UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Sebastião de Brito
EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DA TERAPIA ESTROGÊNICA NO
CONTROLE CARDIOVASCULAR EM UM MODELO EXPERIMENTAL D E
MENOPAUSA: PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO
SÃO PAULO
2011
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Sebastião de Brito
EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DA TERAPIA ESTROGÊNICA NO
CONTROLE CARDIOVASCULAR EM UM MODELO EXPERIMENTAL D E
MENOPAUSA: PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.
Área de Concentração: Bases Biodinâmicas da Atividade Física.
Orientadora: Profa. Dra. Kátia De Angelis.
SÃO PAULO
2011
Brito, Sebastião de
Efeitos do treinamento físico aeróbio e da terapia estrogênica no controle cardiovascular em um modelo experimental de menopausa: papel do estresse oxidativo / Sebastião de Brito. - São Paulo, 2011.
107 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Kátia De Angelis Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.
1. Controle cardiovascular – Estresse oxidativo 2. Terapia estrogênica 3.
Treinamento físico I. Kátia De Angelis II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título CDD – 612.665
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente à força maior, que paira sobre todas as coisas e sobre nossas
concepções.
Dedico aos meus pais, José de Brito e Elza Francisca de Oliveira Brito, pelo apoio e
amor incondicional sobre os eventos mais importantes da minha vida, e claro agora não
poderia ser diferente.
Dedico também a minha irmã Janaina de Oliveira de Brito, cuja influência foi
fundamental em toda a minha vida acadêmica.
Dedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito, pelo amor, pela paciência, serenidade,
companheirismo, respeito e acima de tudo cumplicidade.
Dedico aos amigos Alexandre Rocha, Catarina Barboza, Danielle Dias, Diego Figueroa,
Emy Suelen, Filipe Fernandes Conti, Henrique Marchet, Hugo Garcia, Íris Callado
Sanches, Jacqueline Freire Machi, Mário Pozzi, Luís Polito, Marcelo Heeren, Márcio
Tubaldini, Michelle Sartori, Romilson Nascimento, Verena Nista.
Dedico a equipe do laboratório de Hipertensão (Incor-USP), e a equipe do laboratório de
espécies ativas de oxigênio (LEAO-UFRGS).
Pessoas maravilhosas, generosas e de caráter sem igual, que fizeram a diferença tanto na
academia quanto na vida pessoal, muito obrigado à todos.
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Kátia De Angelis, pessoa admirável e de extrema competência, por
ter me dado esse voto de confiança e acreditar que tudo seria possível.
À Professora Doutora Maria Cláudia Irigoyen por estar sempre presente em nosso grupo,
nos auxiliando com o suporte técnico e acrescentando seus conhecimentos em nossos
trabalhos.
Ao Professor Doutor Rogério Wichi, pelo constante apoio e incontáveis debates de
projetos na sala de aula.
À Professora Doutora Susana Llesuy, pelo tempo e disposição na colaboração quanto às
técnicas de estresse oxidativo.
Aos profissionais responsáveis pelos laboratórios e equipamentos da Universidade São
Judas Tadeu, em especial a Leide, pela paciência e disposição em nos ajudar, fizesse chuva
ou sol.
À Fundação de Ámparo e Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio
financeiro.
À Universidade São Judas Tadeu (USJT) e todos os professores, coordenadores, secretários
e funcionários que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho!
“Deus não joga dados com o universo”
Albert Einstein
SUMÁRIO
Lista de figuras
Lista de tabelas e quadros
Lista de abreviaturas
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO
1.1. Menopausa e doença cardiovascular: papel da disfunção autonômica................................ 1
1.2. Doença cardiovascular & disfunção autonômica: papel do estresse oxidativo.................... 4
1.3. Tratamento farmacológico: terapia hormonal....................................................................... 6
1.4. Tratamento não-farmacológico: treinamento físico................................................................ 7
2. OBJETIVOS................................................................................................................................ 12
2.1. Objetivo Geral........................................................................................................................ 12
2.2. Objetivos Específicos............................................................................................................. 12
3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................................... 13
3.1. Amostra................................................................................................................................... 13
3.2. Procedimentos......................................................................................................................... 14
3.2.1. Ooforectomia Bilateral..................................................................................................... 14
3.2.2. Terapia Hormonal........................................................................................................ 15
3.2.3. Teste de Esforço Máximo................................................................................................. 15
3.2.4. Treinamento Físico........................................................................................................... 16
3.2.5. Canulação e Registro de Pressão Arterial........................................................................ 17
3.2.6. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa......................................................................... 19
3.2.7. Controle Autonômico da Freqüência Cardíaca................................................................ 19
3.2.8. Avaliação da Modulação Autonômica Cardiovascular.................................................... 20
3.2.9. Eutanásia dos Animais..................................................................................................... 21
3.2.10. Determinação dos Níveis de Estradiol Plasmático......................................................... 21
3.2.11. Preparação dos Tecidos.................................................................................................. 22
3.2.12. Dosagem de Proteínas................................................................................................... 22
3.2.13. Dosagens de Estresse Oxidativo..................................................................................... 22
3.2.13.1. Medida de Lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência Iniciada por t-BOOH
(QL)............................................................................................................................................
22
3.2.13.2. Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)..................................... 23
3.2.14. Razão GSH/GSSG.......................................................................................................... 24
3.2.14.1. Glutationa Total..................................................................................................... 24
3.2.14.2. Glutationa Oxidada................................................................................................ 24
3.2.15. Enzimas Antioxidantes................................................................................................... 25
3.2.15.1. Catalase (CAT)...................................................................................................... 25
3.2.15.2. Superóxido Dismutase (SOD)............................................................................... 25
3.2.15.3. Glutationa Peroxidase (GPx)................................................................................. 26
3.2.16. Análise de Nitritos e Nitratos......................................................................................... 27
3.3. Análise Estatítica..................................................................................................................... 28
4.RESULTADOS ……………................…................................................................................... 29
4.1. Peso Corporal........................................................................................................................... 29
4.2. Dosagem de Estradiol Plasmático............................................................................................. 30
4.3. Capacidade Física.....................................................................................................................
31
4.4. Avaliações Hemodinâmicas.………………………………………………………………. 32
4.5. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa................................................................................. 35
4.6. Avaliação do Controle Autonômico Freqüência Cardíaca...................................................... 37
4.7. Avaliações da Modulação Autonômica da Freqüência Cardíaca............................................. 40
4.8. Avaliação da Variabilidade da Pressão Arterial...................................................................... 43
4.9. Avaliações de Estresse Oxidativo............................................................................................ 44
4.9.1. Medida de lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por t-BOOH (QL) e
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS).....................................................................
46
4.9.2. Razão GSH/GSSG............................................................................................................. 52
4.9.3. Avaliação das Enzimas Antioxidantes.............................................................................. 54
4.10. Avaliação de Nitritos e Nitratos.......................................................................................... 59
6. DISCUSSÃO................................................................................................................................ 61
7. CONCLUSÃO............................................................................................................................. 83
8. . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 84
8. ANEXOS...................................................................................................................................... 101
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Etapas de realização da ooforectomia bilateral em ratas......................................14
Figura 2. Implantação subcutânea do “pellet” por trocater.................................................15
Figura 3. Fotografia de ratos submetidos ao protocolo de treinamento físico em esteira
ergométrica na USJT.............................................................................................................17
Figura 4. Sistema de registro de pressão arterial e conexão entre a cânula e o transdutor
eletromagnético.....................................................................................................................18
Figura 5. Níveis de estradiol plasmático..............................................................................34
Figura 6. Pressão arterial média...........................................................................................34
Figura 7. Freqüência cardíaca..............................................................................................35
Figura 8. Respostas taquicárdica e bradicáricas relativas à sensibilidade baroreflexa
(SBR)....................................................................................................................................37
Figura 9. Tônus vagal.........................................................................................................39
Figura 10. Tônus simpático.................................................................................................40
Figura 11. Variância de intervalo de pulso (VAR-IP)........................................................41
Figura 12. Balanço simpato-vagal (BF/AF)........................................................................43
Figura 13. Variância da pressão arterial sistólica (VAR-PAS)...........................................45
Figura 14. Banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica (BF-PAS)....................46
Figura 15. Quimiluminescência (QL) no tecido cardíaco....................................................48
Figura 16. Quimiluminescência (QL) no tecido renal.........................................................50
Figura 17. Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular......52
Figura 18. Razão GSH/GSSG no tecido cardíaco...............................................................54
Figura 19. Razão Nitritos/Nitratos (NOx) plasmáticos ......................................................60
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1: Peso corporal das ratas fêmeas controle, ooforectomizadas sedentárias (OS),
ooforectomizadas treinadas (OT), ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS) e
ooforectomizadas treinadas + TH (OPT).............................................................................30
Tabela 2: Velocidade máxima obtida no teste de esforço no início e ao final do protocolo
de treinamento físico nos grupos das ratas fêmeas controle (CS), ooforectomizadas
sedentárias (OS), ooforectomizadas treinadas (OT), ooforectomizadas sedentárias + TH
(OPS) e ooforectomizadas treinadas + TH (OPT)................................................................32
Tabela 3. Variáveis hemodinâmicas dos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário
(OS), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e
ooforectomizado treinado + TH (OPT)................................................................................33
Tabela 4. Sensibilidade barorreflexa avaliada pelas respostas taquicárdicas e respostas
bradicárdicas nos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado
treinado (OT), ooforectomizado sedentário + suplementação (OPS) e ooforectomizada
treinada + suplementação (OPT)......................................................................................... 36
Tabela 5. Tônus vagal (TV), tônus simpático (TS) e freqüência cardíaca intrínseca (FCI)
nos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado treinado
(OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH
(OPT)....................................................................................................................................38
Tabela 6. Variabilidade da freqüência cardíaca dos grupos controle (CS), grupo
ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................42
Tabela 7. Variabilidade da pressão arterial sistólica dos grupos controle (CS),
ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................44
Tabela 8. Quimiluminescência e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no
tecido cardíaco dos grupos controle (CS) ooforectomizado sedentário (OS)
ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e
ooforectomizada treinada + TH (OPT).................................................................................47
Tabela 9. Razão GSH/GSSG (balanço redox) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS),
ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH(OPS)e ooforectomizada treinada + TH (OPT)..........................................49
Tabela 10. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e
atividade da glutationa redutase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS),
ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................51
Tabela 11. Glutationa total (GSH total), Glutationa reduzida (GSH), Glutationa oxidada
(GSSG) e razão GSH/GSSG no tecido cardíaco dos grupos controle (CS) ooforectomizado
sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH
(OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)...................................................................53
Tabela 12. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e
atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS)
ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS)e ooforectomizada treinada + TH (OPT).........................................55
Tabela 13. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e
atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos controle (CS),
ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................57
Tabela 14. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e
atividade da glutationa peroxidase (GPx) no músculo gastrocnêmio dos grupos controle
(CS), ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................58
Tabela 15. Nitritos e Nitratos dos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário
(OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e
ooforectomizada treinada + TH (OPT)...........................................................................60
Quadro 1. Protocolo de treinamento físico..........................................................................17
LISTA DE ABREVIATURAS
AF: Banda de Alta Freqüência LPO: Lipoperoxidação AF: Banda de Alta Freqüência Na2HPO4: Fosfato Dissódico AZO : 2,2’ Azo-bis (2-amidino-propano) NADPH: Forma Reduzida da Nicotinamida CAT : Catalase Adenina Dinucleotídeo Fosfato CO3HK : Bicarbonato Potássico NaHCO3: Bicarbonato de Sódio COEP: Comitê de Ética em Pesquisa NaOH: Hidróxido de Sódio CuSO4 :Sulfato de Cobre NO: Óxido Nítrico
DNA: Ácido Desoxirriblonucleico NOS: Óxido Nítrico Sintase NOx: razão nitritos/nitratos
DTNB: Ácido Ditionitrobenzóico O2-: Radical Superóxido
ERO: Espécies Reativas de Oxigênio PA: Pressão Arterial EPM: Erro Padrão da Média PAD: Pressão Arterial Diastólica FC: Freqüência Cardíaca PAM : Pressão Arterial Média FFT: Transformada Rápida de Fourrier PAS: Pressão Arterial Sistólica GPx: Glutationa Peroxidase PMSF: Fluoreto de Fenil Metil Sulfonila GSH: Glutationa Reduzida QL : Quimiluminescência GSH/GSSG: Razão Glutationa Reduzida pela RMSSD: Raiz Quadrada da Média dos Quadrados Glutationa Oxidada das Diferenças entre os Intervalos R-R Normais HDL : Lipoproteína de Alta Densidade Sucessivos ip: Intraperitoneal SNA: Sistema Nervoso Autônomo IP: Intervalo de pulso SOD: Superóxido Dismutase KCl: Cloreto de Potássio t-BOOH: Hidroperóxido de Tert-Butil
KNaC4H4O6: Tartarato de Sódio e Potássio TBARS: Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico
LDL : Lipoproteína de Baixa Densidade TH: Terapia Hormonal VAR: Variância
RESUMO
No climatério observa-se aumento do risco cardiovascular, o qual tem sido associado à redução do
papel protetor dos hormônios sexuais femininos nesta fase. Considerando o importante papel da
disautonomia cardiovascular como fator de risco para o desenvolvimento de doença
cardiovascular, bem como o possível envolvimento do estresse oxidativo cardíaco nesta
disfunção, intervenções farmacológicas e não-farmacológicas, como a terapia hormonal (TH) e o
treinamento físico (TF), que reduzam o estresse oxidativo e/ou melhorem a função
autonômica têm sido vistas como potenciais estratégias no manejo do risco cardiovascular.
O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da terapia estrogênica (17β estradiol, 1,5 mg/9
semanas), associado ou não ao TF aeróbico (8 semanas em esteira ergométrica) em parâmetros
hemodinâmicos, de controle autonômico cardiovascular, de estresse oxidativo e na concentração de
nitritos e nitratos em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos (retirada bilateral dos
ovários). Ratas fêmeas Wistar foram divididas em grupos: controle saudável (CS, n=8);
oofectomizado sedentário (OS, n=12); oforectomizado treinado (OT, n=12); ooforectomizado + TH
sedentário (OPS, n=10) e ooforectomizado + TH treinado (OPT, n=12). Os resultados evidenciam
maior peso corporal do grupo OS ao final do protocolo comparado aos demais grupos. Os grupos
submetidos à TH apresentaram menor peso corporal dos que os grupos somente ooforectomizados.
A velocidade máxima no teste de esforço foi maior nos grupos treinados quando comparados aos
grupos sedentários. O TF normalizou a pressão arterial (PA) média dos grupos OT e OPT quando
comparado aos grupos OS e OPS (OT: 113 ± 2 e OPT: 114 ±1 vs. OS: 122±1 e OPS: 121±2
mmHg). A FC foi reduzida somente no grupo OT quando comparado aos grupos OS e OPS. A
resposta taquicárdica a aumentos de PA, reduzida no grupo OS, foi aumentada pelo TF, associado
ou não a TH. A resposta bradicárdica induzida por quedas da PA foi melhorada nos grupos
treinados em relação aos seus pares sedentários. O tônus vagal cardíaco foi menor no grupo OS em
relação aos demais grupos estudados (OS: 26±7 vs. CS: 48±5; OT: 52±6; OPT: 51±5 e OPS: 61±8
bpm). O tônus simpático cardíaco foi maior no grupo OS em relação ao grupo CS e menor no grupo
OPT quando comparado ao grupo OS (OPT: 54±5 vs. OS: 77±5 bpm). A variância do intervalo de
pulso (IP) aumentou no grupo OT e OPT em relação aos grupos sedentários (OT: 92,4±9,36 e OPT:
81,1±6,58 vs. CS: 44,5±5,70; OS: 60,0±6,34; OPS: 49,5±6,59 ms2). O balanço simpato/vagal
cardíaco (BF/AF) foi maior nos grupos OS, OPS e OPT em relação ao grupo CS, e foi menor no
grupo OT quando comparado aos demais grupos ooforectomizados (OT: 0,29±0,03 vs. OS:
0,52±0,04; OPS: 0,51±0,04; OPT: 0,52±0,04). O grupo OS apresentou maior variância (VAR-PAS)
e banda de baixa freqüência da PA sistólica (BF-PAS). Tais variáveis foram reduzidas nos grupos
OT, OPS e OPT em relação ao grupo OS (VAR-PAS-OT: 20,0±1,6; OPS: 14,0±1,7; OPT: 17,1±1,5
vs. OS: 38,8±3,05 mmHg2 e BF-PAS-OT: 5,76±0,58; OPS: 5,10±0,91; OPT: 5,70±0,45 vs. OS:
8,32±1,19 mmHg2). Com relação às avaliações de estresse oxidativo, a lipoperoxidação de
membranas avaliada pela quimiluminescência (QL) e pelas substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS), foi maior no grupo OS (QL: coração e TBARS: gastrocnemius e rim) em
relação ao grupo CS, de forma semelhante ao que se observou no balanço redox da glutationa
(GSH/GSSG) no tecido cardíaco. Os grupos OT, OPS e OPT apresentaram valores menores
comparados ao grupo OS na QL cardíaca (OT: 7.707 ± 543; OPS: 4656±323; OPT: 4550±499 vs.
OS: 11.771 ± 1.479 cps/mg proteína), na QL (OT: 3101±370; OPS: 2951±174; OPT: 2419 vs. OS:
5327±577 cps/mg proteína) e no TBARS do tecido renal (OT: 1,27±0,26; OPS: 1,18±0,03; OPT:
1,11±0,07 vs. OS: 1,51±0,08 umol/mg proteína) e no no TBARS do gastrocnemius (OT: 2,23±0,39;
OPS: 0,92±0,14 ; OPT: 0,88±0,21 vs OS: 5,64±0,74 umol/mg proteína). O balanço redox
(GSH/GSSG) no tecido cardíaco foi maior nos grupos OT, OPS e OPT em relação ao grupo
OS (OT: 11,40±1,17; OPS: 14,85±2,18; OPT: 16,20±1,76 vs. OS: 4,59±0,82umol/g tecido). A
concentração de catalase (CAT) foi menor no grupo OS em relação ao grupo CS no tecido cardíaco
e renal, e alteração similar foi observada na atividade da glutationa peroxidase (GPx) nos tecidos
renal e muscular. A CAT cardíaca, renal e muscular, a superóxido dismutase (SOD) muscular e a
GPx cardíaca e renal foram maiores no grupo OT em relação ao grupo OS. Os grupos OPS e OPT
apresentaram CAT renal, GPx cardíaca e renal aumentadas em comparação ao grupo OS. Porém
observou-se valores reduzidos de CAT cardíaca e muscular, SOD cardíaca e muscular e GPx
muscular nos grupos OPS e OPT em relação ao grupo OT. O razão nitritos/nitratos plasmática foi
menor nos grupos OS e OPS em relação ao CS e o treinamento físico (grupos OT e OPT)
normalizou tal redução. Em conjunto, os achados do presente estudo evidenciam que a terapia
estrogênica subcutânea reverteu algumas disfunções hemodinâmicas, autonômicas e no perfil
oxidativo observado em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos, sem induzir qualquer
prejuízo adicional nos parâmetros avaliados. No entanto, a associação desta TH ao treinamento
físico promoveu benefícios adicionais que podem ter um importante impacto em termos de manejo
de risco cardiovascular.
Palavras-chave: Treinamento Físico, Terapia Hormonal, Controle Autonômico Cardiovascular, Estresse Oxidativo.
ABSTRACT
During climaterium there is increased cardiovascular risk, which has been associated with
reduced protective role of female sex hormones in this phase. Considering the important role of
cardiovascular autonomic dysfunction as a risk factor for developing cardiovascular disease as
well as the possible role of oxidative stress in this disorder, pharmacological and non-
pharmacological therapies, such as hormone therapy (HT) and exercise training (ET) that
reduce oxidative stress and/or improve autonomic function have been seen as potential
strategies for cardiovascular risk management. The aim of this study was to investigate the
effects of estrogen therapy (17β estradiol, 1.5 mg / 9 weeks release), with or without aerobic ET
(8 weeks on a treadmill) on hemodynamic, cardiovascular autonomic control, oxidative stress
parameters and plasmatic concentration of nitrites and nitrates in rats submitted to ovarian
hormone deprivation (bilateral removal of the ovaries - OVX). Female Wistar rats were divided
into groups: sedentary control (SC, n = 8); sedentary OVX (SO, n = 12); trained OVX (TO, n =
12), sedentary OVX + estrogen (SOE, n = 10) and trained OVX + estrogen (TOE, n = 12).
Results showed increased body weight in SO group at the end of the protocol compared to the
other groups. The groups exposed to HT showed reduced body weight than only OVX groups
(SO and TO). The maximum speed obtained in the treadmill test was higher in trained
compared to sedentary groups. The ET normalized mean blood pressure (AP) in TOE and TO
groups in relation to to SOE and SO groups (TO: 113 ± 2 and TOE: 114 ± 1 vs. SO: 122 ± 1
and SOE: 121 ± 2 mmHg). The HR was decreased only in TO compared to SO and SOE
groups. The tachycardic response to AP increases was decreased in SO group. This response
was increased by ET, with or without HT. The bradycardic response induced BP falls was
improved in trained groups as compared to their sedentary peers. The cardiac vagal tonus was
reduced in the SO group in relation to other groups (SO: 26 ± 7 vs. SC: 48 ± 5, TO: 52 ± 6;
TOE: 51 ± 5 and SOE: 61 ± 8 bpm). The cardiac sympathetic tonus was increased in SO group
compared to SC group and was reduced in TOE group compared to SO group (TOE: 54 ± 5 vs.
SO: 77 ± 5 bpm). The variance of pulse interval (VAR-PI) was increased in TO and TOE
groups compared to sedentary groups (TO: 92.4 ± 9.36 and TOE: 81.1 ± 6.58 vs. SC: 44.5 ± 5,
70, SO: 60.0 ± 6.34; SOE: 49.5 ± 6.59 ms2). The sympathetic/vagal balance (LF/HF) was
higher in SO, SOE and TOE in relation to SC group and was lower in TO when compared to
other OVX groups (TO: 0.29 ± 0.03 vs. SO: 0.52 ± 0.04; SOE: 0.51 ± 0.04; TOE: 0.52 ± 0.04).
The SO group had increased systolic BP variance (VAR-SAP) and low frequency band (LF-
SAP) as compared to SC. These variables were reduced in groups TO, SOE and TOE in
relation to SO group (VAR-SAP - TO: 20.0 ± 1.6; SOE: 14.0 ± 1.7; TOE: 17.1 ± 1 vs SO: 38.8
± 3.05 mmHg2 and LF-SAP - TO: 5.76 ± 0.58; SOE: 5.10 ± 0.91; TOE: 5.70 ± 0.45 vs. SO:
8.32 ± 1.19 mmHg2). Regarding oxidative stress assessments, membranes lipid peroxidation,
evaluated by chemiluminescence (CL) and the thiobarbituric acid reactive substances
(TBARS), was higher in SO (CL: heart and TBARS: kidney and gastrocnemius) than in SC
group, similar to that observed in the redox balance of glutathione (GSH / GSSG) in cardiac
tissue. The TO, OPS and OPT groups showed reduced values compared to SO group in the
cardiac CL (TO: 7707 ± 543; SOE: 4656 ± 323; TOE: 4550 ± 499 vs. SO: 11771 ± 1479
cps/mg protein) in the renal CL (TO: 3101 ± 370, SOE: 2951 ± 174; TOE: vs 2419. SO: 5327 ±
577 cps/mg protein) and TBARS (TO: 1.27 ± 0.26; SOE: 1.18 ± 0.03; TOE: 1.11 ± 0.07 vs.
SO: 1.51 ± 0.08 umol / mg protein) and gastrocnemius TBARS (TO: 2.23 ± 0.39; SOE: 0, 92 ±
0.14; TOE: 0.88 ± 0.21 vs SO: 5.64 ± 0.74 umol/mg protein). The cardiac redox balance
(GSH/GSSG) was higher in TO, SOE and TOE in relation to SO group (TO: 11.40 ± 1.17;
SOE: 14.85 ± 2.18; TOE: 16.20 ± 1.76 vs. SO: 4.59 ± 0.82 umol/g tissue). The cardiac and
kidney tissue catalase concentration (CAT) was diminished in SO group compared to SC
group, and similar change was observed in glutathione peroxidase (GPx) activity in kidney and
muscle tissues. The cardiac, renal and muscular CAT, the muscular superoxide dismutase
(SOD), and the cardiac and renal GPx were enhanced in TO as compared to SO group. The
OPS and OPT groups showed increased renal CAT, cardiac and renal GPx compared to SO
group. However, there was reduced levels of cardiac and muscle CAT, cardiac and muscular
SOD and muscular GPx in SOE and TOE groups in relation to the TO group. The nitrite/nitrate
ratio was reduced in SO and SOE groups as compared to the SC group, and the exercise
training normalized this reduction (TO e TOE). The findings of this study indicate that
subcutaneous estrogen therapy reversed some hemodynamic, autonomic and oxidative profile
dysfunctions observed in female rats submitted to ovarian hormone deprivation, without
inducing any additional impairment in studied parameters. However, the association of HT with
ET promoted additional benefits that may have an important impact on management of
cardiovascular risk.
Keywords: Exercise Training, Hormone Therapy, Cardiovascular Autonomic Control,
Oxidative Stress.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Menopausa e doença cardiovascular: papel da disfunção autonômica
O climatério é caracterizado pela diminuição da atividade ovariana, a qual ocorre de
forma lenta, com redução progressiva dos níveis circulantes de hormônios sexuais femininos
(FUCHS et al., 1995). É um período que continua após a menopausa e segue até a velhice (DE
LORENZI et al., 2005). O climatério e a pós-menopausa não são doenças, porém são fases nas
quais se observa carência estrogênica associada a fenômenos comuns durante o processo de
envelhecimento (DE LORENZI et al., 2005; CONSENSO BRASILEIRO
MULTIDISCIPLINAR DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRICA).
Sendo assim, o período da menopausa é retratado como diminuição dos níveis de estrogênio
com valores menores a 40pg/ml e aumento dos hormônios folículo estimulante e luteinizante
acima de 35 e 25 µm/ml respectivamente.
Dessa forma, a carência estrogênica e o envelhecimento podem acarretar processos
patológicos e, segundo o Conselho Brasileiro Multidisciplinar de Assistência a Saúde da
Mulher Climatérica (2005), calcula-se que por volta de 2020, haverá mais de um bilhão de
mulheres que estarão acima dos 60 anos de idade, período onde o climatério e a pós-
menopausa passam a constituir um tema principal de saúde pública. Portanto, a prevenção das
disfunções relacionadas a esta fase são fundamentais para a melhor sobrevida e a qualidade de
vida das mulheres menopausadas.
Estudos evidenciam que no climatério há uma considerável diminuição na capacidade
de exercício, força e resistência muscular e massa óssea, havendo, em contrapartida, aumento
do peso corporal, da prevalência de diabetes mellitus do tipo 2, de osteoporose e de doenças
cardiovasculares (DCVs) (SOWERS & LA PIETRA, 1995). Considerando que as DCVs estão
associadas a disfunção no controle autonômico, vale lembrar que a manutenção da função
2
cardíaca normal é obtida através da regulação neural cardíaca do sistema nervoso simpático e
parassimpático. Além disso, o controle de equilíbrio ou homeostase cardiovascular e
dependente da atuação dos reflexos originados pelos pressoreceptores arteriais, pelos
cardiopulmonares e por sua paridade e integração central (MANCIA et al., 1994). Estes
reflexos contribuem de forma importante para que, em circunstâncias normais, a PA seja
mantida em estreita faixa de variação permitindo a perfusão tecidual adequada (IRIGOYEN et
al., 2008). Nas DCVs de uma maneira geral, as alterações da atividade simpática são bem mais
conhecidas e estudadas que as do parassimpático, constituindo as mais fortes evidências da
disfunção autonômica (DE ANGELIS et al., 2004a).
Existe um consenso de que a função vagal preservada é benéfica na manutenção da
variabilidade da PA, com conseqüente proteção de lesão de órgão alvo (SU & MIAO, 2001).
Uma das formas que vêm sendo muito utilizada para avaliar o controle autonômico é o estudo
da variabilidade da freqüência cardíaca (FC) e da PA. Até 20 anos atrás, variações do ritmo
cardíaco (ou da PA) eram completamente ignoradas pelos fisiologistas e cardiologistas. A
variabilidade natural de parâmetros cardiovasculares como PA e FC reflete a interação de
diversos fatores que, em sua maioria, envolvem uma influência do SNA sobre o aparelho
cardiovascular (JOAQUIM et al., 2005). Hoje se sabe que irregularidades na variabilidade da
FC e da PA significam algum tipo de anormalidade, e que a diminuição da variabilidade da FC
é um mau prognóstico (RIBEIRO & MORAES, 2005). Além disto, a avaliação da
variabilidade da FC e da PA e de seus componentes também permite a avaliação da
sensibilidade espontânea dos pressorreceptores, que são mecanorreceptores responsáveis pelo
controle da PA através da atividade simpática e parassimpática em um curto espaço de tempo
(DE ANGELIS et al., 2004; IRIGOYEN et al., 2003). Neste aspecto, vale destacar que o
controle reflexo da circulação comandado pelos barorreceptores têm sido reconhecido também
como um importante preditor de risco após evento cardiovascular ( LA ROVERE et al., 1998).
3
Trabalhos clínicos e experimentais parecem concordar que o sexo feminino, antes da
privação dos hormônios ovarianos, tem maior predomínio vagal e maior sensibilidade dos
pressorreceptores e, portanto, maior proteção cardiovascular, em relação ao sexo masculino
(KUO et al., 1999; HUIKURI et al., 1996; GREGOIRE et al., 1996; LEINWAND, 2003).
Entretanto, é importante enfatizar que essa proteção autonômica cardiovascular
apresentada pelo sexo feminino é atenuada após a privação dos hormônios ovarianos (KUO et
al., 1999). Este fato pode estar relacionado ao fato de que o início da equivalência nas taxas de
eventos cardiovasculares entre os sexos coincide com o advento da menopausa e
conseqüentemente com a privação estrogênica (BRENNER, 1988).
A DCV na mulher menopausada muitas vezes envolve alterações na pressão arterial
(PA) e em sua regulação. Neste aspecto, vale destacar, que a PA é mais elevada em homens do
que em mulheres até a faixa etária de 60 anos (BURT et al., 1995). Após esta fase, a
hipertensão (particularmente a sistólica) aumenta nas mulheres e a torna-se mais prevalente
(STAMLER et al., 1976) ou pelo menos igualmente prevalente em homens e mulheres. Os
estudos da literatura vêm demonstrando que os hormônios ovarianos podem ser responsáveis
pela PA mais baixa em mulheres pré-menopausa e, na sua falta ou redução, também pelo
aumento da PA em mulheres menopausadas (STAESSEN et al., 1997; STAMPFER et al.,
1991) e em modelos animais de menopausa (RECCKELHOFF et al., 2000; HERNADEZ et
al., 2000; Irigoyen et al., 2005).
4
1.2. Doença cardiovascular & disfunção autonômica: papel do estresse oxidativo
O organismo humano sofre ação constante de espécies reativas de oxigênio (EROs)
geradas pelo processo de respiração e sinalização celular (KIM et al., 1996). As EROs reagem
com lipídeos e com proteínas das membranas celulares, além do DNA. Neste aspecto, a
lipoperoxidação ocasionadas pelas EROs podem alterar a permeabilidade, secreção e morte
celular (MEERSON et al., 1982), o que de fato pode promover também mudanças na
disposição de receptores de membrana. No entanto, as enzimas superóxido dismutase (SOD),
a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx) e sistemas não-enzimáticos contrabalançam
as ações das EROS (DORMANDY, 1978; SIES, 1986). Conseqüentemente as EROs
promovem estresse oxidativo quando as defesas antioxidantes da célula são insuficientes para
deter a produção pró - oxidante (NORDMANN, 1994).
As EROs quando geradas em grandes quantidades causam uma diminuição expressiva
do óxido nítrico (NO), o que induz prejuízo na função endotelial e cardíaca (PANZA et al.,
1990). O NO pode ser destruído pelo radical superóxido e protegido por mecanismos
antioxidantes como a enzima SOD (RUBANYI & VANHOUTE, 1986; GRYGLEWSKI et
al., 1986). O estudo de BERRY e colaboradores (2001) mostra que, em pacientes com
hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes, fumantes, e até mesmo no processo fisiológico do
envelhecimento, há relação entre a disfunção vasodilatora e endotelial com o aumento do
estresse oxidativo.
Considerando o possível envolvimento do estresse oxidativo nas disfunções
observadas no climatério, vale destacar que o estrogênio fornece cardioproteção por sua
composição antioxidante agindo como neutralizador dos radicais livres (NIKKI, 1990). No
aspecto bioquímico, o estrogênio possui estrutura hidrofenólica, na qual o hidrogênio é doado
para uma molécula instável, tornando-se um radical menos lesivo, estabilizando a molécula,
retirando do meio um radical livre. Dessa forma, o estrogênio tem ação antioxidante
5
importante agindo como “scavenger” ou “o que captura” EROs, estimulando a ativação de
mais enzimas antioxidantes, aumentando a expressão da enzima SOD, e concomitantemente
aumentando a produção de mediadores vasoativos derivados do endotélio e diminuindo a
expressão de enzimas pró - oxidantes (NADPH oxidase) (NIKI, 1992; KIM et al., 1996).
Em um estudo realizado de Hernándes et al. (2000), observou-se em modelo animal
ooforectomizado que a falta de estrogênios apresentou ligação com o aumento de estresse
oxidativo e baixa disponibilidade de óxido nítrico. E que, a terapia hormonal foi capaz de
reduzir a lipoperoxidação de membrana, além de melhorar a perda no balanço de nitritos e
nitratos.
É interessante notar que em trabalhos do nosso grupo, a redução do estresse oxidativo
e o aumento das enzimas antioxidantes têm sido correlacionados com melhora em parâmetros
cardiovasculares e autonômicos, como a sensibilidade dos pressorreceptores, em ratos machos
velhos, com insuficiência cardíaca ou hipertensão e em ratos fêmeas submetidos à privação
dos hormônios ovarianos (DE ANGELIS et al., 1997; RABELO et al., 2001; IRIGOYEN et
al., 2005; BERTAGNOLI et al., 2006). Neste sentido, a redução da biodisponibilidade do NO
pode gerar o aumento de estresse oxidativo, o que propriamente pode ser considerado como
um potencial mecanismo que pode estar envolvido na disfunção dos pressorreceptores,
(CHOWDHARY et al., 2000; DE ANGELIS et al., 1999), e dessa forma, alterar a
distensibilidade arterial (KASSIS & AMTORP, 1987), bem como, o seu efeito direto ou do
ânion superóxido pode mudar o estímulo dos pressorreceptores (LI et al., 1996; SHULTZ &
USTINOVA, 1998) por mudanças nas propriedades de membrana ligadas a proteínas
integrais (KAKO, 1988).
6
1.3. Tratamento farmacológico: terapia hormonal
Os estrogênios produzidos naturalmente são o 17b-estradiol (E2), estrona (E1) e estriol
(E3), os quais são esteróides derivados do colesterol. Estes estrogênios foram identificados
atuando sobre o ovário, endométrio, epitélio vaginal, hipotálamo, osso, músculo liso vascular
e endotélio, e sua disfunção pode acarretar o surgimento de sintomas nos órgãos-alvo em
questão (GRUBER, et al. 2002).
O estrogênio pode reduzir os riscos de doenças cardiovasculares por ter íntima ligação
no metabolismo lipídico, metabolismo de carboidrato, endotélio, músculo liso, neurônios,
leucócitos e plaquetas. No entanto, estudos sugerem que a cardioproteção estrógeno-
dependente pode ser mediada, ao menos em parte, pela síntese aumentada de NO, o qual está
relacionado com várias ações cardioprotetoras como a vasodilatação, inibição da agregação
plaquetária e do crescimento de células do músculo liso vascular (MONCADA, et al. 1991;
DUBEY, 1994; DUBEY, et al. 1995). De fato, o tratamento de células endoteliais em cultura
com 17 β - estradiol estimula a atividade da NO sintase constitutiva (eNOS- óxido nítrico
endoletial) (HAYASHI, et al. 1992).
Outra hipótese para explicar a cardioproteção dos hormônios sexuais, segundo Ferreira
(1994), é que mulheres com atividade menstrual tem mais ferro disponível para a reação de
detoxificação de EROs (reação de Fenton e Haber-Weiss), com conseqüente redução de
estresse oxidativo, por reduzir a produção do radical hidroxil (OH).
Massafra e colaboradores (2000) demonstraram que mulheres durante o ciclo
menstrual apresentavam aumento da atividade da enzima GPx (entre a fase folicular e lútea)
no período do pico de estradiol (não sendo observado diferenças significativas na CAT e
SOD), sugerindo que a produção de estradiol pelos ovários durante o ciclo hormonal pode ter
um papel importante nas variações da atividade das enzimas antioxidantes durante o ciclo
menstrual.
7
Hernándes e colaboradores (2000) verificaram que a ausência do estrogênio estava
associada com aumento do estresse oxidativo e diminuição do NO, e que a reposição
estrogênica em ratas ooforectomizadas preveniu a o estresse oxidativo e a redução dos níveis
de nitritos/nitratos. Resultados preliminares de nosso laboratório demonstraram que a terapia
hormonal estrogênica por 8 semanas em um modelo experimental de menopausa, preveniu o
estresse oxidativo após a ooforectomia provavelmente devido a um aumento das enzimas
CAT e SOD no músculo cardíaco (LIMA et al., 2007).
A partir dos resultados obtidos no Women's Health Initiative (Rossow et. al., 1996), no
Estrogen Replacement and Aterosclerosis (Herrington et al., 2000) e no Heart and
Estrogen/Progestin Study (Hulley et al.,1998) os riscos e benefícios da terapia hormonal para
cada mulher começaram a ser questionados, já que os estudos sobre a terapia hormonal
apresentam resultados contraditórios. Pelo menos em parte devido ao modo de administração
e a combinação terapêutica.
No entanto, o papel da terapia hormonal no perfil oxidativo e sua eventual relação com
a atenuação das disfunções cardiovasculares associadas à privação dos hormônios ovarianos
ainda foram pouco estudadas, principalmente no que se refere com possíveis benefícios da
associação com o treinamento físico.
1.4. Tratamento não-farmacológico: treinamento físico
A prática regular de atividade física é considerada um tratamento não-farmacológico
para o manejo e/ou prevenção de diversas doenças. Nesse contexto, sem dúvida, o estilo de
vida, fumo, hipertensão, sedentarismo, maus hábitos alimentares, entrada e estabelecimento
da mulher no mercado de trabalho, entre outros, podem contribuir de forma importante para o
desenvolvimento de doenças crônicas de ordem cardiovascular. Na década de 60 e 70 a
8
prevalência de morte por evento cardiovascular nas mulheres, aumentou de 10 para 25%
(CASTANHO et al., 2001). Dessa forma, devemos considerar que a com a privação dos
hormônios ovarianos há diminuição da proteção autonômica cardiovascular (KUO et al.
1999). E por volta do 40 anos de idade acontece foi notada a diminuição da sensibilidade dos
barorreceptores (LAITINEN et al., 1998), que são mecanorreceptores que tem controle da PA
momento a momento, através da atividade simpática e parassimpática (DE ANGELIS et al.,
2004; IRIGOYEN et al., 2003), e que portanto tem sido indicado como preditor de risco de
pós evento cardiovascular (TASK FORCE, 1996). Neste sentido, as respostas originadas
através da sensibilidade barorreflexa podem ser verificadas através da avaliação da
variabilidade da FC e da PA.
Gregoire e colaboradores (1996) observaram uma maior variabilidade da FC, um
achado associado a menor risco cardiovascular, em mulheres jovens (treinadas e não
treinadas aeróbicamente) e de meia-idade (treinadas e não-treinadas aeróbicamente) quando
comparadas a homens. As jovens não-treinadas e as mulheres de meia-idade (treinadas e não-
treinadas aeróbicamente) tiveram uma atividade simpática de repouso significantemente
menor em relação aos homens nas idades correspondentes. Além disso, as jovens não-
treinadas e as de meia-idade treinadas tiveram uma maior atividade parassimpática de repouso
do que os seus correspondentes do sexo masculino.
Esses dados em conjunto, mesmo indicando melhor modulação autonômica
cardiovascular no sexo feminino do que no masculino, não permitem, entretanto, apontar os
efeitos do treinamento físico na proteção cardiovascular da mulher, pois outros fatores, como
os genéticos poderiam modular esses resultados. Estudos em mulheres no climatério vêm
demonstrando que o treinamento físico induz melhora no perfil lipídico principalmente em
presença de sobrepeso ou dislipidemia (ASIKAINEN et al., 2004).
9
Sugawara e colaboradores (2004), em estudo em mulheres após a menopausa,
verificaram que o treinamento físico de baixa ou de moderada intensidade melhorou a
complacência arterial. Sabe-se que a redução na complacência arterial resulta no aumento
progressivo da PAS relacionado ao envelhecimento, aumentando também a função ventricular
esquerda, diminuindo a pressão diastólica, e com isso alterando a perfusão coronariana.
O treinamento físico pode provocar alterações cardiovasculares e autonômicas
importantes tais como bradicardia de repouso (NEGRÃO et al., 1992; DE ANGELIS et al.,
1997, 1999, 2004; KATONA et al., 1982; FRICK, 1967), redução da PA em ratos
espontaneamente hipertensos (SHR) (SILVA et al., 1997; BERTAGNOLLI et al., 2006) e
melhora da sensibilidade dos pressoreceptores em sujeitos normotensos (MC`DONALD et al.,
1993; BARNEY et al., 1988; DE ANGELIS et al., 2004; NEGRAO et al, 1992; BEDFORD &
TIPTON, 1987) e em ratos SHR e diabéticos (SILVA et al., 1997; BERTAGNOLLI et al.,
2006; HARTHMANN et al., 2007). Além disto, estudos demonstraram adaptações das
enzimas antioxidantes e redução do estresse oxidativo em resposta ao treinamento físico (JI &
FU, 1992; MARGARATIS et al., 1997; VENDITTI E DI MEO, 1997; DE ANGELIS et al.,
1997; IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al., 2006).
Já em mulheres na pós-menopausa o treinamento físico aeróbio pode reduzir os
valores de pressão arterial, além de bradicardia de repouso (ASIKAINEN et al., 2004).
Concomitantemente, há redução do predomínio simpático e aumento do parassimpático na
modulação autonômica cardíaca, além da diminuição da modulação autonômica simpática
vascular (PORTIER et al., 2001).
Tem sido demonstrado que treinamento físico aeróbio pode induzir melhora nos perfis
metabólico e lipídico, reduzir a inflamação e as moléculas de adesão (WEGGE et al., 2004) e
aumentar a variabilidade da FC (JURCA et al., 2004) em mulheres menopausadas
(ASIKAINEN et al., 2004), bem como melhorar a resposta da insulina estimulada pelo teste
10
de tolerância a glicose em ratas ooforectomizadas (LATOUR et al., 2001). Um trabalho de
nosso laboratório evidenciou que o treinamento físico aeróbio em um modelo experimental de
menopausa em ratas induziu aumento da capacidade aeróbia, redução do peso corporal, da PA
e da FC de repouso e melhora na sensibilidade dos pressorreceptores associada à redução no
estresse oxidativo e ao aumento nas defesas antioxidantes no tecido cardíaco (IRIGOYEN et
al., 2005). Melhora cardiovascular também foi observada em camundongas knockout para o
receptor LDL-colesterol ooforectomizadas após treinamento físico (HERREN et al., 2009) ou
em ratas diabéticas ooforectomizadas (SOUZA et al., 2007), sendo que neste último estudo
observamos redução da mortalidade após o período de treinamento físico. De fato, nosso
grupo vem estudando há alguns anos os efeitos do treinamento físico dinâmico aeróbio em
modelos animais, ratos e camundongos machos, como uma abordagem não-farmacológica
capaz de induzir alterações favoráveis na regulação autonômica cardiovascular, bem como
tem buscado os possíveis mecanismos, entre eles o estresse oxidativo, envolvidos nos
benefícios dessa abordagem (DE ANGELIS et al, 1997, DE ANGELIS et al., 1999, DE
ANGELIS et al., 2000, PARENTE COSTA et al., 2004, DE ANGELIS et al., 2004,
BERTAGNOLLI et al., 2006, HARTHMANN et al., 2007). Todavia, deve-se considerar que
a maior parte dos trabalhos publicados na literatura com relação aos efeitos autonômicos do
treinamento físico em animais e humanos, assim como todos os nossos estudos citados acima,
foi realizada em amostras do sexo masculino, ficando a dúvida se o sexo feminino, em
situações fisiológicas, como o climatério, e fisiopatologicas se adaptaria ao treinamento físico
ou ao tratamento farmacológico (terapia hormonal) de forma semelhante.
Vale destacar que conforme comentado anteriormente a taxa de mortalidade devido a
doenças cardiovasculares aumentou de 10 para 25% nos anos 60 e 70 em mulheres
(CASTANHO et al., 2001) o que torna eminente a necessidade da busca de alternativas
terapêuticas para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares e metabólicas na
11
mulher. Cabe lembrar que atualmente os efeitos de proteção cardiovascular através da terapia
hormonal são altamente controversos (WRITING GROUP FOR THE WOMEN`S
INITIATIVE INVESTIGATORS, 1996). Em contrapartida, os benefícios obtidos através da
atividade física regular têm cada vez mais reforçando a importância desta abordagem na
prevenção e no tratamento das doenças (PEDERSEN & SALTIN, 2006; MOSCA et al.,
2007).
Considerando o importante papel da disautonomia cardiovascular como fator de risco
para o desenvolvimento de doença cardiovascular, bem como o possível envolvimento do
estresse oxidativo cardíaco nesta disfunção, intervenções que reduzam o estresse oxidativo
e/ou melhorem a função autonômica têm sido vistas como potenciais estratégias no manejo do
risco cardiovascular. Vale lembrar que cada dia mais é comum a associação do tratamento
farmacológico ou não farmacológico e pouquíssimos são os estudos que avaliam os benefícios
desta associação. Dessa forma, neste trabalho objetiva-se investigar os efeitos da terapia
estrogênica, associada ou não ao treinamento físico, no controle autonômico cardiovascular,
no estresse oxidativo, em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos. Será testada a
hipótese de que a terapia hormonal subcutânea pode reduzir parâmetros de estresse oxidativo
em tecido cardíaco, renal e muscular induzindo melhora na regulação cardiovascular em ratas
ooforectomizadas e que a associação desta terapia ao treinamento físico aeróbio em esteira
ergométrica poderia induzir efeitos terapêuticos adicionais.
12
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da terapia estrogênica, associado
ou não ao treinamento físico, em parâmetros hemodinâmicos, de controle autonômico
cardiovascular, de estresse oxidativo e na concentração de nitritos e nitratos em ratas submetidas
à privação dos hormônios ovarianos.
2.2. Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do presente projeto foram avaliar os efeitos da terapia
estrogênica, associada ou não ao treinamento físico, em ratas submetidas à privação dos
hormônios ovarianos, nas seguintes variáveis:
· peso corporal;
· capacidade física;
· pressão arterial e freqüência cardíaca;
· sensibilidade barorreflexa;
· controle autonômico cardíaco;
· modulação autonômica cardiovascular;
· estresse oxidativo e atividade de enzimas antioxidantes no tecido cardíaco, renal e muscular.
· concentração de nitritos e nitratos plasmáticos.
13
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Amostra
Foram utilizadas 54 ratas Wistar fêmeas, 200 e 230g com aproximadamente 90 dias de
vida (após a maturação sexual), provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu
(USJT). O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da USJT
(Protocolo 01/2008, ANEXO I). Os animais foram mantidos em gaiolas, contendo no máximo
6 animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada (220 - 240°C) e com luz
controlada em ciclo de 12 horas (claro - escuro). Os animais foram divididos em 5 grupos
experimentais:
Grupo I - Controle saudável (CS): foram acompanhadas por 9 semanas (foram avaliadas na
fase não ovulatória do ciclo estral).
Grupo II - Ooforectomizado sedentário (OS): foram submetidas à cirurgia de ooforectomia
bilateral.
Grupo III - Ooforectomizado sedentário com reposição hormonal (OPS): foram submetidas à
cirurgia de ooforectomia bilateral e a suplementação por implantação de pellet subcutâneo
17β- estradiol durante 8 semanas.
Grupo IV - Ooforectomizado treinado (OT): foram submetidas à cirurgia de ooforectomia
bilateral e a treinamento físico em esteira ergométrica rolante (Imbramed TK-01) durante 8
semanas.
Grupo V - Ooforectomizado treinado com reposição hormonal (OPT): foram submetidas à
cirurgia de ooforectomia bilateral, a treinamento físico em esteira ergométrica rolante
14
(Imbramed TK-01) e a suplementação por implantação de pellet subcutâneo de 17β-estradiol
durante 8 semanas.
3.2. PROCEDIMENTOS
3.2.1. Ooforectomia Bilateral
As ratas foram anestesiadas com cloridrato de cetamina (Ketalar) e cloridrato de
xilazina (Rompum) e colocadas em decúbito dorsal para a realização de uma pequena incisão
(1cm) em paralelo com a linha do corpo na pele e na musculatura no terço inferior na região
abdominal. Os ovários foram localizados e foi realizada a ligadura dos ovidutos, incluindo os
vasos sangüíneos. Os ovidutos foram seccionados e os ovários removidos. A musculatura e a
pele foram suturadas e uma dose de antibiótico foi administrada (Benzetacil, 40 000 U/Kg,
i.m) (LATOUR et al., 2001; IRIGOYEN et al., 2005).
Figura 1. Etapas de realização da ooforectomia bilateral em ratas.
15
3.2.2. Terapia Hormonal
Quatro dias após a ooforectomia foi implantado subcutaneamente um “pellet”
contendo 17β-estradiol (release 1,5 mg/9 semanas, Innovative Research) (Hernadez et al.,
2000; Lima et al., 2007) nos animais dos grupos OPS e OPT.
Figura 2. Implantação subcutânea do “pellet” por trocater.
3.2.3. Teste de Esforço Máximo
O teste de esforço máximo foi constituído por um protocolo escalonado com
incrementos de velocidade de 0,3 km/h a cada 3 minutos, até que foi atingido a velocidade
máxima suportada pelos animais. O critério utilizado para a determinação da exaustão do
animal e interrupção do teste foi o momento em que o rato não for mais capaz de correr
mediante o incremento de velocidade da esteira (BROOKS & WHITE, 1978). Antes deste
procedimento, os animais foram adaptados por 5 dias a esteira ergométrica (10 min a 0,3
km/h). Vale ressaltar que recentemente demonstramos relação entre velocidade do atingida no
16
teste de esforço e a medida direta do consumo de oxigênio em ratos (RODRIGUES et al.,
2007).
3.2.4. Treinamento Físico
O grupo de ratas treinadas foi submetido a um protocolo de treinamento físico (40-
60% da velocidade máxima alcançada no teste de esforço) em esteira ergométrica com
velocidade e carga progressiva durante 8 semanas conforme descrito resumidamente abaixo
(IRIGOYEN et al., 2005, SOUZA et al., 2007).
Quadro 1: Protocolo de treinamento físico
Semana Duração (min) Velocidade (Km/h)
1ª 15 – 23 0,3 – 0,6
2ª 23 – 50 0,3 – 0,8
3ª 47 – 55 0,3 – 0,8
4ª 55 – 60 0,3 – 0,8
5ª 60 0,3 – 1,0
6ª 60 0,3 – 1,0
7ª 60 0,3 – 1,0
8ª 60 0,3 - 1,0
17
Figura 3. Fotografia de ratos submetidos ao protocolo de treinamento físico em
esteira ergométrica na USJT.
3.2.5. Canulação e Registro de Pressão Arterial
Após 8 semanas de protocolo, as ratas foram anestesiadas (i.p.) com cloridrato de
cetamina (50mg/Kg, Ketalar, Parke-Davis) e cloridrato de xilazina (12mg/Kg, Rompum,
Bayer) e colocadas em decúbito dorsal o qual foi realizada uma pequena incisão na região da
coxa para implantação de uma cânula na artéria femoral, para registro direto da PA e na veia
femoral para administração das drogas. Após a correta e firme implantação das cânulas na
artéria femoral e veia femoral, as extremidades mais calibrosas das cânulas foram passadas
subcutaneamente, exteriorizadas no dorso da região cervical e fixadas com fio de algodão na
pele. As cânulas foram confeccionadas com tubos de Policloreto de Vinila (Abbott)
equivalente ao polietileno PE10 e PE50. Estes foram soldados por aquecimento e logo após,
as cânulas foram preenchidas com solução fisiológica e mantidas ocluídas com pinos de aço
inoxidável (DE ANGELIS et al.,1999, 2000; IRIGOYEN et al., 2005).
18
No dia seguinte à canulação, com o animal acordado, a cânula arterial foi conectada a
uma extensão de 20 cm (PE-50), permitindo livre movimentação do animal pela caixa,
durante todo o período do experimento. Esta extensão foi conectada a um transdutor
eletromagnético (Blood Pressure XDCR, Kent© Scientific, Litchfield, CT, EUA) que, por sua
vez, esteve conectado a um pré-amplificador (STEMTECH BPMT-2, Quintron Instrument©
Inc, Milwaukee, EUA). Sinais de PA foram gravados durante um período de 30 minutos em
um microcomputador equipado com um sistema de aquisição de dados (CODAS, 1Kz,
DATAQ Instruments, Akron, OH, EUA), permitindo análise dos pulsos de pressão,
batimento-a-batimento, com uma freqüência de amostragem de 2000 Hz por canal, para
estudo dos valores de PAS, PA diastólica (PAD), PA média (PAM) e FC. Os valores de FC
foram derivados do sinal pulsátil da PA.
Figura 4. Sistema de registro de pressão arterial e conexão entre a cânula e o transdutor
eletromagnético.
19
3.2.6. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa
Após o registro da PA e da FC, uma extensão de aproximadamente 20 cm (PE10) foi
conectada na cânula venosa para posterior injeção de drogas vasoativas. Após os animais
terem permanecido em condições de repouso por 15 minutos, a sensibilidade dos
pressorreceptores foi testada através da infusão de fenilefrina e de nitroprussiato de sódio.
Fenilefrina e nitroprussiato foram infundidos randomicamente entre os animais, iniciando-se a
sessão com um ou outro fármaco.
Para análise da sensibilidade dos pressorreceptores, o pico máximo ou mínimo da
PAM foi comparado aos valores de PAM do período controle. Da mesma forma, a variação
máxima da FC foi comparada com os valores de FC do período controle, imediatamente antes
da injeção das drogas, para posterior quantificação das respostas. A sensibilidade barorreflexa
foi avaliada pelo índice calculado através divisão da variação da FC pela variação da PAM.
3.2.7. Controle Autonômico da Frequência Cardíaca
Após a avaliação da sensibilidade dos pressorreceptores, e com o retorno da FC e da
PA a valores próximos dos obtidos no registro basal, foi realizada a injeção de atropina (3
mg/kg) e após 5 minutos da injeção, a PA foi registrada por 5 minutos. Ainda sob efeito da
atropina, foi realizada a injeção de propranolol (4 mg/kg) e após 5 minutos da injeção, a FC
foi registrada por 5 minutos. Com o duplo bloqueio farmacológico, atropina e propranolol
atingiu-se a FC intrínseca. No dia seguinte, repetir-se-á o mesmo procedimento descrito
anteriormente invertendo-se a seqüência das injeções dos fármacos (bloqueio invertido). O
tônus simpático foi calculado através da subtração da máxima FC alcançada após bloqueio do
parassimpático com atropina menos a FC intrínseca, e consecutivamente observada após o
20
duplo bloqueio (atropina + propanalol). Já o tônus simpático foi calculado através da
subtração da mínima FC atingida após o bloqueio simpático com propanalol, menos FC
intrínseca, e observada consecutivamente após o duplo bloqueio (atropina + propanalol).
3.2.8. Avaliação da Modulação Autonômica Cardiovascular
A partir do registro basal dos animais acordados, foi possível utilizar a ferramenta de
análise tempo-freqüência da variabilidade da PAS. Os parâmetros para análise no domínio do
tempo consistiram em calcular os valores médios da PAS, sendo a sua variabilidade
quantificada pela variância da PAS.
A análise no domínio da freqüência consistiu na decomposição do sistograma pela
Transformada Rápida de Fourier (FFT). Após esse remodelamento matemático, foi obtidas as
potências absolutas da banda de baixa freqüência (BF: 0,20-0,75 Hz) (SOARES et al., 2004).
A variabilidade do intervalo de pulso foi obtida pela análise do tacograma a partir do
registro da PAS, no qual a freqüência dos batimentos foi determinada pelo intervalo entre dois
picos sistólicos. Para essa análise foram utilizados registros estáveis, de no mínimo 5 minutos
e com freqüência de amostragem de 2.000 Hz. Também dois componentes foram obtidos na
análise espectral: muito baixa freqüência (MBF: banda de muito baixa freqüência), baixa
freqüência (BF: 0,20-0,75 Hz) e alta freqüência (AF:0,75-3,0 Hz). O componente BF foi
usado como um índice da atividade simpática. O componente AF foi usado como um índice
da atividade parassimpática. Além disso, avaliou-se também as variáveis % BF (banda de
baixa freqüência do intervalo de pulso), %AF (banda de alta freqüência do intervalo de
pulso), RMSSD (raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R
21
normais sucessivos) e VAR-IP (variância do intervalo de pulso) (ISHISE & ASANOI et al.,
1998).
Valores de batimento a batimento da pressão arterial sistólica e intervalo RR foram
usados para estimar a sensibilidade barorreflexa pelo método de análise espectral, utilizando o
índice alfa da banda BF (0,20–0,75hz). A coerência entre a variabilidade dos sinais de
intervalos RR e pressão arterial sistólica foi realizada pelo método de análise espectral
cruzada (ISHISE & ASANOI et al., 1998).
3.2.9. Eutanásia dos Animais
No dia seguinte ao término das avaliações hemodinâmicas, os animais de todos os
grupos foram sacrificados por decapitação e os tecidos foram pesados e congelados avaliações
de estresse oxidativo, enzimas antioxidantes no tecido cardíaco, renal e muscular.
3.2.10. Determinação dos Níveis de Estradiol Plasmático
Para dosagem dos níveis plasmáticos de estradiol foram coletados 2 ml de sangue no
momento do sacrifício. O sangue foi centrifugado e o plasma separado para dosagem dos
níveis de 17ß-estradiol através do kit comercial para radioimunoensaio (TKE21–Coat-a-
Count® Estradiol – Siemens Medical Solutions Diagnostics).
22
3.2.11. Preparação dos Tecidos
O coração, rim direito e gastrocnêmio foram coletados e homogeneizados durante 30
segundos em um homogeneizador Ultra-Turrax, com KCl 1,15% e fluoreto de fenil metil
sulfonila (PMSF), na concentração de 100mmol/L em isopropanol e na quantidade de
10µL/mL de KCl adicionado. Em seguida, os homogeneizados foram centrifugados por 10
minutos a 3000 rpm, em centrífuga refrigerada entre 0 e 4°C (Eppendorf, 5804-R), e o
sobrenadante foi congelado em freezer a -70°C para as dosagens (LLESUY et al., 1985).
3.2.12. Dosagem de Proteínas
As proteínas foram quantificadas pelo método descrito por Lowry e colaboradores,
que utiliza como padrão uma solução de albumina bovina na concentração de 1mg/mL
(LOWRY et al., 1951).
3.2.13. Dosagens de Estresse Oxidativo
3.2.13.1. Medida de Lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por t-
BOOH (QL)
O método consistiu em adicionar um hidroperóxido orgânico de origem sintética (o
hidroperóxido de tert-butil – t-BOOH) ao homogeneizado de tecido, avaliando-se a
capacidade de resposta produzida pela amostra. A quimiluminescência foi medida em um
contador beta (TriCrab 2800TR, PerkinElmer) com o circuito de coincidência desconectado e
utilizando o canal de trítio. As determinações foram realizadas em câmara escura, em frascos
23
de vidro mantidos na penumbra para evitar a fosforescência ativada pela luz fluorescente. O
meio de reação no qual foi realizado o ensaio consiste em 3,5 mL de uma solução tampão de
fosfatos 20 mmol/L, contendo KCl 140 mmol/L (pH 7,4), à qual foi adicionado 0,5 mL de
homogeneizado cardíaco.
Após esse momento, foi realizada uma leitura inicial, considerada como a emissão
basal de luz pelo homogeneizado. O hidroperóxido de tert-butila foi usado na concentração de
400 mmol/L, dos quais foram adicionados 30 µL no meio de reação para obter-se uma
concentração final de 3 mmol/L. Foi medida a emissão de luz e desta fora descontada a
emissão basal do homogeneizado para fins de cálculo (GONZALES FLECHA et al., 1991).
3.2.13.2. Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)
Na ocorrência da reação, adicionou-se, a 0,25mL de homogeneizado, 0,75 mL de
ácido tricloroacético (TCA) a 10%(P/V), que tem a função de desnaturar as proteínas
presentes e acidificar o meio de reação. Essa mistura foi então agitada e centrifugada durante
3 minutos a 1000 g. Foi retirado 0,5mL do sobrenadante e a este foi adicionado 0,5mL de
ácido tiobarbitúrico (TBA) 0,67% (P/V), que reagiu com os produtos da lipoperoxidação
formando um composto de coloração rosada. A mistura foi incubada por 15 minutos a 100ºC
e em seguida foi resfriada no gelo. Em seguida, foi realizada a leitura da absorbância a 535
nm em espectrofotômetro (Biospectro) (BUEGE & AUST, 1978).
24
3.2.14. Razão GSH/GSSG
3.2.14.1. Glutationa Total
A glutationa total mede a reação de óxido redução entre GSH e GSSG. O meio de
reação no qual foi realizado o ensaio consiste em uma solução de tampão fosfato 300 mM
(Na2HPO4.1H2O), e uma solução de DTNB (acido ditionitrobenzóico). No momento do
ensaio, agregou-se 1 mL de tampão fosfato, 100µL de DTNB, zerou-se o espectro
(Biospectro) e após acrescentou-se 250 µL amostra (BEUTLER et al., 1963).
3.2.14.2. Glutationa Oxidada
Foi adicionado a amostra ácido perclórico, os quais foram colocados em eppendorf e
centrifugados, posteriormente foi neutralizado com bicarbonato potássico (CO3HK). Desta
extraiu-se uma alíquota de 60mL + 60 mL DNTB + 60 mL GSSH e 60 mL NADPH. A leitura
foi realizada em espectrofotômetro 414 nm. Uma vez neutralizada com CO3HK foi
adicionado 5 ml de 2 vinil piridina e deixou-se repousar por uma hora a temperatura
ambiente. Logo se repetiu o processo anterior. A diferença entre a primeira e a segunda leitura
foi a GSSG (TIETZE, 1969).
A GSH foi calculada a partir da subtração da glutationa total pela GSSG, e em seguida
foi calculada a razão GSH/GSSG no tecido cardíaco.
25
3.2.15. Enzimas Antioxidantes
3.2.15.1. Catalase (CAT)
A taxa de decomposição do peróxido de hidrogênio é diretamente proporcional à
atividade da CAT. Desta forma, o consumo de H2O2 pode ser utilizado como uma medida de
atividade da enzima CAT.
22222 22 OOHOH +⇒
O ensaio consistiu em medir a diminuição da absorbância a 240nm, comprimento de
onda onde há a maior absorção pelo peróxido de hidrogênio, utilizando-se cubetas de quartzo.
Para a realização das medidas foi usada uma solução tampão constituída de fosfatos a 50
mmol/L em pH 7,4. Foram adicionados 9µL deste tampão e 10µL de amostra de tecido na
cubeta do espectrofotômetro, sendo esta mistura descontada contra um branco de tampão
fosfato. A seguir foram adicionados 35µL de peróxido de hidrogênio (0,3 mol/L) e foi
monitorada a diminuição da absorbância no espectrofotômetro (Biospectro) (BOVERIS &
CHANCE, 1973).
3.2.15.2. Superóxido Dismutase (SOD)
A técnica utilizada foi baseada na inibição da reação do radical superóxido com o
piragalol. Uma vez que não se consegue determinar a concentração da enzima nem sua
26
atividade em termos de substrato consumido por unidade de tempo, se utiliza a quantificação
em unidades relativas.
22222 2 OOHHOO +⇒++ +−•−•
Uma unidade de SOD é definida como a quantidade de enzima que inibe em 50% a
velocidade de oxidação do detector. A oxidação do pirogalol leva à formação de um produto
colorido, detectado espectrofotometricamente a 420 nm (Biospectro) durante 2 minutos. A
atividade da SOD foi determinada medindo-se a velocidade de formação do pirogalol
oxidado. No meio de reação, foram utilizados 20 µL de homogeneizado, 973 µL de tampão
Tris-Fosfato a 50 mmol/L (pH 8,2), 8 µL de pirogalol a 24 mmol/L, 4 µL de CAT a 30
µmol/L. Esta curva obtida foi utilizada como branco. Foi realizada uma curva padrão
utilizando três concentrações distintas de SOD (0,25U, 0,5U e 1U), através da qual foi obtida
a equação da reta para realização dos cálculos.
3.2.15.3. Glutationa Peroxidase (GPx)
Como a GPx catalisa a reação de hidroperóxidos com glutationa reduzida (GSH) para
formar glutationa oxidada (GSSG) e o produto da redução do hidroperóxido, a atividade da
enzima pode ser determinada medindo-se o consumo de NADPH na reação de redução
acoplada à reação da GPx.
27
OHGSSGROHGSHROOH GPx22 ++→+
A atividade da GPx foi medida em um espectrofotômetro (Biospectro). Foi monitorada
a diminuição de absorbância do NADPH a 340 nm. Na cubeta do espectrofotômetro, foram
adicionados 330 µL de tampão, 50 µL do homogeneizado (amostra), 500 µL de NADPH, 10
µL de azida sódica, 50 µL de GSH e 10 µL de GR. Foi registrada a absorbância por um
período de aproximadamente 2 minutos, para obtenção da linha de base. Após esse momento,
foram adicionados 50 µL de hidroperóxido de tert-butila, e a diminuição da absorbância
devida ao consumo de NADPH foi monitorada por mais 3 minutos (FLOHÉ & GUNZLER,
1984).
3.2.16. Análise dos Níveis de Nitritos/Nitratos
Os níveis de nitritos e nitratos no plasma foram medidos pela reação das amostras com
o reagente de Griess microplacas (96 poços) em aparelho leitor de ELISA. Alíquotas de 50mL
de homogeneizado de tecido foram incubadas com cofatores enzimáticos e nitrato redutase
(3U/ml) por 30 minutos para conversão de nitrato em nitrito em temperatura ambiente. O total
de nitrito tecidual foi então analisado pela reação das amostras com 50 ml de reagente de
Griess. O total de nitrito tecidual foi estimado a partir de uma curva padrão de absorbância em
592 nm (GRANGER et al., 1999).
28
3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados são apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). O teste de
análise de variância (ANOVA) de uma via ou ANOVA de uma via para medidas repetidas
(peso corporal e teste de esforço) seguido de post hoc de Student Newman Keuls foi utilizado
para comparação dos grupos. Valores de p<0,05 foram considerados significantes.
29
4. RESULTADOS
4.1. Peso Corporal
A Tabela 1 mostra os resultados de peso corporal. O dia da ooforectomia foi
considerado como início do protocolo, no qual foi realizada a pesagem inicial dos
animais estudados.
O peso corporal não foi diferente entre os grupos no início do protocolo. Todos
os grupos apresentaram maior peso corporal ao final do protocolo. No entanto, ao final
do período de treinamento físico o grupo OS apresentou maior peso corporal em relação
aos demais grupos avaliados. O treinamento físico (OT) reduziu o peso corporal de ratas
ooforectomizadas. Além disto, a TH, associada ou não ao treinamento físico,
normalizou o ganho de peso corporal das ratas ooforectomizadas em relação ao grupo
CS.
30
Tabela 1. Peso corporal das ratas fêmeas controle (CS, n=8), ooforectomizadas
sedentárias (OS, n=12), ooforectomizadas treinadas (OT, n=12), ooforectomizadas
sedentárias + TH (OPS, n=10) e ooforectomizadas treinadas + TH (OPT, n=12).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS. ‡ o início do protocolo no mesmo grupo.
4.2. Dosagem de Estradiol Plasmático (E2)
A figura 5 demonstra a eficácia da ooforectomia evidenciando valores menores
de estradiol plasmático nos grupos OS e OT quando comparados ao grupo CS. O grupo
OT apresentou maiores valores de estradiol em relação ao grupo OS. Além disso, os
grupos submetidos à TH (OPS e OPT) apresentaram nível de estradiol plasmático
semelhante ao grupo CS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
Inicial (gramas) 216±5 214±2 215±4 213±5
216±3
Final (gramas) 266±4‡ 329±9†‡ 305±5†*‡ 263±7*#‡
274±5*#‡
31
Níveis de Estradiol Plasmático - E 2
0
5
10
15
20
25
30
35
CS OS OT OPS OPT
(pg/
mL)
†
†
**
*
Figura 5. Níveis de estradiol plasmático das ratas fêmeas controle (CS, n=6),
ooforectomizadas sedentárias (OS, n=8), ooforectomizadas treinadas (OT, n=8),
ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS, n=6) e ooforectomizadas treinadas + TH
(OPT, n=7). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
4.3. Capacidade Física
A capacidade física foi obtida através do teste de esforço máximo no início e no
fim do protocolo. No início do protocolo a capacidade física foi semelhante entre os
grupos estudados, porém após 8 semanas, os grupos que realizaram o treinamento físico
obtiveram melhora na capacidade física quando comparados aos seus respectivos pares
sedentários e aos seus valores iniciais (Tabela 2).
32
Tabela 2. Velocidade máxima obtida no teste de esforço no início e ao final do
protocolo de treinamento físico nos grupos das ratas fêmeas controle (CS, n=8),
ooforectomizadas sedentárias (OS, n=12), ooforectomizadas treinadas (OT, n=12),
ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS, n=10) e ooforectomizadas treinadas + TH
(OPT, n=12).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS. ‡O início do protocolo no mesmo grupo.
4.4. Avaliações Hemodinâmicas
As avaliações hemodinâmicas de pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial
diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) em repouso
podem ser observadas na Tabela 3.
Os resultados evidenciam maior PAS, PAD e PAM nos grupos submetidos à
ooforectomia sedentários (OS e OPS), o que de fato sugere que o treinamento físico
(grupos OT e OPT), associado ou não a TH, foi eficaz em reduzir a pressão arterial e
manter tais valores semelhantes aos do grupo controle (Figura 6). Adicionalmente
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
Velocidade máx.
inicial (km/h)
1,83±0,06 1,98±0,10 1,94±0,12 1,72±0,05 1,75±0,08
Velocidade máx.
final (km/h)
1,80±0,15 2,01±0,09 2,38±0,07†*‡ 1,75±0,05# 2,25±0,05†*¥‡
33
observou-se bradicardia de repouso no grupo OT quando comparado aos grupos
sedentários (Tabela 3, Figura 7).
Tabela 3. Variáveis hemodinâmicas dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado
sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12).
Valores representando média ± EPM. PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão
arterial diastólica; PAM: pressão arterial média; FC: freqüência cardíaca. †p<0,05 vs.
CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
PAS (mmHg)
128±2 140 ± 2† 132 ± 2* 142 ± 2†# 134±2*¥
PAD (mmHg)
95±1 105 ± 2† 95 ± 2* 102 ± 2†# 96±1*¥
PAM (mmHg)
113±2 122± 1† 113 ± 2* 121±2†# 114 ±1*¥
FC (bpm)
360±9 374 ± 10 342 ± 5* 376±5# 360±10
34
Pressão Arterial Média
0
20
40
60
80
100
120
140
CS OS OT OPS OPT
(mm
Hg)
*# †
* ¥ †
Figura 6. Pressão arterial média dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado
sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05
vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
35
Freqüência Cardíaca
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
CS OS OT OPS OPT
(bpm
)
*#
Figura 7. Freqüência cardíaca dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado
sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado
sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). * p<0,05
vs. OS; # p<0,05 vs. OT.
4.5. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa
A sensibilidade barorreflexa avaliada através das respostas taquicárdicas e
respostas bradicárdicas às quedas e aumentos de pressão arterial, respectivamente, é
apresentada na Tabela 4.
A ooforectomia reduziu a resposta taquicárdica nas ratas sedentárias (OS e
OPS). O treinamento físico (grupos OT e OPT), associado ou não a TH, atenuou tal
disfunção. Com relação à resposta bradicárdica os resultados evidenciaram melhora
36
desta alça do reflexo no grupo OT e OPT em relação aos grupos sedentários
ooforectomizados (OS e OPS) e ao grupo CS (Figura 8).
Tabela 4. Sensibilidade barorreflexa avaliada pelas respostas taquicárdicas e respostas
bradicárdicas nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8),
ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + suplementação
(OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + suplementação (OPT, n=8).
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
Resposta
Taquicárdica (bpm/mmHg)
3,89±0,2 2,60±0,4† 4,40±0,1* 2,40±0,3†#
3,6±0,3*¥
Resposta
Bradicárdica (bpm/mmHg)
-1,50±0,1 -1,20±0,1 -1,90±0,1†* -1,25±0,1#
-1,63±0,1*¥
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS.
37
Figura 8. Respostas taquicárdica e bradicáricas relativas à sensibilidade baroreflexa
(SBR) dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12),
ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e
ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; #
p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
4.6. Avaliação do Controle Autonômico da Freqüência Cardíaca
A Tabela 5 apresenta os valores de TS, TV e FCI dos grupos estudados. A
privação dos hormônios ovarianos induziu redução do tônus vagal em comparação aos
demais grupos. O treinamento físico e a TH, associados ou não, reverteram esse
prejuízo autonômico (Figura 9). O tônus simpático foi maior nos grupos submetidos à
privação dos hormônios ovarianos em relação ao grupo CS. Porém, somente a
associação das duas terapias foi eficaz em atenuar tal disfunção (Figura 10).
Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na FCI entre os
grupos estudados.
Sensibilidade Barorreflexa
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
(bpm
/mm
Hg)
CS
OSOT
OPS
OPT
†
* *
† #
¥* #
* †
Sensibilidade Barorreflexa
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
(bpm
/mm
Hg)
CS
OSOT
OPS
OPT
†
* *
† #
¥* #
* †
38
Tabela 5. Tônus vagal (TV), tônus simpático (TS) e freqüência cardíaca intrínseca
(FCI) nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12),
ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e
ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=12).
Valores representando média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
TV (bpm) 48±5 26±7† 52±6* 61±8*
51±5*
TS (bpm) 54±6 77±5† 66±8 66±6
54±5*
FCI (bpm) 353±4 345±8 357±5 365±8
363±4
39
Tônus Vagal
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CS OS OT OPS OPT
(bpm
)
†
**
*
Figura 9. Tônus vagal dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário
(OS,n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH
(OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05
vs. OS.
40
Tônus Simpático
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CS OS OT OPS OPT
(bpm
)
*
†
Figura 10. Tônus simpático dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário
(OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH
(OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05
vs. OS.
4.7. Avaliações da Modulação Autonômica da Freqüência Cardíaca
A avaliação da VFC nos domínios do tempo e da freqüência é apresentada na
Tabela 6. Não houve diferença entre os grupos no DP do intervalo de pulso e no
RMSSD. No entanto, o treinamento físico foi eficaz em aumentar a variabilidade do
intervalo de pulso (VAR-IP) dos grupos ooforectomizados (OT e OPT) quando
comparados aos grupos sedentários (Figura 11).
41
A ooforectomia aumentou a banda de BF normalizada e reduziu a banda AF
normalizada do IP, representativas da modulação simpática e vagal cardíaca,
respectivamente.
O treinamento físico isoladamente (grupo OT) foi capaz de reduzir a banda BF
normalizada do IP e aumentar a banda AF normalizada em relação aos demais grupos
ooforectomizados.
O balanço simpato-vagal foi aumentado pela privação dos hormônios ovarianos
e o treinamento físico isoladamente (grupo OT) foi eficaz em reduzir esse parâmetro
(Figura 12).
VAR-IP
0
20
40
60
80
100
120
CS OS OT OPS OPT
(ms
2 )
†
¥ *
#
*†
Figura 11. Variância de intervalo de pulso (VAR-IP) dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=10),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=12) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,
n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
42
Tabela 6. Variabilidade da freqüência cardíaca dos grupos controle (CS, n=8), grupo
ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=10),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=12) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=12).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS. DP: desvio padrão do intervalo de pulso; RMSSD: raiz quadrada da
média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R normais sucessivos; % BF:
percentual da banda de baixo freqüência do intervalo de pulso normalizada; % AF:
percentual da banda de alta freqüência do intervalo de pulso normalizada.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS OPT
DP (ms) 6,7±0,63 8,2±0,52
9,2±0,71
6,8±0,54 8,5±0,56
RMSSD (ms) 4,8±0,58 6,8±0,54
7,2±0,69
5,5±0,88 6,8±0,71
VAR-IP ( ms2) 44,5±5,70 60,0±6,34
92,4±9,36†*
49,5±6,59# 81,1±6,58†*¥
% BF (NU.) 25,7±1,6 33,1±1,7†
21,5±1,4*
31,9±1,8†# 32,4±2,0†#
% AF (NU.) 74,3±1,6 66,9±1,7†
78,5±1,4*
68,1±1,8†# 67,6±2,0†#
BF/AF 0,36±0,03 0,52±0,04†
0,29±0,03*
0,51±0,04†# 0,52±0,04†#
43
BF/AF
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
CS OS OT OPS OPT
† † † # #
*
Figura 12. Balanço simpato-vagal (BF/AF) dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,
n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
4.8. Avaliação da Variabilidade da Pressão Arterial Sistólica
A avaliação da VPAS no domínio do tempo e da freqüência é apresentada na
Tabela 7. Os resultados demonstram que a privação dos hormônios ovarianos induz um
aumento do DP-PAS, da VAR-PAS e do BF-PAS. O treinamento físico e a TH,
associados ou não, normalizaram os parâmetros avaliados da VPAS (Figura 13 e 14).
44
Tabela 7. Variabilidade da pressão arterial sistólica dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=12),ooforectomizado treinado (OT, n=12),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=12).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS. DP: desvio padrão da pressão arterial sistólica. VAR-PAS: variância
da pressão arterial sistólica; BF: banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
DP (mmHg2)
4,27±0,16 5,04±0,26† 4,3±0,20* 3,76±016* 4,1±0,19*
VAR-PAS (mmHg2)
24,8 ± 1,4 38,8±3,05† 20,0±1,6* 14,0±1,7†* 17,1±1,5†*
BF (mmHg2)
3,94 ± 0,41
8,32±1,19†
5,76±0,58*
5,10±0,91*
5,70±0,45*
45
VAR-PAS
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
CS OS OT OPS OPT
(mm
Hg
2 )
†
† † *
* *
Figura 13. Variância da pressão arterial sistólica (VAR-PAS) dos grupos controle (CS,
n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,
n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.
46
BF-PAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
CS OS OT OPS OPT
(mm
Hg
2 )†
***
Figura 14. Banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica (BF-PAS) dos
grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado
treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado
treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥
p<0,05 vs. OPS.
4.9. Avaliações de Estresse Oxidativo
4.9.1. Medida de lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por
t- BOOH (QL) e Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
Foram realizadas as análises de lipoperoxidação lipídica pelas técnicas
denominadas quimiluminescência iniciada por hidróxido de tert-butil (QL) e substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) nos tecidos cardíaco, renal e muscular. A
ooforectomia aumentou a QL no tecido cardíaco e o treinamento físico e a TH (grupos
OT, OPS e OPT) foram capazes de atenuar esta disfunção em relação ao grupo OS
47
(Figura 15). Não foram observados diferenças entre os grupos no TBARS cardíaco
(Tabela 8).
Tabela 8. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário
(OS, n=8) ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS,
n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
QL (cps/mg prot)
1980±61 6492±328† 5614±245†* 4656±323†* 4550±499†*
TBARS (umol/mg prot)
1,72±0,27 1,25±0,19 1,17±0,25 0,92±0,11 0,93±0,12
48
QL - Tecido Cardíaco
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
CS OS OT OPS OPT
(cps
/mg
prot
eína
)
†
†
† † *
* *
Figura 15. Quimiluminescência (QL) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,
n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
O treinamento físico e a TH, associados ou não (grupos OT, OPS e OPT) foram
capazes de reduzir a QL em relação aos grupos OS e CS (Tabela 9, Figura 16). Já
quanto ao TBARS, a ooforectomia aumentou esses valores e o treinamento físico e a
TH, associação ou não induziram a diminuição do TBARS (Tabela 9).
49
Tabela 9. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS) no tecido renal dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário
(OS, n=8) ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH
(OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
QL (cps/mg prot)
4760±259 5327±577 3101±370†* 2951±174†* 2419±164†*
TBARS (umol/mg prot)
0,87±0,05 1,51±0,08† 1,27±0,26†* 1,18±0,03†* 1,11±0,07†*
50
QL - Tecido Renal
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
CS OS OT OPS OPT
(cps
/mg
prot
eína
)
*† †
† **
†
Figura 16. Quimiluminescência (QL) no tecido renal grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,
n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
Não foi encontrada diferença significativa entre os grupos no parâmetro de QL
em tecido muscular (gastrocnêmio) (Tabela 10). A ooforectomia aumentou o TBARS
no tecido muscular e o treinamento físico e a TH, associado ou não (grupos OT, OPS e
OPT), foram capazes de reduzir o TBARS em relação ao grupo OS (Tabela 10, Figura
17).
51
Tabela 10. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS) no músculo gastrocnêmio dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado
sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário
+ TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
QL (cps/mg prot)
529±68 430±76 415±65 403±55 335±19
TBARS (umol/mg prot)
1,10±0,14 5,64±0,74† 2,23±0,39* 0,92±0,14* 0,88±0,21*
52
TBARS - Gastrocnêmio
0
1
2
3
4
5
6
7
CS OS OT OPS OPT
(um
ol/m
g pr
oteí
na)
†
*
**
Figura 17. Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular
(gastrocnêmio) nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8),
ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e
ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
4.9.2. Avaliação da Razão GSH/GSSG
Foram realizadas as análises sobre o balanço de óxido-redução na interação da
glutationa reduzida e oxidada através da razão GSH (reduzida)/GSSG (oxidada) no
tecido cardíaco. A ooforectomia induziu aumento de GSSG e redução da razão GSH em
relação ao grupo CS. O treinamento físico a TH, associado ou não, induziram o
aumento da GSH Total e GSH. Quando avaliou-se o balanço entre a GSH e GSSG, o
treinamento físico e a TH associados ou não da foram eficazes em aumentar esses
valores (Tabela 11, Figura 18).
53
Tabela 11. Glutationa total (GSH total), Glutationa reduzida (GSH), Glutationa oxidada
(GSSG) e razão GSH/GSSG no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;
¥ p<0,05 vs. OPS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
GSH Total
(umol/ g tecido)
64,78±4,57 68,71±5,03 241,14±19,64†* 240,90±15,03†* 265,25±11,25†*
GSH (umol/ g tecido)
58,69±4,26 55,27±5,17 220,79±18,80†* 224,33±15,00†* 248,69±11,66†*
GSSG (umol/ g tecido)
6,09±0,61 12,97±2,03† 20,349±1,97*† 16,57±2,08*† 16,55±1,73†*
GSH/GSSG
(umol/ g tecido)
9,89±1,00 4,59±0,82† 11,40±1,17* 14,85±2,18* 16,20±1,76†*
54
GSH/GSSG
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
CS OS OT OPS OPT
(um
ol/g
tec
ido)
†
†
*
* *
Figura 18. Razão GSH/GSSG no tecido cardíaco nos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.
4.9.3. Avaliação das Enzimas Antioxidantes
A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e glutationa
peroxidase (GPx), bem como da concentração da catalase (CAT) no tecido cardíaco são
apresentadas na tabela 12. Os resultados mostraram redução no grupo OS e aumento na
concentração da CAT no grupo OT em relação aos demais grupos ooforectomizados. A
atividade da SOD foi maior nos grupos treinados e com a TH (OT, OPS e OPT) em
55
relação ao grupo controle (CS). O grupo OT apresentou maiores valores de SOD em
relação aos grupos OPS e OPT. A atividade da glutationa peroxidase (GPx) foi
aumentada com a ooforectomia em comparação ao grupo CS, no entanto, o treinamento
físico e a TH, associados ou não, induziram o aumento da atividade desta enzima
antioxidante em relação ao grupo OS.
Tabela 12. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)
e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS,
n=8) ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
CAT (nmol/ mg prot)
0,84±0,04 0,56±0,07† 1,08±0,14* 0,74±0,08# 0,70±0,03#
SOD (U/ mg prot)
16,21±1,10 18,02±0,52 23,99±1,11†* 20,75±1,06†# 20,39±1,24†#
GPx (umol/min/ mg prot)
15,98±2,21 41,04±2,67† 51,08±2,45†* 56,04±5,15†* 54,96±3,20†*
56
A atividade das enzimas antioxidantes (GPx) bem como da concentração (CAT)
no tecido renal são apresentadas na tabela 13. Os resultados mostraram diminuição da
concentração da CAT no grupo OS em relação ao grupo CS. O treinamento físico e a
TH induziram aumento da concentração da CAT em comparação ao grupo OS, mas a
associação das terapias (grupo OPT) teve valores de CAT menores que o grupo CS. A
atividade da SOD foi maior no grupo OT quando comparado ao grupo OPS. A atividade
da GPx foi reduzida com a ooforectomia, e somente a TH e o treinamento físico,
associado ou não induziram normalização da concentração desta enzima antioxidante.
57
Tabela 13. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)
e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos controle (CS,
n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.
A atividade das enzimas antioxidantes SOD e GPx, bem como da concentração
CAT, no tecido muscular (gastrocnêmio) são apresentadas na tabela 14. Os resultados
mostraram aumento na concentração da CAT e da atividade da SOD no grupo treinado
(OT) em relação aos demais grupos avaliados. A atividade da GPx foi reduzida com a
ooforectomia, e somente o treinamento físico (grupo OT) foi capaz de normalizar a
atividade desta enzima antioxidante. A TH, associada ou não ao treinamento físico
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
CAT (nmol/ mg prot)
1,84±0,20 0,83±0,07† 1,33±0,09* 1,30±0,05* 1,01±0,04†
SOD (U/ mg prot)
9,90±0,54 10,76±0,56 11,44±0,29 9,39±0,31# 10,70±0,48
GPx (umol/min/mg.prot)
45,34±2,68 34,83±2,67† 42,14±2,66* 49,21±2,34* 47,65±1,62*
58
(OPS e OPT), induziu redução da atividade de GPx quando comparado aos demais
grupos avaliados.
Tabela 14. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)
e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no músculo gastrocnêmio dos grupos
controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado
(OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada +
TH (OPT, n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
CAT (nmol/ mg prot)
0,12±0,01 0,17±0,02 0,31±0,05†* 0,19±0,03# 0,12±0,02#
SOD (U/mg prot)
26,3±3,63 37,2±4,80 66,2±14,30†* 20,0±1,47# 25,3±0,56#
GPx (umol/min/ mg prot)
54,0±7,00 39,3±8,05† 44,0±4,00 17,5±1,98†*# 20,1±3,32†*#
59
4.10. Avaliação de Nitritos e Nitratos
Os resultados da avaliação dos nitritos plasmáticos mostraram diminuição da sua
concentração no grupo OS em relação ao grupo CS. O grupo OT apresentou valores
normalizados de nitritos plasmáticos, porém a TH não foi eficaz em atenuar a redução
deste parâmetro (Tabela 15).
Quanto aos resultados dos nitratos plasmáticos o grupo OT apresentou valores
semelhantes aos do CS, no entanto, maiores que os demais grupos ooforectomizados
(OS, OPS e OPT). Adicionalmente, o grupo OPS apresentou valores de nitratos
plasmáticos menores que o grupo CS (Tabela 15).
A figura 19 ilustra a razão nitrito/nitrato (NOx). Observou-se que a privação dos
hormônios ovarianos (CS: 0,18± vs. OS: 0,13±) induziu redução desta razão a qual foi
normalizada nos grupos treinados (OT: 0,16±0,01 e OPT: 0,16±0,01). A TH
isoladamente (OPS: 0,13±0,01) não reverteu o prejuízo nesta razão.
60
Tabela 15. Nitritos e Nitratos plasmáticos dos grupos controle (CS, n=8),
ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),
ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,
n=8).
Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.
Figura 19. Razão Nitritos/Nitratos Plasmáticos (NOx) no tecido cardíaco nos grupos
controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado
(OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada +
TH (OPT, n=8). †p<0,05 vs. CS.
Grupos Variáveis
CS OS OT OPS
OPT
Nitritos
(uM)
13,84±1,60 8,41±0,76† 13,24±1,80* 7,26±1,17†# 9,87±0,50
Nitratos
(uM)
90,67±11,81 64,00±8,02 99,14±18,26* 50±7,92†# 63,43±6,73#
61
5. DISCUSSÃO
Apesar das evidências relacionadas à terapia estrogênica no manejo de desordens
cardiovasculares (RUSA et al., 1999; PICKAR et al., 1998), estudos importantes como o
HERS - Heart and Estrogen/Progestin Study (1998), o ERA - Estrogen Replacement and
Aterosclerosis (2000) e o WHI - Women's Health Initiative (2002) questionaram o uso da TH,
destacando o aumento da incidência de eventos de ordem vascular, como acidente vascular
cerebral, eventos trombólicos, de ordem cardíaca como infarto do miocárdio, e até mesmo de
caráter neoplásico como o carcinoma mamário e endometrial em mulheres submetidas à TH.
Apesar destas evidências, a TH continua a ser recomendada por entidades especializadas
(PANAY & FENTON, 2009; UTIAN et al., 2008), mesmo que de modo mais
individualizado, para o tratamento dos sintomas e prevenção de osteoporose em mulheres no
período pós-menopausa, permanecendo a dúvida sobre a relação risco-benefício
cardiovascular desta terapia.
É interessante notarmos, que frente às contradições e questionamentos sobre o uso da
TH na mulher no período pós-menopausal, outros estudos sobre diferentes abordagens foram
e estão sendo realizadas, com o objetivo de avaliar a diminuição de eventos e/ou fatores de
risco de ordem cardiovascular nessa população. Neste sentido, uma revisão sistemática de
estudos controlados e randomizados avaliou os efeitos do treinamento físico evidenciando-se
que esta abordagem não farmacológica foi teve efeitos positivos no manejo do peso corporal,
na densidade óssea, no ganho flexibilidade, no VO2, nos níveis pressóricos e no controle
energético e metabólico no período pós-menopausal (ASIKAINEN et al., 2004).
62
Considerando esses estudos clínicos, que se somam a estudos experimentais, e evidenciam
uma clara lacuna na literatura sobre os efeitos da TH estrogênica associada ou não ao treinamento
físico após a privação dos hormônios ovarianos, o objetivo do presente estudo foi verificar os
efeitos da TH, associada ou não ao treinamento físico, em parâmetros cardiovasculares,
autonômicos, de estresse oxidativo e a concentração de nitritos e nitratos em ratas fêmeas
ooforectomizadas. Considerando que as alterações cardiovasculares são mais prevalentes em
mulheres no climatério, neste estudo, a privação dos hormônios ovarianos possibilitou avaliar as
disfunções características na ausência dos hormônios ovarianos, assim como o efeito do uso da
terapia farmacológica advinda da TH subcutânea com o hormônio 17β estradiol e a possível
associação com o treinamento físico aeróbio.
Avaliações do Peso Corporal
No século passado, o conhecimento sobre a relação de peso corporal na mulher e
envelhecimento eram um tanto obscuros. Além disso, não havia clareza na relação ganho de
peso com mudanças hormonais. Neste aspecto, podemos destacar o grupo de Wing (1991) que
estudou longitudinalmente aproximadamente 485 mulheres de meia idade que tinham em
média de 46 anos e que notou que não havia diferença no ganho de peso entre mulheres que
estavam no período menopausal e no período anterior a menopausa (pré-menopausa). Outro
estudo realizado nos EUA, SWAN – Study of Women´s Health Across the Nation, concluiu
que o índice de massa corpórea (IMC) em mulheres que estavam no período menopausal foi
semelhante quando comparado ao de mulheres no período pré-menopausal (MATTHEWS et
al., 2001). No entanto, o estudo de Sowers et al. (2007) verificou uma correlação positiva
entre o comportamento do hormônio folículo estimulante (FSH) com a massa gorda em
63
mulheres de meia idade, destacando que o envelhecimento dos ovários tem relação direta na
composição corpórea em mulheres de meia idade.
É interessante notar que mudanças acontecem com o advento da menopausa, e/ou no
período do climatério, sendo elas: diminuição da massa magra, da massa óssea, da capacidade
física, da taxa de metabolização corporal, e inversamente aumento do peso corporal, no
depósito de gordura, e possível mudança na relação cintura-quadril e de estrutura, cujo padrão
pode evoluir para uma forma andróide (ASIKAINEN et al, 2004). Neste sentido, podemos
destacar que a ooforectomia realizada em modelo animal, resulta em um aumento de peso
corporal (LATOUR et al.,2001; HERNÁNDEZ et al., 2000; IRIGOYEN et al., 2005; FLUES
et al., 2010; FLORES et al., 2010). De fato, no presente estudo, confirmamos dados anteriores
de nosso grupo evidenciando maior peso corporal no grupo OS em relação ao grupo CS.
Além disto, confirmamos a redução de peso corporal no grupo OT em relação ao grupo OS,
evidenciando um importante benefício desta abordagem não farmacológica. De fato, o
treinamento físico como abordagem de natureza não farmacológica, pode promover mudanças
tanto para a redução ou aumento do peso corporal em humanos (BOUCHARD, 2003;
SHANGOLD, 1990; TEIXEIRA et al., 2003) quanto em animais (De ANGELIS et al., 1997;
MELO et al., 2003).
A privação dos hormônios ovarianos pode ocasionar o aumento na ingestão da ração
(WATTANAPERMPOOL & REISER, 1999; HERNÁNDEZ et al., 2000; LATOUR et al.,
2001; IRIGOYEN et al., 2005), além do fator sedentarismo (HASSAGER &
CHRISTIANSEN, 1989; DAWSON-HUGES & HARRIS, 1992), o que de fato pode
promover aumento do peso corporal. No presente estudo, não foi analisada a ingestão calórica
e gasto energético no decorrer das 8 semanas de protocolo nos grupos estudados. No entanto,
um estudo de nosso grupo demonstrou que ao final do protocolo de 8 semanas, ratas
64
ooforectomizadas treinadas apresentaram menor ganho de peso corporal em comparação às
ratas ooforectomizadas sedentárias, porém sem diferenças no total de ração ingerida entre os
dois grupos (PONCIANO, 2006). Portanto, pode-se sugerir que o grupo treinado no presente
estudo tenham tido menor ganho de peso corporal pelo fato de ter havido maior gasto
energético proveniente do treinamento físico.
A terapia estrogênica resulta em redução do peso corporal em modelo animal (GUO,
2010; HERNÁNDEZ et al., 2000; FLUES et al., 2010). No presente estudo a TH, associada
ou não ao treinamento físico foi capaz de reduzir o aumento de peso corporal em ratas
ooforectomizadas como demonstrado num estudo anterior do nosso grupo (FLUES, 2010),
trazendo os valores de peso corporal dos grupos OPS e OPT próximos aos observados no
grupo controle (CS). Esse benefício pode ser explicado pelas evidências que a privação
estrogênica possa induzir deficiência do metabolismo de carboidratos e, portanto, na captação
da glicose. Autores como Kumagai et al.. ,(1993) identificaram em ratas ooforectomizadas
menor captação de glicose e, portanto, menor síntese de glicogênio. Fato este, encontrado
semelhantemente em camundongos ooforectomizados (PUAH & BAILEY, 1985). Seguindo o
mesmo raciocínio, Cardoso Jr. (2010) reforça que o hipoestrogenismo pode ter associação
com o aumento de resistência à insulina em mulheres menopausadas, sugerindo, portanto,
uma associação entre o metabolismo de carboidrato e lipídico e a privação dos hormônios
ovarianos. Neste sentido , com a privação estrogênica existem alterações do metabolismo dos
carboidratos e lipídios, culminando em resistência à insulina, no aumento do tecido adiposo e
diminuição da atividade da lípase lipoproteica, além do aumento da concentração de ácidos
graxos livres no plasma (DELARUE & MAGNANN, 2007), alterações essas que podem estar
associadas ao ganho de peso após a privação dos hormônios ovarianos, bem como aos
benefícios da TH no manejo do ganho de peso corporal nessa condição.
65
Avaliação da Capacidade Física
O teste de esforço, ou teste de capacidade máxima, foi e tem sido muito utilizado em
academias, na prática clínica, entre outros, pois permite mensurar o efeito do exercício
máximo gerado frente a alguma condição patológica ou mesmo em condição de saúde
(MAHLER, 1996). Os testes máximos e submáximos são considerados seguros e bem
tolerados, e têm por objetivo avaliar a capacidade física ou até mesmo funcional
(RODRIGUES et al., 2007), no intuito de avaliar as respostas clínica, hemodinâmica,
metabólica e eletrocardiográfica ao esforço (NEGRÃO & BARRETO, 2005).
Vale destacar que foi demonstrado por nosso grupo que se pode estimar o VO2máx, ou
seja, o transporte, consumo e utilização de oxigênio ao nível alveolar, a partir dos resultados
do teste de esforço máximo utilizando-se a equação de regressão linear entre VO2máx e teste de
esforço. Além disto, diferenças de desempenho físico podem ser detectadas pelo teste de
esforço uma vez que a velocidade máxima obtida no teste de esforço foi correlacionada com o
VO2 máx em ratos machos saudáveis (RODRIGUES et al., 2007). Neste sentido, no presente
estudo, o teste de esforço aplicado no início do protocolo demonstrou capacidade física
semelhante entre os grupos, porém na realização do teste de esforço final foi demonstrado que
o treinamento físico aeróbio foi eficaz em promover melhora da capacidade física nos grupos
treinados (OT e OPT) em relação aos grupos sedentários (CS, OS e OPS). Tais resultados
confirmam dados anteriormente publicados por nosso grupos em ratas ooforectomizadas
treinadas (IRIGOYEN et al. 2005; SOUZA et al., 2007; FLORES et al. 2010; FLUES et al.
2010) e ooforectomizadas treinadas submetidas a TH (FLUES et al., 2010). Na literatura a
66
melhora da capacidade física tem sido considerada um marcador da eficiência do protocolo de
treinamento físico, sendo um achado comum pós-treinamento em ratos controles, diabéticos,
velhos, infartados e hipertensos (De ANGELIS et al., 1997; De ANGELIS et al., 1999; De
ANGELIS et al., 2000; MUSCH, et al., 1989; MELO et al., 2003; SOUZA et al. 2007), bem
como em humanos saudáveis (Blair et al., 1989) e homens hipertensos (KOKKINOS et al.,
1995). Neste sentido, o estudo Green et al. (2002) demonstrou que o treinamento físico
melhorou a capacidade física em mulheres em estágio pré-menopausa, menopausadas e
menopausadas submetidas a TH. Resultados semelhantes foram obtidos em mulheres
menopausadas sem (KIRWAN et al., 2003; IRVING et al., 2003; AIELLO et al., 2004) e com
reposição hormonal (TEIXEIRA et al., 2003). Neste mesmo racional, o estudo de Stefanick et
al. (1998) mostrou também que há melhora da capacidade física em mulheres pós-
menopausadas que fizeram o uso ou não da TH após treinamento físico associado à dieta. No
entanto, corroborando dados do presente estudo, a TH sem associação ao treinamento físico,
no entanto, parece não promover melhora na capacidade física (FLUES et al., 2010; GUO et
al., 2010).
Entre os mecanismos associados a redução do peso corporal, destaca-se que o
treinamento físico aeróbio realizado com intensidade moderada, com longa duração e
freqüência de pelo menos três vezes por semana, promove efeitos benéficos no metabolismo
de carboidrato e lipídico em humanos, desse modo ocasionando maior sensibilidade à
insulina, melhora do perfil lipídico e diminuição da concentração de ácidos graxos livres no
plasma, podendo alterar o peso corporal (ACSM, 2007). Neste sentido, observou-se
correlação positiva entre o teste de esforço e/ou consumo máximo de oxigênio com o gasto
energético, enquanto a correlação foi inversa com a resistência à insulina (SATO, 1986), o
que pode explicar, pelo menos em parte, quadros de doenças relacionadas ao aumento de peso
e perda de capacidade física.
67
Avaliações de parâmetros hemodinâmicos
No período que antecede a menopausa, as mulheres apresentam menor risco de
doenças de ordem cardiovascular quando comparadas aos homens.. Entretanto, com o avançar
da idade essa diferença desaparece, e o risco cardiovascular aumenta no sexo feminino,
tornando-se um importante aspecto a ser controlado no período do climatério. De fato, com o
envelhecimento, as mulheres tendem a ter aumentos dos níveis pressóricos maiores que os
homens, superando os valores pressóricos de homens de mesma idade (SWALES, 1994).
Neste sentido, os níveis pressóricos, especialmente a PAS, pode aumentar nas mulheres no
período pós-menopausal, o que pode levar a um quadro de hipertensão (STAMLER et al.,
1976). Estudos sugerem importante papel dos hormônios ovarianos no aumento da PA no
sexo feminino após a privação dos hormônios ovarianos, já que sua ausência está associada a
aumentos da PA (WEISS et al., 1972; STAESSEN et al., 1989; STAESSEN et al., 1997;
RECCKELHOFF et al., 2000; IRIGOYEN et AL., 2005). Dessa forma, o aumento da pressão
arterial não se deve somente ao avançar da idade como fator para o aumento na incidência de
doenças cardiovasculares em mulheres em período pós-menopausal (VIRDIS et al., 2000),
mas também devido a privação estrogênica. Neste sentido, para a prevenção de doenças
cardiovasculares é necessário manter níveis pressóricos aproximadamente 120mmHg de PAS
e 80mmHg de PAD, como níveis ótimos para a perfusão tecidual adequada (MOSCA et al.,
2007).
68
Estudos de Weiss et al. (1972) e Staessen et al. (1989) relacionaram à privação ovariana
com o incremento da pressão arterial e com eventos de ordem cardiovascular em mulheres,
fato notado também em modelo experimental de hipertensão (ratos SHR) (RECCKELHOFF
et al., 2000). Corroborando os resultados do presente estudo, em estudos anteriores de nosso
grupo (IRIGOYEN et al., 2005; SOUZA et AL., 2007; FLORES et AL., 2010; FLUES et al.,
2010) foi demonstrado que no período de 9 semanas privação dos hormônios ovarianos houve
um aumento da PAM de aproximadamente 10-15mmHg. Contrariamente, o estudo de
Nickening et al. (1998) não demonstrou aumento pressão arterial em ratas ooforectomizadas,
o que possivelmente pode estar associado ao curto tempo de avaliação hemodinâmica após a ,
apenas 5 semanas.
Alterações no controle barorreflexo e no sistema nervoso simpático podem atuar na
evolução ou manutenção da hipertensão arterial (SMITH, 2004; IRIGOYEN et al., 2003).
Neste sentido, é de suma importância destacar que as alterações no sistema nervoso autonômo
podem ocasionar a manutenção da hipertensão arterial, de modo que seu controle é de
fundamental importância no tratamento da fisiopatologia ligada a aumentos pressóricos.
Quanto à hemodinâmica, neste estudo a ooforectomia ocasionou aumento da PAS,
PAD e PAM nas ratas ooforectomizadas, mas o exercício físico crônico, associado (grupo
OPT) ou não a TH (grupo OT),foi eficaz em normalizar os valores de pressão arterial,
alcançando valores próximo aos observados no grupo controle (CS). Estes resultados
corroboram dados anteriores de nosso grupo tanto nos grupos CS, quanto OS e OT
(IRIGOYEN et al., 2005; SOUZA et al., 2007; SANCHES et al., 2009). Nesta mesma
perspectiva, o estudo de Cardoso Jr. et al. (2011) demonstrou que o treinamento físico foi
capaz de induzir diminuição na pressão arterial ambulatorial em mulheres saudáveis,
histerectomizadas, normotensas e pós-menopausadas.
69
Porém o uso somente da TH estrogênica subcutânea não foi eficaz em promover
diminuição da PA em ratas ooforectomizadas no presente estudo. Nesta perspectiva, o estudo
de Hunt et al. (2001) verificou que não há mudança da pressão arterial na utilização crônica
de estrogênio. O que de fato corrobora com o estudo de Kamali et al. (2000) em humanos, no
qual a terapia estrogênica não foi capaz de alterar níveis pressóricos em mulheres pós-
menopausadas sedentárias. Vale destacar que os estudos WHI (2001) e do PEPI (1995)
evidenciaram aumento da PA pós diferentes terapias estrogênicas. No entanto, em relação à
ausência de efeitos da TH estrogênica no presente estudo, tal dado corrobora adicionalmente
com o editorial publicado por Lobo (2006) na revista Menopause que conclui que a terapia
estrogênica não altera a PA, nem positivamente, nem negativamente.
Em contrapartida, foi observado em estudo recente de nosso grupo, redução
significante dos níveis pressóricos em grupos de fêmeas treinadas e submetidas à TH (FLUES
et al., 2010), de forma semelhante ao observado no presente estudo. Tal fato, sugere um
importante benefício adicional em relação à TH isoladamente da associação do treinamento
físico a esta abordagem farmacológica.
Os estudos realizados com mulheres pré-menopausadas e pós-menopausadas sob os
efeitos da TH são contraditórios quanto aos efeitos na FC, o que em grande parte tem sido
associado ao tipo de terapia estrogênica utilizada. O estudo de Neves et al. (2007) verificou
que não houve mudança na FC em mulheres jovens e na pós-menopausa que utilizaram a TH
conjugada eqüina. Similarmente, o estudo de Cardoso Jr. (2011) não encontrou diferença
significativa na FC em mulheres saudáveis, histerectomizadas, normotensas e pós-
menopausadas. Contrariamente Vongpatanasin et al. (2001) verificaram a diminuição da
freqüência cardíaca com o uso da TH. No presente estudo não verificamos alteração
significante da FC nas ratas submetidas e TH, independentemente da associação com o
70
treinamento físico. Por outro lado, o treinamento físico isoladamente (grupo OT) promoveu
bradicardia de repouso nas ratas ooforectomizada. Tal fato, confirma dados obtidos por
Irigoyen et al. (2005). A bradicardia de repouso tem sido utilizada como um marcador
cardiovascular da eficácia do treinamento físico. Vários estudos têm demonstrado bradicardia
de repouso em ratos machos normotensos jovens (NEGRÃO et al., 1992a), ou velhos (De
ANGELIS et al., 1997), em camundongos (De ANGELIS et al., 2004) e em humanos
(FRICK, 1967; KATONA et al., 1982) treinados.
Avaliações do controle autonômico cardiovascular
A atividade barorreflexa coordena as respostas de estímulos pressores e depressores,
cujo correto desempenho tem papel importante na diminuição da variabilidade da pressão
arterial. Sendo assim, a sensibilidade barorreflexa ajusta momento-a-momento aumentos e
diminuições da pressão arterial, sendo um componente fisiológico importante na homeostase
cardiovascular (SCHWARTZ, 1992; IRIGOYEN et al.., 2003). Nesse sentido, a sensibilidade
barorreflexa, tem sido utilizada como importante marcador de controle autonômico e preditor
de doença cardiovascular (LA ROVERE, 1998). Em mulheres pós-menopausa foi evidenciada
redução da sensibilidade barorreflexa, associada à elevação pressão arterial e ao aumento da
incidência de doenças cardiovasculares (HUNT et al., 2001). No presente estudo, verificou-se
redução das respostas taquicárdicas à redução da PA em ratas ooforectomizadas quando
comparadas a ratas controles, sem alteração significante na resposta bradicárdica a aumentos
da PA, corroborando dados recentemente publicados por nosso grupo (FLUES et al., 2010).
No entanto, nossos achados não evidenciam melhora no reflexo comandado pelos
71
pressorreceptores no grupo de ratas ooforectomizadas submetidas à terapia estrogênica.
Contraditoriamente, Hunt et al. (2001) verificaram que um uso prolongado de terapia
estrogênica (6 meses) em mulheres pós-menopausadas, apesar de não modificar a PAS nem a
resposta vagal do barorreflexo, melhorou a retirada simpática do baroreflexo frente à
aumentos de PA.
Por outro lado no presente estudo, o treinamento físico, associado ou não a TH, por 8
semanas promoveu melhora tanto nas respostas barorreflexas de taquicárdicas e bradicárdicas
induzidas por variações da PA induzidas por drogas vasoativas. A melhora no barorreflexo
parece decorrente do treinamento físico conforme documentado anteriormente (IRIGOYEN et
al., 2005; SOUZA et al., 2007; HEEREN et al., 2009), já que não evidenciamos melhora no
grupo submetido somente a TH. Neste aspecto, vale destacar que a redução da pressão arterial
nos grupos treinados pode estar associada à melhora na sensibilidade dos pressorreceptores.
Estudos realizados em humanos (BARNEY et al., 1988; Mc DONALD et al., 1993;
O´SULLIVAN et al., 2000) e animais (BEDFORD e TIPTON 1987; NEGRÃO et al., 1992b;
BRUM et al., 2000; SOUZA et al., 2007, HARTHMANN et al., 2007; IRIGOYEN et al,
2005) têm detectado importantes modificações no arco reflexo pressorreceptor após um
período de treinamento físico em normotensos, hipertensos, diabéticos, machos ou fêmeas
ooforectomizadas. De acordo com os resultados do presente estudo, Silva et at. (1997)
evidenciaram reversão do prejuízo na sensibilidade do barorreflexo em machos SHR após
treinamento físico. Outros estudos também têm demonstrado melhora do barorreflexo em
animais como em pacientes hipertensos (LATERZA, 2005). Em um estudo recente de nosso
grupo evidenciou-se melhora da sensibilidade barorreflexa para a bradicardia quanto para a
taquicardia em ratas ooforectomizadas treinadas (SOUZA et al., 2007). Portanto, neste
trabalho confirmamos o papel positivo do treinamento físico na sensibilidade barorreflexa na
associação de privação dos hormônios ovarianos à TH.
72
Contudo, os mecanismos que norteiam a normalização do controle barorreflexo após o
treinamento físico não são totalmente conhecidos. Vale destacar que o aumento do tônus
vagal observada nos grupos treinados em relação ao grupo OS, a redução do balanço simpato-
vagal cardíaco no grupo OT, a redução do TS no grupo OPS em relação ao grupo OS, bem
como a redução do componente simpática da modulação autonômica vascular possivelmente
estão associados à melhora deste importante reflexo cardiovascular pós treinamento físico.
Além de alterações na eferência deste reflexo, é consenso que a via aferente do barorreflexo
arterial é crucial no desencadeamento dos ajustes neurovasculares sobre a pressão arterial.
Desta forma, a disfunção barorreflexa já foi associada a deficiência na condução das
informações levadas ao núcleo do trato solitário. Por outro lado, Brum et al (2000)
evidenciaram que a melhora na sensibilidade barorreflexa da FC em machos SHR treinados
estava relacionasda ao aumento significativo na sensibilidade do nervo depressor aórtico, ou
seja, na melhora da aferência desse mecanismo. Alterações na complacência arterial podem
alterar a aferência deste reflexo. Segundo o conceito mecâno-elástico aplicado sobre os
barorreceptores, quanto maior a complacência vascular sob a mesma pressão de pulso, maior
será a ativação dos pressorreceptores e, portanto, melhorar o controle barorreflexo arterial.
Relacionado a este paradigma, o treinamento físico tem se mostrado eficiente em aumentar a
complacência vascular tanto em ratos como em humanos saudáveis. Assim, é possível sugerir
que, após o treinamento físico, a complacência arterial estaria melhorada nos leitos
vasculares, incluindo as artérias aorta e carotídeas, aprimorando a transdução mecânica dos
pressorreceptores e, conseqüentemente, o controle barorreflexo arterial. Nesse sentido,
Bertagnolli et al. (2006) demonstraram, em ratos espontaneamente hipertensos, que após 10
semanas de treinamento físico ocorria uma expressiva melhora no estresse oxidativo da artéria
aorta, possivelmente, aumentando a sua complacência. Além disso, esses autores observaram
associação direta entre a diminuição no estresse oxidativo e o aumento no controle
73
barorreflexo da freqüência cardíaca desses animais. Recentemente, neste mesmo sentido, vale
destacar que nosso grupo demonstrou que a lipoperoxidação de membrana teve correlação
negativa com a sensibilidade barorreflexa para as respostas bradicárdicas (r=-0,7) e para as
respostas taquicárdicas (r=-0,8) em ratas ooforectomizadas treinadas e sedentárias,
demonstrando que quanto menor a lipoperoxidação de membrana maior é a sensibilidade
barorreflexa (IRIGOYEN et al., 2005). Outros estudos abordam redução de estresse oxidativo
como forma de alteração benéfica da sensibilidade barorreflexa, atuando no aumento da
biodisponibilidade do óxido nítrico, que em mulheres pós-menopausa pode estar
comprometida devido à privação dos hormônios ovarianos (HERNÁNDEZ et al., 2000;
MULLAN et al., 2002). Entretanto, não podemos excluir a possibilidade de que a melhora
desse reflexo esteja associado com outras alterações nos componentes centrais ramo
barorreflexo (PAN et al., 2007).
Nas doenças cardiovasculares, as quais representam uma das mais importantes causas
de morte nos países ocidentais (NAHAS, 2001; BOUCHARD, 2003), as alterações da
atividade nervosa simpática são bem mais conhecidas e estudadas que as do parassimpático,
constituindo as mais fortes e vidências da disfunção autonômica (FRANCHINI & KRIEGER,
1989). Entretanto, existe um consenso de que a função vagal preservada é benéfica na
manutenção da variabilidade da PA, com conseqüente proteção de lesão de órgão alvo (SU &
MIAO, 2001). De fato, estudos experimentais e clínicos vêm demonstrando que a
disautonomia (disfunções no sistema nervoso autônomo) está presente em uma série de
patologias, tais como a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, o diabetes e outras
alterações metabólicas. Com relação ao controle e modulação cardiovascular avaliado no
presente estudo, evidenciamos que a ooforectomia induziu redução do tônus vagal cardíaco,
aumento do simpático cardíaco, aumento do balanço simpato-vagal cardíaco (BF/AF), além
de aumento da VAR-PAS e do BF-PAS, evidenciando aumento claramente aumento da
74
participação simpática cardíaca e vascular, o que pode estar relacionado ao aumento da PA e
ao prejuízo do barorreflexo observado em estudos clínicos e experimentais conforme
comentado anteriormente. Neste sentido, Du et al. (1991) evidenciaram aumento do simpático
cardíaco em após a ooforectomia. Kuo et al.(1999) também evidenciou aumento do balanço
simpato/vagal cardíaco em mulheres com o avançar da idade de forma mais significante que
em homens.
Interessantemente, no presente estudo evidenciamos no grupo submetido à TH que não
houve redução do tônus vagal cardíaco, nem aumento da VAR-PAS e do LF-PAS, apesar do
balanço simpato-vagal cardíaco permanecer exacerbado neste grupo em relação ao grupo
controle. Tal fato sugere atenuação das disfunções decorrentes da privação estrogênica, porém
sem conseqüências na PA e na sensibilidade barorreflexa. Cardoso Jr. (2010) avaliou o efeito
da terapia estrogênica oral e também não verificou alterações na PA, níveis de noradrenalina,
modulação autonômica cardíaca, fluxo sanguíneo e condutância vascular do antebraço. No
entanto, Neves et al. (2007) evidenciaram que o estrogênio administrado de forma oral
atenuou a modulação simpática cardíaca, contribuindo para maior modulação parassimpática.
A TH somente parece ser eficaz em promover melhora na atividade vagal em ratas
ooforectomizadas (DU, 1994). Tais resultados evidenciam controvérsia quanto ao papel dos
estrogênios no tratamento e/ou prevenção da disfunção autonômica cardiovascular, mas de
forma importante, nenhum destes estudos evidenciou prejuízo adicional decorrente da terapia
estrogênica.
No presente estudo, quanto aos efeitos do treinamento físico, a VAR-IP foi maior nos
grupos treinados com ou sem associação com a TH (grupos OT e OPT) quando comparado
aos grupos controle e ooforectomizados sedentário (CS e OS), porém a TH isoladamente. A
banda de baixa freqüência do intervalo de pulso normalizada (%BF) estava diminuída no
75
grupo ooforectmizado treinado (OT), em comparação aos demais grupos ooforectomizados
(OS, OPS e OPT) sugerindo que a modulação simpática para o coração poderia estar
diminuída. A banda de alta freqüência do intervalo de pulso normalizada (%AF),
representativa da modulação parassimpática (AKSELROD et al., 1985), estava aumentada no
grupo ooforectomizado treinado (OT) em comparação também aos grupos ooforectomizados
(OS, OPS e OPT), sugerindo dessa forma, uma maior modulação parassimpática cardíaca.
Este resultado vai de encontro com o estudo de Flores et al (2010), no qual o tônus vagal
apresentou aumento em ratas ooforectomizadas treinadas, o que também foi observado no
presente estudo. Consequentemente houve melhora no balanço simpato-vagal cardíaco no
grupo ooforectomizado treinado (OT) em relação aos demais grupos avaliados, o que pode
estar associado a bradicardia de repouso observada neste grupo.
No entanto, o grupo ooforectomizado treinado com associação a TH (OPT) não obteve
valores semelhantes ao grupo ooforectomizado treinado (OT) na modulação autonômica no
domínio da frequência. De fato, a TH parece não conferir efeito benéfico no balanço simpato-
vagal cardíaco impedindo inclusive o efeito do treinamento físico, porém observou-se tônus
vagal normal, reduzido tônus simpático cardíaco em relação ao grupo OS e melhora da VAR-
IP. Tal fato pode estar relacionado a diminuição da proteína NGF (Nerve Growth Factor) na
presença do estrogênio, cuja função está ligada diretamente ao simpático vascular. Neste
sentido, o estrogênio poderia diminuir a inervação simpática, o que pode levar a um
mecanismo de compensação no tecido cardíaco (KAUR et al, 2007) que merece ser melhor
estudado em estudos futuros.
A VAR-PAS avaliada neste estudo, pode ser considerado um importante fator de risco
de acidente vascular encefálico no avançar da idade (PRINGLE et al., 2003). Considerando,
por exemplo, que a ablação (excisão) do barorreflexo induz aumento exacerbado da VAR-
76
PAS, logo a melhora da sensibilidade é capaz de diminuir a VAR-PAS. No presente estudo,
pode-se destacar uma diminuição da VAR-PAS nos grupos treinados com ou sem associação
com a TH (OT e OPT), bem como uma diminuição do componente BF da PAS, sugerindo
melhora na modulação simpática vascular o que pode estar associado a redução da PA e a
melhora do reflexo pressorreceptor nesses grupos.
Avaliações de Parâmetros de Estresse Oxidativo e da Concentração de Nitritos e Nitratos
O estresse oxidativo refere-se ao desequilíbrio entre a produção de moléculas
oxidantes e a capacidade de inativação destas moléculas pelos mecanismos antioxidantes,
resultando em danos celulares pelas chamadas EAO, o que de modo mais simples podemos
denominar como desequilíbrio entre ações pró-oxidantes e a defesa antioxidante (SIES, 1993).
Apesar do avanço em estudos relacionados ao estresse oxidativo, o conceito que as
EAO seriam nocivos às células tem fundamento, uma vez que diversas doenças crônicas
degenerativas estão associadas a danos como a peroxidação lipídica, oxidação de proteínas e
danos ao DNA. As altas concentrações de EAO ocasionam dano á biomoléculas, as quais
podem ser associadas às diversas doenças crônicas degenerativas (SOUTHORN et al., 1988;
AMES et al., 1993; BERRY et al., 2001; FUKIO et al., 2001), tais como as cardiopatias ou a
aterosclerose (STAHL & SIES, 1997). Em contrapartida, baixas concentrações de EAO são
prejudiciais porque comprometem o sistema de defesa contra microorganismos nocivos como,
por exemplo, na condição de doença granulomatosa crônica, processos proliferativos
importantes e sinalização intracelular (SUZUKY et al., 1997; KUNSCH & MEDFORD,
1999). A faixa normal de concentrações de EAO e de espécies reativas de nitrogênio
77
desempenha papel importante para a homeostase dos organismos, participando de respostas
inflamatórias e reparo de tecidos (AZEVEDO et al., 2000), sinalização intracelular, como na
ativação do fator do complexo protéico de transcrição (NF-kB – fator nuclear kappa B) pela
concentração de GSSG (DROGE et al., 1994; SUZUKY et al., 1997) e na regulação do tônus
vascular pelo equilíbrio entre a ação vasoconstritora do radical superóxido e vasodilatadora do
óxido nítrico (NO) (HALLIWELL, 1992; MONCADA et al., 1991).
A privação dos hormônios sexuais leva a danos oxidativos, que pode estar ligado a
diminuição das defesas antioxidantes. Um estudo demonstrou que apenas 7 dias de
ooforectomia em modelo experimental induziu aumento de 20% na lipoperoxidação cardíaca
e diminuição de 29% na atividade da enzima antioxidante SOD quando comparadas aos seus
controles (BARP et al., 2002). Os menores valores de lipoperoxidação de membrana em ratas
saudáveis em comparação às ratas ooforectomizadas ou ratos machos parece ter relação com
as propriedades antioxidantes dos estrogênios e sua ação regulatória sobre enzimas
antioxidante (ARNAL et al., 1996; BARBACANNE et al., 1999). O aumento da
lipoperoxidação de membranas pode ser explicada pelo seqüestro do hidrogênio do ácido
graxo poli-insaturado localizado na membrana celular culminando na perda da seletividade de
troca iônica e liberação do conteúdo de organelas, além da formação de produtos tóxicos a
célula ocasionando sua morte (HERSHKO, 1989).
Hernández e colaboradores (2000) mostraram que ratas OVX tiveram aumento da PA,
diminuição da condutância vascular total em associação com diminuída capacidade
antioxidante total, diminuída razão nitritos/nitratos e aumento na LPO no plasma. Os autores
desse trabalho sugerem que a deficiência estrogênica leva à diminuição da capacidade
antioxidante, promovendo redução da biodisponibilidade do NO. Essa última alteração, seria
responsável pelo aumento da PA e diminuição da condutância vascular total, desenvolvendo
um quadro de hipertensão. Por outro lado, a utilização de N-acetil-cisteína (um doador de
78
NO) reverteu à disfunção endotelial presente em anéis de aorta de ratas OVX (DELGADO et
al., 1998).
Corroborando com tais resultados em ratas ooforectomizadas, no presente estudo
observou-se que a lipoperoxidação de membranas avaliada pela QL e pelo TBARS foi maior
no grupo OS (QL: coração e TBARS: gastrocnemius e rim) em relação ao grupo CS. Além
disto, observamos redução da NOx no grupo submetido a ooforectomia.
Entre os antioxidantes não enzimáticos, a glutationa (γ-glutamil-cisteinilglicina), que é
um tripeptídeo linear (hidrossolúvel) presente em alta concentração na maioria das células
eucariontes (5 a 10 mM na maioria das células de mamíferos) (Reed., 1990), é reconhecido
como o tiol não protéico mais importante nos sistemas vivos, protegendo não
enzimaticamente as células contra EAO como o O2- , OH• gerados durante o metabolismo
aeróbio e atuando como co-substrato (doador de elétrons) para a enzima GPx para a redução
de peróxidos (CHANCE et al., 1979). A maior parte de sua fração é citosólica e ao redor de
10% do seu conteúdo celular encontra-se dentro das mitocôndrias. A glutationa participa de
um ciclo de oxi-redução, sendo encontrada na forma reduzida (GSH) e oxidada (GSSG). De
fato, a capacidade antioxidante da GSH é devida ao grupo sulfidrila (-SH) do aminoácido
cisteína, que se oxida facilmente, atuando como um redutor celular. O produto dessa oxidação
é o dissulfeto (SS), GSSG. Especificamente no coração, a glutationa encontra-se
predominantemente (>95%) na forma GSH (REED, 1990). Alguns estudos sugerem que a
depleção de 20 a 30% da concentração normal de GSH deixa a célula suscetível à ação de
radicais livres (REED, 1990). Dessa forma, a razão redox, razão entre a GSH e GSSG
(GSH/GSSG), tem sido usada como um índice de estresse oxidativo, sendo que aumentos
desse índice indicam redução do estresse oxidativo e vice versa (KAUL et al., 1993; SINGH
et al., 1995). O balanço redox, representativo da presença de pares redox (GSH e GSSG) no
fluxo de elétrons, foi determinado neste estudo através da GSH Total, GSH, GSSG e pela
79
razão GSH/GSSG. Neste sentido, nossos resultados evidenciaram redução do balanço redox
da glutationa (GSH/GSSG) no tecido cardíaco nas ratas OS em relação às ratas CS.
Além disto, a CAT foi menor no grupo OS em relação ao grupo CS no tecido cardíaco
e renal, e alteração similar foi observada na atividade da GPx nos tecidos renal e muscular.
Tais resultados de nosso estudo em conjunto, evidenciam claro aumento de estresse oxidativo
nos tecidos avaliados das ratas ooforectomizadas.
A GPx, pode ser considerada uma das principais enzimas que fazem parte das defesas
antioxidantes primárias (MILLS, 1957; MILLS, 1960). Dessa forma, pode-se pontuar que a
família das glutationas peroxidases (GPx) são capazes de remover o peróxido de hidrogênio,
acoplando sua redução à água com a oxidação da glutationa reduzida (GSH) (balanço redox).
A GPx se utiliza de uma variedade de doadores de elétrons e também de glutationa reduzida
(GSH), esta por sua vez pode ser oxidada (GSSG) pelo peróxido de hidrogênio, removendo-o
e formando água. A glutationa peroxidase também catalisa a redução de lipoperóxidos,
prevenindo, desta forma, a lipoperoxidação, ou seja, impedindo assim a fase de propagação
desse processo (DEL MAESTRO, 1980; SOUTHORN & POWIS, 1988). Podemos destacar a
GPx como enzima de alta afinidade de órgãos específicos, como o fígado e os glóbulos
vermelhos, com moderada atividade no tecido cardíaco e pulmonar e com baixa atividade no
tecido muscular (MILLS, 1960). Interessantemente a atividade da GPx no tecido cardíaco foi
maior no grupo OS em relação ao grupo CS, o que poderia ser explicado como um
mecanismos compensatório a concentração reduzida de CAT neste tecido já que ambas
enzimas detoxificam peróxido de hidrogênio (De ANGELIS et al., 2001).
Um dos mecanismos que podem estar relacionados com cardioproteção dos
estrogênios seria a preservação da função endotelial, através de ação antioxidante, a qual é
perdida durante a transição para a menopausa ou após ooforectomia (NIKI &
NAKANO,1990; BARP et al., 2002; GAGO-DOMINGUES et al.,2005). No presente estudo,
80
a TH induziu redução da lipoperoxidação de membranas nas ratas ooforectomizadas, evidenciada por
redução deste parâmetro nos tecidos cardíaco (QL), renal (QL e TBARS) e muscular (TBARS), bem
como melhora no balanço redox GSH/GSSG cardíaco. Tais alterações foram acompanhadas de
aumento da CAT renal e da GPx cardíaca e renal no grupo OPS em comparação ao grupo OS, assim
como aumento da SOD no tecido cardíaco em relação ao grupo CS. De forma semelhante, a TH foi
eficaz em evitar maior dano oxidativo no tecido cardíaco em ratas ooforectomizadas (BARP
et al., 2002).
Nesta mesma perspectiva, o trabalho de Persky et al. (2000) demonstrou que o uso do
estrogênio no período de 8 semanas, em ratas fêmeas Sprague-Dawley, através da técnica
TBARS, foi capaz de conferir proteção contra estresse oxidativo muscular, no músculo sóleo,
cardíaco e células H9c2, além de sugerir um aumento da atividade antioxidante. O estudo de
Baeza et al. (2010) demonstrou que o processo de ooforectomia acelera o processo de
envelhecimento em ratas fêmeas Wistar, além de ser capaz de diminuir a razão GSH/GSSG,
aumentar os níveis de malondealdeído (MDA), resultantes do processo de lipoperoxidação em
tecidos como o fígado, rim e coração. Em contrapartida, o uso da TH por 10 semanas foi
eficaz em melhorar a razão GSH/GSSG neste modelo animal. Moorthy et al. (2005) que
demonstrou em ratas menopausadas de diferentes idades, que a administração de estrogênio (1
mês de injeção subcutânea de 17β estradiol) ou combinada a progesterona promoveu aumento
da SOD nos tecidos cardíaco, hepático, renal, cerebral, além de diminuir a gliconeogênese e
proteólise relacionadas à diminuição das atividades da alanina aminotransferase e aspartato
aminotransferase.
Os estudos em conjunto corroboram benefícios da TH no perfil oxidativo o que pode
ser explicado pelo fato do estrogênio poder atuar como scavenger de radicais livres. Todos os
estrogênios tem uma capacidade antioxidante, devido a um grupo hidroxil fenólico na posição
81
3 e um grupo metil na posição 13. A presença desse grupo fenólico confere ao estrogênio á
propriedade antioxidante ao aprisionar elétrons de radicais livres (NIKI & NAKANO, 1990).
Ao se privar o organismo feminino dos hormônios sexuais, principalmente do estradiol, há a
perda da ação antioxidante per se dos estrogênios, com consequente aumento da proliferação
das células musculares lisa, diminuição da expressão NO sintase, inativação óxido nítrico pela
ação das ERO conseqüentemente levando ao aumento dos riscos cardiovasculares
(HAYASHI et al., 1995; HISHIKAWA et al.,1995; ROSSELLI et al., 1995; HUANG et al.,
1997). No entanto, no presente estudo a TH isoladamente (grupo OPS) não foi capaz de
atenuar a redução da NOx nas ratas ooforectomizadas.
O treinamento físico como abordagem ou uma alternativa como tratamento não
farmacológico de doenças cardiovasculares (TIPTON et al., 1991; WALLBERG et al., 1988;
NEGRÃO & BARRETO, 1998; LA ROVERE et al., 2002) tem sido demonstrado que o
mesmo é eficaz em diminuir o estresse oxidativo em diversas doenças cardiovasculares, o
qual pode ter relação direta aumento e/ou incremento das defesas antioxidantes (RAMIRES &
JI, 2001; RUSH et al., 2003, IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al. 2006). Quanto à
enzima catalase (CAT) no tecido cardíaco, estudos demonstram um aumento na sua
concentração em reposta a uma sessão aguda de exercício (JI et al., 1992) e também ao
treinamento físico (AIKAWA et al., 1984; OH-TSHI et al., 1997). Já a enzima SOD pode ser
considerada como principal inativador do radical superóxido durante o exercício e/ou após o
exercício. Sendo assim, alguns estudos já demonstraram que a atividade da SOD está
aumentada após uma sessão de exercício (JI et al., 1990; QUINTANILHA et al., 1983) assim
como após um período de treinamento físico (HIGUSHI et al., 1985; SEN et al., 1992). O
estudo de Kerksick et al. (2008) destaca o importante papel do estrogênio e do exercício, em
mulheres e capaz de oferecer proteção contra o estresse oxidativo, (bax, bcl-2, morte celular,
82
DNA total e proteína mio fibrilar) pelo aumento da SOD e diminuição na razão de fatores
pró-inflamatórios (bax-bcl-2).
Corroborando tais achados, no presente estudo observou-se redução da
lipoperoxidação de membranas nas ratas ooforectomizadas treinadas, com (OPT) ou sem TH
(OT), evidenciada por redução deste parâmetro nos tecidos cardíaco (QL), renal (QL e
TBARS) e muscular (TBARS), bem como melhora no balanço redox GSH/GSSG cardíaco. A
CAT cardíaca, renal e muscular, a SOD muscular e a GPx cardíaca e renal foram maiores no
grupo OT em relação ao grupo OS. O grupo OPT apresentou CAT renal, GPx cardíaca e renal
aumentadas em comparação ao grupo OS, porém observou-se valores reduzidos de CAT
cardíaca e muscular, SOD cardíaca e muscular e GPx muscular no grupo OPT em relação ao
grupo OT. Neste sentido, um estudo de Tiidus et al. (1998) verificou não haver melhora das
defesas antioxidantes, além da perda de vitamina E, na associação entre TH e exercício. Por
fim, observamos maior NOx nos grupos treinados (OT e OPT) em relação ao grupo
ooforectomizado sedentário, sendo esta mais um achado importante que pode indicar maior
biodisponibilidade de NO após treinamento físico.
Estes resultados em conjunto sugerem que a terapia estrogênica parece impedir alguns
benefícios decorrentes do treinamento físico no perfil oxidativo nos tecidos avaliados. Porém
vale destacar que a TH, associada ou ao treinamento físico, no presente estudo não induziu
qualquer prejuízo adicional nos parâmetros de estresse oxidativo avaliados em relação ao
grupo somente submetido à privação dos hormônios ovarianos, promovendo inclusive
redução de estresse oxidativo em tecido cardíaco, renal e muscular.
83
6. CONCLUSÃO
Os resultados deste estudo demonstram que a privação dos hormônios ovarianos em fêmeas
induziu aumento de peso corporal, aumento da PA, prejuízo no reflexo pressorreceptor, aumento da
tônus/modulação simpática cardíaca e vascular, acompanhados de aumento de estresse oxidativo,
caracterizado por aumento de parâmetros de lipoperoxidação de membrana, prejuízo no balanço redox,
redução de enzimas antioxidantes e da relação nitritos/nitratos (NOx) . Tais alterações foram
atenuadas/normalizadas pelo treinamento físico. A TH nas ratas submetidas à ooforectomia
atenuou/normalizou o ganho de peso corporal, a modulação simpática vascular e os parâmetros de
lipoperoxidação e balanço redox nos tecidos avaliados, mas não reverteu as alterações na PA, na SBR
no balanço simpato-vagal cardíaco, na NOx, nem promoveu aumento de enzimas antioxidantes como
no grupo somente treinado. A associação de treinamento físico e TH, apesar não induzir aumento de
enzimas antioxidantes como treinamento isoladamente, promoveu, além das alterações favoráveis
observadas somente no grupo TH, normalização da PA, redução do tônus simpático cardíaco e
melhora da SBR e da NOx, além de aumento adicional do balanço redox. Em conjunto, os achados do
presente estudo evidenciam que a terapia estrogênica subcutânea reverteu algumas disfunções
hemodinâmicas, autonômicas e no perfil oxidativo observado em ratas submetidas à privação dos
hormônios ovarianos, sem induzir qualquer prejuízo adicional nos parâmetros avaliados. No entanto, a
associação desta TH ao treinamento físico promoveu benefícios adicionais que podem ter um
importante impacto em termos de manejo de risco cardiovascular.
84
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. ANEXOS
8.1. Anexo I
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8.2. Anexo II
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