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16R e p o r t a g e m A ERA DA BIOELETRICIDADE
22P a l e s t r a n t e se M o d e r a d o r e s PERSONALIDADES E ESPECIALISTASQUE FAZEM O ETHANOL SUMMIT
10E n t r e v i s t a
“O ETANOL É UMA SOLUÇÃO PARA O BRASIL”Elizabeth Farina
PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVOLuis Roberto Pogetti
DIRETORA PRESIDENTEElizabeth Farina
ORGANIZAÇÃO – ETHANOL SUMMIT 2015MediaLink Comunicação
Diretor Executivo - Adhemar Altieri
PRODUÇÃO – ETHANOL SUMMIT 2015MCI Group - Brasil
Diretor Geral - Juliano LissoniDiretor de Eventos - Juarez Carvalho
Coordenação - Rebeca Dias
FOTOSNiels Andreas e Tadeu Fessel
www.ethanolsummit.com.brwww.unica.com.br
REPORTAGEMDenise Dalla Colletta,
Diogo Mesquita e Evelyn Nemer
REVISÃOAnselmo Cheré e
Valdinei Dias Batista
CAPAPíndaro Camarinha e Hélio Siecola
TRADUÇÃO PARA INGLÊSBrian Nicholson
JORNALISTA RESPONSÁVELCelso Masson
(MTb. 68.904-SP)
IMPRESSÃO E ACABAMENTOStilgraf
TIRAGEM3.300 exemplares
EDIÇÃO, PRODUÇÃO E ARTE3CX Editorial & Comunicação
www.3cxeditorial.com
DIRETORPíndaro Camarinha
DIRETOR DE PRODUÇÃOCesar Camarinha
DIRETOR DE ARTECaio Camarinha
DIRETOR EDITORIALCelso Masson
EDITORA EXECUTIVA DE ARTEErika Campos
DESIGNBruno Lodovichi, Hélio Siecola,
José Maria Faustino (Editores assistentes)e Sylia Rehder (Designer)
ANR-BNDES-MAPA-208X275-ETHANOL SUMIMIT 2015.indd 2 6/24/15 6:34 PM
4C a r t a d a U n i c a UMA AGENDADE CONSENSOLuis Roberto Pogetti
6C a r t a d a M C I ENGAJAMENTO ESTRATÉGICOJuarez Carvalho e Juliano Lissoni
8F r a s e s PONTOS DE VISTA SOBRE O SETOR SUCROENERGÉTICO
Sumário
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4 5
O setor sucroenergético no Bra-sil tem experimentado o desa-fio de gerenciar a maior crise de sua história. Ainda em um contexto adverso, com esforço redobrado,
conseguiu, no último triênio, ampliar em
cerca de 20% a oferta de etanol ao mer-
cado consumidor. Este incremento de produção configu-
ra-se como contribuição expressiva para o abastecimento
do mercado brasileiro de combustíveis, para a balança
de comércio do nosso País e para o meio ambiente, pois
resultou, no período, em redução de cerca de 5 bilhões
de litros de gasolina importada e mitigação de emissões
da ordem de 10 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Estes dados atestam o potencial da contribuição do
etanol para a atividade econômica do nosso País e para
o clima do planeta.
A exploração desse potencial, contudo, exige a cons-
trução de regras estáveis, de horizonte de longo prazo, de-
terminadas por políticas públicas, para que investidores
possam quantificar riscos e oportuni-
dades do negócio. Assim, a discussão
sobre um ambiente institucional mais
previsível será seguramente uma das
relevantes linhas condutoras dos deba-
tes neste 5o Ethanol Summit.
Outro importante prisma de discus-
são vem da observação de uma dicotomia que afeta o
mundo dos combustíveis. De um lado, há um consenso
sobre a premente necessidade de redução de consumo
de combustíveis fósseis, que, segundo o World Energy
Council, já representam 63% de todas as emissões de
CO2 no mundo. De outro lado, vivenciamos uma signi-
ficativa redução de preços internacionais do petróleo
e gás, o que tem criado motivação econômica para su-
portar a manutenção da participação desses combus-
tíveis poluidores na matriz mundial de energia. Esta
situação cria uma significativa instabilidade nas regras
das principais regiões produtoras e consumidoras de
combustíveis renováveis, a exemplo do Brasil, Estados
UMA AGENDA DE CONSENSO
Luis Roberto Pogetti,Presidente do Conselho Deliberativo, UNICA
Unidos e Europa. As três regiões,
responsáveis por cerca de 90% do
etanol combustível produzido e
consumido no mundo, tem sinali-
zado com temerárias mudanças nas
suas políticas de biocombustíveis,
gerando incerteza para os inves-
tidores e colocando em risco boa
parte dos esforços de ganhos am-
bientais obtidos até aqui. Contudo,
presenciamos a formação de movimentos que buscam
organizar propostas de compromisso de redução de
carbono a serem levadas para a COP 21, em Paris, no
final do corrente ano.
Neste contexto, o papel do etanol e da bioeletricidade
para a redução do aquecimento global, um dos maiores
desafios deste novo século, deverá ser, também, um im-
portante foco dos debates neste seminário.
Finalmente, entendemos que essas discussões não
podem estar completas sem uma profunda avaliação
das inovações tecnológicas que ga-
rantam os ganhos de produtividade
e de novos produtos e usos advin-
dos da cana-de-açúcar. Referimo-nos
aqui ao etanol de segunda geração
e aos ganhos decorrentes das novas
tecnologias do campo, como a cana
transgênica, que poderão resultar
em mais produtividade e melhor
competitividade. Também aposta-
mos no avanço de tecnologias voltadas ao consumo dos
produtos da cana, como a aviação, que já inicia o uso
do bioquerosene, e a uma nova geração de motores flex,
mais eficientes no uso do etanol.
Estamos seguros de que, assim como nas outras
versões, este evento fornecerá um amplo espaço para
profícuos debates desta e de outras naturezas, voltados
para as energias renováveis, particularmente o etanol e
os produtos derivados da cana-de-açúcar. Sejam todos
bem-vindos ao Ethanol Summit 2015! ●
A exploração de todo o
potencial do setor sucroenergético
exige a construção de regras estáveis,
de horizonte de longo prazo, determinadas por políticas
públicas, para que investidores possam
quantificar riscos e oportunidades
do negócio
A BUSCA DE UM AMBIENTE INSTITUCIONAL MAIS PREVISÍVEL SERÁ SEGURAMENTE UMA DAS LINHAS CONDUTORAS DOS DEBATES
DURANTE O ETHANOL SUMMIT 2015
DIV
ULG
AÇÃO
Carta da UNICA
-
6
Discutir o etanol é discutir o desenvolvimento sus-tentável. Ainda mais em fóruns em que se debate o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, que é sem dúvida a opção mais benéfica aos consumi-dores e ao meio ambiente, não só pela redução de poluentes
de efeito local, mas também considerando
que é um produto que se decompõe rapi-
damente no ambiente.
Para a MCI, fazer parte da organização
do Ethanol Summit junto à UNICA é mais
do que nosso trabalho. É também uma
demonstração tangível de nossos valores
organizacionais. A MCI Group, com sede
em Genebra, na Suíça, foi a primeira em-
presa de eventos no mundo a se tornar
signatária do UN Global Compact. Somos,
por definição, parceiros de iniciativas que
fortaleçam a discussão nos níveis governa-
mental, empresarial e associativo, de ações
que promovam o desenvolvimento sustentável.
Somos uma das maiores empresas de eventos no mundo,
com mais de 4,5 mil projetos por ano, nas dezenas de países
que atuamos. Com filiais na Europa, Américas, Ásia-Pací-
fico, Índia, Oriente Médio e África, a MCI tem contribuído
como desenvolvimento econômico e social, por meio da
organização de congressos e eventos dos mais diversos
setores da economia. Procuramos melhorar a performance
de nossos clientes por meio de engajamento estratégico e
ativação de audiências. Nossa metodologia é de trabalhar-
mos todos de maneira próxima e construtiva, de forma
a identificar e executar oportunidades que gerem valor
a todos os envolvidos. Nossas equipes
de operações e nossos líderes possuem
grande experiência e histórico de sucesso
com empresas de diversos segmentos e
tamanhos. Nosso sucesso vem de uma
combinação de estratégia, excelência
operacional e alocação eficaz de recursos.
Na MCI, acreditamos que, quando as
pessoas se reúnem, a mágica acontece.
Então juntar as pessoas por meio de
eventos e congressos inovadores, sejam
face-to-face, digitais ou híbridos, é nossa
maneira de ajudar empresas e associa-
ções a engajarem seus públicos de forma
estratégica e construírem comunidades.
Para nós, é um momento de muita satisfação estarmos
junto à UNICA e a empresas que desenvolvem o etanol bra-
sileiro, na realização do Ethanol Summit. Será, sem dúvida,
um importante momento de discussão de um tema tão
relevante para o desenvolvimento econômico sustentável
no Brasil. ●
ENGAJAMENTO ESTRATÉGICO
Na MCI, acreditamos que, quando as pessoas se reúnem, a mágica acontece
DISCUTIR O ETANOL É RELEVANTE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO BRASIL
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J u a r e z C a r v a l h o D I R E TO R D E CO N G R E SS O S
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J u l i a n o L i s s o n i D I R E TO R A DM I N I S T R AT I VO
MC I G RO U P – B R A S I L
Carta da MCI
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“O ETANOL TEM UMA IMPORTÂNCIA NA ECONOMIA BRASILEIRA PORQUE NÓS SOMOS
UM PAÍS QUE NÃO SÓ TEVE O MAIOR AVANÇO NA ÁREA DE USO DESSE COMBUSTÍVEL, BASEADO NA CANA-DE-AÇÚCAR, COMO HÁ UM RECONHECIMENTO POR VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO”DILMA ROUSSEFF, presidente da República, comentando o anúncio das medidas do governo de desoneração do etanol em Brasília, em 23/4/2013
“UM PAÍS QUE TEM SOLO, ÁGUA E SOL COMO O BRASIL, NÃO TEM
COMO NÃO CRIAR E APROVEITAR A BIOMASSA. SERIA UMA TOLICE DESPERDIÇAR ISSO”MAURICIO TOLMASQUIM, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante o seminário 1o de Abril de 2014: O Dia da Verdade Sobre a Bioeletricidade, realizado na Câmara Federal, em Brasília
“O etanol tem que ocupar espaço muito maior do que
tem hoje. Podemos nos tornar o primeiro produtor do mundo”GUIDO MANTEGA, então ministro da Fazenda, durante entrevista coletiva em Brasília para anunciar medidas do governo para a desoneração do etanol, em 23/4/2013
“Não dá para competir com o subsídio à gasolina.
A longo prazo, essa política desestimula o plantio da cana e volta a fazer do Brasil um país dependente quase que exclusivamente do petróleo, aumentando o rombo da Petrobras, que já é grande”EDIVALDO DEL GRANDE, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), em nota divulgada pela Agência Estado, em 13/5/2014
“Tão grave quanto o desvio das políticas macroeconômicas saudáveis foi o desmazelo nas políticas setoriais,
do petróleo ao etanol, passando pelo setor elétrico”FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, do artigo intitulado O Ponto a que Chegamos, sobre a atual política econômica do Brasil, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 8/6/2015
“O FORMATO DO EDITAL TIRA A COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS DO SETOR”KÁTIA ABREU, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em entrevista à Agência Estado, em 21/1/2014, a respeito do atual formato dos leilões de energia, que não atende à biomassa
“O caminho é a bioeletricidade. Se São Paulo é o maior produtor de cana do mundo, por que
não aproveitar esse potencial?”GERALDO ALCKMIN, governador do estado de São Paulo, sobre investimentos da Cesp em bioeletricidade, durante evento realizado no Palácio dos Bandeirantes em 3/2/2015, em que foram anunciadas medidas de apoio ao setor de açúcar e etanol
“O crescimento futuro dos transportes no Brasil deve ser baseado no etanol,
mas quanto tempo levará para chegarmos lá, eu realmente não sei”SOREN SCHRODER, CEO da Bunge e participante da 18a Conferência Anual de Agribusiness da Goldman Sachs, em Nova York, em 12/3/2014 “O maior exemplo de que a
agricultura paulista trabalha em sintonia fina com o meio ambiente são a atuação do setor sucroenergético
e as políticas estabelecidas pelo governo paulista. Trata-se de um setor que representa 44% do valor bruto da agropecuária, sendo a maior atividade agrícola do estado”ARNALDO JARDIM, deputado federal licenciado e atual secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, em 2/10/2014
“Temos que dar capacidade de produção e geração às usinas que estão hoje desestimuladas pela ausência do preço. Temos que dar compromisso de médio e de longo prazo de preços mínimos, que resgate a capacidade de produção”
AÉCIO NEVES, em entrevista concedida pelo senador e então candidato à Presidência pelo PSDB à agência de notícias Thomson Reuters, em 4/4/2014
“CONTINUO ACREDITANDO QUE O MEDICAMENTO NA VEIA DO SETOR É O CONSUMO DE HIDRATADO SUBIR FORTEMENTE, COM
REMUNERAÇÃO ADEQUADA ÀS USINAS E, COM ISSO, ALTERAR O MIX PARA UMA SAFRA ALCOOLEIRA, AFETANDO OS PREÇOS DO AÇÚCAR FAVORAVELMENTE”MARCOS FAVA NEVES, professor titular de Planejamento Estratégico e Cadeias Alimentares da FEA-RP/USP, na revista Opiniões, em 4/5/2015
“O setor tem pedido uma política pública que envolva a bioeletricidade e o etanol na matriz energética brasileira. A
bioeletricidade pode deixar um projeto de açúcar ou etanol 20% a 30% mais rentável”NEWTON DUARTE, presidente da Cogen, publicada no CanalEnergia em 17/10/2014
FrasesFO
TOS:
DIV
ULG
AÇÃO
8 9
-
10 11
“O ETANOL É UMA SOLUÇÃO PARA O BRASIL”
ELIZABETH FARINA FALA DA IMPORTÂNCIA AMBIENTAL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS E DE COMO RESGATAR A COMPETITIVIDADE DO
SETOR SUCROENERGÉTICO
demanda. O setor hoje está amar-
gando uma crise que começou há
cinco anos. Então estamos longe da
nossa capacidade potencial de ofere-
cer ao mundo apoio na área de ener-
gia e alimentos em um ecossistema
sustentável. O etanol é certamente
uma solução para o Brasil. É a maior
experiência mundial de substituição
de combustível fóssil por renovável.
Essa experiência pode ser exportada
para outros países. Contudo, o eta-
nol está longe de ser uma commodity
internacional. Mas pode vir a ser. E
o País pode contribuir com sua ex-
periência produtiva para ajudar o
mundo a vencer o desafio do abas-
tecimento de alimentos e de energia.
Ethanol Summit – É possível imaginar que uma nova onda de investimentos ocorra nos próximos anos a fim de ampliar a capacidade de produção do setor sucroenergético no Brasil?E.F. – O período de alto investi-
mento no setor foi de 2003 até 2009,
quando a capacidade produtiva pra-
ticamente dobrou. Nos últimos anos
foram fechadas 80 usinas em todo
o Brasil. Outras dez devem fechar
ainda este ano. As medidas adota-
das pelo governo para melhorar as
condições do setor, como a volta par-
cial da cobrança da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico
(Cide, incidente sobre a gasolina) e
o aumento da proporção de etanol
na gasolina (para 27,5%), foram
importantes e muito bem-vindas,
mas insuficientes para virar o jogo.
O setor, na média, não está conse-
guindo andar no azul. O resultado
operacional continua vermelho. Na
safra 2014/2015, a receita é menor,
em termos nominais, que a receita
da safra 2011/2012 – e certamente
os custos não estão recuando. Há
um problema de rentabilidade ope-
racional, mesmo sem considerar o
custo do endividamento. O empre-
sário quer enxergar retorno. Nesse
contexto, não há uma consolidação
do setor que permita novos inves-
timentos. Para quem já está enfor-
cado, não é possível sequer pensar
na renovação do canavial. O enve-
lhecimento das plantações impacta
negativamente na produtividade,
além de deixá-las mais suscetíveis
às condições climáticas. Tivemos
quatro safras seguidas em que ou
choveu demais ou choveu de menos,
o que agravou ainda mais a situação.
Ethanol Summit – Essa crise pode ser atribuída a uma política pública equi-vocada em relação a combustíveis e à energia elétrica?E.F. – A política de preços priorizou
o combustível barato em vez de
priorizar a rentabilidade da oferta
com ganhos de produtividade que
poderiam, no futuro, baratear esse
combustível. Isso fragilizou brutal-
mente a Petrobras e afetou negativa-
mente o setor de etanol, que há cinco
anos enfrenta uma enorme crise.
Seja por um processo de estimular
o consumo, alinhando a política de
preços da gasolina a outras medidas
macroeconômicas, seja para contro-
lar a inflação, o fato é que houve um
subsídio à gasolina – financiado com
o próprio cofre da Petrobras. Isso
está na raiz profunda da crise que
o setor de etanol enfrenta.
As medidas adotadas pelo governo para
melhorar as condições do
setor foram importantes
e bem-vindas, mas
insuficientes
O Brasil tem a maior experiência mundial de
substituição de combustível
fóssil por renovável
A política de preços priorizou o combustível barato em vez de priorizar a rentabilidade da oferta com ganhos de produtividade, que poderiam, no futuro, baratear esse combustível
UN
ICA
Aequivocada política de preços dos combustíveis e da energia é a principal causa da crise que estran-gula o setor sucroenergético bra-
sileiro há cinco anos. A avaliação
é da economista Elizabeth Farina,
diretora-presidente da União da In-
dústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
Para ela, tornou-se imperativo re-
tomar a ideia de que o principal atributo do etanol e da
bioeletricidade é ambiental. Só uma estratégia consis-
tente de substituição de combustível fóssil por renová-
vel possibilitaria garantir a competitividade do setor,
ampliando sua capacidade produtiva, gerando emprego,
revitalizando a economia das cidades e permitindo o
desenvolvimento tecnológico capaz de tornar o etanol
ainda mais eficiente e barato no futuro.
Ethanol Summit – O tema da Expo-Milão 2015, o principal encontro de negócios do mundo, é “Alimentando o mundo, energia para a vida”. Poderia até servir de slogan para o setor su-croenergético. De que forma a produ-ção de açúcar, etanol e bioeletricidade responde aos desafios econômicos e ambientais do planeta e em especial do Brasil?
ELIZABETH FARINA – O setor sucroenergético brasi-
leiro tem recursos naturais, desenvolvimento tecnoló-
gico e experiência suficientes para oferecer ao mundo
a base de uma estratégia de produção de alimentos e de
energia – tanto em combustíveis renováveis quanto em
cogeração de eletricidade a partir de biomassa. Mas isso
depende de incentivos ao setor privado que permitam
fazer os investimentos necessários para atender a essa
Entrevista
-
12 13
Ethanol Summit – Hoje o consumidor se beneficia muito do preço do etanol, que está custando na bomba menos de 70% da gasolina, seja pela volta da Cide seja, no caso de Minas Gerais, pela redução do ICMS. Esse aumento de demanda não favorece as usinas? E.F. – Na verdade, o resultado seria
mais favorável se essa paridade fi-
casse mais próxima dos 70%, que
ainda beneficiam o consumidor e ge-
ram um preço potencial maior para
a usina. Esse é um setor competitivo,
baseado na oferta e na demanda.
A redução de preço na bomba gerou
aumento de demanda, mas não se
traduziu em um resultado positivo
entre receita e custo. Teria sido pior
sem esse aumento de demanda, mas
ele é mais vantajoso para o consumi-
dor que para quem produz.
Ethanol Summit – O setor teria como estabelecer um preço financeira-mente rentável?E.F. – O preço é resultado de uma di-
nâmica de mercado. Há uma estru-
tura pulverizada de oferta do etanol
hidratado, com mais de 300 unidades,
e a formação de preço é distribuída
por toda a cadeia produtiva: a usina
vende para a distribuidora, onde o
grau de concentração é muito maior,
e a distribuidora vende para os pos-
tos. Então, há concorrência entre usi-
nas, entre distribuidoras e no varejo.
É muito difícil para o setor mudar
essa dinâmica e manter o preço no
teto de 70% da gasolina na bomba.
Ethanol Summit – O que o consumidor paga pelo etanol não reflete os bene-fícios desse combustível em termos
ambientais. É possível criar uma remu-neração para essa vantagem social do etanol em relação à gasolina?E.F. – Os economistas chamam
isso de externalidades: são bene-
fícios externos ao bolso de quem
paga e de quem recebe. A usina
de cana-de-açúcar não é remune-
rada pelo benefício que gera para
a sociedade. Por isso, o retorno que
ela recebe é mais baixo e faz um
investimento menor do que seria
socialmente desejável. Encontrar
mecanismos que corrijam essas fa-
lhas de funcionamento do sistema
de preços é muito importante. Uma
maneira é o diferencial tributário.
A gasolina gera externalidades nega-
tivas: poluição, problemas de saúde,
emissão de gases de efeito estufa.
E isso também não está sendo co-
brado. Deveria haver um imposto
para desestimular o consumo da
gasolina, para que esse impacto ne-
gativo fosse explícito. Taxar a gaso-
lina é uma maneira de cobrar pelos
danos causados com a utilização
de combustíveis fósseis. Esse papel
tem sido exercido no Brasil pela Cide,
uma contribuição sobre a gasolina e
o diesel que não é cobrado do etanol,
o que gera um diferencial tributá-
rio capaz de corrigir parcialmente
essas externalidades e abre espaço
para uma maior competitividade do
etanol. Por isso a retomada da Cide,
que havia sido zerada, foi tão bem
recebida. O setor privado depende
das condições de mercado e de po-
líticas públicas que permitam recu-
perar sua rentabilidade e acenem
com uma perspectiva de retorno dos
investimentos realizados.
Ethanol Summit – Como o setor está se organizando para que os biocom-bustíveis cumpram um papel signifi-cativo na conferência COP 21, da ONU, marcada para Paris, no final deste ano, que irá definir um novo acordo global de combate às mudanças climáticas?E.F. – Nossa prioridade atual é reto-
mar a ideia de que o principal atri-
buto do etanol e da bioeletricidade é
ambiental. Como trazer esse atributo
para o mundo econômico? Precifi-
cando o carbono, ou seja, explicitando
o custo ambiental dos combustíveis
fósseis por meio de diferenciação
tributária ou de outros mecanismos
de compensação. É importante que
o Brasil leve para a COP 21 (a confe-
rência do clima das Nações Unidas,
em novembro e dezembro deste ano,
em Paris) a sua experiência em eta-
nol e a sua perspectiva de redução de
emissões decorrentes de uma maior
utilização de etanol e de bioeletrici-
dade. Compor essa agenda da COP 21
é fundamental para a valorização e
remuneração de externalidades po-
sitivas associadas ao meio ambiente.
Fizemos uma avaliação da capacidade
de redução de gases de efeito estufa
para 2030, que é o ano foco da COP
21. Se passarmos a participação do
etanol na matriz de combustível para
30% (algo que já tivemos em 2009, en-
tão é absolutamente factível), a redu-
ção de emissões será de 600 bilhões
de toneladas de CO2. Isso equivale à
compensação das emissões de toda a
frota brasileira, incluindo caminhões,
por três anos. Levar esse compro-
misso brasileiro é importante – e isso
pode ser decisivo para rentabilizar
a atividade, tanto por precificação
do carbono como por diferencial
tributário. A Cide, que faz as vezes
desse diferencial, foi recuperada
parcialmente. Quando foi criada, re-
presentava 13,4% do valor de bomba
da gasolina, o que contribuiu para
estimular o investimento na produ-
ção de etanol e dobrar a oferta desse
combustível no mercado. Hoje a Cide
está em menos de um terço daquele
percentual. Aumentá-la progressiva-
mente faz parte da nossa agenda para
que haja um estímulo à recuperação
da rentabilidade do etanol.
Ethanol Summit – Que outras de-mandas os produtores defendem junto ao governo federal e aos es-tados para tornar o biocombustível mais competitivo?E.F. – Faz parte da nossa agenda a
perspectiva de trazer para a gasolina
a racionalidade de preço. Por cinco
anos a Petrobras vendeu gasolina por
um preço abaixo do que pagava no
mercado externo, ou seja, perdeu mar-
gem e capacidade de financiamento
dos investimentos que ela é, inclusive,
obrigada a fazer na condição de única
operadora do pré-sal. Outro ponto
importante da nossa agenda é que o
etanol hidratado será tão mais compe-
titivo em relação à gasolina C quanto
mais eficiente forem os motores flex
no uso de etanol. Essa relação de preço
em que o etanol precisa custar até 70%
da gasolina para que o consumidor se
beneficie poderia ser melhorada se os
motores, em vez de uma perda de 30%
de energia, perdessem 20% com o eta-
nol. O desenvolvimento dos motores
flex é muito importante para a compe-
titividade do etanol. Como o Brasil tem
Se passarmos a participação
do etanol na matriz de
combustível para 30%
(algo que já tivemos em
2009, então é absolutamente
factível), a redução de
emissões será de 600 bilhões
de toneladas de CO2
É importante que o Brasil leve para a
COP-21 a sua perspectiva de redução
de emissões decorrentes
de uma maior utilização de
etanol e de bioeletricidade
O etanol hidratado será tão mais competitivo em relação à gasolina C quanto mais eficiente forem os motores flex
A redução de preço gerou aumento de
demanda, mas não se
traduziu em um resultado
positivo entre receita e custo
A gasolina gera externalidades negativas: poluição, problemas de saúde, emissão de gases de efeito estufa. E isso também não está sendo cobrado. Deveria haver um imposto para desestimular o consumo
O setor privado depende das condições de mercado e de políticas públicas que acenem com uma perspectiva de retorno dos investimentos realizados
Entrevista
-
14 15
um programa de incentivo à pesquisa
de tecnologia, que é o InovaAuto, é
importante que haja um decreto que
reconheça esse benefício. Também é
importante que haja incentivo para
que os carros híbridos sejam flex. Por
último, eu diria que é importante o re-
conhecimento e a valorização da bio-
massa na produção de energia elétrica,
com um redesenho dos leilões para o
mercado regular. Isso está se configu-
rando como um elemento da equação
de rentabilidade do setor sucroener-
gético, cada vez mais. O Brasil precisa
de energia para crescer, precisa de
energia renovável. E a energia de bio-
massa é complementar à hidrelétrica,
pois sua maior oferta se dá justamente
no período de seca, quando o nível
dos reservatórios está mais baixo.
Além disso, estamos mais próximos
dos centros de demanda de energia
do que as usinas eólicas, que exigem
novos investimentos em transmissão.
Ethanol Summit – Por que as regras dos leilões ainda não são favoráveis à bioeletricidade?E.F. – Elas têm melhorado. Depois
de muito conversar com o governo,
eles criaram uma diferenciação
entre o produto térmico – a diesel,
gás ou biomassa – e já começou-se
a fazer leilões por fonte, trazendo
as externalidades positivas para a
precificação. Então há um avanço,
mas continua na nossa agenda para
que possamos ampliar o número de
usinas que participam da cogeração
e exportação de energia para a rede.
Hoje, apenas 40% das usinas produz
bioletricidade. Outras 60% precisa-
riam passar por reformas. O retrofit
para que elas passem a exportar tem
um custo maior, então é importante
que os leilões valorizem essa diferen-
ciação por fonte.
Ethanol Summit – O que seria neces-sário para que o etanol faça o Brasil ser autossuficiente em combustíveis?E.F. – O ministro das Minas e Ener-
gia, Eduardo Braga, fez uma apre-
sentação no Congresso Nacional,
afirmando que 2023 o Brasil terá
um déficit de combustível para a
frota leve de 26 bilhões de litros.
Já existe no governo uma revisão
para baixo dessa previsão, já que a
economia não deverá crescer nada
este ano. Ainda assim, o déficit po-
derá ficar em 15 bilhões de litros.
Dadas as condições de hoje, o etanol
não tem condições de suprir essa
demanda. Não há como responder
aumentando a produtividade nem
com a expansão, assim como a Pe-
trobras não conseguirá aumentar
a produção nas suas refinarias. Se
for adotada uma política pública,
que garanta rentabilidade, a gente
pode suprir uma parcela maior. Foi a
primeira vez que houve o reconheci-
mento desse problema. Levar isso a
público já é importante. Isso mostra
a urgência da adoção de uma política
que rentabilize o setor de etanol e
faça com que a oferta aumente, ge-
rando emprego e reavivando vários
municípios na área em que é per-
mitido produzir cana-de-açúcar, de
acordo com o zoneamento agroe-
cológico. A economia dos municí-
pios seria revitalizada com a maior
oferta de combustível – além da
questão ambiental. ●
A energia de biomassa é
complementar à hidrelétrica, pois sua maior
oferta se dá justamente
no período de seca, quando
o nível dos reservatórios
está mais baixo
O ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, fez uma apresentação no Congresso Nacional, afirmando que em 2023 o Brasil terá um déficit de combustível para a frota leve de 26 bilhões de litros
Isso mostra a urgência da adoção de uma política que rentabilize o setor de etanol e faça com que a oferta aumente, gerando emprego e reavivando vários municípios
/FmcAgricolaBrasil/fmcagricola /fmcagricola /fmcagricola
/FmcAgricolaBrasil/fmcagricola /fmcagricola /fmcagricola
Cana brasileira: orgulho em produzir diversidade.
O setor sucroenergético brasileiro é motivo de orgulho para o país e exemplo em todo o mundo. É símbolo de tecnologia e desenvolvimento, que gera riqueza, dá empregos e coloca o Brasil em destaque entre as maiores potências. Com a cana, a cada dia estamos mais fortes.
fmcagricola.com.brEntrevista
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THIN
KSTO
CKPH
OTO
S
16 17
Desde o início de 2015, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ado-tou o sistema de bandeiras para a tarifação de energia elétrica no País, elas têm sido vermelhas, sinalizando o alto custo da geração da
eletricidade para atender ao mercado consumidor
de energia elétrica. Na bandeira vermelha, a conta
de energia elétrica sofre um acréscimo de R$ 5,50
para cada 100 kWh consumidos, indicando que o
custo de geração de energia está elevado, por conta
do acionamento de termelétricas para poupar água
nos reservatórios. A boa notícia é que, nos canaviais
existentes hoje, reside um potencial de oferta de
energia elétrica pelo setor sucroenergético para o
Sistema Interligado Nacional (SIN) seis vezes maior
do que foi exportado em 2014, e que pode ser apro-
veitado para mitigar situações adversas de oferta
hídrica como a que temos vivenciado recentemente.
“O preço da energia na bandeira vermelha mostra
a importância de tentarmos inserir na matriz elé-
trica cada vez mais fontes que possam dar garantias
de suprimento, poupando água nos reservatórios e,
ao mesmo tempo, não onerando tanto o consumidor
final”, afirma Zilmar de Souza, gerente de Bioele-
tricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar
(UNICA) e professor da Fundação Getulio Vargas
(FGV/SP). Segundo o especialista, “a bioeletricidade
da cana tem mostrado que pode ser uma das solu-
ções rápidas do lado da oferta em cenário de crise
hídrica, estimulando a geração na safra e na entres-
safra, com o aproveitamento tanto do bagaço e da
palha quanto de biomassas complementares, como
o cavaco de madeira”. “Em 2014, o setor sucroener-
gético ofertou para o SIN um total de 19,4 mil GWh.
Mas podemos ir além. Com o pleno uso energético
da biomassa da cana, o potencial técnico dessa fonte
poderia chegar a 177 mil GWh até 2023, ofertados
para a rede elétrica, o que corresponderia à energia
produzida por duas usinas hidrelétricas do porte de
Itaipu”, avalia Elizabeth Farina, presidente da UNICA.
ENERGIA ELÉTRICA DE BIOMASSADE CANA-DE-AÇÚCAR EXPORTADA PARA O SISTEMA INTERLIGADO
NACIONAL PODERIA SER SEIS VEZES MAIOR QUE A ATUAL
A ERA DA BIOELETRICIDADE
Reportagem
-
Reservatório abaixo do nível de segurança hídrica: a falta de chuvas compromete a capacidade de geração das usinas hidrelétricas
18 19
A bioeletricidade sucroenergética
já tem ajudado a baratear o custo da
energia elétrica no País. Em 2014, a
geração do setor para a rede signifi-
cou mais de 4% do consumo total de
energia elétrica do Brasil, atendendo
a 15% do consumo residencial. “Além
disso, a energia da cana ofertada
para a rede, predominantemente no
período seco, foi equivalente a termos
poupado 13% da água nos reservató-
rios das hidrelétricas do submercado
elétrico Sudeste/Centro-Oeste, princi-
pal do País, responsável por 60% do
consumo de eletricidade. Quando se
inclui as demais biomassas, além da
cana, poupamos 14% da água nesses
reservatórios”, diz Zilmar de Souza.
Energia renovável e sustentável, de
reduzido impacto ambiental, a bioele-
tricidade tem a vantagem adicional de
contribuir para a redução de gases do
efeito estufa. Estima-se que a oferta
de bioeletricidade da cana para a rede,
em 2014, evitou a emissão de 8,3 mi-
lhões de toneladas de gás carbônico
(CO2). Para se conseguir o equiva-
lente por meio de árvores nativas, se-
ria preciso plantar quase 60 milhões
ao longo de 20 anos. Além do mais,
sem essa oferta de energia em 2014
para a rede, a matriz de emissões de
gases do efeito estufa, do lado do se-
tor elétrico, teria sido 18% superior.
No fim deste ano, durante a Confe-
rência das Partes (COP-21), em Paris,
representantes das Nações Unidas,
cientistas e líderes governamentais
estarão discutindo como lidar com
as mudanças climáticas. Diante desse
desafio de reduzir emissões, “a bioele-
tricidade sucroenergética mostra ao
mundo, na prática, como contribuir
para garantir o suprimento energé-
tico com sustentabilidade a um país
continental como é o Brasil”, sustenta
Zilmar. A bioeletricidade da cana é
a terceira fonte mais importante da
OS IMPACTOS DA CRISE HÍDRICA
“A bioeletricidade a partir da biomassa da cana pode, mediante políticas adequadas para
a matriz elétrica brasileira, contribuir
muito para a diminuição dos efeitos
de uma crise hídrica, como a que
estamos observando recentemente,
sobretudo devido à sua produção
ocorrer exatamente nos períodos de
estiagem”, afirma André Elia Neto,
consultor Ambiental e de Recurso
Hídrico da UNICA.
O setor sucroenergético já supre
uma parte significativa da energia
elétrica pela cogeração com o bagaço
e a palha da cana. Além da oferta
de eletricidade para o Sistema
Nacional Integrado (SIN), a energia
destinada ao autoconsumo das
usinas de açúcar e etanol tem se
mantido na casa dos 13 mil GWh nos
últimos três anos. “Apenas em 2014,
a energia de biomassa garantiu uma
economia de 14% dos reservatórios
hidrelétricos das regiões Sudeste
e Centro-Oeste, responsável por
60% do consumo brasileiro”, diz
André Elia Neto. Também em 2014,
foram produzidos 20,815 mil GWh
de energia elétrica provenientes
da bioeletricidade (incluindo todo
tipo de biomassa), 21% acima do
realizado em 2013. “Essa quantidade
seria capaz de abastecer 11 milhões
de residências ou equivalente a 52%
da energia que será produzida por
Belo Monte, a partir de 2019”, garante
o consultor da UNICA. A elevação
do custo da energia elétrica para os
brasileiros, porém, é apenas um dos
aspectos da atual crise hídrica que
o Brasil enfrenta. A falta de chuvas
afeta muito mais as atividades que
dependem de água na estiagem e
é agravada pela falta de reserva, ou
seja, quando os reservatórios chegam
ao nível abaixo da segurança hídrica.
Nesse contexto, a população
urbana em geral e as indústrias
instaladas nas cidades com queda
no abastecimento têm maior
dependência do fornecimento de
água. “Na agricultura, que depende
da estiagem para a maturação e
colheita dos produtos, como é o caso
da produção canavieira, pode se dizer
que bastam as chuvas médias para
recompor a umidade do solo e se
ter um balanço hídrico condizente”,
afirma André Elia Neto.
Plantação de cana-de-açúcar, de onde sai a matéria-prima para o etanol e os subprodutos usados na geração de bioeletricidade
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“Em 2014, a energia de biomassa garantiu uma economia de 14% dos reservatórios hidrelétricos das regiões Sudeste e Centro-Oeste”, afirma André Elia Neto
Reportagem
-
EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO (TWH) DA BIOELETRICIDADE DA CANA
2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4
6,6 7,2 7,9 7,7 8,2 13,6 12,3 13,0 13,9 13,21,1 1,3 3,2 4,4 5,9 8,8 9,9 12,1 16,0 19,4
0
4
8
12
16
2
6
10
14
18
20
20 21
forte e complementariedade com
hídricas, baixo impacto ambiental
etc.), mas reconhecemos que ocor-
reram alguns avanços a partir de
2013”, afirma Zilmar, para quem o
momento atual exige uma definição
do papel de longo prazo da bioeletri-
cidade na matriz energética do Brasil.
“É uma condição necessária para o
maior aproveitamento do potencial
do setor sucroenergético, evitando-se
a descontinuidade que verificamos
na contratação e ritmo de inserção
da fonte de biomassa na matriz de
energia elétrica.”
Um fator para o avanço da oferta
de bioeletricidade foi a criação do
Selo Energia Verde. Lançado em 26
de janeiro deste ano pela UNICA,
em cooperação com a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), a certificação é a primeira no
Brasil focada estritamente na energia
produzida a partir da cana-de-açú-
car. Atualmente, o total de energia
que será fornecida em 2015 para o
SIN pelas usinas detentoras do Selo
Energia Verde é equivalente a abaste-
cer 3,5 milhões de residências o ano
inteiro, evitando a emissão de quase
três toneladas de CO2. Para atingir a
mesma economia desse gás ao longo
de 20 anos, seria preciso plantar 17
milhões de árvores nativas.
Para que todo esse potencial da
bioeletricidade, tanto econômico
quanto ambiental, saia do papel
efetivamente, de forma contínua e
consolidada, o marco institucional
para o setor sucroenergético deve
conter um ordenamento regulató-
rio de longo prazo que reconheça os
benefícios da bioeletricidade e que
garanta um ambiente econômico
estável, seguro e estimulante para
os empreendedores. ●Fonte: UNICA, a partir de MME e CCEE (2015)
Consumo próprio
Venda ao mercado externo
O PIONEIRO SELO ENERGIA VERDE
Em 26 de janeiro de 2015, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE) lançaram o Programa de
Certificação da Bioeletricidade. O
Selo Energia Verde é concedido
a consumidores de energia
no Ambiente de Contratação
Livre, quando pelo menos 20%
da eletricidade consumida tem
origem na produção sustentável
da bioeletricidade sucroenergética
por usinas também certificadas.
Para obter a certificação, as usinas
produtoras de bioeletricidade
devem ser associadas à UNICA
e participar do Protocolo
Agroambiental do Estado de São
Paulo ou o equivalente quando se
tratar de usinas em outros estados.
O Selo Energia Verde já
foi entregue a 43 usinas de
bioeletricidade e a cinco
consumidores livres, que somam
o equivalente ao abastecimento
de 3,5 milhões de residências,
reduzindo a emissão de CO2 em
quase três milhões de toneladas.
Para Zilmar de Souza, da UNICA,
o Programa de Certificação da
Bioeletricidade, primeiro do mundo
focado em biomassa da cana,
contribui para o desenvolvimento
dessa fonte renovável e sustentável
de eletricidade.
matriz de energia elétrica do Brasil
em termos de capacidade instalada,
atingindo o marco de 10 mil MW em
potência efetivamente.
Fiscalizada pela Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica (Aneel), atrás
apenas das fontes hídrica e de gás
natural, quase 2,5 vezes superior à
capacidade instalada pelas termelé-
tricas à base de óleo combustível e
diesel, a geração de bioeletricidade
é aproximadamente três vezes a do
parque gerador à base de carvão mi-
neral. A oferta de bioeletricidade para
a rede teve um impulso importante
com o modelo de contratação instau-
rado a partir de 2005, com a criação
dos ambientes de contratação regu-
lada e livre (veja a evolução da oferta
no gráfico). No ambiente de contra-
tação regulada passaram a ocorrer
os leilões federais – ainda hoje essa
é a principal porta de entrada para
a bioeletricidade, por oferecer con-
tratos de longo prazo, baixo risco de
crédito e receita indexada.
Em 2008, quando o cenário para
o setor sucroenergético era mais
promissor, a bioeletricidade chegou
a comercializar mais de 30 projetos
em um único leilão. Depois desse pe-
ríodo, a falta de uma política clara
do papel da bioeletricidade e do eta-
nol na matriz de energia do Brasil,
a bioeletricidade foi reduzindo sua
participação nos leilões regulados.
“Ainda permanecemos concorrendo
com carvão e gás sem considerar a
questão das emissões na formação
do preço teto nos leilões, sem obser-
var adequadamente também outras
externalidades da bioeletricidade (ge-
ração próxima à carga, evitando per-
das e investimentos em transmissão
Usina de bioenergia em atividade: redução nas emissões de gases geradores de efeito estufa
“A bioeletricidade sucroenergética
mostra ao mundo, na prática, como
contribuir para garantir o suprimento
energético com sustentabilidade”,
afirma Zilmar de Souza
Reportagem
-
Palestrantes
22 23
Alan Bojanic Representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - FAO (representando o Diretor-Geral da FAO, José Graziano)
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
Alan Hiltner Vice-Presidente Executivo, GranBio
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Aldemir Bendine Presidente, Petrobras
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
P A L E S T R A0 6 / 0 7 – T A R D E
P L E N Á R I A 10 6 / 0 7 – T A R D E
André Nassar Secretário de Políticas Agrícolas, MAPA
P A I N E L 90 7/ 0 7 – T A R D E
André Rocha Presidente do Fórum Nacional Sucroenergético
C E R I M Ô N I A D E E N C E R R A M E N T O0 7/ 0 7 – T A R D E
Antonio Carlos Zem Presidente para a América Latina, FMC
P L E N Á R I A 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Realizado a cada dois anos desde 2007, quando foi lan-çado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o Ethanol Summit é um dos princi-
pais eventos do mundo sobre ener-
gias renováveis, com destaque para
o papel do etanol e demais produtos
derivados da cana-de-açúcar no âm-
bito da sustentabilidade.
O encontro reúne empresários,
autoridades de diversos níveis gover-
namentais, pesquisadores, investido-
res, fornecedores e acadêmicos do
Brasil e do exterior. A edição 2015 do
Ethanol Summit é organizada para
a UNICA pela MCI, uma das maiores
empresas de congressos do mundo,
com sede na Suíça e presente em 57
cidades de 30 países.
As páginas a seguir trazem a lista
completa dos palestrantes e mode-
radores. A organização do Ethanol
Summit 2015 conta ainda com a par-
ticipação da MediaLink Projetos em
Comunicação, do jornalista Adhemar
Altieri, organizador das edições de
2009, 2011 e 2013 do evento. ●
PALESTRANTES, MODERADORES E CONVIDADOS DO MAIOR ENCONTRO MUNDIAL DEDICADO AO ETANOL
QUEMÉ QUEM
-
Palestrantes
24 25
Antônio Delfim Netto Ex-Ministro da Fazenda e do Planejamento
P L E N Á R I A 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Cristina Maria do Amaral Azevedo Secretária Adjunta do Meio Ambiente de São Paulo
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Beto Richa Governador do Paraná
P L E N Á R I A 40 7/ 0 7 – T A R D E
Daniel Bachner Diretor Global para Cana-de-Açúcar, Syngenta
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Carlos Alberto de Oliveira Roxo Membro do Comitede Sustentabilidade do Conselho, Fibria
P L E N Á R I A 20 6 / 0 7 – T A R D E
Eduardo Braga Ministro das Minas e Energia
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
P L E N Á R I A 20 6 / 0 7 – T A R D E
Cézar Faiad Neto Superintendente de Negócios, Açúcar, Etanol e Energia, Dedini
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
Elizabeth Farina Diretora Presidente, UNICA
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
P L E N Á R I A 10 6 / 0 7 – T A R D E
C E R I M Ô N I A D E E N C E R R A M E N T O0 7/ 0 7 – T A R D E
Conrad Burke Diretor de Marketing Global para Biocombustíveis Avançados, DuPont
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Arnaldo Jardim Secretário da Agricultura de São Paulo (representando o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin)
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
C E R I M Ô N I A D E E N C E R R A M E N T O0 7/ 0 7 – T A R D E
Emerson George de Vasconcellos Presidente, Novozymes América Latina
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
Franck Turkovics Responsável, Inovação de Powertrain, Grupo PSA Brasil (Peugeot-Citroen)
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
-
Palestrantes
26 27
Francisco Nigro Professor, Departamento de Engenharia Mecânica da POLI/USP
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
Giovana Araujo Analista, Agronegócio – Itaú BBA (Estudo Impactos Financeiros)
P A I N E L 90 7/ 0 7 – T A R D E
Guilherme Belardo Gerente de Desenvolvimento de Produto para Cana-de-Açúcar, CNH LatAm
P A I N E L 1 00 7/ 0 7 – T A R D E
Gustavo Leite Presidente, Centro de Tecnologia Canavieira
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Helder Luiz Goslin Diretor, Grupo São Martinho
P A I N E L 50 7/ 0 7 – M A N H Ã
Geraldo Alckmin Governador de São Paulo
P L E N Á R I A 40 7/ 0 7 – T A R D E
Henry Joseph Jr Vice-Presidente, Anfavea
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
Ildo Sauer Diretor, Instituto de Energia e Ambiente - IEE/USP
P L E N Á R I A 10 6 / 0 7 – T A R D E
Isaías Macedo Pesquisador, UNICAMP
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Ismael Perina Presidente, Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool
P L E N Á R I A 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
João Carlos de Souza Meirelles Secretário de Energia de São Paulo
P A I N E L 10 7/ 0 7 – M A N H Ã
John Melo CEO, Amyris
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
-
Palestrantes
28 29
José Bressiani Diretor Agrícola, GranBio
P A I N E L 1 00 7/ 0 7 – T A R D E
Luis Roberto Pogetti Presidente do Conselho Deliberativo, UNICA
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
P L E N Á R I A 30 7/ 0 7 – M A N H ÃJosé Roberto Affonso
Consultor e Pesquisador, FGV
P A I N E L 90 7/ 0 7 – T A R D E
Luiz Horta Nogueira Pesquisador, Unicamp
P A I N E L 70 7/ 0 7 – T A R D E
Julio César Maciel Raimundo Diretor, BNDES
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
Luiz Louzano Diretor de Biotecnologia para a América Latina, BASF
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Kátia Abreu Ministra da Agricultura
C E R I M Ô N I A D E A B E R T U R A0 6 / 0 7 – T A R D E
Magda Chambriard Diretora-Geral, Agência Nacional de Petróleo - ANP
P L E N Á R I A 10 6 / 0 7 – T A R D E
Ladislau Martin Neto Diretor Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Embrapa
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
José Carlos de Miranda Farias Diretor-Presidente, CHESF
P A I N E L 10 7/ 0 7 – M A N H Ã
Manoel Regis Lima Verde Leal Diretor de Sustentabilidade, Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol - CTBE
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Marcelo Moreira Pesquisador Senior, Agroícone
P A I N E L 70 7/ 0 7 – T A R D E
-
Palestrantes
30 31
Marcelo Vieira Conselheiro, Adecoagro
P L E N Á R I A 20 6 / 0 7 – T A R D E
Marcos Landell Diretor, Instituto Agronômico de Campinas - IAC
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Markus Rarbach Diretor de Biocombustíveis e Derivados, Clariant
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Michel Santos Presidente do Conselho, Bonsucro
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Onofre Andrade Coordenador de Pesquisa para Biocombustíveis de Aviação, Boeing
P A I N E L 70 7/ 0 7 – T A R D E
Otavio Okano Presidente, Cetesb
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Pedro Mizutani Vice-Presidente Executivo, Raízen
P L E N Á R I A 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Rachel Biderman Diretora para o Brasil, World Resources Institute - WRI/ Coalizão Brasil
P L E N Á R I A 20 6 / 0 7 – T A R D E
René de Assis Sordi Assessor de Tecnologia Agronômica, Grupo São Martinho
P A I N E L 1 00 7/ 0 7 – T A R D E
Ricardo Abreu Diretor, Mahle Brasil
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
-
Palestrantes
32
Ricardo Baitelo Coordenador de Clima e Energia, Greenpeace Brasil
P A I N E L 10 7/ 0 7 – M A N H Ã
Ricardo Nery Gerente de Supply Chain de Químicos Renováveis, Braskem
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
Robert Wright Secretário Geral, ePure
P L E N Á R I A 10 6 / 0 7 – T A R D E
Rodrigo Lima Gerente Geral, Agroícone
P L E N Á R I A 20 6 / 0 7 – T A R D E
SEUS VALORESNOSSA MISSÃO
ConteúdoEditorial Design Trade MKT Eventos
A 3CX é uma agência de comunicação criada há 15 anos para desenvolver produtos editoriais e de design. São nossos clientes Atlas Schindler, Bradesco, Casa Cor, Centro Empresarial de São Paulo e Grupo Doria (revistas Arena, Caviar, Empresarial, Fórum & Negócios, Gabriel, LIDE, Sustentabilidade e Varejo, entre outras). Para a União da Indústria da Cana-de-Açúcar, UNICA, produzimos a revista Ethanol Summit desde 2009. www.3cxeditorial.com
Rodrigo Rodrigues Vinchi Gerente Corporativo de Desenvolvimento Agrícola, Raízen
P A I N E L 1 00 7/ 0 7 – T A R D E
-
Palestrantes
34 35
Rui Altieri Silva Presidente do Conselho de Administração, CCEE
P A I N E L 10 7/ 0 7 – M A N H Ã
Silvio Munhoz Diretor de Ônibus, Scania Brasil
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
Simon Usher CEO, Bonsucro
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
Walfredo Linhares CEO, Solazyme Brasil
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
William Burnquist Diretor de Negócios e Melhoramento Genético, CTC
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Sérgio Souza Coordenador da Frente Parlamentar do Setor Sucroenergético
C E R I M Ô N I A D E E N C E R R A M E N T O0 7/ 0 7 – T A R D E
Alfred Szwarc Consultor, Tecnologia e Emissões, UNICA
P A I N E L 60 7/ 0 7 – T A R D E
Arthur Yabe Milanez Gerente de Biocombustíveis, BNDES
P A I N E L 1 00 7/ 0 7 – T A R D E
Carlos Eduardo Cavalcanti Chefe do Departamento de Biocombustíveis, BNDES
P A I N E L 40 7/ 0 7 – M A N H Ã
Duarte Nogueira Secretário dos Transportes de São Paulo
P A I N E L 50 7/ 0 7 – M A N H Ã
Eduardo Leão de Sousa Diretor Executivo, UNICA
P A I N E L 90 7/ 0 7 – T A R D E
Hermann Paulo Hoffmann Coordenador do Programa Melhoramento da Cana, UFSCar
P A I N E L 30 7/ 0 7 – M A N H Ã
Moderadores
-
36
Moderadores
Leticia Philips Representante para a América do Norte, UNICA
P A I N E L 20 7/ 0 7 – M A N H Ã
Luiz Augusto Barbosa Cortez Pesquisador Unicamp/Fapesp
P A I N E L 70 7/ 0 7 – T A R D E
Newton Duarte Presidente Executivo, COGEN
P A I N E L 10 7/ 0 7 – M A N H Ã
Xico Graziano Ex-Secretário do Meio-Ambiente de São Paulo
P A I N E L 80 7/ 0 7 – T A R D E
William Waack Âncora
P L E N Á R I A S E C E R I M Ô N I A S
-
37
Empresas Associadas
DIRETORIA
Elizabeth FarinaDiretora Presidente
Antonio de Padua RodriguesDiretor Técnico
Eduardo Leão de SousaDiretor Executivo
CONSULTORES
Alfred SzwarcConsultor de Emissões e Tecnologia
André Elia NetoConsultor Ambiental e de Recursos Hídricos
José Félix Silva JúniorConsultor de Qualidade e Especificação
Zilmar de SouzaGerente de Bioeletricidade
INTERNACIONAL
Géraldine KutasAssessora Sênior da Presidência para Assuntos Internacionais
Leticia PhillipsRepresentante para América do Norte
JULHO DE 2015
ADECOAGRO●● Angélica Agroenergia●● Monte Alegre●● Nova Ivinhema
ÁGUA BONITA
ALTA MOGIANA S.A.
ALTO ALEGRE●● Unidade Floresta
BAZAN●● Bazan ●● Bela Vista
BIOSEV●● Continental ●● Cresciumal●● Jaboticabal●● Jardest●● Lagoa da Prata●● Maracaju●● Morro Agudo●● Passa Tempo●● Rio Brilhante●● Santa Elisa●● Vale do Rosário
BUNGE●● Frutal●● Guariroba●● Itapagipe●● Moema●● Monteverde●● Ouroeste●● Pedro Afonso●● Santa Juliana
CEAA - ADM
CERRADINHO●● Porto das Águas COLOMBO●● Albertina●● Colombo●● Palestina
COPERSUCAR Balbo
●● Santo Antônio●● São Francisco
Batatais●● Batatais●● Lins
Cocal●● Narandiba●● Paraguaçu Paulista
Ferrari
Furlan●● Avaré●● Furlan
Ipiranga●● Descalvado●● Iacanga●● Mococa
Pedra Agroindustrial●● Da Pedra – Buriti●● Da Pedra – Ibirá●● Da Pedra – Ipê●● Da Pedra – Serrana
Pitangueiras Santa Adélia
●● Jaboticabal●● Pereira Barreto●● Pioneiros
Santa Lúcia Santa Maria J.Pilon São José da Estiva São Luiz São Manoel Umoe Bioenergy
●● Umoe Bioenergy II Viralcool
●● Santa Inês●● Viralcool I●● Viralcool II
Zilor●● Barra Grande●● Quatá●● São José
DELLA COLETTA BIOENERGIA
ESTER
GUARANI●● Andrade●● Cruz Alta●● Mandu●● São José●● Severínia●● Tanabi●● Vertente
NARDINI
NG BIOENERGIA S/A●● Catanduva●● Meridiano●● Potirendaba●● Sebastianópolis
ODEBRECHT AGROINDUSTRIAL●● Alcídia●● Alto Taquari●● Conquista do Pontal●● Costa Rica●● Eldorado●● Morro Vermelho●● Perolândia●● Rio Claro●● Santa Luzia
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