ebook metas e objetivos versão final - mauro guiselini ... ·...
TRANSCRIPT
1
METAS E OBJETIVOS FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO
Prof. Dr. Mauro Guiselini
2
Autor
Prof. Drd. Mauro Guiselini
Editor
Prof. Drd. Mauro Guiselini -‐ Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa
Copywrite © 2014 Mauro Guiselini
Primeira publicação 2104
ISBN : [pendente]
Este livro pode ser adquirido para educação, ou uso promocional. Para mais informações, contate o Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa
www.institutomauroguiselini.com.br
Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a editora e o autor não assumem nenhuma responsabilidade por erros ou omissões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui contidas.
3
Sobre o Livro
Neste livro você vai apresentamos os conceitos básicos de Meta e Objetivos. Orientações de como escrever uma meta efetiva para tornar o seu trabalho o mais eficaz possível.
Saber como escrever um objetivo, que seja possível de ser alcançado, compreendendo as relações entre resultado e atividade também é tratado de forma pontual.
O sistema EMRRT, para criar objetivos, é apresentado de forma detalhada para que a construção do seu programa de treinamento tenha uma direção, um roteiro eficiente e seguro.
Trata também da compreensão do que é o objetivo do aluno e o objetivo do professor, como estas ação são interelacionadas e, principalmente a importância do professor identificar as necessidades do aluno, suas carências e consequências para, à partir desta identificação elaborar um programa de treinamento.
Apresenta o resultados de pesquisas, realizadas pelo Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa, nas Academias RUNNER e EDGE LIFE SPORTS, mostrando os objetivos dos alunos ingressantes e resultados da aplicação da Avaliação MultiFuncional.
4
Sumário
Sobre o livro ................................................................................3
Prefácio .......................................................................................5
Sobre o autor ...............................................................................6
Introdução....................................................................................7
Compreendendo o conceito de metas e objetivos ......................9
A importância das metas ..........................................................13
Como escrever uma meta efetiva .............................................15
Como escrever um bom objetivo...............................................17
Metas/objetivos dos aluno e a ação do professor.....................26
Metas x Necessidades: o desafio do professor..........................27
Metas/Objetivos dos alunos......................................................29
Grupo Saúde e Bem-‐Estar..........................................................31
Grupo Estética............................................................................33
Grupo Performance....................................................................36
As Metas/Objetivos dos alunos – pesquisa................................41
Pesquisa Cientifica em Academia de Ginástica..........................45
Referências Bibliográficas..........................................................70
5
Prefácio
Os profissionais da área da saúde tem em comum a missão de “cuidar do ser humano”, objetivos, meios e procedimentos específicos, com foco na prevenção do aparecimento de doenças, manutenção de um estado saudável ou tratamento faz parte da ação desses profissionais. Fazendo parte do núcleo da saúde, o profissional de Educação Física, que atua como preparador físico, técnico esportivo, personal trainer, professor de musculação, ginástica coletiva ou professor de escolas, entre outras possibilidades, tem como missão cuidar do ser humano, compreendendo seu objetivos e necessidades.
Os objetivos pelos quais as pessoas iniciam um programa de exercícios são reunidos em três grupos -‐ saúde & bem-‐estar, estética e performance, de acordo com a National Academy Sports Medicine (2008), American Heart Association (2008), American College of Sports Medicine (2006), Everet Aeberg (2006) e Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa (2014).
O professor, para prescrever um programa de treinamento, torna-‐lo eficaz, precisa conhecer os objetivos dos alunos, suas necessidades (déficits de movimento), o nível de aptidão física e preferências por determinadas modalidades de exercícios. Estas informações geralmente são obtidas no momento da Avaliação Multifuncional -‐ coaching e aplicação de testes multifuncionais, metabólicos e neuromusculares.
Este EBOOK foi escrito para ajuda-‐lo a compreender os conceitos de metas e objetivos e utilizá-‐los na pratica.
Prof. Drd. Mauro Guiselini
São Paulo, agosto de 2014
6
Prof. Drd. Mauro Guiselini
Mestre em Educação Física pela USP.
Doutorando em Motricidade Humana pela Rede EuroAmericana de Motricidade Humana.
“Fitness Specialist for Older Adults”, “Biomechanic of Resistance Training” e “Personal Education II” no The Cooper Institute, Dallas (EUA);
Aperfeiçoamento em “Functional Training” pelo National Condition Strenght Association
Diretor do Instituto MAURO GUISELINI de Ensino e Pesquisa.
Professor da Faculdade de Educação Física da UniFMU. Autor de 28 livros e 11 vídeos (1 dvd).
Colaborador do Programa BEM-‐ESTAR da Rede Globo.
Diretor de Conteúdo EAD do Instituto PHORTE de Educação.
Criador da AMF-‐ Avaliação MultiFuncional.
Ministra cursos sobre exercício, saúde & bem-‐estar e
treinamento multifuncional no Brasil, América do Sul e Portugal.
Professor convidado Fitness Brasil Internacional, HIRSA, ENAF,
JOPEF.
7
Introdução
Quando você vai ao médico, como um procedimento de rotina
preventiva ou por um determinado sintoma, após o exame
clinico, dependendo da sua resposta e “queixa”, é pedido uma
bateria de exames, incluindo sangue, urina, papa Nicolau,
ultrassonografia, teste ergométrico, ressonância magnética,
entre outros. Tal procedimento é fundamental para que o
médico possa prescrever um tratamento adequado,
recomendar a ingestão de determinados medicamentos,
mudanças de hábitos e até mesmo um procedimento cirúrgico.
A palavra prescrição significa ato de prescrever, ordem formal,
regra, receita médica; receita é sinônimo de prescrição, isto
significa que, para que o médico prescreva um medicamento ou
mesmo uma cirurgia é necessário ter em mãos os resultados dos
exames para poder então, com certeza, recomendar o
tratamento para alcançar os objetivos propostos.
Quando se trata de exercício físico a conduta é muito similar, o
aluno procura a academia, ou o personal trainer tendo em vista
um objetivo – saúde e bem-‐estar, estética ou desempenho
esportivo são os mais comuns, ou seja, emagrecer, diminuir a
massa muscular, melhorar o condicionamento físico,
recomendação médica, são os principias declarados pelos
ingressantes das academias.
8
No entanto, é muito difícil para muitos alunos/clientes
estabelecerem metas e objetivos realistas, que estão de acordo
com as suas reais capacidades de atingi-‐los.
Fatores extrínsecos como o padrão de beleza e estética corporal
pode fazer com que muitos estabeleçam como meta
transformar o seu corpo, diminuir a gordura em determinadas
regiões do corpo, aumentar a massa muscular, ficar com o corpo
parecido como o do seu ídolo. No entanto a sua genética não é
favorável; o quadril é muito largo, há o excesso de acúmulo de
gordura, a porcentagem de massa muscular e o tipo de fibra não
é favorável para o treinamento de hipertrofia. Todos esses
fatores dificultam a concretização das metas e objetivos, mesmo
que estabelecidos em longo prazo.
Correr a maratona de Nova York, ser o melhor tenista do clube,
tornar-‐se um triatleta, participar do concurso de “miss fitness”,
são metas relacionadas ao desempenho, para tanto é necessário
muito empenho e dedicação e, acima de tudo paciência, dar
tempo ao corpo para que as adaptações fisiológicas ocorram de
forma adequada e progressiva.
A não aceitação do próprio corpo, a tentativa de mudar a
qualquer custo, a busca do “corpo idealizado” em função da
distorção da imagem corporal, um distúrbio de ordem
emocional, muitas vezes fazem com que os alunos/clientes
9
também estabeleçam metas inatingíveis ou mesmo nunca estão
contentes que o que conseguiu, sempre está faltando algo.
Nestes casos o Professor ou o P.T. deve estar muito atento, pois
pode estar diante de uma pessoa que necessita de um
atendimento complementar como é o caso das portadoras de
anorexia, bulimia e dismorfia muscular. Para esses clientes as
metas nunca são atingidas, seguramente se faz necessário um
suporte psicológico, uma ajuda para esse desequilíbrio
emocional.
Compreendendo o conceito de Metas e Objetivos
“Se não sei onde quero chegar, qualquer caminho é um
caminho válido”.
São declarações gerais que
descrevem ações globais,
possibilitam a visualização
de resultados a serem
alcançado dentro de um determinado prazo.
Metas são resultados abrangentes com os quais uma empresa,
ou aluno – no nosso caso, assume um compromisso definitivo.
Para atingir suas metas, a empresa deve estar disposta a
10
comprometer os recursos – dinheiro e pessoas, necessários
para alcançar os resultados almejados. As metas definidas para
a empresa devem ditar as opções de negócio, orientando o
processo decisório em toda a organização. É preciso que cada
meta seja acompanhada de uma série de objetivos; declarações
operacionais que especificam exatamente o que deve ser feito
para se alcançar à meta.
O aluno que inicia um programa de condicionamento físico
personalizado ou em grupo, as metas serão alcançadas,
geralmente, em longo prazo e, para tanto, será necessário
dedicação, disciplina, determinação e assiduidade para que os
exercícios produzam resultados satisfatórios.
Um exemplo prático 1:
Na anamnese o aluno disse ao professor que a sua meta era
sentir-‐se menos cansado, gostaria de ter mais energia e
disposição para trabalhar e também para poder brincar com
os filhos. Com esta declaração das metas e com os resultados da
avaliação física do aluno/cliente o professor identificou como
objetivos melhorar a aptidão física com prioridades no
desenvolvimento da resistência cardiorrespiratória e da força
muscular.
11
A meta do aluno propiciou ao professor propor objetivos
específicos, e descrever mais precisamente o resultado
desejado.
Exemplo prático 2
Após um longo e penoso tratamento de um câncer de mama,
com várias sessões pesadas de quimioterapia e radioterapia e
duas cirurgias, a aluna foi liberada pelo médico para iniciar um
programa de aptidão física. Durante a avaliação física
multifuncional declarou ao professor que sua meta era: diminuir
o peso corporal, em cerca de 10 quilos (adquiridos durante o
tratamento), diminuir a circunferência abdominal e fortalecer
os músculos – sentiu que, em função dos medicamentos e
inatividade física, a massa muscular diminuiu muito, mas
muito mesmo (L.P. 68 anos).
De acordo com a declaração das metas e resultados da
avaliação da composição corporal, dos testes funcionais -‐
habilidades motoras básicas, CORE e encurtamento muscular, o
professor identificou os objetivos prioritários – aumentar a
massa muscular, diminuir a % de gordura e o peso corporal por
meio do desenvolvimento da resistência cardiorrespiratória,
força (hipertrófica) e resistência muscular, equilíbrio e
estabilidade. Foi estabelecido um prazo para que cada um dos
objetivos fosse alcançado e, de comum acordo, a escolha dos
12
exercícios mais recomendados e preferidos pela aluna
considerando os objetivos específicos. Por exemplo, musculação
e Pilates para fortalecer os músculos e exercícios com música e
caminhada na esteira para a resistência aeróbia. Uma
diminuição no peso corporal, cerca de 1,0 a 1,5 kg/mês, é
considerada uma perda saudável, segura e possível.
Isto significa que trabalhando de forma gradativa, com
mudanças mensuráveis, propicia ao aluno/cliente um número
maior de frequentes sucessos no caminho da sua meta.
A seguir, algumas características ou atributos que podem estar
presentes nas metas de alguns alunos:
Objetivos pessoais;
São mensuráveis e específicas;
Focam resultados;
São desafiantes, porém realistas;
São controláveis;
Tem tempo limitado;
São estratégicas;
Foca no crescimento pessoal
13
Diz respeito a um fim que se
quer atingir, e nesse sentido
é sinónimo de alvo tanto como fim a atingir. Identificam as
direções específicas que fazem com que as metas pré-‐
determinadas se transformem em realidade; são ações
orientadas. Eles mostram o como e sob quais condições o
resultado deveria ser realizado (alcançado). Objetivos são
declarações específicas que se relacionam diretamente a uma
determinada meta, fornecem detalhes do que deve ser feito e
quando. Geralmente são associados a números e datas. Dessa
forma, é fácil de determinar se um objetivo foi alcançado. Não
existem objetivos isolados.
A Importância das Metas
Metas são declarações gerais, amplas, que descrevem intenções
globais (STRACHAN e KENT 1985). Elas mostram, ou seja,
delineiam prioridades na ação. Trabalhando com seus
alunos/clientes para que eles escrevam suas metas, você tem
informações importantes para tornar seu trabalho mais seguro -‐
clareia seus próprios pensamentos, e se certifica de que está
indo na mesma direção do seu aluno/cliente. O ato de escrever
suas metas algumas vezes possibilita o desenho de uma ideia
14
que abre novos caminhos para lidar com um problema.
Ajudando os alunos/clientes a desenvolver metas pode ter um
número de vantagens (Egan 1990):
• Ela pode focar a atenção. Alunos/clientes com metas
claras são menos propensos a
se envolver em
comportamentos
desorientados, sem
propósito, tal como andar por
uma fileira de máquinas de musculação, sem saber por
qual começar ou mesmo caminhar na esteira com a
mesma intensidade por um longo período de tempo.
• Estabelecer metas mobiliza a energia e o esforço. Não é
apenas um exercício mental, mas frequentemente
desperta no cliente uma necessidade de agir.
• Estabelecer metas parece aumentar a persistência.
Alunos/clientes com metas claras trabalham com mais
força, empenho, e não desistem facilmente.
• Estabelecer metas é uma excelente alternativa para
motivar os alunos/clientes a procurarem estratégias para
atingir o que desejam.
15
Como escrever uma Meta Efetiva?
A Meta é uma “prioridade – ao escrever uma meta você deve
incluir um verbo de ação. Por exemplo:
Par analisar a qualidade de cada meta do seu aluno/cliente
utilize as orientações abaixo:
• É uma declaração ampla baseada numa única prioridade?
Diminuir o peso e gordura corporal.
Melhorar minha colocação no
campeonato de tênis do clube
Reduzir minha pressão arterial
Participara de uma Prova de
Corrida – 10 km
16
• Ela descreve claramente as intenções do aluno/cliente?
• É fácil de entender?
• É boa para a saúde do cliente de um modo geral?
Indo além das metas para objetivos mensuráveis
A definição de uma meta não muito clara, não ter alvos bem
definidos pode torna-‐la fácil para ser ignorada como, por
exemplo:
“eu vou me tornar mais ativo este ano” é uma resolução muito
comum no dia do Ano Novo, mas, no entanto ela raramente
conduz á uma ação.
As pessoas, muitas vezes, encontram dificuldades para
estabelecer as metas que pretendem alcançar. Fazer algumas
perguntas complementares, talvez, possa ajuda-‐las e definir
melhor o que pretendem.
“O que você estará fazendo atualmente? Ou o que será
diferente quando você fizer a mudança?”. A resposta pode ser:
“Eu vou fazer aula de ginástica na minha academia três vezes
por semana e ir de bicicleta para o meu trabalho todo dia”.
Note quanto específica é esta declaração, ela descreve um
padrão de comportamento que será posta no seu devido lugar,
não um conceito vago de maior atividade.
17
Uma meta é frequentemente definida por uma série de
objetivos, que fraciona as estratégias, num número de passos
diferentes e muitas vezes progressivos.
Como escrever um bom objetivo
Objetivos propiciam o estabelecimento de direções específicas
que fazem com que a metas identificadas se transformem em
realidade. São declarações precisas de comprometimentos
específicos para produzir resultados mensuráveis. A estrutura
de um objetivo inclui:
• Resultado -‐ o que o seu cliente vai fazer e como o seu
sucesso vai ser medido,
• Atividade – a ação usada para realizar o resultado.
Eis aqui um exemplo de um objetivo:
Ser capaz de 40 minutos sem parar, numa velocidade
confortável – para tanto, correr 3 vezes por semana,
acrescentando 5 minutos ao tempo de minha corrida a cada
semana, até que eu esteja correndo os 40 minutos.
A atividade é correr três dias por semana.
O resultado de sucesso é ser capaz de correr 40 minutos sem
parar.
18
Conceito de Atividade e Resultado: correr 3 vezes por semana
(atividade); correr 40 minutos (resultado)
Estabelecer objetivos é muito rápido e pode propiciar uma
melhor conscientização do que o seu aluno/cliente pretende.
Uma simples técnica recomendada por peritos no assunto de
melhoria pessoal é o sistema EMRRT de criar objetivos (CSEP
1996; Francis 1990). Neste sistema o estabelecimento de
objetivos relacionados à pratica do exercício físico (
treinamento) têm cinco critérios. São eles:
Especificidade
Mensurabilidade
Realização-‐orientada
19
Realidade
Temporalidade
Use estes cinco critérios para ajudar o cliente criar objetivos que
tenham alguma probabilidade de sucesso. Para um cliente, isto
pode significar focar em ser claro e específico.
Você pode ajudar um cliente a descobrir um meio de medir o
seu progresso, e outro a desenvolver planejamentos mais
realistas de tempo. A maioria dos clientes precisa de alguma
ajuda com pelo menos um dos cinco critérios. Eles não só
ajudam a criar objetivos, mas também provêm um roteiro de
orientações e eventuais ajustes.
ESPECIFICIDADE
Os objetivos devem ser suficientemente claros e específicos
para conduzir a ação. Usar o questionamento, investigação e
acompanhamento podem ajudar o cliente a identificar o nível
de especificidade que ele precisa para conseguir os resultados.
O cliente cuja meta é entrar em forma, mas não determina qual
o motivo, ou em que área ou áreas componentes ele deseja
melhorar, torna muito difícil prescrever um programa de
exercícios. A meta de correr 40 minutos sem parar é resultado
especifico e mensurável, no entanto o desafio do professor, no
caso da meta entrar em forma, é identificar quais são os
20
objetivos específicos para esta meta, como por exemplo,
melhorar a capacidade aeróbia e a força muscular.
MENSURABILIDADE
Para muitos clientes, ser capaz de medir o seu progresso é um
importante incentivo. Se o objetivo não é especificamente
mensurável, como poderá saber quando já o atingiu? Nesse
caso, peça ao aluno/cliente para se manifestar com relação às
possíveis mudanças que ele esta percebendo que estão
ocorrendo.
Você poderá facilmente medir vários objetivos específicos em
determinadas situações de exercício, tanto nos aspectos
quantitativos como qualitativos.
Por exemplo, você pode avaliar mudanças no condicionamento
cardiovascular, composição corporal, força e resistência,
flexibilidade, postura e possíveis desequilíbrios musculares,
relacionados a aptidão física. Testes funcionais permitem avaliar
21
aspectos qualitativos do movimento – estabilidade e mobilidade
que, combinados com testes específicos para avaliar a força e
estabilidade do CORE permitem escolher e recomendar
exercícios específicos de acordo com as necessidades dos
praticantes.
Utilizando um bom programa de Avaliação Física Multifuncional
e fazendo controles periódicos são duas conhecidas estratégias
motivacionais muito importantes para ajudar o aluno/cliente a
melhorar sua consciência sobre a relação entre objetivos e
necessidades bem como aceitar as sugestões do programa.
(Francis 1990; Guiselini, 2013).
Nem todos os objetivos, no entanto, são fáceis de medir. É difícil
de quantificar objetivamente uma meta como, “melhorar a
qualidade de vida, ou mesmo sentir-‐se melhor”. Este é um
resultado muito pessoal, pois a maneira pela qual cada um se
sente – sensação de bem-‐estar – é percebida de forma
diferente, por diferentes pessoas. Os resultados deveriam ser
possíveis de serem verificados de alguma forma, mesmo que
baseado na percepção do aluno.
Uma sugestão é construir uma escala de classificação de 1-‐10
sendo 1 o pior e 10 o melhor ( Clark e Clark 1993) .
O cliente estima onde na escala ele pensa que se classifica num
dado tempo, e escolhe qualquer direção.
22
Outro método é conhecer o que é significativo ou é implícito
pelo objetivo. Por exemplo, se o seu aluno, que deseja se sentir
melhor por meio do exercício, poderia demonstrar que está
alcançando as suas metas/objetivos se:
““... não visse a hora de se exercitar”; sentisse que essa
atividade é importante, pois serve como uma parada no seu dia
de trabalho; aproveitasse o aspecto social da atividade e se
sentisse mais relaxado e energizado depois do exercício...”
Tudo indica que se não é possível, de alguma forma, quantificar,
medir e avaliar ou mesmo descrever o objetivo, provavelmente
você deve esquecê-‐lo porque seu cliente seguramente não será
capaz de realiza-‐lo!
REALIZAÇÃO-‐ORIENTADA
Ajudar os alunos/clientes a estabelecerem objetivos em termos
de resultados ou realizações, ou seja, se é possível que ele
consiga visualizar o que conseguiu – concretização dos
resultados pré-‐estabelecidos.
“Eu quero começar a fazer algum exercício” é um objetivo
bastante amplo, genérico – qual tipo de exercício, poderia ser
uma pergunta orientadora , com muitas alternativas, não
especifica, ao passo que “eu quero dentro de seis meses estar
correndo 5km em menos de 30 minutos pelo menos quatro
vezes por semana” é um resultado que pode visualizar.
23
Estabelecer objetivos como realizações, ajuda o cliente a evitar
mergulhar na ação sem saber onde está indo. De forma
adequada, trabalhando por resultados estimula seu
aluno/cliente trabalhar de acordo com suas possibilidades mas
também com sabedoria.
REALIDADE
Muitas pessoas desistem, interrompem precocemente seu
programa de exercícios porque se sentem desiludidas,
desanimadas por que seu programa falhou para alcançar os
resultados esperados.
O objetivo do exercício estabelecido no começo programa deve
ter sido “irreal, impossível de ser alcançado”. Um objetivo é
realista se:
• Os recursos necessários para sua realização estão
disponíveis (a não adesão ao exercício é frequentemente
relatada como lugar inconveniente, equipamentos
inacessíveis, custo alto, falta de tempo, entre outros)
• O controle é do cliente (seus antecedentes genéticos
nunca permitirão que, por exemplo, sua cliente se torne
uma modelo magrinha).
24
• É de grande prioridade (por exemplo, é algo que seu
cliente deseja fazer por plena satisfação de maneira que
irá acomodar seu estilo de vida) (EGAN 1990)
Um objetivo é mais realista quando estes três elementos
coincidem. Objetivos são irrealistas quando o que se pretende é
alto demais, praticamente impossível de ser alcançado, mas
também eles são inadequados se são estabelecidos com
perspectivas muito baixas.
Eles devem ser relevantes para a meta, mostrando um caminho
possível de ser trilhado, de como o sucesso se apresenta, ao
mesmo tempo em que o aluno/cliente é desafiado. .
TEMPORALIDADE
25
Um objetivo com um tempo pré-‐determinado para ser
alcançado, propicia ao cliente uma poderosa motivação para
seguir no programa de exercícios. Para estipular data, alvo
realista, considere cada objetivo por uma perspectiva de tempo.
Um objetivo pode ser de longo prazo, por exemplo, vários anos,
ou de curto prazo talvez de um dia. Perder 12 kg em 4 meses
pode ser realista, mas um objetivo de curto prazo como o de
perder 0,750kg por semana, parece ser mais fácil de ser
conseguido.
Os objetivos de curto prazo, quando completados, trazem, num
primeiro momento a sensação de sucessos e auxiliam o inicio
de um ciclo de desafios e conquistas que aumenta a
autoconfiança do aluno/cliente.
26
Metas/Objetivos dos alunos e ação do professor
De acordo com os estudos e pesquisas, as Metas/Objetivos
pelos quais os alunos procuram um Programa de Aptidão Física
determinam a ação do professor, ou seja, a identificação de
objetivos específicos (vamos denominar objetivos do professor),
que tem relação com o desenvolvimento de capacidades
biomotoras específicas previamente selecionadas, a escolha de
modalidades de exercícios específicos para tais objetivos e que,
acima de tudo, o aluno gosta, sente prazer em praticar e, para
completar, a escolha dos métodos de treinamento.
Fig. 1 Programa de Condicionamento Físico: metas/objetivos
Na prática, o desafio do professor é identificar as
metas/objetivos pelos quais o aluno vai iniciar o programa, ficar
Programa de Condicionamento
Físico
Aluno
Obje|vos
Necessidades
Professor
Obje|vos
Conteúdos
Estratégias
27
bem claro as razões pelas quais o aluno “deseja alcançar tais
metas/objetivos” inclusive o prazo esperado para tal.
Este trabalho geralmente é feito pelo Avaliador Físico ou pelo
próprio Personal Trainer e, em seguida, relacionar os objetivos
do professor, aqueles que irão nortear seu trabalho prático, ou
seja:
• Seleção das modalidades de exercícios,
• Métodos de treinamento,
• Periodização do treinamento (construção teórica) e
elaboração e aplicação prática (montagem da aula).
• Avaliação de controle
Objetivos x Necessidades: o desafio do professor
Mais recentemente, com as mudanças nos programas de
avaliação do aluno ingressante, a Avaliação Física Multifuncional
permite identificar, por meio de testes específicos, as
necessidades dos alunos em relação à pratica do exercício físico.
É realmente uma situação bastante delicada uma vez que nem
sempre o que o aluno deseja é o que necessita e o contrário
também é verdadeiro – o que necessita não é o que realmente
deseja. Um exemplo prático:
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Ensino e
Pesquisa Mauro Guiselini, 25,7% dos alunos, de ambos os sexos,
que iniciam um programa de condicionamento físico em
28
academias, necessitam realizar um programa de exercícios para
melhorar a estabilidade do CORE (Guiselini, 2012), considerando
os resultados obtidos no teste de Kendall para avaliar a força e
estabilidade do CORE. No entanto a grande maioria não aceita
esta recomendação, preferem fazer os exercícios tradicionais
para fortalecer o abdome, mesmo sabendo dos riscos e
inconveniências de tal atitude.
Para esses alunos a prescrição dos exercícios, com base nos
resultados da avaliação, recomenda iniciar com exercícios
específicos para melhor a consciência corporal, controle da
respiração e estabilização dos músculos do CORE. Segundo
McGuill (2003) o desenvolvimento da resistência do CORE deve
anteceder o desenvolvimento da força para a prevenção de
lesões bem como para a reabilitação de lesões da coluna
lombar.
A força e potencia do CORE parecem ser mais importantes para
aumentar as medidas de desempenho relacionadas aos esportes
– habilidades motoras esportivas que requerem também a
agilidade, velocidade, como por exemplo, no salto vertical. A
resistência do CORE parece ser mais importante para a
prevenção de lesões e reabilitação (McGuill, 2003)
29
Isto significa que, participar de uma “aula de abdominal, com 30
minutos de duração, com inúmeras repetições, com flexões da
coluna lombar”, pode não ser recomendado para aqueles
alunos com pouca estabilidade do
CORE. Esses alunos deveria iniciar
um programa de exercícios para
melhorar a consciência e controle
do CORE, estabilização – aprender
a acionar voluntariamente os
músculos estabilizadores
profundos, multífido e transverso
do abdome, por exemplo.
Aprender a estabilizar a coluna
lombar e realizar movimentos acionando os quadris é o mais
recomendado, conforme os exercícios citados ao lado.
As Metas/Objetivos dos alunos
Os objetivos pelos quais as pessoas iniciam um programa de
aptidão física tem sido motivo de estudos por profissionais e
instituições, entre elas o American College of Sports Medicine
(2008), National Academy Sports Medicine (2008), American
Heart Association (2008), Instituto de Ensino e Pesquisa Mauro
Guiselini (2012), Everett Aeberg (2006).
30
No que diz respeito às academias, é importante os gestores
saberem efetivamente quais são as Metas/objetivos dos alunos
para poderem elaborar programas que atendam os anseios dos
ingressantes. Uma questão muito atual é o abandono de cerca
de 30% dos ingressantes nos 6 primeiros meses, fica a dúvida:
será que os objetivos não foram alcançados? Este assunto é
motivo de muitos estudos.
Segundo resultados das pesquisas das referidas instituições e
profissionais as Metas/Objetivos podem ser reunidos em 3
grupos principias:
Fig. 2 Metas/objetivos dos alunos/clientes
Saúde &
Bem-‐Estar
Esté|ca
Desempenho
31
Grupo Saúde e Bem-‐Estar
De acordo com as pesquisas realizadas pelo Instituto de Ensino
e Pesquisa Mauro Guiselini (2012) foram identificados os
seguintes subgrupos, conforme declaração dos alunos/clientes
durante a Avaliação Física Multifuncional, no momento da
anamnese:
1. Recomendações médicas
Tem relação com a prevenção, em alguns casos o controle e
tratamento, do aparecimento de doenças crônico-‐degenerativas
não transmissíveis (DCDT) relacionadas ao sedentarismo, tais
como diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, obesidade,
dores musculares. Para tanto temos como parâmetros:
• O controle dos indicadores de saúde, tais como pressão
arterial, colesterol, peso corporal, glicemia;
• A melhoria de condições musculoesqueléticas, tais como
postura, diminuição de dores na coluna, joelho;
2. Condicionamento Físico – “ficar em forma”
O desenvolvimento, manutenção, aumento da aptidão física
relacionada à promoção da saúde e bem-‐estar tem relação com
o:
• Desenvolvimento de níveis satisfatórios das capacidades
biomotoras relacionadas à promoção da saúde e bem-‐estar:
32
Resistência cardiorrespiratória, força/resistencia muscular,
flexibilidade/mobilidade, coordenação motora,
equilíbrio/mobilidade, relaxamento e potencia;
3. Bem-‐Estar Geral – “qualidade de vida”
Diminuir a fadiga sentir-‐se bem, com mais disposição e energia
para participar das atividades cotidianas, laborais e de lazer,
4. Integração sócio afetiva -‐ “relacionamentos”
Participar de um grupo com interesse comum, diminuir o
estresse, melhorar a autoimagem, sentir-‐se mais confiante
diante do grupo.
Aplicação prática
Para alunos que, de acordo com as metas/objetivos, estão
inseridos no Grupo Saúde e Bem-‐Estar, as aulas em grupo, tais
como a hidroginástica, treinamento funcional, alongamento, a
musculação, caminhada na esteria, entre outras, são excelentes
alternativas.
33
Fig. 3 Aula de Hidroginástica
Fig 4. Aula de Treinamento Funcional em Grupo
Grupo Estética
Muito embora a estética, de acordo com as pesquisas realizadas
com alunos ingressantes nas academias, tem estreita relação
com o emagrecimento, aumento de massa muscular ou
diminuição da gordura corporal, consideramos que a
“insatisfação com a aparência física” é um componente do Bem-‐
Estar Emocional (Guiselini, 2006).
Maior massa muscular, com uma boa aparência (músculos
definidos -‐ termos populares), um corpo com pouca quantidade
de gordura, independentemente das consequências dos
exageros é, sem dúvida, é a meta (desejo) de muitos alunos.
34
Mudar o corpo, pela diminuição da gordura corporal localizada
no abdome, quadril, parte interna da coxa, posterior dos braços
e aumento da massa muscular (hipertrofia) localizada no peito,
pernas e braços, abdome definido (marcado, popularmente
conhecido como abdome tanquinho), são as principais
mudanças corporais desejadas pelos alunos de ambos os sexos.
Foto. Aparência física: músculos “definidos” baixa % de
gordura
Observamos que, muito
embora, a aparência física
estaria de acordo com um
padrão social considerável
aceitável, na maioria das vezes
muito boa “aos olhos do outro”
35
a pessoa não se vê da mesma forma, não se sente bem com o
que está vendo no espelho... Esta é a razão de fazermos uma
diferença entre aparência física – o que você mostra para os
outros (cor do cabelo, cor dos olhos, altura, proporções
corporais, quantidade de músculos e gordura, postura
corporal...) e como você se “sente” – estou muito gorda, os
músculos estão pequenos.
As distorções de imagem corporal (DIC) têm sido mais
frequentes entre os jovens praticantes de exercício físico –
anorexia, bulimia e vigorexia, a busca do corpo ideal, colocado
como meta/objetivo deve ser motivo de muita atenção por
parte do professor. Nesses casos, é recomendada uma
orientação especializada, muito embora o aluno, na maioria das
vezes não se dá conta que é portador de um distúrbio.
36
Assim sendo metas/objetivo relacionados com a estética
corporal, embora tenha componentes biológicos, estruturais, na
realidade é a busca do bem-‐estar emocional, não só físico.
Resultados de uma pesquisa realizada, na Academia EDGE LIFE
SPORTS de São Paulo, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Mauro
Guiselini (2013), dentro do grupo de alunos que possuem
objetivos Estéticos vemos que a grande maioria (61%, 107
alunos) tem como principal objetivo o Emagrecimento (perda
de peso). Na sequência, o Aumento de massa muscular aparece
com 24% (43 alunos) e por último, com 15% (27 alunos), a
redução da gordura corporal.
Gráfico 1. Distribuição percentual dos objetivos estéticos.
Grupo Performance (desempenho)
61% 15%
24%
Detalhamento do Sub-‐grupo "Estékca"
Emagrecimento
Redução de gordura corporal
Aumento de massa muscular
37
O termo performance ( desempenho) pode ser entendido de
duas formas, de acordo com as teorias da educação física, ou
seja, simplesmente para identificar o nível de execução de uma
determinada tarefa motora ou mesmo, no nosso caso, um
determinado exercício físico, se foi correto ou não, executado
de acordo com o padrão desejado, correto, conforme critérios
pré-‐estabelecidos. Por exemplo, verificar se o aluno é capaz de
executar o Agachamento Livre mantendo uma boa estabilidade
dos pés, mobilidade dos tornozelos, estabilidade dos joelhos,
mobilidade dos quadris, estabilidade da coluna lombar, permite
fazer uma avaliação qualitativa, corrigir se necessário,
recomendar exercícios corretivos uma vez que foi feita uma
análise do seu desempenho naquele exercício específico.
Verificar, no grupo e alunos, o tempo decorrido para correr 5km
na esteira, é também um exemplo de analise da performance.
Treinar para alcançar o maior desempenho possível em um
exercício físico ou em um determinado esporte individual ou
coletivo é outra forma de entendermos a aplicação da palavra
desempenho. Treinar para diminuir o tempo na corrida de 10
km, para realizar o exercício supino reto com 90 kg, para ser o
melhor atleta de tênis do clube, são alguns exemplos de
metas/objetivos de desempenho.
38
Diante destes exemplos, podemos então considerar que aqueles
alunos que buscam aumentar a massa muscular (hipertrofia)
também tem relação com desempenho... isto é para você pensar
sobre a aplicação da palavra/conceito.
A meta/objetivo desempenho nas atividades esportivas pode ser
aplicada para dois grupos distintos, muito embora estejam
praticando as mesmas modalidades existe uma diferença
significativa:
Fig. Metas/objetivos performance
Meta/Objetivo Performance Esportiva como
Alternativa de Lazer:
Aqueles alunos que treinam para melhor o desempenho no
seu esporte preferido para competir, como alternativa de
lazer, de divertimento, de auto realização, satisfação pessoal,
desafio, mostrar para si mesmo que é capaz, para participar
com grupo de amigos com o mesmo interesse.
META/OBJETIVO PERFORMANCE
LAZER
PROFISSIONAL
39
Treinar para: participar da Corrida de São Silvestre, da
Maratona da Cidade de São Paulo, participar do Campeonato
de Natação Master, Campeonato Veterano de Voleibol, estar
entre os melhores jogadores de Tênis do Clube, participar do
Campeonato de Futebol de Salão da empresa, são exemplos
de objetivos relacionados ao esporte/lazer.
Treinar para: participar da Corrida de São Silvestre, da
Maratona da Cidade de São Paulo, participar do Campeonato
de Natação Master, Campeonato Veterano de Voleibol, estar
entre os melhores jogadores de Tênis do Clube, participar do
Campeonato de Futebol de Salão da empresa, são exemplos
de objetivos relacionados ao esporte/lazer.
É muito comum, entre os “atletas amadores”, o aumento
dos índices de lesões decorrentes do excesso de treinamento
40
ou mesmo o treinamento desequilibrado, ou seja, não
fortalecendo ou alongando determinados músculos
importantes para o bom desempenho.
Faz-‐se necessário, portanto, uma boa orientação para
minimizar o aparecimento de lesões, principalmente na
medida em que vai aumentando a sua capacidade de
desempenho e, consequentemente, a ansiedade para
alcançar rapidamente melhores índices não levando em
consideração as consequências, o objetivo deve ser
alcançado a qualquer custo.
Meta/Objetivo Performance Esportiva com atividade
profissional:
Esportistas profissionais, considerados como atletas de alto
rendimento, treinam para o desenvolvimento máximo das
diferentes capacidades biomotoras relacionadas à
modalidade
esportiva de sua
especialidade.
Bem diferente
das demais
metas/objetivos,
o resultado máximo, independentemente das consequências
para a saúde e longevidade, é o principal alvo. Os atletas são
41
mais frequentemente acometidos de lesões por over training,
maior estresse psicológico decorrente da cobrança de
resultados -‐ geralmente em curto prazo, não conseguem
permanecer por muito tempo mantendo o máximo e sua
performance esportiva.
Muito precocemente são considerados velhos para o esporte,
em média 35 a 38 anos é o limite para os jogadores de
futebol, raros são os futebolistas que se mantem em
atividade profissional acima dos 40 anos. Para cada esporte
existe uma idade limite na qual o atleta atinge o auge da sua
performance e, à partir daí, tem inicio o declínio fisiológico e
as intercorrências emocionais decorrentes do término da
carreira profissional cujas consequências, para muito, são
extremamente desagradáveis: diminuição da capacidade
funcional decorrente de sucessivas lesões, aumento
exagerado de peso, uso excessivo do álcool, depressão,
sentimento de injustiça – não reconhecimento esperado.
Efeitos traumáticos pós-‐carreira esportiva, é o nome que dou
para este processo psicossocial que acomete inúmeros
atletas.
As Metas/Objetivos dos alunos -‐ pesquisa
A prática de exercícios físicos em academias de ginástica ocupa
papel de destaque dento do atual cenário da educação física,
42
com expressivo número de adeptos em diferentes modalidades
e com os mais diversos objetivos. Entretanto, muito se especula
a respeito do que leva as pessoas a ingressarem nas academias
sem que se saiba, ao certo, os principais objetivos dos
praticantes. Neste sentido, realizamos um estudo para traçar o
perfil dos objetivos dos praticantes de exercícios físicos da
Academia RUNNER, na cidade de São Paulo. Participaram do
estudo 13.815 clientes das 12 unidades da academia, sendo
6.272 homens e 7.543 mulheres.
Foi incluída na anamnese, que é realizada durante a avaliação
física dos praticantes, uma pergunta aberta sobre os objetivos
do ingresso na academia. Após a análise dos dados verificou-‐se
uma média de 2,41 objetivos por participante, totalizando
33.316 respostas, que foram agrupadas em 11 objetivos e
resumido em 5 grupos, para ambos os sexos, no gráfico abaixo.
Fig. 1 Os principais objetivos dos ingressantes nas Academias
RUNNER
BAIXAR % DE
GORDURA 24%
BEM-‐ESTAR GERAL 14%
AUMENTAR A MASSA MUSCULAR
19%
MELHORAR O COND. FÍSICO 23%
OUTROS 20%
PERFÍL DOS OBJETIVOS
43
Conforme resultados apresentados na Fig. 1, baixar percentual
de gordura e aumentar a massa muscular é o desejo de 43% dos
ingressantes, melhorar o condicionamento físico e bem-‐estar
geral 37%. Performance, melhorar a saúde geral, melhorar a
postura e o aparelho locomotor, diminuir o colesterol,
hipertensão e diabetes corresponde a 20% do total.
A análise dos dados permitiu concluir que para todas as faixas
etárias o principal objetivo das mulheres é a redução da gordura
corporal, enquanto para os homens mais jovens o aumento de
massa muscular é a prioridade e a partir dos 30 anos o
emagrecimento. Agrupando-‐se os objetivos, verificou-‐se que a
estética corporal aparece mais do que os aspectos relacionados
à melhora ou manutenção da saúde. Objetivos como aumentar
o bem-‐estar e melhorar a saúde aparecem com mais frequência
a partir da meia idade.
Outros objetivos correspondem a 20%, conforme observado na
fig. 2, sendo 5 objetivos relacionados à saúde e bem-‐estar e 1 ao
desempenho esportivo.
Objetivo %
> O desempenho esportivo 5,21
> Função motora 3,53
> Postura 3,05
< Colesterol 2,20
44
< Hipertensão arterial 1,39
< Diabetes 0,83
Estes dados são úteis para a elaboração dos programas e
respectiva prescrição de treinamento para os alunos, incluindo a
determinação dos objetivos específicos – capacidades
biomotoras relacionadas com as metas/objetivo dos alunos
(identificadas pelo professor), a seleção das modalidades de
exercícios (de preferencia aquelas que o aluno gosta, sente
prazer) e os métodos de treinamento mais adequados; estes
procedimentos permitem a individualização do treinamento e a
uniformização de turmas dentro da academia.
45
Pesquisa Científica -‐ Academia utiliza Avaliação Física
Multifuncional
Prof. Ms. Mauro Guiselini
Uma proposta inovadora
O modelo de Avaliação Física Multifuncional IMG atualmente
implantado e conduzido na Academia Edge Life Sports pelo
Instituto Mauro Guiselini, é resultado de um longo trabalho de
pesquisa aliado a uma vasta experiência prática adquirida ao
longo de anos de trabalho dedicados à condução de equipes de
Avaliação Física em academias.
Trata-‐se de uma nova abordagem que tem como principal
característica a inclusão da Avaliação Multifuncional -‐ AMF no
processo da Avaliação Física dos alunos ingressantes na
academia. Esta é uma nova tendência no mercado mundial de
atividade física que está gerando muitas pesquisas,
especulações e também, oportunidades de diferenciação de
produtos. Desta forma, por sair na frente aqui no Brasil, a
Academia Edge Life Sports tem a possibilidade de apresentar
uma vantagem competitiva muito grande em relação à
concorrência.
46
A essência do processo de Avaliação Multifuncional – AMF é
simples: avaliar como o aluno se movimenta para identificar
seus “déficits” de movimento, seus desequilíbrios musculares,
sua falta de estabilidade e de mobilidade para, no momento
seguinte, prescrever Exercícios Complementares que eliminem,
reduzam ou estabilizem tais desvios. Desta forma, contribuímos
de forma inquestionável para a melhoria da sua saúde
promovendo a redução do risco de incidência de lesões. Os
efeitos são positivos para o aluno, que se lesiona menos e
verifica a melhoria da sua capacidade de se exercitar mais e
melhor (melhores movimentos e performance), e para a
academia que contribui de forma positiva para a saúde do aluno
e tem a oportunidade de ver diminuir o nível de desistências de
planos por conta do aparecimento de lesões.
A Avaliação das Habilidades Motoras Básicos (HMB) é
composta por 7 testes que, em conjunto, mapeiam a qualidade
dos movimentos do aluno, observando e pontuando a execução
dos padrões básicos de movimento e também sua mobilidade e
estabilidade articulares. Com base nesta avaliação, o avaliador
consegue identificar os pontos fracos que devem ser
trabalhados no aluno: consciência corporal dinâmica,
mobilidade ou estabilidade articulares. É também através desta
47
avaliação que o avaliador obtém uma ideia básica sobre as
condições da musculatura do core do aluno.
Também compõe a avaliação aplicada ao aluno da Edge, como
novidade no mercado, a Avaliação do Core (CORE) de forma
que o avaliador (e, na sequência, o professor) conheça mais um
aspecto do aluno totalmente relacionado à segurança e à saúde
do aluno (especificamente à saúde e segurança da coluna).
Conhecendo-‐se o nível de consciência de ativação, força e
controle dessa musculatura, é possível o correto
direcionamento para um treino mais eficaz e alinhado às atuais
possibilidades do aluno.
Mais um diferencial do programa é a Avaliação de
Encurtamentos Musculares (ADM) que visa verificar, dentre os
maiores grupos musculares do aluno, quais estão com a
flexibilidade em níveis que comprometam a amplitude dos
movimentos deste, gerando potencial risco de aparecimento de
compensações e, consequentemente, possíveis lesões.
Além disso, por ser uma forma diferente de Avaliação, com a
produção de informações relevantes e compreensíveis ao aluno,
a metodologia AVALIAÇÃO FISICA MULTIFUNCIONAL AMF
proposta pelo Instituto Mauro Guiselini encanta o aluno que
verifica que chegou a uma academia que possui uma forma de
recepção e condução diferenciada das outras. Essa percepção
48
aliada aos resultados positivos conseguidos pela atuação da
tríade “avaliador – aluno – professor” provoca um efeito muito
positivo no nível de fidelização dos clientes.
Análise dos resultados e Feedback ao aluno
Após a realização dos testes, o avaliador faz a análise dos
resultados de todos os testes aplicados e dá um feedback ao
aluno sobre seu estado atual. Além disso, o aluno é orientado,
de acordo com os seus objetivos e características (levantadas
durante a avaliação) em relação às atividades mais indicadas
juntamente com uma relação de até 3 exercícios funcionais que
farão parte do seu treino de modo a melhorar seu performance
funcional e nas demais atividades praticadas na academia.
Pesquisa: Perfil dos Alunos Avaliados no Período
Os resultados obtidos na Avaliação Física Multifuncional (AFM),
efetuadas entre os dias 03/09/2012 e 29/10/2012, totalizando
326, propiciaram a realização de uma pesquisa inédita no
âmbito das academias de ginástica. . Foram avaliados neste
período 131 alunos do sexo masculino (40%) e 195 alunas do
sexo feminino (60%) (gráfico 1).
49
Gráfico 1. Distribuição dos alunos avaliados por Sexo.
Dentre as mulheres, a aluna mais nova tem 11 anos e a mais
velha 59 anos. Já as idades dos alunos do sexo masculino vão de
13 a 64 anos. A distribuição do número de alunas e alunos por
faixa etária é mostrada nos gráficos 2 e 3.
Gráfico 2. Distribuição do número de alunas por faixa etária.
Masculino 40%
Feminino 60%
Distribuição por Sexo
0 10 20 30 40 50 60
Abaixo de 18 anos
Entre 18 e 30 anos
Entre 31 e 40 anos
Entre 41 e 50 anos
Entre 51 e 60 anos
Acima de 60 anos
37
52 56
39
11 0
Distribuição de Alunas X Idade
50
Gráfico 3. Distribuição do número de alunos por faixa etária.
Distribuição por objetivo
Ao verificar os principais objetivos dos alunos avaliados (o
primeiro dentre 3 possíveis indagados pelo avaliador), vemos
que estes se dividem basicamente em dois grandes grupos:
objetivos Estéticos (54% dos alunos, 177 assinalamentos) e de
Saúde & Bem Estar (45% dos alunos, 146 assinalamentos).
Observação: o terceiro grupo que entraria na análise seria o da
Performance, que não obteve nenhuma menção.
0 10 20 30 40 50
Abaixo de 18 anos
Entre 18 e 30 anos
Entre 31 e 40 anos
Entre 41 e 50 anos
Entre 51 e 60 anos
Acima de 60 anos
21
47
21 22 16
4
Distribuição de Alunos X Idade
51
Gráfico 4. Distribuição dos objetivos relatados pelos alunos.
O grupo Outros no gráfico 4 (1% dos alunos, com 3
assinalamentos) deve ser desconsiderado uma vez que não
reflete o objetivo dos alunos e sim uma má interpretação da
indagação do avaliador (“localização”, “facilidade” e
“diversidade”).
Dentro do grupo de alunos que possuem objetivos Estéticos
vemos que a grande maioria (61%, 107 alunos) tem como
principal objetivo o Emagrecimento (perda de peso). Na
sequência, o Aumento de massa muscular aparece com 24% (43
alunos) e por último, com 15% (27 alunos), a redução da
gordura corporal.
45%
54%
0% 1%
Distribuição por Objetivo Principal
Saúde & Bem-‐estar
Estética
Performance
Outros
52
Gráfico 5. Distribuição percentual dos objetivos estéticos.
Para os alunos que possuem objetivos relacionados à Saúde &
Bem Estar, o detalhamento mostrou a seguinte proporção: 42%
(61 alunos) tem como objetivo o Condicionamento Físico
(trabalhar o fortalecimento muscular geral, a flexibilidade, o
condicionamento aeróbio, etc.); 38% (55 alunos) buscam
melhorar a Saúde geral ou de alguma parte específica do corpo
(joelhos, ombros, coluna, etc.) ou ainda procuraram a academia
por recomendação médica; 18% (27 alunos) buscam a Redução
do Estresse, Maior Qualidade de Vida, Maior Disposição e Bem
Estar.
61% 15%
24%
Detalhamento do Sub-‐grupo "Estética"
Emagrecimento
Redução de gordura corporal
Aumento de massa muscular
53
Gráfico 6. Distribuição percentual dos objetivos de Saúde &
Bem Estar.
Resultados das Avaliações Funcionais
Pode-‐se verificar, através da análise dos testes da Avaliação
Multifuncional IMG (grande quantidade de notas 0, 1 ou 2) que
a maioria absoluta dos alunos apresenta algum tipo de
compensação, o que causa déficits na qualidade dos seus
movimentos. Tais déficits podem representar, dependendo do
seu grau, um grande risco para a saúde articular do aluno. Um
resumo numérico da Avaliação Multifuncional IMG à qual os 326
alunos foram submetidos é exibido na tabela 1.
42%
18%
2%
38%
Detalhamento do Sub-‐grupo "Saúde & Bem Estar"
Condicionamento Físico
Redução do Estresse / Disposição / Qualidade de Vida / Bem-‐estar
Postura
54
Tabela 1. Resumo dos resultados obtidos pelos alunos na
Avaliação Funcional.
Agachamento Compensações Agachamento
0. SENTIU DOR 32 10% A. DESEQUILIBRIO 9 3%1. NÃO REALIZOU 55 17% B. TORNOZELOS (encurtamento) 117 36%2. REALIZOU C/ PERFEIÇÃO NA RÉGUA 186 57% C. JOELHOS - ABDUÇÃO / ADUÇÃO 54 17%3. REALIZOU COM PERFEIÇÃO 53 16% D. QUADRIL (encurtamento) 74 23%
326 100% E. COLUNA - LOMBAR / TORÁCICA 77 24%F. OMBROS 87 27%
Passar sobre a linha Compensações Passar sobre a linha
0. SENTIU DOR 6 2% A. DESEQUILÍBRIO 67 21% 72 22%1. NÃO REALIZOU 16 5% B. ROT. QUADRIL / JOELHO / PÉ 248 76% 253 78%2. REALIZOU COM COMPENSAÇÕES 258 79% C. MOV. TRONCO 148 45% 148 45%3. REALIZOU COM PERFEIÇÃO 46 14% D. INCLI. QUADRIL 137 42% 140 43%
326 100% E. OLHAR P/ CHÃO 114 35% 116 36%
Afundo Compensações Afundo
0. SENTIU DOR 16 5% A. DESEQUILIBRIO 119 37% 145 44%1. NÃO REALIZOU 19 6% B. PÉS DESALINHADOS 86 26% 109 33%2. REALIZOU COM COMPENSAÇÕES 248 76% C. NÃO TOCA JOELHO - CALCANHO 91 28% 94 29%3. REALIZOU COM PERFEIÇÃO 43 13% D. MOV. TRONCO 239 73% 231 71%
326 100% E. OLHAR P CHÃO 103 32% 101 31%
Mobilidade de Ombros
0. SENTIU DOR 23 7%1. MAIOR DO QUE 1 MÃO E 1/2 39 12%2. ATÉ 1 MÃO E 1/2 103 32%3. ATÉ 1 MÃO 161 49%
326 100%
Elevação da Perna Estendida
0. SENTIU DOR 2 1%1. ABAIXO DA PATELA 74 23%2. 1/4 DIST. EIAS-PATELA 95 29%3. 1/2 DIST. EIAS-PATELA 155 48%
326 100%
Extensão de Cotovelo
0. SENTIU DOR 24 7%1. NÃO REALIZA 145 44%2. HOMEM - QUEIXO / MULHER - OMBRO 54 17%3. HOMEM - TESTA / MULHER - QUEIXO 103 32%
326 100%
Estabilidade de Rotação Compensações Estabilidade de Rotação
0. SENTIU DOR 5 2% A. DESEQUILÍBRIO 40 12% 47 14%1. NÃO REALIZA 107 33% B. TRONCO INSTÁVEL 52 16% 56 17%2. EXECUÇÃO DIAGONAL 206 63% C. ROTAÇÃO DE QUADRIL / OMBRO 46 14% 49 15%3. EXECUÇÃO UNILATERAL 8 2% D. NÃO TOCOU JOELHO/COTOVELO 58 18% 71 22%
326 100% E. MEMBROS DESALINHADOS 35 11% 38 12%
Dir Esq
Resumo de Contagem de Notas por Teste
Dir Esq
Dir Esq
55
No teste de Agachamento, observamos que 84% dos avaliados
não conseguiram executar o padrão básico deste movimento
com perfeição ou relataram a presença de dor durante o teste
(soma dos percentuais das notas 0, 1 e 2 da tabela 1). Sendo
este um dos exercícios mais prescritos em uma academia, pode-‐
se concluir que o risco do surgimento de lesões neste grupo de
alunos é alto.
Dentre as compensações observadas neste teste, verifica-‐se
uma grande incidência de encurtamento no músculo Sóleo
(36% dos avaliados) e na musculatura posterior do quadril (23%
dos avaliados) (gráfico 7).
Gráfico 7. Distribuição das compensações no teste de
Agachamento.
0% 5%
10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
3%
36%
17% 23% 24%
27%
Compensações -‐ Agachamento
56
Também foi verificada uma grande incidência de falta de
estabilidade na coluna (24%) durante a execução do padrão de
movimento o que denota, excluindo uma possível interferência
dos encurtamentos previamente citados, falta de estabilidade
da musculatura do Core dos avaliados.
O teste Passar Sobre a Linha demonstrou que 86% dos
avaliados possuem algum tipo de compensação ou dor ao
simular o movimento de caminhada/corrida onde uma das
pernas faz o movimento (cadeia cinética aberta) e a outra se
mantém apoiada no chão (cadeia cinética fechada). Isso
demonstra incapacidade por parte destes alunos em: manter-‐se
em equilíbrio em apoio unipodal (21%) e/ou estabilizar o quadril
em apoio unipodal ao movimentar a outra perna (42%) e/ou
estabilizar o tronco em apoio unipodal (45%) (o mesmo aluno
pode ter apresentado uma ou mais compensações).
O gráfico 8 demonstra as compensações observadas no teste de
passar sobre a linha (média entre lados direito e esquerdo dos
alunos) e seus percentuais em relação ao total de avaliações.
57
Gráfico 8. Distribuição das compensações no teste de Passar
sobre a Linha.
A situação se repete ao analisarmos o terceiro teste, Afundo em
Linha. Verificamos que apenas 13% dos avaliados conseguem
efetuar o movimento de forma correta e sem dor.
As principais compensações neste teste são movimento do
tronco (72%) e desequilíbrio (40%), ambas associadas à falta de
estabilidade na musculatura do core (gráfico 9).
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
21%
77%
45% 42% 35%
Compensações -‐ Passar s/ Linha (média entre lados D e E)
58
Gráfico 9. Distribuição das compensações no teste de Afundo
em Linha.
Os resultados dos testes de mobilidade (ombros e cadeia
posterior de membros inferiores) são exibidos nos gráficos 10 e
11.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
40% 30% 28%
72%
31%
Compensações -‐ Afundo em Linha (Média entre lados D e E)
7% 12%
32%
49%
Distribuição das Notas -‐ Mobilidade de Ombros
0. SENTIU DOR
1. MAIOR DO QUE 1 MÃO E 1/2
2. ATÉ 1 MÃO E 1/2
3. ATÉ 1 MÃO
59
Gráfico 10. Distribuição das notas obtidas nos testes de
Mobilidade de Ombros.
Gráfico 11. Distribuição das notas obtidas no teste de Elevação
da Perna Estendida.
Os dois testes mostraram que praticamente metade dos
avaliados (49% e 47%, para mobilidade de ombros e elevação da
perna estendida, respectivamente) possuem um bom grau de
mobilidade nestas articulações. Porém, ao analisar as
populações masculina e feminina, verificamos que esta última
puxou o resultado global para cima. Os percentuais de homens
que possuem boa mobilidade de ombros e de cadeia posterior
são de 26% e 21%, respectivamente (gráfico 12). Para as
mulheres os percentuais sobem para 65% e 66%,
respectivamente (gráfico 13). Desta forma, vemos que a
1%
23%
29%
47%
Distribuição das Notas -‐ Elevação da Perna Estendida
0. SENTIU DOR
1. ABAIXO DA PATELA
2. ENTRE PATELA E PTO. MÉDIO DA COXA
3. ENTRE PTO. MÉDIO DA COXA E EIAS
60
população masculina deve ser objeto de atenção para essa
característica.
Gráfico 12. Comparativo dos resultados do teste de Mobilidade
de Ombros entre a população masculina e feminina.
Gráfico 13. Comparativo dos resultados do teste de Elevação
da Perna Estendida entre a população masculina e feminina.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
0. SENTIU DOR
1. MAIOR DO QUE 1 MÃO E 1/2
2. ATÉ 1 MÃO E 1/2
3. ATÉ 1 MÃO
7%
21%
46%
26%
7% 6%
22%
65%
Comparativo por Sexo -‐ Mobilidade de Ombros
Homens
Mulheres
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
0. SENTIU DOR
1. ABAIXO DA PATELA
2. ENTRE PATELA E PTO. MÉDIO DA COXA
3. ENTRE PTO. MÉDIO DA COXA E
EIAS
1%
43% 36%
21%
1% 9%
25%
66%
Comparativo por Sexo -‐ Elevação da Perna Estendida
Homens
Mulheres
61
Este fato coincide com o senso comum segundo o qual as
mulheres possuem maior mobilidade que os homens e nos dá a
chance de repensarmos os produtos que as academias
oferecem aos alunos. Existe espaço para a criação de aulas ou
formas de treinamento ou ainda a conscientização dos
professores para que promovam o aumento da flexibilidade do
público masculino.
Por outro lado, no teste de estabilidade de tronco na extensão
de cotovelos, que requer um pouco mais de força dos membros
superiores, além de muita força de estabilização do core, vemos
a situação inversa onde os homens tem um desempenho
melhor do que as mulheres (gráfico 15). Na análise
independente do sexo, vemos que quase a metade dos
avaliados não consegue realizar o teste na sua posição mais
difícil (gráfico 14).
7%
44% 17%
32%
Distribuição das Notas -‐ Extensão de Cotovelos
0. SENTIU DOR
1. NÃO REALIZA
2. HOMEM -‐ QUEIXO / MULHER -‐ OMBRO
3. HOMEM -‐ TESTA / MULHER -‐ QUEIXO
62
Gráfico 14. Distribuição das notas obtidas no teste de
Estabilidade de Tronco na Extensão de Cotovelos.
Gráfico 15. Comparativo dos resultados do teste de
Estabilidade de Tronco na Extensão de Cotovelos entre a
população masculina e feminina.
Por fim, o teste de estabilidade de rotação de tronco mostrou
que mais do que um terço (35%) dos alunos não possuem
condições de estabilizarem o corpo (com maior atenção ao
tronco) numa posição com 2 apoios no chão (mão e joelho/pé),
mesmo executando o teste com a opção mais fácil (mão e
joelho/pé em diagonal). A grande maioria executa bem esta
opção mais fácil (63%), enquanto que apenas 2% executam a
opção mais avançada (mão e joelho/pé do mesmo lado). Veja o
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
0. SENTIU DOR
1. NÃO REALIZA
2. HOMEM -‐ QUEIXO / MULHER -‐ OMBRO
3. HOMEM -‐ TESTA / MULHER -‐ QUEIXO
6% 13%
20%
61%
8%
66%
14% 12%
Comparativo por Sexo -‐ Extensão de Cotovelos
Homens
Mulheres
63
gráfico 16, abaixo.
Gráfico 16. Distribuição das notas obtidas no teste de
Estabilidade de Rotação de Tronco
A análise das compensações deste último teste não indicou a
predominância de alguma delas em especial, exceto “não tocou
joelho/cotovelo” que possui um percentual um pouco acima das
demais (vide tabela 2).
Tabela 2. Resumo das compensações observadas no teste de
Estabilidade de Rotação de Tronco.
2%
33%
63%
2%
Distribuição das Notas -‐ Estabilidade de Rotação de Tronco
0. SENTIU DOR
1. NÃO REALIZA
2. EXECUÇÃO DIAGONAL
3. EXECUÇÃO UNILATERAL
64
Resultados da Avaliação do Core
Os resultados dos testes do core são mostrados nos gráficos 17
e 18. Podemos verificar que mais da metade dos avaliados (54%,
soma dos percentuais “Regular –“ e “Regular +”) não possuem
força e controle suficientes (Teste de Força e Controle) para
garantir a mínima estabilização da coluna durante a prática
esportiva. Se somarmos a este grupo o percentual referente aos
alunos que obtiveram a classificação “Bom –“ (que também não
é a mais adequada para garantir a segurança do aluno)
obteremos um total de 82%!
Estabilidade de Rotação: média das compensações
entre lados direito e esquerdo
A. DESEQUILÍBRIO 43,5 13%
B. TRONCO INSTÁVEL 54 17%
C. ROTAÇÃO DE QUADRIL / OMBRO 47,5 15%
D. NÃO TOCOU JOELHO/COTOVELO 64,5 20%
E. MEMBROS DESALINHADOS 36,5 11%
65
Gráfico 17. Distribuição das classificações obtidas no teste de
Força e Controle do Core.
O Teste de Resistência e Estabilidade do Core mostra
resultados um pouco mais bem distribuídos percentualmente,
porém verifica-‐se que existe muito a ser melhorado ainda. São
exibidos 4 grandes grupos com percentuais de participação
relativamente iguais: Fraco + Regular (28% dos alunos
conseguiram permanecer na posição de prancha por até 40
segundos), Bom (24% resistiram entre 40 e 60 segundos na
posição de prancha), Muito bom (20%, resistiram entre 60 e 80
segundos) e Excelente (28% resistiram mais do que 80
segundos).
15%
39% 28%
17%
1% 0%
Distribuição das Notas -‐ Teste de Força e Controle do Core
Regular -‐
Regular +
Bom -‐
Bom
Bom +
Normal
66
Gráfico 18. Distribuição das classificações obtidas no teste de
Resistência e Estabilidade do Core.
1. Conclusões
A primeira constatação que pode ser feita em relação ao público
avaliado é que existe a predominância do público feminino em
relação ao masculino (60% versus 40%) e, analisando-‐se cada
um dos grupos, podemos verificar que a distribuição etária é
diferente nos mesmos. Enquanto a maior parte do público
masculino apresenta suas idades entre 18 e 30 anos, a maior
parte do público feminino está distribuída entre 18 e 50 anos.
Este dado pode nortear o desenvolvimento de produtos que
adequem às idades de cada população.
Os dados obtidos através das Avaliações Multifuncionais IMG e
de Core nos alertam para um problema que se repete em todos
10% 18%
24% 20%
28%
Distribuição das Notas -‐ Teste de Resistência do Core
Fraco
Regular
Bom
Muito bom
Excelente
67
os locais onde tais testes são aplicados e estudados: a maior
parte da população apresenta problemas ao realizar
movimentos básicos. Tais problemas tem sua origem em na
falta de mobilidade e na falta de estabilidade (esta última com
origem em desequilíbrios musculares).
Pudemos verificar a existência de uma alta frequência de
encurtamentos musculares que interferem em agachamentos,
afundos, leg press, deslocamentos (como caminhadas, corridas,
ou treinamento pliométrico), amplitude de braçadas, etc., bem
como um alto índice de falta de consciência de ativação e de
estabilidade na musculatura do core (muitos alunos não sabem
ativar de forma consciente, por vontade própria a referida
musculatura e outros não conseguem mantê-‐la ativada em um
determinado nível ao efetuar algum movimento). Tais
problemas tem implicação direta no desempenho do aluno, seja
qual for a atividade praticada, e na sua segurança.
Alguns depoimentos sobre a Avaliação Física Multifuncional
IMG da Edge Sports Life
Wagner Moraes Carvalho
“Gostei da avaliação como um todo: metodologia, execução e
68
profissionalismo e agora quero confrontar com os exercícios
propostos para a série e verificar como tudo isto se coordena.”
Christiano Barroso Rubio
“Gostei muito da Avaliação Física, pois me mostrou alguns
pontos fracos que preciso melhorar e desenvolver.”
Carolina Sallum O. Sliesoraitis
“Adorei a Avaliação Física de vocês. Diferente de tudo que eu já
havia feito, e detectou exatamente os pontos que precisam ser
trabalhados e melhorados no meu corpo, me surpreendeu.”
Márcio Mourched
“Fiquei surpreso com o detalhamento da AVF. Descobri minhas
limitações e meus desvios de postura. É muito bom ter
consciência de minhas limitações.”
SUZETE LOPES
“É o bicho!....Nunca fiz algo igual....É excelente! Indicaria a AVF
por que todos os testes são importantes, pois assim sabemos
nossas limitações e até onde podemos chegar”
Pedro Paulo Martins Julia
“Nunca fiz uma avaliação assim. A Avaliação Física gera um
formulário e apresenta um atendimento individualizado muito
próximo ao atendimento de um médico particular.”
69
Matheus Henrique Bertachine
“Já realizei outras avaliações antes, porém nunca tão
satisfatória como esta! A avaliação foi muito boa e completa
com uma profissional exemplar, muito atenciosa. Estou muito
satisfeito com a avaliação! Recomendaria a avaliação com
certeza a todos que me perguntassem onde teria uma boa
avaliação física.”
Sandra Regina Paulino Teixeira
“Gostei muito da avaliação. Fui achando que seria uma
avaliação muito mais simples e me impressionei com os detalhes
avaliados. Já realizei outras Avaliações Físicas antes mas muito
simples numa academia de porte bastante inferior à EDGE. Com
toda certeza recomendaria esta avaliação a um amigo.”
Simone Navarro Generoso
“Já treinei em outras academias antes e também já realizei
outras avaliações físicas. Achei esta avaliação extremamente
detalhada, nunca havia feito avaliações tão detalhadas. Com
certeza recomendaria esta avaliação a um amigo.”
Alexandre Fernandez Filho
“Treino hà dez anos, já havia realizado avaliação física em
outras academias. A avaliação que fiz na EDGE é muito superior,
70
é um método inovador, tudo diferente. Os testes mostram
algumas imperfeições para você conseguir melhorar, é um
estímulo para treinar. Nunca tinha visto nada parecido em 10
anos de treinamento, sem dúvida recomendaria para um
amigo.”
Referências Bibliográficas
1. Aeberg E. Resistance Training Instructor. 2a. Ed. Champaign: Human Kinetics;2007
2. AMERICAN COUNCIL ON EXERCISE. Personal trainer manual: the resource for fitness instructor. San Diego, CA, 1992.
3. Barbanti, W. Formação do Esportista. Ed. Manole: São Paulo, 2005.
4. Barbanti, W. Treinamento Esportivo: as capacidades motoras dos esportistas. Ed. Manole: São Paulo, 2010.
5. Barbanti, V. e Guiselini, M. Fitness: manual do instrutor. CLR Balieiro. São Paulo, 1993.
6. BClark, M. et al. NASM essential of Personal Fitness Training. 3a. ed. Lippincot Willians & Wilkins. Phyladelphia, 2008.
7. Boyle M. Functional Training for Sports. Champaing, IL: Human Kinetics, 2004.
8. Boyle, M. ADVANCES in Functional Training. On Target
71
Publications: Santa Cruz, Califónia, 2010
9. Gambetta, V. ATHLETIC DEVELOPMENT: The Art & Science of Functional Sports Conditioning. Human Kinect: Champaing, IL, 2007.
10. Guiselini M.A. Aptidão Física, Saúde & Bem-‐Estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. 2ª. Ed. São Paulo: Phorte Editora, 2006.
11. Guiselini M, Guiselini R, Sottovia C. Functional Movement System: manual do professor. São Paulo: Instituto Mauro Guiselini, 2009
12. Guiselini, M., Guiselini, R.,. Avaliação Física Multifuncional. Instituto de Ensino e Pesquisa Mauro Guiselini. São Paulo, 2013 (no prelo).
13. Guiselini, M. e Guiselini, R. Treinamento Funcional & CORE. Instituto Mauro Guiselini: São Paulo, 2010.
14. Hamill, J. e Knutzen, M.K. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 2ª. Ed. Editora Manole: São Paulo, 2008.
15. Howley ET, Don Franks B. Manual de Condicionamento Físico. 5ª. Ed. PoJarmey, C. Músculos: uma abordagem concisa. Editora Manole. São Paulo, 2008.
16. Lippert, L.S. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 4ª. Ed. Editora Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2006.ARTMED, 2007.
72
17. Platonov, V.N. Tratamento Geral de Treinamento Desportivo. Editora Phorte: São Paulo, 2008.
18. POWERS, S. K. & HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento físico e ao desempenho. 3a ed. São Paulo: Manole, 2000.
19. The Cooper Institute. Personal Trainer Education-‐II Course Manual. Dallas, 2009.
20. Zakharov, A. & Gomes, A. C. Ciência do Treinamento Esportivo. 2ª. Ed. Editora Grupo Palestra: Rio de Janeiro, 2003.