Márcia Drumond Sardinha
Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico - CDEAMUniversidade Federal do Amazonas - UFAM
Implantação do Sistema de Gestão para Eficientização Energética na Universidade Federal do Amazonas
Novembro/2005
Período de execução: novembro/2002 a dezembro/2004
Executor:Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico -CDEAM
Coordenador: Prof. Dr. Rubem Cesar Rodrigues Souza
Recursos [R$] = 999.929,42
OBJETIVOS
Geral: Implementar ações de eficientização energética nas instalações elétricas da Universidade Federal do Amazonas e implantar sistema de gerenciamento de energia elétrica.
METAS
Meta 2 - Reforma das instalações elétricas
Meta 1 – Monitoramento da carga
Meta 3 – Substituição de lâmpadas e reatores por modelos mais eficientes
Meta 4 - Substituição do sistema de ar condicionado central por aparelhos tipo split
Meta 5 – Correção do Fator de Potência
Meta 6 - Campanha de divulgação do programa e conscientização na comunidade universitária
Meta 7 - Implantação do sistema de gerenciamento de energia elétrica
CARACTERIZAÇÃO DA UFAM
• Vagas oferecidas: 2.517 para 39 cursos de graduação (Sede e fora de Sede)
• A UFAM foi fundada em 17 de janeiro de 1909
• 11 unidades acadêmicas (9 localizadas no campus universitário)
• Campus universitário: 6,7 milhões de m2
setores norte e sul
• Comunidade universitária: 11.389 discentes
1.365 técnicos-administrativos
962 docentes
serviços terceirizados
Meta 1 – Monitoramento da carga• Medição única no campus universitário• Instalação de monitoração e acompanhamento da
carga por unidade na FT, ICHL, FACED e Reitoria, com a instalação de 25 medidores
• Monitoração por subestação
Meta 2 – Reforma das instalações elétricas
Instalações elétricas antes da reforma :• Desbalanceamento de carga;• Precariedade na proteção;• Falta de proteção;• Distribuição de carga de forma que inviabiliza o
gerenciamento por uso final;• Falta de setorização.
• As condições precárias são encontradas, de forma geral, em todas as instalações da UFAM.
Meta 2
Locais contemplados:• FT, ICHL, FACED, Reitoria e Fazenda
Experimental.
Ações realizadas:• Setorização da iluminação;• Separação dos circuitos de iluminação,
climatização e outras cargas;• Quadros de comando nos corredores;• Manutenção das subestações;• Rede externa na Fazenda Experimental.
Meta 3 – Substituição de lâmpadas e reatores
Locais contemplados:• FT, ICHL, FACED, Reitoria e Fazenda
Experimental.
Situação anterior:• Lâmpadas e reatores queimados;• Luminárias danificadas;• Nível de iluminação inadequado;• Presença de poeira nas luminárias.
Meta 3 Ações realizadas:
• Limpeza e substituição de luminárias;• Substituição de lâmpadas fluorescentes – LF’s de
40 W por LF’s de 32 W;• Redução de 50% das luminárias externas;• Substituição de reatores eletromagnéticos por
reatores eletrônicos;• Recolhimento do material do sistema de iluminação
substituído.
Meta 3 Quadro 1 – Quantidade de material utilizado na substituição do Sistema de Iluminação
Lâmpadas Reatores16 W 20 W 32 W 70 W Total 16 W 32 W 70 W Total
FT 178 0 3.081 0 3.259 87 1.708 0 1.795 495
ICHL 0 0 1.637 0 1.637 0 841 0 841 180FACED 0 0 780 0 780 0 420 0 420 120Reitoria 0 0 476 0 476 0 238 0 238 30Fazenda 0 36 426 14 476 0 213 14 227 213Total 178 36 6.400 14 6.628 87 3.420 14 3.521 1.038
LumináriaLocal
Meta 3 Quadro 2 – Economias obtidas na Substituição do Sistema de Iluminação
EconomiaPotência instalada
[kW]Consumo anual
[kWh]
Antes Depois Antes Depois
301,57 232,64 955.386,43 737.012,39 68,9 218.374,04 35.682,32
Potência instalada
[kW]
Consumo anual [kWh]
Valor[R$]
• O Sistema contemplado contribui com aproximadamente 14% para o consumo de energia elétrica do campus universitário;
• Estima-se que a substituição reduzirá 3% do consumo de energia elétrica total do campus universitário;
• Utilização do material recolhido nas unidades não contempladas pelo projeto.
Meta 4 – Substituição do sistema de climatização
Local contemplado: FT• Substituição das centrais de ar condicionados nos blocos Rio Japurá, Rio Purus e Rio Nhamundá
• Substituição de aparelhos tipo “janela” que estavam em situação precária nos blocos Rio Madeira e Rio Aripuanã
• 16 aparelhos tipo “split”
Meta 4Quadro 3 – Equipamentos de climatização instalados
Ordem Especificação Quantidade Local de instalação1 Condicionador de ar split 7.000 BTU/h 5 Japurá, Nhamundá2 Condicionador de ar split 12.000 BTU/h 1 Madeira
3 Condicionador de ar split 18.000 BTU/h 4 Madeira
4 Condicionador de ar split 24.000 BTU/h 2 Aripuanã, Nhamundá
5 Condicionador de ar split 30.000 BTU/h 4 Madeira, Nhamundá
Total 16
• O sistema de climatização era composto por 5 centrais de ar condicionado de 15 TR´s;
• Estimou-se que a substituição por mini centrais (Split) reduzirá a carga instalada em 29%.
Meta 4
Não foram consideradas:• As perdas nos dutos provenientes de vazamentos para ambiente diferente daquele sob condicionamento (5%);• Aparelhos em substituição ao tipo “janela”.
Quadro 4 – Economias obtidas na Substituição do Sistema de ClimatizaçãoEconomiaPotência
instalada(kW)
Consumo anual (kWh)
Antes Depois Antes Depois
263,93 187,10 696.774,19 493.935,48 76,83 202.838,71 33.143,85
Potência instalada
(kW)
Consumo anual (kWh)
Valor(R$)
Os equipamentos de climatização da FT contribuem com aprox. 10% para o total do consumo em climatização de todo o campus universitário;
Estima-se que a substituição do sistema da FT reduzirá4% do consumo de energia total do campus.
Meta 5 – Correção do Fator de Potência
Situação anterior: • Condições precárias das instalações físicas e elétricas;• Todas as 7 unidades consumidoras não atingiam o limite
mínimo de 0,92.Quadro 5 – Fator de Potência antes da correção
Ordem Unidade consumidora (UC) FP médio
Valor (R$)
1 Hospital Universitário Getúlio Vargas –Subestação "A"
0,80 28.604,17
2 Hospital Universitário Getúlio Vargas –Subestação "B"
0,64 16.206,66
3 Faculdade de Farmácia 0,75 9.362,874 Escola de Enfermagem 0,74 9.382,885 Fazenda Experimental 0,78 1.520,52
Total 65.077,10
Meta 5 Locais contemplados:
• Hospital Universitário “Getúlio Vargas”• Curso de Farmácia;• Escola de Enfermagem;• Campus universitário/Fazenda Experimental.
Ações realizadas:• Readequação das instalações físicas e elétricas
das subestações;• Instalação de banco automático de capacitores;
Meta 6 – Campanha de divulgação do programa e conscientização na comunidade universitária
Situação anterior:
• Nunca houve uma campanha sobre o uso racional e eficiente de energia elétrica voltada para os prédios da UFAM;
• Os usuários não têm consciência do quanto a fatura de energia elétrica significa para o orçamento mensal da UFAM;
• Os usuários possuem hábitos inadequados no que se refere àeficiência energética.
Meta 6
Ações realizadas:
• Desenvolvimento de material em conjunto com a CICE;
• Reunião com diretores das unidades acadêmicas;
• Lançamento da campanha;
• Palestras para os alunos calouros;
• Distribuição do material em todos os prédios da UFAM (Sede e Fora de Sede);
• Elaboração de procedimentos a serem adotados pelos professores nas salas de aula;
• Desenvolvimento do site da CICE.
Meta 6Ações a serem executadas:
• Utilizar os recursos da UFAM, tais como: jornais, informativos;
• Incluir frases nos rodapés dos contra-cheques e documentos em geral;
• Site da UFAM;
• TV UFAM;
• Concurso para criação do nome do mascote da campanha;
• Continuar as palestras para todos os segmentos da comunidade universitária.
Meta 7 – Implantação do sistema de gerenciamento de energia elétrica
Ações realizadas:
• Desenvolvimento de metodologia para o sistema de gerenciamento;
• Bancada de ensaio de lâmpadas e reatores;
• Uso do software de gerenciamento desenvolvido pelo CDEAM;
• Levantamento das potencialidades: contrato de demanda: - 3 UC’s não possuem contrato;- As multas, na EEM, devido à ultrapassagem de demanda representam aproximadamente 31% dos custos totais da fatura.
Meta 7 Considerações iniciais:
• Sistema de gestão: aquele capaz de gerenciar todos os componentes que integram o sistema, desde a análise das solicitações de compra de equipamentos até as campanhas educativas;
• Um sistema de gerenciamento requer um conhecimento prévio de todos os aspectos da empresa ou instituição a ser gerenciada.
Meta 7 • Atores internos envolvidos:
- administração superior- prefeitura do campus- diretor de unidade acadêmica e departamentos
administrativos- CICE- usuários das instalações (docentes, discentes, técnicos
administrativos)
• Atores externos: - prestadoras de serviço- concessionárias
- governo
Meta 7 Sistema de Gestão Energética em Universidade:
• Busca garantir a eficiência energética e a segurança das instalações elétricas no âmbito da instituição;
• Contribuir para a conscientização da comunidade universitária;
• Possuir caráter de programa institucional;
• A metodologia deve garantir um processo rápido e eficiente;
• Pode ser aplicada independente do estágio construtivo das edificações;
• Comprometimento de toda a comunidade universitária;
• Identificar fontes de financiamento para as ações de eficiência energética a serem implementadas na instituição.
Meta 7 Gerenciamento do Sistema de Gestão Energética:
• Sob a responsabilidade do Agente Gestor - AG.
• Função do AG: gerenciar as atividades a serem implementada e aquelas já existentes mas que não estão sendo sistematizadas e analisadas.
• Perfil do AG: Prefeitura do campus ou órgão similar Equipe composta por profissionais da instituição com afinidade em programas de gestão.
Meta 7 Infra-estrutura:
• Utilização e colaboração da estrutura administrativa dos setores já existentes, tais como a prefeitura, CICE, entre outros;
• É desejável uma infra-estrutura para a realização das atividades: local, equipamentos, material de consumo, reprografia, softwares, bancadas de ensaio, entre outros;
Recursos humanos:
• É desejável que se tenha uma equipe permanente e especializada (eng. Eletricista, eng. Civil, arquiteto, técnicos em eletrotécnica, estudantes de graduação...);
• Consultoria de profissionais fora da instituição.
Meta 7 Estrutura de suporte técnico:
• Criação de núcleo ou grupo de eficiência energética;
• Os docentes e pesquisadores que atuam na área de Energia devem colaborar com a equipe.
Atributos principais do SGEU:
• Gestão da Informação;• Gestão de Diagnósticos Energéticos;• Gestão de Adequação de Produtos e Serviços;• Gestão de Melhoria Contínua.
Meta 7 Gestão da Informação - elaboração de procedimentos para:
• Garantia da obtenção e atualização das informações;• Análise dos parâmetros da fatura de energia;• Documentação das informações;• Disponibilizar as informações adequadamente.
Gestão de Diagnósticos Energéticos:
• Avaliar a situação energética da instituição antes da implantação das ações de eficiência energética;
• Geralmente os diagnósticos reafirmam a necessidade da implantação de sistemas de gestão energética;
• Devem ser realizados em todas as UC’s, com preferência para as que apresentam situações mais críticas;
• Quando não houver equipe especializada, deve-se contratar serviços terceirizados.
Meta 7
Gestão da Adequação de Produtos e Serviços:
• Aquisição e/ou substituição dos materiais e equipamentos;• Contratos de manutenção;• Controle da qualidade de lâmpadas fluorescentes e reatores;• Controle da qualidade de serviços realizados por técnicos da
prefeitura (ou órgão similar) ou serviços de terceiros;• Concepção de projetos de edificações;• Contribuição para o pagamento da conta de energia
decorrente do acréscimo de consumo e de demanda ocasionados por novos projetos e por serviços de terceiros;
• Realização de compras.
Meta 7
Gestão da Melhoria Contínua:
• Acompanhamento e avaliação do SGEU (uso de indicadores energéticos e monetários);
• Captação de recursos financeiros.
ResultadosResultados do projeto
AçõesBenefícios
anuaisValor [R$]
ExecutadasSubstituição sistema iluminação 35.682,32Substituição sistema climatização 33.143,85Correção do FP 64.285,99
133.112,16A serem executadasRevisão do contrato de demanda 141.962,07Manutenção sistema iluminação 93.941,08Correção do FP 21.075,28
256.978,43Total 390.090,59
Considerações finais• O gerenciamento energético, dependendo do nível que se pretenda atingir, não necessita de tecnologias sofisticadas, no entanto, não é algo trivial;
• Ainda que sejam implementadas ações mais simples énecessário no mínimo o comprometimento institucional e uma infra-estrutura mínima para obterem-se bons resultados;
• Apesar dos custos de investimento para algumas medidas ainda se mostrarem elevados existe uma série de ações que podem ser realizadas apenas com a adoção de novas medidas administrativas e de procedimentos técnicos, que teoricamente não trariam ônus para a instituição;
Considerações finais• Paralelamente a esta nova forma de administração da energia elétrica dentro da instituição poderão ser buscados recursos financeiros para a implementação das medidas indicadas pelo SGEU;
• De forma geral, o que parece ser a maior dificuldade para o SGEU não são os recursos financeiros, mas a aceitação de uma gestão energética dentro da instituição e o apoio necessário para a existência da mesma como um programa institucional.