economia do rio grande do sul - polo naval

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Economia do Rio Grande do Sul Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa Tendo 8,8% do PIB nacional, a economia do Rio Grande do Sul é baseada na agricultura (soja , trigo , arroz e milho ), na pecuária e na indústria (de couro e calçados , alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química). Há que ressaltar o surgimento de pólos tecnológicos importantes no Estado na década de 1990 e no início do século XXI , nas áreas petroquímica e de tecnologia da informação. A industrialização do Rio Grande do Sul está elevando sua participação no produto interno bruto (PIB) brasileiro , trazendo investimento , mão-de-obra e infra-estrutura para o Estado. Atualmente, o Rio Grande do Sul está em quarto lugar na lista de estados mais ricos do Brasil. Com uma população de quase 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul é a quarta maior economia nacional, pelo tamanho do seu produto interno bruto, que chega a 8,8% do PIB nacional, superado apenas por São Paulo , Rio de Janeiro e Minas Gerais , respectivamente. A economia do estado possui uma associação com os mercados nacional e internacional superior a média brasileira. Desta forma, a participação da economia gaúcha tem oscilado conforme a evolução da economia do Brasil e também de acordo com a dinâmica das exportações. Índice [esconder ] 1 Municípios com maior PIB 2 Agricultura 3 Pecuária 4 Indústria o 4.1 Setor metal- mecânico o 4.2 Alta Tecnologia 5 Exportações

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Economia do Rio Grande do Sul

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Tendo 8,8% do PIB nacional, a economia do Rio Grande do Sul é baseada na agricultura (soja, trigo, arroz e milho), na pecuária e na indústria (de couro e calçados, alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química). Há que ressaltar o surgimento de pólos tecnológicos importantes no Estado na década de 1990 e no início do século XXI, nas áreas petroquímica e de tecnologia da informação.

A industrialização do Rio Grande do Sul está elevando sua participação no produto interno bruto (PIB) brasileiro, trazendo investimento, mão-de-obra e infra-estrutura para o Estado. Atualmente, o Rio Grande do Sul está em quarto lugar na lista de estados mais ricos do Brasil.

Com uma população de quase 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul é a quarta maior economia nacional, pelo tamanho do seu produto interno bruto, que chega a 8,8% do PIB nacional, superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente.

A economia do estado possui uma associação com os mercados nacional e internacional superior a média brasileira. Desta forma, a participação da economia gaúcha tem oscilado conforme a evolução da economia do Brasil e também de acordo com a dinâmica das exportações.

Índice

 [esconder]  1 Municípios com maior PIB 2 Agricultura 3 Pecuária 4 Indústria

o 4.1 Setor metal-mecânico o 4.2 Alta Tecnologia

5 Exportações 6 Horário e energia

7 Ver também

[editar] Municípios com maior PIB

Dados extraídos do IBGE/2007

Município PIB (R$ 1000) PopulaçãoPorto Alegre 30.944.201.000,00 1.440.939Canoas 8.610.943.000,00 333.322Caxias do Sul 8.117.442.000,00 412.053Triunfo 6.461.807.000,00 25.302Gravataí 3.894.463.107,00 270.763Rio Grande 3.820.671.004,00 196.982Novo Hamburgo 3.434.114.000,00 258.754

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Santa Cruz do Sul 3.209.996.000,00 119.803Pelotas 2.972.849.158,00 346.452Bento Gonçalves 2.367.582.000,00 104.423Passo Fundo 2.010.607.000,00 188.302

[editar] Agricultura

O Rio Grande do Sul apresenta-se como um estado que se destaca pela sua produção agrícola e pecuária. O setor agropecuário apresentou, em 2004, uma participação de 15,9% no produto interno bruto do estado. No entanto, sabe-se que esta participação é ainda maior se considerada a repercussão na cadeia produtiva que o setor movimenta.

Principais cultivos:

soja arroz milho trigo tabaco mandioca amendoim erva-mate batata maçã uva laranja pêssego

[editar] Pecuária

A maior concentração do rebanho gaúcho está no oeste e sul do estado, junto à presença dos campos ou integrado com a produção de arroz. As quatro regiões que apresentam maior rebanho, correspondendo a 57,3% do rebanho gaúcho são: Fronteira Oeste, Sul, Central (10,8%), e Campanha. Destacam-se os municípios de Santana do Livramento com 593.601 cabeças, Alegrete com 558.948, Dom Pedrito com 450.558 e São Gabriel com 414.414 cabeças.

A pecuária gaúcha caracteriza-se por se desenvolver em sistemas extensivos de produção, tendo o campo nativo com base da alimentação dos animais.

No estado, as principais criações são de bovinos, suínos, aves e ovinos

[editar] Indústria

Os dados da estrutura do PIB do estado mostram que a indústria responde cerca de um terço (1/3) da economia do Rio Grande do Sul, sendo a maior fatia desta participação responsabilidade da indústria de transformação, já que a indústria extrativa mineral possui uma participação pouco expressiva dentro da economia gaúcha. O estado apresenta uma

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indústria diversificada que se desenvolveu a partir das agroindústrias e de outros segmentos ligados ao setor primário.

A matriz industrial estruturou-se sobre quatro complexos básicos: o agroindustrial, que inclui as indústrias de alimentos, bebidas e as que utilizam insumos agrícolas; o complexo coureiro-calçadista; o complexo químico; e o complexo metal-mecânico. A indústria de transformação gaúcha alcançou a segunda posição no parque nacional.

Setores:

Produtos alimentícios Química Semicondutores Biotecnologia Equipamentos Médicos Petroquímica Material de transporte Metalurgia Tabaco Vestuário Mobiliário Papel Madeira Têxtil Couro Borracha Calçados

[editar] Setor metal-mecânico

O Rio Grande do Sul possui um dos parques automotivos mais completos de toda a América Latina. O setor automotivo responde por 13% do PIB industrial gaúcho. O pólo de autopeças da região de Caxias do Sul é o segundo mais importante do país, composto por mais de 2.200 empresas, geradoras de cerca de 40 mil postos de trabalho, com faturamento de 1.200.000.000 de dólares.

Essa região, juntamente com a Grande Porto Alegre, produz ônibus, caminhões, implementos agrícolas, automóveis, motores e computadores de bordo para o mercado nacional e de exportação. O estado exporta partes mecânicas e elétricas, além de componentes de alta tecnologia, com qualidade desenvolvida por gaúchos.

As maiores empresas da cadeia de automóveis e autopeças são tanto multinacionais quanto empresas gaúchas internacionalmente reconhecidas. Hoje, o Rio Grande do Sul produz cerca de 70% das colheitadeiras e mais de 50% dos ônibus e tratores brasileiros.

[editar] Alta Tecnologia

Nos anos recentes vem sido notável a implementação de indústrias de alta tecnologia, em especial a de semicondutores no Rio Grande do Sul, com destaque para o Centro de

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Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada em Porto Alegre. Existem também diversas outras empresas do ramo - Desde incubadas até mesmo multinacionais - no Vale dos Sinos. Há também o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS onde existem diversas empresas multinacionais instaladas tais como Dell, HP, ThoughtWorks e outras. Há também presença de diversas empresas incubadas do ramo de eletrônica de precisão. É também previsto a criação de um Parque Tecnológico da UFRGS, onde é esperada grande atuação nos cenários da Fotônica, Metrologia, Biotecnologia, Nanotecnologia e Tecnologia de Informação.

[editar] Exportações

A balança comercial do estado apresentou algumas oscilações durante os anos 1990, decorrentes dos planos econômicos que afetaram a relação de competividade, principalmente no período de câmbio sobrevalorizado, somada ao próprio processo de abertura da economia acelerado a partir do início da década. A essa trajetória deve-se acrescentar a emergência do projeto de integração econômica do Cone Sul: a constituição do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

[editar] Horário e energia

O fuso horário é igual ao de Brasília: três horas a menos em relação a Greenwich - UTC-3. Uma vez por ano - em geral entre outubro e fevereiro - adota-se o horário de verão, no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar energia. A tensão elétrica no estado é de 110 e 220 volts, dependendo da região.

Posição estratégica no Mercosul

Situado entre São Paulo e Buenos Aires - e tendo fronteiras com Uruguai e Argentina -, o Rio Grande do Sul tem uma posição estratégica no Mercosul. Está no centro de uma região do continente onde se concentra 60% de toda a economia da América Latina. O seu Produto Interno Bruto é similar ao chileno e corresponde a cerca de 7% do brasileiro. (Clique aqui para seguir para nossa área de indicadores, onde existem informações detalhadas sobre a evolução do PIB e do PIB per capita nos últimos anos).

Políticas oficiais de investimentos crescentes em educação e saúde e um padrão cultural mais elevado que a média nacional também garantem ao Estado uma tradição de ter a melhor qualidade de vida do país, com níveis próximos aos de países desenvolvidos.

É o que mostra o Indicador de Desenvolvimento Humano utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, uma instituição da ONU) para medir as condições de vida da população. (Clique aqui para ter maiores informações acerca do IDH).

Entre 1990 e 1993, a expectativa de vida dos gaúchos aumentou de 69,9 para 72,6 anos, enquanto a mortalidade infantil teve uma redução significativa, sendo de 18,5 por mil nascidos vivos no Estado contra 45,5 no Brasil. Também se trata do Estado

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com o maior índice de alfabetização do país. Esses indicadores estão em evolução crescente.

Economia exportadora

A economia gaúcha é muito equilibrada. O Estado é um tradicional exportador, contribuindo com mais de 11% da receita cambial obtida pelo Brasil. (Clique aqui para ter maiores informações e um grande volume de dados acerca das exportações gaúchas).

Os seus principais produtos de exportação são os calçados - que têm no Vale do Sinos, região polarizada por Novo Hamburgo, uma das maiores concentrações industriais desse gênero em todo o mundo -, o complexo soja (grão, farelo e óleo), fumo, carne, couro, produtos químicos e automotivos. O Estado também é o maior produtor de grãos do Brasil, com destaque para a soja e arroz; de fumo e vinho.

No segmento pecuário a criação bovina é uma das mais desenvolvidas, enquanto detém o maior rebanho de ovinos, aves e suínos. O setor industrial é um dos mais diversificados.

O Pólo Petroquímico situado na cidade de Triunfo é o mais moderno e competitivo da América Latina. Com sua central de matérias-primas (Copesul) privatizada nos últimos anos, iniciou um grande investimento de US$ 1 bilhão, que resultará em sua duplicação, proporcionando o surgimento de mais quatro unidades de segunda geração e grandes perspectivas para o desenvolvimento da terceira geração no Estado.

A produtividade da mão-de-obra local também é uma das mais altas do país, graças a um grande complexo de universidades (há 79 instituições de ensino superior no Estado), escolas técnicas profissionalizantes e a um intenso trabalho de formação profissional desenvolvido por instituições privadas ligadas à indústria, com destaque para o Senai.

Economia

Entre os principais produtos agrícolas gaúchos, destacam-se o arroz (5,2 milhões de toneladas), a soja (7 milhões de toneladas), o milho (6 milhões de toneladas), a mandioca (1,3 milhão de toneladas), a cana-de-açúcar (1 milhão de toneladas), a laranja (2 bilhões de frutos) e o alho (24 mil toneladas).

No Rio Grande do Sul, destacam-se os rebanhos bovino (13,6 milhões de cabeças), ovino (4,9 milhões de cabeças) e suíno (4,2 milhões de cabeças). Além disso, a criação de galináceos chega a 112 milhões de aves.

O estado abriga grandes reservas de carvão mineral e de calcário. A

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extração de água mineral é também importante (aproximadamente 92 milhões de litros anuais).

O parque industrial gaúcho, em franca expansão, dedica-se principalmente aos ramos petroquímico, tabagista, de calçados, de construção, de alimentos e automobilístico.

Graças às paisagens diversificadas, o Rio Grande do Sul atrai turistas por diversos propósitos. Há, no extremo norte, as praias de Torres, vizinhas ao Parque Nacional de Aparados da Serra, que tem se destacado como importante destino de ecoturismo. Os turismos gastronômico (na região de Bento Gonçalves, produtora de vinho) e histórico (na região das missões jesuíticas de São Borja e São Miguel) também são dignos de menção. A capital, Porto Alegre, além de centro cultural de relevância nacional, tem servido de sede de grandes encontros internacionais, especialmente para assuntos relacionados ao Mercosul.

O Rio Grande do Sul dispõe de extensa malha ferroviária, que serve todo o seu território. Além disso, destaca-se a rede de estradas federais e estaduais, que soma aproximadamente 152,2 mil quilômetros. Porém, apenas 10,3 mil quilômetros são pavimentados.

Agropecuária

Com uma expansão vertiginosa de sua cultura na década de 1970, a soja se tornou o principal produto agrícola do Rio Grande do Sul. A área de produção se encontra difundida por todo o quadrante noroeste do estado e compreende algumas porções da depressão central e sobretudo do planalto basáltico. O trigo, cultivado em condições ecológicas muito diferentes, é plantado quer em zonas de campo, quer em áreas florestais. Nas primeiras, assume o caráter de monocultura extensiva e mecanizada. Nas zonas de floresta surge como pequena lavoura integrada no sistema de rotação de cultura praticado por pequenos lavradores. A principal região produtora é o planalto basáltico, sobretudo sua porção ocidental.

O arroz é a cultura típica das áreas de menor altitude do estado. É quase sempre uma cultura irrigada e na planície litorânea, em decorrência da pobreza dos solos arenosos, recebe considerável aplicação de adubos químicos. O milho é cultura bastante difundida nas áreas de solos florestais e está comumente associado à criação de suínos, para o qual contribui como ração. A mandioca tem distribuição geográfica semelhante à do milho. Além de utilizada na alimentação da população rural, é empregada como forragem por criadores de suínos e bovinos.

O cultivo do fumo concentra-se na região da encosta inferior da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Pardo. Outra cultura importante do estado é a da uva, que se concentra na região da alta encosta da serra

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Geral, nas zonas dos rios Taquari e Caí.

O Rio Grande do Sul destaca-se por sua produção agropecuária. O gado bovino criado na região do planalto destina-se sobretudo à produção de leite, enquanto que o criado no sul do estado, nos grandes estabelecimentos localizados na região da Campanha, ou estâncias, destina-se ao corte. A criação de ovinos concentra-se sobretudo na porção mais meridional da Campanha enquanto a de suínos, que absorve parte significativa da produção de milho e a mandioca é típica das regiões florestais.

Merecem destaque as pastagens naturais da campanha gaúcha, em sua maioria utilizadas em pastoreio continuado e geralmente em potreiros de grande extensão, de modo a permitir a expansão das atividades pecuárias, de grande repercussão na economia regional.

Extrativismo

As reservas de pinheiros do norte do estado, embora já limitadas em face da exploração intensa, constituem uma das principais riquezas vegetais. Os ervais, em apreciável extensão, também proporcionam extração vegetal para atender ao grande consumo regional. Vegetais taníferos, como, por exemplo, a acácia-negra, embora com produção reduzida, incluem-se entre os principais recursos da região.

Entre os produtos minerais do estado destacam-se o cobre e o carvão. O Rio Grande do Sul foi pioneiro no refino de petróleo, com a instalação, em 1932, da Destilaria Sul-Riograndense, em Uruguaiana. Duas refinarias de petróleo e um polo petroquímico, que utiliza matéria-prima da refinaria Alberto Pasqualini, da Petrobrás (Canoas), dão ao estado posição de destaque na petroquímica nacional. Entre as ocorrências minerais conhecidas encontram-se jazidas de carvão mineral, minérios de cobre, chumbo, tungstênio e cristal de rocha.

Industrias

O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior grau de industrialização no país. O principal gênero de indústria é o de produtos alimentícios, responsável por substancial parcela do valor da produção fabril. Seguem-se a metalurgia e as indústrias mecânica, química, farmacêutica, de vestuário e calçado e de madeira e mobiliário.

A área industrial da região de Porto Alegre é a mais desenvolvida do estado. Os principais produtos são carnes frigorificadas, charques, massas alimentícias e óleo de soja. A indústria de calçados e artefatos de couro destaca-se particularmente em Novo Hamburgo, Sapiranga e Campo Bom, e em praticamente todos os outros municípios do Vale dos Sinos. A

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indústria mecânica e metalúrgica alcançam também considerável expressão, sobretudo em Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas, além de Gravataí, Sapucaia do Sul, Esteio e Sapiranga que possuem grandes empresas do ramo e que também pertencem a Região Metropolitana de Porto Alegre. A esses centros junta-se São Jerônimo, que abriga a usina siderúrgica de Charqueadas.

Outra área industrial é a chamada região de colonização antiga, na qual se integram os municípios de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Farroupilha e Santa Cruz do Sul. A atividade fabril é marcada pela produção de vinho e beneficiamento de produtos agropastoris, tais como couro, banha, milho, trigo e fumo.

No restante do estado encontram-se diversos centros industriais dispersos, todos ligados ao processamento de matérias-primas agropastoris. Destacam-se nesse grupo Erechim, Passo Fundo, Santa Maria, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Pelotas, Rio Grande e Bagé.

Vale dos Vinhedos

Na serras do estado (Bento Gonçalves e Garibaldi), se localizam a maior concentração de produtores de vinho do país. Mais ao sul, na região da Campanha, está situada a segunda mais importante área produtora. As vinícolas gaúchas são premiadas internacionalmente, em razão da alta qualidade de seus vinhos e espumantes.

O estado é privilegiado pela sua condição geo-climática, estando situado no início da faixa entre os paralelos 30° e 50°, considerada ideal para a produção de uva vinífera. Isso lhe permite a produção de cepas nobres de uvas europeias, como Merlot, Chardonnay e Cabernet Sauvignon, entre outras.

A uva e o vinho gaúchos são produzidos sob as melhores técnicas disponíveis e condições tecnológicas avançadas, a exemplo das melhores regiões vinícolas da Europa.

Polo Naval turbina a economia de Rio Grande

A cidade portuária de Rio Grande passar por um momento de renovação.

Estimulado pelo polo naval, o município comemora uma série de novos

empreendimentos

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O desenvolvimento da construção naval no Estado fez com que diversos

investimentos de outras atividades econômicas voltassem seus olhos para Rio

Grande. Prédios residenciais, hotéis, shopping centers, supermercados, entre outros

complexos, começam a mudar o perfil do município.

O entusiasmo com a expansão da cidade é tamanho que brincadeiras na internet

espalham previsões como: duplicação da rodovia BR-392 será inaugurada com a

presença dos presidentes Dilma e Obama, movimentações na Boverg ultrapassam

as da Bovespa e Arena Aldo Dapuzzo (estádio do São Paulo de Rio Grande) sediará

jogos da Copa de 2014 no Rio Grande do Sul. Essas projeções dificilmente se

tornarão realidade, mas demonstram a euforia com os empreendimentos que

começam a tomar forma.

Um dos investidores que percebeu essas oportunidades foi Francisco Novelletto,

dono da rede de lojas Multisom e também conhecido por ser o presidente da

Federação Gaúcha de Futebol (FGF). O dirigente decidiu, com o empresário Vilson

Roncatto, presidente do Veranópolis Esporte Clube, criar a incorporadora Novelletto-

Roncatto e apostar na construção civil.

No município da Metade Sul gaúcha, a empresa está entregando neste primeiro

semestre um edifício residencial com 60 apartamentos - todos vendidos -, e realiza

outro com 110 unidades que deverá ser concluído em 2013. Também começa a

construção de um edifício comercial, com 180 salas. “O grande lançamento será na

praia do Cassino, um residencial estilo Punta Del Leste, que deverá ficar pronto em

cerca de 24 meses”, salienta o empresário. Para os 132 apartamentos ofertados há

cerca de 400 reservas. Unidades de três quartos desse último complexo custarão na

faixa de R$ 400 mil a R$ 450 mil. Todos os projetos desenvolvidos hoje pela

Novelletto-Roncatto deverão absorver recursos de aproximadamente R$ 50 milhões.

Noveletto recorda que estava acompanhando o potencial da cidade e esperava que

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os investimentos na construção naval impulsionassem a economia da região.

“Quando eu falei em Rio Grande para o Roncatto, ele me taxou de doido. Hoje está

apaixonado pela ideia”, afirma o dirigente. Sobre outro assunto conhecido por

Noveletto, o futebol, ele acredita que os clubes da região não estão sabendo explorar

o desenvolvimento econômico. “Na hora em que eles conseguirem isso, poderão ser

mais uma força do futebol gaúcho”, prevê.

A construção de dois shopping centers também está prevista para Rio Grande. A

empresa 5R Shopping Centers investe na edificação de um complexo imobiliário no

qual haverá um shopping center, dois hotéis, quatro torres comerciais, outras quatro

residenciais e um centro cultural. Todos os projetos da companhia na cidade serão

erguidos na área do antigo Jockey Club do município. “A sociedade rio-grandina

merece um local à altura do crescimento que apresenta”, enfatiza o diretor de

Operações da 5R Shopping Centers, Cesar Garbin. “Além disso, o local onde o

empreendimento será executado tem muito potencial.”

O Shopping Praça Rio Grande foi idealizado exclusivamente para Rio Grande e

região e inspirado em elementos portuários. O shopping terá 25 mil metros

quadrados de área bruta locável (ABL), quatro lojas âncoras, um hipermercado, seis

semiâncoras, 96 lojas-satélite, um complexo de lazer, salas de cinema e 1,7 mil

vagas fixas de estacionamento. Durante a obra, serão gerados cerca de mil

empregos diretos e mais 1,5 mil após a sua abertura.

Junto ao shopping será erguido um complexo imobiliário. O terreno para todos os

empreendimentos mede 190 mil metros quadrados. Em uma primeira etapa,

começará a construção do shopping e um dos hotéis, depois iniciará a edificação das

torres comerciais e residenciais, que somarão oito prédios, e um centro cultural

aproveitando as antigas arquibancadas do hipódromo, que serão revitalizadas. O

investimento só no shopping deve chegar a R$ 120 milhões. As obras do shopping

center e de um dos hotéis estão previstas para serem entregues no segundo

Page 11: Economia Do Rio Grande Do Sul - Polo Naval

semestre de 2013.

A inauguração do Parque Shopping Rio Grande, da Aquário Empreendimentos

Imobiliários, também deve ocorrer até o final de 2013. Em fevereiro, as Lojas Renner

confirmaram a instalação de uma unidade âncora no local. O Parque Shopping

deverá ter 170 lojas, sendo três delas âncoras, e uma ABL de 25 mil metros

quadrados, junto à estrada que leva ao balneário do Cassino.

Serão mais dois magazines, um hipermercado, duas grandes lojas de

eletrodomésticos, um estabelecimento de artigos esportivos e seis salas de cinema,

além de um parque infantil, um boliche e uma praça de alimentação com três

restaurantes e 15 operações de fast-food. O estacionamento terá capacidade para

1,5 mil veículos. O investimento na construção do shopping será de R$ 150 milhões.

Prefeitura projeta salto de investimentos no município

A previsão de receita total do município para 2012 é de cerca de R$ 340,4 milhões e

de investimentos em torno de R$ 64,6 milhões, de acordo com dados da prefeitura

de Rio Grande. A área que receberá o maior aporte de recursos será a da habitação,

com cerca de R$ 17,3 milhões. Confirmando essa previsão, o percentual de

investimentos em 2012 em relação à receita passa para 18,99 %, contra 7,21% em

2010 e 10,89% no ano passado. Segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF),

que avalia a qualidade de gestão fiscal dos municípios brasileiros, em 2010, Rio

Grande apresentou boa gestão fiscal (IFGF entre 0,6 e 0,8 pontos).

O município faz ótima administração dos restos a pagar, possui baixos custos com

juros e amortizações e tem geração de receitas próprias satisfatória. Contudo, Rio

Grande não alçou melhores posições no ranking nacional do IFGF (1.457º no País)

devido aos elevados gastos com pessoal e, sobretudo, por causa do baixo nível de

investimentos.

Page 12: Economia Do Rio Grande Do Sul - Polo Naval

O prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, aponta que fazer o desenvolvimento da

cidade acompanhar de uma maneira racional o crescimento econômico da região é o

principal desafio dos poderes públicos. “Queremos que esse momento seja

duradouro e, para isso, temos que dar condições de infraestrutura, saúde, educação

e capacitação profissional”, ressalta o dirigente. Ele acrescenta que a

sustentabilidade virá da criação de outras cadeias produtivas a partir do polo naval,

diversificando as atividades através das áreas de serviço, comércio, indústria

pesqueira, agricultura, energia eólica etc.

Branco destaca que um projeto que apoiará esse desenvolvimento é o do parque

tecnológico, conduzido através de uma parceria entre a prefeitura, governo do

Estado e a Universidade Federal do Rio Grande (Furg). A construção do

empreendimento deverá ser finalizada no próximo ano. Um grupo de trabalho,

coordenado pelo secretário de Assuntos Extraordinários, focado na área de

desenvolvimento do município, Gilberto Pinho, discute as demandas e o

planejamento futuro do município envolvendo mobilidade urbana, segurança pública

e habitação, entre outros temas.

Preocupação com disponibilidade de mão de obra permanece

Apesar de a formação de profissionais do segmento da construção naval estar se

intensificando na região de Rio Grande, empresas e poder público sabem que é

preciso um constante investimento nessa ação para dar conta da demanda de

projetos que estão previstos. Uma iniciativa que demonstra essa necessidade é o

Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp),

que na atual edição está oferecendo 1.192 vagas no Rio Grande do Sul para cursos

profissionais gratuitos dentro da área de petróleo e gás.

Contudo, não é apenas essa medida do governo federal que conta com o apoio da

Petrobras, que tem como objetivo capacitar pessoal da região. A Quip (primeira

empresa a implementar uma plataforma no município de Rio Grande, a P-53,

Page 13: Economia Do Rio Grande Do Sul - Polo Naval

finalizada em 2008) também aposta no treinamento de trabalhadores locais. O

diretor-geral da Quip, Miguelangelo C. Thomé, argumenta que a atividade é

necessária, porque a Metade Sul gaúcha não tinha tradição dentro desse setor.

O executivo comenta que, ao final de 2011, cerca de 80% da mão de obra que a

Quip utilizava em seus projetos em Rio Grande era proveniente do Estado, sendo

que em torno de 70% era oriunda das proximidades do município (quando da

implantação da P-53, os números eram praticamente o inverso). Hoje, um dos focos

da companhia está no treinamento de soldadores.

A expectativa de que novos estaleiros se instalem no Rio Grande do Sul é vista com

bons olhos por Thomé, caso essas empresas dividam a responsabilidade de

qualificação de trabalhadores. Entretanto, ele adverte que, se houver uma

concorrência acirrada por profissionais já formados, pode ocorrer um desequilíbrio.

“Pode chegar um retardatário no jogo, querer dar uma de esperto, e tentar contratar

mão de obra que esteja empregada”, alerta.

O dirigente admite que a cultura da indústria de óleo e gás é “muito perversa”, tendo

uma característica cíclica. “Uma hora há uma grande demanda e na outra dá uma

parada”, detalha. A esperança é de que a exploração do pré-sal possa permitir ao

Brasil certa estabilidade de trabalho nesse segmento. Thomé lembra que a Petrobras

reafirmou a intenção dos planos de investimentos bilionários, o que impulsionará a

cadeia do petróleo e gás no País pelos próximos dez anos, uma vez que a estatal

prioriza o aproveitamento do conteúdo local.

No entanto, ele reitera que se muitos estaleiros forem constituídos, poderá haver

dificuldades quanto à relação entre oferta e demanda mais adiante. O dirigente

acrescenta que as empresas brasileiras não são ainda suficientemente competitivas

para disputar encomendas internacionais com países que possuem legislações

trabalhistas muito mais flexíveis.

Page 14: Economia Do Rio Grande Do Sul - Polo Naval

Outra preocupação de Thomé é que o desenvolvimento social e da cidade

acompanhe o crescimento econômico em Rio Grande. Ele salienta que é preciso o

poder público investir em infraestrutura. “É aí onde está o gargalo”, indica o dirigente.

Thomé antecipa que será preciso ter um bom planejamento habitacional na região

para evitar, por exemplo, eventuais problemas como a favelização.

Quip investe para oferecer multiprojetos

Quando o diretor-geral da Quip, Miguelangelo C. Thomé, entrou na empresa em

2009, o conselho de acionistas deixou claro que a principal tarefa era passar a Quip

de uma companhia “monoprojeto” para uma “multiprojetos”. “Havia a consciência de

que as oportunidades apareceriam se fossemos competentes para aproveitá-las”,

revela o executivo. Uma prova concreta de que esse objetivo mantém-se é a

ampliação do canteiro da empresa em Rio Grande.

Em janeiro, iniciaram-se as obras de expansão do cais. A iniciativa está dividida em

duas fases. A primeira, que foi acelerada para ser concluída antes de agosto,

contempla o prolongamento do cais atual para poder trabalhar com uma segunda

plataforma. A segunda etapa, prevista para 2013, implantará um novo cais, com

investimento previsto de cerca de R$ 100 milhões.

A Quip trabalha nos projetos das plataformas P-55 e P-63 e ainda dá apoio de

engenharia, de logística e de gestão aos projetos da P-58 e da P-62 (de

responsabilidade de acionistas do grupo). Ao final de fevereiro, cerca de 4 mil

pessoas estavam atuando nos empreendimentos. A chegada do casco da P-63,

prevista para este ano, deverá implicar mais 500 a 600 postos de trabalho.

Diferentes sotaques invadem a cidade e movimentam negócios

A mudança de rumo da cidade com o estímulo da atividade de construção naval é

claramente sentida pelos moradores de Rio Grande. “Escutamos diferentes sotaques

de pessoas de vários estados”, comenta a proprietária do Restaurante e Lancheria

Page 15: Economia Do Rio Grande Do Sul - Polo Naval

Zito, Fátima Marques. Ela acrescenta que se percebe um grande fluxo de

nordestinos e cariocas.

A empreendedora considera bom o progresso que a indústria naval tem gerado.

“Mas tem que evitar que isso também traga problemas, como a violência”, alerta.

Apesar de a vida no município ainda ser considerada tranquila, os habitantes mais

antigos reclamam do aumento do trânsito de veículos e da valorização dos aluguéis.

Fátima relata que uma dificuldade enfrentada pelo setor de serviços para aproveitar

a nova massa de consumidores que chegaram à cidade é a distância do polo naval

do Centro. Mesmo assim, no seu restaurante, quando o pessoal de fora vai

experimentar seus pratos, os mais pedidos são os frutos do mar. Ela adotou uma

estratégia para que seu negócio não seja afetado por uma eventual sazonalidade

das operações do polo. A receita, revela a empresária, é cativar um público fiel.