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Seminário Território de Gestão da Serra do Japi
Dias 7, 8 e 9 de maio
Jundiaí
Teorias de Conflito
Lúcia da Costa Ferreira Professora dos Doutorados em
Ambiente e Sociedade e em Ciências Sociais
Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais UNICAMP
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A expressão conflito social não designa um fenômeno único
Falar de conflito social =
1) circunstâncias que podem ou não envolver violência;
2) podem ser ou não reguladas por normas acordadas entre as partes em competição.
final do século XIX e início do XX preocupação teórica com o tema do conflito nas sociedades.
meados do século XX, com o florescimento do funcionalismo, o conflito social passou a ser visto como causa de bloqueio/mau funcionamento da vida em grupo e em sociedade. Para esses autores, o conflito tinha uma conotação negativa, pois seria um sintoma de alguma falha na organização social.
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Teoria Moderna de Conflitos
• Ideias de Marx, Weber e Simmel ressurgiu nos EEUU
na década de 1950 por 3 sociólogos alemães:
1. Lewis COSER
2. Ralph DAHRENDORF
3. Axel HONNETH
Reagindo contra a ênfase no consenso
(T. Parsons maior representante)
esses autores deram outro significado
ao conflito na vida social
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• Lewis Coser
baseado na obra de G. Simmel,
defendeu que o conflito pode contribuir
para preservar a ordem social ao funcionar
como válvula de escape, e assim fortalecer
a organização social.
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• pretendeu explicar a formação de grupos de conflito e identificar a ação através da qual esses grupos de conflito provocam mudanças de estrutura no sistema social.
• Situou o eixo dos conflitos não na propriedade dos meios de produção, mas no seu controle e na repartição da autoridade.
R. Dahrendorf
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HONNETH, Axel
• Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais
1) propõe uma teoria - visualizar as formas com que indivíduos e grupos sociais se inserem na moderna sociedade democrática.
2) A formação da identidade é um processo intersubjetivo de luta por mutuo reconhecimento em relação aos parceiros de interação.
1) + 2) = o busca o reconhecimento de sua individualidade
E Não a autopreservação ou o aumento de poder, (como em Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel)
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Influências à MTC
• 1. Karl Marx (1818-1883)
Os seres humanos fazem sua própria história
(método materialismo histórico)
controle da Produção material + divisão do trabalho + formação
de classes sociais econômicamente determinadas
=
A luta de classes
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Max Weber (1864-1920)
Concorda com Marx (economia desempenha papel central na distribuição de poder)
Acreditava em dois outros fatores:
1) Prestígio social (status)
Example: alguém poderia ser pobre e ainda manter uma grande quantidade de energia por causa do prestígio social, Madre Teresa
2) Influência política
Example: Político que tem um grande poder, mas não ganha um grande salário
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Max Weber (cont’d)
• Poder: a capacidade de impor sua vontade sobre outro
• Autoridade: poder legítimo, usado com o consentimento dos governados
Distribuição de poder e autoridade = base dos conflitos sociais
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Georg Simmel (1858-1918)
• Coleta de dados sobre as relações humanas e comportamento social
• discordava de Marx de que as classes sociais são formados horizontalmente, pois Há diferenças de poder e opiniões dentro de cada uma
• Conceitos e contribuições: Sociedade não é a soma de interação individual
A relacção mais importante é entre líderes e seguidores,
superior e subordinados (têm uma relação de reciprocidade)
Ação social sempre envolve
harmonia/amor e conflito/ódio
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Conflitos na literatura
O conflito faz parte da sociedade, mas
não considera o sistema de poder:
conseqüência de percepções diferentes de
mundo
forma de luta não violenta para conquistar
direitos e justiça social
Como produtor da mudança social
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A abordagem teórica influencia as propostas de enfrentar os conflitos
(VAYRYNEN, R. (ed.) 1991. New Directions in conflict theory:
conflict resolution and conflict transformation. Newbury Park, Sage Publications, Inc. London:
1) Gestão de Conflitos
2) Resolução de Conflitos [conflict resolution ]
3) Transformação de Conflitos [conflict transformation]
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Resolução de Conflitos
• Causa: necessidades humanas insatisfeitas.
• sua resolução é possível: desenvolver as ações para satisfação. A resolução focaliza a criação de processos para erradicação dos conflitos [distúrbios na ordem social]
• O referencial é a Teoria de Necessidades Humanas (materiais, alimentação, moradia, saúde, educação; e não materiais, justiça, segurança, reconhecimento e identidade) de Burton:
conflito = um problema a ser resolvido através de soluções aceitáveis para todas as partes
Estratégias envolvem práticas mais processuais em detrimento de coercitivas
Necessidades comuns, comunicação/diálogo: ações para satisfazer os pleitos das partes envolvidas
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Transformação de Conflitos
considera, não apenas as condições que criam uma situação conflituosa e as
mudanças para sua resolução, mas também a criação de condições para o
desenvolvimento de relações cooperativas
referencial teórico: Teoria dos Conflitos (Sociologia dos Conflitos),
Galtung, (1996) e outros autores e ativistas partem
de uma visão do conflito entendido como:
1) luta não violenta em prol de justiça social.
2) A ação não violenta trás à tona as tensões e contradições
3) conflito latente se manifesta na forma de mobilização política: os grupos
marginalizados social ou politicamente se organizam para lutar por suas
reivindicações e buscar saídas às relações assimétricas.
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4) o conflito é produto das estruturas sociais e políticas que fomentam a desigualdade
5) lidar com o conflito implica procurar formas de fortalecimento social e político dos grupos marginalizados, como forma de começar o processo de transformação.
6) os conflitos são positivos na medida em que são produtores de mudança social (visão dinâmica e de longo prazo)
7) a necessidade de criar relações e desenvolver o diálogo e a cooperação entre atores muito desiguais
8) em lugar de dar centralidade à intervenção de terceiros, o papel central é dos atores locais organizados
Estratégia: criar as condições para que as desigualdades
estruturais sejam enfrentadas com o objetivo de deslanchar um processo de reconstrução social de longo prazo.
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Gestão Resolução Transformação
Características
Eficiência nos
resultados
(curto, médio prazo)
Processual
(médio, longo prazo)
Processual
(curto, médio prazo)
Estrutural
(longo prazo)
Estratégias
Arbitragem,
negociação,
mediação
Facilitação,
Conciliação
Mediação
(terceiros sem
poder de decisão
Capacitação
(Capacity building)
Empoderamento
Coalições
Mediação
(terceiros com poder
de decisão)
Fonte: Gloria Maria Vargas. Conflitos Sociais e Sócio-Ambientais: proposta de um marco teórico e
metodológico, Sociedade & Natureza, 19 (2): 191-203, dez. 2007
Tipos de manejo de conflitos, características
e estratégias de abordagem
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Arena
não implica uma arranjo formal, mas pode incluir
ocasiões formais como audiências públicas por
exemplo.
é uma situação na qual um tipo particular de ação
ocorre. Pode ser um encontro em uma casa de café,
uma reunião de produtores de uma cooperativa ou
reuniões de uma organização especificamente
agendas para a gestão de recursos comuns.
Ainda de acordo com a autora (1990), as relações
entre arenas e regras raramente envolvem uma única
arena relacionada a um único conjunto de regras.
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diversas arenas de escolha coletiva, em
nível local, regional e nacional, formais e
informais, são utilizadas por aqueles que se
apropriam dos recursos para a tomada de
decisões sobre a gestão dos recursos de
uso comum
é composta por situações de ação e atores.
As situações de ação envolvem atores que
se tornam participantes na situação.
Os participantes ocupam posições (chefes,
empregados, monitores, eleitores,
representantes eleitos, juízes, etc.)
relacionadas a um conjunto de ações que
podem tomar dentro de um processo
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Seminário Território de Gestão da Serra do Japi Jundiaí
Muito Obrigada!
Contato:
Lúcia da Costa Ferreira [email protected] / lucia.ferreira @ cnpq.org
Centro de Pesquisa Ambiental
Universidade Estadual de Campinas
Rua dos Flamboyants, 155, Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP
13083-867, Campinas, SP, Brasil
+55-19-3521-7690