00�
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ
GILMARA CARMILETE DA CRUZ
CONTRIBUIÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE
PARTO/NASCIMENTO:
Uma revisão integrativa
Biguaçu
2010
1
ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ
GILMARA CARMILETE DA CRUZ
CONTRIBUIÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE
PARTO/NASCIMENTO:
Uma revisão integrativa
Biguaçu
2010
Monografia apresentada como requisito parcial
para a graduação em Enfermagem pela
Universidade do Vale do Itajaí – Centro de
Educação Superior Ciências da Saúde de
Biguaçu – Curso de Enfermagem. Professora Orientadora: Msc. Eliana Wiggers.
2
3
AGRADECIMENTOS DE ANA
Agradeço a Deus por me guiar, me proteger e me iluminar. Por me dar forças para
prosseguir na caminhada diária.
Aos meus pais Hérico e Andréia, pela vida e pelo amor dado a mim. Obrigada pela maneira
como me educaram e por me incentivarem a seguir em frente, me encorajando e fazendo com
que eu me sentisse capaz.
Ao meu padrasto Osnildo, agradeço pela educação que me deu, pelos ensinamentos, pelo
incentivo e por estar sempre disposto a me ajudar.
Aos meus irmãos Gabriel, João Vitor e André, pelas alegrias compartilhadas e pelo carinho.
Ao meu noivo Paulo Henrique, por todo o amor e carinho. Agradeço por compreender as
vezes em que te troquei pelos livros e por horas na frente do computador, e por me incentivar
e acreditar em mim, quando o cansaço e o desânimo me levavam a pensar que eu não iria
conseguir.
A toda a minha família, pelas alegrias vividas e pelo apoio. Agradeço em especial a minha
tia Mylene por compartilhar comigo suas experiências, pelos ensinamentos e por se mostrar
sempre disponível para me ajudar; e a minha avó Carmelita pelo seu carinho, atenção e
amor.
A D. Édia, Marilene, Henrique, Philipe, João e Vinícius, pela acolhida, pela paciência e
compreensão durante meus momentos de estudo.
A todos os meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado. Obrigada por todos os
momentos vividos com vocês, pelas boas risadas, pelo apoio e por torcerem por mim.
A todos os funcionários da Clínica Médica Trindade, pelo incentivo e compreensão, e por
me ajudarem durante essa caminhada.
4
A minha amiga e dupla de TCC, Gilmara, pelo companheirismo, amizade, por compartilhar
comigo seu conhecimento e por participarmos juntas na construção deste trabalho.
A todos os colegas de turma, em especial a Eliane, Júlia, Juliana Trierveiler e Maristela
pela amizade, pelas risadas, pelas caronas, pela motivação e por me ensinarem tantas coisas.
5
AGRADECIMENTOS DE GILMARA
Em primeiro lugar agradeço a DEUS pela vida, por tudo que me proporciona, pela
oportunidade de lutar por um futuro melhor, por ter me dado forças para não desanimar e
saúde para continuar e prosseguir na caminhada diária. Por me guiar, me proteger, me
iluminar e por todas as bênçãos em minha vida.
Agradeço aos meus pais GILMAR ANTÔNIO DA CRUZ E CARMILETE FRANCISCA
DOS SANTOS DA CRUZ, não consigo encontrar palavras pra explicar o que sinto por
vocês e pra dizer o quantos vocês são importante na minha vida. Muito obrigada pela vida,
amor, dedicação, companheirismo, educação, compreensão, pelo constante apoio e
disposição em me ajudar no que eu precisar, sem medir esforços. Obrigada por vocês
existirem e participarem dos momentos mais difíceis e felizes desta caminhada. “Eu tenho
tanto, prá lhe falar. Mas com palavras, não sei dizer. Como é grande o meu amor, por
vocês”. Amo, amo, amo, amo muito vocês!!!
Aos meus familiares em geral, que amo muito, obrigada pelo grande incentivo, amor e
atenção.
A equipe do 2° andar do Hospital Governador Celso Ramos, obrigada pelo incentivo e
apoio, em especial a equipe do noturno - Ana Tadielo, Acácio, Anair, Dalva, Fabiana,
Gildete, José Lohn, Jussara, Nereu, Karim,Reginalda e Tânia.
A todos os meus amigos, que estão ou estiveram ao meu lado. Obrigada por todos os
momentos vividos, pelo carinho, apoio e por torcerem por mim.
As minhas companheiras, colegas e amigas de estágio, Eliane Proencio, Júlia Machado,
Juliana Trierveiler, Gizelle Coutinho e Eliete Freitas, pela amizade, risadas, choros,
desabafos, nervosismo e até pelas caronas. Obrigado por me acolherem. “Foi bom, estar
com vocês. Brincar com vocês. Deixar correr solto, o que a gente quiser. Em qualquer faz de
conta, a gente apronta. É bom ser moleque, enquanto puder. Ser super humano, boneco de
pano. Menino menina, que sabe o que quer. Se tudo que é livre, É super incrível. Tem cheiro
de bala, capim e chulé, Doce, doce, doce, a vida e um doce, vida e mel”. Muito obrigada!
6
A ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ minha parceira e amiga de TCC obrigada pelo
apoio, carinho, força, ajuda, atenção, amizade, pelo aprendizado e dedicação por esses
meses que trabalhamos juntas na construção deste trabalho, pela sua compreensão e
profissionalismo. “Amigo é coisa para se guardar, no lado esquerdo do peito. Mesmo que o
tempo e a distância digam não. Mesmo esquecendo a canção. O que importa é ouvir, a voz
que vem do coração. Pois seja o que vier, venha o que vier. Qualquer dia, amigo, eu volto, a
te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar”. Muito obrigada a você!
E finalmente, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram direto ou indiretamente a
completar essa etapa da minha vida. MUITO OBRIGADA a todos vocês!
7
AGRADECIMENTOS DA DUPLA
A orientadora Prof.ª Msc Eliana Wigers por ter nos aceito como orientandas, pelo seu
envolvimento no estudo, pelas horas dedicadas e pelo seu incentivo. TODO O NOSSO
CARINHO E ADMIRAÇÃO.
A Banca examinadora por ter aceitado o convite e disponibilizado tempo para avaliar este
estudo, contribuindo para a qualidade deste.
A todos os professores, pelo conhecimento transmitido durante estes anos, pela experiência
compartilhada e pelos ensinamentos.
Ao Rafael (Laboratório de Anatomia) e ao Maicon (Xerox), por estarem sempre dispostos a
nos ajudar, mesmo quando queríamos o impossível. OBRIGADA POR TUDO!
A todos os colegas de turma, que durante essa caminhada estiveram ao nosso lado,
compartilhando conhecimento e experiências.
8
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Tipo de formação dos autores dos artigos.
GRÁFICO 2 - Tipo de estudo realizado.
GRÁFICO 3 - Região de publicação dos artigos.
GRÁFICO 4 - Periódicos de publicação dos artigos.
9
LISTA DE SIGLAS
BEDENF - Base de Dados de Enfermagem
GM – Gabinete do Ministro
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE - Literatura Internacional em Ciências da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNHAH - Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar
PHPN - Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento
PNH - Política Nacional de Humanização
SciELO - Scientific Electronic Library Online
ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e Nascimento
SUS – Sistema Único de Sáude
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
10
CONSIDERAÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE
PARTO/NASCIMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
Ana Caroliny de Lima Queiroz1,
Gilmara Carmilete da Cruz
2
RESUMO
A movimentação pela humanização da saúde no Brasil ainda é muito recente. E é com base na
humanização que novas propostas de reestruturação da saúde do país estão surgindo.
Acompanhando este movimento, a assistência prestada à mulher durante o trabalho de parto
vem sendo modificada constantemente. O estudo tem como objetivo deste estudo foi
sintetizar as contribuições dos artigos publicados no período de 1999 a 2009 que abordam
atenção humanizada no processo de parto/nascimento. Para isso, realizamos um estudo
bibliográfico com abordagem quantitativa e qualitativa, cuja metodologia baseou-se nas
leituras do material de pesquisa, bem como na análise e síntese dos resultados de vários
estudos. O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases de dados BEDENF,
LILACS, MEDLINE e biblioteca SciELO, utilizando os descritores enfermagem obstétrica,
parto humanizado e humanização da assistência. A seleção dos artigos foi realizada mediante
a leitura dos resumos, a fim de confirmar a temática proposta e realizar ou não a inclusão dos
mesmos. Ao final selecionamos 30 artigos, que foram utilizados na elaboração do estudo.
Através dos dados obtidos, observamos que a grande maioria dos artigos tem como autores
enfermeiros docentes, o tipo de artigo predominante é de pesquisa, a região que mais publica
é a Região Sudeste. A realização deste estudo levou-nos ainda, a refletir que a humanização
do parto não significa apenas a realização de novas técnicas, mas sim o respeito à fisiologia
do parto e ao direito da mulher te ter um atendimento com qualidade e de poder fazer escolhas
durante esse momento tão importante na sua vida. A síntese dos artigos nos permitiu entender
que já existem modificações no atendimento a mulher durante o parto, mas que ainda há um
longo caminho a ser percorrido. Observamos que a humanização na saúde é uma proposta
nova e que vem sendo cada vez mais discutida por gestores e profissionais de saúde.
Entendemos que toda a equipe de enfermagem, por estar diretamente ligada a assistência, tem
um papel muito importante no processo de humanização.
Palavras–chave: Enfermagem obstétrica, parto humanizado, humanização da assistência.
_______________________________________________
1Discente do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
E-mail: [email protected] 2Discente do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
E-mail: [email protected]
11
CONSIDERATIONS OF HUMANIZED CARE IN THE PROCESS OF DELIVERY /
BIRTH: AN INTEGRATIVE REVIEW.
Ana Caroliny de Lima Queiroz1,
Gilmara Carmilete da Cruz
2
ABSTRACT
Healthcare humanization process is still in its emergent stage in Brazil. It is based on it that
new proposals for restructuring the country's health are emerging. Following this progress, the
assistance provided to women during labor is being changed constantly. The aim of this study
was to synthesize the contributions of articles published between 1999 to 2009 that address
human attention in the process of child delivery and birth. To do so, a bibliographic review
was done aiming qualitative and quantitative data - using as methodology readings of research
material, as well as analysis and synthesis of the results of several studies. This review was
conducted through the databases from BEDENF, LILACS, MEDLINE and SciELO library
using the keywords obstetrical nursing, childbirth humanization and humanized care as search
filter. We selected the articles by reading the summaries, to confirm the proposed subject and
decide whether or not to include them. Thirty papers were then selected to be used in the
study. Through the data, we observed that the vast majority of articles are written by nursing
teachers. The predominant types of articles were research articles and the Brazilian Southeast
Region was the one with the most number of researches. This study has led us also reflect
that the humanization of birth is not only the realization of new techniques, but what about the
physiology of childbirth and women's right to have you a quality service and be able to make
choices during that crucial moment in his life. The summaries of articles allowed us to
understand that there are already changes in the care of women during childbirth, but there is
still a long way to go. We observed that the humanization of health is a new proposal that is
being increasingly discussed by managers and health professionals. We believe that nursing
staff, for being directly linked to care, has a very important role in the humanization process.
Keywords: Obstetric nursing, humanized delivery, childbirth humanization.
_______________________________________________
1Discente the 8th period of the Undergraduate Program in Nursing at the University of Vale do Itajai -
UNIVALI. E-mail: [email protected] 2Discente the 8th period of the Undergraduate Program in Nursing at the University of Vale do Itajai -
UNIVALI. E-mail: [email protected]
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 14
2 OBJETIVOS..................................................................................................................... 17
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................... .... 17
2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 17
3 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 19
3.1 Entendendo o que é humano e o que é humanidade.................................................. 19
3.2 Conceituando humanização......................................................................................... 20
3.3 Humanização na Saúde................................................................................................. 21
3.3.1 Políticas de humanização........................................................................................... 22
3.3.2 Humanização na assistência de enfermagem........................................................... 23
3.3.3 Contextualizando o processo de parto e nascimento.............................................. 24
3.3.4 Humanização no processo de parto e nascimento................................................... 26
4 METODOLOGIA............................................................................................................ 28
4.1 Tipo de estudo................................................................................................................ 28
4.2 Coleta de dados e amostra............................................................................................ 29
4.3 Resultados...................................................................................................................... 29
5 ANALÍSE DOS DADOS................................................................................................. 32
5.1 Características dos artigos........................................................................................... 32
5.1.1 Tipo de formação dos autores dos artigos................................................................
32
5.1.2 Tipo de estudo realizado. .......................................................................................... 33
5.1.3 Região de publicação dos artigos.............................................................................. 34
5.1.4 Periódicos de publicação dos artigos........................................................................
35
5.2 Síntese dos artigos.........................................................................................................
35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 51
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 53
ANEXOS..........................................................................................................................
.
56
ANEXO A – Recomendações da OMS no atendimento ao parto normal.................. 57
ANEXO B – Lei Nº 11.108, de 7 de abril de 2005......................................................... 60
APÊNDICES................................................................................................................... 61
APÊNDICE A – Tabelas de identificação dos artigos encontrados...........................
62
13
Fonte: http://imagem05.vilamulher.terra.com.br/interacao/original/53/direitos-das-gestantes-53-40.jpg. Acesso
em: 5 jun. 2010.
_______________________
INTRODUÇÃO
14
1 INTRODUÇÃO
Observa-se que a movimentação pela humanização da saúde no Brasil é recente.
Segundo Ayres (2005), é com base na humanização que novas propostas de reestruturação da
saúde no país estão surgindo. Como exemplo podemos citar a criação da Política Nacional de
Humanização, conhecida como HumanizaSUS, em 2003, pelo Ministério da Saúde com o
objetivo de incentivar a prática da humanização. (BRASIL, 2003).
Acompanhando este movimento, também a assistência prestada à mulher durante o
trabalho de parto vem sendo cada vez mais discutida no Brasil. Apesar da grande
movimentação existente com relação à humanização do parto, o país ainda apresenta a
maioria de seus partos realizados no âmbito hospitalar e uma das maiores taxas de cesáreas no
mundo. O índice elevado de cesáreas juntamente com a alta taxa de mortalidade materna e
perinatal torna necessário a revisão das práticas adotadas durante a assistência ao parto. O
processo do nascimento sofreu muitas modificações ao longo dos anos. Muitas destas
modificações foram feitas para conveniência de quem realizava o parto, interferindo assim na
maneira natural da mulher parir. Os avanços tecnológicos fizeram com que o parto tornasse
cada vez mais desumanizado. A mulher, desta forma, passou a ser passiva neste processo.
(BRUGGEMANN, 2003).
Em 1993, criou-se a ReHuNa, Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, com
o intuito de reunir pessoas e instituições que acreditam na humanização do parto e
nascimento. A partir daí outros eventos relacionados ao assunto aconteceram. Em 1996 a
OMS publicou o manual Maternidade Segura – assistência ao parto normal: um guia prático,
no qual continham recomendações para assistência ao parto (ANEXO A), orientando para o
que deve e o que não deve ser feito no processo do parto. Esta classificação foi baseada em
evidencias científicas concluídas através de pesquisas feitas no mundo todo. Seguindo essas
recomendações foram implantadas em diversas regiões do país maternidades e casas de parto
baseadas na assistência humanística. Em 2000, o Ministério da Saúde cria o Programa de
Humanização do Pré-Natal e Nascimento do SUS, através das portarias nº 569, 570, 571 e
572. Ainda nesse ano, aconteceu em Fortaleza a Conferência Internacional sobre
Humanização do Nascimento, chamando atenção do mundo para esta temática.
(BRUGGEMANN, 2003; BRASIL, 2000).
15
O interesse em pesquisar sobre esse assunto surgiu durante o estágio do quinto
período realizado no Centro Obstétrico do Hospital Regional de São José Dr. Homero de
Miranda Gomes, campo de estágio desta universidade, onde os cuidados humanizados
prestados à mulher chamaram nossa atenção e nos instigaram a pesquisar sobre o assunto.
Esta idéia foi reforçada durante nossa participação como ouvinte da VII Jornada Científica da
Maternidade do Hospital Universitário – UFSC, onde observamos como as ações de
humanização no parto estão se expandindo por todo o Brasil.
Após vivenciar estas experiências surgiu o interesse em pesquisar sobre os trabalhos
publicados nessa área. Desta forma despertamos para o seguinte questionamento: Quais as
contribuições dos artigos publicados no período de 1999 a 2009 com abordagem na atenção
humanizada no processo de nascimento?
16
Fonte: http://www.idcomsc.com/imagens/noticias/210/MANUAL%20CURSO%20GESTANTES-CURVAS.jpg
Acesso em: 05 jun. 2010.
_______________________
OBJETIVOS
17
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Realizar uma investigação bibliográfica dos artigos publicados no período de 1999 a
2009 com abordagem na atenção humanizada no processo de nascimento.
2.2 Objetivos Específicos:
Identificar a formação dos autores dos artigos selecionados;
Identificar os tipos de estudo realizados;
Identificar quais regiões do país publicam mais sobre o tema;
Identificar em quais periódicos estão publicados os artigos;
Destacar as contribuições dos artigos selecionados.
18
Fonte:http://www.unimed.com.br/portal/conteudo/materias/1251918898021Gestantes_2.jpg Acesso em: 05 jun. 2010.
_____________________________
REVISÃO DE LITERATURA
19
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Entendendo o que é humano e o que é humanidade
Para que possamos definir o que é humanização, é necessário entender o que é
humano e o que humanidade. A seguir, citamos algumas reflexões baseadas em Baremblitt
apud Collet, Oliveira e Vieira (2006), para entender como esse processo se deu ao longo da
história.
De acordo com Baremblit apud Collet, Oliveira e Vieira (20006) o sentido das
palavras humano e humanidade têm muito mais de diferente do que de comum no decorrer da
História. Nas comunidades primitivas a diferença entre os animais e os homens era pouco
clara e, em algumas dessas comunidades a expressão ―ser humano‖ era utilizada de maneira
coletiva, já que o pronome pessoal eu não existia. Contudo, a condição de humano era
destinada apenas aos membros do clã ou da tribo, sendo que os ―outros‖ não se encaixavam
nesta posição.
Conforme os autores supracitados, nos Impérios orientais, o único considerado
humano era o Imperador Déspota, filho direto do Deus, que mesmo sendo um ser divino era o
único ser parecido ao que hoje chamamos de humano. Dessa forma, nem nobres nem escravos
eram intitulados de ―humanos‖. Já em outras civilizações imperiais, humanos eram
exclusivamente os membros da sociedade em pauta, todos os que não pertenciam a essa
comunidade, inclusive os estrangeiros, não eram tidos como humanos. Foi dentro do Império,
e a partir da religião judaica das colônias do Oriente Médio, que nasceu o humanismo do
Cristianismo primitivo, onde a concepção das virtudes era modelo de humanidade. Foi grande
a contribuição ao conceito de humanidade e à prática da humanização que surgiu através da
ética e da organização social implícitas nesse Cristianismo.
Durante a Idade Média, o conceito de Humanidade era muito negativo. Nesta época
animais eram julgados como humanos, por cometerem delitos, e os não católicos, os
heréticos, as supostas feiticeiras não faziam parte da humanidade por serem colocados como
demônios. Colombo, quando chegou as Américas e deparou-se com os indígenas, tinha
dúvidas se os selvagens eram humanos, iguais aos conquistadores, ou se eram diferentes,
inferiores, chegando á inumanidade ou à animalidade. Isso foi colocado em suas cartas
endereçadas à rainha de Espanha. A Reforma trouxe um conceito de homem próprio da
20
Modernidade, dotado da razão científica, mas submetido ao culto, ao trabalho e à produção de
bens de troca. (BAREMBLIT apud COLLET, OLIVEIRA e VIEIRA, 2006)
No início da Modernidade, as revoluções norte-americana, francesa e inglesa tinham
como ideais a liberdade, a igualdade e a fraternidade, que ainda hoje são considerados quase
sinônimos de condição humana universal e desejável. Nessa época todos os tipos de homens
foram intitulados humanos e componentes de uma espécie comum, chamada de Humanidade.
(BAREMBLIT apud COLLET, OLIVEIRA e VIEIRA, 2006)
3.2 Conceituando humanização
Num mundo onde os lucros e o capitalismo são os objetivos primordiais e que a
tecnologia e os equipamentos mais modernos tomam conta da sociedade, torna-se um tanto
difícil falar em humanização.
Oliveira, Bruggemann e Fenilli (2003), conceituam o ser humano, segundo Paterson e
Zderad, como sendo "um ser individual que necessariamente relaciona com os outros seres no
tempo e no espaço" e, assim entendemos que está em contínuo processo de aprendizagem
durante sua existência e, que no decorrer desta, constrói seu caráter humano. Porém muitos
desconhecem o sentido e a razão da palavra e do ato de humanizar.
Bruggemann (2003) acredita que a humanização consiste em respeitar à dignidade e à
natureza humana, considerando a essência, singularidade, totalidade e subjetividade do
homem, e compreender a experiência do ser humano no processo vivenciado.
Para Enfermeira, Psicopedagoga Tânia Baraúna, humanizar significa manter o respeito
com os outros como se fosse a si mesmo, é fazer para o próximo àquilo que gostaria que lhe
fizesse, colocar-se no lugar do próximo e, nunca tratando ou reconhecendo o ser humano
como uma peça, número, doença, e sim ajudar de maneira humana como se fosse a si
próprio. (BARAÚNA, 2003).
Na visão de Oliveira (2001), humanizar, caracteriza-se em realizar as tarefas
desenvolvidas com alegria, com o coração, com respeito ao próximo. Doar-se de maneira
sincera e leal ao outro e saber ouvir não só as palavras mas também o silêncio.
21
De acordo com Betts, em artigo publicado no Portal Humaniza1, a humanização
depende do respeito às diferenças existentes entre as pessoas, aceitando as opiniões e as
decisões dos outros, através da nossa capacidade de falar e ouvir, é garantir o respeito com
dignidade ética, é reconhecer o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer
expressadas pelo sujeito, reconhecendo-as através da comunicação. Pois as coisas do mundo
só se tornam humanas quando permeadas pelo diálogo com nossos semelhantes.
E para que as ações de humanização possam ser implementadas, cada um de nós tem
que valorizar o ser humano, fortalecer as relações de trabalho, principalmente a união e o
trabalho em conjunto, fomentar a construção de autonomia, fortalecer o controle social com
caráter participativo, democratizar as relações de trabalho e valorizar os profissionais
atuantes. (COLLET; OLIVEIRA; VIEIRA, 2006).
3.3 Humanização na Saúde
Na década de 70, a enfermeira Wanda Horta, autora da teoria das Necessidades
Humanas Básicas, já chamava atenção para a importância da humanização. Segundo ela ―Se a
consciência da humanização não for percebida, sentida, assimilada significativamente por
todos nós, tudo continuará como está e tenderá a desumanização‖. (HORTA, 1979).
A humanização na assistência à saúde não se efetuará se estiver centrada somente em
fatores externos ou no usuário. (BACKES; LUNARDI FILHO; LUNARDI, 2006).
Pode-se dizer que
[...] ambiente de saúde humanizado é aquele que contempla, em sua estrutura física, tecnológica, humana e
administrativa, a valoração e o respeito à dignidade da pessoa humana, seja ela paciente, familiar ou o próprio profissional que nele trabalha, garantindo condições para um atendimento de qualidade. (BACKES; LUNARDI FILHO; LUNARDI, 2006, p.222).
Para a construção de uma cultura de humanização é necessário tempo, quebra de
paradigmas e participação de todos os atores do sistema. Para humanizar a assistência à saúde
é importante expressar-se através das palavras, e isso é valido tanto para os usuários como
1 Ausência de ano na publicação por ser endereço eletrônico.
22
para os profissionais de saúde, de forma a compreender que os mesmos fazem parte do
conjunto do diálogo. Esse diálogo pode contribuir para promover as ações, campanhas,
programas e políticas assistenciais de humanização, tendo como fundamentos a ética, o
respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e responsabilidade. (RIO GRANDE DO
SUL, 2005).
3.3.1 Politicas de humanização
Segundo Fortes (2004), as políticas governamentais relacionadas à humanização na
atenção à saúde começaram a surgir no final da década de 90.
Lançado em 2001 pelo Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Humanização da
Assistência Hospitalar (PNHAH) surge com o objetivo de modificar o atendimento aos
usuários no ambiente hospitalar público. O enfoque do programa era na necessidade de
transformar culturalmente o ambiente hospitalar, guiada pela humanização no atendimento ao
usuário. Este programa, além da preocupação com o atendimento ao usuário, mostrou também
a preocupação com a valorização, a capacitação e o desenvolvimento dos trabalhadores do
setor saúde, já que estes são os responsáveis pelo cuidado. (FORTES, 2004).
Através do surgimento do PNHAH cria-se um modelo de trabalho voltado para a
humanização dos serviços hospitalares públicos de saúde. Sua meta é propor ações
relacionadas à mudança na assistência ao cliente, dando qualidade aos serviços oferecidos por
estas instituições. (BECK et al, 2007).
Em 2003, o Ministério da Saúde percebe a necessidade de expandir a proposta de
humanização além do ambiente hospitalar e cria a Política Nacional de Humanização (PNH)
também denominada de HumanizaSUS. O objetivo desta política é atingir a todos níveis de
atenção à saúde, buscando um novo modelo de atenção aos usuários e da gestão de processos
de trabalho. O HumanizaSUS surge com a proposta de melhorar os aspectos organizacionais
do sistema e dos serviços de saúde para tornar possível o desenvolvimento de medidas
humanizadoras. Desta forma são resgatados os princípios e diretrizes da construção do SUS,
contidos nas leis e atos regulamentadores, tais como assistência integral, universalidade,
hierarquização e regionalização de serviços, além do controle social. (FORTES, 2004;
BRASIL, 2003).
23
Se tratando de políticas relacionadas ao processo de humanização no
parto/nascimento, o Ministério inicia com a regulamentação através da portaria nº 163, de 22
de setembro de 1998, que permite a realização do parto normal, sem distócias, realizados por
enfermeiros obstetras. Em 1999, institui os Centros de Parto Normal, através da portaria, GM
985, de 05 de agosto de 1999. Mais tarde, já dentro da área técnica de saúde da mulher, cria o
Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do SUS (PHPN), que apresenta o
direito à humanização da assistência obstétrica e neonatal como condição para o
acompanhamento adequado a mulheres e recém-nascidos, através das portarias nos 569, 570,
571 e 572 publicadas no ano 2000. (BRUGGEMANN, 2003; BRASIL, 2000).
Em 2005 esse programa sofre alguns ajustes com a instituição da Política Nacional
de Atenção Obstétrica e Neonatal, através da Portaria nº 1067 de 4 de julho de 2005.
(BRASIL, 2005)
3.3.2 Humanização na assistência de enfermagem
A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos, e buscando
longo da história, promover o bem estar do ser humano, atuando na promoção da saúde,
prevenção de enfermidades, no transcurso de doenças e agravos, nas incapacidades e no
processo de morrer.
A partir da Revolução Industrial teve um impulso considerável, em pesquisas, técnicas
e novos conceitos. A ciência obteve um grande avanço a partir do momento em que se aliou à
tecnologia, beneficiando-se dos princípios científicos e dos equipamentos mais sofisticados.
Com esse avanço científico, tecnológico e a modernização de procedimentos, vinculados à
necessidade de se estabelecer controle, o enfermeiro passou a assumir encargos
administrativos, afastando-se gradualmente do cuidado ao paciente, surgindo com isso à
necessidade de resgatar os valores humanísticos da assistência de enfermagem. (ZEN &
BRUTSHER apud BEDIN, RIBEIRO, BARRETO, 2005).
A humanização no atendimento exige dos profissionais da saúde, o respeito ao
próximo, estando este presente ou nao e independente do seu estado de consciencia . A
realização do cuidado com o ser humano deve se manifestar em atitudes que valorizam a vida
humana. Humanizar o cuidado é acolher o ser humano em sua fragilidade do corpo,
compreendendo sua angústia, dor, tristeza e doença.
24
Para Vila e Rossi (2002, p.17) a
humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do
que a essência humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana [...]
Estudo realizado por Amestoy, Schwartz e Thofehrn (2006) mostra que alguns
profissionais enxergam a humanização como a incorporação do amor nas relações
profissionais e também como a capacidade de se colocar no lugar do outro, agindo desta
forma com respeito e dignidade pelo paciente. Através dos relatos de alguns profissionais, as
autoras descrevem que estes são benevolentes e atenciosos com os pacientes, e que mesmo
com todo o desgaste e carga de sofrimento psíquico, conseguem exercer o cuidado com amor,
ternura, cordialidade e compaixão.
Por outro lado, Amestoy, Schwartz e Thofehrn (2006, p. 448) mostram que
[...] outros profissionais não compreendem, claramente, a humanização do processo de trabalho e sentem-se pouco valorizados dentro do ambiente hospitalar. Isso pode estar ocorrendo por tratar-se de um tema novo, abordado há pouco tempo nas instituições de saúde, já que até então, a ênfase nas escolas de enfermagem estava no modelo biomédico, isto é, no processo saúde-doença, com base num currículo fragmentado em que o ser humano é visto como peças de uma máquina.
3.3.3 Contextualizando o processo de parto e nascimento
De acordo com Melo apud Santos (2002), no princípio as mulheres não recebiam
nenhum cuidado no momento de parir, tinham seus filhos sozinhas, isoladas. A gravidez não
despertava o interesse coletivo. A assistência ao parto começa sua história quando as próprias
mulheres passam a se auxiliar no momento do parto e a trocarem experiência sobre o assunto.
Na Antigüidade, o ato de parir não tinha muita importância para a sociedade. Este era
um processo no qual as mulheres auxiliavam umas as outras e onde os homens não tinham
participação. Numa próxima etapa da história o homem passou a acompanhar a mulher
durante o trabalho de parto permanecendo junto a ela durante este momento e auxiliando no
que fosse necessário. Mais adiante, o homem deixou de participar ativamente do processo,
permanecendo junto à mulher apenas como observador. Até chegar num momento onde o
25
homem foi totalmente excluído e o parto passou a ser um processo exclusivamente feminino.
Nesta época, surgiram as parteiras, que eram mulheres consideradas pela comunidade como
as pessoas mais experientes no assunto. (SANTOS, 2002).
O acompanhamento do trabalho de parto e do parto acontecia nos domicílios, onde a
mulher recebia assistência, normalmente de uma parteira ou de uma ―aparadeira‖, e contava
com o apoio da família. (TANAKA apud BRÜGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).
Como a gravidez e o parto não eram considerados doença, tal assunto não fazia parte
dos currículos médicos. Sendo assim, os médicos não tinham conhecimento sobre este
assunto. O contato com as parteiras era evitado por estas pertencerem às classes sociais mais
baixas. As enfermarias dos hospitais só eram destinadas às parturientes que tivessem alguma
complicação, caso contrário, as parteiras nunca levavam as mulheres a estes ambientes.
(ROUSH apud SANTOS, 2002).
No século XVI, na Alemanha, a Igreja Católica decretou uma lei que colocou as
parteiras sob a sua autoridade, obrigando-as a assistirem aulas que ensinavam a realizar o
batismo em caso de emergência e ouvir as confissões finais da parturiente que estivesse por
morrer, somente se o padre não estivesse disponível. Além disso, eram orientadas a denunciar
casos de aborto, conduta ofensiva à crença católica, crianças nascidas de relações não
matrimoniais e o uso de métodos contraceptivos. (SCHEUERMANN apud SANTOS, 2002).
Segundo Towsend apud Santos (2002), as situações de risco materno e/ou fetal
inseriram os cirurgiões ao processo de parto. Estes foram, aos poucos, ganhando espaço no
atendimento às parturientes. Novas técnicas obstétricas foram sendo desenvolvidas abrindo as
portas para campo da medicina.
A medicina adotou a prática de parir como sendo uma atribuição sua, inicialmente este
processo ocorreu na Europa nos séculos XVII e XVIII. (BRENES, 1991).
François Mauriceau, considerado o principal responsável por estabelecer a obstetrícia
como uma especialidade da medicina, enxergava a gravidez e o parto como um processo
patológico. Foi ele quem afirmou que a posição horizontal para o parto seria mais confortável
para a mulher e mais adequada para o médico. (SANTOS, 2002).
No século XX, mais expressivamente depois da Segunda Guerra Mundial, em nome da
redução das elevadas taxas de mortalidade materna e infantil, ocorre a institucionalização do
parto, passando do domicilio para o hospital, e conseqüentemente a sua medicalização.
(TANAKA apud BRÜGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).
Santos (2002, p.57), conclui que ―a mudança de postura no parto foi, portanto, uma
evolução natural da mudança do conceito sobre a gravidez — fisiológica versus patológica.‖
26
3.3.4 Humanização no processo de parto e nascimento
O parto é um evento esperado e cheio de significados tanto para a gestante, quanto
para seus familiares. Por ser um momento tão especial deve ser respeitado e conduzido da
melhor maneira pelos profissionais de saúde.
Atualmente, o atendimento ao parto, no Brasil, é feito na sua grande maioria em
âmbito hospitalar. A gestante é tratada como paciente, já que se trata de um modelo médico
e/ou tecnológico, onde o parto ocorre com uma série de intervenções e o médico é o principal
responsável pelo atendimento. Na ausência de complicações, o atendimento ao parto pode ser
feito por um enfermeiro (a) obstetra. (BRASIL, 2001).
Buscando modificar esse modelo, surge então a humanização no processo de parto e
nascimento. Segundo Tornquist (2002), no Brasil o movimento social pela humanização do
parto e nascimento iniciou no final da década de 1980. Neste período observou-se a
organização de algumas associações de tipo não governamental e redes de movimentos
identificadas principalmente com a crítica ao modelo medicalizado de assistência, dentre elas
destacou-se a ReHuNa. Esta rede, criada em 1993, é formada por profissionais e usuários dos
serviços de saúde, conta com representantes em todo o país. A ReHuNa tem desenvolvido
ações importantes para a implementação efetiva desta proposta. Pode-se citar, entre essas
ações, a realização de campanhas como a que defendeu o direito à presença do acompanhante
durante o trabalho de parto e que contribuiu para a criação da Lei Federal nº 11.108, de 7 de
abril de 2005 (ANEXO B) que garante esse direito a todas as usuárias do SUS.
A humanização do parto promove situações que proporcionam o bem-estar da mulher
e reduz riscos para ela e para o bebê, trazendo assim conforto e segurança para a gestante e
para o acompanhante. (REIS e PATRÍCIO, 2005).
Há diversos conceitos de humanização do parto, entre eles um que traz que
―humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano
sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais.‖ (LARGURA apud CASTRO
e CLAPIS, 2005, p. 961).
27
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_RX_aW0Ei1g/SJRUWbt7I/AACc/zhOTwY5FNmo/s320/Gravida+urso.jpg
Acesso em: 05 jun. 2010.
______________________
METODOLOGIA
28
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo bibliográfico com abordagem quantitativa e qualitativa, do tipo
revisão integrativa, cuja metodologia baseia-se nas leituras do material de pesquisa, bem
como em sua análise e síntese dos resultados de vários estudos.
Segundo Appolinário (2007) o termo pesquisa bibliográfica significa ―Pesquisa que se
restringe à análise de documentos‖.
Para Gil (2002)2,
[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
As estapas da pesquisa bibliográfica compreendem a leitura, seleção, fichamento e
arquivo dos tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. O objetivo é conhecer as
contribuições científicas que se efetuaram sobre determinado assunto. (FERRARI, 1982).
Para Mendes, Silveira e Galvão (2008) a revisão integrativa constitui as pesquisas
realizadas sobre determinado assunto construindo uma conclusão a partir de muitos estudos
realizados separadamente, mas que investigam problemas idênticos ou similares. Esses
mesmos autores acreditam que a revisão integrativa produz um saber fundamentado e
uniforme para os enfermeiros realizar uma prática clínica de qualidade, permitindo agilidade
na divulgação do conhecimento, torna os resultados de pesquisas mais acessíveis. É um
método de pesquisa que possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de
estudo, através da síntese de múltiplos estudos publicados. Para a enfermagem é um método
valioso, pois muitas vezes os profissionais não dispõem de muito tempo para realizar a leitura
de todo o conhecimento científico disponível.
Souza, Silva e Carvalho (2010 p. 103) consideram a revisão integrativa como ―[...] a
mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos
experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado.‖
2 Documento não paginado.
29
A construção da revisão integrativa é constituída por seis etapas, sendo elas:
identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da
revisão integrativa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de
estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos
estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão
integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento.
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
4.2 Coleta de dados e amostra
O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases de dados BEDENF (Base
de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e biblioteca SciELO
(Scientific Electronic Library Online) e utilizando os descritores enfermagem obstétrica,
parto humanizado, humanização.
O levantamento abrangeu os artigos publicados no período de 1999 a 2009.
Para esta revisão foram utilizados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:
Critério de inclusão:
Artigos disponíveis em texto completo;
Relacionados a humanização do processo de parto e nascimento.
Critérios de exclusão:
Teses e dissertações;
Relatórios técnicos
Artigos em que não encontra-se disponivel o texto completo.
4.3 Resultados
Na base de dados BEDENF foram encontrados 27 artigos utilizando o cruzamento dos
três descritores, estando 15 desses artigos disponíveis para leitura do texto completo.
30
Na base de dados LILACS foram encontrados um total de 27 artigos utilizando juntos
os descritores parto humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. Deste total, 13
estavam disponíveis para leitura completa do texto.
Na base de dados MEDLINE, não foram encontrados artigos cruzando os descritores
parto humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. Entre o cruzamento dos descritores
parto humanizado e humanização, enfermagem obstétrica e humanização e parto humanizado
e enfermagem obstétrica também não foram localizados artigos. Quando isolados os
descritores, não localizamos artigos com o descritor parto humanizado, também com o
descritor enfermagem obstétrica, porém com o descritor humanização foram localizados 42
artigos. Desta forma, optamos por não utilizar nenhum artigo desta base de dados.
Na biblioteca SciELO foi encontrado 1 artigo cruzando os descritores parto
humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. No cruzamento entre parto humanizado e
enfermagem obstétrica foram localizados 2 artigos. Cruzamos ainda os descritores parto
humanizado e humanização, no qual encontramos 10 artigos, e os descritores enfermagem
obstétrica e humanização encontrando 6 artigos. Quando isolados os descritores, encontramos
27 artigos de parto humanizado, 244 artigos de humanização e 62 artigos de enfermagem
obstétrica. Utilizamos para seleção dos artigos apenas os artigos referentes ao descritor parto
huamanizado, o artigo onde foi cruzado os tres descritores e os artigos de cruzamento entre
enfermagem obstétrica e humanização. Nessa biblioteca, todos os artigos estavam disponiveis
para leitura do texto completo.
Após a localização dos artigos foi criada uma tabela para cada base de dados
(APÊNDICE A) com o objetivo de identificar cada artigo e verificar se ele estava ou não
disponível para leitura. Com as tabelas prontas foi possível comparar se os artigos estavam
disponíveis em mais de uma base de dados. A seleção dos artigos foi realizada mediante a
leitura dos resumos, a fim de confirmar a temática proposta e realizar ou não a inclusão dos
mesmos. Em alguns casos, o mesmo artigo foi encontrado em mais de uma base de dados.
Utilizando os critérios de inclusão e exclusão, já citados, selecionamos 30 artigos
para realizar a análise.
31
Fonte: http://www.danone.com.br/activia/img/fotoGestante.jpg Acesso em: 05 jun. 2010.
_______________________
ANALÍSE DOS DADOS
32
5 ANALÍSE DOS DADOS
O levantamento das características dos artigos, que incluíram tipo de formação dos
autores, tipo de estudo realizado, região de publicação, periódico de publicação dos artigos,
foi o primeiro passo para realizar a análise destes. Criamos gráficos que possibilitassem expor
os resultados encontrados de acordo com os objetivos propostos por este estudo. O segundo
passo foi constituído pela síntese e análise dos artigos.
5.1 Características dos artigos
5.1.1 Tipo de formação dos autores dos artigos
11%
21%
51%
7%5% 1% 4%
Enfermeiro
Enfermeiro Obstétra
Enfermeiro Docente
Acadêmico
Médico
Médico Obstétra
Médico Docente
Gráfico 1 – Tipo de formação dos autores dos artigos.
Como mostra o gráfico acima, do total de 82 autores, 51% (42 autores) eram
enfermeiros docentes, seguido por 21% (17 autores) enfermeiros obstetras, 11% (9 autores)
enfermeiros, 7% (6 autores) acadêmicos, 5% (4 autores) médicos, 4% (3 autores) médicos
docentes e por fim 1% (1 autor) médico obstetra. Podemos compreender dessa forma, que a
enfermagem tem grande interesse pelo assunto, pois é dela o maior número de publicações.
33
Entendemos ainda, que os enfermeiros assistenciais mesmo sendo os que lidam diretamente
com a assistência ao parto, não são os que mais publicam, sendo dos enfermeiros docentes,
habituados a realizar pesquisas e grandes interessados em produzir conhecimento, o maior
número de publicação de artigos.
5.1.2 Tipo de estudo realizado
77%
7% 10%3% 3%
Pesquisa
Relato de Experiência
Revisão
Reflexão
Opinião
Gráfico 2 – Tipo de estudo realizado
Através dos dados expostos no gráfico acima, observamos que 77% (23 artigos)
correspondem a artigo de pesquisa, 10% (3 artigos) a artigo de revisão, 7% (2 artigos) a relato
de experiência, 3% a reflexão (1 artigo), e 3% a opinião (1 artigo). Observamos que a grande
maioria de estudos foi de pesquisa, este fato pode ser explicado levando em consideração que
a grande parte dos artigos provem de monografias e teses que geralmente realizam pesquisas.
34
5.1.3 Região de publicação dos artigos
0% 13%
10%
57%
20%
NORDESTE
CENTRO_OESTE
SUDESTE
SUL
Gráfico 3 – Região de publicação dos artigos
Este gráfico nos possibilita observar que a Região Sudeste é quem mais tem
publicações no país, com 57% (17 artigos). Apenas os estados do Rio de Janeiro (6 artigos) e
de São Paulo (11 artigos) realizaram as publicações dessa região. Seguido da região Sudeste,
aparece à região Sul, com 20% (6 artigos) das publicações, sendo Paraná (2 artigos) e Santa
Catarina (4 artigos) os estados das publicações. A Região Nordeste aparece com 13% (4
artigos), onde apenas os estados da Bahia (1 artigo), Piauí (1 artigo) e Rio Grande do Norte (2
artigos) tiveram publicações sobre o assunto. Na Região Centro-Oeste encontramos 10% (3
artigos) das publicações, no qual Distrito Federal (1 artigo) e o estado de Minas Gerais (2
artigos) forma responsáveis pelas publicações. A região Norte não apareceu em nenhum dos
artigos pesquisados.
35
5.1.4 Periódicos de publicação dos artigos
13%
17%
7%
3%7%13%
7%
3%
7%
3%
7%
13%
Revista de enfermagem UERJ
Revista Latino-americana de Enfermagem
Revista Escola de Enfermagem USP
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Interface
Revista Brasileira de Enfermagem
Ciência e Saúde Coletiva
Revista Saúde Pública
Revista Brasileira Saúde Materno Infantil
Texto e Contexto Enfermagem
Caderno Saúde Pública
Acta Paulista Enfermagem
Gráfico 4 - Periódicos de publicação dos artigos
Encontramos artigos publicados em 12 periódicos. Observamos, através deste gráfico,
que entre os artigos que selecionamos para a pesquisa, 17% (5 artigos) estavam publicados na
Revista Latino-americana de Enfermagem, seguidos por Revista Brasileira de Enfermagem,
Revista de Enfermagem UERJ e Acta Paulista Enfermagem, ambas com 13% (4 artigos) cada.
As publicações Revista Escola de Enfermagem USP, Interface, Ciência e Saúde Coletiva,
Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil e Caderno de Sáude Pública aparecem com 7%
(2 artigos) cada. Por fim, Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Revista de Saúde
Pública e Texto e Contexto de Enfermagem aparecem com 3% (1 artigo) cada.
5.2 Síntese dos artigos
Para realizar a síntese dos artigos, denominamos cada um deles com um número, que
foram identificados no quadro abaixo com o título e com os autores.
36
Nº
ARTIGO
TÍTULO DO ARTIGO AUTORES
Artigo 1 A enfermeira obstétrica: agente estratégico na
implantação de práticas do modelo humanizado em
maternidades.
Jane Márcia Progianti; Ricardo José
Oliveira Mouta.
Artigo 2 Assistência à parturiente por enfermeiras obstétricas no
projeto Midwifery: um relato de experiência.
Rejane Marie Barbosa Davim; Luiz
Gonzaga de Medeiros Bezerra.
Artigo 3 Centro de parto normal e assistência obstétrica centrada
nas necessidades da parturiente.
Nilce Xavier de Souza Machado;
Neide de Souza Praça.
Artigo 4 Doulas na assistência ao parto: concepção de
profissionais de enfermagem.
Denise da Silva Santos; Isa Maria
Nunes.
Artigo 5 Ensino da prevenção e reparo do trauma perineal nos
cursos de especialização em enfermagem obstétrica.
Joyce da Costa Silveira; Maria
Luiza Gonzalez Riesco.
Artigo 6 Humanização e desmedicalização da assistência à
mulher: do ensino à prática.
Carla Fabíola Sampaio de Moura;
Gertrudes Teixeira Lopes; Tânia
Cristina Franco Santos
Artigo 7 O cuidado em saúde no ciclo gravídico-puerperal sob a
perspectiva de usuárias de serviços públicos.
Cristina Maria Garcia de Lima
Parada; Vera Lúcia Pamplona
Tonete.
Artigo 8 Parto humanizado na percepção das enfermeiras
obstétricas envolvidas com a assistência ao parto.
Jamile Claro de Castro; Maria José
Clapis.
Artigo 9 Relação entre posição adotada pela mulher no parto,
integridade perineal e vitalidade do recém-nascido.
Ricardo José Oliveira Mouta; Diva
Thereza dos Santos Pilotto; Octavio
Muniz da Costa Vargens; Jane
Márcia Progianti.
Artigo 10 A humanização e a assistência de enfermagem ao parto
normal
Fernanda Maria de Jesus S. Pires
Moura; Cilene Delgado Crizostomo; Inez Sampaio Nery; Rita de Cássia
Magalhães Mendonça; Olívia Dias
de Araújo; Silvana Santiago da
Rocha
Artigo 11 Aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da
Saúde para o parto humanizado em um hospital de Santa Catarina.
Adriana Elias dos Reis; Zuleica
Maria Patrício.
Artigo 12 Apoio no nascimento: percepções de profissionais e
acompanhantes escolhidos pela mulher.
Odaléa Maria Brüggemann; Maria
José Duarte Osis; Mary Angela
Parpinelli.
Artigo 13 Atenção ao parto por enfermeiros na Zona Leste do
município de São Paulo
Nádia Zanon Narchi.
Artigo 14 Avaliação da assistência ao parto em maternidade
terciária do interior do Estado de São Paulo, Brasil.
Fernanda Cristina Manzini; Vera
Therezinha Medeiros Borges;
Cristina Maria Garcia de Lima
Parada.
Artigo 15 Casa de parto: simbologia e princípios assistenciais Luiza Akiko Komura Hoga.
Artigo 16 Cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto:
na busca pela opinião das mulheres.
Telma Elisa Carraro, Roxana
Knobel; Vera Radünz; Sonia Maria
Könzgen Meincke; Marlei Fátima
Cezarotto Fiewski;
Ariane Thaise Frell; Marisa da Silva
Martins; Caroline Vasconcellos Lopes; Andressa Berton.
Artigo 17 Desafios na implantação de uma política de humanização
da assistência hospitalar ao parto.
Marcos Augusto Bastos Dias; Rosa
Maria Soares Madeira Domingues.
Artigo 18 Estratégias não farmacológicas no alívio da dor durante o
trabalho de parto: pré-teste de um instrumento.
Rejane Marie Barbosa Davim;
Gilson de Vasconcelos Torres; Eva
Saldanha de Melo.
Artigo 19 Expectativas sobre a assistência ao parto de mulheres
usuárias de uma maternidade pública do Rio de Janeiro,
Marcos Augusto Bastos Dias; Suely
Ferreira Deslandes.
37
Brasil: os desafios de uma política pública de
humanização da assistência.
Artigo 20 Humanização e eqüidade na atenção ao parto em
município da região Sul do Brasil
Elizabeth Eriko Ishida Nagahama;
Silvia Maria Santiago.
Artigo 21 Humanização na atenção a nascimentos e partos: breve
referencial teórico
Daphne Rattner
Artigo 22 Infecção puerperal sob a ótica da assistência humanizada
ao parto em maternidade pública.
Elisângela Euripedes Resende
Guimarães; Tânia Couto Machado
Chianca; Adriana Cristina de
Oliveira.
Artigo 23 O processo de parto e nascimento: visão das mulheres
que possuem convênio saúde na perspectiva da fenomenologia social.
Miriam Aparecida Barbosa Merighi;
Geraldo Mota de Carvalho; Vivian Pontes Suletroni.
Artigo 24 O significado dado pelo profissional de saúde para
trabalho de parto e parto humanizado.
Alessandra dos Santos Mabuchi;
Suzete Maria Fustinoni.
Artigo 25 Parteiras-enfermeiras e Enfermeiras-parteiras: a interface
de profissões afins, porém distintas.
Ruth Hitomi Osawa; Maria Luiza
Gonzales Riesco; Maria Alice
Tsunechiro.
Artigo 26 Parto vertical em hospital universitário: série histórica,
1996 a 2005.
Odaléa Maria Brüggemann; Roxana
Knobel; Eli Rodrigues Camargo
Siebert; Antônio Fernando Boing;
Halana Faria de Aguiar Andrezzo.
Artigo 27 Percepções de puérperas sobre a vivência de parir na
posição vertical e horizontal.
Michele Edianez Gayeski; Odaléa
Maria Brüggemann.
Artigo 28 Pesquisas acadêmicas sobre humanização do parto no
Brasil: tendências e contribuições.
Adriana Lenho de Figueiredo
Pereira; Maria Aparecida
Vasconcelos Moura; Ivis Emília de
Oliveira Souza; Maria Antonieta
Rubio Tyrrel; Marléa Chagas Moreira.
Artigo 29 Práticas de atenção ao parto e os desafios para
humanização do cuidado em dois hospitais vinculados ao
Sistema Único de Saúde em município da Região Sul do
Brasil.
Elizabeth Eriko Ishida Nagahama ;
Silvia Maria Santiago.
Artigo 30 Vivenciando o parto humanizado: um estudo
fenomenológico sob a ótica de adolescentes.
Zuleyce Maria Lessa Pacheco de
Oliveira; Anézia Moreira Faria
Madeira.
Quadro 1- Identificação dos artigos
O artigo 1 trata de um estudo histórico-social que analisou as estratégias utilizadas
para implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz, localizada no
Rio de Janeiro. Este estudo contribuiu para expor de que forma foi realizado o processo de
humanização nesta maternidade. O resultado do estudo mostra que durante a implantação do
modelo humanizado dentro da maternidade os profissionais médicos não adotaram esta
prática e a grande importância que teve a enfermeira obstetra Jane Baptista Quitete Monteiro,
já que foi a única a incorporar as práticas humanizadas, na divulgação do modelo humanizado
dentro do campo obstétrico do município do Rio de Janeiro.
O artigo 2 compartilha uma experiência vivida por duas enfermeiras obstétricas na
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), situada na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, dentro do Projeto Midwifery, que
38
é um modelo de assistência ao parto que respeita a naturalidade deste e segue uma linha
humanizada. Dentro da maternidade foi criada uma unidade denominada de Midwife, onde é
utilizado este modelo. Neste local quem presta assistência ao parto é a enfermeira obstetra,
que conta com apoio médico somente quando necessário. O resultado da experiência
vivenciada mostra que a utilização do modelo Midwifery possibilita envolvimento e
participação de toda a equipe de enfermagem e da parturiente nesse processo, resulta na
satisfação do profissional e das mulheres assistidas e no reconhecimento da equipe médica
quanto ao trabalho realizado com base neste modelo. Este estudo contribui para que se tenha
conhecimento do trabalho desenvolvido nesta maternidade e dos benefícios da utilização
deste modelo.
O artigo 3, mostra o interesse de duas enfermeiras em substituir o termo ―assistência
humanizada‖ por ―assistência obstétrica centrada nas necessidades da cliente‖. A proposta da
substituição do termo se deve ao fato de que as autoras acreditam que a assistência não deve
ser baseada apenas em procedimentos e normas técnicas pré-estabelecidas, mas sim na
individualidade, na autonomia e nos valores da cliente como um todo. Este estudo leva o
leitor a refletir sobre a proposta feita pelas autoras, contribuindo assim para que surjam novas
discussões e opiniões sobre o assunto.
O artigo 4 foi realizado por duas enfermeiras docentes com auxiliares de enfermagem,
técnicos de enfermagem e enfermeiros, todos funcionários de um centro obstétrico de uma
maternidade pública em Salvador, Bahia, com o objetivo de conhecer a concepção destes na
participação das doulas na assistência a mulher durante o trabalho de parto. O resultado deste
estudo evidenciou que os profissionais de enfermagem acham importante a presença das
doulas, pois estas prestam apoio emocional, substituem a família, ajudam à equipe e oferecem
orientações úteis para a evolução do trabalho de parto. A realização deste estudo contribui
para que a questão da incorporação das doulas em centros obstétricos seja repensada e
discutida por gestores e profissionais de saúde.
O artigo 5 foi realizado em instituições de ensino que ofereceram a especialização em
enfermagem obstétrica no período de 1995-2005, no município de São Paulo. Os
entrevistados foram questionados sobre elementos que fundamentam o ensino da assistência
ao parto e do cuidado perineal e citaram a importância dos enfermeiros obstétricos atuarem na
assistência pré-natal, terem uma formação voltada para a valorização do parto normal
humanizado, ter conhecimento para executar intervenções básicas para manejo da assistência
ao parto normal e para detectar anormalidades e encaminhar a mãe e o recém-nascido para um
nível mais complexo de assistência. As autoras constataram que os conhecimentos científico,
39
teórico e prático são indispensáveis e que o ensino não pode estar desvinculado da prática.
Este estudo contribui para que se tenha conhecimento da forma que esta sendo conduzido o
ensino da assistência ao parto nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica.
O artigo 6 trata de um estudo histórico-social, que buscou discutir a inserção da
Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ) na
humanização e desmedicalização da assistência à mulher no município do Rio de Janeiro. Os
resultados desse estudo mostraram que a Faculdade de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, teve papel importante no processo de humanização e
desmedicalização da assistência à saúde da mulher no município do Rio de Janeiro, devido a
sua contribuição para o desenvolvimento científico e transformação social e que esse processo
foi constituído por três etapas: a implantação do Projeto de Extensão de Consulta de
Enfermagem no pré-natal de baixo risco, a qualificação de enfermeiras obstétricas para a rede
municipal de saúde e o processo de criação e implantação da Casa de Parto David Capistrano
Filho.
O artigo 7 buscou conhecer o entendimento de puérperas sobre o cuidado em saúde no
período pré-natal, no parto e no puerpério, em um contexto regional de serviços públicos de
saúde do interior paulista. Os resultados do estudo mostraram que as puérperas ainda vem o
parto como um momento de considerável medicalização, ligado a rotinas e resistente a
humanização. As mulheres participantes do estudo consideraram-se tratadas como
coadjuvantes e relataram ausência de vínculo com os profissionais durante o processo
assistencial. Este estudo é importante para que se tenha conhecimento de como é realizado o
atendimento nos serviços públicos de saúde do interior paulista e para que, a partir da situação
relatada, mudanças no atendimento possam ocorrer.
O artigo 8 busca identificar a visão das enfermeiras obstétricas de uma maternidade do
interior do Estado de São Paulo sobre a humanização da assistência ao parto. Os resultados
desse estudo mostraram que as enfermeiras entendem que o processo de humanização como
uma imposição da política governamental e que o objetivo desse processo é diminuir as taxas
de cesarianas e melhorar a assistência prestada à mulher. Elas acreditam que para que haja
mudança no modelo de atendimento a mulher deve tem que ser colocada como protagonista
do processo. As autoras colocam que houve sim um avanço na busca da humanização, mas
que ainda existem distorções sobre esse processo. Esse estudo é de grande valia para que se
entenda como os profissionais que estão envolvidos diretamente com a assistência no
processo de parto/nascimento vêem a humanização e que através disso possam ser
desenvolvidos estratégias para se trabalhar com o assunto.
40
O artigo 9 trata da relação existente entre a posição adotada pela mulher durante o
parto com a integridade perineal e vitalidade do recém nascido. O objetivo desse estudo é
analisar essa relação. Os resultados demonstraram que independente da posição adotada pela
mulher as episiotomias foram inferiores a 30%, o que esta dentro das recomendações feitas
pela OMS. A vitalidade da criança foi considerada mais freqüente, com Apgar maior que 7
entre o primeiro e o quinto minuto de vida, nos partos verticais quando comparados aos partos
horizontais. A realização desse estudo torna-se importante para que se possa avaliar as
vantagens relacionadas a posição que a mulher adota para parir.
O artigo 10 teve como objetivo identificar a produção científica sobre humanização e
assistência de enfermagem ao parto normal através de um estudo bibliográfico de artigos
científicos da base de dados da SCIELO-Brasil, no período 2000 a 2007. A análise do estudo
revelou que a assistência à mulher no período gravídico puerperal no Brasil, está focada no
modelo biomédico, centralizando na permanência e aumento do número de procedimentos
invasivos e intervencionistas do parto, sem a participação da mulher ou familiar apesar do
movimento da humanização defender o parto natural e fisiológico realizado por enfermeira.
Em conseqüência dessa assistência tem crescido os altos índices de morbimortalidade materna
e perinatal. As autoras chegaram a conclusão que assistência de qualidade e humanizada ao
parto e nascimento privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, o estimula o
papel ativo da mulher no processo de parto, e que profissionais devem ser comprometidos em
seguir esse modelo.
O artigo 11 foi realizado em um centro obstétrico de um hospital do Estado de Santa
Catarina com o objetivo de analisar a aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da
Saúde (MS) para o parto humanizado. Participaram desse estudo, parturientes e seus recém–
nascidos, acompanhantes e os profissionais da equipe de saúde que atenderam essas mulheres.
Ao analisar os dados, obtidos através de observação, entrevistas e análise documental, as
autoras chegaram a conclusão de que ainda há limitações da equipe de saúde para colocar em
prática as ações preconizadas pelo MS no cotidiano da assistência. Elas observaram ainda,
que as gestantes e os acompanhantes não cobram seus direitos, geralmente por desconhecerem
os mesmos. Ao final, as autoras ressaltam que é necessário envolver os profissionais de saúde
no processo de aprendizagem, buscando estimulá-los ao retorno ao parto mais natural
possível, e proporcionar as gestantes e acompanhantes conhecer seus direitos para que de fato,
o trabalho de parto torne-se mais humanizado. A realização desse estudo nos mostra que
apesar das orientações do MS, a assistência humanizada ainda é pouco realizada na prática.
41
O artigo 12 busca descrever a percepção de profissionais da saúde sobre prestar
assistência à parturiente na presença do acompanhante por ela escolhido e a percepção desses
acompanhantes sobre essa experiência. Foram entrevistados os profissionais da saúde e os
acompanhantes no centro obstétrico de uma maternidade em Campinas, São Paulo. Os
resultados demonstraram que inicialmente existia uma idéia negativa por parte dos
profissionais em prestar a assistência na presença do acompanhante. Após a experiência os
profissionais passaram a ver positivamente a presença deste durante o processo. Foi
observado ainda, que os profissionais mostraram que não houve diferença em prestar
assistência com acompanhante durante o trabalho de parto e, consideraram importante o apoio
do acompanhante não tendo problema em prestar assistência na sua presença. Com relação a
percepção dos acompanhantes, esses relataram que se sentiram bem recebidos pelos
profissionais, que perceberam mudanças positivas na assistência e que sentiram satisfeitos e
recompensados com a experiência. As autoras ressaltam que este estudo poderá contribuir
para estimular a implementação da atual legislação em vigor no Brasil, abrindo a
possibilidade para que todas as parturientes tenham apoio de uma pessoa de sua escolha
durante o processo de nascimento.
Artigo 13 trata de um estudo realizado por uma enfermeira docente, com o objetivo de
analisar a atenção ao parto pelos enfermeiros dos seis hospitais públicos da zona leste do
município de São Paulo. Os dados foram coletados através de questionário respondidos por
dirigentes de enfermagem e 38 enfermeiros. Os resultados do estudo mostraram que os
enfermeiros encontram dificuldades na assistência, como o enfrentamento de decisões
médicas na determinação de condutas contrárias à humanização e a evidencias cientificas, o
excesso de trabalho por falta de recursos humanos, o sentimento de desvalorização pelo
serviço público de saúde e por não contarem com condições dignas de trabalho. Dessa forma,
a autora concluiu que para que os enfermeiros coloquem em prática a atenção qualificada ao
parto, eles devem contar com estruturas favoráveis e com o fortalecimento de sua identidade
profissional. A autora acredita que as estruturas públicas de São Paulo devem revisar suas
políticas, para garantir a implementação dos programas já existentes e das diretrizes do
Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere à melhoria da atenção a gestante e materno-
infantil.
O artigo 14 foi realizado na maternidade e na unidade de neonatologia de uma
instituição hospitalar do interior do Estado de São Paulo, com os objetivos de avaliar a
estrutura e o processo de assistência ao parto e ao recém-nascido desenvolvidos no local. A
coleta de dados foi feita através de entrevista com o gestor da maternidade, análise de
42
prontuários e observação de partos. Foram avaliados os recursos humanos e físicos e o
processo de atenção a parturiente e ao recém-nascido. Os resultados demonstraram que com
relação ao recursos humanos o numero de médicos por plantão estava em proporção adequada
ao número de leitos, o mesmo aconteceu com técnicos e auxiliares de enfermagem. Já o
número de enfermeiros, principalmente na área obstétrica, estava inadequado. Com relação
aos recursos físicos destaca-se a inexistência de quartos pré-parto, parto e pós-parto (PPP) e
ausência de espaço físico impedindo a presença de acompanhante e que a parturiente
deambulasse no pré-parto. As práticas que devem ser estimuladas foram consideradas
satisfatórias, diferindo da análise dos prontuários, onde nenhum procedimento mostrou-se
satisfatório. Já o preenchimento do partograma foi considerado satisfatório. Na assistência ao
recém-nascido apenas foi considerado insatisfatório o aleitamento na primeira hora de vida e
o contato pele a pele. As autoras concluíram que algumas práticas consideradas úteis no parto
normal, ainda são pouco adotadas nessa maternidade e colocaram que os resultados desse
estudo podem contribuir para reflexão e debate entre gestores e profissionais envolvidos no
cuidado.
O artigo 15 trata-se de estudo etnográfico da primeira Casa de Parto vinculada ao
Programa Saúde da Família. O objetivo deste foi identificar, através das profissionais que
atuavam no local, os símbolos que permeavam as idéias, crenças, valores e práticas e os
princípios que orientavam a assistência prestada na Casa de Parto. Os resultados mostraram
que as profissionais atribuíam um grande valor a Casa como um espaço de inovações nas
práticas obstétricas. No âmbito assistencial, observou-se que o trabalho realizado na Casa é
voltado para melhorar a qualidade do atendimento oferecida a gestante e a sua família. Com
relação a ser enfermeira da casa, elas demonstraram que isso representa ser um importante
personagem na história obstétrica brasileira, já que nesse local se desenvolve um modelo de
assistência inovador. A autora conclui que o preparo e o envolvimento das profissionais
fazem a diferença na assistência prestada na Casa, que presta o cuidado centrado na pessoa e
nas suas particularidades. A autora acredita que o trabalho desenvolvido na Casa pode servir
como referência as instituições formadoras e aos profissionais atuantes nas futuras casas de
parto que estão em projeções.
O artigo 16 busca avaliar a opinião das mulheres puérperas sobre os métodos
utilizados para seu cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto. Os dados foram
coletados em três locais diferentes, HU/UFSC (SC), HE/UFPEL (RS) e HU/UNIOESTE
(PR), a partir de entrevistas com as puérperas. Os resultados apontaram que a dor foi citada
como a principal causa de mal-estar nos três hospitais, seguidas por outras causas como:
43
pouca atenção, falta de paciência e de privacidade e a limitação no que se refere à
preocupação e à ansiedade, enfatizando que estas ninguém poderia ajudar a resolver. Por
outro lado, algumas puérperas relataram que receberam atenção da equipe, e que o tratamento,
o atendimento, a alegria, a segurança, o conforto e o cuidado foram positivos para seu bem-
estar na situação vivenciada. Por fim, os autores desejam que os resultados desta pesquisa
venham a contribuir na reflexão sobre a importância do incentivo ou desencorajamento do uso
de determinadas técnicas e tecnologias na incorporação de novas condutas para um cuidado
mais adequado e seguro, ajudando na prevenção de distócias e complicações bem como
prevenindo a morte materna.
O artigo 17 teve como objetivo discutir as dificuldades de implantação de um novo
modelo de assistência ao parto de baixo risco na estrutura hospitalar e na sistematização de
um campo de trabalho da enfermeira obstétra. Os resultados do estudo demonstram o modelo
brasileiro de assistência ao parto, ainda é em sua grande maioria, intervencionista. A
introdução da enfermeira obstétrica na assistência ao parto de baixo risco, apesar de não
garantir a mudança no modelo assistencial, é apontada como medida eficaz na redução de
medidas médicas desnecessárias e como essencial para a melhoria no atendimento prestado a
mulher, já que estas dão maior suporte emocional a mulher e a sua família. A implantação da
enfermeira obstétrica na assistência ao parto de baixo risco, deve vir acompanhada de
medidas de apoio para sua concretização. É necessária a criação de programas de treinamento
e aperfeiçoamento que além de abordar o conhecimento cientifico deve levar em consideração
os aspectos afetivos envolvidos no processo de parto. Por fim, as autoras ressaltam que a
humanização da assistência ao parto sofre influência direta da instituição, mas que a sua
efetiva implantação sempre vai depender da relação existente entre o profissional de saúde e a
mulher, já que estes são os seres envolvidos no processo. Este estudo possibilita refletir sobre
a atual assistência ao parto e sobre uma possível mudança no modelo assistencial.
O artigo 18 tem como objetivo avaliar a efetividade de Estratégias Não
Farmacológicas (ENF) no alívio da dor de parturientes para fazer parte de um instrumento a
ser utilizado em uma pesquisa de doutorado. O estudo realizou-se na unidade de parto
humanizado de uma maternidade escola em Natal, Rio Grande do Norte. Os resultados
demonstraram que das 6 ENF utilizadas, duas (deambulação e balanço pélvico) obtiveram
percentuais abaixo do critério de aceitação preestabelecido e foram rejeitadas, enquanto
exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de chuveiro
tiveram índices satisfatórios e foram consideradas aprovadas nas ENF e portanto, adequadas
para serem utilizadas no instrumento de pesquisa. Os autores concluíram que essa pesquisa
44
possibilitou a identificação das ENF viabilizando assim a aplicação destas e contribuindo na
busca da humanização no processo de assistência as parturientes.
O artigo 19 tem como objetivo conhecer as informações que as gestantes possuem
sobre a humanização da assistência ao parto, a experiência de atendimento em partos
anteriores e suas expectativas, enquanto usuárias das maternidades públicas do Município do
Rio de Janeiro, com relação ao atendimento ao parto que esperam receber na gravidez atual.
As mulheres pesquisadas estavam entre o oitavo e o nono mês de gestação. Os resultados
demonstraram que as mulheres entrevistadas desconheciam o conceito de humanização da
assistência ao parto. Com relação a experiência vivenciada no seu(s) parto(s) anterior(es) as
mulheres, de forma geral, analisaram como positiva. Todas as mulheres entrevistadas
relataram ter apoio do companheiro ou da família na gestação atual e consideraram esse apoio
muito importante já que entendem que nesse período a mulher encontra-se mais frágil.
Quando questionadas sobre o que seria um atendimento ideal, o grupo respondeu que seria
uma recepção rápida no momento da chegada à maternidade, e a atenção de uma equipe
educada, cuidadosa e paciente no cuidado durante o trabalho de parto e parto. A possibilidade
do acompanhante surgiu como uma situação nova para as mulheres, que disseram não ter
passado por essa experiência em partos anteriores. Concluiu-se que as mulheres não tem
conhecimento sobre a proposta de humanização da assistência ao parto e nem da política
municipal de saúde que engloba seus preceitos. A única inovação que algumas já tinham
conhecimento é da presença do acompanhante. Os autores destacam a importância da criação
de uma política que possibilite às mulheres vivenciar, nas maternidades públicas, esse
processo não apenas como uma questão de saúde, mas também como um acontecimento
social e afetivo.
O artigo 20 busca descrever as características sócio-demográficas e obstétricas de
mulheres atendidas em dois hospitais vinculados ao SUS, no município de Maringá - Paraná,
e identificar fatores associados à qualidade da atenção e os possíveis predisponentes às
iniqüidades no atendimento ao parto. Apos analisar os dados, as autoras observaram que o
perfil da parturiente que se beneficiou de atenção mais qualificada foi marcada por três
características: menores de 19 anos, ensino médio completo e não ter antecedentes de
cesariana. A iniqüidade no cuidado foi marcada pela oferta desigual dos procedimentos que
qualificam a atenção, relacionadas às práticas assistenciais e determinadas por fatores
individuais, contextuais. As autoras ressaltam que os profissionais de saúde têm grande
influencia na definição das práticas de atenção e do tipo de parto, e por isso se faz importante
45
sensibilizar e educar esses profissionais para que se possa implementar as práticas de
humanização.
O artigo 21 tem como objetivo realizar um breve referencial teórico sobre
humanização na atenção a nascimentos e parto. Após revisar a literatura a autora concluiu que
a falta de qualidade a atenção esta relacionada aos estáveis índices de mortalidade materna. A
relação interpessoal, à qual a humanização está fortemente associada, interfere muito na
qualidade da assistência. Identificou-se, neste estudo, um forte movimento internacional que
aborda a humanização da atenção a nascimentos e partos como uma resposta à mecanização
na organização do trabalho profissional e à violência institucional. A autora salienta que o
termo humanização tem diversos significados e por isso deve ser identificado em qual
situação ele é adotado para que se entenda o real sentido que lhe é conferido.
O artigo 22 tem como objetivo caracterizar as puérperas submetidas ao parto
humanizado, determinar a incidência e o intervalo de manifestação das infecções puerperais e
verificar a associação entre a infecção e os fatores de risco. A população estudada foi
composta pelos prontuários de todas as puérperas que passaram pela experiência do parto
humanizado na Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, GO. Foram analisados 5.718
prontuários de puérperas, desse total 59% eram mulheres com idade acima de vinte anos, a
média de peso adquirida durante a gestação foi de 12,2kg. A incidência de infecção puerperal
encontrada no estudo foi de 2,92%, taxa considerada baixa de acordo com a literatura. Todas
as infecções encontradas foram diagnosticadas e notificadas no período de pós-alta hospitalar.
Segundo as autoras as variáveis idade, peso, ruptura de membranas, tempo de ruptura das
membranas, característica do líquido amniótico, tipo de anestesia e uso de antimicrobiano
profilático, não se comportaram como fatores de risco para a infecção puerperal, sendo a
duração do trabalho de parto, o número de toques cervicais e o parto cesariano as variáveis
consideradas fatores de risco. As autoras acreditam que a assistência humanizada ao parto está
sendo bastante favorável à realização de partos normais e a diminuição de cesarianas,
contribuindo dessa forma para a redução nos índices de infecção puerperal e reforçam a
necessidade de implantação de um serviço de controle de infecção hospitalar eficaz, que
estabeleça medidas de prevenção e controle dessas.
O artigo 23 busca compreender o processo de parto e nascimento na perspectiva das
mulheres que possuem convênio saúde. As mulheres entrevistadas definiram o processo de
parto e nascimento como uma experiência maravilhosa, gratificante e fantástica, é ―único‖,
―sublime‖, ―difícil de colocar em palavras‖, ―experiência mágica‖ e ―experiência que deixa
fora do ar‖. O fato de opinar sobre o tipo de parto, contar com a presença do marido na sala de
46
parto e confiar no profissional que a assistiu foram bastante evidenciados pelas mulheres e
considerados parte de um atendimento de qualidade. Concluiu-se ao final do estudo, que as
mulheres que possuem convênio saúde e são atendidas em instituições privadas tem
sentimentos diferentes com relação ao processo de parto e nascimento das mulheres que não
tem acesso a este tipo de atendimento. Os autores ainda destacam que independente do seu
plano de saúde a mulher deve ter uma assistência digna e respeitosa, onde os seus direitos
sejam cumpridos.
O artigo 24 tem por objetivo compreender o que os profissionais de saúde
responsáveis por atender as parturientes entendem por trabalho de parto e parto humanizado.
A pesquisa foi desenvolvida em um Centro Obstétrico de um hospital publico de São Paulo, a
partir de entrevistas com sete médicos e quatro enfermeiras. Após analisar os dados, as
autoras observaram que o profissional de saúde, de uma maneira geral, entende a
humanização no parto e nascimento como um benefício e um direito da mulher, respeitando
os princípios do Ministério da Saúde. Ainda assim, observou-se certa desarmonia no
entendimento de humanização com relação ao que é feito na prática. Os resultados também
demonstraram que existem muitas dificuldades e limitações enfrentadas pelos profissionais na
realização da assistência. Ao final, as autoras concluíram que apesar dos profissionais
conhecerem bem os benefícios de uma assistência acolhedora, ainda há um longo caminho
para que haja uma melhora no atendimento. A assistência à parturiente continua com rotinas
hospitalares rígidas, onde a mulher não opina e nem participa do processo de parto. E a
humanização no processo de parto e nascimento continua como uma política governamental
que ainda esta longe de ser eficaz dentro das instituições, apesar de ter ótimos princípios.
Pensamos que este estudo se faz importante por expor a situação encontrada dentro de uma
instituição de saúde com relação à assistência humanizada, que apesar de ser compreendida
pelos profissionais ainda não é posta em prática por inúmeras situações.
O artigo 25 tem como objetivo aprofundar a compreensão do significado da retomada
do curso de graduação em Obstetrícia, tanto no contexto mais amplo da história humana,
como no momento atual da assistência ao parto e nascimento no Brasil. Aspectos históricos
mostram que a relação entre parteiras e enfermeiras nunca foram amistosas. Parteiras e
enfermeiras, segundo as autoras, gastam energia e talento de forma errada e são incapazes de
identificar as lutas comuns. A formação de um novo profissional não-médico justifica-se se
for para dotá-lo de um perfil de atuação focado na mulher e nos processos assistenciais e
educativos desenvolvidos através de interação e parceria. A formação da nova obstetriz,
47
enfatizará os aspectos fisiológicos, emocionais e socioculturais do processo reprodutivo de
acordo com os princípios que orientam o ensino de enfermeiras e enfermeiras obstétricas.
Este artigo 26 tem como objetivo descrever a evolução do número de partos
horizontais e verticais na maternidade do Hospital Universitário da Universidade Federal de
Santa Catarina (HU/UFSC), e avaliar a associação desses com a taxa de cesáreas, de
internações de recém-nascidos em unidade de tratamento intensivo e a necessidade de
transfusões sanguíneas maternas. Foram analisados todos os partos, internações de recém-
nascidos em unidade de tratamento intensivo e transfusões sanguíneas maternas realizados de
1996 a 2005. As autoras observaram que a taxa de partos verticais cresceu consideravelmente
de 1996 até 2005. Em 1996 a porcentagem encontrada foi de 5,4% e em 2005 de 52,3%. Foi
calculada uma variação média anual, onde o parto vertical aparece com +20,8% e o parto
horizontal com -15,2%. O numero de recém-nascidos internados na unidade de tratamento
intensivo diminuiu 6,1% ao ano, e o de transfusões sanguíneas maternas diminuiu 5,2% ao
ano. O aumento da realização de partos na posição vertical está de acordo com as
recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde. Ao final do
artigo, as autoras sugerem a realização de novas pesquisas sobre as posições de parir para que
novas variáveis possam ser analisadas.
O artigo 27 buscou conhecer as percepções das puérperas sobre a vivência de parir na
posição vertical e horizontal, identificando os aspectos positivos e negativos de cada posição.
Foram realizadas entrevistas com 10 puérperas. De acordo com os dados coletados, as autoras
observaram que os aspectos positivos sobre a posição vertical estão relacionados à sensação
de conforto, possibilidade de movimentação, redução do esforço expulsivo e da dor e
participação mais ativa da mulher, em contrapartida o desconforto e falta de intervenções
obstétricas foram mencionados como aspectos negativos da posição vertical. Os aspectos
positivos da posição horizontal, relatados pelas puérperas, foram a realização de intervenções,
especialmente a episiotomia, a sensação de ser ―ajudada‖ e o conforto pela possibilidade de
permanecer deitada. O desconforto e dificuldade para fazer força foram apontados como os
aspectos negativos dessa posição. Os aspectos positivos da posição vertical e negativos da
posição horizontal relatados pelas puérperas vão de encontro com as evidencias cientificas.
Entendemos que a realização dessa pesquisa contribui para reforçar ainda mais essas
evidências.
O artigo 28 tem como objetivo realizar um levantamento das pesquisas acadêmicas
realizadas no Brasil nos programas de pós-graduação strictu sensu acerca da humanização do
parto e nascimento, de forma a identificar a distribuição temporal, regional, por abordagem
48
metodológica e área de conhecimento, e analisar as contribuições desta produção acadêmica
para a prática assistencial. Foram encontrados 30 resumos nas bases de dados pesquisadas,
sendo 26 dissertações e 4 teses. A maioria destas pesquisas (66,7%) foi desenvolvida em
programas de pós-graduação da região sudeste. Mais da metade (53,3%) foi realizada em
programas de pós-graduação de enfermagem. A metodologia qualitativa foi a mais utilizada
(80%). Nas sínteses dos resultados e conclusões das pesquisas os aspectos ético-póliticos
tiveram predominância (66,7%) sobre os aspectos técnicos. As autoras acreditam que as
pesquisas brasileiras de pós-graduação scrictu sensu sobre humanização do parto e
nascimento contribuem para a reflexão e a crítica da prática assistencial. Essas pesquisas
propõem mudanças do paradigma técnico-cientifico na formação dos profissionais e na
atitude desses frente aos direito humanos e sociais.
O artigo 29 teve como objetivo caracterizar a assistência hospitalar ao parto em dois
hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no Município de Maringá, Paraná, Brasil, e
identificar obstáculos e aspectos facilitadores para implantação do cuidado humanizado,
baseando-se na percepção das mulheres sobre a atenção recebida. Os resultados mostraram
que as instituições pesquisadas seguem um modelo assistencial marcado por rotinas
hospitalares e focado no profissional médico como condutor do processo. Os obstáculos para
implantação do cuidado humanizado encontrados foram o desconhecimento das mulheres e de
seus acompanhantes sobre os direitos reprodutivos na atenção ao parto e nascimento; a atitude
de resignação das mulheres e de seus familiares; a falta de orientação e preparo do
acompanhante; a relação assimétrica entre profissional de saúde e parturiente; a insuficiência
e negação da informação; as más condições estruturais; o despreparo da equipe para acolher o
acompanhante; a participação incipiente da equipe multiprofissional na assistência; a prática
institucional e profissional, que não incorporou integralmente ao cuidado obstétrico a idéia do
parto como evento familiar e direito reprodutivo. Já alguns fatos observados pelas autoras
como, a adesão da equipe de enfermagem aos métodos não-farmacológicos de alívio da dor, a
presença da doula no hospital 2, a permissão do acompanhante no trabalho de parto para a
maioria das mulheres no hospital 1, a inserção do acompanhante masculino, o apoio verbal e
não-verbal dos profissionais de saúde, o acolhimento da parturiente e a atuação do
profissional anestesista foram aspectos que contribuíram a humanização do cuidado. Por fim
as autoras concluíram que diversos fatores institucionais, denotaram barreiras que, em seu
conjunto, dificultaram a implantação do modelo humanizado na assistência ao parto e
nascimento.
49
O artigo 30 busca compreender o que significa para as adolescentes passarem pelo
parto chamado de humanizado. O estudo foi realizado com puérperas adolescentes, que
passaram pela experiência do parto considerado humanizado. Os resultados foram agrupados
nas seguintes categorias: Pré-parto/Parto: o corpo sendo controlado; Pré-parto/Parto: misto de
dor e de prazer; Parto Humanizado: a assistência esperada e desejada. Com relação a primeira
categoria observou-se, através do relato das parturientes, uma relação de distanciamento entre
o profissional e elas. Os sentimentos expressados pela parturiente no momento não se
mostram importantes, a eficiência e resolutividade falam mais alto. Na categoria pré-
parto/parto: misto de dor e de prazer, a dor apareceu constantemente nas falas das
adolescentes. Os momentos de pré-parto e parto são momentos caracterizados por muita dor,
seguidos por alegria e prazer no momento de expulsão do bebê. A terceira categoria mostra
que as adolescentes são encorajadas a participar ativamente do trabalho de parto, escolher sua
companhia, utilizar técnicas de relaxamento e escolher a posição que lhe proporcione bem-
estar. É oferecido ainda, apoio físico e emocional por profissionais de psicologia, pela equipe
de enfermagem e por qualquer outro profissional que venha a entrar em contato com elas. Ao
final as autoras concluem que a adolescente, naquele momento, não é apenas um corpo físico,
e sim um corpo envolto por muitos sentimentos. Entendemos que este estudo contribui para
que os profissionais que prestam assistência ao parto reflitam sobre o atendimento oferecido.
50
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_gtQRS1TDzJg/SQJ80HIdc0I/AAAAAAQA/10timWhsFlM/s320/gestação.JPG
Acesso em: 05 jun. 2010.
___________________________
CONSIDERAÇÕES FINAIS
51
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo nos possibilitou compreender no que consiste o processo humanizado de
parto/nascimento e identificar o que é publicado sobre o assunto.
Delineamos, através da analise dos dados, um perfil dos artigos publicados no Brasil
entre os anos de 1999 a 2009 que abordavam atenção humanizada no processo de
parto/nascimento. Concluímos que a grande maioria dos autores (51%) eram enfermeiros
docentes, que os artigos de pesquisa predominaram (77%) sobre os outros tipos de estudo e
que a região que mais publicou artigos sobre o assunto foi a região Sudeste (57%). Com
relação aos periódicos em que estavam publicados esses artigos encontramos números bem
próximos, dessa forma, compreendemos que nenhum periódico se sobressaiu na publicação
de artigos sobre o tema.
A síntese dos artigos nos permitiu entender que já existem modificações no
atendimento a mulher durante o parto, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Entendemos que a realização deste estudo se faz importante para os profissionais de
saúde, para a academia, para as gestantes e para os serviços de saúde. Com relação aos
profissionais de saúde, acreditamos que as experiências relatadas nos artigos fazem com que
os profissionais repensem e reflitam sobre o tipo de e assistência prestada, contribuindo dessa
forma para mudança no atendimento. Com relação à academia, entendemos que este estudo
traz uma proposta diferenciada já que realiza uma revisão integrativa, tipo de estudo que
observamos não ser muito utilizado e que permite o uso de vários estudos, tanto quantitativos
como qualitativos, além de tornar a pesquisa sobre determinado assunto mais prática e
dinâmica. Para as gestantes, compreendemos que este material traz informações fundamentais
para que ela conheça seus direitos e que entenda como deve ser prestada a assistência
humanizada no processo de parto/nascimento. E por fim, percebemos a utilidade do estudo
para criação de novas propostas e políticas de humanização ao parto dentro dos serviços de
saúde.
Observamos que a humanização na saúde é uma proposta nova e que vem sendo cada
vez mais discutida por gestores e profissionais de saúde. Entendemos que toda a equipe de
enfermagem, por estar diretamente ligada a assistência, tem um papel muito importante no
processo de humanização. A realização deste estudo levou-nos ainda, a refletir que a
humanização do parto não significa apenas a realização de novas técnicas, mas sim o respeito
52
à fisiologia do parto e ao direito da mulher te ter um atendimento com qualidade e de poder
fazer escolhas durante esse momento tão importante na sua vida.
Após a gratificante experiência de transcorrer sobre este tema, percebemos que o
enfermeiro é um profissional fundamental para implementação do processo humanizado do
parto/nascimento e que trabalhos realizados por estes sobre o assunto tem grande importância,
já que acreditamos que a maior dificuldade em implementar o parto humanizado, está na
resistência dos profissionais em contribuir e realizar intervenções que muitas vezes são
desnecessárias, e a realização desses trabalhos pode ajudar na reflexão e discussão dos
profissionais sobre o assunto.
Acreditamos que as fragilidades na prestação da assistência humanizada, além da
resistência dos profissionais, está relacionada à falta de políticas efetivas que realmente façam
funcionar esse serviço. O espaço físico e os recursos materiais são outros fatores que muitas
vezes dificultam a assistência. Ao nosso ver a assistência humanizada traz diversos
benefícios a mulher e acreditamos que a conscientização desses benefícios pelos profissionais
de saúde é o que vai fazer com que realmente ocorra a mudança no atendimento.
53
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55
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Preto, v. 10, n. 2, p. 137–144, mar./abr. 2002.
56
ANEXOS
57
ANEXO A – Recomendações da OMS no atendimento ao parto normal
1. Práticas no parto normal demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas:
1.1- Planejamento individual determinando onde e por quem o parto será realizado.
1.2- Avaliação de risco durante o pré-natal, reavaliado a cada contato e no momento do
trabalho de parto.
1.3- Monitoramento do bem estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto.
1.4- Oferecimento de liquido por via oral durante o trabalho de parto.
1.5- Respeito a escolha da mulher sobre o local do parto.
1.6- Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for seguro.
1.7- Respeito ao direito da mulher a privacidade no local do parto.
1.8- Apoio emocional pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.
1.9- Respeito a escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto.
1.10- Fornecimento as mulheres de todas as informações e explicações que desejam.
1.11- Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagens e
técnicas de relaxamento, durante o trabalho de parto.
1.12- Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente e vigilância das contrações
uterinas por palpação abdominal.
1.13- Uso de materiais descartáveis e descontaminação adequada de reutilizáveis.
1.14- Uso de luvas no exame vaginal, no parto e no manuseio da placenta.
1.15- Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto.
1.16- Estimulo as posições não supinas durante o trabalho de parto.
1.17- Monitoramento cuidadoso do progresso do trabalho de parto, uso do partograma.
1.18- Administração profiláticas de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com
risco de hemorragia pós-parto.
1.19- Condições estéreis ao cortar o cordão.
1.20- Prevenção da hipotermia do bebê.
1.21-Prevenção da hemorragia neonatal com uso da vitamina K.
1.22- Prevenção da oftlamia gonocócica com o uso de nitrato de prata ou tetraciclina.
1.23- Contato cutâneo direto, precoce entre mãe e filho e apoio ao inicio da amamentação na
primeira hora após o parto.
1.24- Alojamento Conjunto.
1.25- Suprimir a lactação em mães portadoras de HIV.
1.26- Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares.
1.27- Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão, ou sua combinação, durante o
terceiro estágio do parto.
2. Práticas no parto normal claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser
eliminadas:
2.1- Uso rotineiro de enema.
2.2- Uso rotineiro de tricotomia.
2.3- Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto.
2.4- Cateterização venosa profilática de rotina.
2.5- Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.
2.6- Exame retal.
2.7- Uso de pelvimetria por raios X.
58
2.8- Administração de ocitócitos antes do parto de um modo que não se permita controlar seus
efeitos.
2.9- Usos rotineiro da posição de litotomia.
2.10- Esforços de puxos prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o segundo
estágio do trabalho de parto.
2.11- Massagem e distensão do períneo durante o segundo estágio do trabalho de parto.
2.12- Uso de comprimidos orais de ergometrina no terceiro estágio do trabalho de parto com o
objetivo de evitar hemorragia.
2.13- Uso rotineiro de ergometrina por via parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto.
2.14- Lavagem uterina rotineira após o parto.
2.15- Revisão (exploração manual) rotineira do útero após o parto.
2.16- Uso liberal ou rotineiro da episiotomia.
2.17- Toques vaginais freqüentes e por mais de um examinador.
2.18- Manobrade Kristeller ou similar, com pressões inadequadamente aplicadas ao fundo
uterino no período expulsivo.
2.19- Prática liberal decesariana.
2.20- Aspiração nasofaríngea de rotina em recém-nascidos normais.
2.21- Manutenção artificial dearfrio na sala departo durante o nascimento.
3. Práticas no parto normal em que não existem evidencias para apoiar suar
recomendação e devem ser utilizadas com cautela até que novas pesquisas esclareçam a
questão:
3.1- Métodos não-farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto, ervas, imersão
em água e estimulação de nervos.
3.2- Pressão no fundo uterino durante o período expulsivo.
3.3- Manobras relacionadas a proteção ao períneo e do pólo cefálico no momento do parto.
3.4- Manipulação ativa do feto no momento do parto.
3.5- Clampeamento precoce do cordão umbilical.
3.6- Estimulação do mamilo para aumentar a contratilidade uterina durante o terceiro estágio
do parto.
4. Práticas no parto normal freqüentemente utilizadas de modo inadequado:
4.1- Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto.
4.2- Controle da dor por agentes sistêmicos.
4.3- Controle da dor por analgesia peridural.
4.4- Monitoramento eletrônico fetal.
4.5- Uso de mascara e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto.
4.6- Exames vaginais repetidos ou freqüentes, especialmente por mais de um prestador de
serviço.
4.7- Correção da dinâmica uterina com a utilização de ocitocina.
4.8- Amniotomia precoce de rotina no primeiro estágio do parto.
4.9- Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do
trabalho de parto.
4.10- Cateterização da bexiga.
4.11- Estímulo para o puxo quando se diagnostica a dilatação cervical completa, antes que a
4.12- própria mulher sinta o puxo.
4.13- Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, se as
condições da mãe e do feto forem boas e se não houver progressão do trabalho de parto.
59
4.14- Parto operatório.
4.15- Exploração manual do útero após o parto.
60
ANEXO B – Lei Nº 11.108, de 7 de abril de 2005
Senado Federal
Subsecretaria de Informações
LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005
Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à
presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no
âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O Título II "Do Sistema Único de Saúde" da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo VII "Do Subsistema de Acompanhamento
durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato", e dos arts. 19-J e 19-L:
"CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO,
PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
§ 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo
constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
Art. 19-L. (VETADO)"
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 7 de abril de 2005; 184º da Independência e 117º da República.
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Humberto Sérgio Costa Lima
61
APÊNDICES
6263�
APÊNDICE A – Tabelas de identificação dos artigos encontrados
Tabela da Lilacs:
Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto compl.
07/03/10 Lilacs Enfermagem
obstétrica/
parto
humanizado/
humanização
.
Moura,
Carla
Fabíola
Sampaio de;
Lopes,
Gertrudes
Teixeira;
Santos,
Tânia
Cristina
Franco.
Humanização e
desmedicalização
da assistência à
mulher: do ensino
à prática
Rev. enferm.
UERJ;17(2):182-
187, abr.-jun.
2009.
Estudo histórico-social, que teve como objetivo discutir a inserção da
Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(FENF/UERJ) na humanização e desmedicalização da assistência à mulher
no município do Rio de Janeiro. As fontes primárias foram documentos
escritos, legislações e depoimentos orais obtidos no período de janeiro a
março de 2008. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
e respeitou os requisitos da Resolução nº 196/96. Os resultados
evidenciaram que a FENF/UERJ contribuiu para a humanização da
assistência à mulher, o que ocorreu na implantação da consulta de
enfermagem no pré-natal de baixo risco, na qualificação de enfermeiras
obstétricas para a rede municipal de saúde e no processo de criação e
implantação da Casa de Parto David Capistrano Filho, demonstrando que
os docentes tiveram papel relevante no processo de humanização e
desmedicalização da assistência à mulher .
SIM
07/03/10 Lilacs Progianti,
Jane Márcia;
Mouta,
Ricardo José
Oliveira.
A enfermeira
obstétrica: agente
estratégico na
implantação de
práticas do
modelo humanizado em
maternidades
Rev. enferm.
UERJ;17(2):165-
169, abr.-jun.
2009.
Estudo histórico-social que objetivou analisar as estratégias utilizadas para
implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz,
localizada no Rio de Janeiro. O período estudado foi de 1996 - 1998. As
fontes primárias constituíram-se de documentos oficiais da Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, uma dissertação de mestrado e o
depoimento de uma enfermeira, obtido através da entrevista semiestruturada. Os conceitos de Pierre Bourdieu apoiaram a análise que
seguiu três etapas: ordenação, classificação e articulação dos dados. Os
resultados apontaram que, durante o processo de inserção dos profissionais
no modelo humanizado, duas estratégias foram utilizadas: a realização de
oficinas de sensibilização e a nomeação de uma enfermeira obstétrica para
assessorar a implantação de práticas humanizadas. Concluímos que as
sensibilizações não foram eficientes para que os profissionais médicos
incorporassem os valores do modelo humanizado e a posição ocupada pela
enfermeira lhe conferiu poder simbólico no campo obstétrico humanizado.
SIM
07/03/10 Lilacs Santos,
Denise da
Silva;
Doulas na
assistência ao
parto: concepção
Esc. Anna
Nery Rev.
Estudo descritivo, exploratório. Objetivou descrever a concepção das
profissionais de enfermagem sobre a participação das doulas na assistência
à mulher no trabalho de parto. Utilizou abordagem qualitativa com
SIM
63
Nunes, Isa
Maria.
de profissionais
de enfermagem Enferm;13(3):58
2-589, jul.-set.
2009.
entrevista semiestruturada. Os sujeitos foram 11 auxiliares/técnicas de
enfermagem e 5 enfermeiras (os) atuantes no centro obstétrico de uma
maternidade pública em Salvador, Bahia. Os resultados apontaram para
três categorias: da ideia à realidade da iniciativa ôdoulas na sala de partoö;
facilidades e dificuldades com a presença destas. Constata-se que essa
iniciativa objetivou preencher a lacuna do acompanhante no centro
obstétrico da instituição. Dentre as facilidades identificadas, têm
relevância a substituição da família e o conforto físicoproporcionado à
mulher, e, como dificuldades, observam-se a indefinição do papel e a falta
de clareza no limite de atuação das doulas. Apreendeu-se que as depoentes
reconhecem a importância da atuação da doula, mas enfatizam problemas
decorrentes da forma de inserção das doulas no serviço.
07/03/10 Lilacs Brandão,
Sandra
Maria
Oliveira
Caixeiro.
Vivência do
acolhimento da
mulher
encaminhada da
Casa de Parto
David Capistrano
Filho à unidade de
referência
Rio de Janeiro;
s.n; 2008. 141 p.
ilus, tab.
Com base na Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural
proposta por Madeleine Leininger e fundamentada na diretriz do
acolhimento da Política Nacional de Humanização, este estudo de natureza
qualitativa objetivou discutir o acolhimento da mulher encaminhada da
Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF) para a unidade de
referência e descrever a vivência do parto desta mulher. Para tal, foi
utilizado como técnica de coleta de dados a entrevista em dois grupos
focais. Os sujeitos do estudo foram puérperas que realizaram o pré-natal na
CPDCF e que foram encaminhadas à unidade de referência por terem
desenvolvido o risco na gestação. De acordo com análise de conteúdo
proposta por Bardin, obtivemos como resultado duas grandes categorias: o
acolhimento da mulher encaminhada da CPDCF na unidade de referência e a vivência do processo de parto e nascimento da mulher encaminhada da
CPDCF para a unidade de referência. Os resultados apontam que o
encaminhamento à unidade de referência é fonte geradora da vivência do
choque cultural, envolvendo, principalmente, sentimentos de medo, receio,
tristeza e decepção. A pesquisa apontou que os partos aconteceram em um
contexto que distanciou a mulher de seus familiares, companheiros e bebê
afetando os vínculos e a formação dos laços de apego. Concluímos que o
acolhimento foi baseado em uma assistência medicalizada, rotineira,
fundamentado nas práticas do modelo tecnocrático, ainda vigente e atuante
na rotina assistencial da unidade de referência e que o atendimento na
unidade de referência não alcançou a essência da diretriz do acolhimento
do Ministério da Saúde.
SIM
07/03/10 Lilacs Carvalho,
Jovaca
Bittencourt
Atitude do pai
diante do
nascimento
Rev.
RENE;9(4):82-
O estudo teve o objetivo de compreender as atitudes do homem durante o
processo de parturição da companheira. Os dados foram obtidos através de
entrevista semi-estruturada junto a 10 homens que acompanharam o
NÃO
64
Leite de;
Brito,
Rosineide
Santana de.
90, out.-dez.
2008.
nascimento de seus filhos. Essa etapa ocorreu em duas maternidades no
município de Natal û RN no ano de 2004, as quais adotam o princípio da
humanização da assistência. Os depoimentos foram tratados conforme o
método de análise de conteúdo segundo Bardin. Desse processo emergiram
três categorias: atendendo às necessidades da companheira, presença do
companheiro na sala de parto e atitudes de agradecimentos, analisadas a
luz do interacionismo simbólico conforme Blumer. Os resultados
evidenciaram que os homens interagem com suas mulheres e respondem
com atitudes de cuidados, ajuda, apoio e encorajamento. Costatamos que
as atitudes do pai na sala de parto, são influenciadas mediante a interação
dele, com os profissionais que assistem a sua companheira no parto.
07/03/10 Lilacs Goldman,
Rosely
Erlach;
Nascimento,
Simone
Renata
Rodrigues;
Lotti, Raquel
Pacheco
Valente;
Santos,
Álvaro da
Silva.
A prática da
episiotomia no
parto humanizado
Nursing (São
Paulo);10(115):5
50-554, dez.
2007. ilus, graf.
O objetivo desta investigação é conhecer a frequência e a situação perineal
de parturientes. Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo, realizado em
um Centro de Parto Humanizado de um hospital público, localizado na
região sul da cidade de São Paulo, no período de agosto de 2004 a
setembro de 2005. Os dados foram obtidos no livro de registro de partos
aplicado um questionário à equipe de enfermeiras obstetras. Dentre os
principais resultados destacou-se que 77,8 por cento dos partos foram
realizados sem episiotomia, 53,3 por cento dos períneos foram íntegros e
45, 6 por cento com presença de trauma perineal. Os critérios adotados
para a realização da episiotomia pelas enfermeiras obstetras foram: rigidez
perineal, sofrimento fetal agudo, presença de mecônio e tamanho fetal. A
frequência de episiotomia no Centro de Parto Humanizado é considerada
adequada, e sua prática depende da experiência do profissional que assiste ao parto, o que conduz a um menor grau de intervenção.
NÃO
07/03/10 Lilacs Azevedo,
Leila Gomes
Ferreira de.
.
Estratégias de luta
das enfermeiras
obstétricas para
manter o modelo
desmedicalizado
na Casa de Parto
David Capistrano
Filho
Rio de Janeiro;
s.n; 2008. 112 p.
ilus.
Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, que teve como objeto as
estratégias de luta das enfermeiras obstétricas para preservar o espaço
institucional da CPDCF como lócus no desenvolvimento do cuidado
humanizado. Selecionou como objetivos: descrever o habitus profissional
das enfermeiras que atuam na CPDCF; analisar a posição das enfermeiras
obstétricas na CPDCF e no campo hospitalar e discutir as estratégias
utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para manterem o modelo
humanizado. Utilizou para apoiar a análise os conceitos de campo, habitus,
capital, violência simbólica e poder simbólico sob a ótica de Pierre
Bourdieu. A pesquisa foi realizada com quatorze enfermeiras que
trabalham na CPDCF. Os dados foram coletados através de entrevista semi
estruturada e analisados pelo método de análise de conteúdo de Bardin.
Foram evidenciadas duas categorias: 1) O habitus profissional das enfermeiras obstétricas que atuam na CPDCF profissional cujas
SIM
65
subcategorias expressaram os motivos da inserção na enfermagem e
enfermagem obstétrica, as disposições incorporadas pela enfermeira
obstétrica da CPDCF em sua formação profissional e a Renovação do
habitus; 2) A posição e estratégias utilizadas pelas enfermeiras obstétricas
para manterem o modelo da CPDCF, cujas subcategorias evidenciaram a
posição e estratégias utilizadas pelas enfermeiras na CPDCF e a posição e
estratégias utilizadas pelas enfermeiras da CPDCF no hospital de
referência. Os resultados evidenciaram que as enfermeiras obstétricas da
CPDCF utilizam estratégias eficientes para a manutenção do modelo
humanizado na casa e ocupam posição de prestígio porque o campo
favorece o desenvolvimento de suas habilidades de acordo com o seu
habitus desmedicalizado
07/03/10 Lilacs Mouta,
Ricardo José
Oliveira.
A reconfiguração
do espaço social
da Maternidade
Leila Diniz: a luta
das enfermeiras
obstétricas pela
implantação do
modelo
humanizado de
assistência ao
parto
Rio de Janeiro;
s.n; 2009. 131 p.
ilus.
Trata-se de um estudo de natureza histórico-social, cujo objeto é as
estratégias de luta das enfermeiras obstétricas pela ocupação do espaço
hospitalar de assistência ao parto durante o processo de implantação da
assistência humanizada na Maternidade Leila Diniz. A delimitação
temporal do estudo abrange o período de 1996 a 1998. Os objetivos da
pesquisa são: Descrever as circunstâncias da inserção das enfermeiras
obstétricas na assistência ao parto humanizado na Maternidade Leila
Diniz; Analisar as estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras
obstétricas para implantar as práticas humanizadas de assistência ao parto
na Maternidade Leila Diniz; e Discutir os efeitos das estratégias de luta
utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para implantar as práticas
humanizadas de assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz. O estudo apóia-se teoricamente nos conceitos desenvolvidos pelo sociólogo Pierre
Bourdieu e utilizou o método da história oral temática. Na análise, houve a
articulação de documentos escritos e depoimentos orais. Os resultados da
pesquisa evidenciam que a enfermeira obstétrica participou como agente
estratégico da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro com o
objetivo de divulgar e implantar o modelo humanizado na Maternidade
Leila Diniz; desenvolveu estratégias de luta simbólica eficientes para a
ocupação do campo pela enfermeira obstétrica e neste processo de
reconfiguração da assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz, ganhou
autonomia no campo obstétrico hospitalar
SIM
07/03/10 Lilacs Florentino,
Lucia
Cristina;
Gualda,
Dulce Maria
A participação do
acompanhante no
processo de
nascimento na
perspectiva de
Nursing (São
Paulo);10(110):3
19-323, jul. 2007.
ilus.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa direcionada para a melhoria da
assistência ao parto, com o objetivo de compreender a perspectiva dos
profissionais de enfermagem que atuam no centro-obstétrico do Hospital
Universitário da Universidade de São Paulo frente a um processo de
mudança organizacional. A mudança pró-ativa foi favorecer a participação
NÃO
66
Rosa.
humanização do acompanhante durante a internação da parturiente no centro obstétrico.
A coleta de dados ocorreu através de entrevistas, antes e após a mudança,
tendo suas análises levado ao reconhecimento e compreensão das
ansiedades e mecanismos de defesa individuais, das estratégias coletivas
de defesa/ aceitação frente aos problemas decorrentes dessa mudança. Na
primeira fase, os profissionais demonstraram insegurança surgindo, após a
implantação, experiências positivas que favoreceram o fortalecimento da
equipe.
07/03/10 Lilacs Rabelo,
Leila
Regina.
A competência
das enfermeiras
obstétricas na
atenção ao parto
normal hospitalar
Porto Alegre; s.n;
2006. 126 p.
Esta dissertação enfoca a percepção de enfermeiras obstétricas sobre sua
competência na atenção ao parto normal institucionalizado...
NÃO
07/03/10 Lilacs Silveira,
Joyce da
Costa;
Riesco,
Maria Luiza
Gonzalez.
Ensino da
prevenção e
reparo do trauma
perineal nos
cursos de
especialização em
enfermagem
obstétrica
Rev. enferm.
UERJ;16(4):512-
517, out.-dez.
2008.
O estudo teve como objetivo descrever os elementos que fundamentam o
ensino da assistência ao parto normal na prevenção e reparo do trauma
perineal nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica. Foi
desenvolvido com abordagem qualitativa, em 10 instituições de ensino que
ofereceram a especialização em enfermagem obstétrica no período de
1995-2005, no município de São Paulo. Foram entrevistados nove
coordenadores e 10 professores dessas instituições. As falas foram
submetidas à análise de conteúdo e categorizadas como: o trauma perineal e sua prevenção; e elementos que fundamentam o ensino da assistência ao
parto e do cuidado perineal. Constatou-se que os conhecimentos científico,
teórico e prático são indispensáveis e que o ensino não pode estar
desvinculado da prática. Essa prática deve ser feita em laboratório, com
todo o equipamento necessário para que o aluno adquira habilidade na
reparação do trauma perineal e deve propiciar a experiência no cuidado à
mulher durante o parto.
SIM
07/03/10 Lilacs Mouta,
Ricardo José
Oliveira;
Pilotto, Diva
Thereza dos
Santos;
Vargens,
Octavio
Muniz da
Costa;
Progianti,
Relação entre
posição adotada
pela mulher no
parto, integridade
perineal e
vitalidade do
recém-nascido.
Rev. enferm.
UERJ;16(4):472-
476, out.-dez.
2008. tab.
O objetivo deste estudo foi analisar os partos assistidos por enfermeiras
obstétricas, relacionando a posição da cliente adotada para o parto com a
preservação perineal e a vitalidade dos recém-nascidos, em uma
maternidade pública no município do Rio de Janeiro, em 2005. Constituiu-
se em estudo observacional descritivo, com abordagem quantitativa,
desenvolvido a partir da análise documental. Foram analisados os registros
de 1715 partos assistidos por enfermeiras obstétricas nessa instituição. Os
resultados mostraram que a escolha da posição vertical pelas parturientes
nos partos, assistidos por enfermeiras obstétricas, resultou em índice
menor de episiotomia. As lacerações perineais, quando ocorreram, foram
em sua maioria de primeiro grau. Nesses partos, o escore de Apgar no
SIM
67
Jane Márcia.
primeiro e quinto minutos foram sempre superiores a sete. O atendimento
realizado pelas enfermeiras obstétricas na instituição, oportunizando a
posição vertical, evidencia uma atitude menos intervencionista que protege
a integridade da mulher.
07/03/10 Lilacs Davi, Rejane
Marie
Barbosa; Torres,
Gilson de
Vasconcelos
; Caldas,
Rosângela
de Medeiros;
Dantas,
Janmilli da
Costa. /
Obstetric
Enfermeiras
obstétricas na
humanização do alívio da dor de
parto: um relato
de experiência
Nursing (São
Paulo)11(124):4
24-429, set. 2008.
Este estudo teve como objetivo relatar a experiência na humanização ao
parto vivenciada por enfermeiras obstétricas no alívio da intensidade da
dor de parturientes na fase ativa durante o trabalho de parto. Utilizamos estratégias não farmacológicas para o alívio da dor como as técnicas de
exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral,
deambulação e banho de chuveiro. O local de estudo foi a unidade de parto
de uma maternidade pública de Natal/RN, na Região Nordeste do Brasil.
Concluímos que as estratégias não farmacológicas utilizadas foram
efetivas no alívio da dor das parturientes durante a fase ativa do trabalho
de parto.
NÃO
07/03/10 Lilacs Pereira,
Adriana
Lenho de
Figueiredo;
Moura,
Maria
Aparecida
Vasconcelos
.
Relações de
hegemonia e o
conflito cultural
de modelos na
assistência ao
parto
Rev. enferm.
UERJ;16(1):119-
124, jan.-mar.
2008.
O artigo objetiva discutir as relações de hegemonia no conflito cultural dos
modelos e práticas assistenciais ao parto no sistema de saúde brasileiro,
segundo o referencial teórico de Gramsci. Foi fundamentado no conceito
de hegemonia e foi estabelecida sua relação com a discussão dos
princípios gerais dos modelos de assistência ao parto. A cultura
hegemônica é representada pelo modelo de parto medicalizado e a contra-
hegemonia foi instituída pelo movimento social denominado humanização
do parto e nascimento. O referencial de Gramsci esclarece quanto aos
aspectos ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de
hegemonia existentes no conflito de modelos assistenciais em saúde. Este
referencial adquire particular relevância para a enfermagem obstétrica
como agente da mudança cultural e na concretização do cuidado sensível e
humano à mulher e família que vivenciam o processo do nascimento.
NÃO
07/03/10 Lilacs Costa,
Rafael
Ferreira da.
As práticas
educativas na casa
de parto David
Capistrano Filho
sob a ótica do
cuidado cultural
Rio de Janeiro;
s.n; 2007. 72 p.
ilus.
Este estudo qualitativo resultou da experiência que adquiri como
enfermeiro obstetra da Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF).
Ali, passei a observar e questionar o porque naquele espaço, construído
para o desenvolvimento de ações sob a visão do modelo humanizado, as
enfermeiras obstétricas apóiam-se nas práticas de educação em saúde
como instrumento do cuidar. Os objetivos foram os seguintes: 1)Refletir
como as enfermeiras utilizam a educação em saúde como instrumento do
Cuidado Cultural; 2) Descrever as práticas educativas desenvolvidas na CPDCF; 3)Analisar as repercussões das práticas educativas na vida das
NÃO
68
mulheres cuidadas, na Casa de Parto, à luz dos conceitos de negociação e
reestruturação da Teoria do Cuidado Cultural. O referencial teórico
também enfocou a Educação em Saúde e seu encontro com o cuidado
cultural. As entrevistadas foram dezesseis mulheres que deram à luz e
participaram dos grupos educativos e das consultas puerperais da Casa de
Parto. A coleta de dados foi feita por meio da entrevista semi-estruturada
com a seguinte pergunta orientadora: ôQuais as repercussões das práticas
educativas vivenciadas na CPDCF em sua vida?ö Após a análise de
conteúdo foram identificadas duas categorias: 1) as repercussões das
práticas educativas sobre a vivência do ciclo gravídico-puerperal; 2) as
repercussões das práticas educativas nas atitudes e nos discursos das
mulheres e de suas famílias. Os resultados mostraram que as práticas
educativas foram reestruturantes na vivência tranqüila experimentada
durante a gestação, na formação do vínculo materno durante a gravidez, no
exercício da genitalidade na gestação, nas sensações vividas no parto, na
postura da mulher frente ao seu trabalho de parto e no cuidado do recém-
nascido.
07/03/10 Lilacs Lopes,
Alessandréa
Silva.
A vivência de
privacidade pelas
parturientes no
cotidiano
hospitalar: uma
contribuição para
o cuidar em enfermagem
obstétrica
Rio de Janeiro;
s.n; 2007. 69 p.
ilus.
No cotidiano das maternidades do município do Rio de Janeiro, apesar dos
esforços de alguns gestores públicos e das enfermeiras obstétricas,
presenciamos hospitais cheios, normas rígidas que obriga a mulher
despojar-se de suas roupas e de seus familiares. Nesse campo, a
enfermagem obstétrica está inserida no movimento de humanização que
tem se preocupado com a gravidez e parto como um direito reprodutivo.
Dentre os princípios que norteiam o cuidado das enfermeiras obstétricas, construídos por Progianti e Vargens (2004), destacamos o que diz que a
enfermeira obstétrica deve defender o respeito à privacidade e a segurança
da parturiente. Esse princípio está fundamentado na fisiologia do parto,
pois como explica Odent (2000), a mulher possui um mecanismo inato de
parir que não necessita de intervenções e requer um ambiente seguro, com
baixo estimulo racional e com privacidade. Assim, este estudo parte da
premissa que a vivencia da privacidade no trabalho de parto é fundamental
para a sua fisiologia e questiona como a mulher vivencia a privacidade no
cotidiano hospitalar que é um ambiente adverso para tal propósito. Esta
pesquisa teve como objeto a vivência de privacidade pelas parturientes no
cotidiano hospitalar e seus objetivos foram: analisar como as mulheres
compreendem a sua privacidade na experiência de parir no cotidiano
hospitalar e discutir as estratégias de vivência de privacidade pela
parturiente no cotidiano hospitalar. Utilizou-se como referencial teórico o
cotidiano e a privacidade por Michael Maffesoli (1984) e as estratégias de
SIM
69
enfrentamento do cotidiano desfavorável à privacidade classificadas por
ele. É um estudo descritivo com abordagem qualitativa no qual foram
realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez puérperas que pariram de
parto normal em uma maternidade municipal do Rio de Janeiro. Para a
categorização dos dados seguimos os passos da análise de conteúdo de
Bardin (1977).
07/03/10 Lilacs Pereira, Adriana
Lenho de
Figueiredo.
O processo de implantação da
caso de parto no
contexto do
Sistema Único de
saúde: uma
perspectiva do
referencial teórico
de Gramsci
Rio de Janeiro; s.n; dez. 2007.
xiii,169 p. ilus,
tab.
Estudou-se o processo de implantação da primeira Casa de Parto do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade do Rio de Janeiro através de
pesquisa qualitativa objetivando identificar os determinantes sócio-
culturais do processo de implantação da Casa de Parto; analisar as relações
de hegemonia e contra-hegemonia constituídas neste processo de
implantação e discutir suas implicações políticas para a enfermagem
obstétrica...
NÃO
07/03/10 Lilacs Parada,
Cristina
Maria
Garcia de
Lima;
Tonete, Vera
Lúcia
Pamplona.
O cuidado em
saúde no ciclo
gravídico-
puerperal sob a
perspectiva de
usuárias de
serviços públicos
Interface
comun. saude
educ;12(24):35-
46, jan.-mar.
2008.
O objetivo do trabalho foi apreender as representações sociais de puérperas
sobre o cuidado em saúde no período pré-natal, no parto e no puerpério,
em um contexto regional de serviços públicos de saúde do interior paulista.
Seguindo a abordagem de pesquisa qualitativa, os dados foram colhidos
por meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas em 2004, e
organizados segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo, tendo o
Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) como
referencial teórico para discussão dos resultados. A perspectiva das
puérperas sobre o cuidado em saúde no ciclo gravídico-puerperal
evidenciou a importância das relações interpessoais, a essencialidade da
qualidade técnica do atendimento e a propriedade da percepção de que o
sujeito da atenção é a mulher e, como tal, dela deve participar
efetivamente. Conclui-se que as diretrizes do PHPN devem ser
incorporadas de forma mais ampla nas práticas de saúde voltadas à mulher,
recomendando-se a adoção de indicadores específicos para avaliação das
dimensões do cuidado evidenciadas por este estudo.
SIM
07/03/10 Lilacs Arivabene,
João Carlos.
Método mãe-
canguru:
vivências
maternas e
contribuições para
a enfermagem
Rio de Janeiro;
s.n; dez. 2007.
ix,107 p. graf.
Estudo de natureza qualitativa, tendo como objeto "as vivências das mães
no Método Mãe-Canguru" e como objetivos: descrever as vivências das
mães no MMC, analisar as vivêncais das mães à luz dos princípios do
MMC e discutir as contribuições das mães a partir dos significados das
vivências no MMC para as ações de enfermagem. Como referencial
teórico, utilizamos as normatizações de atenção humanizada ao recém-
nascido de baixo-peso e, também, da Maternidade Segura do Ministério da Saúde.
NÃO
70
07/03/10 Lilacs Machado,
Nilce Xavier
de Souza;
Praça, Neide
de Souza. (
Centro de parto
normal e
assistência
obstétrica
centrada nas
necessidades da
parturiente
Rev. Esc.
Enferm.
USP;40(2):274-
279, jun. 2006.
Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo
de assistência ao parto e nascimento (assistência humanizada), e
trabalhando como enfermeira obstétrica em um Centro de Parto Normal,
surgiu o questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas
conotações dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade
de divulgar nossa proposta de substituição da expressão ôassistência
humanizada ao partoö, por ôassistência obstétrica centrada nas
necessidades da parturienteö, e de discorrer como essa assistência é
prestada no Centro de Parto Normal do Hospital Geral de Itapecerica da
Serra (SP), que segue um protocolo de condutas obstétricas e normas
preconizadas pelo Ministério da Saúde.
SIM
07/03/10 Lilacs Barros, Lena
Maria; Silva,
Raimunda
Magalhães
da.
Atuação da
enfermeira na
assistência à
mulher no
processo de
parturição
Texto &
contexto
enferm;13(3):37
6-382, jul.-set.
2004.
Nosso objetivo neste trabalho foi conhecer a atuação da enfermeira de
centro obstétrico na assistência à mulher no processo de parturição. É um
estudo de campo do tipo descritivo, realizado em quatro maternidades
públicas de São Luís - MA, de abril a julho de 2002, após consentimento
dos sujeitos, respeitando os aspectos éticos. Participaram do estudo, 21
enfermeiras de Centro Obstétrico. O agrupamento das falas feito pela
técnica de Análise de Conteúdo possibilitou a organização da categoria
ôatuação da enfermeira na assistência à mulher no processo de parturiçãoõ
com as sub-categorias: assistência temporal na trajetória do nascimento e
maneira de cuidar na trajetória natural do nascimento. Ao término do
estudo, evidenciamos que a enfermeira de centro obstétrico atua junto a
mulher com ações diretas e passivas (observando, protegendo); indiretas
(administrando) e com participação mais efetiva, tomando decisões e influenciando a ação e o comportamento desta (oferecendo cuidado
solidário e obstétrico)
NÃO
07/03/10 Lilacs Moura,
Escolástica
Rejane
Ferreira;
Silva, Raimunda
Magalhães
da.
Assistência
humanizada ao
parto a partir de
uma história de
vida tópica
Acta paul.
enferm;17(2):14
1-147, abr.-jun.
2004.
Trata-se de pesquisa do tipo estudo de caso, que tomou por base uma
história de vida tópica experienciada na década de 80, trazendo por
objetivo refletir sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento
em nosso meio, no sentido de provocar e estimular aqueles que lidam
nessa área do cuidado para desenvolverem uma assistência menos violenta. A história de vida revelou sérios obstáculos à qualidade da assistência
obstétrica que, analisados à luz da humanização, foram identificados como
atitudes desrespeitosas, negligentes e violentas, devendo ser banidas do
campo do cuidado à saúde, o que parece estar, infelizmente, ainda se
repetindo no cenário da assistência obstétrica no Brasil, o que se constata
na fala de mulheres e na mobilização do Ministério da Saúde pela
humanização do parto e nascimento, através do lançamento de um
programa de âmbito nacional. Vale destacar o investimento na formação
NÃO
71
de enfermeiras obstétricas, reconhecendo-as como profissionais que
legalmente podem realizar o parto normal sem distorcia, bem como a
necessidade das próprias mulheres exercerem sua cidadania, no sentido de
exigirem seus direitos relacionados à saúde reprodutiva.
07/03/10 Lilacs Silva,
Larissa
Mandarano da; Clapis,
Maria José.
Compreendendo a
vivência materna
no primeiro contato com seu
filho na sala de
parto
Acta paul.
enferm;17(3):28
6-291, jul.-set.
2004.
A literatura demonstra que a humanização da assistência ao parto favorece
o desenvolvimento natural da relação mãe-filho nos primeiros minutos de
vida, resultando no fortalecimento de seus vínculos e reduzindo danos em longo prazo. O primeiro contato entre mãe e filho em sala de parto,
preconizado como um dos procedimentos para humanização da
assistência, possibilita uma relação intensa após o nascimento e a
formação do vínculo materno. Este primeiro contato permancerá na
memória de ambos, devendo ocorrer com harmonia, calma e tranquilidade.
OBJETIVO: compreender a vivência materna no primeiro contato mãe-
filho após o parto. METODOLOGIA: os dados foram obtidos por meio de
uma entrevista semi-estruturada, partindo da questão norteadora: Como foi
seu primeiro contato com o bebê? Participaram do estudo 12 puérperas
assistidas em uma maternidade conveniada ao Sistema Único de Saúde, no
município de Ribeirão Preto, São Paulo. A análise baseou-se na proposta
de interpretação qualitativa, através do método de análise de conteúdo
proposto por Bardin (1977). RESULTADOS: foram identificadaas as
categorias temáticas: "as condições de parto interferindo no contato
imediato mãe-filho" e "as vivências maternas no primeiro contato com o
recém-nascido". Os dados expressaram aspectos positivos do primeiro
contato mãe-filho em sala de parto, reduzindo a ansiedade materna. O tipode parto interfere no primeiro contato, sendo que a cesárea e alguns
procedimentos como a analgesia e episiotomia dificultam o primeiro
contato mãe-filho, interferindo no estabelecimento dos laços afetivos.
NÃO
07/03/10 Lilacs Wolff, Leila
Regina.
Representações
sociais de
mulheres sobre
assistência no trabalho de parto
e parto
Rio de Janeiro;
s.n; dez. 2004.
198 p. tab, graf.
A pesquisa teve como objeto de estudo as representações das mulheres
sobre a assistência no trabalho de parto e parto, utilizando-se da Teoria das
Representações Sociais, e como objetivos descrever, analisar e discutir as
representações das mulheres sobre essa assistência com perspectivas de humanização..
NÃO
07/03/10 Lilacs Progianti,
Jane Márcia;
Vargens,
Octavio
Muniz da Costa.
As enfermeiras
obstétrcias frente
ao uso de
tecnologias não
invasivas de cuidado como
Esc. Anna
Nery Rev.
Enferm;8(2):194
-197, ago. 2004.
O presente trabalho apresenta o olhar de enfermeiras obstétricas sobre o
processo de desmedicalização da assistência ao parto considerando o uso
de tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem. Mostra uma
concepção ecológica de parto que compreende o não invadir a natureza,
portanto, o parto como um evento fisiológico, natural. Aponta esse raciocínio como sendo hoje absolutamente contrário ao pensamento
NÃO
72
estratégias na
desmedicalização
do parto
mecanicista que deu origem à obstetricia médica. Apresenta e define
tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem obstétrica. Conclui
defendendo o emprego dessas tecnologias na assistência ao parto como
alternativa segura e eficaz no processo de sua desmedicalização
07/03/10 Lilacs Castro,
Jamile Claro
de; Clapis, Maria José.
Parto humanizado
na percepcão das
enfermeiras obstétricas
envolvidas com a
assistência ao
parto
Rev. latinoam.
enferm;13(6):96
0-967, nov.-dez.
2005.
O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar
a percepcão das enfermeiras obstétricas sobre humanizacão da assistência
ao parto, bem como evidenciar, através dos discursos, as acões desenvolvidas no processo de nascimento e os fatores dificultadores da
implementacão dessa assistência. Foram sujeitos deste estudo 16
enfermeiras de uma maternidade do interior do Estado de São Paulo.
Seguindo a proposta do Discurso do Sujeito Coletivo, os dados foram
coletados através de entrevistas semi-estruturadas, microgravadas,
transcritas e organizadas para tabulacão e análise. As enfermeiras
entrevistadas relataram que o processo de humanizacão se deu como uma
estratégia política que objetiva a melhoria da assistência e o resgate do
parto mais natural possível e que acreditam na necessidade de mudanca de
paradigma para que o processo se concretize. Os resultados evidenciaram,
ainda, que as enfermeiras se apresentam mais integradas ao parto como um
processo e não como um evento
SIM
07/03/10 Lilacs Davim,
Rejane
Marie
Barbosa;
Bezerra,
Luiz
Gonzaga de
Medeiros.
Assistência à
parturiente por
enfermeiras
obstétricas no
Projeto
Midwifery: um
relato de
experiência
Rev. latinoam.
enferm;10(5):72
7-732, set.-out.
2002.
Este estudo destaca os modelos assistenciais de enfermagem que
valorizam a mulher no processo do trabalho de parto, parto e nascimento.
Descreve a assistência humanizada prestada à parturiente por enfermeiras
obstétricas no Projeto Midwifery de uma maternidade escola. Ressalta que
a prática desses modelos possibilita a participacão ativa do enfermeiro no
processo de trabalho de parto, parto e nascimento, proporcionando,
fundamentalmente, satisfacão à parturiente e ao profissional
SIM
(indisponível
no momento)
Tabela da Scielo
Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto
compl.
26/03 scielo Parto
humanizado
Oliveira,
Zuleyce Maria
Lessa Pacheco
de and
Vivenciando o parto
humanizado: um
estudo fenomenológico
sob a ótica de
Rev. esc. enferm.
USP, Jun 2002,
vol.36, no.2,
p.133-140. ISSN
Este estudo teve por objetivo compreender o que significa para as
adolescentes passarem pelo parto dito humanizado. Paraisso, utilizei a
fenomenologia como trajetória de pesquisa, para chegar a essência do
fenômeno. Participaram do estudooito adolescentes que foram atendidas no
sim
73
Madeira,
Anézia
Moreira Faria
adolescentes.
0080-6234 Hospital Sofia Feldman, instituição filantrópica, sem fins lucrativos -
BeloHorizonte/MG. Para a coleta de dados utilizei observação de campo e
entrevista aberta. O estudo possibilitou apreender trêscategorias de análise:
Pré-parto/Parto: o corpo sendo controlado; Pré-parto/Parto: misto de dor e de
prazer; PartoHumanizado: a assistência esperada e desejada.
26/03 scielo Parto
humanizado
Hoga, Luiza
Akiko Komura.
Casa de parto:
simbologia e princípios assistenciais.
Rev. bras.
enferm., Out 2004, vol.57,
no.5, p.537-540.
ISSN 0034-7167
A primeira Casa de Parto vinculada ao Programa Saúde da Família possui
simbologia específica. Objetivou-se identificar os símbolos que permeiam as idéias, crenças, valores e práticas e os princípios que orientam a assistência
prestada na Casa de Parto. O método de pesquisa foi a etnografia e a história
oral temática, o recurso empregado para entrevistar enfermeiras obstétricas da
Casa. Resultados: A Casa possui o valor simbólico da inovação da assistência
ao parto e o cuidado humanizado à gestante é o princípio que norteia as
práticas. Considerações finais: A simbologia da Casa e as práticas de cuidado
desenvolvidas constituem referência às demais Casas de parto em proposição
no Brasil e devem ser conhecidas pelas enfermeiras obstétricas.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Castro, Jamile
Claro de and
Clapis, Maria
José
Parto humanizado na
percepção das
enfermeiras obstétricas
envolvidas com a assistência ao parto.
Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Dez
2005, vol.13,
no.6, p.960-967.
ISSN 0104-1169
O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar a
percepção das enfermeiras obstétricas sobre humanização da assistência ao
parto, bem como evidenciar, através dos discursos, as ações desenvolvidas no
processo de nascimento e os fatores dificultadores da implementação dessa
assistência. Foram sujeitos deste estudo 16 enfermeiras de uma maternidade
do interior do Estado de São Paulo. Seguindo a proposta do Discurso do
Sujeito Coletivo, os dados foram coletados através de entrevistas semi-
estruturadas, microgravadas, transcritas e organizadas para tabulação e
análise. As enfermeiras entrevistadas relataram que o processo de
humanização se deu como uma estratégia política que objetiva a melhoria da
assistência e o resgate do parto mais natural possível e que acreditam na
necessidade de mudança de paradigma para que o processo se concretize. Os
resultados evidenciaram, ainda, que as enfermeiras se apresentam mais
integradas ao parto como um processo e não como um evento.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Reis, Adriana
Elias dos and
Patrício,
Zuleica Maria
Aplicação das ações
preconizadas pelo
Ministério da Saúde
para o parto
humanizado em um
hospital de Santa Catarina.
Ciênc. saúde
coletiva, Dez
2005, vol.10,
p.221-230. ISSN
1413-8123
A mudança do cenário domiciliar do nascimento para o hospitalar fez emergir
nova cultura de atendimento à mulher parturiente, provocando desvalorização
do potencial do cuidado humano, em suas características culturais e afetivas, e
gerando desconforto e até agravos à saúde da mulher e do seu recém-
nascido.Tendo em vista essa realidade, o Ministério da Saúde criou diretrizes
para orientar as ações das equipes de saúde no processo de parir. O foco deste
estudo foi analisar, de forma qualitativa, a aplicação dessas ações
preconizadas em um centro obstétrico de um hospital do Estado de Santa
Catarina. Participaram como sujeitos do estudo onze parturientes e seus recém-nascidos e acompanhantes e os profissionais da equipe de saúde que
sim
74
atenderam essas mulheres. A análise dos dados, levantados por observação
participante, entrevista e análise documental, mostrou limitações da equipe de
saúde para incorporar as referidas diretrizes no cotidiano da assistência, bem
como das gestantes e acompanhantes em estimular essa prática, especialmente
pelo desconhecimento que têm de seus direitos. Isto reforça a importância
dessas diretrizes serem trabalhadas no pré-natal junto às gestantes e seus
familiares.
26/03 scielo Parto
humanizado
Carraro,
Telma Elisa et
al.
Cuidado e conforto
durante o trabalho de
parto e parto: na busca
pela opinião das mulheres.
enferm., 2006,
vol.15, no.spe,
p.97-104. ISSN
0104-0707
A obstetrícia moderna considera o parto um evento médico-cirúrgico e adota
um modelo de assistência tecnicista. Esperava-se que os avanços tecnológicos
auxiliassem o trabalho dos cuidadores, proporcionando condições e tempo
para ser e estar junto à parturiente. No entanto, esse avanço tecnológico e
científico mostra uma enorme fragilidade no que se refere ao cuidado.
Realizou-se uma pesquisa quali-quantitativa, descritiva prospectiva, que
avaliou a opinião das mulheres puérperas sobre os métodos utilizados para seu
cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto. Este trabalho é um
recorte dos dados qualitativos, focando os sentimentos das mulheres puérperas
durante esta vivência. Com os resultados, pretende-se contribuir na adaptação
dos métodos de cuidado e conforto, proporcionando um trabalho de parto
humanizado, reforçando na parturiente a confiança em si mesma e na equipe,
facilitando e incentivando o parto normal e o exercício saudável da
sexualidade, bem como a prevenção das mortes maternas.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Rolim, Karla
Maria
Carneiro and
Cardoso,
Maria Vera
Lúcia Moreira
Leitão
O discurso e a prática
do cuidado ao recém-
nascido de risco:
refletindo sobre a atenção humanizada.
Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Fev
2006, vol.14,
no.1, p.85-92.
ISSN 0104-1169
Este estudo identificou a opinião da enfermeira acerca da humanização do
cuidado ao récem-nascido (RN) de risco na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN) e a seus familiares. Foi utilizado como referencial teórico-
metodológico a Teoria de Paterson e Zderad (1976). O cenário para execução
desse estudo foi a UTIN de uma maternidade pública na cidade de Fortaleza-
CE, no período de abril a julho de 2003. Os sujeitos da pesquisa foram seis
enfermeiras atuantes na UTIN. Realizou-se entrevistas com as enfermeiras
participantes do estudo. As temáticas extraídas dos discursos das participantes
foram: humanização, sensibilização, conscientização e cuidado. Conclui-se
que, no cuidado humanizado de bebês de alto risco, é imprescindível a comunhão do discurso com a prática.
sim
26/03 Scielo Parto
humanizado
Osawa, Ruth
Hitomi,
Riesco, Maria
Luiza
Gonzales and
Tsunechiro, Maria Alice
Parteiras-enfermeiras e
Enfermeiras-parteiras:
a interface de profissões afins, porém distintas.
Rev. bras.
enferm., Out
2006, vol.59,
no.5, p.699-702.
ISSN 0034-7167
Em 2005, com a criação do Curso de Graduação em Obstetrícia da
Universidade de São Paulo, as discussões em torno dos modelos de formação
de profissionais não-médicos para a assistência ao parto foram reaquecidas. O
objetivo do estudo é aprofundar a compreensão do significado da retomada do
referido Curso no momento atual da assistência ao parto e nascimento. Os
eventos do passado que influenciaram nos modelos de assistência ao parto por não-médicos foram considerados: a aprovação da lei das parteiras na
sim
75
Inglaterra, em 1902, com a inclusão de sua prática ao sistema de saúde oficial,
a marginalização do trabalho da parteira tradicional nos Estados Unidos da
América e os momentos emblemáticos das disputas de enfermeiras e
obstetrizes (parteiras) no Brasil.
26/03 scielo Parto
humanizado
Dias, Marcos
Augusto
Bastos and Deslandes,
Suely Ferreira
Expectativas sobre a
assistência ao parto de
mulheres usuárias de uma maternidade
pública do Rio de
Janeiro, Brasil: os
desafios de uma política
pública de
humanização da
assistência
Cad. Saúde
Pública, Dez
2006, vol.22, no.12, p.2647-
2655. ISSN 0102-
311X
Analisamos as expectativas de gestantes, usuárias de uma maternidade pública
no Município do Rio de Janeiro, Brasil, sobre a assistência que receberam no
parto e a avaliação que fazem do atendimento recebido em partos anteriores. A metodologia pautou-se pela análise temática de entrevistas realizadas entre
o oitavo e o nono mês de gravidez. Foram analisadas informações das
mulheres sobre humanização da assistência ao parto, experiências relativas à
assistência recebida em parto(s) anterior(es), seu ideal de atendimento ao
parto eminente e sobre a atenção da equipe de saúde. Os resultados mostram
que as expectativas estão centradas em três elementos principais: admissão
rápida na internação, garantia de vaga na maternidade e o atendimento por
uma equipe atenciosa e competente que cuide de sua saúde e do seu bebê. As
informações discordantes sobre a qualidade da assistência na maternidade
trazem para essas mulheres uma tensão a mais nesse momento já que, a seu
ver, a qualidade do cuidado dependerá mais de sorte do que da rotina
institucional. A partir dessas expectativas, os autores avaliam os desafios da
política de humanização da assistência ao parto em implantação nesse
município.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Brüggemann,
Odaléa Maria,
Osis, Maria
José Duarte
and Parpinelli,
Mary Angela
Apoio no nascimento:
percepções de
profissionais e
acompanhantes escolhidos pela mulher.
Rev. Saúde
Pública, Fev
2007, vol.41,
no.1, p.44-52.
ISSN 0034-8910
Descrever a percepção de profissionais da saúde sobre prestar assistência à
parturiente na presença do acompanhante por ela escolhido, e a percepção dos
acompanhantes sobre essa experiência. MÉTODOS: Realizou-se estudo
qualitativo, a partir de ensaio clínico randomizado controlado. A amostra
estudada foi intencional e definida por saturação de informação. Foram
entrevistados 11 profissionais da saúde e 16 acompanhantes no centro
obstétrico de uma maternidade em Campinas, SP, de outubro de 2004 a março
de 2005. Empregou-se a técnica de análise temática de discurso, utilizando-se
as figuras metodológicas: idéia central, expressões-chave e o discurso do
sujeito coletivo. RESULTADOS: Entre as idéias centrais dos profissionais destacaram-se: não houve diferença em prestar assistência com acompanhante
durante o trabalho de parto e parto; com o acompanhante ocorreram mudanças
positivas na assistência; o acompanhante dá apoio emocional à parturiente,
que fica mais satisfeita, segura e tranqüila; existem muitos aspectos positivos
no comportamento e participação das parturientes com acompanhante; o
acompanhante não causou problema e fez o profissional ter atitude mais
humana e menos rotineira. As principais idéias centrais dos acompanhantes
foram: sentimentos positivos, emoção, satisfação com a experiência; poder
sim
76
ajudar ao dar apoio emocional; sentir-se bem recebido pelos profissionais.
CONCLUSÕES: Os profissionais da saúde consideraram importante o apoio
do acompanhante não tendo sido observado problema em prestar assistência
na sua presença. Os acompanhantes se sentiram satisfeitos e recompensados
com a experiência. Não foram detectados conflitos de opinião entre os
envolvidos.
26/03 scielo Parto humanizado
Pereira, Adriana
Lenho de
Figueiredo et
al.
Pesquisa acadêmica sobre humanização do
parto no Brasil:
tendências e contribuições.
Acta paul. enferm., Jun 2007,
vol.20, no.2,
p.205-215. ISSN
0103-2100
Realizamos um levantamento das pesquisas acadêmicas brasileiras dos programas de pós-graduação stricto sensu acerca da humanização do parto e
nascimento, de forma a identificar a distribuição temporal, regional, por
abordagem metodológica e área de conhecimento, e analisar as contribuições
desta produção acadêmica para a prática assistencial. MÉTODOS: Pesquisa
exploratória e descritiva. Os dados foram coletados através dos resumos de
teses e dissertações disponíveis em bases de dados de bibliotecas virtuais,
BIREME e CAPES. RESULTADOS: Foram encontradas 26 dissertações e 4
teses no período de 1987 a 2004. A maioria (20; 66,7%) foi desenvolvida em
programas de pós-graduação da região Sudeste. Mais da metade (16; 53,3%)
do total foi realizada em programas de pós-graduação de enfermagem. A
metodologia qualitativa foi a mais utilizada (25; 80%). Os aspectos ético-
políticos da assistência predominaram (20; 66,7%) sobre os aspectos técnicos
nas sínteses dos resultados e conclusões das pesquisas estudadas.
CONCLUSÃO: As pesquisas de pós-graduação propõem mudança de
paradigma técnico-científico, na formação profissional, na atitude profissional
frente aos direitos humanos e sociais, e uma redefinição de papeis
profissionais das enfermeiras e parteiras.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Guimarães,
Elisângela
Euripedes
Resende,
Chianca,
Tânia Couto
Machado and Oliveira,
Adriana
Cristina de
INFECÇÃO
PUERPERAL SOB A
ÓTICA DA
ASSISTÊNCIA
HUMANIZADA AO
PARTO EM
MATERNIDADE PÚBLICA
Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Aug
2007, vol.15,
no.4, p.536-542.
ISSN 0104-1169
Trata-se de estudo epidemiológico, tipo coorte, prospectivo e não concorrente,
sobre infecção puerperal sob a ótica da assistência humanizada ao parto.
Objetivou-se caracterizar as puérperas submetidas ao parto humanizado;
determinar a incidência das infecções puerperais, bem como o intervalo de
manifestação, além de verificar a associação entre a infecção e os fatores de
risco. Os dados foram obtidos de 5.178 prontuários de puérperas que
passaram pela experiência do parto humanizado. Verificou-se taxa de incidência de infecção puerperal acumulada de 2,92%. Os fatores de risco
associados à infecção puerperal na modalidade de parto cesáreo foram a
duração do trabalho de parto (p = 0,002) e o número de toques (p = 0,011).
Nenhuma variável se comportou como fator de risco para infecção na
modalidade parto normal; porém, o parto cesariano comportou-se como
importante fator de risco para a infecção puerperal (p = 0,000). Considerando
que o modelo atual de assistência humanizada ao parto tem buscado mudança
de paradigma nas práticas assistenciais, sendo bastante favorável ao parto
Sim
ingles
77
normal, acredita-se que esse modelo possa estar contribuindo diretamente para
a redução nos índices de infecção puerperal. Reforça-se aqui a necessidade de
estimular a realização de partos normais e a diminuição de cesarianas.
26/03 scielo Parto
humanizado
Nascimento,
Enilda
Rosendo do,
Rodrigues, Quessia Paz
and Almeida,
Mariza Silva
Indicadores de qualidade
da assistência pré-natal
em Salvador - Bahia
Acta paul.
enferm., Sept
2007, vol.20,
no.3, p.311-315. ISSN 0103-2100
OBJETIVO: Analisar indicadores de qualidade da assistência pré-natal
prestada por serviços públicos de saúde de Salvador/Ba, após a implantação
do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN).
MÉTODOS: Estudo quantitativo realizado nas unidades básicas de saúde de Salvador que aderiram ao Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento . RESULTADOS: Baixo percentual de gestantes inscritas no
Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento realizaram seis
consultas de pré-natal (9,76%); mais da metade dessas mulheres realizaram
todos exames básicos e houve baixo percentual das que compareceram à
consulta de puerpério (5,66%). Ademais, apenas 5,66% concluíram a
assistência pré-natal. CONCLUSÃO: assistência pré-natal em Salvador,
prestada através do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento no
ano 2002, caracteriza-se por baixa cobertura pelas unidades de saúde tanto de
consultas pré-natais quanto de exames básicos e consulta puerperal
Sim
ingles
26/03 scielo Parto
humanizado
DAVIM,
Rejane Marie
Barbosa
TORRES,
Gilson de
Vasconcelos
e MELO,
Eva Saldanha
de.
Estratégias não
farmacológicas no
alívio da dor durante o trabalho de parto: pré-
teste de um
instrumento
Rev. Latino-Am.
Enfermagem
[online]. 2007,
vol.15, n.6, pp.
1150-1156. ISSN
0104-1169. doi:
10.1590/S0104-
11692007000600
015.
Estudo descritivo objetivando avaliar a efetividade de Estratégias Não
Farmacológicas (ENF) no alívio da dor de parturientes para fazerem parte de
um instrumento de pesquisa a ser utilizado em tese de doutoramento. Para
avaliar as ENF, utilizou-se a Escala Analógica Visual (EAV) com 30
parturientes, tendo como local de pesquisa a unidade de parto humanizado de
uma maternidade escola em Natal, RN. Verificou-se que, das seis ENF
(exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral,
banho de chuveiro, deambulação e balanço pélvico), duas foram excluídas
após o pré-teste (deambulação e balanço pélvico), por apresentarem
dificuldades de aceitação pelas parturientes. As demais (exercícios
respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de
chuveiro), com índices satisfatórios de aceitação e efetividade, demonstraram
ser efetivas na redução da dor dessas parturientes, sendo, portanto, adequadas
para a utilização no instrumento de coleta de dados na tese de doutoramento.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
Merighi,
Miriam
Aparecida
Barbosa,
Carvalho,
Geraldo Mota
de and Suletroni,
O processo de parto e
nascimento: visão das
mulheres que posuem
convênio saúde na
perspectiva da
fenomenologia social
Acta paul.
enferm., Dez
2007, vol.20,
no.4, p.434-440.
ISSN 0103-2100
OBJETIVO: Este estudo objetivou compreender o processo de parto e
nascimento na perspectiva das mulheres que possuem convênio saúde.
MÉTODOS: A partir das questões norteadoras: Como foi o processo de
parto? Fale-me da assistência que recebeu. Foi como esperava?, analisou-se os
dados segundo o referencial da Fenomenologia Social. RESULTADOS: Os
resultados mostraram que essas mulheres puderam opinar sobre o tipo de
parto, contar com a presença do marido na sala de parto e confiar no profissional que a assistiram. Para essas mulheres a experiência foi
sim
78
Vivian Pontes maravilhosa e gratificante. CONCLUSÕES: A vivência do processo de parto
e nascimento, na perspectiva das mulheres que possuem convênio saúde
difere dos sentimentos vivenciados pelas mulheres que não têm acesso a este
tipo de atendimento. No entanto, independente do plano de saúde, não se pode
negligenciar nem os direitos das usuárias, nem os deveres de uma assistência
digna, que possa viabilizar o atendimento humanizado.
26/03 scielo Parto humanizado
Nagahama, Elizabeth
Eriko Ishida
and Santiago,
Silvia Maria
Humanização e eqüidade na atenção ao
parto em município da região Sul do Brasil.
Acta paul. enferm., 2008,
vol.21, no.4,
p.609-615. ISSN
0103-2100
OBJETIVOS: Identificar fatores associados à qualidade da atenção e possíveis predisponentes de iniqüidades no cuidado ao parto, a partir das
características sócio-demográficas e obstétricas de mulheres atendidas em
dois hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no município de
Maringá-Paraná. MÉTODOS: Estudo transversal, conduzido mediante
pesquisa em prontuário hospitalar e entrevistas com 569 puérperas. Sete
indicadores de qualidade classificaram a assistência em excelente, boa,
regular e insatisfatória. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para estabelecer
associação entre variáveis. RESULTADOS: As mulheres eram jovens, com
companheiro fixo, ensino médio completo, sem atividade econômica
remunerada e de baixo nível sócio-econômico. A iniqüidade no cuidado foi
marcada pela oferta desigual dos procedimentos que qualificam a atenção,
determinada por fatores individuais, contextuais e, especialmente, relacionada
às práticas assistenciais. CONCLUSÃO: Três características compuseram o
perfil da parturiente que se beneficiou de atenção mais qualificada: ter menos
de 19 anos, ensino médio completo e não ter antecedentes de cesariana.
sim
26/03 scielo Parto
humanizado
MABUCHI,
Alessandra
dos Santos e
FUSTINONI,
Suzete Maria.
O significado dado pelo
profissional de saúde
para trabalho de parto e parto humanizado.
Acta paul. enferm.
[online]. 2008,
vol.21, n.3, pp.
420-426. ISSN
0103-2100. doi:
10.1590/S0103-
21002008000300
006.
OBJETIVO: Compreender o significado que o profissional de saúde que
atende a parturiente, dá para trabalho de parto e parto humanizado.
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com perspectiva
fenomenológica. Foram entrevistados sete médicos e quatro enfemeiras que
atuavam no Centro Obstétrico de um hospital público do Município de São
Paulo. RESULTADOS: Após a análise dos dados emergiram dois subtemas:
Compreendendo trabalho de parto e parto humanizado como um conjunto de
medidas assistenciais e de comportamento diferenciado, e Identificando falhas
na busca de humanização da assistência, os quais ao serem sintetizados deram origem ao fenômeno maior da experiência dos sujeitos: Vivenciando a
desarmonia entre teoria e prática na busca pela humanização da assistência.
CONCLUSÃO: O estudo evidenciou que ainda há discordância referente ao
que se entende por parto humanizado e o que se realiza na prática. A
humanização continua sendo uma política governamental longe de se tornar
eficaz, não apenas pelos déficits na infra-estrutura ou escassez financeira, mas
pela carência de contato com a temática, contribuindo para que a assistência,
oferecida seja, muitas vezes, despersonalizada e desumana.
79
26/03 scielo parto
humanizado
Grangeiro,
Gisele
Ribeiro,
Diógenes,
Maria
Albertina
Rocha and
Moura,
Escolástica
Rejane
Ferreira
Atenção Pré-Natal no
Município de Quixadá-
CE segundo
indicadores de processo do SISPRENATAL.
Rev. esc. enferm.
USP, Mar 2008,
vol.42, no.1,
p.105-111. ISSN
0080-6234
Pesquisa descritiva, documental, que objetivou analisar os indicadores de
processo do Sistema de Informação do Pré-natal (SISPRENATAL), em
Quixadá-CE. Estudaram-se 1.544 cadastros de gestantes no período de 2001 a
2004. Os dados foram coletados de fevereiro a abril de 2005 no
SISPRENATAL, implantado no setor de Epidemiologia da Secretaria
Municipal de Saúde. Os resultados foram apresentados em tabela única e
analisados à luz da literatura atual e experiência acumulada das autoras.
Verificou-se percentual crescente de gestantes com indicador de, no mínimo,
seis consultas, todos os exames básicos, teste anti-HIV, imunização
antitetânica e consulta puerperal de 2001 a 2004, ou seja, zero, 2,6, 5,68 e
21,11%, respectivamente. É necessário, pois, uma melhora na utilização do
Sistema, assim como a leitura sistemática dos indicadores de processo, no
sentido de obter subsídios para a melhoria da qualidade da assistência pré-
natal.
SIM
26/03 scielo parto
humanizado
Parada,
Cristina Maria
Garcia de
Lima and
Tonete, Vera
Lúcia
Pamplona
O cuidado em saúde no
ciclo gravídico-
puerperal sob a
perspectiva de usuárias
de serviços públicos
Interface
(Botucatu), Mar
2008, vol.12,
no.24, p.35-46.
ISSN 1414-3283
O objetivo do trabalho foi apreender as representações sociais de puérperas
sobre o cuidado em saúde no período pré-natal, no parto e no puerpério, em
um contexto regional de serviços públicos de saúde do interior paulista.
Seguindo a abordagem de pesquisa qualitativa, os dados foram colhidos por
meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas em 2004, e organizados
segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo, tendo o Programa de
Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) como referencial teórico
para discussão dos resultados. A perspectiva das puérperas sobre o cuidado
em saúde no ciclo gravídico-puerperal evidenciou a importância das relações
interpessoais, a essencialidade da qualidade técnica do atendimento e a propriedade da percepção de que o sujeito da atenção é a mulher e, como tal,
dela deve participar efetivamente. Conclui-se que as diretrizes do PHPN
devem ser incorporadas de forma mais ampla nas práticas de saúde voltadas à
mulher, recomendando-se a adoção de indicadores específicos para avaliação
das dimensões do cuidado evidenciadas por este estudo.
SIM
26/03 scielo parto
humanizado
Nagahama,
Elizabeth Eriko Ishida
and Santiago,
Silvia Maria
Práticas de atenção ao
parto e os desafios para humanização do
cuidado em dois
hospitais vinculados ao
Sistema Único de Saúde
em município da
Região Sul do Brasil
Cad. Saúde
Pública, Ago 2008, vol.24,
no.8, p.1859-
1868. ISSN 0102-
311X
O objetivo do estudo foi caracterizar a assistência hospitalar ao parto em dois
hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no Município de Maringá, Paraná, Brasil, e identificar obstáculos e aspectos facilitadores para
implantação do cuidado humanizado, pautando-se na percepção das mulheres
sobre a atenção recebida. Tratou-se de estudo exploratório-descritivo, com
desenho transversal, conduzido mediante pesquisa em prontuário hospitalar e
entrevistas realizadas com 569 mulheres atendidas nos dois hospitais, no
período de março de 2005 a fevereiro de 2006. A caracterização da assistência
hospitalar foi realizada tomando-se por base quatro indicadores de qualidade
na assistência no trabalho de parto e parto recomendados pela Organização
SIM
80
Mundial da Saúde. Os dados apontaram para um modelo assistencial marcado
pelo peso da herança higienista nas rotinas hospitalares e nas práticas
profissionais, centrado no profissional médico como condutor do processo. Os
fatores institucionais, identificados nas dificuldades de organização
institucional e na estrutura física, as rotinas hospitalares e, sobretudo, a prática
e postura individuais dos profissionais de saúde denotaram barreiras que, em
seu conjunto, dificultam a implantação do modelo humanizado na assistência
ao parto e nascimento.
26/03 scielo parto
humanizado
Brüggemann,
Odaléa Maria
and Parpinelli,
Mary Ângela
Utilizando as
abordagens
quantitativa e
qualitativa na produção do conhecimento.
Rev. esc. enferm.
USP, Set 2008,
vol.42, no.3,
p.563-568. ISSN
0080-6234
O debate sobre as diferenças entre os métodos quantitativo e qualitativo é
freqüente, havendo posições favoráveis e contrárias acerca da sua integração.
Delinear uma pesquisa que contemple as duas abordagens gera dúvidas e
inquietações sobre como utilizá-las sem ferir o rigor dos métodos, a
especificidade, a sofisticação metodológica e reflexiva de cada uma delas. O
objetivo é relatar e discutir a utilização da abordagem quantitativa (ensaio
clínico controlado randomizado) e qualitativa para avaliar e compreender a
inserção do acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de
parto/parto, desempenhando o papel de provedor de apoio. A utilização das
duas abordagens possibilitou aproximar as múltiplas facetas envolvidas nessa
prática e avaliá-la tanto na dimensão explicativa quanto na compreensiva,
uma vez que pôde ser realizada com olhares complementares.
SIM
26/03 scielo parto
humanizado
Rattner,
Daphne. Humanização na
atenção a nascimentos e
partos: breve
referencial teórico
Interface
(Botucatu), 2009,
vol.13, suppl.1,
p.595-602. ISSN
1414-3283
Apesar da ampliação da cobertura da atenção pré-natal e hospitalização do
parto, houve estabilização no coeficiente de mortalidade materna em valores
relativamente altos, atribuída aqui à qualidade inadequada da atenção. Um dos
componentes do processo de assistência é a relação interpessoal, à qual tem
sido associado o conceito de humanização. Identifica-se um forte movimento
internacional que aborda a humanização da atenção a nascimentos e partos
como uma resposta à mecanização na organização do trabalho profissional e à
violência institucional, com crescente produção teórica. Todavia, o termo é
polissêmico e faz-se necessário, ao deparar-se com a expressão, identificar
que perspectiva está sendo adotada e qual o sentido que lhe é conferido.
SIM
26/03 scielo parto
humanizado
Almeida,
Cristiane
Andréa
Locatelli de
and Tanaka,
Oswaldo
Yoshimi
Perspectiva das
mulheres na avaliação
do Programa de
Humanização do Pré-
Natal e Nascimento
Rev. Saúde
Pública, Fev
2009, vol.43,
no.1, p.98-104.
ISSN 0034-8910
OBJETIVO: Analisar a importância da inclusão da perspectiva das mulheres
na avaliação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo realizado
em base a dados primários coletados para a avaliação do Programa de
Humanização do Pré-Natal e Nascimento, do Ministério da Saúde, em 2003,
em sete municípios das cinco regiões do Brasil, selecionados a partir de dados
extraídos de sistemas de bancos de dados oficiais já existentes. Um dos atores
considerado fundamental para a coleta de informações foi a mulher atendida pelo Programa, abordada por meio de dezesseis grupos focais realizados em
SIM
81
unidades de saúde. Para o tratamento dos dados empíricos foi utilizado o
método do Discurso do Sujeito Coletivo. A análise e discussão foram
realizadas com o apoio dos conceitos em saúde pública de acessibilidade e
Saúde Paidéia. ANÁLISE DOS RESULTADOS: O Programa estudado
normatiza para todos os serviços de saúde do país os procedimentos para a
atenção ao pré-natal e o parto e os fluxos a serem observados. A análise do
discurso das gestantes, nos grupos focais realizados, trouxe clareza quanto à
dissonância existente entre muitas dessas recomendações e os desejos e
necessidades da mulher, o que faz com que ela procure traçar para si um outro
fluxo de atendimentos. Esta ocorrência traz prejuízos ao vínculo que
estabelece com o serviço de saúde, além de dificuldades de controle pelo
serviço do seguimento real que está sendo oferecido. CONCLUSÕES: A
reflexão realizada do Programa, tomando por base a perspectiva das mulheres
atendidas, identificou aspectos cuja consideração no momento da avaliação
poderia resultar em maior efetividade e humanização do controle pré-natal
oferecido.
26/03 scielo parto
humanizado
Manzini,
Fernanda
Cristina,
Borges, Vera
Therezinha
Medeiros and
Parada,
Cristina Maria Garcia de
Lima
Avaliação da
assistência ao parto em
maternidade terciária
do interior do Estado
de São Paulo, Brasil
Rev. Bras. Saude
Mater. Infant.,
Mar 2009, vol.9,
no.1, p.59-67.
ISSN 1519-3829
OBJETIVOS: avaliar a estrutura e o processo de assistência ao parto e ao
recém-nascido desenvolvidos na maternidade e na unidade de neonatologia de
uma instituição hospitalar de nível terciário do interior do Estado de São
Paulo, Brasil. MÉTODOS: estudo descritivo, transversal, voltado para a
análise da adesão às normas preconizadas pelo Ministério da Saúde e
Organização Mundial da Saúde em relação ao parto, avaliando-se os recursos
existentes e as atividades desenvolvidas durante a assistência. Os dados foram
colhidos nos anos de 2004 e 2005, a partir de entrevista com o gestor da maternidade, análise de 293 prontuários amostradose observação de 29 partos
realizados. RESULTADOS: a avaliação da estrutura evidenciou a
disponibilidade de equipamentos, instrumentais e medicamentos, de obstetra,
pediatra e anestesista eausência de quartos de pré-parto, parto e puerpério.Na
análise do processo observouse, entre outras,frequências regulares
relacionadas à verificação de pressão arterial e ausculta dos batimentos
cardíacos fetais; o preenchimento do partograma foi satisfatório; na
assistência ao recém-nascido, foram insatisfatórios o aleitamento na primeira
hora de vida e ocontato pele a pele. CONCLUSÕES: algumas práticas úteis
no partonormal foram pouco utilizadas. Percebese uma tendência à
incorporação de práticas baseadas em evidências científicas, quando se
considerou a realização de procedimentos como tricotomia, enteroclisma e
episiotomia, demonstrando uma mudançapositiva na assistência ao parto.
SIM
26/03 scielo parto
humanizado
GAYESKI,
Michele Percepções de
puérperas sobre a
Rev. Latino-Am.
Enfermagem
Estudo qualitativo, cujo objetivo foi conhecer as percepções das puérperas
sobre a vivência de parir na posição vertical e horizontal, identificando os SIM
82
Edianez e
BRUGGEMA
NN, Odaléa
Maria.
vivência de parir na
posição vertical e
horizontal
[online]. 2009,
vol.17, n.2, pp.
153-159. ISSN
0104-1169. doi:
10.1590/S0104-
11692009000200
003.
aspectos positivos e negativos de cada posição. Foram entrevistadas 10
puérperas no alojamento conjunto de um hospital universitário. Após análise
temática - Discurso do Sujeito Coletivo - emergiram os aspectos positivos da
posição vertical: mais cômoda; favorece a movimentação; reduz o esforço
expulsivo; favorece a participação da parturiente; sendo o desconforto e a
falta de intervenção obstétrica apontados como negativos. Quanto à posição
horizontal, os aspectos positivos foram: o parto é mais rápido, gera segurança
e sensação de ser ajudada e os negativos estiveram relacionados ao
desconforto e dificuldade para fazer força. Os discursos sobre os aspectos
positivos da posição vertical e negativos da horizontal destacam-se de forma
mais intensa e frequente e estão congruentes com as evidências científicas
26/03 scielo parto
humanizado
Brüggemann,
Odaléa Maria
et al
Parto vertical em
hospital universitário:
série histórica, 1996 a 2005.
Rev. Bras. Saude
Mater. Infant.,
Jun 2009, vol.9,
no.2, p.189-196.
ISSN 1519-3829
OBJETIVOS: descrever a evolução do número de partos horizontais e
verticais na maternidade do Hospital da Universidade Federal de Santa
Catarina, Brasil, e avaliar a associação dos mesmos com a taxa de cesárea, de
internações dos recém-nascidos em unidade de tratamento intensivo e semi-
intensivo e as transfusões sanguíneas maternas. MÉTODOS: estudo
descritivo -série histórica. Foram incluídos todos os partos, as internações dos
recémnascidos na Unidade de Terapia Intensiva e as transfusões sanguíneas
maternas ocorridas de 1996 até 2005. Para testar as tendências, utilizou-se o
método de Prais-Winsten para regressão linear generalizada.
RESULTADOS: em 1996 a porcentagem de partos verticais era 5,4% e em
2005 foi 52,3%. A variação média anual dos partos verticais foi de +20,8%
(p=0,007) e dos partos horizontais de -15,2% (p<0,001). Os partos cesáreos
apresentaram tendência de estabilidade. Houve diminuição no número de recém-nascidos internados na unidade de terapia intensiva neonatal de 6,1%
ao ano (p=0,001) e de transfusões sanguíneas ou hemoderivados (5,2% -
p<0,01). CONCLUSÕES: o aumento de partos verticais em relação aos
demais está em consonância com as evidências científicas e recomendações
da Organização Mundial da Saúde. Essa prática foi incorporada
gradativamente pelos profissionais da equipe de saúde.
SIM
26/03 scielo parto humanizado
Silva, Laura Johanson da,
Silva, Leila
Rangel da and
Christoffel,
Marialda
Moreira
Tecnologia e humanização na
Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal:
reflexões no contexto do
processo saúde-doença
Rev. esc. enferm. USP, Set 2009,
vol.43, no.3,
p.684-689. ISSN
0080-6234
Trata-se de reflexão acerca da tecnologia e da humanização do cuidado ao recém-nascido, tendo como preceito teórico o processo saúde-doença. São
estabelecidos alguns paralelos entre as concepções de saúde e de doença, e
suas influências em nosso modelo de agir e pensar nos espaços da assistência,
como sujeitos do cuidado neonatal. O método mãe-canguru é apresentado
como tecnologia relacional, que propõe o acolhimento da unidade família-
bebê na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, valorizando as vivências e
necessidades primordiais de afetividade e compreensão.
SIM
83
Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto
compl.
26/03 scielo Parto
humanizado
/
enfermage
m
obstétrica/h
umanização
.
MABUCHI,
Alessandra
dos Santos e
FUSTINONI,
Suzete Maria.
O significado dado pelo
profissional de saúde
para trabalho de parto
e parto humanizado
Acta paul. enferm.
[online]. 2008,
vol.21, n.3, pp.
420-426. ISSN
0103-2100. doi:
10.1590/S0103-
21002008000300
006.
OBJETIVO: Compreender o significado que o profissional de saúde que
atende a parturiente, dá para trabalho de parto e parto humanizado.
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com perspectiva
fenomenológica. Foram entrevistados sete médicos e quatro enfemeiras que
atuavam no Centro Obstétrico de um hospital público do Município de São
Paulo. RESULTADOS: Após a análise dos dados emergiram dois subtemas:
Compreendendo trabalho de parto e parto humanizado como um conjunto de
medidas assistenciais e de comportamento diferenciado, e Identificando falhas
na busca de humanização da assistência, os quais ao serem sintetizados deram
origem ao fenômeno maior da experiência dos sujeitos: Vivenciando a
desarmonia entre teoria e prática na busca pela humanização da assistência.
CONCLUSÃO: O estudo evidenciou que ainda há discordância referente ao
que se entende por parto humanizado e o que se realiza na prática. A
humanização continua sendo uma política governamental longe de se tornar
eficaz, não apenas pelos déficits na infra-estrutura ou escassez financeira, mas
pela carência de contato com a temática, contribuindo para que a assistência,
oferecida seja, muitas vezes, despersonalizada e desumana.
sim
Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo
26/03 scielo Enfermagem/
obstétrica/
humanização
Dias, Marcos
Augusto
Bastos and
Domingues,
Rosa Maria
Soares
Madeira
Desafios na implantação
de uma política de
humanização da
assistência hospitalar ao
parto
Ciênc. saúde
coletiva, Set
2005, vol.10,
no.3, p.699-705.
ISSN 1413-8123
Os objetivos deste ensaio são discutir as dificuldades de implantação de um novo modelo
de assistência ao parto de baixo risco na estrutura hospitalar e na sistematização de um
campo de trabalho da enfermeira obstetra. Sob uma nova perspectiva do cuidado da
parturiente, os autores fazem uma reflexão sobre o modelo de atuação dessa categoria
profissional, dos possíveis resultados positivos decorrentes dessa nova assistência e do
conflito gerado pela divisão de um espaço até então de domínio exclusivo da categoria
médica e do conseqüente choque de modelos de cuidados.
26/03 scielo Enfermagem
obstétrica/
humanização
Castro, Jamile
Claro de and
Clapis, Maria
José
Parto humanizado na
percepção das
enfermeiras obstétricas
envolvidas com a
assistência ao parto.
Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Dez
2005, vol.13,
no.6, p.960-967.
ISSN 0104-1169
O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar a percepção das
enfermeiras obstétricas sobre humanização da assistência ao parto, bem como evidenciar,
através dos discursos, as ações desenvolvidas no processo de nascimento e os fatores
dificultadores da implementação dessa assistência. Foram sujeitos deste estudo 16
enfermeiras de uma maternidade do interior do Estado de São Paulo. Seguindo a proposta
do Discurso do Sujeito Coletivo, os dados foram coletados através de entrevistas semi-
estruturadas, microgravadas, transcritas e organizadas para tabulação e análise. As
enfermeiras entrevistadas relataram que o processo de humanização se deu como uma
84
estratégia política que objetiva a melhoria da assistência e o resgate do parto mais natural
possível e que acreditam na necessidade de mudança de paradigma para que o processo se
concretize. Os resultados evidenciaram, ainda, que as enfermeiras se apresentam mais
integradas ao parto como um processo e não como um evento.
26/03 scielo Enfermagem
obstétrica/
humanização
Machado,
Nilce Xavier
de Souza and Praça, Neide
de Souza
Centro de parto normal e
a assistência obstétrica
centrada nas necessidades da
parturiente
Rev. esc. enferm.
USP, Jun 2006,
vol.40, no.2, p.274-279. ISSN
0080-6234
Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo de assistência
ao parto e nascimento (assistência humanizada), e trabalhando como enfermeira obstétrica
em um Centro de Parto Normal, surgiu o questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas conotações dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade de
divulgar nossa proposta de substituição da expressão "assistência humanizada ao parto",
por "assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente", e de discorrer como
essa assistência é prestada no Centro de Parto Normal do Hospital Geral de Itapecerica da
Serra (SP), que segue um protocolo de condutas obstétricas e normas preconizadas pelo
Ministério da Saúde
26/03 scielo Enfermagem obstétrica/
humanização
Moura, Fernanda
Maria de Jesus
S. Pires et al.
A humanização e a assistência de
enfermagem ao parto
normal
Rev. bras. enferm., Ago
2007, vol.60,
no.4, p.452-455.
ISSN 0034-7167
Estudo bibliográfico que buscou identificar a produção científica sobre humanização e assistência de enfermagem ao parto normal. As fontes foram artigos científicos da base de
dados da SCIELO-Brasil, período 2000 a 2007. Obtivemos como resultado da busca 13
artigos que foram agrupados nas seguintes áreas temáticas: medicalização do parto,
humanização da assistência ao parto, acompanhante no parto e atuação da enfermeira
obstétrica. A análise apontou que o paradigma atual é centralizado na intervenção do
parto, apesar do movimento da humanização defender o parto natural e fisiológico
realizado por enfermeira.. Conclui-se que assistência de qualidade e humanizada ao parto
e nascimento privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, com resgate do
papel ativo da mulher no processo parturitivo.
26/03 scielo Enfermagem
obstetrica
MABUCHI,
Alessandra
dos Santos e
FUSTINONI,
Suzete Maria.
O significado dado pelo
profissional de saúde
para trabalho de parto e
parto
Acta paul.
enferm. [online].
2008, vol.21, n.3,
pp. 420-426.
Este já foi encontrado com os 3 cruzamentos
26/03 scielo Enfermagem
obstétrica/
humanização
Narchi, Nádia
Zanon.
Atenção ao parto por
enfermeiros na Zona
Leste do município de
São Paulo
Rev. bras.
enferm., Ago
2009, vol.62,
no.4, p.546-551.
ISSN 0034-7167
Com o objetivo de analisar a atenção ao parto pelos enfermeiros dos seis hospitais
públicos da zona leste do município de São Paulo foi realizado estudo descritivo-
exploratório, de outubro de 2006 a junho de 2007, com dirigentes de enfermagem e 38
enfermeiros que responderam questionário, indicando a frequência com que realizavam
atividades relativas à assistência, bem como os obstáculos ao seu trabalho. Os resultados
mostraram que os enfermeiros não dispunham de meios para operacionalizar o cuidado
devido às barreiras institucionais e organizacionais com que se defrontavam. Conclui-se
que para que possam exercer plenamente sua profissão na atenção ao parto os enfermeiros
devem contar com estruturas mais favoráveis e fortalecer sua identidade profissional, o
que pressupõe maior qualificação e poder
85
Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto
compl.
26/03 BDENF enfermagem
obstétrica/
parto humanizado/
humanização da
assistência
Mouta, Ricardo
José Oliveira.
A reconfiguração do
espaço social da
Maternidade Leila
Diniz: a luta das
enfermeiras
obstétricas pela
implantação do
modelo humanizado
de assistência ao
parto
Rio de Janeiro;
s.n; 2009. 131 p.
ilus.
Trata-se de um estudo de natureza histórico-social, cujo objeto é as
estratégias de luta das enfermeiras obstétricas pela ocupação do espaço
hospitalar de assistência ao parto durante o processo de implantação da
assistência humanizada na Maternidade Leila Diniz. A delimitação temporal
do estudo abrange o período de 1996 a 1998. Os objetivos da pesquisa são:
Descrever as circunstâncias da inserção das enfermeiras obstétricas na
assistência ao parto humanizado na Maternidade Leila Diniz; Analisar as
estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para implantar as
práticas humanizadas de assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz; e
Discutir os efeitos das estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras
obstétricas para implantar as práticas humanizadas de assistência ao parto na
Maternidade Leila Diniz. O estudo apóia-se teoricamente nos conceitos
desenvolvidos pelo sociólogo Pierre Bourdieu e utilizou o método da história
oral temática. Na análise, houve a articulação de documentos escritos e
depoimentos orais. Os resultados da pesquisa evidenciam que a enfermeira
obstétrica participou como agente estratégico da Secretaria Municipal de
Saúde do Rio de Janeiro com o objetivo de divulgar e implantar o modelo
humanizado na Maternidade Leila Diniz; desenvolveu estratégias de luta simbólica eficientes para a ocupação do campo pela enfermeira obstétrica e
neste processo de reconfiguração da assistência ao parto na Maternidade Leila
Diniz, ganhou autonomia no campo obstétrico hospitalar.
SIM
26/03 BDENF enfermagem
obstétrica/
parto humanizado/ humanização da
assistência
Mouta, Ricardo
José Oliveira;
Pilotto, Diva Thereza dos
Santos; Vargens,
Octavio Muniz
da Costa;
Progianti, Jane
Márcia.
Relação entre
posição adotada pela
mulher no parto, integridade perineal
e vitalidade do
recém-nascido
Rev. enferm.
UERJ;16(4):47
2-476, out.-dez.
2008. tab.
O objetivo deste estudo foi analisar os partos assistidos por enfermeiras
obstétricas, relacionando a posição da cliente adotada para o parto com a
preservação perineal e a vitalidade dos recém-nascidos, em uma maternidade pública no município do Rio de Janeiro, em 2005. Constituiu-se em estudo
observacional descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido a partir
da análise documental. Foram analisados os registros de 1715 partos
assistidos por enfermeiras obstétricas nessa instituição. Os resultados
mostraram que a escolha da posição vertical pelas parturientes nos partos,
assistidos por enfermeiras obstétricas, resultou em índice menor de
episiotomia. As lacerações perineais, quando ocorreram, foram em sua
maioria de primeiro grau. Nesses partos, o escore de Apgar no primeiro e
quinto minutos foram sempre superiores a sete. O atendimento realizado
pelas enfermeiras obstétricas na instituição, oportunizando a posição vertical,
evidencia uma atitude menos intervencionista que protege a integridade da
mulher.
SIM
86
26/03 BDENF enfermagem
obstétrica/ parto
humanizado/
humanização da
assistência
Silveira, Joyce
da Costa;
Riesco, Maria
Luiza Gonzalez.
Ensino da prevenção
e reparo do trauma
perineal nos cursos
de especialização
em enfermagem
obstétrica /
Rev. enferm.
UERJ;16(4):51
2-517, out.-dez.
2008.
O estudo teve como objetivo descrever os elementos que fundamentam o
ensino da assistência ao parto normal na prevenção e reparo do trauma
perineal nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica. Foi
desenvolvido com abordagem qualitativa, em 10 instituições de ensino que
ofereceram a especialização em enfermagem obstétrica no período de 1995-
2005, no município de São Paulo. Foram entrevistados nove coordenadores e
10 professores dessas instituições. As falas foram submetidas à análise de
conteúdo e categorizadas como: o trauma perineal e sua prevenção; e
elementos que fundamentam o ensino da assistência ao parto e do cuidado
perineal. Constatou-se que os conhecimentos científico, teórico e prático são
indispensáveis e que o ensino não pode estar desvinculado da prática. Essa
prática deve ser feita em laboratório, com todo o equipamento necessário para
que o aluno adquira habilidade na reparação do trauma perineal e deve
propiciar a experiência no cuidado à mulher durante o parto
SIM
26/03 BDENF parto humanizado/
enfermagem
obsterica/
humanização da
assistência
Florentino,
Lucia Cristina;
Gualda, Dulce
Maria Rosa.
A Participação do
Acompanhante no
Processo de
Nascimento na
Perspectiva de
Humanização
Nursing (São
Paulo);10(110)
:319-323, jul.
2007. ilus.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa direcionada para a melhoria da
assistência ao parto, com o objetivo de compreender a perspectiva dos
profissionais de enfermagem que atuam no centro-obstétrico do Hospital
Universitário da Universidade de São Paulo frente a um processo de mudança
organizacional. A mudança pró-ativa foi favorecer a participação do
acompanhante durante a internação da parturiente no centro obstétrico. A
coleta de dados ocorreu através de entrevistas, antes e após a mudança, tendo
suas análises levado ao reconhecimento e compreensão das ansiedades e
mecanismos de defesa individuais, das estratégias coletivas de defesa/
aceitação frente aos problemas decorrentes dessa mudança. Na primeira fase, os profissionais demonstraram insegurança surgindo, após a implantação,
experiências positivas que favoreceram o fortalecimento da equipe
NAO
26/03 BDENF parto humanizado/
enfermagem
obstétrica/
humanização da
assistência
Davi, Rejane
Marie Barbosa;
Torres, Gilson
de Vasconcelos;
Caldas, Rosângela de
Medeiros;
Dantas, Janmilli
da Costa
Enfermeiras
Obstétricas na
Humanização do
Alívio da Dor de
Parto: um relato de experiência
Nursing (São
Paulo);11(124)
:424-429, set.
2008.
Este estudo teve como objetivo relatar a experiência na humanização ao parto
vivenciada por enfermeiras obstétricas no alívio da intensidade da dor de
parturientes na fase ativa durante o trabalho de parto. Utilizamos estratégias
não farmacológicas para o alívio da dor como as técnicas de exercícios
respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral, deambulação e banho de chuveiro. O local de estudo foi a unidade de parto de uma
maternidade pública de Natal/RN, na Região Nordeste do Brasil. Concluímos
que as estratégias não farmacológicas utilizadas foram efetivas no alívio da
dor das parturientes durante a fase ativa do trabalho de parto.(AU
NAO
23/03 [BDEN
F ID
parto humanizado/
enfermagem
obstétrica/ humanização da
Moura, Maria
Aparecida
Vasconcelos; Araújo, Carla
Necessidades e
expectativas da
parturiente no parto humanizado: a
Rev. enferm.
UERJ; 10(3):
187-193, set.-
A falta de conhecimento das intercorrências da evolução do trabalho de parto
submete a parturiente às imposições e condutas da equipe profissional, o que
a impede de questionar, de expressar ou realizar seus desejos e até de se movimentar na evolução do trabalho de parto na maternidade. Esta pesquisa
87
assistência Luzia França;
Flores, Paula
Vanessa Peclat;
Muniz, Priscila
de Azeredo;
Braga, Marina
Ferreira
qualidade da
assistência
dez. 2002. tem por objetivo analisar a percepção da parturiente quanto à assistência ao
parto humanizado, frente às suas necessidades e expectativas. A pesquisa é
qualitativa, com técnica de entrevista temática, semi-estruturada e observação
participativa. O referencial teórico apóia-se na qualidade de assistência à
saúde da mulher (MOURA, 1997). Participaram do estudo 20 mulheres no
pós-parto imediato, garantindo-se seu anonimato e demais princípios éticos.
Esta pesquisa, realizada em 2001, teve como cenário uma Maternidade do
Município do Rio de Janeiro. Os resultados mostram o desconhecimento das
parturientes sobre o parto humanizado e a necessidade de reconhecerem seus
direitos na assistência. Suas expectativas estão diretamente voltadas para o
acesso ao serviço de atendimento específico ao parto e para a assistência
oferecida
26/03 BDENF Humanização da
assistência/
parto humanizado/
enfermagem
obstétrica
Rabelo, Leila
Regina
A competência das
enfermeiras
obstétricas na
atenção ao parto
normal hospitalar
Porto Alegre;
s.n; 2006. 126 p.
. Esta dissertação enfoca a percepção de enfermeiras obstétricas sobre sua
competência na atenção ao parto normal institucionalizado
NAO
26/03 BDENF humanização da
assistência/ parto
humanizado/
enfermagem
obstétrica
Costa, Rafael
Ferreira da.
As práticas
educativas na casa
de parto David
Capistrano Filho sob
a ótica do cuidado
cultural
Rio de Janeiro;
s.n; 2007. 72 p.
ilus.
Este estudo qualitativo resultou da experiência que adquiri como enfermeiro
obstetra da Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF). Ali, passei a
observar e questionar o porque naquele espaço, construído para o
desenvolvimento de ações sob a visão do modelo humanizado, as enfermeiras
obstétricas apóiam-se nas práticas de educação em saúde como instrumento
do cuidar. Os objetivos foram os seguintes: 1)Refletir como as enfermeiras
utilizam a educação em saúde como instrumento do Cuidado Cultural; 2)
Descrever as práticas educativas desenvolvidas na CPDCF; 3)Analisar as
repercussões das práticas educativas na vida das mulheres cuidadas, na Casa
de Parto, à luz dos conceitos de negociação e reestruturação da Teoria do
Cuidado Cultural. O referencial teórico também enfocou a Educação em
Saúde e seu encontro com o cuidado cultural. As entrevistadas foram
dezesseis mulheres que deram à luz e participaram dos grupos educativos e
das consultas puerperais da Casa de Parto. A coleta de dados foi feita por meio da entrevista semi-estruturada com a seguinte pergunta orientadora:
ôQuais as repercussões das práticas educativas vivenciadas na CPDCF em
sua vida?ö Após a análise de conteúdo foram identificadas duas categorias: 1)
as repercussões das práticas educativas sobre a vivência do ciclo gravídico-
puerperal; 2) as repercussões das práticas educativas nas atitudes e nos
discursos das mulheres e de suas famílias. Os resultados mostraram que as
práticas educativas foram reestruturantes na vivência tranqüila experimentada
durante a gestação, na formação do vínculo materno durante a gravidez, no
SIM
88
exercício da genitalidade na gestação, nas sensações vividas no parto, na
postura da mulher frente ao seu trabalho de parto e no cuidado do recém-
nascido.
26/03 BDENF humanização de
assistência/ parto
humanizado/
enfermagem obstétrica
Pereira, Adriana
Lenho de
Figueiredto;
Moura, Maria Aparecida
Vasconcelos.
Relações de
hegemonia e o
conflito cultural de
modelos na assistência ao parto
Rev. enferm.
UERJ;16(1):11
9-124, jan.-mar.
2008.
O artigo objetiva discutir as relações de hegemonia no conflito cultural dos
modelos e práticas assistenciais ao parto no sistema de saúde brasileiro,
segundo o referencial teórico de Gramsci. Foi fundamentado no conceito de
hegemonia e foi estabelecida sua relação com a discussão dos princípios gerais dos modelos de assistência ao parto. A cultura hegemônica é
representada pelo modelo de parto medicalizado e a contra-hegemonia foi
instituída pelo movimento social denominado humanização do parto e
nascimento. O referencial de Gramsci esclarece quanto aos aspectos
ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de hegemonia
existentes no conflito de modelos assistenciais em saúde. Este referencial
adquire particular relevância para a enfermagem obstétrica como agente da
mudança cultural e na concretização do cuidado sensível e humano à mulher
e família que vivenciam o processo do nascimento.
NAO
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Pereira, Adriana
Lenho de
Figueiredo.
Atuação da
enfermeira
obstétrica na política
pública de
humanização ao
parto no Rio de
Janeiro
REME rev.
min.
enferm;10(3):2
33-239, jul.-set.
2006.
Considerando a abordagem dialética , este estudo objetivou analisar a práxis
da enfermeira na política pública de humanização ao parto e nascimento,
identificando suas concepções objetivas e subjetivas, no âmbito de sua
assistência ao parto.
NAO
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Barros, Lena
Maria; Silva,
Raimunda
Magalhães da.
Atuação da
enfermeira na
assistência à mulher
no processo de
parturição /
Texto &
contexto
enferm;13(3):3
76-382, jul.-set.
2004.
Nosso objetivo neste trabalho foi conhecer a atuação da enfermeira de centro
obstétrico na assistência à mulher no processo de parturição. É um estudo de
campo do tipo descritivo, realizado em quatro maternidades públicas de São
Luís û MA, de abril a julho de 2002, após consentimento dos sujeitos,
respeitando os aspectos éticos. Participaram do estudo, 21 enfermeiras de
Centro Obstétrico. O agrupamento das falas feito pela técnica de Análise de
Conteúdo possibilitou a organização da categoria ôatuação da enfermeira na
assistência à mulher no processo de parturiçãoõ com as sub-categorias:
assistência temporal na trajetória do nascimento e maneira de cuidar na
trajetória natural do nascimento. Ao término do estudo, evidenciamos que a
enfermeira de centro obstétrico atua junto a mulher com ações diretas e
passivas (observando, protegendo); indiretas (administrando) e com
participação mais efetiva, tomando decisões e influenciando a ação e o
comportamento desta (oferecendo cuidado solidário e obstétrico).
NAO
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
Machado, Nilce
Xavier de Souza;
Centro de parto
normal e assistência Rev. Esc. Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo de
assistência ao parto e nascimento (assistência humanizada), e trabalhando SIM
89
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Praça, Neide de
Souza.
obstétrica centrada
nas necessidades da
parturiente
Enferm.
USP;40(2):274
-279, jun. 2006.
como enfermeira obstétrica em um Centro de Parto Normal, surgiu o
questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas conotações
dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade de divulgar
nossa proposta de substituição da expressão ôassistência humanizada ao
partoö, por ôassistência obstétrica centrada nas necessidades da parturienteö,
e de discorrer como essa assistência é prestada no Centro de Parto Normal do
Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP), que segue um protocolo de
condutas obstétricas e normas preconizadas pelo Ministério da Saúde.
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Davim, Rejane
Marie Barbosa;
Bezerra, Luiz
Gonzaga de
Medeiros.
Assistência à
parturiente por
enfermeiras
obstétricas no
Projeto Midwifery:
um relato de
experiência
Rev.
latinoam.
enferm;10(5):7
27-732, set.-out.
2002.
Este estudo destaca os modelos assistenciais de enfermagem que valorizam a
mulher no processo do trabalho de parto, parto e nascimento. Descreve a
assistência humanizada prestada à parturiente por enfermeiras obstétricas no
Projeto Midwifery de uma maternidade escola. Ressalta que a prática desses
modelos possibilita a participacão ativa do enfermeiro no processo de
trabalho de parto, parto e nascimento, proporcionando, fundamentalmente,
satisfacão à parturiente e ao profissional.
SIM
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Progianti, Jane
Márcia;
Vargens,
Octavio Muniz
da Costa.
As enfermeiras
obstétrcias frente ao
uso de tecnologias
não invasivas de
cuidado como
estratégias na
desmedicalização do
parto
Esc. Anna
Nery Rev.
Enferm;8(2):1
94-197, ago.
2004.
O presente trabalho apresenta o olhar de enfermeiras obstétricas sobre o
processo de desmedicalização da assistência ao parto considerando o uso de
tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem. Mostra uma concepção
ecológica de parto que compreende o não invadir a natureza, portanto, o parto
como um evento fisiológico, natural. Aponta esse raciocínio como sendo hoje
absolutamente contrário ao pensamento mecanicista que deu origem à
obstetricia médica. Apresenta e define tecnologias não invasivas de cuidado
de enfermagem obstétrica. Conclui defendendo o emprego dessas tecnologias
na assistência ao parto como alternativa segura e eficaz no processo de sua
desmedicalização.
NAO
26/03 BDENF humanização da
assistência/parto
humanizado/
enfermagem
obstetrica
Silva, Larissa
Mandarano da;
Clapis, Maria
José
Compreendendo a
vivência materna no
primeiro contato
com seu filho na
sala de parto
Acta paul.
enferm;17(3):2
86-291, jul.-set.
2004.
A literatura demonstra que a humanização da assistência ao parto favorece o
desenvolvimento natural da relação mãe-filho nos primeiros minutos de vida,
resultando no fortalecimento de seus vínculos e reduzindo danos em longo
prazo. O primeiro contato entre mãe e filho em sala de parto, preconizado
como um dos procedimentos para humanização da assistência, possibilita
uma relação intensa após o nascimento e a formação do vínculo materno. Este
primeiro contato permancerá na memória de ambos, devendo ocorrer com
harmonia, calma e tranquilidade. OBJETIVO: compreender a vivência
materna no primeiro contato mãe-filho após o parto. METODOLOGIA: os
dados foram obtidos por meio de uma entrevista semi-estruturada, partindo da
questão norteadora: Como foi seu primeiro contato com o bebê? Participaram
do estudo 12 puérperas assistidas em uma maternidade conveniada ao
Sistema Único de Saúde, no município de Ribeirão Preto, São Paulo. A análise baseou-se na proposta de interpretação qualitativa, através do método
NAO
90
de análise de conteúdo proposto por Bardin (1977). RESULTADOS: foram
identificadaas as categorias temáticas: "as condições de parto interferindo no
contato imediato mãe-filho" e "as vivências maternas no primeiro contato
com o recém-nascido". Os dados expressaram aspectos positivos do primeiro
contato mãe-filho em sala de parto, reduzindo a ansiedade materna. O tipode
parto interfere no primeiro contato, sendo que a cesárea e alguns
procedimentos como a analgesia e episiotomia dificultam o primeiro contato
mãe-filho, interferindo no estabelecimento dos laços afetivos.
26/03 bdenf Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Moura,
Escolástica
Rejane Ferreira;
Silva, Raimunda
Magalhães da.
Assistência
humanizada ao parto
a partir de uma
história de vida
tópica
Acta paul.
enferm;17(2):1
41-147, abr.-
jun. 2004.
Trata-se de pesquisa do tipo estudo de caso, que tomou por base uma história
de vida tópica experienciada na década de 80, trazendo por objetivo refletir
sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento em nosso meio, no
sentido de provocar e estimular aqueles que lidam nessa área do cuidado para
desenvolverem uma assistência menos violenta. A história de vida revelou
sérios obstáculos à qualidade da assistência obstétrica que, analisados à luz da
humanização, foram identificados como atitudes desrespeitosas, negligentes e
violentas, devendo ser banidas do campo do cuidado à saúde, o que parece
estar, infelizmente, ainda se repetindo no cenário da assistência obstétrica no
Brasil, o que se constata na fala de mulheres e na mobilização do Ministério
da Saúde pela humanização do parto e nascimento, através do lançamento de
um programa de âmbito nacional. Vale destacar o investimento na formação
de enfermeiras obstétricas, reconhecendo-as como profissionais que
legalmente podem realizar o parto normal sem distorcia, bem como a
necessidade das próprias mulheres exercerem sua cidadania, no sentido de
exigirem seus direitos relacionados à saúde reprodutiva.
NAO
26/03 bdenf Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Castro, Jamile
Claro de.
Parto humanizado
na percepção dos
profissionais de
saúde envolvidos
com a assistência ao
parto
Ribeirão Preto;
s.n; dez. 2003.
136f p.
Considerando que o ato fisiológico de parir e nascer passou a ser visto como
patológico, onde se privilegia a assistência medicalizada e despersonalizada,
o presente estudo através de uma abordagem qualitativa, teve como objetivo
evidenciar, através dos discursos das enfermeiras e médicos obstetras, as
ações desenvolvidas no processo de nascimento, com vistas à humanização
da assistência; e identificar fatores que têm dificultado a implementação dessa
assistência. Foram sujeitos deste estudo 25 profissionais de saúde da Maternidade do Complexo Aeroporto-MATER, localizada em Ribeirão Preto,
interior do estado de São Paulo, distribuídos da seguinte forma: sete (7)
enfermeiras residentes do primeiro ano de enfermagem obstétrica, quatro (4)
enfermeiras residentes do segundo ano de enfermagem obstétrica, quatro (4)
enfermeiras contratadas; 2 residentes medicina do primeiro ano de
ginecologia e obstetrícia; 3 residentes medicina do segundo ano de
ginecologia e obstetrícia e 5 médicos obstetras contratados. A organização
dos dados constou da transcrição dos discursos microgravados nas entrevistas
SIM
91
e tabulação, seguindo a proposta do Discurso do Sujeito Coletivo. Os
resultados demonstraram que as enfermeiras entendem que o processo de
humanização se deu como uma estratégia política que objetiva a melhoria da
assistência, e o resgate do parto mais natural possível, desmedicalizando a
assistência. Acreditam que para existir há necessidade de uma mudança de
paradigma. Consideram ainda, que na implementação deste modelo, sentem-
se impedidas/barradas pelos médicos. No entanto os médicos referiram como
responsável ao processo da humanização a política governamental para
diminuição de gastos, julgando como parto humanizado aquele em que se
permite a presença do acompanhante e analgesia precoce. Em relação às
barreiras apontaram a infra-estrutura física e pessoal.
26/03 bdenf Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Pereira, Sandra
Valéria Martins.
Análise da
implementação de
uma abordagem de
cuidar de
enfermagem junto à
mulher no ciclo
gravídico-puerperal:
uma aproximação
do modelo de Orem,
sistemas de
classificação da
prática de
enfermagem e as diretrizes de
humanização do
parto /
Goiânia; s.n;
dez. 2004. 502f
p.
A humanização da assistência obstétrica tem sido prioridade no país. Os
princípios são a qualidade da assistência, atendimento à cidadania e resgate
ao protagonismo da mulher no processo de gestação e parturição, que são
congruentes às premissas da Teoria Geral de Orem, cujo conceito central é o
autocuidado apoiado nos princípios de ajuda, práxis e liberdade humana. A
implementação de tecnologias de cuidar cientificamente aceitas, além de
contribuir com a humanização do cuidado aumenta a visibilidade da
enfermagem junto á equipe multidisciplinar de saúde. Desenvolvemos um
estudo de caso clínico, tipo antes e depois, quase experimental, junto a uma
mulher primípara, que foi acompanhada durante seis meses do ciclo
gravídico-puerperal de baixo risco (janeiro a julho/2004), a partir da 36ª
semana gestacional, numa maternidade segura do interior do estado de Goiás.
Objetivamos analisar os resultados alcançados pela mulher ao longo da assistência de enfermagem á luz da Teoria geral de Orem, dos princípios de
humanização e dos Sistemas de classificação da prática de enfermagem
(North American Nursing Diagnosis Association-NANDA; Nursing
Interventions Classification - NIC; Nursing Outcomes Classification - NOC)
em relação às diretrizes das políticas públicas de humanização do pré-natal e
nascimento. O método de coleta de dados foi o Processo de Enfermagem
fundamentado na Teoria Geral de Orem, que abrangeu a avaliação da agência
do autocuidado e autocuidado dependente da mulher, identificação dos
Diagnósticos de Enfermagem (DE) da taxonomia II da NANDA e avaliação
dos resultados de enfermagem segundo a NOC. Conclusão: foram realizadas
28 Consultas de Enfermagem. ...(AU)
SIM
26/03 BDENF Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Lima, Simone
Pedrosa
O cuidado
humanístico como
foco institucional:
um estudo sobre
Natal; s.n; dez.
2004. 128f p.
Os relacionamentos voltados a ajudar o outro são conceituados como
terapêuticos, sendo a empatia, elemento fundamental e facilitador desse
relacionamento e conseqüente processo de humanização da assistência em
saúde. O presente estudo tem como objetivos, identificar o nível de empatia
SIM
92
empatia dos
profissionais de
saúde na área
obstétrica
dos profissionais do setor obstétrico de um hospital universitário reconhecido
pela assistência humanística prestada às parturientes e a percepção das
mulheres receptoras do cuidado acerca da empatia demonstrada no
atendimento. Realizamos uma pesquisa de abordagem quanti/qualitativa, na
qual participaram do estudo, os 47 profissionais que atuam no setor obstétrico
(13 médicos, 12 enfermeiros, 22 técnicos de enfermagem) e uma amostra
intelectual de 101 mulheres atendidas por esses profissionais durante o
período de estudo. Dados foram coletados através das escalas Jefferson de
Empatia dos Profissionais de Saúde (EJEPS) e Percepção do Paciente sobre a
Empatia dos Profissionais de Saúde (PPEPS) e duas questões abertas iniciais,
objetivando verificar as opiniões subjetivas sobre a empatia prestada durante
o atendimento. Utilizamos análise estatística descritiva e inferencial para os
dados quantitativos e análise temática das respostas às questões abertas.
Foram identificadas cinco categorias que representam ps aspectos que os
profissionais valorizam no relacionamento com as mulheres: envolvimento
emocional, comunicação, ambiente acolhedor, visão integral e o
conhecimento técnico-científico. Na análise quantitativa, o escore de empatia
encontrado nos profissionais foi, em média, de 120,40, sendo o máximo possível 140. Neste estudo, o EJEPS apresentou um coeficiente alfa de
Cronbach de 0,83 demonstrando um nível aceitável de confiabilidade com
essa população. Consideramos, portanto, que esses profissionais apresentam
um bom nível de empatia quando comparados com outras populações
observadas com o EJEPS.
26/03 BDENF Parto humanizado/ enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Moura, Carla Fabíola Sampaio
de; Lopes,
Gertrudes
Teixeira; Santos,
Tânia Cristina
Franco.
Humanização e desmedicalização da
assistência à mulher:
do ensino à prática
Rev. enferm.
UERJ;17(2):18
2-187, abr.-jun.
2009.
Estudo histórico-social, que teve como objetivo discutir a inserção da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(FENF/UERJ) na humanização e desmedicalização da assistência à mulher no
município do Rio de Janeiro. As fontes primárias foram documentos escritos,
legislações e depoimentos orais obtidos no período de janeiro a março de
2008. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e respeitou os
requisitos da Resolução nº 196/96. Os resultados evidenciaram que a
FENF/UERJ contribuiu para a humanização da assistência à mulher, o que
ocorreu na implantação da consulta de enfermagem no pré-natal de baixo
risco, na qualificação de enfermeiras obstétricas para a rede municipal de
saúde e no processo de criação e implantação da Casa de Parto David
Capistrano Filho, demonstrando que os docentes tiveram papel relevante no
processo de humanização e desmedicalização da assistência à mulher.
SIM
26/03 BDENF Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
Progianti, Jane
Márcia; Mouta,
Ricardo José
A enfermeira
obstétrica: agente
estratégico na
Rev. enferm.
UERJ;17(2):16
Estudo histórico-social que objetivou analisar as estratégias utilizadas para
implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz,
localizada no Rio de Janeiro. O período estudado foi de 1996 - 1998. As
SIM
93
HUMANIZACAO Oliveira. implantação de
práticas do modelo
humanizado em
maternidades
5-169, abr.-jun.
2009.
fontes primárias constituíram-se de documentos oficiais da Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, uma dissertação de mestrado e o
depoimento de uma enfermeira, obtido através da entrevista semiestruturada.
Os conceitos de Pierre Bourdieu apoiaram a análise que seguiu três etapas:
ordenação, classificação e articulação dos dados. Os resultados apontaram
que, durante o processo de inserção dos profissionais no modelo humanizado,
duas estratégias foram utilizadas: a realização de oficinas de sensibilização e
a nomeação de uma enfermeira obstétrica para assessorar a implantação de
práticas humanizadas. Concluímos que as sensibilizações não foram
eficientes para que os profissionais médicos incorporassem os valores do
modelo humanizado e a posição ocupada pela enfermeira lhe conferiu poder
simbólico no campo obstétrico humanizado.
26/03 BDENF Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Brandão, Sandra
Maria Oliveira
Caixeiro.
Vivência do
acolhimento da
mulher
encaminhada da
Casa de Parto David
Capistrano Filho à
unidade de
referência
JÁ TEM NO LILACS SIM
26/03 BDENF Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Aquino,
Gilvania Magda
Luz de.
O cuidado no parto
normal pela
enfermeira obstetra
na perspectiva da
puérpera.
Natal; s.n; dez.
2003. 105f p.
O parto normal, fisiológico, humanizado e realizado por profissional
habilitado, é uma das estratégias adotadas mundialmente para reverter os
altos índices de mortalidade materna. A enfermeira obstetra, qualificada nessa
perspectiva, presta assistência à mulher no ciclo grávido-puerperal, o que
suscita uma reflexão acerca da extensão com que suas ações atendem aos
aspectos de humanização no cuidar. É um estudo descritivo de abordagem
qualitativa sobre a atuação da enfermeira obstetra, qualificada na assistência
no parto normal, na perspectiva da mulher atendida. O propósito foi analisar a
percepção da mulher assistida no parto normal, pela enfermeira obstetra,
acerca do cuidado recebido e do atendimento às suas expectativas. Os
aspectos do parto humanizado, apontados pela literatura, e a Teoria de Consecução de Metas de King nortearam o trabalho. O material empírico foi
coletado por meio de entrevistas realizadas no domicílio, com uma amostra
intencional composta de 12 mulheres que foram atendidas durante o parto por
enfermeiras obstetras na Maternidade Escola Januário Cicco, Natal/RN, no
período de março a junho de 2003, e que se encontravam entre o 3º e o 10º
dia pós-parto. Observamos que as mulheres ansiavam um bom atendimento e
tinham medo da solidão e da desatenção dos profissionais, que, quando não
confirmados no cuidado recebido da enfermeira, essas expectativas cederam
NAO
94
lugar a sentimentos de segurança e confiança. As mulheres descreveram o
cuidado recebido como competente, atencioso, afetivo e completo, sem, no
entanto, deixar de identificar alguns desencontros. Participaram do processo
de nascimento fazendo algumas solicitações e consideram o cuidado recebido
como um privilégio e não como direito. As mulheres reconhecem o saber
técnico da enfermeira, mas salientam os aspectos psicossociais da sua relação
da sua relação com a enfermeira durante o cuidado.
26/03 BDENF Parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
HUMANIZACAO
Valverde,
Rosimar Camilo.
Humanização no
parto:
representações
sociais de
enfermeira(o)s.
Salvador; s.n;
dez. 2002. 81f
p.
O presente estudo teve como objeto as representações sociais da(o)s
Enfermeira(o)s aluna(o)s do Curso de Especialização em Enfermagem
Obstétrica acerca da assistência humanizada ao parto. Foi desenvolvido em
um serviço público da cidade de Salvador-BA. A teoria das representações
sociais foi utilizada como referencial para a construção, tendo em vista que o
objetivo proposto foi: analisar as representações sociais da(o)s enfermeira(o)s
aluna(o)s do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica acerca da
assistência humanizada ao parto. Para sua construção busquei o suporte da
abordagem qualitativa, pois, dessa forma os significados das ações dos
sujeitos puderam emergir a partir das construções socioculturais dos
indivíduos. A entrevista semi-estruturada e observação participante foram
utilizadas para fins de coleta dos dados, possibilitando às enfermeira(o)s
desvendarem, a partir das questões: O que é para você assistência humanizada
ao parto? e Como se expressa para você a assistência humanizada ao parto? a
representação acerca da temática. Os resultados, foram analisados a partir da
proposta de Bardin, constituindo-se em temas e categorias, que possibilitaram
evidenciar a representação. A assistência humanizada ao parto foi representada como partejar, um cuidado singular e integral que se estabelece
junto às mulheres. No entanto, a(o)s enfermeira(o)s também representam a
assistência humanizada ao parto como um tipo de atendimento para além dos
procedimentos técnicos e uso da tecnologia. Humanizar a assistência ao parto
é associar esses fatores ao estar junto às mulheres e, não apenas ao seu lado, é
ao mesmo tempo a descoberta e a possibilidade de compartilhar cada um dos
sentimentos expressos verbalmente ou não, sejam eles medos, dores ou
alegrias.
NAO
26/03 BDENF parto humanizado/
enfermagem
obsttrica/
humanizacao
Azevedo, Leila
Gomes Ferreira
de
Estratégias de luta
das enfermeiras
obstétricas para
manter o modelo
desmedicalizado na
Casa de Parto David
Capistrano Filho /
Rio de Janeiro;
s.n; 2008. 112 p.
ilus
JÁ TEM NO LILACS SIM