bruto, na China, era de cerca de 750 dólares em 2010, enquanto em 2014, os preços já rondam os 2.100 dólares. A “Save The

Elephants” estima que tenham sido mortos cerca de 33.000 elefantes entre 2010 e 2012.

“Sem acção internacional concertada para reduzir a pro-cura de marfim, as medidas para diminuir o número de elefantes abatidos não surtirão efeito”, explicou o fundador da ONG, Ian Douglas Hamilton, acres-centando que a “China detém a chave do futuro do elefante africano e particularmente do elefante angolano”.

Deve destacar-se, ainda, que no início do século XX, existiam 20 milhões de elefan-tes no continente africano, um número que caiu para 1,2 mi-lhões em 1980, caindo nova-mente para os actuais 500.000, apesar do comércio do marfim ter sido proibido em Angola e África em geral, em 1989.

Fonte: Angonotícias

A falta de fiscalização e controlo sobre os ca-çadores furtivos abre as portas para a devas-

tação das espécies e dá a Angola um prejuízo que só as gerações vindouras saberão.

É caso para dizer que perder a capacidade de se indignar é o mesmo que estar morto ou a ca-minho da morte... Já não se tem sensibilidade interior.

No futuro nem eu saberei se teremos mais pátria, nem se o simples convívio terá a mesma carga semântica, que signifique reencontro das espécies.

Um dia todos fomos deste mundo, que um dia se chamou Angola com todos os seus habi-

tantes, fauna e flora.São sinuosos os caminhos do

nosso paraíso.Chegar ao Uíge, norte de An-

gola, a M’banza Congo, não é di-ferente. Viajar de carro, por ago-ra a melhor alternativa, obriga a tactear caminhos. Exalar o cheiro muitas vezes nauseabundo de vários animais abatidos indiscri-minadamente. Contemplar estes animais expostos ao sol e à chu-va nas bermas das estradas pro-voca terríveis dores no coração.

Para espanto dos desavisa-dos, o negócio é legal e tem a permissão de todos os governos locais.

Enquanto a solução não vem, a população vai inundando os

Fauna e flora angolana ao saque

é caso para dizer que perder a capacidade de se indignar é o mesmo que estar morto ou a caminho da morte... Já não se tem sensibilidade interior.

mercados informais com diver-sas espécies, muitas delas amea-çadas de extinção e a viverem em áreas desprotegidas.

Não há dificuldade para as carnes de caça em Angola se tor-narem fonte de renda para mui-tas famílias.

O governo há muito tem vin-do a prometer fazer um contro-lo mais rigoroso e fiscalizador à caça indiscriminada da fauna. É urgente fechar a porta da ilega-lidade com mais punição, e usar estímulos para abrir a porta do uso sustentável. Do jeito como está, Angola joga todos para clandestinidade, inclusive os fis-cais florestais que deviam apri-morar o conhecimento para aju-

dar no trabalho de preservação. Estamos sentados sobre um

património riquíssimo, mas a fal-ta de regras rígidas impede o uso adequado da nossa biodiversida-de.

Campanha de consciencia-lização e repressão policial são fundamentais, mas não suficien-tes, porque os caçadores furtivos contam com muitas saídas e com a fragilidade dos acordos e leis nacionais, muitas ainda não regu-lamentadas. As regiões vulnerá-veis em Angola são o norte, onde estão seis em cada dez animais em risco, e o interior, “mato”, que foi considerado insubstituível e é o habitat natural de todas as es-pécies selvagens.

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6 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 7CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Actualidade Actualidade

O Tribunal de Justiça Ar-bitral e Mediação dos Estados brasileiros (TJA-

EM) condenou, recentemente, o Ministério do Ensino Superior (MES) de Angola a “considerar válido, legítimo e vigente o Acor-do Educacional (AE) ” assinado há seis anos entre as Universi-dades Agostinho Neto (UAN) e a AmericanWorldUniversity (AWU).

Segundo o acórdão deste Tribunal, com sede no Rio de Ja-neiro, deverão manter-se como legais todos os documentos correspondentes da American World University (AWU), anu-lando assim as “invalidades e impugnações contidas no des-pacho nº2477/13, do ministro do Ensino Superior,” Adão Ferreira do Nascimento.

A sentença, que resultou de uma queixa apresentada em Maio de 2014 pelo Professor Gil-berto Pinheiro dos Santos, Reitor desta universidade dos Estados Unidos, com representação no brasil, para os países lusófonos, ordenou ainda a prevalência do Protocolo de Cooperação assina-do entre a UAN e a AWU.

O documento refere que “o Protocolo de Cooperação e Acor-do Educacional assinados em 10 de Setembro de 2008 entre a Universidade Agostinho Neto e a América World University pode-rão ser desenvolvidos com legiti-midade e exclusividade em toda a sua plenitude contratual”.

Segundo o Tribunal, os dois instrumentos (Acordo Educacio-nal e Protocolo de Cooperação) estão reconhecidos pelo Mi-nistério das Relações Exteriores (MIREX) de Angola e pela Em-baixada brasileira em Angola, antes de serem promulgados o decreto 90/09CM/ e o despacho 2477/13”.

RECONHECImENTO DE CERTIFICADOSO acórdão orientou também o reconhecimento automático dos certificados emitidos pela Améri-ca WorldUniversity e pela Univer-sidade Agostinho Neto (UAN), com base nos acordos firmados entre essas duas instituições do ensino superior.

O acórdão determinou tam-bém que sejam cumpridos to-dos os direitos dos alunos

Governo obrigado a reconhecer diplomas da American World University

matriculados oficialmente na AmericanWorldUniversity, de concluírem os seus cursos e re-ceberem os seus respectivos di-plomas “reconhecidos pela UAN, Cartório Notarial, Ministério das Relações Exteriores” e outros organismos que as leis venham exigir.

A Reitoria da UAN foi ainda obrigada a “emitir liminarmente as certificações de reconheci-mento de estudos em Angola de 53 diplomas requerentes”, relacionados em pauta especial, assim como a restituição de va-lores fiduciários integrais, ante-riormente pagos para cada pro-

tocolo de requerimento de 147 certificações.

Estes documentos deviam ser emitidos entre 2009 e 2012, mas até à altura em que foi exa-rado o “polémico” despacho do ministro do Ensino Superior, não foi reconhecido nenhum destes documentos. No acórdão, o Tri-bunal orientou também que a Reitoria da UAN insira no seu site oficial governamental os termos básicos das cláusulas do acordo educacional vigente até 10 de Setembro de 2017.

O Tribunal condenou ainda o Ministério do Ensino Superior e a Reitoria da Universidade Agosti-

nho Neto a pagar valores fiduci-ários correspondentes aos danos morais definidos no acórdão, por ter violado as cláusulas acorda-das, de forma unilateral. Final-mente, o Tribunal alerta que este acórdão possui força de título executivo judicial, e é irrecorrível.

DESPACHO POLÉmICOFoi em Novembro do ano passa-do que se instalou um clima de “tensão académica” entre a Rei-toria da AWU e o MES, por este último ter anunciado a invalida-ção dos diplomas desta Univer-sidade, através do despacho já acima referenciado.

O que se está a passar é o corolário do que se passou no decorrer das “combinazione”

gizadas nas salas arrefecidas dos “palácios”, nos salões capitosos e nos meandros almofadados dos bastidores do Estado. Só pode…não há outra hipótese possível.

Em benguela, um cidadão que se apresenta por vezes como general, doutor e outras patentes miríficas a alcandorá-lo num fictí-cio patamar, é acusado de liderar um suposto grupo de funcioná-rios do Estado, mais concreta-mente, agentes do Estado liga-dos à Agricultura e ao IGCA, para espoliar terras aos camponeses, principalmente, os de mais baixa escolaridade.

O referido cidadão, general-doutor e empresário, chama-se Eliseu manuel Umba, cuja car-ta de identificação é partidária, o homenzinho é do MPLA, pese embora na balança do Estado, o seu partido não estar por dentro de tantas falcatruas no caso pen-dente. Nesta engenhoca de em-possamento ilícito, o rapaz conta com o concurso de um chefe de secção da Direcção Provincial da Agricultura de benguela, conhe-cido por engenheiro Noé (que inclusivamente se sacrifica e tra-balha em tempo de férias quan-do em causa está a apropriação indevida de terrenos ou falsifi-cação de documentos), isto sem esquecer um outro funcionário do IGCA, conhecido como José Ulika.

Na sua acção, “o grupo usa de todos artifícios mafiosos, não só de falsificação, corrup-ção, extorsão, ameaças, cárcere privado e até, por vezes, ame-aças de morte”, disse ao F8 um agricultor de benguela, temendo que um dia possa haver retalia-ção dos camponeses, a começar por ele próprio.

Na presente engenhoca em causa está um terreno de 1150 hectares, situado na localidade de Ebanga, município da Ganda, província de benguela, perten-cente desde 1977 ao autóctone Domingos manuel. É uma zona florestal com eucaliptos e tam-bém propícia para a agricultura.

Como é apetecível, nada me-lhor do que tentar primeiro ali-ciar e corromper alguns sobas e membros da administração co-munal da Ebanga a fim de abrir alas ao “business”. E, quando o engenheiro Nóe entrou no ter-reno, ele que estava de férias, foi surripiar os documentos na Ganda e alterar as suas datas, colocando 2012, para atribuir

Pretenso general rouba terra a camponeses em Benguela

mais de 6500 hectares ao dito general doutor Umba, incluindo (olha a pouca sorte), os 1150 do Domingos manuel. “Ele nunca viveu aqui, apenas veio com um grupo de bandidos armados e com apoio de polícias, que de-vem ter recebido uma gasosa, invadiram a fazenda e estão lá, com as armas”, disse um popu-lar, que agora vive com medo de poder ser morto a qualquer momento, “pois este homem quer também as nossas terras e como tem o apoio do Nóe, eles podem mesmo ficar com tudo, porque a administradora, vai sempre nas fazendas com os bandidos”.

Para a prossecução da sua obsessão latifundiária, o muadiê não se coibiu de mostrar toda a força da sua organização ao mo-bilizar agentes da Polícia Nacio-nal da Ganda para irem ameaçar os camponeses, num caso espe-cífico em que este órgão é in-competente, mas serve para dar banga e “demonstrar” de peito erguido e revólver à vista, o ca-rácter tenebroso da organização montada por Eliseu Umba, que inclui alguns militares e agentes que confundem o que é a sua função e transformam os seus actos em exemplos contrários aos das corporações que deviam honrar, agindo como bandolei-ros, quando se colocam ao ser-viço do chefe.

Nesta relação promíscua en-tre o funcionário público assu-me-se ao mesmo tempo como assalariado de um privado, na qual o primeiro garante ao se-gundo a necessária documenta-ção sigilosa e classificada, o que é ilegal, mas como tudo se resume ao facto de Noé e Umba terem

sido bons companheiros na JM-PLA (Juventude do MPLA), tudo passa, na mais abjecta promis-ciuidade. Ora, Umba já tem terre-nos também assim adquiridos no Culango, mais de 8 mil hectares, também adquiridos com violên-cia. “Há quem diga que lá, no Culango, o homem chegou a mandar matar pessoas, para ficar com os terrenos e quem tratou foi também o Nóe”, dis-se ao F8, Nkulungi Chuvila, que apela à intervenção do governa-dor Isaac dos Anjos e de outras autoridades, para travarem “esse bandido e ambicioso que quer enriquecer sobre o sangue dos outros”.

No entanto, não se entende como este homem quer ficar com tudo, tirando o tudo do autóctone Domingos manuel, quando a sua sociedade apenas tem os actuais 1150. Têm, quer dizer tinham, vamos ver se ainda têm…

É justo que quem já tem mui-ta terra continue a ter e quem tem pouco lhe seja retirada a pouca que tem para ficar sem nada, quando existem mais op-ções?

Que tipo de justiça é esta, na distribuição das terras?

Neste momento existem ho-mens armados a cercar a em-presa florestal de Domingos manuel, que sempre teve a sua posse, agora retirada com base em homens fortemente armados com armas de guerra. Ora se a terra é dele, para que serve este aparato?

O administrador da Ganda diz nada saber. Eles nunca sabem nada quando o ambiente é can-dente!

Quanto ao governador Isaac

dos Anjos, seguramente que não sabe que está a ser apunhalado pelas costas pelos seus próprios homens. Haka!

A TERRA É DO POvO E O POvO SOU EU!É mais que evidente que o as-tronómico crescimento econó-mico apregoado pelos sábios do regime JES/MPLA está, por enquanto, a virar para o torto. Cresce a riqueza dos ricos, en-quanto entre os populares cres-ce o desânimo em todo o país e, em alguns casos, o desespe-ro; o fosso entre pobreza e ri-queza cresce também, morre-se de fome no Cunene, o regime mata, desaloja gente à força no Mayombe (2013), no Lubango e em benguela (pela mesma altura e pouco tempo depois), nos bair-ros periféricos, um deles de Lu-anda, onde a UGP se fez presente e cercou cidadãos indefesos, que foram maltratados, humilhados e tratados como cães; no Huam-bo vimos uma milícia afecta ao MPLA a investir contra militantes da UNITA que estavam a preparar um evento importante para o seu partido, agredir violentamente, ferir um punhado de pessoas e matar um dirigente à pedrada e à paulada nas barbas da Polícia Nacional, que tinha sido posta ao corrente do que se preparava e não mexeu palha, cobriu os cri-minosos; no Cacuaco foram as-sassinados dois outros dirigentes do Galo Negro. Testemunhas viram de perto quem estava presente nesse acto criminoso, era um grupo lide-rado por um oficial superior da PN, perfeitamente identificado, e nada, absolutamente nada foi feito para prender os criminosos,

exactamente como se nada se tivesse passado. A nossa história de hoje são factos, que se se-guem uns aos outros no “Cava-co”, a Cintura verde de bengue-la. Desde há muito tempo que empreendedores de progresso selvagem emigravam para o Ca-vaco, Ganda e outros pólos de interesse.

FAZENDO Um RETORNO NO TEmPO, Em 16-05-2013O engenheiro agrónomo Fer-nando Pacheco, mostrou-se preocupado com os projectos imobiliários, que ameaçavam então engolir a Cintura Verde do Cavaco, na província de bengue-la. Veio a público na Rádio Na-cional (RNA 15/05/13(, denunciar um problema sério, advogando que o crescimento das cidades não deve ser feito através da uti-lização de um dos melhores so-los para a prática da agricultura no país.

“O crescimento das cida-des não deve ser feito à custa da utilização urbana de alguns dos melhores solos que nós te-mos no país; desde que se faça um planeamento territorial adequado, nós podemos per-feitamente fazer conviver as duas partes”.

O “melhor solo” a que o en-genheiro se referia era, essencial-mente, o Cavaco, mas também Ganda e Caimbambo.

Depois deste alerta, Arman-do da Cruz Neto, numa tentativa de recuperação da sua imagem positiva, que o vinha deixando, tomou uma decisão no sentido de proteger a cintura verde de benguela no que diz respeito aos seus aspectos ecológicos.

Outras tentativas houve para proteger essa Cintura Verde, mas o que mais proliferou foi um caos organizado e planeado do alto das esferas financeiras, militares, académicas e políticas da Intelli-gentzia angolana: construção anárquica, condomínios de luxo sem qualquer relação apropria-da com o ambiente, colocados muitas vezes em zonas menos aconselháveis e sem soluções para os resíduos nos espaços mais próximos dos condomínios, desestruturação social e humana das pequenas aldeias de pesca-dores e agricultores junto a esses condomínios e a outras constru-ções anárquicas, problema geral de tratamento de lixos urbanos, enfim, exactamente o que disse-mos, um caos.

Ora o que se passa nos dias de hoje é simplesmente o resul-tado de uma falta evidente de vontade política para proteger o Cavaco, pois dava mais dinheiro destruí-lo!!

*com a devida vênia ao Folha 8

Texto: Ismael NascimentoFotografia: Arquivo ChelaPress

Agora o ministro do ensino superior, Adão do nascimento, está com uma “batata quente” nas mãos, e a solução é anular a sua decisão para o bem da justiça internacional.

TERRAS PODEm PROvOCAR GUERRA NA EBANGA-GANDA

Textos: WILIAM TONETFotografia: ARQUIVO CHELA

Datado de 14 de Novembro do ano transacto, o referido des-pacho terá apanhado de surpre-sa a direcção da Reitoria, Divisão Latino-Americana, sedeada no brasil, assim como a sua repre-sentação em Luanda, que sou-be da notícia através do portal Club-K.

ARGUmENTO DO mINISTRONo seu despacho, o ministro Adão do Nascimento alegava que a AWU não era uma institui-ção de ensino acreditada pelas autoridades norte-americanas, bem como os seus cursos, quer de graduação quer de pós-gra-duação.

Segundo o despacho, os acordos assinados entre a Uni-versidade Agostinho Neto e a American World University não foram homologados pelo de-partamento ministerial do Ensi-no Superior, conforme exigência legal consagrada na alínea q) do artigo 16º do Decreto nº 90/09, de 15 de Dezembro.

O referido documento, publi-cado no Diário da República (ór-gão oficial do Estado angolano), Adão do Nascimento alegou que produziu e assinou o despacho com os seus próprios punhos com base nos poderes que lhe são delegados pelo Presidente da República, nos termos do ar-tigo 137º da Constituição da Re-pública de Angola(CRA).

Este artigo da CRA está re-forçado com o disposto nos nºs 2 e 4 do artigo 2º do Decreto Presidencial nº 6/10, de 24 de Fevereiro, (…) considerando nu-los e sem nenhum efeito os dois instrumentos jurídicos assinados entre as duas universidades.

UNIvERSIDADE DIZ-SE LEGAL E RECONHECIDAPara contrapor os argumentos de defesa do ministro, Rufino Tunga desafiou-o, apresentan-do cópias da documentação que atestam o reconhecimento desta Universidade no seu país de origem, assim como de outras instituições internacionais, tais como a UNESCO, a ONU, UNICEF e outros organismos internacio-nais, conforme fac-simile estam-pados.

Para além destas instituições, a referida instituição, considerada pela UNESCO como sendo a ter-ceira melhor Universidade de en-sino à distância no Mundo, tem acordos firmados com as uni-versidades da Argentina, brasil, Chile, Paraguai, Estados Unidos da América) e Reino Unido,entre outras.

Refira-se que desde a firma-ção dos acordos em Setembro de 2008, já formou quadros an-golanos e residentes no país e no estrangeiro. Entre os vários destacam-se governantes, políti-cos, membros das Forças Arma-das Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional (PN).

Adão do nascimento, ministro do ensino

superior

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8 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 9CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Em FocoEm Foco

Batalha campal entre os irmãos com patrocínio da magistratura

Rui Alberto Hamilton dos Santos, mas co-nhecido por Ruca Za-rolho pelos amigos da

“pedrauma” e pelos mais actuais como Ruca malaico, nasceu em benguela a 11 de Julho de 1954, pai de 7 filhos, todos avulsos, com três mães, 3 + 1 + 3, filhos da dona Stela das queijadas, da rua 11 do Bairro Benfica.

Toda a sua vida oscilou entre duas hipóteses: o que poderia ter sido e o que foi. E ele quis ser ele próprio. Ruca malaico viveu fe-chado em si próprio e, cada vez mais, à medida que o tempo foi passando, detestava falar da pri-meira mulher, madalena mon-teiro, do lado de lá, que uma vez o processou judicialmente. De resto, Ruca malaico estava zangado com tudo. Os filhos do lado de cá viviam para cuidá-lo e distraí-lo de tanta raiva. Tanto fizeram para que o álcool não o matasse tão depressa.

Num acto de reconhecimento puro, Ruca malaico, concedeu metade do espaço do terreno que ocupava aos filhos (Rui San-tos de 27 anos, Alberto Santos de 25 anos, e Mónica Santos de 21 anos) de maria Fernanda, terreno esse adquirido quando ainda viviam juntos.

A LUTA PELA ALmA DO RUCA mALAICO

9 de Março de 2013, de doença, apanhou de surpresa os três úl-timos filhos que com ele viviam e amigos que frequentavam dia-riamente a sua tasca. Conseguiu esconder a sua doença atépouco antes da última hora.

Morte do patriarca, confusão instalada, família desfeita. O ma-terial acima de tudo.

Os filhos do lado de cá sus-tentam a posição de que depois dos investimentos efectuados por eles, que resultaram no apa-recimento de lojas muito bonitas, os proventos sejam distribuídos por todos, considerando, obvia-mente os investidores.

As filhas do lado de lá, lon-ge de tudo, alimentam a ideia de que, tratando-se de lojas cons-truídas no espaço do pai, patri-mónio da família, devem ser ven-didas e o valor revertido a favor de todos os filhos.

Na tarde de 2 de Outubro de 2014, as irmãs do lado de lá - Stela Santos, Adelaide San-tos e Claucia Santos, por sinal filhas mais velhas de Rui Alberto Hamilton dos Santos, acompa-nhadas dos respetivos maridos, familiares dos maridos e alguns amigos, invadiram com agres-sões os irmãos do lado de cá, igualmente filhos, do segundo ajuntamento, que sempre vive-ram com o pai até seu passa-mento físico.

Estiveram à beira de uma guerra convencional. Já não se trata de uma tensão de interes-ses difusos, um rol de provoca-ções, um simulacro de conflito.Foram agressões físicas desenca-deadas por elementos da Polícia de Intervenção Rápida ligados às do lado de lá, destruição do património, agressões baseadas nas desinteligências quanto aos destinos dos bens deixados pelo Ruca malaico, mas uma real ba-talha entre irmãos de ambos os lados.

Um caso que está a decorrer na barra da justiça e que deve ser tratado com profundidade e seriedade. Nada disso está a acontecer.

O jornal ChelaPress, conhe-cedor deste dossier, denuncia publicamente a falta de sensa-tez por parte da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de benguela, ao nomear Stela dos Santos cabeça decasal sem consultar os restantes filhos, so-bretudo todos aqueles adultos que viveram dia e noite durante dezenas de anos, com o pai Rui Alberto Hamilton dos Santos.

Os juízes são estudantes e investigadores permanentes. Só assim podem merecer o respeito e a confiança da sociedade e do povo em geral.

A emoção e os interesses não confessados podem destruir vi-das humanas.

um caso que está a decorrer na barra da justiça e que deve ser tratado com profundidade e seriedade. nada disso está a acontecer.

Estes por sua vez, inteligente-mente, ainda com o malaico em vida, no espaço concedido cons-truíram com fundos próprios várias lojas para uso próprio e aluguer.

Todavia, a morte de Rui Al-berto Hamilton dos Santos à

Onde ficaram os símbolos do Fenacult do Boaventura cardoso?

O hino de Filipe Zau, “Eu Vou Voltar”, do álbum Reunir de Teta Lando,

o “Man Polé” de Mito Gaspar, o Elinga Teatro e outros para esta-belecimento do “link” entre um e outro.

O Ministério da Cultura li-derado por Rosa Silva parece o Sporting ou o Benfica de épocas passadas: todos os dias alguém (funcionários, dirigentes e joga-dores) ia embora. A saída de Luís Kandjimbo e a desmoralização de muitos quadros da cultura foram fulcrais, pois oficializaram o desnorte que tomou conta do Ministério da Cultura, que não resistiu a duas catástrofes: o es-gotamento das causas fracturan-tes que lhe deram visibilidade e os afastamentos e desanimação de alguns dos seus quadros ca-rismáticos.

Neste momento, a cultura que reina no Ministério da Cul-tura é quase assustadora: é uma espécie de “Tea Party” angolano.

O jornal ChelaPress, desde há muito tempo, tem chamado a atenção para um dos aspectos da crise da cultura que se agrava com o tempo e as medidas to-madas naquilo a que se chama os anos piores “já passaram”. Não há mentira mais abominável do que “o pior já passou” apenas

O FENACULT foi uma catástrofebora algumas delas pertencentes ao mesmo tronco, têm que ser exercitadas todos os dias com a criação de escolas, exposições, promoção e divulgação.

Cada povo tem a sua cultura que deve ser animada todos os dias e não somente nas datas e acontecimentos festivos alusivos ao país, ao Presidente da Repú-blica, visitas estrangeiras e fes-tivais nacionais e internacionais realizados ao prazer de quem manda.

Por falta supostamente de cultura e imaginação transfor-mou o Festival Nacional da Cul-tura num festival de pirotecnia, numa amostra das novas mo-dernidades em termos de luzes e leds.

Para muitos agentes cultu-rais, escritores, músicos, pintores, escultores, homens de teatro e bailarinos, o Fenacult – Festi-val Nacional da Cultura - foi um acontecimento trágico da cultura angolana.

Os agentes activos da cultu-ra com muitas restrições ficaram apenas pelos corredores do cen-tro de decisão, sem quaisquer possiblidades de transmitirem o seu saber e a sua cultura.

De 30 de Agosto a 20 de Se-tembro de 2014, período de du-ração do Fenacult, encontraram algum reflexo do programa gi-zado sem alma nas noticias que abriram os telejornais? Nada. As humilhantes derrotas, incumpri-

mentos e as impraticabilidades de muitas actividades e contratos desonrados levaram a exposição pública de Rosa Silva. Não fale-mos do moribundo comboio da cultura ou da Canhoca, que du-rou uma eternidade para percor-rer o trajecto benguela /Moxico, onde os seus ocupantes (artistas em geral, pintores, músicos e bailarinos), por falta de organiza-ção e condições, foram abando-nando o comboio à medida que ele se foi distanciando da cidade de partida.

Estávamos todos angolanos de Angola convencidos de que o Fenacult – Festival Nacional da Cultura tinha virado tradição. De-pois de 25 anos, desde o primei-ro festival liderado por Boaven-tura Cardoso até o Fenacult do presente ano, animado por Rosa e Silva, assistimos a uma gritante ausência de cultura e um ataba-lhoado e desgarrado trabalho marcado pelo improviso, falta de direção e de esclarecimento real e avisado dos montantes mo-netários envolvidos para imple-mentação da operação.

Nada bateu certo, assim como nada foi justificado.

Há quem diga que Rosa Sil-va, ministra da Cultura, não tar-dará a voltar para casa e a andar por aí.

Mas, na opinião do Chela-Press, este é um ciclo que vai en-cerrar definitivamente a vida de Rosa Silva.

porque alguns números desgar-rados sobre o estado da cultura de Angola, que nem sequer che-gam para fazer uma série consis-tente, melhoraram.

O que acontece é que em cada ano que passa, sobretudo depois da nomeação de Rosa Silva,a ministra da Cultura, os principais pilares da cultura de Angola foram regredindo, deixa-dos para trás pelo embandeirar em arco e pela perda de atenção da comunicação social, que não encontra novidades no consula-do de Rosa Silva.

Rosa Silva, uma excelente es-pecialista em matéria de cultura, esposa do querido Leonel Silva, secretário de Estado do Tesouro,

deixou-se apoderar pela cultura do medo, ou seja, tem receio de ser conotada pelo seu passado político. Evita tudo e todos que poderiam ajudá-la.

Angola é um espaço geográ-fico aleatoriamente definido pela carta de berlim, que compreende vários povos com cultura e cos-tumes bem definidos. É imperio-so respeita-los.

Cultura é um acto de cida-dania que se faz todos os dias e não de quatro em quatro anos. Angola é um país uno, mas mul-ticultural.

A cultura Tchokwé, a cultura bakongo, a cultura Ovimbumdo, a cultura Kimbundo, a cultura Kwanhama e outras culturas, em-

O peixe da Baía Farta na boca do mPLAo mplA em Benguela está sem norte, está descaracte-rizado.

Isaac dos Anjos, 1º secre-tário do MPLA na província de benguela, é um gover-

nador visionário, 100%MPLA, habituado a pensar grande, tem uma visão de como o seu partido inserido deve agir.

Os restantes membros continuam agir como se na re-alidade o mPLA fosse o povo e o povo o mPLA. Se perten-ces ao mPLA comes, se não pertences, não comes. O povo não é pertença de ninguém, por conseguinte, não podem condicionar os interesses do povo, dos grupos sociais e das pessoas individualmente. O mPLA é igual a UNITA, a qual-quer um outro partido, com uma única diferença; está no poder há mais de trinta anos, o que lhe confere, obviamente, uma experiência maior de con-dicionar e confinar os vários povos que compõem Angola, fazendo recurso à corrupção, à incompetência, aos assassi-natos, prisões, ao nepotismo, à demagogia, tribalismo e ra-cismo.

maria João, administrado-ra do Município da baía Farta, política, adulta e inteligente, fez direitinho as suas tarefas

fizeram política contra a UNITA e contra os deputados nacionais.

Nos meados de Setembro de 2014, o líder da UNITA que se fazia acompanhar de políticos e deputadosnacionais eleitos pelo povo angolano foram impedi-dos de visitar as pescarias todas (VIMAR LDA, de Carlos viegas, YEMANJA de Adérito Areias, SOCIPESCA de Arnaldo vas-concelos, CONGELE de miguel Paim, a PESCA FRESCA de Ro-drigues Kito, JAGMAR de José Gloria),excepto a S.E.D.E, repre-sentada pelo carismático Dudu Peres, que não colocou obstácu-los em receber os deputados da UNITA. “Eu sou do mPLA. Não estou com eles, mas, como po-líticos e deputados merecem o meu respeito. É o principio da democracia” afirmou Dudu Pe-res, o patrão da S.E.D.E – Unida-de Pesqueira da baía Farta.

Os deputados da UNITA e a UNITA, apenas pretendiam tomar contacto, conhecer a di-nâmica e os problemas que as mesmas enfrentam.

Como representantes do povo angolano no parlamento, órgão máximo do Estado ango-lano é um direito, senão mesmo obrigação, transportar os mais diversos problemas, muitos de-les absurdos,que assolam esta Angola fora de Luanda para co-nhecimento e discussão no Par-

lamento Nacional.A baía Farta, a maior praça

pesqueira do país, é maltrata-da. Os armadores e detentores de pescarias são maltratados a favor dos grandes e “descomu-nais” embarcações de arrasto pelágico russas e chinesas, que levam consigo todos os peixes pequenos, médios e grandes da costa marítima angolana. Porém, segundo o decreto presiden-cial nº 15/14, Presidente da República de 10 de Janeiro de 2014 – 3 do artigo 125 ambos da constituição da República: é proibida a pesca de arrasto pe-lágico.

Os angolanos estão impe-didos de comer peixe, de usar os seus recursos naturais. Este estado de coisas não constitui novidade para ninguém, os go-vernantes ligados à pesca e não só, sabem bem como alguns de-les alimentam-se deste esquema bizarro e anti-patriota.

À boca pequena, alguns ar-madores e detentores de pes-carias afirmaram que foram orientados pelo partido mPLA e caso não agissem de acordo com a orientação superior se-riam conotados com a UNITA, penalizados com falta de finan-ciamentos e outros quejandos. É só chantagem, e ainda por cima com dinheiro do nosso petróleo e dos nossos impostos!

de casa, e pacientemente rece-beu com dignidade a delegação da UNITA, chefiada por Isaías Samakuva e os seus deputados nacionais, eleitos pelo povo an-golano.

Por ocasião da visita de traba-lho de Isaías Samakuva, líder da UNITA (maior partido político da oposição) ao município, os arma-dores e detentores de pescarias no município sede, orientados,

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10 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 11CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014magistraturamagistratura

O brilhantismo do juiz-presidente do Tribunal Supremo

B.P.C – Banco de Poupança e Crédito – Rede Azulmanuel miguel da Cos-

ta Aragão, natural de Luanda, nascido a 4 de

Abril de 1950, casado com a guer-rida Esperança maria da Silva da Costa Aragão e pai de 4 filhos, foi, no seu tempo, um brilhante estudante.

Foi alferes no exército co-lonial, depois do 25 de Abril de 1974 enquadrou-se nas F.A.P.L.A. Voltou a fazer formação militar no C.I.R – Centro de Instrução Re-volucionária Sangue do Povo, na Gabela – Kwanza Sul.

Com o início da guerra civil (desinteligências entre os três mo-vimentos de libertação, F.N.L.A, M.P.L.A e U.N.I.T.A), uma vez con-cluída a formação militar, foi indi-cado como comissário político da companhia Comandante Kwenha, tornando-se pouco tempo depois comandante de sector de ben-guela. No calor da guerra civil, foi acusado de fazer parte de uma organização política, sem armas, denominada de O.C.A – Organiza-ção Comunista de Angola. Por fal-ta de consistência foi-lhe retirada tal acusação, para de seguida lhe ser imputada uma nova, desta fei-ta de Nitista. Permaneceu preso algum tempo sem processo e por falta de provas, acabou libertado sem julgamento, sem um pedido de desculpas e sem indemnização pelos danos causados.

manuel miguel da Costa Aragão, em liberdade, na condi-

Ana maria marques An-tunes dos Reis, sócia da empresa CETENCO LDA

– Engenharia, Construção Civil e Obras Públicas,não teve co-nhecimento e muito menos foi consultada no sentido de saber as motivações que animaram a movimentação por parte do b.P.C - banco de Poupança e Crédito da conta nº 0455/728896-bPC, pelo outro sócio Eliseu Luís dos Reis, uma vez que o mesmo não é as-sinante da conta nem tão pouco lhe foram conferidospoderes para o efeito, quer pela senhora Ana maria marques Antunes dos Reis, sócia com 50% do capital social da empresa acima referen-ciada, quer pelas juízas Catarina micolo e Elsa Amaral, da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de benguela.

Em momento algum as duas juízas do Tribunal de benguela, nas suas decisões, ordenaram a remoção da senhora Ana ma-ria marques Antunes dos Reis como assinante da conta, apenas suspenderam o seu mandato de

ção de cidadão angolano, matri-culou-se na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, onde terminou com grandes qua-lificações. Uma vez licenciado em direito, fez os seguintes cursos:• Curso de Direito Laboral • Curso de Propriedade Industrial• Curso de Comércio Internacio-nal • Curso de Feitura de Leis

manuel miguel da Costa Aragão, advogado confesso, es-truturalmente bem organizado, já com muitas causas defendidas e provas de um conhecimento científico averbado, Director do Gabinete Jurídico do Ministério da Industria; foi Director do Ga-binete Jurídico do Ministério do Comércio; Docente da Faculdade de Direito da Universidade Agos-tinho Neto e Coordenador do Grupo Técnico para a reforma da Justiça e do Direito.

Desde meados dos anos 80 tem vindo a participar nas refor-mas das principais leis do país. É autor do estudo que deu origem ao Processo nº 10 do Tribunal Su-premo em que, na veste de Tribu-nal Constitucional, se pronunciou pela inconstitucionalidade ma-terial superveniente de algumas normas da Lei nº 5/04, de 11 de Fevereiro.

manuel miguel da Costa Aragão foi membro do Grupo Técnico da Comissão Constitu-cional e é membro da Ordem dos

Advogados de Angola.manuel miguel da Costa

Aragão, em 1992, foi convida-do para ocupar a pasta de Vice-Ministro da Justiça e em 2004 ascendeu à categoria de Ministro da Justiça, cargo que ocupou até 2008.

Entretanto, também foi depu-tado da Assembleia Nacional pelo M.P.L.A e Presidente do Concelho de Disciplina da Federação Ango-lana de Futebol.

manuel miguel da Costa Aragão, uma vez mais, terminado o seu ciclo de governante activo no executivo angolano, iniciou um novo percurso, desta feita na diplomacia angolana.

Em 2009 foi nomeado embai-xador extraordinário e plenipo-tenciário da República de Angola na República da Argentina, e em 2011, foi transferido para a Repú-blica de Marrocos, cargo que ocu-pou até a altura que concorreu para preencher uma vaga no Tri-bunal Supremo, desempenhando a função de Juiz-Conselheiro do Tribunal Supremo.

Volvidos meses, o Juiz-Conse-lheiro do Tribunal Supremo mais referenciado, juntamente com mais dois Juízes-Conselheiros, concorreu e arrebatou o cadeirão de Juiz-Presidente do Tribunal Supremo, deixando vago (por ter jubilado), pelo o então Juiz-Presi-dente do Tribunal Supremo, Cris-tiano André.

gerente, não havendo nenhuma alteração inerente à assinatura da conta a favor do outro sócio Eli-seu Luís dos Reis (vide decisão em anexo).

Seria de bom tom o b.P.C – banco de Poupança e Crédito – Rede Azul, informar a senhora Ana maria marques Antunes dos Reis, detentora da assinatura única da conta bancária em cau-sa e o Tribunal de benguela, das razões dos movimentos bancá-rios efectuados pelo sócio Eliseu Luís dos Reis, sendo este último não constante na documentação bancária, por conseguinte, sem nenhum suporte legal.

Ao abrigo do artigo 51º do Es-tatuto da Ordem dos Advogados, o advogado da senhora Ana ma-ria marques Antunes dos Reis, uma vez ausente, deve solicitar uma remessa de cópias do extrac-to da referida conta bancária e in-tentar uma acção judicial, caso os movimentos sejam confirmados na proporção prevista, contra o b.P.C – banco de Poupança e Cré-dito – Rede Azul.

O exercício de fome dos magistrados judiciais, a morosidade e o elevado

custo da justiça condicionam negativamente o crescimento dos cidadãos, da economia e do país no seu todo.

A reforma do sistema de jus-tiça tem estado relativamente ausente nos discursos do dia-a-dia dos governantes e dirigen-tes políticos. Para os políticos e dirigentes, a importância de haver mudanças nesta área é de menos por questões meramente políticas.

É imprescindível reformar, dar um basta na justiça e na fis-calização para ajudar o cidadão, o pacato cidadão, as empresas, sobretudo as privadas, as maio-res vítimas da corrupção, na Ma-gistratura Judicial e Ministério Público, que querem crescer e investir mais no espaço angola-no. Seja como for, não obstante os discursos clarividentes (au-tênticos guias) proferidos por ocasião da abertura do ano ju-dicial pelo Presidente José Edu-ardo dos Santos, e 1º Magis-tradoda Nação, por João Maria de Sousa, Procurador-geral da República, por Cristiano André, ex-Juiz-Presidente do Tribunal

A virada da magistratura angolana Providência cautelar anulada por caducidadefome desenvolvidas pelos ma-gistrados judiciais, vendas de sentenças, juízas incompatíveis, como o caso da juíza Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Adminis-trativo do Tribunal de benguela, distribuidora de processos e fi-lha do ilustre Jorge Sinde, ad-vogado com banca de advocacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal),vinganças, revan-chismos, processos negociados, Magistrados com banca de ad-vocacia, Providências Cautelares Não Especificadas inviabilizadas por caducidade, os prazos não são cumpridos nem respeitados pela Magistratura, excessos de prisões preventivas, Magistra-dos de férias com processos en-gavetados, outros escondidos e destruídos.

O Tribunal Supremo não pode mais continuar a escudar-se no corporativismo podre exis-tente no seio da magistratura. A relação magistrados judiciais / juízes conselheiros do Tribunal Supremo deve ser uma questão de confiança e de respeito à lei, “os nossos julgados não são nossos inimigos e muito me-nos moeda de negócio”.

É possível que o actual juiz-presidente do Tribunal Supremo não saiba de nada? Se não sabe, deve dizer tudo o que fez para não saber.

Se não fez perguntas, se não se interrogou,foi porque não quis saber. Essa é uma omissão que responsabiliza politicamen-te.

O Tribunal Supremo não pode lavar as mãos na inocên-cia.

Manter impunes as juízas Catarina micolo, Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Administra-tivo do Tribunal de benguela, distribuidora de processos e fi-lha do ilustre Jorge Sinde, ad-vogado com banca de advocacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal), Francisco For-tunato, Procurador do Ministé-rio Público em benguela, Dias da Silva, Procurador junto da Direcção da Polícia Económica de benguela eFrancisco Dias Procurador do Ministério Públi-co da Província de benguela, é o escândalo dos escândalos da Magistratura Judicial e do Minis-tério Público. São cancros que afligem a sociedade.

Supremo e por Hermenegil-do Cachimbombo, bastonário da Ordem dos Advogados, não terem surtido os efeitos deseja-dos, os magistrados continuam a fazer tábua rasa do que são as suas competências. Quaisquer que venham a ser as medidas concretas para avançar com a modernização e a organização das estruturas judiciais, elas re-flectirão ainda quatro preocupa-ções: a idade, experiência e de vida dos magistrados judiciais e

do Ministério Público, os novos tipos de ilícitos que alarmam os cidadãos, a sensação de impuni-dade instalada e a operacionali-dade das forças de segurança.

O Tribunal Supremo tem novo Juiz-Presidente, por sinal antes Juiz Conselheiro do Tribu-nal Supremo:manuel miguel da Costa Aragão.

Qual é a actual posição de-manuel miguel da Costa Ara-gão e do Tribunal Supremo face às denúncias de exercício de

ChelaPress, na posse de todas as informações relacionadas com os processos nºs 005/2013- Provi-

dência Cautelar de Restituição Provisória de Posse; 33/013 - Providência Cautelar Não Especificada; 15/2014 - Providência Cautelar Não Especificada; Todas da Sala do Cível e Administrativo do Tribunal Provincial de benguela, dos quais Ro-sário de Fátima vaz Soares Borrego é requerida, mais uma vez, denuncia pu-blicamente a juíza Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de bengue-la, distribuidora de processos e filha do ilustre Jorge Sinde, advogado com ban-ca de advocacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal),

A senhora Rosário de Fátima vaz

Soares Borrego foi citada aos 28 de Fe-vereiro do ano em curso da decisão dos presentes autos da Providência Cautelar de Restituição Provisória de Posse, onde também aparece notificado António Francisco Umbelino vicente

Acontece que da mesma decisão foi notificado o Requerente.

Compulsados os autos, o jornal Che-laPress constatou que já decorreram mais de 6 (seis) meses, desde a data em que o impostor António Francisco Um-belino vicentefoi notificado da decisão e até à presente data, sem que para tal o mesmo apresentasse a acção principal.

À luz da alínea a) do nº 1 do artigo 382º do Código de Processo Civil, “a Pro-vidência Cautelar ficou sem efeito, por-quanto, António Francisco Umbelino vicente, não propôs a acção principal de

que depende, dentro de 30 (trinta) dias”.Porém, a Providência ora decretada

pela juíza Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Admi-nistrativo do Tribunal de benguela, dis-tribuidora de processos e filha do ilustre Jorge Sinde, advogado com banca de advocacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Códi-go Penal), visava acautelar e prevenir a demora previsível da decisão da Acção Principal possessória e, uma vez não ten-do sido feita a proposta dentro do prazo, caduca pela sua inutilidade supervenien-te, independentemente de qualquer re-curso ou pendência que possa existir no processo.

Assim sendo, em obediência ao dis-posto do nº 1 do artigo 383º do supraci-tado diploma, a Providência Cautelar ora

decretada deve ser levantada por caduci-dade e sem audiência do autor, uma vez que actualmente extinguiu-se o direito acautelado na medida em que a posse está e sempre esteve com o impostor, António Francisco Umbelino Vicente.

Face ao exposto, não resta mais nada à senhora Rosário de Fátima vaz Soares Borrego se não requerer, infelizmente à juíza Elsa Ema do Rosário Jorge Sin-de, chefe da Sala do Cível e do Admi-nistrativo do Tribunal de benguela, dis-tribuidora de processos e filha do ilustre Jorge Sinde, advogado com banca de advocacia em benguela (crime de acordo com o artigo 104 e seguintes do Código Penal),para julgar procedente eser decla-rada sem efeito a Providência Cautelar de Restituição Provisória de Posse, por caducidade.

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CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014

AqUI mAndo EUPor: francisco rasgado

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vICTOR mOITA

O RETRATO DE Um HOmEm DE FUTURO

“mas vale ter 10% a dizer a verdade do que ter

90% e andar a fazer listas de promessas que não são para cumprir, sobretudo, nas aproxi-mações das eleições”.

De olho nas eleições, o governo do M.P.L.A prepara-se para deixar atrás as amargas e inevitáveis iniciativas que custarão no futuro muito mais caro à população.

A partir de 2015 ( já com o aniversário de José Eduardo dos Santos, Presidente da Re-pública de Angola enquadra-do), com vista às eleições de 2017, assistiremos um grande movimento de atormentação de imagens falsas.

Porém, a grande novidade e

que deveria estar a ser saudada como vitória pelo executivo do kremlin(com a entrada de Isaac dos Anjos, um político experimentado), só pensa em acomodar os seus interesses pessoais, quando na realidade o seu edifício de grande porte está a ser detonado publica-mente.

No entanto, nada é tão surpreendente quanto a impru-dência dos políticos do partido e do próprio Isaac dos Anjos, com a nomeação de David Lu-ciano Nahenda, para Secretário de Informação, alvo principal do processo dos funcionários fantasmas do governo de ben-guela, acusado de envolvimen-to com prisão.

Os partidos são corrup-tos, inaptos e cada vez

mais mal frequentados e mentirosos? Sem dúvida, eu subscrevo 100 petições que o afirmem. O que não subs-crevo é a ingenuidade ou a alucinação dos que implici-tamente acreditam que os partidos são uma entidade mítica e que os seus mem-bros caíram do céu ou são deuses. Já foi moda!

A classe política em geral, em todas as latitudes e em particular a angolana, é composta por sujeitos como nós, com diferença de que optaram pela referida carreira em detrimento do trabalho a sério.

É imperioso dar voz à sociedade civil. No entan-to, sucede que a sociedade civil fala imenso através dos partidos que dela emanam; Quando se reúne com os partidos; Quando almo-ça com eles; Quando está ansiosa por fazer parte deles e protesta contra o sistema até o sistema a aceitar.

Os partidos são assim porque Angola é assim.

Às vezes, inadvertida-mente, chego a desconfiar

Isaac dos Anjos é um gran-de Político, com créditos

firmados, que se emociona e apaixona com facilidade pelas causas justas.

Nos seus pronuncia-mentos está, na maioria das vezes, sempre certo.

O que ofusca a sua grandeza é a forma laminar, cortante com que as verda-des ou não são ditas, assim

como os locais, muitas vezes, não os mais apropriados, para folclorismos - chegando mesmo a tocar as raias da deselegância.

Sensatez, sentido de respeito e cidadania acima de tudo.

Isaac dos Anjos,não obstante, continua a ser o governante e político certo para benguela.

que a sociedade civil angola-na é pior do que os partidos. Nestes, há uma espécie de seleção nada natural e pouco

eficaz, mas de qualquer modo uma selecção. Sempre que a selecção não existe é loucura.

Uma Providência Cautelar Não Especificada, mesmo depois de inviabilizada por caducida-

de, continua a determinar a destruição da Cetenco Lda e o desemprego de dezenas de trabalhadores.

Tudo iniciou com uma decisão tomada pelas juízas Catarina micolo e Elsa Amaral, ambas da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de benguela. Esta última corroborou mais por solida-riedade, e depois não soube sustentar a sua deci-são, deixando o assunto a mercê dos seus oficiais de diligências.

Estes, por sua vez, num autêntico exercício de fome, em conluio com Eliseu Luís dos Reis e José Luís, o palhaço do primeiro, com apoio dos escritórios de advogados de Dias Cangato, forjaram documentos, fizeram diligências indevidas, que permitiram que o património da Cetenco Lda, sem uma decisão judicial resultante de uma acção principal, esteja a ser delapidado pelo José Luís e posteriormente incorporado porManuelFeliciano, provavelmente a mando de Eliseu Luís dos Reis. Fala-se a boca pequena que Eliseu Luís dos Reis anda foragido, algures em Portugal, depois de ter metido as mãos num dinheiro indevido em Angola.

Eliseu dos Reis,sempre acompanhado dos seus capangas e oficiais de diligências da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de benguela, invadi-ram sem um conhecimento prévio os escritórios e a pedreira da E.A.b – Empresa de Areia de benguela. Dias antes assaltaram os escritórios da Cetenco Lda, de onde fizeram desaparecer muitos documentos, entre os quais o imobilizado que consta nos relató-rios oficiais de contas e cópias originais arquivadas que a qualquer momento poderão ser solicitadas à Repartição de Finanças. Falsificaram listas de máquinas supostamente localizadas na pedreira da E.A.b, nomeando incisivamente máquinas perten-centes à C.I.T.I.C, uma empresa chinesa, e duas britadeiras propriedade da empresa Prolage, desco-berta uma em Kilengues e outra na Cacula (Huila). Quiseram envolver,sem êxito, a Direcção Provincial de Investigação Criminal, assim como o Comando Provincial da Polícia Nacional. Os advogados de Eliseu Luís dos Reis abandonaram-no por cons-tantemente apresentar muitas mentiras e por não honrar, até a presente data, os compromissos finan-ceiros estabelecidos com os mesmos – advogados reunidos Dias Cangato.

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15CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Dimensão

Carlos Alberto Bilhastres, natural de Alcobaça – Por-tugal, de 59 anos de idade,

casado com Fernanda Bilhastres, pai de três filhos, chegou a Angola em 1993, pelas mãos de Adérito Saramago Areias Pereira, para trabalhar numa das unidades do grupo Naipe,mais concretamente na empresa Motauto.

Mal chegou à bonita cidade das Acácias Rubras de benguela, apaixonou-se, sem remédio, pe-las belezas e encantos do lugar.

A cidade tem fama e aqui fi-cou definitivamente com armas e bagagens.

Pouco tempo depois, sem muitos resultados, concluiu que não teria muito futuro e espaço para realização de alguns dos seus objectivos primários. Já com o conhecimento necessá-rio sobre a dinâmica da cidade, de forma amigável despediu-se do Grupo Naipe.

Carlos Bilhastres não cru-zou os braços, e, mais uma vez, teve que se virar de outra forma. Movido por uma vontade férrea de estabelecer-se como homem de bem e de negócios, ensaiou um espaço de lazer denominado Café da Cidade, no coração da

O critério supremo da verdade é a práticaFomento de Angola.

Começou a construir o seu império, que acabou mais tarde por alterar por completo a fisio-nomia da cidade e transformar-se no seu refúgio de eleição.

benguela fez de Carlos Bi-lhastres um dos personagens mais queridos, e talvez dos mais bem sucedidos no mundo do empresariado que a Província conheceu no dealbar da década de 90 e seguinte.

Carlos Bilhastres ,na sen-da da construção do seu impé-rio denominado de C.A.b., que compreende um bar-Café, um Mini-mercado, um Restaurante, Camionagem, Venda de Tele-móveis e Recargas, Cyber-Café e quejandos, deixa clara a sua capacidade empreendedora, li-derança, competência e deter-minação. São predicados que ninguém hesita em lhe apontar.

Apelidaram-no de “Self made man”, um termo que nada tem de pejorativo, bem pelo contrário, serve na justa medi-da para definir a postura pro-fissional do percurso e a acção determinante na concretização dos seus objetivos, no processo histórico que culminou com a

criação do Grupo C.A.b – Carlos Alberto Bilhastres. Empreendi-mento que só foi possível devi-do à perseverança e capacidade de luta que sempre manifestou em todos os pequenos e médios negócios ao qual esteve ligado.

O reconhecimento da socie-dade e das autoridades de ben-guelaexigiram dele um espaço maior e mais digno, o que não tardou.

Na posse de um terreno ad-quirido, tempos antes, localiza-do na rua principal da cidade de benguela, construiu um exube-rante prédio, em parceria com a benguela Construções de Fer-nando vidinha, para onde vai definitivamente transferir, nos próximos tempos, o quartel ge-neral do seu Grupo. Num ápice alcançou o estatuto de “cidadão de Benguela”.

Raramente uma cidade terá ficado a dever tanto a um só ho-mem. Juntos, benguela e Carlos Alberto Bilhastres.

Um verdadeiro exemplo de luta abnegada, de sacrifício e de coragem (contra tudo e todos os maledicentes).

Um autêntico “self-made man”.

urbe benguelense. À medida que o negócio foi

evoluindo, preparou as bases para o aparecimento do Grupo C.A.b. – Carlos Alberto Bilhas-tres.

Na viragem política, já com

o Café da Cidade consolidado e considerado um dos sítios mais procurados de benguela, esten-deu as suas actividades para ou-tros ramos com o apoio exclu-sivo de uma grande mulher, já funcionária do b.F.A – banco de

O SELF-mADE mAN DE BENGUELA

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16 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Cultura

Benguela Construções – Construção Civil e Obras Públicas LdaContribuinte Fiscal Nº 5111029184

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PROJECTAMOS E CONSTRUIMOS O FUTURO

O rastafarianismo é religião

O Rastafarianismo é uma religião afro-ja-maicana, nasceu nos anos 30, mas teve a

sua origem no processo de afri-canização da religião e cultura “Revival” na Jamaica no decorrer do século XIX.

Quando a 2 de Novembro de 1930 o RAS (soberano) TAFARI MAKONNAN (1892 – 1975) foi coroado “Rei dos Reis” e adotou o nome de Haile Selessie, que significa “Força da Trindade”, o retrato do rei correu o mundo.

Os primeiros profetas rasta-fáris ligaram o título Rei “Leão ganhador da Tribo de Júda” ao Apocalipse 22, 16, 5.5, 19 e 16, sendo o próprio Deus preto con-firmado através de Jeremias 8:21, e mais, segundo a tradução da bíblia na versão de King James, o Kush é denunciado como sen-do a Etiópia. Por esta razão Haile Selassie foi considerado o Deus Jah e subsequentemente toma-do como Jesus Cristo do nosso tempo.

Em Abril de 1966, o impera-dor da Etiópia visitou a Jamaica. A sua visita foi entusiasticamente festejada pelos seus discípulos Rastafaris ou Rasta (versão curta) como se de Deus vivo se tratasse. Era o criador, o Deus-Pai Omni-potente Jah Rastafári, que não pode morrer e por esta razão a morte de Haile Selassie não criou o colapso dos Rastafáris.

Entretanto, os acontecimen-tos sucedem-se. Marcus Garvey (1887 – 1940) apareceu como reencarnação de João baptista, apenas por ter profetizado em 1929: “Olhem para a África, quan-do eles coroarem um rei preto, o dia da libertação chegará”.

Garvey, um descendente dos Maroons, combatentes africanos pela libertação do século XVIII na Jamaica, transmitiu nos anos 20, como líder do nacionalismo pre-to nos Estados Unidos da Améri-ca e como visionário do pan-afri-canismo – com a Etiópia como símbolo dos pretos na América e África – uma nova consciência do seu valor. Além disso, Marcus Garvey chamou a atenção para necessidade de se ter um enga-jamento mais activo para os seus próprios interesses.

Adiantando que na bíblia a mentalidade africana e espiritu-alidade são a base da rastologia, da doutrina do Rastafarianismo e que deve ser estudada frequen-temente, mas independente das tradições da exegese e da dog-matização. Por esta razão os Ras-

tafáris não reconhecem nenhu-ma organização de Igreja, mas sim grupos diferentes, dos quais o acesso individual a Deus – às vezes fazendo-se com ajuda do consumo de droga, a “ganzá” (cannabis sativa) – é procura-do através de meditação. Esta procura entende-se como um encontro com Deus em nós pró-prios, como unificação com força do universo, chamada Força Trin-dade.

A correspondência é evidente com a experiência espiritual afri-cana, quando o acontecimento do “Eu e eu” para manifestarem a união eterna com Deus Jah - que não é Deus transcendental, que promete um reino nos céus de além, mas existe dentro de nós - razão pela qual o trato com a bíblia só pode ser existencial.

Da vida religiosa apenas fa-zem parte reuniões festivas – Na-tal e Ano Novo dia 7 de Janeiro e 11 de Setembro respectivamente,

o dia 23 de Julho, aniversário do Imperador e o dia 2 de Novem-bro, o coroamento, nos quais se reza, canta, se tocam batuques e se dança.

Assim cresce o sentimento de ligação entre o homem e Deus Jah, designada com a “Força da Trindade Santa”.

A música do Deus Jah, de-signada de reggae, descobriu o mundo inteiro. Como seu maior intérprete entende-se bob Mar-ley (1945 – 1981), às vezes visto também como a reencarnação de Marcus Garvey.

O reggae é a expressão da visão africana da salvação e da li-bertação dos verdadeiros israeli-tas, dos Rastas contra a babilónia terrível. A babilónia é o Símbolo do sistema corrupto da repressão branca e do pensamento racista. O objetivo dos Rastafáris é o ca-minho do Zion terreno, a África.

Só a mudança geral das rela-ções sociais possibilitará o preva-

lecimento do amor de Jah entre todos os homens, conforme mu-sica de bob Marley “burn Down babilon” (Queimar completa-mente a babilónia).

O Rastafári é como um juda-ísmo, um caminho e uma reali-dade fora do resto do mundo: “A holy/hola way of life” que signi-fica “caminho santo da vida” ou “caminho verdadeiro da vida”.

Do judaísmo assumem-se os 10 mandamentos, sobretudo a proibição de corte do cabelo, da barba, e o consumo do álcool. Os dread locks (tranças) dos Rastas mais velhos, símbololizam o leão, símbolo de África.

As instruções bíblicas em re-lação às mulheres menstruadas são respeitadas. Importantes são também as instruções que proí-bem o consumo e de répteis.

Quando às comidas, criou-se uma cultura alimentar própria: “Ital-food”, que significa uma ali-mentação vital e sancionada por

Deus, basicamente vegetariana, não química ou industrialmen-te trabalhada. A linguagem dos Rastas, “dread talk”, tem caracte-rísticas próprias que se desenvol-veram a partir do inglês jamaica-no africanizado.

A Rastalogia, o reggae, a cultura alimentar própria e a linguagem própria criaram uma identidade cultural para os Ras-tafáris. Os Rastas conseguiram transmitir à maioria dos jamaica-nos (98% de origem africana) um nova consciência da sua identi-dade africana.

Nos últimos anos a criativi-dade conferiu-lhe um grande respeito, implicando não pôr em causa a sua existência. Entretanto a igreja católica inglesa conheceu o Rastafarianismo como religião, enquanto a igreja católica etiópia – ortodoxa cultiva com ela um contacto muito próximo. Hoje o número de Rastas eleva-se em alguns bons milhões de adeptos, estando os maiores grupos loca-lizados fora das Caraíbas, nome-adamente nos E.U.A., Canadá e Inglaterra.

Na Jamaica, o Rastafarismo encontra partidários e entusias-tas não só na classe média, mas também no meio dos intelectu-ais.

O reggae é muito admirado em todo em todo mundo, de África até ao Japão.

Textos: bIRGIT RAMONA OEHMEFotografia: ARQUIVO CHELA

A rastalogia, o reggae, a cultura alimentar própria e a linguagem própria criaram uma identidade cultural para os rastafáris. os rastas conseguiram transmitir à maioria dos jamaicanos (98% de origem africana) um nova consciência da sua identidade africana.

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18 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 19CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Jazz Club Jazz Club

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oferecemos uma proposta prática e global às necessidades dos nossos clientes.

O Rasgado’s Jazz Club, um empreendimento cultural localizado na primeira linha da baía

Azul, município da baía Farta, em benguela, é um clube com instalações próprias para efeito, que tenciona congregar no seu seio aficcionados do Jazz como à mais alta expressão músico-cul-tural. Reunir todos os potenciais apreciadores do ritmo, estudio-sos, praticantes e envolvê-los

sem excepção partidária, racial, religiosa e de sexo no exercício quotidiano do clube.

Neste contexto, pretende-se criar um calendário anual sócio-cultural, nacional com envolvência internacional que compreenderá acti-vidades regulares de Jazz ao vivo, workshops para abordagensde temas re-lacionados com o Jazz, a sua origem, contribui-ções e outros aspectos intrínsecos.

O Rasgado’s Jazz Club vai funcionar em regime de sócios e, pre-tende ser um projecto dedicado ao desenvol-vimento cultural da pro-

víncia de benguela, a oferecer apoio concreto a Direcção Pro-vincial da Cultura de bengue-la, na realização de programas que concorram para a melhoria da qualidade músico-cultural e tecnológica da sociedade ben-guelense.

Tendo em conta a dimen-são do projecto Rasgado’s Jazz Club e os montantes envolvidos para a sua concretização, a pro-cura de parcerias com entidades cujo envolvimento do ponto de vista promocional e de forneci-mento de matérias-primas seja exclusivo, tornando-se funda-mental.

Todavia, o aparecimento do Rasgado’s Jazz Club foi mar-cado por um festival Interna-cional de Jazz, que teve lugar no cine calunga nos dias 02 e 03 de Abril de 2011, às 19 ho-ras, contou com várias bandas provenientes de Moçambique; muzila Project e Yanga Project que teve como cabeça de cartaz a categorizada cantora Rahima, de Cabo-Verde Kim Alves, de Portugal, Lourent Filipe e três participações com sua respecti-vas bandas de Luanda; Afrika-nita, Rui Bento Cesar, Yola Se-medo, e a banda de Hélvio, em representação de benguela.

O RASGADO’S JAZZ CLUB abriu nas redes so-ciais um espaço para recepção de propostas e ideias para a elaboração do estatuto, formação da Direcção do Club de Jazz (de preferência de

estrutura simples, objectiva e sem apêndices), data para a primeira reunião de sócios, a ter lugar no aludido clube, na baía-Azul – benguela, no último trimestre do corrente ano e marcação do dia de abertura oficial do mesmo.

No entanto, mais uma vez, importa aqui salientar, que o RASGADO’S JAZZ CLUB é um clube privado, reservado o direito de admissão, propriedade da mANSÃO mARIA máxImA BOAvIDA, que compreende duas esplanadas, um restaurante, um resort com vários bungalows em estado de finalização, uma loja de conveniência, um museu e vários

palcos para concertos de praia. Porém, o RASGADO’S JAZZ CLUB, no meio de todo este

exuberante e paradisíaco mundo, apenas detém o conceito de jazz, ou seja, a parte cultural do jazz que vai funcionar no interior do restaurante. O resto, são espaços que vão ser alugados a terceiros, assim como à restauração do aludido espaço para o exercício musical do jazz.

Todavia, é da responsabilidade do RASGADO’S JAZZ CLUB a elaboração dos programas culturais mensais com grupos provenientes de diversas latitudes do mundo, os contratos, as chegadas e os regressos dos músicos e ban-das, logística(hospedagem, alimentação e lazer), publicida-de, promoção e venda de espaços publicitários.

O acesso ao RASGADO’S JAZZ CLUB far-se-á mediante

a apresentação de um cartão de sócio intransmissíveldevi-damente protegido.

O sócio devidamente legalizado ( joia e quotas em dia), pode fazer-se acompanhar da esposa, namorada, amiga ou amigo.

O sócio tem como benefícios: acesso ao parque de estacionamento privado, acesso grátisnas actividadesdo RASGADO’S JAZZ CLUb,nomeadamente concertos de praia e nos festivais nacionais e internacionais de jazz tem lugar garantido e o bilhete adquirido na metade do preço.

No RASGADO’S JAZZ CLUb, quanto ao consumo, o sócio beneficia de 10% de desconto.

A DIRECÇÃO www.facebook.com/rasgadosjazzclub

APRESENTAÇÃO DO RASGADO’S JAZZ CLUB

Algumas informações para orientação dos presumíveis sócios

Nº NOmE CIDADE 1 Adelaide boavida Rasgado benguela 2 Áderito Saramago Pereira Areias benguela 3 Afrikkanitha Luanda 4 Aladino Correia Palege Jasse Moçambique 5 Álvaro Eugénio benguela 6 Álvaro Manuel Júnior da Silva Luanda 7 Armando da Cruz Neto benguela 8 Carlos Alberto da Silva (Cabé) benguela 9 Carlos Miranda Luanda 10 Dumilde Rangel benguela 11 Fernando Simões benguela 12 Francisca do Rosário Rasgado Luanda 13 Galvão branco Luanda 14 Lucrécio Costa Luanda 15 Manuel Vicente Inglês Pinto Luanda 16 Mario Cabral Itália 17 Mário Paiva Luanda 18 Matias Lima Coelho Luanda 19 Miguel Máquina benguela 20 Mito Gaspar Malanje 21 Nuno borges Luanda 22 Octavio Pinto benguela

23 Osvaldo Rasgado benguela 24 Rafael Richard Oehme Rasgado Alemanha 25 Reginaldo Silva Luanda 26 Sandro da Fonseca Rasgado China 27 Sandro Santos benguela 28 Sérgio Fonseca Rasgado Espanha 29 Victor Aleixo da Costa Luanda 30 Aires Africano Neto Luanda 31 Alberto Hendrick da Silva Luanda 32 Alberto Neto Alemanha 33 Alcina Maria Jordão da Silva benguela 34 Aldemiro Vaz da Conceição Luanda 35 Alexandre Diniz Santos Luanda 36 Álvaro Manuel boavida Neto bié 37 Américo borges Luanda 38 Ana Antunes dos Reis Portugal 39 Ana Cristina A. V. de Ceita Luanda 40 Ana Filomena Ferreira Luanda 41 Ana Maria da Silva Luanda 42 Ana Maria de Oliveira (Careca) Londres 43 Ângelo Veiga Tavares Luanda 44 Aníbal José Rasgado benguela 45 Anselmo Gilberto benguela

46 António Arsénio da Silva benguela 47 António Dias Luanda 48 António Ferreira Lobito 49 António Luís Cortez de Lobão benguela 50 António Ole Luanda 51 Armando bendrau benguela 52 Armando Valente Namibe 53 Armando Vieira benguela 54 Artur Cunha Luanda 55 Artur Neves Huambo 56 basílio Santos Luanda 57 beto Sousa Luanda 58 bigó Lubango 59 birgit Ramona Oehme Alemanha 60 Cacato Mendes benguela 61 Carla de J. P. Ramos Williams benguela 62 Carlinho Jardim benguela 63 Carlos Alberto (Zimbabwe) U.S.A 64 Carlos Duarte Luanda 65 Carlos Flora Ramos benguela 66 Carlos Freitas Luanda 67 Carlos Nascimento Luanda 68 Carlos Viegas de Abreu Luanda

TODOS OS PRESUmívEIS SóCIOS CONSTANTES NESTA RELAÇÃO TERÃO 30 (TRINTA) DIAS PARA REGULARIZAREm AS SUAS ADESÕES COm FICHAS TOTALmENTE PREENCHIDAS E DUAS FOTOGRAFIAS. FINALIZADO O PRAZO, OS INCUmPRIDORES SERÃO SUBSTITUíDOS.

69 Carlos Vieira Lopes Luanda 70 Cátia Isabela Mendes Cruz Luanda 71 Celestino Eliseu Kanda Luanda 72 Chiri Nascimento Luanda 73 Ciro Emanuel Moreira Rasgado Londres 74 Coco Fançony benguela 75 Cristina de Fatima boavida Luanda 76 Daniel Correia Luanda 77 Daniel Ferreira benguela 78 Dário Correia benguela 79 David Martins Luanda 80 Diavita Rasgado Luanda 81 Dilcinho Lacerda benguela 82 Dino Dessay Luanda 83 Dionísio Mendonça Luanda 84 Dionísio Rocha Luanda 85 Ducho Correia benguela 86 Edmundo Peres benguela 87 Eduardo baptista Luanda 88 Eduardo Cerqueira bié 89 Eliseu bumba Luanda 90 Elsa Goia benguela 91 Elvino Gouveia (Vinito) Luanda 92 Eruno Rasgado Pereira Luanda 93 Eugénio da Silva Lubango 94 Eurico Silva Lubango 95 Eusébio de brito Teixeira Kwanza-Sul 96 Eusébio Rangel Luanda 97 Evaristo Leão benguela 98 Evaristo Macedo Lubango 99 Faustino boavida da Silva Luanda 100 Feliciano boavida Rasgado benguela 101 Felipe Mukenga Luanda 102 Felipe Zau Luanda 103 Fernando Alves Lubango 104 Fernando Andrade benguela 105 Fernando Coelho da Cruz Luanda 106 Fernando da Trindade Jordão Luanda 107 Fernando de Almeida Luanda 108 Fernando José Luanda 109 Fernando M. Rodrigues Vidinha benguela 110 Fernando Pontes Pereira Luanda 111 Fernando Sardinha benguela 112 Francisco das Chagas Luanda 113 Francisco de boavida Rasgado benguela 114 Francisco Gando Xavier benguela 115 Francisco Macedo benguela 116 Francisco Rocha Luanda 117 Gonçalo Miguel Rodrigues Pereira benguela 118 Guilherme Galiano Luanda 119 Gustavo Costa Luanda 120 Gustavo Dias Vaz da Conceição Luanda 121 Hauser benchimol benguela 122 Helder Nhandamo Moçambique 123 Henda Rasgado Luanda 124 Henriques Calenga benguela 125 Herculano D. e Costa (Lanucha) Namibe 126 Horácio de Jesus Rasgado Luanda 127 Hortêncio Andrade Luanda 128 Humberto Gago Afonso benguela 129 Isaac dos Anjos benguela 130 Isabel Fernandes benguela

131 Jaime Cohen Luanda 132 James da Trindade Jordão Luanda 133 Jerónimo belo Luanda 134 João Alves benguela 135 João António do Sacramento Neto Luanda 136 João baptista Luanda 137 João Felix da Silva Luanda 138 João Gomes benguela 139 João Gorjão benguela 140 João Maria de Sousa Luanda 141 João Peres do Amaral Luanda 142 Joaquim de Almeida (Nosso Futuro) Lobito 143 Joaquim Grilo benguela 144 Joaquim Vieira Luanda 145 Job Graça Luanda 146 Jorge Arrulo Lobito 147 Jorge Chaves Lubango 148 Jorge Dambi benguela 149 Jorge Fonseca benguela 150 Jorge Gabriel benguela 151 Jorge Manuel Toulson Leite Velho Lobito 152 Jorge Prata benguela 153 José António Tavares benguela 154 José Araújo Torres benguela 155 José Correia benguela 156 José Maria (Combal) Luanda 157 José Maria Sita Luanda 158 José Pascoal A. Lopes Luanda 159 José Paulo Pinto de Sousa benguela 160 José Vieira Luanda 161 Júlio Lopes Cordeiro benguela 162 Justino Pinto de Andrade Luanda 163 Kalu Mirrado benguela 164 Leonardo Serra Van-Dúnem Luanda 165 Leonel da Silva Luanda 166 Leopoldo Muhongo benguela 167 Lourdes Marisa boavida Rasgado Luanda 168 Lucrécio Cruz Luanda 169 Luís Fernandes Luanda 170 Luís Manuel Serra Van-Dúnem Luanda 171 Luís Nunes Lubango 172 Luís Oliveira Rasgado Luanda 173 Luís Vasco (Pepino) benguela 174 Luís Vaz da Conceição Luanda 175 Manuel Andrade Espanhã 176 Manuel de Sousa bandeira Portugal 177 Manuel Junior Luanda 178 Marcio Rasgado Pascoal benguela 179 Marcos Cohen benguela 180 Maria da Luz benguela 181 Maria Delfina Rasgado Luanda 182 Maria do Rosário Coração boavida Luanda 183 Maria Dulce Idalina Lobito 184 Maria João baía-Farta 185 Maria Luna Peixoto Mendes Cruz Luanda 186 Maria Paula Ramos Furtado Luanda 187 Mario Fernandes Luanda 188 Mario Jorge Mello Xavier Luanda 189 Mario Morais Leite Junior Namibe 190 Mario Santos Luanda 191 Mario Silva Luanda 192 Martinho Nunes Luanda

193 Mateus Eduardo Luanda 194 Mauro Silva benguela 195 Mendinho Ângelo benguela 196 Mifaria Luanda 197 Miguel Neto Lubango 198 Miguel Paim benguela 199 Mussolo Vaz da Conceição Luanda 200 Nelito Monteiro benguela 201 Nelma Horta Luanda 202 Nelson Pestana Luanda 203 Nene Pizarro Luanda 204 Nguxi dos Santos Luanda 205 Norberto Garcia Luanda 206 Numa Pompeu Pompilio da Silva benguela 207 Octavio Serra Van-Dúnem Luanda 208 Osvaldo de J. da S. S. Oliveira Luanda 209 Osvaldo Simões benguela 210 Passos Lopes Luanda 211 Paulo Fançony (Coco) Luanda 212 Paulo Flora benguela 213 Paulo Rangel benguela 214 Paulo Rasgado Luanda 215 Paulo Tonet Luanda 216 Pedro Morais Neto Luanda 217 Pedro Santos Luanda 218 Prudêncio Rita São Tome 219 Ricardo Peres benguela 220 Roberto Lima benguela 221 Rosário de Fátima Vaz S. borrego benguela 222 Rui bento César Portugal 223 Rui Fançony (Coco) Luanda 224 Rui Jorge barata Luanda 225 Rui Mingas Luanda 226 Salaviza Luanda 227 Salvador Rodrigues Lubango 228 Salvador Rodrigues (Dodô) Luanda 229 Sandra Duarte Lubango 230 Sandra Fonseca benguela 231 Sandro Freitas Lubango 232 Sebastião Teixeira benguela 233 Sérgio da Trindade Rasgado benguela 234 Silva Candembo Luanda 235 Simão Cacete Luanda 236 Simão Pedro Chitunguila benguela 237 Sito Simões benguela 238 Teresa Cohen Luanda 239 Teresa Costa Lobito 240 Ulisses Maia Luanda 241 Valdemar bastos Luanda 242 Valdemar Correia benguela 243 Victor Assuilo benguela 244 Victorino Hossi Luanda 245 William Tonet Luanda 246 Yola Semedo Luanda 247 Yolanda de Fátima V. M. Viegas Luanda 248 Zacarias Camwenho benguela 249 Zé Guerreiro Luanda 250 Zeca Van-Dúnem Luanda

Baía-Azul, aos 25 de Junho de 2014A DIRECÇÃO

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20 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 21CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014

Carta Aberta

estamos perante um estado/partido/polícia onde os cargos governamentais estratégicosquer locais, quer centrais e não só, são dominados por elementos de baixa visibilidade.são lembranças e imitações nada sensatas e perigosas do sistema colonial fascista.o estado/partido representado pelo m.p.l.A,há 39 anos no poder, está muito mais interessado em defender a sua continuidade, a eternidade do seu poder doque resolver os problemas do povo angolano.A saúde, a educação,a justiça,a cultura, a economia, as finanças, a agricultura, o comércio e a po-lítica precisam essencialmente de qualidade, de quadros capazes, competentes e responsáveis e não de polícias que pululam agora por todos os serviços, fardados de intelectuais e trabalhadores.cada macaco no seu galho. o homem de baixa visibilidade é um polícia, o saber específico de saúde é outra unidade. não con-fundamos crescimento do sector público com o controle do saber público. eles só querem é mesmo destruir o país, acabar com os angolanos de Angola.

A saúde tem um saber específico

CARTA ABERTA

SUA EXCELÊNCIA, ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOSPRESIDENTE DA REPÚbLICA LUANDA

C/C: Secretário-Geral do MPLA Ministro da Comunicação Social Ministro da Economia Ministro das Finanças Partidos Políticos na Oposição

Assunto: Qualificador Fantasma na TPA

Excelência, Na perspectiva de se melhorar o salário dos trabalha-

dores, foi criado por despacho presidencial um documento que outorga as empresas públicas de elaborarem um qualificador com base num padrão pré-estabelecido com os seguintes itens: habilitações literárias, tempo de serviço, qualificação profissional, cursos e outros.

O qualificador, tem por objectivo, restaurar a remune-ração dos funcionários, constantes das empresas públicas em regime especial e que não beneficiem do incremento ou seja do reajustamento que regularmente vem se ope-rando na função pública, por estas não estarem abrangidas por lei, como é o caso da TPA.

À semelhança de outras empresas, a TPA, também foi solicitada a proceder a entrega de um qualificador, projec-to começado na era do então Sr. PCA António Henriques, no ano de 2012. Sabe-se, que antes da sua retirada, já o projecto se encontrava na sua fase terminal. Com a sua exoneração tudo voltou a estaca zero.

A actual administração, notando que tal qualificador retiraria os trabalhadores da sua condição de mendigo, atendo a forma honesta como tinha sido elaborado, refor-mulou tudo e forjou um qualificador atípico em 4 mode-los, de modos a ludibriar os trabalhadpores, as entidades fiscalizadoras e competentes para a sua implementação.

A título exemplificativo, a administração da TPA, fez

chegar recentemente ao MAPESS, um modelo de qua-lificador e foi prontamente rejeitado por se apresentar em desconformidade com a lei. A administração não se conformou com a situação e criou lobbis para influenciar a aceitação do modelo à todo custo.

Excelência, estamos perante um caso de oportunis-

mo e sabotagem, visto haver aqui uma clara intenção de enriquecimento ilícito.

Devido aos maus salários que os trabalhadores aufe-rem, a TPA, é hoje assolado pelo vírus da promiscuidade, nepotismo, absentismo, exclusão. Etc., etc., etc.

Os trabalhadores vêem-se obrigados a subornarem ou criarem corredores para atingirem a cargos de chefia, porque é a única forma de se ganhar bem e de se ter benesses.

Assim, na TPA, sobretudo na área de informação dificil-mente encontramos trabalhadores de base. As nomeações são sucessivas, ainda que não se exerça a função o essen-cial é subir o salário, ja que o mesmo se torna irredutível após exoneração.

É de salientar que o Sr. Gonçlves Nhangica é tido como um deus na TPA face o peso que tem. É um homem que consegue nomear e subir o salário dos seus, de forma unilateral. Confunde-se a sua figura com do PCA, dada as suas competências ilimitadas. Todo mundo procura prostrar-se diante do mesmo para ser nomeado ou subir o salário.

Há trabalhadores com mais de 20 anos de casa, não conhecem o actual PCA, porque é um homem que foge o contacto com os trabalhadores. Só para exemplificar, desde que assumiu o cargo, até aqui, só se reuniu com os motoristas, por estes ameaçarem uma greve, tendo mes-mo dito que não lhe interessava a reclamação do pessoal mas somente as orientações baixadas pelo Partido. Hoje, o pessoal questiona-se “será que todas as incompatibilida-des por que passa são mesmo orientações superiores?”

Excelência, velem pela situação da TPA, ainda vai à tempo de se dar dignidade aos trabalhadores e mudar o rumo dos acontecimentos, antes que tal qualificador seja implementado em desfavor dos trabalhadores.

Por outro, no acto da elaboração do mesmo qualifica-dor, pessoas há que fizeram esquemas para ascenderem em escalões privilegiados.

Recorda-se, que o Sr. PCA é o responsável pela área dos Recursos Humanos. Diga-se mesmo que ele perdeu o controlo da empresa, porque os piratas (peritos em informática) entraram no sistema informático dos Recur-sos Humanos e alteram às suas tabelas salarias e dos seus próximos a troco de alguma recompensa. É o negócio que opera na TPA.

É comum encontrarmos na TPA pessoas com as mesmas categorias, mesmo tempo de serviço com salários ostensivamente desiguais.

Excelência, engana-se quem pensa que frustrados sejam somente os jovens que não tiveram sucesso aca-dêmico ou que não trabalhem. Também descontentes e frustrados estão os profissionais da TPA, sacrificados dia e noite, andando à pé com todos os riscos da cidade de Luanda.

Muitos para sobreviverem, têm de recorrer mensal-mente às Kinguilas. Estas, até já se tornaram colegas dos funcionários da TPA, porque têm acesso livre às instalações da empresa para efectuarem cobranças.

A TPA, está desprovida de condições de trabalho. Carece de viaturas e de meios técnicos. Mas quem passa defronte à empresa vê o parque de estacionamento abar-rotado de carros. A empresa compra sempre carro menos para trabalho. O então Sr. PCA António Henriques, deixou muitas viaturas para trabalho mas a actual administração deu um destino adverso as mesmas. Os profissionais ape-nas vivem de aparência.

Excelência, a actual administração perdeu toda a legitimidade de continuar a dirigir a TPA. A TPA é uma empresa de grande dimensão e está mergulhada numa gestão ruim. Precisa de um homem com idoneidade moral e profissional.

Luanda, 12 de Agosto de 2014.

Os Trabalhadores da TPA

RADARO grupo benguela Construções – Construção Civil e Obras Públicas, localizado na zona Industrial II Calom-botão – benguela, que tem à frente dos seus destinos o empresário de referência Fernando vidinha, está envolvido numa grande polémica com os representan-tes de Deus na terra.

A entidade eclesiástica em causa é acomunidade católica do Uche,à caminho da província da Huíla.

Quatro trabalhadores da empresa benguela Construções LDA foram as vítimas, ocupantes de uma viatura nova que foi abalroada por uma outra viatura, conduzida por missionários católicos, que se apresen-tava fora de mão. Do acidente brutal resultaram quatro feridos em estado grave, todos eles pertencentes à viatura acidentada. Os feridos mal socorridos e fora do tempo, passados meses e anos ainda apresentam gra-ves lesões e o pior não aconteceu porque a benguela Construções, LDA., dispõe de seguros de trabalho que têm vindo a custear as despesas e salários dos sinistrados.

A igreja Católica, os missionários católicos, os re-presentantes de Deus na terra responsáveis pela gran-de tragédia recusam-se peremptoriamente a dar a cara e assumir as suas responsabilidades, alegando ser o proprietário da benguela Construções LDA.,Fernando vidinha, o responsável,por estar coberto de muitos pecados.

Fernando vidinha conhecedor da dimensão dos seus pecados, que não são nada poucos e pequenos, face as alegações da Igreja, remeteu-se ao silêncio.

Fernando vidinha, a meio de uma conversa com alguém, levou as mãos ao rosto para verificar e ter a certeza da quantidade de pecados existentes.

Moral da história:Fernando vidinha face ao acontecido, limitou-se a

fazer algumas cartas desgarradas à entidade em causa e, curvando-se à santidade, não foi capaz de contrapôr o mutismo da mesma com um processo judicial para reposição da legalidade, ou seja, para ser compensado.

Fernando vidinha apenas quer provas, quer saber se efetivamente se com seu silêncio o seu lugar no Reino de Deus, ao lado de Deus, está garantido.

CONTINUAm AS AmEAÇAS à FRANCISCO RASGADO

Durante vários dias, o jornalista Francisco Rasgado manteve o telemóvel no silêncio sempre que estava na redação do jornal ChelaPress. Era a única forma de evitar uma sublevação por causa do barulho: durante uma semana, recebeu 196 chamadas (só atendeu 20), 90 SMS e dezenas de mensagens de voz.A razão para tanta populari-dade está explicada no artigo que pode ler no jornal Chela-Press, edição nº 1521, na capa (manchete)e na página nº 4: Despedida de Amaro Segun-da “quiabo” para breve – um rural que um dia imaginou ser urbano.

Francisco Rasgado, director do jornal ChelaPress, segun-do informações circulantes à boca pequena, já está com a morte encomendada e sacra-mentada.

Os presumíveis mandan-tes, homens de baixa visibi-lidade, Ricardo Segunda, Administrador Municipal do Lobito, Magistratura da Província de benguela, Pro-curador Francisco Fortunato, Procurador Dias Baptista da Silva, juíza Catarina micolo, Elsa Sinde, juíza chefe do tribunal de benguela da Sala do Cível e do Administrativo, filha de Jorge Sinde, advoga-do renomado com banca na cidade de benguela, Eduarda magalhães “Dada”, a inqui-sição do M.P.L.A. em bengue-la, irmãos mota, António Francisco Umbelino vicente e manuela vaz morais vicente, manuel Francisco, ex-Administrador Municipal de benguela e José Augusto vieira, ex-chefe da reparti-ção técnica da Administra-ção Municipal de benguela. Será? Assunto muito sério e reflectivo.

Novos desenvolvimen-tos nas próximas edições do jornal ChelaPress.

qUAL SERá O PREÇO DA mORTE DE FRAN-CISCO RASGADO?

mARIDO CONTRATA PROFESSORA NOS ESTADOS UNIDOS DA AmÉRICA PARA APRENDER A DANÇAR

AS JUíZAS E OS ADvOGADOS NO CABESTRO

vIDINHAENTRE O CÉU E O INFERNO, ESCO-LHEU O CÉU

Maria Delfina Rasgado, economista e diretora do Gabinete da Secretaria de Esta-do paraFinanças, vai fazer dia 15 de Outubro 60 anos de idade.

A ideia de fazer uma festa comemorativa no dia 17 de Outubro com muito brilho é excelente, diz o marido Daniel Correia, carinhosamente conhecido por “Dany”, natural do Uíge e descendente de cabo-verdianos.

Uma festa programada para 300 convidados, a ter lugar no Clubedos Caçado-res, em Luanda, cujos preparativos já estão em curso sob orientação expressa do cunhado Dany.

Cunhado Dany, como não é nada bom em danças e para não deixar ficar mal a mulher no momento da abertura do salão, já contratou uma professora especiali-zada em semba, kizomba, valsa, rock, funk e twist.

A professora escolhida, depois de grandes consultas e selecção, foi a senhora Juliana Evangelista Basílio, ex-esposa do ex-vice governador da Província de ben-guela, João Evangelista Basílio, que se encontra actualmente a viver nos Estados Unidos da América.

Contrato firmado e bilhete de passagem pago e na mão, Juliana Evangelista Basílio aterrouem Luanda para sem mais delongas dar cumprimento ao programa previamente definido, que visava, em menos de uma semana, pôr Daniel Correia a dançar que nem michael Jackson e outros dançarinos natos.

Durante uma semana e todos os dias, a professora Juliana Evangelista Ba-síliosubmeteu oinstruendo a uma carga que envolveu: corrida para emagrecer, dieta, exercícios gestuais e corporais e teve como adjunto Humberto Trindade “Nascadidinha”,um dançarino nato,proveniente propositadamente do Lubango para o efeito.

No decorrer dos ensaios o cunhado Dany,todo atabalhoado e desengonçado, por várias vezes, tal era a ânsia, pretendeu trocar as cores à professora, confundin-do, pulando, saltando e emitindo gritos “zulus”. Como tudo na vida: quem sabe, sabe. Com disciplina a professora Juliana Evangelista Basílio impôs o seu ritmo e levou o barco a bom porto. Estava feito o trabalho.

O local do crime, escolhido para aprendizagem, foi a residência de Jesus Rasgado,cunhado de Dany, localizado no Luhongo -Catumbela – benguela longe dos olhares de todo mundo. Olhem só, o secretismo que tal operação envolveu. Tal não foi a exigência do cunhado “Dany”.

No entanto, importa salientar que a professora Juliana Evangelista Basílio também deu aulas de danças ao engenheiro Kopingo, engenheiro Zé maria, Hen-da Rasgado, Helende Rasgado e ao próprio ex-marido, João Evangelista Basílio.

Em benguela, os advogados, por determinação do juiz-presidente do tri-bunal de benguela, deixaram de ter acesso aos processos dos seus consti-tuintes, salvo com autorização expressa da juíza da causa. Algumas juízas, sobretudo as da Sala do Cível e do Administrativo, ostensivamente não respondem aos pedidos de autorização dos advogados e em muitos casos recusam-se em recebê-los.

É caso para perguntar: onde fica e onde está a Ordem dos Advogados deAngola - benguela? Em benguela existe alguma Ordem?

A juíza Elsa Ema do Rosário Jorge Sinde, chefe da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de Benguela, distribuidora de processos e filha de Jorge Sinde, advogado com banca de advocacia em benguela, está em estado de crime, segundo o artigo nº 104 e seguintes do código penal há vários anos e a Ordem dos Advogados de Angola em benguela nunca se pronunciou e os advogados nunca participaram.

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23CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014ChelaJAZZ

TITO PUENTEErnesto António “Tito” Puente foi um músi-co americano de salsa e compositor de jazz latino.

Era filho dos nativos porto-ri-quenhos , Ernest e Ercilia Puen-te, que viviamna comunidade espanhola do Harlem, em Nova Iorque. Puente é muitas vezes apelidado de “O Papa Musical”, “El Rey de los Timbales” (O Rei dos timbales) e “O Rei de Música Latina”. É mais conhecido pelo mambo dançante e composições de jazz latino que subsistiramnu-ma carreira de mais de 50 anos. Ele e sua música aparecem em muitos filmes, como Os Reis do Mambo e Calle 54, de Fernan-do Trueba . Foi convidado para participar em vários programas de televisão, Sesam Street , The Cosby Show e, mais notavelmen-te, no The Simpsons, episódio de duas partes “ Quem Matou Mr. burns? “.

INíCIO DA vIDA Tito Puente nasceu a 20 de abril de 1923, no Harlem Hospital Center em Nova Iorque. A sua família estava constantemente a mudar-se, mas ele passou a maior parte de sua infância na área do Harlem Espanhol. O pai de Puente foi capataz de uma fábrica de lâminas.

Em criança era descrito como hiperactivo, e apósos vizinhos reclamarem contra o barulho produzido por um menino de sete anos de idade batendo em panelas e caixilhos das janelas, e sua mãe o mandou para aulas de piano. Aos 10 anos envere-dou pela percussão, contamina-do pela influência dobaterista de jazz Gene Krupa. Na década de 30criou um duo de música e dança com a sua irmã Anna. Pre-tendendo tornar-se dançarino, foi acometido por uma lesão no tendão do tornozelo que oimpe-diu de prosseguircom a dança.

Quando o baterista da ban-da Machito foi convocado para o exército, Puente tomou o seu lugar.

Mobilizado em 1942, Tito Puenteserviuna Marinha, onde permaneceu 3 anos. Passou à reseva com uma distinção pre-sidencial por terparticipado em nove batalhas comoelemento pertencente à unidade de trans-portes eescolta USS Santee (CVE-29) . A lei GI bill permitiu-lhe es-tudar música na Juilliard School of Music, onde completou uma educação formal em regência, orquestração e teoria musical. Em 1969, recebeu a chave Iorque das mãos do ex-prefeito JohnLin-dsay . Em 1992, foi incluído no Registo do Congresso Nacional, e em 1993 recebeu a Medalha do bicentenário James Smithson do Smithsonian.

Durante os anos 1950, Puen-te estava no auge de sua popu-laridade, e ajudou a trazer sons afro-cubanos e caribenhos, como o mamboe cha-cha-cha, para o grande público.

Puente foi tão bem sucedido tocando ritmos populares afro-cubanos que muitas pessoas er-roneamente o identificam como sendo cubano.

Dance Mania, possivelmen-te o álbum mais conhecido de-Puente, foi lançado em 1958.

Mais tarde, mudou-se para mais os diversos sons, incluindo a

O ExPOENTE máxImO DO JAZZ LATINO

música pop, bossa nova e outros. Eventualmente estabeleceu-se com uma fusão de géneros de jazz afro-cubano e latino que se tornou conhecida como “salsa” (um termo de que ele não gos-tava).

Em 1979, Puente ganhou o primeiro dos cincoGrammy Awards para os álbuns de Um tributo a benny Moré, On broa-dway, Mambo Diablo, e Goza Mi timbal.

Em 1990, foi condecorado com a medalha Puente Smithson do bicentenário James. Também foi premiado com um Grammy no primeiro Grammy Awards Latino , pelo melhor álbum tra-dicional tropical com Mambo birdland.

Em 1995, apareceu como ele mesmo no episódio de Simpsons “Who Shot Mr. burns?” No início de 2000, gravou o documen-tário musical Calle 54 , vestido debranco com a sua banda. Em 31 de Maio, depois de um show em Porto Rico, sofreu um ataque cardíaco fulminante e foi levado para Nova Iorque para uma cirur-gia de reparação da válvula car-díaca. Mas complicações desen-volveram-se e morreu durante a noite de 31 de Maio para 01 de Junho de 2000.

Em 2003, recebeu postuma-mente o Grammy Lifetime Achie-vement Award.

O nome de Tito Puenteé fre-quentemente mencionado numa produção de televisão denomi-nada La Epoca, um filme sobre a

era Palladium em Nova Iorque, a música afro-cubana e ritmos, Mambo e Salsa como danças e música e muito mais. O filme aborda a forma de estar e contri-buições deTito Puente eArsenio Rodríguez e apresenta entrevis-tas com alguns dos músicos de Puente gravando comAlfonso “El Panameño” Joseph , LuísMan-gual, Julian Lianos e outros.

O filho de Puente, o caçula, Tito Puente, Jr. , continuou o le-gado de seu pai, apresentando muitas das mesmas músicas em suas apresentações e gravações, enquanto a filha Audrey Puente é apresentadora de uma esta-ção de TV meteorologista para WNYW e WWOR-TV , em Nova Iorque.

A neta de Puente, Janeen Puente, é uma cantora e líder de banda. A sua banda é conhecida como a OrquestraJaneen Puen-te.

PRÉmIOS E RECONHECImENTOS

• Timbales em exposição no Smithsonian.

• Durante a presidência do senador Roberto Rexach Be-nítez, Tito Puente recebeu a honra única de ter participado numa sessão especial do Senado de Porto Rico dedicada a ele, e apresentou-se no seu estilo úni-co no plenário do Senado, en-quanto decorria a sessão.

• Em 10 de Setembro de 2007, deu nome a uma estação de correios no Harlem espanhol,

tendo sido nomeado pela United States Post Office.

• Um anfiteatro no Luis Muñoz Marín Park recebeu o seu nome em San Juan, Puerto Rico.

• Em 1996, foi homenageado na cerimónia de encerramen-to das Olimpíadas de Verão em Atlanta, Georgia. Os timbales que ele usou estão em exposição no Museu Nacional de História Americana, em Washington DC.

• Em 1997, foi condecorado com a Medalha Nacional das Ar-tes.

• Em 1990, recebeu uma es-trela na Calçada da Fama de Hollywood. (Câmara de Comér-cio de Hollywood ref)

• Em 1984,recebeu um decre-to honorário da Câmara Munici-pal de Los Angeles.

• Em 5 de Junho de 2005, Puente foi homenageado pela Union City, New Jersey , com uma estrela na Calçada da Fama em Union City Celia Cruz Park.

DISCOGRAFIA • Mambos Vol. 2 (1951) Tico

Registros• Mamborama (1955) Tico

Registros• Puente in Percussion (1956)

Tico Registros• Cha Cha Cha for Lovers

(1956) Tico Registros• Top Percussion (1958) RCA

Victor• Dance Mania (1958) RCA

Victor• Dancing Under Latin Skies

(1959)

• Tambo (1960) RCA Victor• Cha ChaWith Tito Puente at

Grossinger’s (1960) RCA Victor• El Rey: Bravo (1963) Tico Re-

gistros• El Rey (O Rei) (1968) Tico

Registros• El Rey: Tito Puente & His Latin

Ensemble (1984) Concord Picante

• Mambo Diabolo (1985) Con-cord Picante

• Jazzin ‘(com India ) (1996) Tropi Jazz / RMM

• Rei da Percussão (1997)• Selecção de Mambo e Cha

Cha Cha (1997)• 50 Anos de Swing (1997)• Tito Meets Machito: Reis do

Mambo (1997)• Cha Cha Cha Rumba Beguine

(1998)• Dance Mania 99: Live at Bir-

dland (1998)• The Very Best of Tito Puente

(1998)• Timbalero Tropical (1998)• Yambeque (1998)• Absolute Best (1999)• Carnival (1999)• Colección original (1999)• Golden Latin Jazz All Stars: In

Session (1999)• Latin Flight (1999)• Latin Kings (1999)• Lo mejor de lo mejor (1999)• Mambo Birdland (1999)• Special Delivery com Maynard

Ferguson (1999)• Rey (2000)• His Vibes & Orchestra (2000)• Cha Cha Cha for Lovers

(2000)

22 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Publicidade

O NOvO FERRO vELHO Uma casa de artistas

Concentre-se e imagine que está a almoçar ou a jantar num restaurante e de repente, olhando para o lado, vê a cantora Yola Semedo ou ainda o Hélvio vidal; o Carlos Albano, “Roberto Carlos angolano” ou quem sabe, o matias Damásio.

Imaginou? Gostou? Então você já se imaginou no restaurante o Novo Ferro velho.

É isso mesmo, o Novo Ferro velho, além da tradição, asseio, qualidade, óptimo sabor das refeições e um atendimento especial é a nova coqueluche de Benguela. É famoso por ser frequentado por intelectuais, estudantes, jornalistas, políticos, turistas, artistas de toda a Angola e Portugal, e, como é mais do que óbvio, pela sociedade benguelense.

Daniel Ferreira, que dirige o restaurante juntamente com a esposa Leila Pompilho, diz que já virou uma tradição, as pessoas que visitam a cidade das Acácias Rubras, almoçarem ou jantarem no Novo Ferro velho. Principalmente os empresários da construção e imobiliária, completou Daniel.

Com um ambiente agradável e muito familiar, o Novo Ferro velho, consegue passar uma sensação de casa de amigos, onde todos se sentem à vontade.

Outro destaque é a decoração. motores de barcos velhos, lemes, barris de vinho, boias, roldanas, dezenas de garrafas de licor beirão vazias, máquinas de escrever antigas, fotos e guardanapos autografados por pessoas famosas que já passaram pelo restaurante, estão expostas em murais. Dedicatórias de artistas, jogadores de futebol e políticos somam-se às fotos históricas da cidade de Benguela.

Tudo isso dá um ar ainda mais tradicional à casa.

No entanto, a grande estrela do restaurante o Novo Ferro velho é outra: naco de vitela com molho de pimenta verde acompanhado com arroz e batatas fritas.

“A diferença é que ele é feito com alma”, brinca Daniel.

mas, a estrela não é solitária. O restaurante o Novo Ferro velho também oferece leitão a bairrada, pizzas, as melhores da cidade, vitela a mirandesa, arroz de mariscos, arroz tamborim, cozido a portuguesa e polvo a lagareiro (aos domingos), sopas diversas (legumes e feijão), saladas variadas, com óptimos acompanhamentos.

Certos ferros velhos não devem ser quebrados. Por isso, segundo Daniel, o chefe do restaurante Novo Ferro velho, “as ideias ou os conceitos que funcionam não devem ser mudadas”.

Conserva a tradição de atender bem e satisfazer os seus clientes.

SERvIÇOEmPRESA: Restaurante o Novo Ferro VelhoENDEREÇO: Marginal da Praia MorenaTELEFONE: 925 650 666FUNCIONAmENTO: 2ª feira à 2ª feira: das 10 horas às 24 horasqUARTA-FEIRA: noite da francesinha qUINTA-FEIRA: jantar dançante Sábado: jantar com música ao vivo

Aceitamos também cartões VISA e Mastercard

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25CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Arte

24 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Sociedade

Na vida de Francisca do Rosário Rasgado, procuradora do Ministé-

rio Público, falta espaço para a tristeza. Não tem motivos.

Francisca do Rosário Ras-gado não é do tipo que fica em casa remoendo tristezas. Mãe de dois filhos, embarcou, mais uma vez solteira, para o ano 2014 e no dia 6 de Setembro de 2014 assinalou o seu noivado com o empresário José Luís marques, com farra de bradaraos céus.

“Claro que ninguém vive num mar de rosas, mas tento fazer dos momentos felizes

uma eternidade. É o caso desta viagem. Vivo o presente e o futuro, sem perder tempo como passado que apenas serve para tirar ensinamentos: Estou encarando o noivado, assim como o casamento no próximo ano muito bem, como terapia, e estou muito bem nesta nova condição. Antes não imaginava que seria capaz disso”, garantiu Francisca Rasgado.

Durante a viagem que teve lugar na residência de João Felix, seu primo, localizado no condomínio Cajueiro da So-nangol em Talatona, conversou

em exclusividade com o jornal Chela Press! Sobre o que espera para este ano, que para ela só começa a partir de agora. “Estou no meu melhor”,brincou. Confira as fotografias.

A festa de noivado contou com a presença de 150 convida-dos. Rosas vermelhas e castiçais com pingentes enfeitavam o espaço reservado para o evento. O jantar preparado a preceito pela Cafaco estava a altura da procuradora e dos convidados. Nos dias seguintes, os noivos foram para a lua-de-mel anteci-pada em Portugal.

CONCURSO PÚbLICO PARA EXPLORAÇÃO CO-MERCIAL NO COMPLEXO - MANSÃO MARIA

MÁXIMA bOAVIDA

A Mansão Maria Máxima boavida – Imobiliária e Proprie-dades dá a conhecer que está aberto o concurso público para recepção de propostas de exploração comercial de cinco espaços – Rasgado’s Jazz Club, ResortRayna Nassirya, LojadeConveniência-Sahamy Cassandra Verhaaren,EsplanadaJoãoSerrae Espaço Cultu-ral para Exposições, todos localizados no complexo Maria Máxima boavida – baía Azul, município da baía Farta, em benguela.

A Mansão Maria Máxima Boavida, salienta que os fins de exploração comercial autorizados estão restritos às áreas acima mencionadas para Festas e Eventos, Formação, Workshops, Con-ferências, Club de Jazz, Exposições, Restauração, Loja de Conveni-ência, Cyber e Recreação.

Todas as propostas deverão ser enviadas por escrito para o escritório doRasgado’s Jazz Club.

Mansão Maria Maxima boavida, rua direita asfaltada da baía Azul, casa S/N, município da baía Farta – Província de benguela, em envelope fechado e lacrado, com os seguintes documentos:

• A carta de apresentação da empresa concorrente;• Cópia da respectiva documentação legal;• Número de contribuinte fiscal;• Contacto e Bilhete de Identidade do seu representante

legal;• Referências de trabalhos anteriores;• Projecto de exploração previsto para cada um dos espa-

ços;• Proposta de renda mensal.A Mansão Maria Máxima boavidaalerta para o facto de que só

serão consideradas as propostas que, sendo válidas, sejam entre-gues impreterivelmente até a data limitada de 20 de Dezembro de 2014, antes das 17 horas.

No entanto, para recepção dos elementos técnicos com vista ao estudo do processo de exploração comercial e agendamento de visitas ao local, as entidades interessadas poderão contactar o escritório do Rasgado’s Jazz Club através dos terminais telefó-nicos: 923 390 283, 926 817 394, 933 524 288, 923 30 28 51, no período das 08 horas às 12 horas e das 14 horas às 17 horas, dias úteis.

Rasgado’s Jazz Club, na baia Azul aos __ de Outubro de 2014

A direcção__________________________

Maria Dulce Idalina Freitas Rodrigues

Poder em festa

POESIAS“Só DEUS DIRá qUANDO”Foi difícil de acreditarque estavas me deixando,tu morrias e eu pensavaque era apenas um sonho.

três dias estavascontra a morte lutandomas quando deus manda a escadaé porque está nos esperando.

um pai quando se vaiele se torna um santotodas as noites ao deitar-mepeço-lhe que de manhã me chame.

ele sempre há-de estara correr no meu sangueaté mesmo no meu andare quando estiver gesticulando.

têm saudades que se matamas as tuas não tem como,é difícil eu te encontrarsem que seja nos meus sonhos.

eu não encontro o lugarque hoje estás habitandode certeza vou te encontrarmas só deus dirá quando.

A vida é uma felicidadequando ainda não temos nome,e é chamada de infelicidadequando se perde alguém que amamos.Texto dedicado a todos os filhos que perderam os seus pais.

PENSAmENTO

“Entre a Sorte e o Azar”.Nem sempre agente passa porque no imprevisto mora o azar, às vezes as coisas acontecem depois da gente passar, assim posso dizer que a sorte ajudou-nos a passar. Às vezes acontecem exactamente antes da gente passar, aí posso dizerque viaja comigo o azar.

ulisses maiaescritor e poeta

CHELAPRESS CADA vEZ mAIS RICOO colectivo e o jornal Che-

laPress, doravante, conta com um novo colabora-

dor que passará a assinar a pá-gina de banda desenhada. Para melhor conhecimento dos leito-res apresentamos algumas infor-mações pessoais e profissionais sobre o novo colaborador.

Álvaro Quinda Sampaio, filho de AntónioSampaio e de Albina Joana de Oliveira, nascido aos 19 de Fevereiro de 1987 em benguela, residente em bengue-la, no bairro 70.

Iniciou-se em desenho desde tenra idade. Autodidacta, é membro do NJP (Núcleo de Jovens Pintores) desde 12 de Junho de 2002, onde se aperfei-çoou em desenho e pintura.

É membro fundador do NU-bAND (Núcleo de banda Dese-nhada) onde desempenha o car-go de coordenador de relações Públicas. Actualmente coordena a área pedagógica da escolinha de artes Traços e Cores na qual é detentor do Prémio Nacional de Cultura e Artes edição 2009 na área de Artes Plásticas.

EXPOSIÇÕES COLECTIVA PARTI-CIPADAS2005 –Cine Kalunga programa Jovem Mania2006 – Hotel Mombaka2007 – Disco-fera alusivo ao

benguela.2009 - Exposição Chá de Caxin-de no Solar do Leões2009– Exposição no Projecto Omunga2010– Exposição da NUbANDa-lusiva ao dia 17 de Setembro

2010 – Hotel Mombaca.2011 – Jardim da Administração de benguela.2012 – FIb (Feira Internacional de benguela) no estádio Om-baka.2012 – Exposição no Festival do

Mar/Namibe2013 –FIb (Feira Internacional de benguela) no estádio Ombaka.2013 - Super Mercado Kero2014 - Universidade Jean Piaget 2014 – FIb (Feira Internacional de benguela) 4ª edição.

aniversário da Polícia2007 – TPA – benguela2008 – Exposição NUbAND no jardim do Museu Nacional de Arqueologia 2008– Exposição nojardim da Administração Municipal de

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26 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Sociedade

vinho versus cantorias

Noite de aniversário deixa coronel Faustino emocionado

Paulo flora, o descanso do guerreiro

Aos 47 anos de idade, o empresário todo-o-terreno Rogério Paulo Colaço Flora nasceu para viver um doce e apaixona-do romance com a sua legítima esposa, Claudia Cristina

Brandão Bastos e Silva Flora, um amor renovado no calor da de-gradação da sociedade.

Os que conhecem o empresáriosão unanimes em afirmar que é um homem muito amável, delicado e gentil (não obstante os quinhentos) para com a sua esposa, prole e amigos.

Dono de um notório conhecimento de benguela nova e hábil na arte de fazer amizades, encanta com a sua forma de estar.

Foi que nem fênix a emergir das cinzas que Paulo Flora decidiu surpreender, no dia 16 de Setembro de 2014, os familiares e ami-gos com um exuberante jantar. O aniversariante foi contemplado com várias prendas, entre elas uma fisga “chifuta”.

Diversão, boa disposição, muita animação e gente jovem no Restaurante Tropical, à frente do famoso jardim milionário, em benguela.

“Andei por várias provínciasmas, curiosa-mente, foi em benguela que encontrei o meu porto seguro”, afiançou à Chela-

Press o manuel Joaquim Francisco durante o jantar comemorativo dos seus 50 anos, dia 18 de Julho de 2014, realizado no seu espaço hoteleiro, denomina-do de Ex baza, localizado na baía de Santo António – benguela.

Como seria de esperar, os elogios feitos àquele que é hoje considerado um dos mais conceituados e populares financeiros do exército angolano – F.A.A, foram muitos repetidos, mas as palavras mais curio-sas acabaram por vir de Túlio Lopes Cordeiro, ge-neral apenas para os amigos e um forte amigo do aniversariante: “não sou admirador, nem crítico do coronel Faustino, sou apenas o seu biógrafo, nada

mais. Admirador é muito vago e crítico talvez muito feroz”, explicou Tulhão. Já o carismático brigadeiro Pascoal – chefe financeiro do exército escolhido para discursar no decorrer do jantar, disse que “O coronel Faustino é uma referência para mim e aprendemos juntos todos os dias. É um grande e muito especial amigo”.

No final do jantar, coronel Faustino não escon-deu a emoção de ter os amigos presentes e confes-sou mesmo que “é uma grande emoção olhar para os amigos militares e civis e sentir que me são tão especiais.

Esta não é uma data qualquer, e tinha de ser, e foi, comemorada de forma especial. Em 50 anos tive alguns bons e maus momentos, mas o balanço é, acima de tudo, muito positivo.

Na sociedade dos vinhos de benguela, o nome de mi-guel Alexandre Flora Silva é sinónimo de alegria. Tal-vez por isso é que ele está sempre está sempre cercado

de pessoas queridas. No seu 43ºaniversário surpresa, realizado no dia 20 de Setembro, na Catumbela e em benguela, ganha-ram mais que uma prova de carinho.

Além de um belo jantar comemorativo, oferecido e orga-nizado pelo amigão Paulo Peres da Catumbela (o dono do local do crime) e Paulo Flora, seu primo, miguel recebeu os parabéns de um ecléctico grupo de amigos e teve direito a uma sessão de Karaokê, onde, com o devido respeito (depois de bem comido e bebido), o aniversariante não cantou “porra”

nenhuma! Roncou, rugiu, mugiu e tossiu. “Estou-me sentindo cada vez mais novo e mais feliz.

Hoje quero ser o maior cantador da Catumbela, coadjuva-do pelo meu primo Carlos Flora, um cantador exímio. que grande dupla”, disse o aniversariante.

Sorte ou azar deles... a guerra já acabou. Senão bem seriam, os dois, colocados na frente de combate para afugentarem o adversário.

Parabéns, amigo miguel dos vinhos. E mais, ainda tenho comigo a tua prenda que é nada mais, nada menos, um pano samacaca para utilizares na bunda quando estiveres a cantar.

AmIGO mIGUEL vIATURAS mOTORIZADAS COmPUTADORES mOBILIáRIO DIvERSO ESCOLA DE CONDUÇÃO

COmERCIAL

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COmÉRCIO GERAL, ImPORTAÇÃO, ExPORTAÇÃO, PRESTAÇÃO DE SERvIÇOS

Sede: Bairro Setenta 6ª rua, Zona AFiliais: Bairro Setenta 1ª rua, Bairro Benfica rua 4, Rua Serpa Pinto e Avenida Dr. António Agostinho Neto

Tlm: 923 532 297 / 917 231 648 - Email: [email protected]

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28 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014 29CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Sociedade Sociedade

KATO’S BAR–Um ESPAÇO “IN” DE BENGUELA

TCHIRINAWA, A CATEDRAL BENGUELENSE

RESTAURANTE-BAR-ESTRELA

RESTAURANTE “O ESCONDIDINHO”

CINE KALUNGA – O OUTRO LADO DA NOITE

SISTEmAS DE ENSINO Em DEBATE Em NOvEmBRO

A decoração, em tons de branco, e o ambien-

te casam-se bem com os animadores, na sua maioria forasteiros.

O espaço aberto, na praia Morena, junto ao mar faz jus ao nome e aposta nos motivos da terra. Dos mais assíduos, destaque para Elsa Goia, Cici Jordão da Silva, Carlinho Jardim, João Gomes, em represen-tação do bem-estar com a vida, e Camoma, Dinho Simões, Hauser Benchimol entre os noctívagos que apreciam a noite. A música segue o cânone habitual!

Oh Cacato mendes!... estás de parabéns. Mérito para Odeth Colombo, a dona da noite benguelense.

NOITES qUENTES DE BENGUELA “BENGUELA BY NIGHT”

Kintas Kentes recreativas bem produzidas e muito movimentadas, são os fortes deste Kalunga/Dancing, que aposta na permanente

animação para cativar os clientes. Com muita música, todas as Kintas e ao vivo com bandas e cantores conceituados nacionais e estrangei-ros. Este espaço faz a diferença, tornando difícil no Cine Kalunga não encontrar motivos de interesse para além da música e de um ou outro copo para combater a desidratação, no calor ou no frio, no cacimbo.

Impera a boa música da actualidade, angolana e internacional.

A editora Inovar-sistema de Ensino em Angola(EDITORA ISE LDA), em parceria com o Instituto Angolano de Investigação e Desenvolvimento da Educação(INIDE) promovem a partir de 1 de Novembro do ano em curso, em Luanda, um Congresso de apresentação ,análise e debate das características e conteúdo programático do sistema de ensino.

Segundo uma nota enviada a Redacção deste jornal, o evento reunira 350 pessoas, entre profissionais da educação ligados as instituições do ensino publico e privado, cujo acto realizar-se-á na sala de Conferências do Memorial António Agostinho Neto, num período de sete horas.

O Congresso, segundo a nota, enquadra-se na Lei de bases do Sistema de Educação em Angola, Lei numero 13/01 de 31 de Dezembro de 2001, baseada na Declaração mundial de Educa-ção Para Todos, apoiada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Convenção sobre os Direitos da Criança.

Uma das discotecas da moda da noite bengue-lense, que aposta forte na clientela feminina.

Nos dias de casa cheia podem chegar aos milhares os frequentadores doTchirinawa.

Apesar de estar na rua dos bombeiros,uma localização aparentemente pouco privilegiada e distante dos grandes círculos nocturnos da cida-de de benguela, não há mão para tanta obra.

A casa já tem tradição, e essa é uma circuns-tância habitual.

O Tchirinawa é ponto de referência da noite

de benguela para os homens da noite mais aplicados. Quem gira à volta da noite não falha o Tchirinawa que conta, nos seus palmarés, com as noites temáticas mais badaladas de bengue-la. Apesar de contar entre os seus clientes com gente de todas as idades, é nos 18 e 30 anos que está o seu público. Como não podia deixar de ser, a música mais ouvida é a que tem vindo a ser produzida pelos músicos angolanos da actuali-dade, parando também por tudo que é semba, house e tecno.

Ainda não sabe o que oferecer à cara-metade? Mora em benguela ou perto?Então sugerimos que vá jantar ao Restaurante-Bar-Estrela, ali bem no centro, com vista para o coração da cidade. O ambiente é de luxo e a ementa é do chefe.

É um restaurante maravilhoso, completamente restaurado. A dois passos do Largo da Peça,

em benguela, a oferta de sabores da gastro-nomia internacional,lagosta americana, arroz de garoupa com gambas, fletes de garoupa francesa, passando pelo bife à Escondidinho, costeletas de porco à salsicheiro, naco de vitela no churrasco ao alho e galinha do campo no

churrasco e, os doces e vinhos divinos, servidos em ambiente requintado, mas familiar. Expe-rimentem almoçar ou jantar no restaurante O Escondidinho, com um serviço personalizado tendente a fazer com que a pessoa se sinta em casa. Quem cozinha é o renomado chefe “Bi” de monteiro, uma garantia de qualidade. É um local único.

PUb

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30 CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Economia

31CHELAPRESS | 23 DE OUTUbRO 2014Lembranças

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vários são os desenvolvi-mentos que se têm feito sobre o desaparecimento

físico de António do Carpo Teixeira de Oliveira “Tó Carpo”, filho deAntónio de Oliveira Agostinho e de Elizette Silva Teixeira de Oliveira,que não desistem de procurar o filho em todos os cantos de benguela. Porém, ainda não ouvi um único comentário ou esclarecimento público feito por quem de direi-to sobre o que terá acontecido com Tó Carponestefatídico sábado do dia 8 de Setembro de 2007.

Qual o seu estado de espí-rito ao sentir-se afastado para sempre do amigo Tó Carpo de forma tão brutal? Qual terá sido a verdadeira dimensão brutal do acidente? Julgo que, sem

qualquer interesse masoquista, o entendimento do sofrimento que os pais, irmãos, amigos e funcionários do grupo Tecno4, se é que ainda existe,estarão ainda hoje a produzir um impacto muito mais sério e contundente do que aquele que parece ter sido o único sofrimento até agora referen-ciado! O dos entes queridos. O sensato nestes casos, tendo em conta a grandeza, os efeitos, estará, no meu entender, mais na continuação colectiva da me-mória do defunto, simbolizada por um marco em homenagem, sob forma de estátua ou nome de uma rua, do que na dor que pode deixar aos seus entes queridos, que, com o tempo, depois se esfuma, desaparece e se esquece?!

HOmENAGEm mERECIDA A ANTóNIO DO CARPO DE OLIvEIRA “Tó CARPO”

mORREU O FOTóGRAFO DAS ACáCIAS RUBRAS

Um PORTUGUÊS BENGUELENSE DE qUILENGUES

Pedro Feliciano do Rosário Prumo, casado, 49 anos de

idade, nasceu em benguela, aos 31 de Dezembro de 1965, filho de Pedro Feliciano Prumo e de Maria Custódia.

Fez os seus estudos primá-rios na escola primária Deolinda Rodrigues em benguela, entre os anos de 1971 e 1976.

Em 1980, ingressou na escola do II nível Cdte Augusto Chi-penda, tendo interrompido os estudos para cumprimento do serviço militar nas ex-FAPLA.

No ano de 2006 concluiu o ensino médio no colégio O Gol-

PEDRO FELICIANO DO ROSáRIO PRUmO mORREU O vELHO ANíBALmanista dos homens mede-se através da sua postura perante o próximo e no exercício de actividades notáveis como é a de servir e compreender as grandes dificuldades, diferenças e dicotomias.

PedroFeliciano do Rosário Prumo, homem de qualidade admirável e de trato fácil,do qual todos nós colegas nos lembrare-mos com muita tristeza. Foi uma benção conhecê-lo pessoalmen-te e por conseguinte, tê-lo-emos sempre presente nos nossos afazeres diários. A dimensão e grandeza inquestionávelque se vislumbrava em si, transforma-das em amizade pura e clara, ajustada à paciência, à humil-dade, perspicáciae sentido de missão. Profissional dedicado, amigo de seus amigos, discreto e simples.

A presença de Pedro Prumo, no convívio laboral ou em encontros informais, adicionava sempre mais humor, mais alegria e descontração.

Amante da fotografia, como arte, de máquina em punho, o Pedrito seguiu e registou os momentos significativos da vida social, politica e económica do país e em particular da Província de benguela.

Pedro Prumo faleceu na manhã do dia 28 de Agosto de 2014, no Hospital Geral de ben-guela, e deixou viúva e um filho.

Que a sua alma pela miseri-córdia de Deus descanse em paz e que a terra lhe seja leve.

A notícia da morte do velho Aníbal, como era conheci-

do, entristeceu benguela.Aníbal de Almeida Pinho, de

seu nome, faleceu em benguela no dia 30 de Julho de 2014, aos 87 anos de idade. Era natural de Arouca-Portugal, onde nas-ceu aos 10/01/1927, e estava radicado em Angola, sua terra de eleição há 71 anos, reparti-dos por Quilengues e benguela. Em Quilengues, onde mereceu o cognome de “Camundwin-ga”, (bem-vindo no dialecto mutchilengue) durante 32 anos foi comerciante, distinto criador de gado, destacando-se tam-bém no mais alto escalão dos produtores de tabaco e algodão de Angola. Com a inseguran-ça provocada pela guerra de 1975, velho Aníbal mudou-se para benguela, onde nesta cidade cumpriu os seus últimos 39 anos de vida, agora e então dedicados à camionagem e à agricultura.

Homem de trato afável e dotado da mais sublime educa-ção, simpatia e saber, granjeou milhentas amizades entre crian-ças, novos e velhos, que a ele indiscutivelmente ficam a dever bons conselhos e ensinamen-

Assim sendo, a sociedade de benguela, os familiares e amigos de benguela do defunto António do Carpo Teixeira de Oliveira “Tó Carpo”, em reconhecimento do seu elevado valor como amigo e profissional, entenderam por bem recolher assinaturas, como forma de petição junto do Go-

verno de benguela, no sentido de tornar visível a edificação de um marco em sua memória.

Um livro aberto esteve, durante algum tempo, na cidade de benguela, para recolha de assinaturas em homenagem a António do Carpo Teixeira de Oliveira.

mARCO à mEmó-RIA DE ANTóNIO DO CARmO TEIxEI-RA DE OLIvEIRA “Tó CARPO”

A ideia de construção de um marco à memo-

ria de António do Carpo Teixeira de Oliveira “Tó Carpo”nasceu na sequência da sua inesperada morte, a8 de Setembro de 2007.

Um livro abertofoi criado para recolha de assinaturas efoi poste-riormenteapresentado ao Exmo. Engº Isaac Maria dos Anjos, actual governador da Província de benguela.

Contudo, o marcoé um projecto desenhado por muitos profissionais, nome-adamente, pelosarquitec-tosZacarias CamwenhoeLo-bão Cortez,e tantos outros amigos do malogrado “Tó Carpo”.

finho, em Benguela. Foi casado com a Senhora Maria Dombuela Tchiwala Prumo.

Iniciou as suas actividades profissionais, no ano de 1983, como foto-repórter no Comité Provincial do Partido MPLA, tendo posteriormente desem-penhado as funções de chefe de reportagem e controlo de arquivo.

Em 1989, desempenhou as funções de chefe responsável da delegação da ENFOTO no Município do Lobito.

Ingressou nos quadros do Governo de benguela, no ano de 1996, desempenhando as funções de repórter fotográfico, colocado no Centro de Docu-mentação e Informação (CDI).

Em 2004 foi nomeadoem Comissão Ordinária de Serviço, exercendo as funções de Chefe de Secção de Informação do Centro de Documentação e Informação (CDI).

Em 2013 foi nomeado, igual-menteem Comissão Ordinária de Serviço, exercendo as funções de director do Centro de Docu-mentação e Informação, até à data do seu passamento físico.

Na verdade,o carácter hu-

tos, porque era, velho Aníbal, doutorado pela sapiência da vida.

Partiu o homem ficou a sua obra, mas mesmo assim, ben-guela, além de enlutada, ficou mais pobre.

Velho Aníbal foi a enterrar às 15 horas do dia 2 de Agosto, no Cemitério Velho do Calundo, num comovente cerimonial fúnebre a que assis-tiram familiares e centenas de amigos.

Neste momento de profun-do pesar, o colectivo de jor-nalistas e os amigos do Jornal Chela Press, acompanham a dor dos filhos: José, António, Por-fírio, Cristóvão, Eurico, Miguel, Fernando, Idrolino, Rosa, Maria e Álida; dos netos, bisnetos e demais familiares do malogra-do.

Adeus e descansa em paz Velho Aníbal, porque os teus filhos saber-te-ão honrar com a continuidade da tua obra.

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