e let ro magnetism o

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Eletromagnetismo, resumo

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  • Universidade Federal do Reconcavo da Bahia UFRB

    Curso de Licenciatura em Fsica

    Robenil dos Santos Almeida

    Resumo: Curso de Fsica Basica Eletromagnetismo

    Amargosa, BA

    08-01-2015

  • Sumario

    1 A LEI DE COULOMB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    1.1 Definicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    1.2 O princpio de superposicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    1.3 A carga elementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

    2 O CAMPO ELETRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    2.1 Campo eletrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    2.2 Calculo do campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    2.3 Fluxo e lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    2.3.1 Fluxo devido a uma carga puntiforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    2.3.2 Digressao sobre angulo solido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    2.3.3 Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.4 Aplicacoes da lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.4.1 Plano uniformemente carregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.4.2 Fio cilndrico, carga uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.4.3 Camada esferica, carga uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

  • 21 A lei de Coulomb

    1.1 Definicao

    A forca de interacao eletrica entre duas cargas q1 e q2 e dada por

    F2(1) = kq1q2

    (r12)2r1(2) = F1(2) (1)

    Figura 1 Forca coulombiana entre duas cargas

    No SI, a constante de proporcionalidade k e escrita da seguinte forma:

    k =1

    4pi0= 107c2N.m2/C2 = 8, 99 109N.m2/C2 (2)

    onde c e a velocidade da luz no vacuo e 0 e a permissividade do espaco livre.

    1.2 O princpio de superposicao

    A forca sobre a i-esima carga devido as outras cargas e dada por

    Fi =j 6=i

    Fi(j) =qi

    4pi0

    j 6=i

    qj(rji)2

    rji (3)

    Empregando o princpio de superposicao, podemos passar da descricao em termos

    de cargas puntiformes a` descricao macroscopica em termos de cargas distribudas sobre

    volumes. Se subdividimos um volume v em porcoes vj suficientemente pequenas para

    que a carga qj em cada uma delas possa ser tratada como puntiforme, teremos

    qj = jvj

    onde j e a densidade volumetrica de carga na porcao vj.

    Passando ao limite em que se faz vj tender para zero, uma soma como da

    Equacao 3 tende a uma integral de volume:j

    qj( ) =j

    vjj( )v

    dv( ) =v

    dv (4)

    Tambem podemos considerar, como casos limites, uma distribuicao de carga sobre

    uma superfcie S, com densidade superficial de carga ,

    dq = dS (5)

  • 3onde dS e o elemento de superfcie (a soma se transforma numa integral de superfcie) e

    uma distribuicao de carga sobre um fio, descrito como uma linha l, com densidade linear

    de carga ,

    dq = dl (6)

    onde dl e o elemento de linha (a soma se transforma numa integral de linha).

    Exemplo 1. Uma carga Q esta distribuda uniformemente sobre um anel circular vertical

    de raio e de espessura desprezvel. Qual e a forca exercida sobre uma carga puntiforme

    q situada sobre o eixo horizontal que passa pelo centro do anel, a uma distancia D do seu

    plano?

    Figura 2 Forca coulombiana de um anel sobre uma carga q

    Solucao: A densidade linear de carga sobre o anel e

    =Q

    2pi

    Um elemento de linha dl do anel que subtende um angulo d no seu centro, onde e o

    angulo azimutal no plano do anel, tem uma carga dQ = dl = d e exerce uma forca

    dF sobre a carga q, cujo modulo e dado por (supondo que q e Q tenham o mesmo sinal)

    |dF| = qdQ4pi0r2

    =qd

    4pi0r2=

    Qqd

    8pi20r2

    Decompondo dF numa componente dF perpendicular ao plano do anel e uma compo-

    nente paralela a este plano, vemos que, ao integrar sobre , as componentes paralelas se

    cancelam devido a` simetria (para cada elemento dl existe outro, simetrico em relacao ao

    centro, cujo contribuicao a` componente paralela e oposta); a componente perpendicular

    e dada por ( e a colatitude)

    |dF| = |dF| cos = |dF|(D

    r

    )

    Como todos os demais fatores sao constantes, sobra somente a integral sobre d, que e

    igual a 2pi. Logo, a forca total e perpendicular ao plano do anel e de magnitude

    |F| = QqD4pi0r3

    =QqD

    4pi0(2 +D2)3/2

  • 41.3 A carga elementar

    O valor da carga elementar e e aproximadamente:

    e 1, 60 1019C (7)

  • 52 O campo eletrico

    2.1 Campo eletrico

    Pelo princpio da superposicao, a forca sobre uma carga puntiforme qi, devido a sua

    interacao eletrostatica com outras cargas puntiforme fixas em posicoes predeterminadas,

    e proporcional a qi, e pode ser escrita com

    Fi = qiEi (8)

    onde

    Ei =1

    4pi0

    i 6=j

    qj(rji)2

    rji (9)

    2.2 Calculo do campo

    Segundo a Equacao 9, o campo eletrico E produzido por uma distribuicao de cargas

    puntiformes q1, q2, qN num ponto P e dado pela soma vetorial

    E =1

    4pi0

    Ni=1

    qi(ri)2

    ri (10)

    onde ri e a distancia da carga qi ao ponto P e ri e o vetor unitario da direcao que liga a

    carga a este ponto.

    Figura 3 Campo de uma distribuicao de cargas puntiformes num ponto P

    Se tomarmos a origem das coordenadas num ponto O, sendo x o vetor de posicao

    de P e xi o da carga qi, temos, com |x xi| = ri,ri =

    x xi|x xi| (11)

    Se tivermos uma distribuicao contnua de cargas, a somatoria da Equacao 10 e

    substituda por uma integral:

    E =1

    4pi0

    r

    r2dq =

    1

    4pi0

    r

    r3dq (12)

  • 6onde r = x x, r = |r|.

    Figura 4 Campo de uma distribuicao contnua de cargas num ponto P

    Se a distribuicao de carga e tridimensional, temos dq = dv, onde e a densidade

    volumetrica de carga e dv o elemento de volume.

    Exemplo 2. Um disco circular horizontal de raio a esta uniformemente carregado com

    densidade superficial de carga . Qual e o campo num ponto do eixo vertical que atravessa

    o disco em seu centro, a uma distancia D do centro?

    Figura 5 Campo de um disco circular

    Solucao: Podemos pensar no disco como subdividido em aneis de largura infinitesiamal

    d e raio variando de 0 a a. A carga de um anel e 2pid e o campo dE e vertical e de

    magnitude

    |dE| = 2pidD4pi0(2 +D2)23/2

    =Dd

    20(2 +D2)3/2

  • 7Como todas as contribuicoes tem a mesma direcao, basta integrar essa expressao em

    relacao a desde 0 ate a para obter o resultado final:

    |E| = D20

    a0

    d

    (2 +D2)3/2= |E| = D

    20

    (2 +D2

    )1/2 a

    0

    =

    20

    [1 D

    (a2 +D2)1/2

    ]

    O campo e vertical e aponta em direcao ao disco se e negativo, em sentido oposto se

    e positivo.

    No exemplo 2, se fizermos a tender a, obtemos o campo eletrico produzido por um planoinfinito uniformemente carregado com densidade superficial de carga :

    |E| = ||20

    O campo e perpendicular ao plano e aponta em direcao a ele se < 0, e em sentido oposto

    para > 0. Temos portanto

    E = 20

    z + para z > 0, - para z < 0

    2.3 Fluxo e lei de Gauss

    Chama-se fluxo do campo eletrico atraves de um elemento de superfcie S (cujo

    versor da normal e n) a grandeza definida por

    = E nS = |E| cos S (13)

    Figura 6 Fluxo atraves de S

    Deve-se notar que:

    o elemento de superfcie e orientado, ou seja, sua normal n tem um sentido prefe-rencial.

    e > 0 ou < 0 conforme seja agudo ou obtuso.

  • 82.3.1 Fluxo devido a uma carga puntiforme

    Para uma carga q puntiforme situada num ponto O, o campo E num ponto P de

    um elemento de superfcie S e dado por

    E(P ) =q

    4pi0

    r

    r2

    onde r = r/r e o versor de OP.

    Figura 7 Fluxo devido a q

    O fluxo atraves de S e entao dado por

    =q

    4pi0

    S cos

    r2(14)

    onde cos = r n.

    2.3.2 Digressao sobre angulo solido

    A expressao que aparece na Equacao 14

    =S cos

    r2(15)

    e o que se chama um elemento de angulo solido.

    Num plano, o angulo (em radianos) subtendido por um elemento de arco

    orientado l em relacao a um ponto O, situado a` distancia r de l, e o mesmo que

    aquele associado ao arco de crculo s com centro em O, de raio r, compreendido entre

    as mesmas direcoes, ou seja,

    = s/r = l cos /r (16)

  • 9Figura 8 Comparacao entre os angulos

    O angulo solido subtendido por um elemento de superfcie orientado S, com

    normal n, em relacao a um ponto O, situado a` distancia r de S, e o mesmo que para ,

    area correspondente da esfera de raio r compreendida dentro do mesmo cone de direcoes.

    Temos:

    = S cos = S(n r) (17)onde n e r sao as normais a S e , respectivamente, que crescem como r2. Definimos

    assim

    = /r2 = S cos /r2 (18)

    que se mede em esterradianos, e pode ser positivo ou negativo conforme seja agudo ou

    obtuso (o sinal muda com a orientacao de n). Note-se que || e tambem a area de umaesfera unitaria compreendida dento do mesmo cone.

    Figura 9 Angulo solido subtendido por uma superficial fechada S vista de um ponto O: in-terno (esquerda); externo (direita)

    Seja S uma superfcie fechada, orientada em cada ponto (segundo a normal externa

    n).

    Temos entao, se O e um ponto interno a S, eS

    representa a integral sobre a

    superfcie S fechada,

    =

    S

    d = 4pi (o interno) (19)

    pois esta e a area de uma superfcie esferica de raio r = 1. Por outro lado, se O e um

    ponto externo a S, S

    d = 0 (o externo) (20)

    pois neste caso ha duas interseccoes e elementos correspondentes delas dao contribuicoes

    de mesmo modulo e sinais contrarios (n = n).

  • 10

    O elemento de area dS sobre uma esfera de raio r, em coordenadas esfericas, e o

    produto do arcos

    PP1(= rd) P1P2(= r send)

    Figura 10 Elemento de area em coordenadas esfericas

    O que da

    dS = r2 sendd

    e

    d = dS/r2 = sendd (21)

    Para calcular o angulo solido subtendido pelo crculo equatorial da esfera da Figura

    10 com o centro em O1, de raio , a` distancia OO1 = z do centro O. Para isso, basta

    integrar a expressao sobre o domnio de variacao das coordenadas esfericas ao longo desse

    crculo:

    =

    2pi0

    d

    0

    send = 2pi[ cos

    ]0

    o que da

    = 2pi(1 cos )ou seja, usando o triangulo OO1P da figura,

    = 2pi[1 z

    (2 + z2)1/2

    ](22)

    Podemos escrever

    |E| = 20

    2pi=

    4pi0

    Na contribuicao para o campo de um anel de largura infinitesima, basta considerar,

    por simetria, a componente perpendicular,

    |dE| = |dE| cos = dS cos 4pi0r2

    =

    4pi0d

  • 11

    2.3.3 Lei de Gauss

    Pela Equacao 14, para o fluxo do campo de uma carga q puntiforme atraves de

    um elemento de superfcie dS orientado com normal n. Vemos pela Equacao 14 que esse

    fluxo e

    d =q

    4pi0d (23)

    onde d e o angulo solido subtendido por dS, visto da posicao da carga. O fluxo S

    atraves de uma superfcie S fechada de normal externa n e entao

    S =q

    4pi0

    S

    d =

    [q/0 se q esta dentro de S

    0 se q esta fora de S

    ](24)

    Como qualquer distribuicao de cargas pode ser decomposta em elementos de carga

    assimilaveis a cargas puntiformes, e o campo resultante, pelo princpio de superposicao,

    e a soma dos campos de todos esses elementos, resulta na lei de Gauss:

    S =

    S

    E dS = Q0

    (25)

    onde

    dS = ndS

    2.4 Aplicacoes da lei de Gauss

    2.4.1 Plano uniformemente carregado

    Figura 11 Plano uniformemente carregado

    E+ = E+z = E

    Tomando para superfcie gaussiana o paraleleppedo da figura, com bases de area

    A, so ha fluxo atraves das bases, e vem

    S = 2E+A =Q

    0=A

    0

  • 12

    onde e a densidade superficial de carga, o que da

    E = 20

    z (26)

    2.4.2 Fio cilndrico, carga uniforme

    Figura 12 Fio cilndrico, carga uniforme

    Em coordenadas cilndricas (, , z), o campo eletrico deve ter a direcao e, pela

    simetria axial, deve ser independente de e de z, o que da

    E = E() (27)

    O campo mais geral teria tres componentes, cada uma delas dependente de (, , z),

    de modo que a simetria leva a uma grande simplificacao.

    A superfcie gaussiana adaptada a` simetria e aqui um cilindro coaxial de raio e

    altura z, que contem em seu interior a carga da superfcie lateral, de forma que a lei de

    Gauss da:

    S = 2pizE() =z

    0

    ou seja

    E =

    2pi0 (28)

    2.4.3 Camada esferica, carga uniforme

    Consideremos uma camada esferica de raio a e espessura infinitesimal r, com

    densidade de carga e carga total

    Q = 4pia2r (29)

  • 13

    Figura 13 Camada esferica, carga uniforme

    SumrioA lei de CoulombDefinioO princpio de superposioA carga elementar

    O campo eltricoCampo eltricoClculo do campoFluxo e lei de GaussFluxo devido a uma carga puntiformeDigresso sobre ngulo slidoLei de Gauss

    Aplicaes da lei de GaussPlano uniformemente carregadoFio cilndrico, carga uniformeCamada esfrica, carga uniforme