UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
CAUSAS E EFEITOS DOS PROBLEMAS NA
EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Por: Joana Lima de Oliveira
Orientador
Prof. Ms. Nilson Guedes de Freitas
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CAUSAS E EFEITOS DOS PROBLEMAS NA
EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Apresentação de monografia ao Conjunto
Universitário Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Terapia de Família
Por: JOANA LIMA DE OLIVEIRA
AGRADECIMENTOS
Todo trabalho, por mais simples que seja,
não é feito sem ajuda de outras pessoas. Ao
longo do desenvolvimento desta pesquisa
tive muita ajuda. Desta forma, gostaria de
agradecer ao Senhor Jesus que com seu
imenso amor, permitiu a realização deste
trabalho. As vozes de milhões de anjos não
poderiam expressar a gratidão do meu
pequeno ser a Ti, ó Senhor. À igreja que
congrego que providenciou os recursos
financeiros para realização desse curso. À
Katia Victor que colaborou com a
configuração do trabalho. Finalmente
gostaria de agradecer aos meus colegas de
classe Adilio, Cleber, Renata, Renato
Sardenberg e Silvio que me acompanharam
durante esse curso. A eles desejo muito
sucesso. Em especial agradeço ao meu
amigo e colega Paulo Rodrigues que muito
me incentivou para conclusão do curso e
elaboração do presente trabalho.
DEDICATÓRIA
Aos meus netos, Manoella, João
Victor e Raphael ainda no ventre
da mãe, por serem a motivação
para realização desse trabalho.
Aos meus filhos Bruno e Luciana
por serem as sementes.
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende ajudar a Família/Igreja a reencontrar os seus
propósitos como grupo social estabelecido por Deus na terra, e a fazer uma
analise séria e profunda da vivência domestica, encontrando recursos que
façam de sua experiência afiliar uma inesgotável fonte de benção.
Os pais devem compreender que Deus lhe confiou o cuidado de
uma vida que possui grande valor perante o próprio Criador. Apesar de
tentar atingir os filhos integramente no aspecto intelectual, físico e social
serem pontos importantes, a educação espiritual dos filhos não pode ser
considerada como menos essencial. Os pais precisam de muita ajuda para
compreender e executar esta tarefa, que é a sua principal responsabilidade
perante Deus.
Este trabalho apresenta sugestões e princípios para um repensar
sobre a educação dos filhos no desencargo dessa maravilhosa
responsabilidade: Educação dos filhos.
No intuito de uma compreensão, um diagnostico e tratamento as
causas e efeitos dos problemas vividos pela família, foi desenvolvida a
presente pesquisa, pois a correria do dia-a-dia, distancia os pais dos filhos,
prejudicando a educação oferecida aos filhos, que por sua vez, os pais
acaba extrapolando os direitos que os filhos possuem de ser um indivíduo
único e livre.
RESUMO
Esta pequena monografia não têm a pretensão de originalidade.
Nada mais representa do que uma abordagem simples e modesta de um
assunto que está inserido, os problemas que os pais costumam Ter na
educação dos filhos.
Sua elaboração resultou de uma árdua pesquisa bibliográfica, sendo
vários teóricos dentre eles, John Gottman, Jean DeClaire, Tania Zagury,
Gary R. Collins, Alta Mae Erb.
O relacionamento entre pais e filhos, à semelhança de
relacionamento interpessoais que envolvem ligações afetivas, tem uma
grande carga de confronto entre pessoas, gerando discordância de opiniões.
É impossível que não ocorram discordância e problemas na educação dos
filhos.
Filhos e pais nem sempre concordam quanto ao que representa um
problema. Um pai, por exemplo, pode considerar a desobediência um
problema, mas o filho absolutamente não tem a mesma idéia.
Assim sendo, quando os problemas são reconhecidos, as causas
podem ser variadas quanto as inúmeras teorias sobre o desenvolvimento
dos filhos.
Nesta pesquisa não encontramos formulas magicas, normas, leis ou
regras universais para educação dos filhos, mas tentaremos discutir sobre
causas e efeitos diante dos problemas apresentados na educação de filhos e
justificar que a educação de filhos em nossa sociedade precisa ser
repensada devido a aceleração dos acontecimentos que cada vez torna-se
mais sensível.
É engano imaginar que a família possa escapar dos incríveis
remanejamentos que caracterizam a nossa época.
1. ESTABELECER LIMITES
“Instrui o menino no caminho em que deve
andar, e até quando envelhecer não se
desviará dele” (Provérbios 22:6).
Falar sobre estabelecimento de limites na criação dos filhos não é
tarefa fácil, pois limites bem definidos é essencial para uma vida saudável e
equilibrada. Isto porque as pessoas são muito diferentes quanto a sua
formação pessoal, familiar e social. Em cada uma há um somatório de
circunstâncias diversas para a formação de sua personalidade ao longo do
seu desenvolvimento pessoal. Por outro lado, também é difícil devido à
compreensão da necessidade de se estabelecerem limites e sua aplicação
diante das imensas e negativas influências que as famílias recebem. Os
limites para a boa disciplina estão se tornando cada vez mais elásticos.
Alguém poderá dizer que vivemos em tempo de evoluções e não se
pode fazer nada. Será assim mesmo?.
Se forem feitas analise da junção de idéias com todos aqueles que
acreditam na transformação dos princípios básicos para o bem estar da
família, como a Senhora Suzana Wesley, mãe do evangelista do século
XVIII, que criou dezessete filhos vigorosos e sadios, quando lhe
perguntaram sobre a educação de seus filhos, ela disse: “A primeira coisa a
fazer é dominar-lhes a vontade e levá-los a uma disposição obediente. É
preciso tempo para abri-lhes a compreensão das coisas, e isso deve ser
feito aos poucos, à medida que possam suportar; mas a sujeição da vontade
que é algo que deve ser feito imediatamente, e quanto mais cedo possível”.
Estas palavras motivam os pais a persistirem na direção certa e corajosa de
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estabelecer limites de forma sábia e equilibrada na criação de seus filhos.
Muitos estudiosos neste século estão ensinado que os pais não devem
impor ao filho ir para o castigo e sim coloca-lo para pensar.
O objetivo deste trabalho é falar a pais de filhos de todas as idades,
e que estejam debaixo da sua orientação. Todavia, com mais ênfase para os
jovens, o que me deixa ainda mais à vontade para compartilhar sobre esta
fase da vida.
Os Doutores Cloud e Townsede (1990) definem limites como sendo
uma linha divisória pessoal que determina as coisas pelas quais somos
responsáveis. Em outras palavras, os limites definem que somos ou quem
não somos e causam impacto em todas as áreas de nossa vida.
1.1 – Estabelecendo Limites em Ambiente Saudável no Lar
Todos concordamos que a base para um bom ambiente no lar é a
pratica do amor entre os membros da família. E sobre os pais pesa ainda a
responsabilidade de viverem em amor digno de ser imitado. Quando uma
família é unida, pesa-se logo nos pais como orientadores centrais dessa
união. O cultivo de boa comunicação é fator fundamental para que haja
liberdade para diálogos agradáveis e formadores, onde pais e filhos podem
aprender com as experiências uns dos outros.
De todas as áreas nas quais os limites são importantes, nenhuma é
mais relevante do que na criação dos filhos. A maneira de lidamos com os
limites na educação dos filhos terá enorme impacto sobre a formação da
personalidade, o desenvolvimento dos valores, o desempenho escolar, a
escolha dos amigos, do cônjuge e o desempenho profissional.
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Desde a tenra idade dos seus filhos, os pais não podem perder de
vista o tempo necessário para a família conversar, contar anedotas
saudáveis, contar histórias, dar boas gargalhadas.
Nesse ambiente torna-se mais fácil fazer as necessárias correções
de erros com firmeza e sem a necessidade de usar os nocivos berros, às
vezes acompanhados de palavras de baixo calão ou nenhum valor para a
devida edificação de todos.
O Dr. Ross Campbell (2001, pg. 40) diz que: “O relacionamento mais
importante no lar é o conjugal... a segurança do adolescente é a qualidade
do laço entre os cônjuges”. O que pode ser dito para os filhos de outras
idades também.
A segurança é transmitida não somente porque os filhos são
amados, mas especialmente porque estes vêem e sentem o amor na
convivência dos pais.
Quando os pais erram, pedem perdão, são perdoados abraçam-se e
sorriem um para o outro, estão investindo na conta emocional dos seus
filhos. O Exemplo saudável dos pais, especialmente em casa, constrói
ambiente próprio de respeito e autoridade, onde os limites são fixados e
mais fáceis de serem aceitos. Pais comprometidos com Deus representam
a base central para este ambiente. Neste tipo de lar, desde cedo os filhos
aprendem a amar a Deus, a amar a Bíblia, a orar... (Deuteronomio 6:5-9), e,
de igual modo, a amarem a igreja, os irmãos e o trabalho do Senhor.
Barbara Cook ( 1999) faz-nos pensar quando diz que é possível um
pai levar os filhos à igreja sem os levar a Cristo. Por outro lado, numa casa
onde impere o desentendimento, as discussões, inseguranças estarão
sempre presentes. Antes de se exaltarem, os pais devem avaliar os efeitos
catastróficos do seu comportamento descontrolado e terem coragem de
tomar outra atitude. Pensemos também em filhos que tenham pais
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separados. As duvidas, as incertezas, as revoltas e outros aspectos
negativos penetram no âmago destes filhos. Como fixar limites neste
ambiente? Antes de pensar em separação, muitos vezes, apenas para a
satisfação de caprichos egoístas, os pais devem repensar dezenas de
vezes se for preciso, e no final optarem pela reconciliação e pelo
entendimento.
Mesmo que isto pareça muito difícil, será mais valioso do que
separação, especialmente para os filhos. E se acontecer a formação de
uma família monoparetal é de grande importância um ambiente saudável
regado com muito amor e paciência para que os limites sejam fixados e
observados saudavelmente.
1.2 – Conhecer os Filhos e Estabelecer Limites
Cada fase no desenvolvimento humano traz consigo caracteres
próprios. Pais, ou mesmo outros adultos educadores, devem procurar saber
quais são as necessidades físicas, emocionais ou espirituais dos filhos, para
poderem compreender e buscar recursos para a satisfação de cada uma
delas. O que não se pode é exigir comportamentos adultos de uma pessoa
que ainda não o é. Eis dois exemplos que ilustram a necessidade de se
conhecer as crianças para que sejam fixados limites na criação. Alta Mae
Erb (1986) especialista no assunto fala que quando há excesso de
autoridade ou mesmo imposição de ideais religiosos a estas crianças, a
conseqüência é que elas isolam-se, retraem-se e se sentem culpados.
Vejam! Se os pais não conhecem esta situação, podem, mesmo com
a melhor das intenções, causar estes traços negativos na personalidade dos
filhos quando tentam agir conforme diz a especialista.
Neste caso é muito mais fácil fixar limites e estes serem observados
como deveriam outro exemplo relaciona-se com adolescentes. Há todo um
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conjunto de mutações físicas, emocionais e espirituais dentro de um
adolescente que causam as mais diversas ações e reações às vezes
expostas ou não. É de suma importância conhecer estas circunstâncias para
se poderem fixar limites justos e possíveis de serem alcançados. Daí a
necessidade de um ambiente de boa comunicação e, liberdade entre pais e
filhos. Se você é pai/mãe de um adolescente, já deve ter percebido a
necessidade de afetividade, coisa comum neles, ao dizerem “ninguém gosta
de mim, ninguém se interessa por mim, eu não presto para nada, sou um
inútil, ninguém me ama”. Estes meninos precisam de limites, mas, antes
disso precisam ainda mais de pais que entendam e os compreendam . Tudo
o que puder fazer para demonstrar amor sincero pelos seus filhos, faça-o é
melhor investimento para eles e para os pais.
Não se deve desanimar ao ensinar as mesmas coisas dezenas de
vezes a um filho e parecer não Ter sido valido. É preciso persistir. Ele sabe
que aquilo é certo, e em dado momento vai assumir isso, pois os pais tem
uma responsabilidade séria de ensinar os filhos a ter noção interna dos
limites e a respeitar os limites alheios, é sério porque a Bíblia diz: “Meus
irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um
juízo severo”. (Tiago 3:1). Claro que não há nenhuma garantia de que a
nossa instrução será seguida.
Nossos filhos têm a responsabilidade de ouvir a aprender. Quanto
mais velhos maior será a responsabilidade deles. Mas, quanto mais
aprendermos sobre os problemas com limites assumiremos a
responsabilidade por eles e crescermos, mais chances nossos filhos terão
de aprender os limites de um mundo adulto em que essas capacidades
serão extremamente necessárias todos os dias da vida deles.
Não se podem perder a paciência nem a esperança. A nossa tarefa
é “instruir o menino no caminho que se deve andar”( Provérbios 22: 6). Deus
está nisto. A promessa é de que o filho não se vai desviar deste caminho.
Confiemos e descansemos!.
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Nós pais, devemos conhecer mais os nossos filhos! Procurando nos
informar de todas as maneiras possíveis. Lendo bons livros, de preferência
cristãos, participando de palestras, estudos, seminários sobre a criação de
filhos. E ai, sim, fixaremos limites saudáveis na criação deles. Devemos
evitar fixar limites sem saber por que o fazemos, pois poderemos ser
injustos e difíceis ou impossíveis de sermos alcançados.
1.3 – É Preciso Fixar Limites
Com a manutenção de um ambiente saudável no lar, e sabedores
das características básicas relativas as faixas etárias de seus filhos, os pais
tem autoridade para estabelecer os limites que sejam necessários, mesmo
que para isso tenham que provocar conflitos.
Desde cedo os filhos precisam saber até onde podem ir com sua
liberdade. Por vezes convive-se com crianças/adolescentes e em dado
momento, basta uma olhada para os seus pais para se certificarem-se o que
estão fazendo tem ou não aprovação deles. Nesta família há demonstração
da existência de limites saudáveis.
Uma séria questão ao estabelecer limites é que os pais têm medo de
o fazer e provocar revoltas em seus filhos. Por isso, correm um risco maior,
que é dar liberdade que até os próprios filhos sabem que devem ter.
Devemos aprender a amar com liberdade e responsabilidade , não com
culpa, os melhores limites são os do amor. Quem permanece para sempre
num estado de proteção está perdendo em amor e em liberdade. Impor
limites não significa parar de amar. Ao contrário, significa ganhar a liberdade
para amar. É bom sacrificar-se e negar-se pelo bem dos outros. Mas é
preciso ter limites para poder fazer a escolha.
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Devemos praticar voluntariamente o ato de dar para ampliar a
liberdade dos nossos filhos. Às vezes, quando estamos construindo nossos
limites, achamos que fazer um favor a alguém é co-dependência. Nada
poderia estar mais longe da verdade. Fazer algo para alguém, quando se
escolhe livremente fazê-lo, é fortalecer os limites. Os co-dependentes não
estão fazendo o bem; eles permitem o mal porque sentem medo.
Muitos filhos depois de adultos, podem vir a cobrar de seus pais por
terem a coragem para dizer ou fazer o que deveriam no tocante à disciplina.
Nem sempre os filhos aceitam bem, hoje, os limites, mas eles são
necessários. Após alguns anos não pensarão da mesma maneira.
Por outro lado, os pais que de forma consciente fixam limites para
seus filhos não correm o risco de futuramente se culparem por não o terem
feito, tendo que conviver com a consciência pesada por terem falhado nesta
área da criação de seus filhos.
1.4 – Quando os Limites São Ultrapassados
Entre pais e filhos cada um precisa saber quais são os seus papéis
para que suas individualidades não sejam invadidas. Os pais não podem
abrir mão da sua posição, caso contrário verão implantada a desordem.
Outras pessoas não podem abrir mão da sua posição, caso contrário verão
implantada a desordem. Outras pessoas não podem exercer o que é restrito
a eles no lar. Para a harmonia e a ordem dentro de casa, os pais não podem
abdicar disto.
Em dado momento os pais vão enfrentar rebeldia de filhos, às vezes
fazendo exigências, reclamando posições, ignorando limites, e por ai afora.
Nessa hora é preciso firmeza. O que fazer?
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Não entrar em pânico nem fazer escândalo é fundamental. Chamar
para uma conversa e dar mais uma oportunidade avisada é o caminho. Se
houver reincidência, ai, sim, aplicar o castigo, isto é, fazer os filhos pensar. É
bom que se pense como seria se cortasse algo de que o filho goste muito.
Por exemplo: a mesada por um tempo, uma brincadeira predileta ou a saída
com os amigos.
Deus colocou os pais em posição de autoridade sobre os seus filhos
e não o contrário (Efésios 6:1-2). Bruce Narrone fala da meneira certa de se
ensinar e requerer o respeito e a autoridade diante dos filhos: provar-lhes
que são os pais que estão no controle, por serem mais experientes e Deus
os ter colocado nesta posição. Não se deve lutar para se adquirir tal
autoridade, já foi dada por Deus. O que é preciso é exercitá-la com amor.
Violar a propriedade de outras pessoas tem conseqüências. A
desobediência a placas de “não ultrapasse” ou “infringir alguma lei”,
geralmente implica em punições. A Bíblia ensina esse principio
continuamente, quando diz que cada caminho que escolhemos tem suas
conseqüências.
Da mesma forma que a Bíblia estabelece conseqüências para
determinados comportamentos, precisamos apoiar nossos limites com
conseqüências. Como teria sido diferente a vida de muitos jovens se pais
tivessem cumprido a promessa de “Não lhe darei dinheiro se você largar o
emprego sem outro em vista” ou “não lhe darei mais abrigo se continuar a
ameaçar seu irmão”.
Eu creio que o apóstolo Paulo não está brincando quando diz que,
se alguém não trabalha, não deve ganhar alimento. Deus não aprova o
comportamento irresponsável. “A fome é conseqüência da preguiça”
(Provérbios 16:26).
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As conseqüências agregam algumas “farpas” às cercas. Elas
permitem que as pessoas tenham consciência do perigo de ultrapassar os
limites e do respeito que temos por nós mesmos. Isso mostra que nosso
compromisso de viver de acordo com certos valores é importante para nós, e
devemos lutar para protegê-los e guardá-los.
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2. DESPERTAR RELIGIOSIDADE
2.1 – Não Negligenciando da Parte Espiritual
Você já reparou que toda criança manifesta em algum momento uma
curiosidade natural a respeito da origem da vida e do que é o Universo?
“Quem inventou o mundo?”.
“O que acontece depois que a gente morre?”.
“Como é Deus?” É a primeira noção de que existe algo além do
material.
Nesse momento, os pais precisam lidar com carinho com essa
questão. Conversar com os filhos é muito importante, para que eles
comecem a desenvolver a consciência do sentido da vida e das diferentes
culturas e crenças que nos cercam. Uma espécie de “viagem pela
espiritualidade”, que faz parte do crescimento do ser humano. Para alguns
pais, essa viagem se dará através da procura religiosa. Para outros, através
do sentido mais amplo da vida. Para outros ainda, uma explicação
psicológica.
É uma caminhada por uma estrada invisível, na qual procuramos
perceber a grande conexão cósmica, da qual fazemos parte. Aprender a
acreditar em algo é fundamental, e os pais podem ajudar os filhos a trilhar
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esse caminho. Não vemos as ondas do rádio, por exemplo, e elas existem.
O mesmo acontece com milhões de outros fenômenos não-visíveis.
A religiosidade nada mais é do que o reconhecimento do sagrado
em cada ser; é admitir que a minhoca, a borboleta, as árvores, os rios, a
pessoa que briga conosco são criações divinas tanto quanto nós.
Uma das tarefas mais importantes dos pais é apresentar esse
universo aos filhos sem preconceitos de pecado, sem julgamentos do que é
certo ou errado, sem condicionamentos. Cristo, Buda e outros que atingiram
um nível elevado de religiosidade nunca disseram: “Seja como eu sou”.
Simplesmente convidaram as pessoas a ser elas mesmas, o mais inteira e
intensamente possível, a ir além do material, sabendo que ser verdadeiro é a
melhor maneira de realizar nossa missão aqui.
A religiosidade é um estado de ser, de estar e de procurar. Supera a
postura clássica da crença num Deus premiador ou punidor, a quem se
recorre como um mendigo que pede esmolas em situações de desespero.
Roberto Shinyashiki no seu livro Pais e Filhos (p.127) conceitua :
“Religiosidade é a compressão, cada vez mais absoluta, de uma espiral de
energia que transcende a pretensão simplista de agir certo ou errado.”
Quanto mais uma pessoa procura ser ela mesma, assumindo
características próprias, mais se aproxima do sagrado. O profano é o
distanciamento de si mesmo, quando se nega a própria vida para realizar
outro modelo de perfeição.
Existem vários questionamentos de pais preocupados com a
formação religiosa dos seus filhos e por isso devemos pensar em como está
a nossa relação com Deus, em qualquer idade de nossas vidas, pois não
devemos negligenciar de nossos filhos sua própria relação com Deus que
deve se manter sempre pessoal e amorosa, pois assim que Deus age em
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nós, sempre nos tocando individualmente e com um amor infinito. E uma
relação destas não tem hora para se iniciar nem para terminar é como o ar
que respiramos, tendo consciência ou não ele está presente em nossas
vidas todos os dias e não se precisa ensinar ninguém a respirar.
Então antes de nós questionarmos de como falar de Deus aos
nossos filhos vamos parar e pensar como vai a nossa relação pessoal com
Deus.
Temos tido alegria de viver porque a vida é um Dom de Deus?
Temos suportado sofrimentos com a certeza de que qualquer sofrimento
temporal, ou seja, aqui na terra, jamais será tão grande como o de Jesus e
esse sofrimento dele garantiu que seremos consolados na Vida Eterna junto
com Deus? Tenho mantido um canal aberto com Deus por meio da
freqüência nas orações e comunhão com a igreja e com os irmãos? Tenho
vivido em família de forma egoísta e individual esquecendo do amor,
respeito, fidelidade etc... Tenho procurado conhecer mais o que Deus quer
de nós por meio da leitura da Bíblia e de livros espirituais? Estas perguntas
já são suficientes para uma breve reflexão de como estamos vivendo nossa
relação com Deus e consequentemente quanto estamos preparados para
transmitir isto aos nossos filhos.
Diante deste questionamento podemos constatar que os nossos
filhos imitarão muito mais o que fizermos do que falarmos, portanto um clima
de amor e devoção a Deus em casa é melhor aprendizagem que pode
haver. Devemos abençoar a nossos filhos antes de deitarem, bem como
ensiná-los a fazer uma oração antes de dormir, levar os filhos à igreja desde
pequenos para que isto se torne costume e aprenderem a respeitar o
momento de adoração à Deus e a importância que isto tem na vida da
família. Se temermos que nossos filhos irão chorar ou incomodar outras
pessoas fique com eles perto de uma saída. E se achamos que vamos
assistir a mensagem preocupada com o filho pequeno não vale, engano
nosso, Deus nos dá os filhos e Ele sabe como eles são. Precisamos ler a
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Bíblia e explicar as passagens mais simples para as crianças, mesmo que
comecem com “historias de Jesus” e conforme vão crescendo se tornem a
Palavra de Deus na vida deles.
Devemos lembrar que Deus vem e dá seus toques divinos, e nossa
obra acorda como uma bela adormecida, o pesadelo vai embora, e
percebemos que nosso trabalho, nossa tarefa, torna-se com o toque de
Deus uma obra de arte.
Nossos filhos são uma obra de arte, e Deus vai saber dar o toque
em relação ao despertar da religiosidade de nossos filhos momento certo.
2.2 – Desenvolvendo Compromisso Religioso
Uma educação bíblica, coerente e equilibrada precisa proporcionar
uma formação, cujo compromisso maior, é com o reino de Deus. É preciso
despertar nos filhos o interesse pela Casa de Deus. Para isso os pais devem
estar adaptados a Igreja, amar os irmãos e os líderes da comunidade. Há
indivíduos que falam mal da Igreja e mesmo assim querem que seus filhos a
freqüentem.
E se quisermos desenvolver um compromisso religioso em nossos
filhos precisamos viver os valores eternos da Palavra de Deus. Aplicamos,
aqui, estes valores em relação à convivência familiar. Esperamos que os
filhos vivam conforme os valores da Palavra de Deus, para que possamos
ter famílias cada vez mais felizes e ajustadas.
Uma função dos Pais é repassar os valores cristãos recebidos. As
gerações interagem, num processo contínuo em que valores são passados
de pais para filhos. Mas o que acontece muitas vezes é que estamos
passando só valores, mas costumes de época também. Os pais querem
colocar na cabeça do filho adolescente ou jovem os mesmos costumes do
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tempo em que eles eram dessa idade. É preciso diferenciar a moda e os
costumes dos valores. Os costumes passam; os valores são eternos. É na
primeira infância (0 a 7) que se passa para a criança todos os valores morais
e cristãos que desejamos. É lamentável que pais cristãos esperem que a
igreja forneça toda base de educação religiosa e moral de seus filhos.
A responsabilidade maior de passar valores bíblicos e morais à
criança é dos pais. Há lares em que a mãe não tem tanta facilidade para
contar histórias bíblicas, e o pai assume com tranqüilidade o papel. O
primeiro contato da criança com Jesus e a Bíblia deve ser privilegio dos pais.
Não permita que outra pessoa lhe roube esse prazer. As histórias bíblicas e
versículos vão ficando na mente da criança e se incorporando ao seu
sistema de valores. Se você não aproveitar essa fase, a televisão tomará
todo espaço.
Para cada idade há um nível de aprendizado e, é natural, um nível
de ensino. Nós não devemos exigir que uma criança de 3 anos fique calada,
ouvindo um longo texto bíblico com palavras difíceis. Mas ela acompanhará
com atenção um livro de histórias bíblicas ilustradas com palavras
acessíveis ao se entendimento.
A forma de apresentação da mensagem é variável, mas o conteúdo
é o mesmo. O importante é que os pais só podem repassar os valores
cristãos se eles os tem incorporado à sua vida pessoal. Tudo deve ser feito
debaixo de muito amor, porque amor não ensina, se demonstra, se vive.
Mesmo que os pais ofereçam aos filhos todo o conjunto de valores
cristãos, estes correm o risco inevitável do confronto com o mundo externo.
Enquanto são pequenos, é mais fácil contornar, mas quando chegam à
adolescência e juventude, os questionamentos naturais acontecem. Isto é
bom, saudável e criativo, mas assusta os pais. Começam a assumir uma
consciência de culpa de que não ensinaram como deviam, e isso grã um
mecanismo de rejeição que vai culminar num relacionamento tenso e
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conflitivo entre pais e filhos, muito comum nos lares e mais forte em lares
cristãos.
Os pais precisam entender que o jovem começa a questionar cada
valor recebido para ter a certeza de que ele crê não apenas “ leitura na
cartilha do outro”, mas algo de convicção própria. Quanto mais os pais lutam
contra, mais distantes ficam os filhos. O importante é entender que eles
estão numa fase de busca de identidade, de saberem quem são realmente e
que precisam de ajuda, não de sermões. Devemos lembrar que fomos
adolescentes e jovens, e nossos filhos nunca foram adultos.
Para os jovens não é fácil serem colocados em xeque na escola ou
no trabalho, quando os outros começam a lhes passar valores contrários
aqueles recebidos em casa. Ser atacado em tudo que creram até a idade
jovem não é confortável. Ver suas crenças sendo chacoteadas pelos colegas
não é coisa que trás alegria a ninguém, por isso precisam estar solidificados
ou completos em sua questão religiosa para que assim não entrem em
controvérsias com suas próprias decisões e por isso precisam dos pais mais
que se encontrem firmes perante a escolha de suas convicções com Deus.
A igreja e o lar precisam aliar-se para oferecer a esses jovens um
espaço para reflexão e busca pessoal. O problema é que alguns entendem
reflexão com revolta e descrenças, enquanto estivermos lutando por
questões fúteis e preconceitos, prejulgando estaremos perdendo os filhos de
casa e os jovens da igreja, porque se mantermos antigos valores, estaremos
prejudicando o que é novo de se manifestar.
O choque de valores é inevitável e necessário. É preciso, portanto
que os pais cristãos tenham absoluta consciência de sua responsabilidade
em viver os valores do reino de Deus e em transmiti-los de maneira
adequada aos filhos, para que tenhamos lares bem estruturados e,
conseqüentemente, uma igreja forte.
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Não é uma fácil tarefa viver em família, considerando que cada
pessoa é diferente, as pressões sócio-econômicas são fortes, o espaço
físico é pequeno, na maioria dos casos, e as influências dos meios de
comunicação são grandes. É um desafio para a família cristã de nossos dias
tornar os valores bíblicos de simples declarações escritas em algo concreto
vivido.
Nós temos a obrigação de passar para os nossos filhos a nossa fé, a
partir do momento que acreditamos vivificando-a verdadeiramente, fazendo-
os ver que temos um Deus presente em nossas vidas, porque como fazer
nossos filhos acreditarem e terem fé em alguém que não acreditamos?
Se não cuidarmos de nossa lama em primeiro caso, jamais faremos
com que nossos filhos tenham credibilidade em nossas palavras.
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3. IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO
3.1 – Falta de Comunicação
A capacidade de comunicação exige a compreensão da mensagem
que o outro quer transmitir e para tal faz-se necessário o desejo de querer
escutar o outro, a atenção às idéias emitidas e a flexibilidade para
recebermos idéias que podem ser diferentes das nossas.
Há uma diferença marcante entre pais e filhos realizados e os
descontentes: os casais e as famílias felizes mantém o diálogo como sinal
de respeito e de afeto. Não falar, calar-se, é um dos maiores perigos no
relacionamento. Por outro lado, o diálogo franco é um dos maiores
promotores do amor e do bom relacionamento.
O que significa dialogar? Diálogo é aquela comunicação que vai um
passo além da conversa normal sobre assuntos corriqueiros. Os filhos
revelam muito de si, falam de seus sentimentos e permitem que o outro
partilhe destes pensamentos. Isso é diálogo.
Entre outras técnicas de diálogo, sugere-se que, ao menos uma vez
por semana, os pais saiam sozinhos para fazer um programa com filhos e
falar livremente.
Neste diálogo é importante ouvir e não apenas falar, não acusar mas
trocar opiniões.
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Mas sobre o que conversar? Sobre si mesmos, sobre o
relacionamentos que mantêm, sobre os valores em que acreditam, sobre
suas emoções, sobre seus desejos enfim sobre a vida em família.
Recomeçar a dialogar pode não ser fácil, mas vale a pena tentar.
Recuperar o poder da ternura entre pais e filhos é o nosso desafio.
Muitos problemas na relação entre pais e filhos devem-se a uma
falta de comunicação. Em muitos momentos os pais não compreendem e
preocupam-se com algumas atitudes dos filhos. Nesta situação, o dialogo é
um caminho fundamental para que exista maior participação e integração
com os filhos.
Existem porém varias formas de dialogo e os pais devem estar
atentos para isso. Muitas vezes inclusive o silencio é uma forma de
expressão que deve ser respeitada e compreendida, e noutros momentos
longas conversas que revelam idéias e emoções podem surgir naturalmente.
Comunicar implica em saber ouvir, perceber e compreender as várias
maneiras de expressão de uma pessoa, que revelam as suas emoções,
idéias, vontades etc. assim como tentar ser percebido e compreendido na
nossa forma de expressão.
As crianças pequenas por exemplo, tem o seu universo particular de
comunicação. Não poderíamos esperar que uma criança de cinco anos
conversasse e transmitisse organização e maturidade de pensamentos com
alguém de 35 anos. Assim sendo, para nós conseguirmos nos comunicar de
forma saudável com uma criança, é preciso entrar no seu universo infantil.
Um dos principais problemas que dificultam a comunicação é o
receio de não ser compreendido. Experiências passadas em que não fomos
bem recebidos e aceitos podem causar certa “mágoa” ou deixar como
seqüela, uma angústia interna que impedirá mais tarde de nos
manifestarmos livremente com receio de sofrer uma situação semelhante de
25
humilhação e sofrimento. Esse problema não emerge inicialmente nos filhos
que ainda tem poucas experiências de vida, mas sim acontece
freqüentemente com os pais, ou seja, muitas vezes a dificuldade em se
exprimir encontra-se no inicio e fundamentalmente nos pais, que devem
superá-la para estabelecer nova dinâmica de relacionamento com seu filho,
pois se não superarmos dificuldades de experiências passadas, passaremos
tais experiências à nossos filhos, porque nós como pais devemos analisar as
dificuldades como provas, para que um dia possamos transmiti-las como
uma mais nova experiência de vida, pois os problemas e as divergências
muitas vezes deixam magoas, mas não é por isso, que devemos transportá-
las para todos os problemas de nossa vida, como da primeira vez, cada
casa é um caso.
Pais que são demasiadamente rígidos, não toleram erros, e só
aceitam comportamentos preestabelecidos para os filhos, agindo com
repressão, desvalorização ou desinteresse com o que a criança manifesta
espontaneamente, estão sem dúvida interrompendo o fluxo espontâneo de
comunicação entre eles e ainda podem afetar a auto-confiança nas
realizações e na capacidade de expressão dos filhos.
A comunicação familiar é fundamental para que os filhos
desenvolvam a habilidade de comunicação futura noutras situações como na
profissão ou relações afetivas e sociais. É também importante para a própria
saúde emocional dos familiares que convivem juntos e passam por tantos
momentos particulares, que acabam afetando a dinâmica interna do lar. É
através da comunicação que os sentimentos e opiniões podem surgir
livremente, transmitindo um relacionamento mais íntimo e verdadeiro.
Devemos mostrar interesse sobre os assuntos diários dos nosso
filhos. Não demonstrando qualquer julgamento que possa desvalorizá-los,
pelo contrário, elogiando o que considerar positivo.
26
Não esperar que os nossos filhos tenham comportamentos,
pensamentos ou vontades que sejam iguais aos nossos, apenas estejamos
atentos ao que não for saudável, e respeitando quaisquer que sejam as
escolhas que os deixem felizes. Devemos respeitar a privacidade e
compartilhar-mos das suas opções e realizações.
3.2 – Estimulando seu Filho a Falar
Vivemos num mundo perigoso, onde as crianças estão expostas às
drogas, ao álcool e ao sexo em idades cada vez mais precoces. Alguns pais
temem que o fato de conversar sobre tais assuntos irá sanciona-los. O
oposto é verdadeiro. Acreditamos que crianças que falam abertamente com
os pais estão menos sujeitas a usar drogas e álcool.
Os pais podem ser os mais indicados para conversar com os filhos
sobre os assuntos delicados para evitar que os filhos venham procurar
pessoas estranhas ao convívio da família.Os pais devem se familiarizar com
o tema, seja ele drogas, bebidas ou sexo na adolescência.
Depois, pergunte a seus filhos o que sabem: crianças pequenas de 6
ou 7 anos, podem ter ouvido histórias no playground ou ter visto algo na TV.
Deixe claro que está mencionando o assunto para que conheçam os riscos,
não porque confia neles. Permita que saibam que nós estamos dispostos a
responder a quaisquer perguntas ou discutir suas preocupações.
3.3 – Administrando Tempo Para Ouvir
Não devemos esquecer de ter sempre um tempinho diário para
conversar com os filhos, estabelecendo um clima que permita que eles
possam expor suas idéias. Nesses momentos, não devemos tentar impor
nossos pontos de vista, ainda que o que eles digam expresse conceitos
27
totalmente diversos dos nossos. Ouçamos com atenção e em silêncio
(embora isso seja bastante difícil). Depois que eles terminarem, diga com
clareza o que pensa a respeito. Afinal trata-se de uma conversa apenas,
lembre-se. O importante aqui é abrir portas para a comunicação franca. Se
nós começarmos a falar, falar, falar ou der lições de moral, o “papo”
terminará logo, logo. Se não criamos este hábito saudabilíssimo de
sabermos ouvir os filhos ou deixarmos para depois, o momento do diálogo
provavelmente não ocorrerá nunca. Devemos aproveitar quando eles ainda
gostam de conversar conosco e contar os eventos do dia-a-dia.
Aproveitemos. Será a base para não esconderem muitas coisas no futuro. É
verdade! Menos de 20% dos jovens contam tudo para os pais.
Especialmente se nunca conversaram antes.
Os pais precisam fazer o que for preciso para estar disponível para
os seus filhos. Precisam estruturar a vida para poderem dedicar mais tempo
e atenção aos filhos, um passo que parece simples, porém não é nada fácil.
Reservar tempo para os filhos pode ser especialmente complicado os pais
que vivem separados dos filhos e para os que só pensam em trabalho. Se os
pais não fizerem isso, porém podem acabar perdendo contato com os filhos
à medida que estes crescem e mudam, e um bom relacionamento entre eles
será cada vez mais difícil de conseguir.
Algumas atividades dos pais muitas vezes permitem que eles
tenham uma certa flexibilidade do que outras. Mas os pais diariamente
fazem opções conscientes que influenciam a qualidade e a quantidade do
tempo e da atenção que pode dar aos filhos. É o pai ou a mãe que vai se
encarregar do banho diário do bebê?Quem vai ler uma história para as
crianças na cama? Quem vai ajuda-las a casar as meias? Embora essas
coisas pareçam banais, são considerações importantes porque é de dentro
da estrutura de nossa vida comum que emergem os laços entre pais e filhos.
Na família os filhos devem possuir sempre o direito de falar e o
diálogo deverá ser sempre uma realidade palpável. Os pais quando
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estabelecem uma conversa com o filho devem lembrar-se que os filhos têm
o direito de falar e os pais não podem monopolizar a conversa numa
demonstração de autoritarismo.
Muitos pais querem falar pelos filhos. Alguns utilizam palavras
impróprias, com agressões e ameaças, mentiras, xingamentos, apelidos,
anedotas, etc. Para que os pais é necessário uma boa comunicação na
família, determinando uma hora especial para praticar a comunicação. Deixe
que seus filhos percebam que suas opiniões, problemas e experiências
interessam a você. Por sua vez, conte a eles sua idéias, experiências,
frustrações e sonhos. Embora não deva haver limites sobre os assuntos a
serem discutidos, os pais não devem permitir linguagem desrespeitosa nem
implicâncias”, mas diga-lhes que tem direito à privacidade e às opiniões
pessoais. Algumas vezes a família precisa estabelecer regras tais como “não
pode haver interrupção até que a pessoa que esteja falando termine.
Quando forem feitas perguntas, estas devem ser respondidas com
sinceridade e complemente. Tudo isso leva tempo para aprender mas os
pais devem gastar tempo com os seus filhos. Este dialogo precisa
desencadear um relacionamento amoroso, alegre, jovial, esportivo e afetivo;
pois , o relacionamento entre pais e filhos não é composto só de regras ou
palavras, mas de um envolvimento entre eles.
29
4. ATINGINDO OS FILHOS INTEGRALMENTE
4.1 – No aspecto intelectual
Para estudar, os filhos precisam ter um sentido de organização e a
liberdade de fazê-lo ou não. Uma vez tendo se decidido pelo sim, o passo
seguinte é conseguir estudar, o que exige envolvimento pragmático e útil
(responsabilidade, concentração e compromisso, virtudes que os pais tanto
almejam para seus filhos).
No começo, os pais devem monitorar os filhos para estes criem o
costume e assim tenham condições de tomar a responsabilidade como
sendo deles. O ponto fundamental em relação à disciplina do estudo é
garantir ao filho tempo e espaço, as condições favoráveis para fazer a
digestão da informação recebida em sala de aula. Mas ninguém poderá
digerir a informação por ele. Esse acompanhamento não deve ser feito
apenas na véspera das provas ou à medida que se aproximam os exames
finais. Todo dia a produção deve ser estimulada, exercitada e cobrada.
Precisamos arrumar um local para que o filho possa colocar seu
material e principalmente apoiar os dois braços, para estudar sentado. Um
lugar individualizado talvez não seja a solução. São bons os resultados
práticos obtidos por famílias em que todos estudam no mesmo horário.
Mastigar, degustar e assimilar juntos a comida dá uma referência
conjunta, de modo que o menos estimulado acaba tendo de acompanhar os
demais. Se todos jantam juntos, os vícios individuais aparecem e são mais
30
facilmente superados. Quem come sozinho demora muito ou come depressa
demais, alimenta-se em pé ou direto da panela.
Quando estuda sozinho, o filho pode distrair-se, perder tempo
demais com uma única matéria, dar importância em excesso aos desenhos
em vez de prestar atenção no texto principal, ficar rabiscando. Até que
acompanhá-lo para evitar que adquira esses pequenos vícios. Mas isso não
significa que os pais devam fazer a lição pelo filho. Se assim proceder,
fatalmente eles serão reprovados. É só estudando que se aprende a
estudar.
É interessante notar que atualmente estão sumindo das casas as
bibliotecas e as escrivaninhas, e aumentando o número de poltronas, bares
e televisores. Não é só um problema de redução de espaço, mas também de
ordem cultural. As famílias que privilegiam o estudo ainda possuem
escrivaninha ou um local próprio para ele. Dificilmente o estudo sistemático
entra no esquema funcional de uma casa sem biblioteca e escrivaninha
porque os atrativos são outros.
Não convém sobrecarregar a agenda diária do filho com várias
atividades, nem deixar o horário muito solto.
Se preciso estabeleça o tempo de rendimento máximo do seu filho e
programe com ele intervalos e ajude-o a administrar melhor o horário. Cada
pessoa tem seu ritmo biológico. Uns rendem mais ao cair da tarde, outros
pela manhã.
Para melhor rendimento do aprendizado durante o estudo, seu filho
deve sentar-se próximo à mesa ou à escrivaninha. Essa é a posição mais
adequada, pois os livros e cadernos estarão apoiados na mesa a uma
distância ideal para a leitura ou a escrita, sem provocar incômodos físicos
que possam desviar a atenção do estudo. Evite que ele estude na poltrona
31
ou no sofá, pois a posição que esses confortáveis móveis exigem mais
favorece o descanso que o estudo.
Imagine seu filho preparando-se para estudar: põe os livros e
cadernos de um lado da poltrona ou mesmo no chão, espreguiça-se, deita-
se ou recosta-se, verifica se o telefone está ao seu lado e liga a televisão
(que é o que tem à sua frente, em vez da mesa) enquanto masca chiclete. É
evidente que não está “aquecido” para estudar. Qualquer programa é
interessante ou mesmo um telefonema poderá afasta-lo do objetivo de
estudar, quando não o próprio sono. A posição para segurar o livro é
incômoda e o movimento repetitivo é monótono de só ler com os olhos
desliga o cérebro, por ser hipnótico. A proposta de estudo não dura mais que
cinco minutos.
Andar pode. Às vezes, ler e refletir andando oxigena o cérebro e
facilita o processo de aprendizagem. É obvio que não é para escrever
andando, nem caminhar para lá e para cá com três livros debaixo do braço,
porque o conhecimento não se dá por osmose.
Para estudar, é preciso que a pessoa se prepare “ psicológica e
espiritualmente”, como se estivesse se aquecendo para praticar um esporte.
Ritualizar o estudo, repetir uma seqüência, como pegar o material e sentar-
se, são elementos que podem funcionar como iniciadores para que o
cérebro concentre-se na tarefa de estudar.
Até isso requer disciplina: da próxima vez que for estudar aquela
matéria, o filho descobrirá por si mesmo que é mais fácil quando o material
está organizado e à mão. Assim, não vai precisar ficar procurando o caderno
no meio da bagunça. Cada coisa deve ter seu lugar: caderno com caderno,
roupa com roupa, meia suja com meia suja.
O comportamento humano é contagiante. Se no mesmo ambiente há
uma pessoa trabalhando e outra descansando, as duas saem prejudicadas.
32
Por isso, é bom que os filhos estudem no mesmo horário. Assim
quando terminam, brincam todos juntos. Do contrário, quem brinca atrapalha
quem estuda, pois este preferiria estar brincando também. Brincar é mais
atraente e gostoso que estudar. Assim como assistir televisão.
Portanto televisão não cabe na sala de estudos. Se não houver jeito,
deve ficar desligada, pois na competição com um livro, ela ganha de longe
por ter imagem e sons vívidos e coloridos. O livro, ao contrario, tem uma
forma pouco atraente, porque seu conteúdo é expresso em letras imóveis,
entretanto televisão e sala de estudos não combinam.
Mesmo que se tire o som da TV, ela foi feita para ser olhada.
Dificilmente um estudante consegue olhar uma coisa prestando atenção em
outra. O olhar, em geral, é mais forte. Logo, a televisão atrapalha mesmo. Já
a música até pode ajudar. Desde é claro, que quem esteja estudando não
ouça um show de heavy metal, mas algo suave, que não solicite seu
envolvimento e favoreça a concentração.
Nada de estudar só na véspera da prova. Mesmo que não tenha
lição de casa para fazer, a criança deve repassar as matérias dadas naquele
dia. Mas não basta ler com os olhos, precisa ler em voz alta, fazer resumo. E
cabe aos pais conferir a lição e checar esses resumos todos os dias. Se os
pais não tiverem método, os filhos deixarão de cumprir com suas
obrigações.
A importância da interação entre pais e filhos é irrevogável o que
precisa ser produzido é respeito e a confiança entre as duas partes
possibilitando um apaziguamento de um conflito não só gerado por dúvidas,
por não saber o que fazer, mas também pela vaidade de somente querer
delegar ao outro os fracassos e a incompetência, porque as duvidas não
provem de Deus e com isso muitas vezes nos paralisam e como pais jamais
devemos deixar que nossos filhos paralisem em suas ações. Este fato faz
33
com que haja um descuido em relação ao principal objetivo: beneficiar a
criança tornando a educação algo que seja prazeroso e acolhedor.
Os estudos são responsabilidades não só dos filhos, mas da família.
4.2 – No Aspecto Físico
Antes que nos apercebemos os nossos pequeninos serão homens.
As crianças têm o hábito de crescer! Na verdade, nós temos filhos apenas
durante alguns poucos anos; todavia, durante toda a sua vida ele será aquilo
em que se tornou naqueles anos em que esteve sob nossos cuidados.
Todo progresso verdadeiro é de crescimento. Até mesmo Jesus, o
filho de Deus, cresceu em sabedoria estatura e graça segundo as leis do
crescimento humano. É responsabilidade dos pais alimentar este
crescimento de corpo, mente e espírito. Tão grande tarefa exige muito
estudo, observação cuidadosa, sacrifício pessoal, paciência ilimitada e
dedicação completa.
O estude de que falamos deve ser a natureza da própria criança. O
comportamento, os desejos, os movimentos e expressões de nosso filho irão
dizer-nos como ele irá crescer. A natureza das crianças está geralmente
mais certa do que as teorias tão apreciadas pelo homem.
Muitos desejos naturais que Deus deu ao nosso filho irão aborrece-
lo. Falar em voz alta, atividades violentas, desordem, são essas formas
através das quais a natureza descarrega o excesso de energia e produz o
desenvolvimento muscular essencial. A atividade exuberante do nosso filho
faz parte do processo de crescimento.
Tenha cuidado para não negligenciar o seu crescimento mental.
Encoraje sua tendência de fazer perguntas, sua curiosidade, sua
34
imaginação. Todas essas são ferramentas dadas por Deus para ajudar o
crescimento mental. Não tente “aprender” por ele nem fazer tudo para ele.
Permita que ele aprenda e faça por si mesmo. Dê-lhe responsabilidades e
oportunidades de exercitar suas tendências criativas. Deus mostrou, de
muitas formas como os pais devem agir para com a criança, pelos desejos
naturais que Ele deu a ela. Os pais muitas vezes cometem o erro de negar
esses desejos por serem inconvenientes ou aborrecidos. Em lugar de achar
defeitos na natureza da criança, os pais deveriam perguntar-se por que a
criança age dessa forma, e permitir que se expresse conforme sua natureza.
Cada pai deveria tomar tempo para aprender as leis naturais do
crescimento. Existem razões por trás de todos os desejos e inclinações da
criança. Aprender essas leis naturais do crescimento simplifica a tarefa de
educar a criança no caminho em que se deve andar.
O crescimento é um processo demorado. Não existe uma transição
repentina da primeira para a Segunda fase da infância. A primeira infância
inclui a faixa de idade que vai de três a cinco anos. A Segunda faixa vai de
seis a oito anos; a terceira de nove a onze anos. Cada faixa tem suas
características e desejos distintos. Um estudo da própria criança irá permitir
que os pais graduem adequadamente o treinamento que ela deve receber.
Os pais devem estar sempre interessados nos cuidados físicos de
seu filho. Um corpo forte e saudável, com um desenvolvimento físico
adequado irá melhorar o potencial do espírito. Os bons pais devem prover
equipamento e ambiente propícios ao desenvolvimento adequado do corpo
da criança.
A criança se rebela porque tem que dormir a uma certa hora. A
menininha fecha a boca e se recusa comer, porque não gosta do alimento
que lhe dão. De que é a culpa?.
35
Os hábitos fundamentais de comer, vestir, higiene e sono devem ser
bem estabelecidos na primeira infância. A regularidade dos mesmos dá à
criança um sentimento de segurança. Os bons ou maus hábitos infantis são
sempre resultado da educação que recebe ou da falta dela.
A percepção sensorial é muito importante na primeira infância. As
crianças anseiam por manusear familiarizar-se com as coisas, de todos os
ângulos possíveis. A criança deve receber objetos para tocar, ver, ouvir,
cheirar e provar.
4.3 – No Aspecto Espiritual
Segundo Edward E. Hindson em seu livro A Família Total (p.153 e
154) “ A maior causa do conflito entre os jovens e seus pais é geralmente o
fracasso espiritual da parte dos pais. Independentemente de gostarmos ou
não, nossos filhos têm a tendência de reproduzir nosso estilo de vida. Você
não pode esperar que seus filhos superem os padrões espirituais que você
adotou para a vida. Se você não quer que seus filhos fumem, não fume; se
você não quer que seus filhos bebam, não beba. Se você não quer seus
filhos gritem, digam palavrões, não grite nem diga palavrões. O filho
adolescente geralmente só atingirá o nível de vida dos pais. Ele não deveria
ser uma vítima do estilo de vida de seus pais, mas geralmente o é.
Entretanto, todo pai precisa reconhecer que seu filho é afinal, um produto de
suas próprias atitudes e ações, ou seja os filhos geralmente são produtos do
meio em que vivem com os pais. Se você quer que seus filhos sejam
maduros espiritualmente, precisa caminhar à frente deles.”
Nossos filhos são levados a um desenvolvimento espiritual através
da educação que damos. Direta ou indiretamente. A influência , o nosso
exemplo, nosso modo de agir nas situações difíceis, com calma e alegria,
tudo isso conduz suavemente ao filho em direção a espiritual.
36
Os livros , as gravuras, a musica e os ensinamentos segundo a
palavra de Deus, que servem para educar o filho, também servirão ao
propósito de lavá-los a Jesus.
Um pai verdadeiramente cristão irá planejar cuidadosamente os
brinquedos do filho, seu ambiente, sua instrução , as respostas às suas
perguntas, sua imaginação, sua vida emocional e seu interesse religioso, a
fim de que todas essas influências possam “incliná-lo” a uma espiritualidade.
A decisão deve partir da criança. Um dia ele deve decidir-se a
aceitar ou rejeitar a Deus. Nós não podemos fazer isso por ela. Mas nós
podemos lançar os fundamentos dos conceitos cristãos de maneira tal que
ela seja encorajada e influenciada a receber a graça salvadora de Deus
como revelada através de Cristo.
Faça da vida espiritual de seu filho o maior objetivo de sua vida
como pais. Através de seus ensinamentos e seu exemplo torne Jesus tão
desejável que ele venha a querer conhecê-lo. Não permita que coisa alguma
o desvie deste propósito. Se há algo que deve ser negligenciado, não
permita que seja o bem-estar espiritual de seu filho. Sem fazer uso de
pressão, uma nota definida de evangelismo pode ser introduzida na leitura
da Palavra de Deus e nas orações no círculo familiar. Não se satisfaça
enquanto não tiver certeza de que sua ovelha está segura no aprisco divino.
Toda personalidade da criança deve ser nutrida desde o nascimento,
de maneira a orientá-la em direção a Deus. Isto não se refere a uma série de
declarações doutrinárias que a criança deva guardar de memória. Esta
educação cristã só pode ser feita se participarmos do mundo e dos
pensamentos da criança, seus desejos, seus prazeres, tudo no sentido de
lavá-la aceitar a vontade de Deus para sua vida.
A instrução espiritual deve sempre ter como base, na medida do
possível, a compreensão da criança. Ela só pode apreciar e receber o que
37
compreende. Um principio básico na educação da criança para
espiritualidade é encorajá-la e permitir que passe por experiências que irão
levá-la até uma pessoa viva que a criou, que deu-lhe amizade e sabedoria,
que ajudou-a a controlar seu gênio e é todo amor.
As crianças pequenas podem e necessitam conhecer Jesus. É este
o propósito de toda a nossa educação espiritual na primeira infância.
Devemos guiar a criança, passo a passo, pelo caminho que leva a
Deus. A criança pode mentir, sentir tristeza pelo ato praticado e receber
perdão de Deus. Ficará então contente, sabendo que Deus a ama e perdoa.
Os pais interessados e inteligentes aguardarão pacientemente que a criança
alcance esse grau de maturidade espiritual.
Uma das maneiras de encaminhar a criança para a espiritualidade é
considerar com atenção as suas perguntas no campo da religião. Fique
contente por ela estar pensando. Jamais deseje que não o aborreça com
uma pergunta que não pode ser respondida. Seja bondoso, gentil,
atencioso, verdadeiro e esteja atento para poder responder bem a todas as
perguntas, principalmente aquelas que se relacionam com a vida espiritual
Mesmo que seu filho não saiba ler, mostre-lhe as respostas as suas
perguntas na Palavra de Deus.
Leve seu filho aos trabalhos da igreja, à escola dominical, às
conferências, às reuniões missionárias, à escola bíblica de férias. Nesses
lugares receberá diversas impressões que irão ajudar a você na tarefa de
levá-lo a conhecer a Deus.
Um risco a ser evitado nesta educação religiosa é a discrepância
entre os ensinamentos bíblicos e o comportamento dos pais. Professar uma
fé sem praticá-la, tomar atitudes que contradigam a Palavra de Deus tem
influência no sentido de desviar a criança de Deus. As palavras e a prática
devem estar em harmonia a fim de que a criança veja sentido naquilo que
38
dizemos. A incoerência na vida dos pais têm silenciosa e poderosa influência
na vida espiritual das crianças. Não basta ensina-las apenas por meio de
palavras. Temos mandamentos divinos em relação ao treinamento das
crianças. Se os pais crêem na Palavra de Deus, devem preocupar-se
contentemente com a vida espiritual dos seus filhos.
4.4 – No Aspecto Social
Quando Deus criou os seres humanos, ele nos fez criaturas sociais.
Ele declarou que não é bom para as pessoas estarem sozinhas, instruiu-nos
a nos multiplicarmos e permitiu que nos expandíssemos nos bilhões de
pessoas que agora ocupam o planeta terra.
Toda vez que duas ou mais pessoas dessas pessoas se reúnem,
surgem relações interpessoais. Algumas vezes essas relações são suaves,
dão apoio mútuo e são caracterizadas por comunicação clara e eficiente.
Com freqüência, porém essas relações interpessoais são tensas e marcadas
por conflitos. Segundo o psiquiatra americano Harry Stack Sullivan, todo o
crescimento e curas pessoais, assim como todos danos e regressões
pessoais surgem através dos relacionamentos com outras pessoas.
Para viver em sociedade, os nossos filhos não necessitam apenas
da inteligência. Precisa viver segundo a ética, participando ativamente das
regras de convivência e encarando o egoísmo, por exemplo, como uma
deficiência funcional social.
Daí os filhos devem utilizar sua inteligência para superar as
dificuldades naturais da vida, a fim de resolver os conflitos de convivência,
para que no plano social não venha prejudicar sua família e acabar atingindo
toda sociedade.
39
A família tem a responsabilidade na formação dos filhos, e a escola,
por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na
educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas
algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam.
Foram tantas as mudanças de mentalidade e comportamento
nessas últimas décadas que tanto os pais quanto às escolas precisaram
adaptar-se a um novo sistema educativo em busca da saúde social.
Vivemos numa sociedade. Aprender a ajustar-nos a outras pessoas
é um problema importante. Muita infelicidade na vida surge da incapacidade
de pessoas conviverem bem. A educação social é muito necessária.
Devemos estudar e aplicar pessoalmente as instruções dadas aos nosso
filhos.
Permitir que uma criança domine os adultos e faça sempre a sua
vontade, resultará em um mau ajuste social. Mesmo na mas tenra infância
ela deve aprender a dar e receber. O amor dos pais quando verdadeiro, não
hesitará em aplicar correção sempre que as circunstâncias assim o exijam.
Os pais são importantes na vida social dos filhos.
40
CONCLUSÃO
Treinar a criança no caminho em que deve andar é mais facilmente
discutido do que realizado. Os filhos, como os pais, têm o diferentes
personalidades e as diretrizes bíblicas para sua educação não são tão
especificas quanto alguma pessoas gostariam que fossem.
Embora a educação dos filhos não seja a única tarefa dos pais na
vida, ela é uma tarefa importante, não devendo ser realizada levianamente.
O ensino não é um esforço , mas deveria preocupar os pais
repetidamente, dia e noite.
O que dizemos raramente tem mais influencia do que aquilo que
fazemos. Quando os pais ouvem, obedecem e amam, eles fornecem um
exemplo para os filhos que reforça o que está sendo dito no lar.
Muitos acham fácil falar sobre a arte de ser pai _ até que tenham
filhos. As teorias favoritas sobre como educar filhos são então rapidamente
descartadas à medida que as mães e pais começam uma tarefa para a qual
no geral não têm qualquer preparo e que dificilmente dominam.
Muitos pais vivem sob o peso da idéia de que todos os problemas
manifestados pelo filho resultam de algum erro por parte deles ou são vistos
como tal pela criança.
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Os pais deverão enfrentar os desafios de sua missão, aceitando o
fato de que ser pai é uma das tarefas mais importantes que jamais
empreenderá _ e dividir o seu tempo e energia de acordo com essa tarefa.
Refletir bastante sobre o papel que vai desempenar não
considerando seu filho uma extensão de si mesmo. Sinta prazer em seus
filhos. Ame-os e creia neles. Espere algo dos seus filhos. Seja sincero com
eles, libertando-os, não possuímos nossos filhos. No final, o melhor que
podemos fazer por eles e deixá-los livres nas mãos de Deus.
Nossos filhos têm o direito de definir o que consideram importante
para si próprios através de uma identidade que será construída através da
palavra chave que vem sendo mencionada desde o inicio que é o limite
proposto por Deus e por nós pais.
42
BIBLIOGRAFIA Bíblia Sagrada – revista e corrigida, tradução: João Ferreira de Almeida. Rio
de Janeiro: Imprensa Bíblia Brasileira, 1995
COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão; tradução: Neyd Siqueira, São
Paulo: Vida Nova, 1995.
COLLINS, Gary R. Ajudando uns aos outros pelo aconselhamento, São
Paulo: Vida Nova.
Didaquê – Estudos Bíblicos volume XIX. E a família, vai bem?
ERB, Alta Mae, Criar filhos não é brincadeira, 7. ed Belo Horizonte: Betânia
GABAR, Claire. Francis Theodore Família Mosaico. São Paulo: Augustus,
2000
GOTTMAN, John, Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos,
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
GOLEMAN, Daniel, Inteligência emocional – a teoria revolucionária que
redefine o que é ser inteligente, Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
Hindson, Edward A familia total, tradução: Celi Silva de Brito, 2. ed. Rio de
Janeiro, JUERP, 1986
LES e LESLIE Parrott. Relacionamentos. São Paulo: Editora Imprensa da
Fé, 3ª Edição, 2001.
43
SHINYASHIKI, Roberto. Pais e Filhos, Companheiro de Viagem. São Paulo:
Editora Gente, 5ª Edição, 1992
SHINYASHIKI, Roberto. Pais e Filhos, Companheiro de Viagem. São Paulo:
Editora Gente, 5ª Edição, 1992
TIBA Içami. Limite na Medida certa. São Paulo: Editora Gente, 1996
ZAGURY, Tania, Limites sem trauma, 49. ed. Rio de Janeiro, Record: 2003
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas
Pós-Graduação “Latu Sensu”
Título da Monografia: O DESAFIO DA AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Data da entrega: _______________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
________________________
___________________________________________________________________
Avaliado por:_______________________________Grau______________.
Rio de Janeiro_____de_______________de 20___
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 06
1. Estabelecer Limites ................................................................................ 08
1.1 Estabelecendo limites em ambiente saudável no lar .................... 09
1.2 Conhecer os filhos e estabelecer limites ...................................... 11
1.3 É preciso fixar limites .................................................................... 13
1.4 Quando os limites são ultrapassados ........................................... 14
2. Despesas Religiosidade.......................................................................... 16
2.1 Não negligenciando da parte espiritual......................................... 16
2.2 Desenvolvendo compromisso ....................................................... 20
3. Importância do Diálogo .......................................................................... 24
3.1 Falta de Comunicação .................................................................. 24
3.2 Estimulando seu filho a falar ......................................................... 27
3.3 Administrando tempo para ouvir ................................................... 27
4. Atingindo os filhos integralmente ........................................................... 30
4.1 No aspecto intectual ..................................................................... 30
4.2 No aspecto fisico .......................................................................... 34
4.3 No aspecto espiritual .................................................................... 36
4.4 No aspecto social ......................................................................... 39
CONCLUSÃO............................................................................................... 41
BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 43