UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES-UCAM
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AMPLIANDO O CONCEITO DE AVALIAÇÃO
LUBETE SÁ FERREIRA
RIO DE JANEIRO / RJ
JUNHO /2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM
SUPERVISÃO ESCOLAR
AMPLIANDO O CONCEITO DE AVALIAÇÃO
Monografia apresentada para Universidade
Candido Mendes por Lubete Sá Ferreira, como
requisito parcial à obtenção do título de
Especialista em Supervisão Escolar.
Professor Orientador: Diva Nereida M.M.
Maranhão.
RIO DE JANEIRO / RJ
JUNHO / 2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES- UCAM
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM SUPERVISAÕ ESCOLAR
LUBETE SÁ FERREIRA
AMPLIANDO O CONCEITO DE AVALIAÇÃO
TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO
PARCIAL PARA OBTENÇÃO DE CERTIFICAÇÃO DO CURSO DE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
_______________________________________
Autor
Aprovado por:
_______________________________________
AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a DEUS, meu protetor.
Obrigado Senhor, por ter me dado coragem para
chegar até aqui e a sabedoria suficiente para
ultrapassar os obstáculos.
Aos meus familiares, por acreditarem em meu
potencial.
A minha amiga Cláudia, por abnegar a sua vida
pessoal,
cuidando do meu filho Lucas, durante meu período
de estudos. As minhas amigas: Isabel Rosa, Lúcia e Laura,
que dividiram comigo momentos de aprendizagem e
reflexões.
EPÍGRAFE “Não é o desafio que determina quem somos, mas a maneira
com que respondemos a esse desafio. Somos combatentes,
mas idealistas,
porque o ter consciência não nos obriga a sermos
conscientes.
Enquanto acreditarmos no nosso sonho, nada será por acaso.”
Henfil
RESUMO
Sabemos que avaliar é um ato extremamente complexo, cuja
responsabilidade não deve ser de competência única do professor, mas sim
de todos os elementos integrantes do processo educacional. Procuramos
demonstrar a importância do sistema de avaliação escolar que venha a refletir
a realidade e os objetivos específicos no desempenho dos alunos,
determinando as deficiências da aprendizagem. Neste viés, falaremos da
mensuração no desempenho cognitivo, construindo instrumentos de forma a
identificar os diferentes níveis de desempenho. Pretendemos iniciar reflexões
sobre o papel da avaliação do desempenho escolar como ferramenta de
exclusão social, tendo consciência de que para aceitar o grande desafio do
desenvolvimento educacional, precisamos avaliar o aluno em sua plenitude.
Nossa pesquisa está centrada nas classes de Ensino Fundamental,
abrangendo uma instituição particular de ensino, de classe média,
fundamenta-se em dados bibliográficos de origem histórica, além de
nossa experiência vivenciada em sala de aula, ao longo dos últimos
anos. Mostraremos que a avaliação deve ser o elemento regulador e sua
realização precisa oferecer a informação sobre a qualidade do processo de
ensino aprendizagem, e a efetividade dos outros componentes, que vão das
necessidades de ajuste, às modificações que o sistema educacional escolar
deve usufruir.
Palavras-chave: Avaliação, Conselho de Classe, Critérios e
Instrumentos.
ÍNDICE
DEDICATÓRIA II
AGRADECIMENTOS III
EPÍGRAFE IV
SUMÁRIO IV
RESUMO VI
INTRODUÇÃO 07
1- AVALIAÇÃO 10
1.1- Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem 16
2- MULTIPLICIDADE DE FORMAS DE AVALIAR 20
2.1- Refletindo 21
3- CRITÉRIOS AVALIATIVOS 23
3.1- Objetivos 24
3.2- Realidade 25
3.3- Uma Crítica 27
4- CONSELHO DE CLASSE – APONTANDO CAMINHOS 28
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32
BIBLIOGRAFIA CITADA 34
ANEXOS 36
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 07
1- AVALIAÇÃO................................................................................................... 10
2- MULTIPLICIDADE DE FORMAS DE AVALIAR............................................. 20
3- CRITÉRIOS AVALIATIVOS............................................................................ 23
4- CONSELHO DE CLASSE – APONTANDO CAMINHOS............................... 28
CONCLUSÃO...................................................................................................... 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA CITADA..................................................................................... 34
ÍNDICE................................................................................................................. 35
ANEXOS.............................................................................................................. 36
INTRODUÇÃO
A Avaliação na Escola ainda precisa ganhar, realmente, a
preocupação dos coletivos constituídos. Sair do campo de preocupação
individual, da angústia de cada um e ter dimensões dos grupos de trabalho em
toda a escola. A Avaliação é um dos componentes do sistema escolar e não
está separada de outros elementos. Não deve ser discutida isoladamente,
mas propiciar a criação de maneiras mais eficazes de ensinar, inter-
relacionando as várias áreas do conhecimento.
Buscamos com essa pesquisa a melhoria da aprendizagem através
do envolvimento dos professores e alunos com as propostas a serem
desenvolvidas, veremos então, a importância dos trabalhos e produções
individuais, dos exercícios e da correta análise das situações problema, que
vai da observação à evolução do comportamento do aluno no contexto
educacional.
Demonstraremos a importância da coordenação das atividades e
a divisão de tarefas como aliada ao aperfeiçoamento dos Conselhos de
Classe e dos procedimentos de avaliação, usados pelos professores,
onde a melhoria do relacionamento da equipe escolar, técnico e
professores é fundamental.
Precisamos rever os paradigmas da avaliação para que a
aprendizagem possa ir para além da sala de aula. Como educadores,
sabemos que o modelo classificatório de avaliação, onde os alunos são
considerados aprovados ou não aprovados, oficializa a concepção de uma
sociedade excludente que a escola adotou.
Criticamos esse modelo de avaliação, que simplesmente dá ao aluno
uma sentença, como se assim pudesse ser atestada a sua capacidade, onde
o mais deprimente é que os resultados expressos no “Boletim” não revelam o
que o aluno conseguiu aprender, sendo uma simples mensuração.
Analisamos que o ponto de partida é a definição dos instrumentos de
avaliação, que irão determinar as idéias e modelos da realidade do sistema
em que o docente trabalha. A avaliação deve ser entendida como meio e
nunca fim do processo de ensino, não deve se comprometer em ajuizar, mas
reconhecer, a formação de atitudes e valores.
A LDB, no artigo 24, V, ao se referir à verificação do rendimento
escolar, determina que nós docentes observemos os critérios de avaliação
contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre as provas finais.
Deve então, estar submetida aos objetivos de formação do aluno,
especialmente de levá-lo ao desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem. A avaliação de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos
prrecisa estar em sintonia com o planejamento e desenvolvimento das
atividades em função do projeto pedagógico construído pela escola. O
processo de avaliação abrange, pois, todas as facetas do ato de educar,
entendendo-se por avaliação um processo mais amplo do que a simples
aferição de conhecimentos constituído pelos alunos em um determinado
momento de sua trajetória escolar.
Por isso a avaliação deve ser contínua num processo constante que
permita ao professor identificar e criar formas de incentivarem seus alunos a
trocar experiências entre si e a confrontarem pontos de vista divergentes. Ao
acreditarmos que a diversidade é uma característica marcante em qualquer
grupo humano, devemos levar em consideração, no ato de avaliar, ritmos,
comportamentos, experiências e as trajetórias pessoais que produzem
diferentes formas de agir, pensar e conhecer.
Coerente com esta visão, a Avaliação deve observar a
heterogeneidade dos processos de construção de conhecimentos e não
apenas o seu produto final. Precisará levar em conta não apenas o que foi
aprendido na sala de aula, mas tudo aquilo que está sendo construindo pelos
alunos em diversas instancias e a partir de outras mediações, porque a
avaliação deve estar sempre a serviço da aprendizagem.
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO
A Avaliação deve ser uma tarefa didática necessária e
permanente acompanhando o processo de ensino e aprendizagem a fim
de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho. Talvez
possamos dizer que é como se realizássemos uma reunião de Conselho
de Classe conosco mesmo, todos os dias, onde as nossas observações e
reflexões fizessem parte do todo, da análise, do conjunto.
Ao analisarmos a situação atual da prática educativa na escola
em que objetivamos basear este estudo, notamos que existem problemas
como: a grande ênfase dada a memorização em contrapartida com a
pouca preocupação com o desenvolvimento de habilidades para reflexão
crítica e autocrítica dos conhecimentos que a criança aprende. Nesse
universo, as ações ainda são centradas nos professores que determinam
o que e como deve ser aprendido.
“Avaliar é julgar ou fazer uma apreciação sobre alguém ou
alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim,
a avaliação consiste na coleta de dados quantitativos e
qualitativos e na interpretação desses dados com base em
critérios previamente definidos.”
(HAYDT, 1997: 20).
Em tempos passados, a avaliação escolar era feita para verificar
se o aluno memorizou os conteúdos que constam na grade curricular. No
entanto, ainda hoje essa postura da educação tradicional continua em
nossas escolas, apenas expressada de forma diferente. A avaliação,
nesta concepção, é motivo de repressão pelo qual o professor não dá
importância ao que foi construído ao longo do processo de ensino-
aprendizagem.
Fica claro que, para a maioria dos professores, na prática, avaliar
é: dar notas, fazer provas, registrar notas e conceitos. HOFFMANN
(2000), ressalta que essas notas dos educandos são decorrentes do
termo medida em que os professores medem extensão, volume e outros
atributos dos objetos e fenômenos. Neste enfoque, o instrumento de
avaliação mais utilizado é a prova pelo qual ficam os objetivos
educacionais distorcidos e muitas vezes são marcados para castigar os
alunos e ameaçá-los a reprovação.
"(...) conceber e nomear o ' fazer testes', o 'dar notas', por
avaliação é uma atitude simplista e ingênua! Significa reduzir o processo
avaliativo, de acompanhamento e ação com base na reflexão, a parcos
instrumentos auxiliares desse processo, como se nomeássemos por
bisturi um procedimento cirúrgico".
(HOFFMANN, 2000: 53)
Desse modo, a avaliação se torna uma razão de controvérsias
entre educando e educadores, havendo uma enorme diferenciação entre
educar e avaliar. É algo meramente burocrático em que perde o sentido
de que a avaliação é essencial à educação, uma vez que esta oportunize
uma reflexão sobre a ação educativa. No processo quantitativo de
avaliação, o erro na prova do aluno é visto de forma estanque, os
professores voltados para essa prática tradicional abordam a ação
avaliativa como garantia de um ensino de qualidade.
Contudo, a avaliação classificatória faz com que o conhecimento
continue sendo fragmentado, o que impede que se mantenha uma relação
interativa entre docente e discentes a partir da reflexão conjunta.
continue sendo fragmentado, o que impede que se mantenha uma relação
interativa entre docente e discentes a partir da reflexão conjunta.
Nossas pesquisas nos levaram aos resultados na classificação da
avaliação em três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa. A
modalidade diagnóstica consiste na projeção e retrospecção das
situações do desenvolvimento do aluno, permitindo constatar as causas
de repetidas dificuldades da aprendizagem. Quando os objetivos não são
atingidos, devem ser retomados e onde o professor elabora novas
estratégias para que se efetua a produção do conhecimento. Esta
modalidade deve ser feita no início de cada ciclo de estudos através de
uma reflexão constante, crítica e participativa.
A modalidade formativa mostra ao professor e ao aluno os
resultados da aprendizagem no desenvolvimento das atividades
escolares. O educador utiliza esses dados durante o decorrer do ano
letivo. A modalidade somativa tem por função classificar os educandos ao
final da unidade, segundo os níveis de aproveitamento apresentados, não
apenas com os objetivos individuais, mas também grupais.
A avaliação possui três funções de fundamental importância para
o processo educativo como: diagnosticar, controlar e classificar. A função
diagnóstica tem como objetivo identificar e analisar as causas de
repetidas incapacidades na aprendizagem, evidenciando dificuldades em
seu desempenho escolar, sendo que a função formativa ou de controle
tem a finalidade de localizar, apontar as deficiências no decorrer do
processo educativo.
Quanto ao contexto da função classificatória podemos dizer que o
professor deve desenvolver o papel de problematizador, diante das
diversas situações de sala de aula, fazendo com que o aluno venha a
construir o conhecimento dentro do tema abordado de acordo com o
contexto histórico social e político no qual está inserido. Dessa forma,
teremos uma igualdade entre educador-educando, onde ambos
aprendem, trocam experiências e social social e político no qual está
inserido. Dessa forma, teremos uma igualdade entre educador-educando,
onde ambos aprendem, trocam experiências e aprendizagens no processo
educativo. Segundo BECKER (1997:147): "Não há educador tão sábio
que nada possa aprender, nem educando tão ignorante que nada possa
ensinar."
Diante da citação de BECKER, comprovamos a interação do
aluno no processo de ensino-aprendizagem em que cada um tem a
ensinar para o outro, sendo a avaliação um elo entre a sociedade, as
escolas e os estudantes. É necessário então, uma conscientização de
todos estes segmentos, onde a avaliação seja repensada para que a
qualidade do ensino não fique comprometida.
Segundo HOFFMANN (2000), avaliar nesse novo paradigma é
dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento
permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo
de aprendência, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos
libertários e participativos na construção de verdades formuladas e
reformuladas.
Vejamos o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, sobre a avaliação escolar:
“Uma avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,
com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; a
possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
a possibilidade de avanços nos cursos e nas séries mediante verificação
do aprendizado; o aproveitamento de estudos concluídos com êxito; a
obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao
período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem
disciplinados pelas instituições de ensino e seus regimentos.”
(LDB 9394/96 art. 24, inciso V)
Podemos dizer que a avaliação escolar é um processo pelo qual se
observa, se verifica, se analisa e se interpreta um determinado fenômeno,
neste caso a construção do conhecimento do aluno, situando-o
concretamente quanto os dados relevantes, objetivando uma tomada de
decisão em busca da produção humana e de sua evolução na aprendizagem.
Segundo LUCKESI, avaliar tem basicamente três passos:
Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da
realidade; comparar essa informação com aquilo que é considerado
importante no processo educativo a qualificação e tomar as decisões que
possibilitem atingir os resultados esperados.
Neste sentido, é essencial definir critérios onde caberá ao
professor listar os itens realmente importantes e informá-los aos alunos. A
avaliação só tem sentido quando é contínua, provocando o
desenvolvimento do educando, tendo como base o diálogo relacional, eixo
norteador e significativo papel da ação pedagógica. Vemos essa
importância nas palavras de FREIRE:
"O diálogo é a confirmação conjunta do professor e dos alunos
no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo. Então, em
vez de transferir o conhecimento estaticamente, como se fosse fixa do
professor, o diálogo requer uma aproximação dinâmica na direção do
objeto".
(1986: 125)
Ao ler VASCONCELLOS (1995), notamos que ele exprime seu
entendimento sobre a importância do diálogo que é visto como uma
concepção dialética de educação, pois supera-se tanto o sujeito passivo
da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova, em
busca de um sujeito interativo. Faz-se necessário ao educador o
comprometimento durante as suas inter-relações, que não pode ser um
ato passivo, mas sim a inserção da práxis na prática educativa de
professor e aluno.
"Se a possibilidade de reflexão sobre si, sobre seu estar no
mundo, associada indiscutivelmente à sua ação sobre o mundo, não
existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder transpor os
limites que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que
este ser não é capaz de compromisso. É um ser imerso no mundo, no
seu estar, adaptado a ele e sem ter dele consciência (...)".
(FREIRE, 1999: 16)
Para que ocorra uma avaliação qualitativa e não classificatória
deve acontecer uma mudança nos paradigmas de ensino. Esta
democratização tem sido um dos maiores problemas com os quais a
escola se defronta, como ter um projeto se não existe espaço sistemático
de encontro dos que compõe a comunidade escolar para que haja uma
realização coletiva.
Vemos então que o professor deve utilizar instrumentos
avaliativos vinculados a necessidade de dinamizar, problematizar e refletir
sobre a ação educativa podendo utilizar métodos tais como:
Auto- avaliação - este instrumento de avaliação deve ser
utilizado pelo educador que se preocupa em formar indivíduos
críticos, sendo capazes de analisarem as suas próprias aptidões,
atitudes, comportamentos, pontos favoráveis e desfavoráveis e
êxitos na dimensão dos propósitos. Ao ser utilizado, os
educandos começam a ter mais responsabilidade por suas
próprias construções individuais. Propicia, portanto, condições
para o aluno refletir sobre si mesmo e o que tem construído ao
longo da vida.
Portfólio - é uma pasta portátil que contém a trajetória, a
caminhada do aluno pela qual poderá conter textos, documentos,
dúvidas, certezas, relações da própria vida ou até mesmo fatos
que acontecem fora da escola. Portanto, esta pasta servirá para o
educando perceber a construção das suas próprias aprendizagens
e análises que ele mesmo faz sobre si. Em algumas escolas é
chamada de Dossiê do Aluno, em outras Dossiê de Ocorrências.
faz sobre si. Em algumas escolas é chamada de Dossiê do Aluno,
em outras Dossiê de Ocorrências.
Observação - o educador deve observar os seus educandos
constantemente para constatar quais apresentam dificuldades na
aprendizagem e quais ainda conseguiram produzir conhecimento
sobre determinado conteúdo. O professor pode utilizar fichas de
observação para a melhor eficácia dos resultados. Fizemos muito
isso nas classes de Educação Infantil, onde não temos de dar
notas ou conceitos, simplesmente observamos e anotamos.
A intervenção pedagógica avaliativa deverá ocorrer no sentido de
provocar novas interações e buscas e, neste momento a processualidade
da avaliação requer observações, registros e análises sistemáticas do
processo de elaboração do conhecimento pelo aluno, registrando seu
crescimento e desenvolvimento no que se refere a autonomia intelectual,
a criatividade, a organização e a participação, as condições de elaboração
e generalização, e a comunicação dentre outros critérios que julgarmos
pertinentes.
Podemos dizer que não são apenas instrumentos usados
que caracterizam uma avaliação conservadora, mas
principalmente as formas de como estes instrumentos serão
usados e analisados, pois a avaliação é vista como um
processo abrangente da existência humana que implica uma
reflexão crítica no sentido de captar seus avanços, suas
resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de
decisão de o que fazer para superar os obstáculos, tendo como
função o processo transformador da educação na sociedade.
1.1- Avaliação do Processo de Ensino-Aprendizagem
Para FERNÁNDEZ (1998), as reflexões sobre o estado atual do
processo ensino-aprendizagem nos permite identificar um movimento de
idéias de diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do binômio
ensino e aprendizagem. Entre os fatores que estão provocando esse
movimento de de de de diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do
binômio ensino e aprendizagem. Entre os fatores que estão provocando esse
movimento podemos apontar as contribuições da Psicologia atual, que nos
leva a repensar nossa prática educativa, buscando uma conceitualização do
processo. As contribuições da teoria construtivista de PIAGET, sobre a
construção do conhecimento e os mecanismos de influência educativa têm
chamado a atenção para os processos individuais, que têm lugar em um
contexto interpessoal e que procuram analisar como os alunos aprendem,
estabelecendo uma estreita relação com os processos de ensino em que
estão conectados.
Os mecanismos de influência educativa têm um lugar no processo de
ensino-aprendizagem, como um processo onde não se centra atenção em um
dos aspectos que o compreendem, mas em todos os envolvidos. Ao
analisarmos a situação atual da prática educativa em nossas escolas
identificaremos problemas como: a grande ênfase dada a memorização,
pouca preocupação com o desenvolvimento de habilidades para reflexão
crítica e auto-crítica dos conhecimento que o aluno aprende onde as ações
ainda são centradas nos professores que determinam o quê e como deve ser
aprendido e a separação entre educação e instrução.
A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os
educandos aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à
aprendizagem. O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente
caracterizado de formas diferentes, que vão desde a ênfase no papel do
professor como transmissor de conhecimento, até as concepções atuais que
concebem o processo de ensino-aprendizagem com um todo integrado com
destaque no papel do educando. Nesse enfoque, considera-se a integração
do cognitivo e do afetivo, do instrutivo e do educativo como requisitos
psicológicos e pedagógicos essenciais.
A concepção de que o processo de ensino-aprendizagem é uma
unidade dialética entre a instrução e a educação está associada à idéia de
que igual característica existe entre ensinar e aprender. Esta relação nos
remete a unidade dialética entre a instrução e a educação está associada à
idéia de que igual característica existe entre ensinar e aprender. Esta relação
nos remete a uma concepção de que o processo de ensino-aprendizagem tem
uma estrutura e um funcionamento sistêmico, isto é, está composto por
elementos estreitamente inter-relacionados.
Todo ato educativo obedece determinados fins e propósitos de
desenvolvimento social e econômico e em conseqüência responde a
determinados interesses sociais, sustentando-se em uma filosofia da
educação, que adere a concepções epistemológicas específicas, levando em
conta os interesses institucionais e, depende, em grande parte, das
características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos,
professores, comunidades escolares e demais fatores do processo.
Todas estas influências exercem sua ação inclusive nos pequenos
atos que ocorrem na sala de aula, ainda que não sejam conscientes. O
componente do processo ensino-aprendizagem é uma propriedade ou atributo
de um sistema que o caracteriza, não sendo parte do sistema e sim uma
propriedade do mesmo.
Buscamos então identificar os componentes desse processo e
podemos dizer que o problema é determinado a partir da necessidade do
aluno, tendo como objetivo interrogativo o porque ensinar e o que aprender.
“A avaliação para ser considerada válida deve ser realizada
em função dos objetivos previstos, pois, do contrário, o
professor poderá obter muitos dados isolados, mas de pouco
valor para determinar o que cada aluno realmente aprendeu. É
a partir da formulação dos objetivos, que vão nortear o
processo ensino-aprendizagem, que se define o que e como
julgar, ou seja, o que e como avaliar. É por isso que
normalmente se diz que o processo de avaliação começa com
a definição dos objetivos.”
(HAYDT, 1997: 30)
Avaliação é o elemento regulador e sua realização oferece
informação sobre a qualidade do processo de ensino aprendizagem, sobre
a efetividade dos outros componentes e das necessidades de ajuste,
modificações que o sistema deva realizar.
CAPÍTULO 2
MULTIPLICIDADE DE FORMAS DE AVALIAR
Avaliar se configura, portanto, numa atitude eminentemente política e
humana. Sendo parte de um processo, que exige de todos uma contribuição,
a Avaliação exige co-participação, exige comprometimento, auto-avaliação de
todos que vivem esse processo, análise crítica das ações: que facilitem e
orientem o planejamento, e o aprimoramento das relações escolares.
A Avaliação não pode ser fechada aos novos elementos que
surgirão no decorrer do caminho. Os pesos e as medidas terão que ser
relativos. Os alunos terão que ser tratados como partícipes desse
processo, deverão ter seus espaços garantidos, tanto no que diz respeito
aos seus direitos, mas com igual importância quanto as suas obrigações.
“Todas as provas devem ser de livro aberto, todas as informações
devem estar disponíveis aos alunos. Não obriguemos ninguém a
memorizar nada. A tecnologia atual permite que tudo, todas as
informações sobre as diversas áreas do conhecimento, estejam
devidamente armazenadas nos computadores. Então, nós não
temos que memorizar nada. Quando pedimos aos estudantes que
memorizem algo, estamos dizendo-lhes ao mesmo tempo, que não
acreditamos em qualidade. O importante é utilizar a capacidade de
pensar de produzir e de criar.”
(GLASSER, 1993: 27)
2.1- Refletindo:
A avaliação deve verificar a congruência entre objetivos e
desempenho. Há um certo descompasso entre os princípios e conceitos
que nortearam nossa formação profissional, calcada não só na pedagogia
tradicional, mas em toda a representação cultural alicerçada na seleção,
na estratificação, na padronização e a real performance do alunado de
hoje.
Temos um alunado questionador, resistente e crédulo que pode
mudar o rumo das coisas quando deseja. Esse fenômeno tem se
manifestado com muita freqüência na escola. Isso tem levado diversos e
experientes educadores a se debruçarem sobre o assunto, sem tréguas.
Nos desempenhamos em fazer o melhor na aula e quando chega a hora
da avaliação, da prova ou dos testes, os resultados revelam resultados
desanimadores.
Escutamos os colegas dizerem que os alunos não querem nada
com os estudos, e por poucas vezes dizem: "a culpa é toda minha, não
consegui fazê-los entender a matéria". Este é um sentimento geral nas
escolas e tem empurrado muitos de nós para o aprofundamento, mas,
temos conseguido identificar os principais problemas.
Alguns teimam em entender por avaliação os tipos de provas, de
exercícios, de testes, de trabalhos etc. Não compreendem a avaliação como
um processo amplo da aprendizagem, indissociável do todo, que envolve
responsabilidades do professor e do aluno. Ao tratar a avaliação dessa forma,
afastam-na de seus verdadeiros propósitos, de sua relação com o
ensinamento, de seu aspecto formativo.
O alargamento do conceito da Avaliação nos faz ver seu fim e os
seus meios. Falar da Avaliação no âmbito da Educação Escolar, nos leva
pensar a sua função, o papel social do professor, a razão da existência da
Escola. Traz a discussão sobre inclusão e exclusão, privilégios e direitos,
direitos e obrigações, instrução e formação, que alunos queremos formar, que
escola estamos tona a discussão sobre inclusão e exclusão, privilégios e
direitos, direitos e obrigações, instrução e formação, que alunos queremos
formar, que escola estamos construindo para a nossa sociedade.
CAPÍTULO 3
CRITÉRIOS AVALIATIVOS
O sistema de tirânico de atribuir notas e médias finais,
concentrado no poder individual do professor, não tem estimulado a
aprendizagem, nosso objetivo é o de demonstrar a urgente necessidade
de novas posturas dos docentes no processo de avaliação escolar.
Há uma relação estreita, oriunda da tradição jesuítica, entre o
sistema de notas e a avaliação escolar. Aos olhos da educação em
valores, essa relação pode não ser assim tão próxima e inseparável, isto
é, a atribuição de notas e médias finais não tem que obrigatoriamente
estar inserida no processo de avaliação.
São tarefas inerentes a avaliação: a verificação, a qualificação e a
apreciação qualitativa. A verificação prima pela coleta de dados sobre o
aproveitamento. A qualificação faz a comprovação dos resultados
alcançados. Já a apreciação qualitativa demonstra os padrões de
desempenho. Neste momento a avaliação cumpre pelo menos três
funções: pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle.
A função de controle, sem a função de diagnóstico e sem o seu
significado pedagógico didático, fica restringida à simples tarefa de
atribuição de notas e classificação.
Não podemos tomar a avaliação unicamente como o ato de
aplicar provas, atribuir notas e classificar alunos, nem tampouco usar a
avaliação como recompensa ou punição. Se o professor demonstra um
verdadeiro propósito educativo, o próprio controle de tarefas e exercícios
de consolidação são vistos pelos alunos como efetiva ajuda ao seu
desenvolvimento, na medida em que mostram evidências concretas da
realização dos objetivos propostos.
A avaliação é parte integrante do processo e não uma etapa
isolada. Ajuda a tornar mais claros os objetivos que se quer atingir e
estabelecer os novos objetivos. As atividades avaliativas concorrem para
o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos, e visam
diagnosticar como a escola e o professor estão contribuindo para isso.
Deve possibilitar o conhecimento de cada um, sendo um termômetro dos
esforços do professor, é um ato pedagógico.
3.1- Objetivos
Precisamos de um programa de avaliação que defina com
precisão os objetivos, que venham a abranger os quatro aspectos
considerados da maior relevância para a caracterização da qualidade do
ensino, hoje:
Conhecer o desempenho dos alunos em aspectos cognitivos
dos conteúdos curriculares;
Levantar dados e informações para servirem de subsídios na
tomada de decisões sobre o desenvolvimento do processo de
ensino;
Identificar, nos conteúdos curriculares, pontos críticos que
necessitam maior atenção e requerem intervenção imediata e
prioritária para a melhoria da aprendizagem;
Fornecer, a partir dos dados levantados, subsídios para que os
professores possam atuar com maior eficiência na condução do
processo de ensino.
Ao ser definido um programa, várias decisões devem ser tomadas
em função do contexto educacional. Partimos então da premissa que o
modelo de avaliação deve ser integrado ao modelo instrucional; ou seja,
entre ambos deve existir uma unicidade, sem a qual não se poderá se
afirmar que o ensino estaria concretizando seus objetivos, e nem que a
avaliação estaria efetivamente constatando a experiência entre o ensino e
o desempenho escolar.
3.2- Realidade
Sabemos que a principal função de uma avaliação por critério é
verificar se o estudante domina um critério específico ou se atingiu um
determinado padrão de desempenho. A escola brasileira não segue um
ensino por objetivos comportamentais e com bastante freqüência se
observa grande dificuldade por parte de professores e administradores em
estabelecer objetivos instrucionais precisos, prevalecendo objetivos
gerais. O ensino não é individualizado e a avaliação não tem caráter
formativo, salvo exceções, sendo, na verdade, somativa e episódica.
Ainda que a teoria pedagógica tenha sofrido alguma influência
behaviorista, a prática docente no país não se baseia em objetivos
instrucionais explícitos e mensuráveis, como seria desejável. Toda a
estrutura do ensino tende a concentrar-se na transmissão pura e simples
de "conhecimentos".
Na prática, a realidade brasileira, não considera, na avaliação, o
conceito de "domain” *1, como ocorre em contextos que adotam
instrumentos referenciados a critério. Seria impossível, num sistema que
não prioriza o atendimento individual dos alunos, estabelecer um nível
predeterminado de capacitação sob risco de invalidar o processo de
avaliação, com a fixação de níveis inteiramente irrealistas.
*1- Domain - conjunto de conteúdos, comportamentos,
habilidades, destrezas e atitudes em certa área curricular.
Todo o sistema brasileiro atual fundamenta-se na discriminação, a
fim de aumentar a variância dos resultados obtidos e promover uma
melhor discriminação dos vários níveis de desempenho.
Vemos que é impossível, em curto prazo, modificar uma idéia
consolidada na maioria dos professores, para que surja uma nova
mentalidade relativa ao processo de ensino, em que a questão da
variabilidade não constitua elemento prioritário, conforme seria desejável.
Temos então os resultados, numa avaliação referenciada a critério,
apresentam-se num sistema binário: satisfatório x insatisfatório; sucesso x
fracasso, etc.
“Perigosamente, as condições concretas da prática avaliativa
atual, autoritária e coercitiva, determinam continuamente
situações de sucesso e fracasso escolar com base em
exigências de memorização e reprodução de dados pelo aluno.
O cotidiano da escola desmente um discurso inovador de
considerar a criança e o jovem a partir de suas possibilidades
reais. A avaliação assume a função comparativa e
classificatória, negando as relações dinâmicas necessárias à
construção do conhecimento e solidificando lacunas de
aprendizagem.”
(HOFFMAN, 1994: 74)
Esta forma de apresentação dos resultados de um teste não diz
grande coisa aos professores, que se sentem mais gratificados com as
informações expressas em uma escala decimal ou centesimal, ainda que,
na realidade, isso pouco diga sobre o desempenho do aluno.
A avaliação na escola brasileira valoriza o resultado bruto,
apresentado em escala de 10 ou 100 pontos, permitindo inferências bem
restritas sobre o desempenho grupal, face às limitações dos dados
informativos. Habitualmente, os testes elaborados em nossas escolas são
um conjunto de questões com a finalidade de verificar o conhecimento
substantivo, sem nenhuma preocupação com a identificação dos
comportamentos, ficando a validade da amostra do instrumento
comprometida por verificar apenas a dimensão conteúdo. E uma avaliação
eminentemente voltada para o conteúdo substantivo.
“Considero muito importante discutir os entendimentos sobre
fracassos de aprendizagem, porque as enunciadas “culpas”
sobre tais fracassos podem significar um dos maiores entraves
à discussão entre os professores sobre a sua prática avaliativa
nas escolas e universidades. Sentindo-se responsáveis, não há
diálogo entre os educadores a esse respeito, não há trocas ou
sugestões dentre eles.”
(HOFFMAN , 1994: 42)
Alguns professores tecem uma visão behaviorista da
aprendizagem, e muitos partem do famoso pressuposto: todo aluno pode
aprender tudo, desde que ensinado com competência.
3.3- Uma Crítica
Antes de discutir a importância dos instrumentos de avaliação faz-se
necessário discutir os seus fundamentos, a sua concepção. Não nos fará
crescer, perder tempo em travar longas horas de debates sobre o fim ou não
da prova, ou se ela deva ser de múltipla escolha ou dissertativa.
Nossa experiência em sala de aula tem mostrado que não há
problema em utilizar as provas, os testes, os trabalhos diversos etc. Em si só,
não guardam nenhuma oposição a uma Avaliação mais processual e
contínua, nem ofendem a definição de um modelo mais democrático. A Escola
existe para ser um dos espaços de educação das pessoas, entendendo como
educação a aprendizagem de conhecimentos importantes para sua vida,
relacionados com a sua história e com o seu tempo e, que contribua para o
seu crescimento humano. A Escola se justifica pela possibilidade de se
configurar num ambiente de manifestação cultural e de produção/criação de
conhecimento.
CAPÍTULO 4
CONSELHO DE CLASSE – APONTANDO CAMINHOS
A avaliação deve acompanhar o percurso e sinalizar novos
caminhos, não mais ser vista como “arma” que minimiza o progresso e
elimina a autenticidade dos envolvidos. Todo processo de avaliação deve
nos encaminhar por trilhas seguras, onde mesmo “errando” poderemos
perceber que somos capazes de acrescentar, amadurecer e acertar.
A avaliação é um dos meios pelos quais podemos conhecer os
alunos. Ela permite acompanhar os seus passos no dia-a-dia, descreve as
trajetórias, seus problemas e suas potencialidades, favorecendo que o
trabalho de ensino-aprendizagem se dê de forma coerente com os
objetivos e desejos de professores e alunos, portanto, ela é diagnóstica.
Nos dá idéia do material humano que temos, das expectativas criadas ou
do que podemos fazer para provocá-las quando existe clima de apatia.
Mostra-nos os conhecimentos que a turma já acumulou e os que ainda
não dominam e, assim as possibilidades de projetos a serem
desenvolvidos.
Diagnóstica, em todo o decorrer do processo. Uma diagnose que
depende de diálogo, que não se configura como instrumento legítimo sem
essa premissa.
“... a distinção entre julgamento e avaliação, no sentido de
que o julgamento define uma situação do ponto de vista do sim e do
não, do certo e do errado; a avaliação acolhe alguma coisa, ato,
pessoa ou situação e então, reconhece-a como é (diagnóstico),
pessoa ou situação e então, reconhece-a como é (diagnóstico), para
uma tomada de decisão sobre a possibilidade de uma melhoria de
sua qualidade, para avaliação não há uma separação entre o certo e
o errado; há o que existe e esta situação que existe é acolhida, para
ser modificada. Na avaliação não há exclusão.”
(LUCKESI, 1995: 172.)
A Avaliação, na sua forma, é fruto de negociações e cumplicidade
dos seus autores, nós, professores. A maior dificuldade que se tem hoje,
na discussão sobre a avaliação, é enxergá-la como um componente do
processo, afinal a idéia de processo não é fácil de ser assimilada.
A avaliação tem esbarrado em um problema crônico na Educação: a
dificuldade do trabalho coletivo. E é exatamente na hora que vai se discutir
resultados ou normas que o problema mais aparece. Nos conselhos de classe
e nas reuniões de planejamento tentamos achar critérios comuns, ações
conjuntas para valorizar ou punir, formas únicas de distribuição de créditos. A
dificuldade é que, sem aprofundar no conteúdo do problema, acabamos por
não conseguir seguir em frente, vemos claramente a dificuldade em se
trabalhar em equipe.
É preciso criar uma cultura da avaliação em todo o sistema,
considerando que a prática avaliativa é bastante episódica na escola. A
avaliação, quando mau empregada pode expulsar o aluno da Escola, causar
danos em seu autoconceito, impedindo que tenha acesso a um conhecimento
sistematizado e, portanto, restringindo a partir daí suas oportunidades de
participação social.
CONCLUSÃO
A Avaliação Educacional é um sistema de informações que tem como
objetivos fornecer diagnóstico e subsídios para a implementação ou
manutenção de políticas educacionais. Ela deve ser concebida também para
prover um contínuo monitoramento do sistema educacional com vistas a
detectar os efeitos positivos ou negativos de políticas adotadas.
Um sistema de avaliação deve obter e organizar informações
periódicas e comparáveis sobre os diferentes aspectos do sistema
educacional. Podemos dizer que é um termômetro dos esforços do
professor, um ato pedagógico. Percebemos o quanto a avaliação escolar
é importante e fundamental em todo o processo de aprendizagem e
ensino. Porém, não a faz necessária através de notas ou menções.
A observação, o registro e a avaliação do professor devem fazer
parte de sua rotina de trabalho. A avaliação passa a ser a reflexão sobre
esse processo e as condições oferecidas por ele para que ela realmente
aconteça e tenha êxito.
Sendo parte de um processo, que exige de todos uma contribuição,
exige co-participação, comprometimento, auto-avaliação de todos que vivem
esse processo e a análise crítica das ações que facilitam e orientam o
replanejamento, e a elaboração e desenvolvimento de projetos coletivos que
aprimorem as relações escolares.
Cabe a nós educadores, a reflexão e ação imediata ao perceber
que a turma não vai bem, seja dentro ou fora da sala de aula,
identificando as causas do problema, e discutindo com os alunos as
soluções procurando transformar adversidades em desafios. Quando o
Aluno que começar a apresentar problemas de aprendizagem deve ser
encaminhado a um sistema de reforço, de forma motivacional onde
possam integrar-se aos colegas e ao ambiente escolar melhorando a
auto-estima.
O professor que consegue captar efetivamente a importância do
processo de ensinar e aprender tende a mudar seu comportamento em
sala de aula. Avaliar se configura, portanto, numa atitude eminentemente
política e humana. Só tem sentido, na Educação, se for utilizada para
proporcionar a todos conhecer o seu mundo, propiciar prazer e favorecer
a autodescoberta, não se justifica, para punir e selecionar.
O enraizamento do conceito seletivo da Avaliação, a transformou
autoritariamente no lastro do ensino da unidade escolar, ignorando os
elementos vivos da escola, sua história, o seu contexto, suas aspirações.
Imposta pela política da exclusão atropela todas as negociações, nega
qualquer possibilidade de diálogo não tendo nenhuma relação com o avaliado
estrangulando desse modo tudo que nasce para contestá-la, essa é a nossa
crítica.
Apontamos então o caminho da transformação. Sem dúvida a
avaliação pode expressar a qualidade do ensino com muito mais fidelidade, se
acondicionada dentro dos próprios limites, se estiver alinhada à filosofia de
trabalho da escola, do projeto político-pedagógico e não sendo tratada como
um fim em si mesma.
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