FACULDADE FAIPE
LILIANE ELINE DOS SANTOS DE ARAÚJO
Saúde Mental de Idoso: Uma Reflexão Sobre o Envelhecimento
Tratado com Acupuntura no Idoso
MANAUS
2015
LILIANE ELINE DOS SANTOS DE ARAÚJO
Saúde Mental de Idoso: Uma Reflexão Sobre o Envelhecimento
Tratado com Acupuntura no Idoso
Relatório final, apresentado a FACULDADE FAIPE,
como parte das exigências para a obtenção do título
de Pós Graduação Acupuntura.
Manaus-Am, 27 de novembro de 2015.
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Profa. Dayana Priscila Maia Meja
MANAUS
2015
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Saúde Mental de Idoso: Uma Reflexão Sobre o Envelhecimento
Tratado com Acupuntura no Idoso
Liliane Eline dos Santos de Araújo1
Dayana Priscila Maia Meja2
Romana de Souza Franco3
Pós-Graduação em Acupuntura – Faculdade FAIPE
Resumo
O crescente aumento da expectativa de vida é cada vez mais imprescindível à ampliação de
serviços e pesquisas direcionados ao atendimento das demandas de saúde mental do
segmento idoso no Brasil. Diante da complexidade da temática em pauta, o presente trabalho
visa contribuir, de modo geral, para melhorias da qualidade de vida no tratamento a atenção
à saúde mental dessa população. Vários instrumentos existentes colaboram com a avaliação
ampla do idoso. A Avaliação Global da Pessoa Idosa direciona a atenção para o/a idoso/a,
com problemas complexos, de forma ampla, enfatizando o seu estado funcional e à sua
qualidade de vida. Desenvolvida por uma equipe multiprofissional, possui o objetivo de
quantificar as capacidades e os problemas de saúde, psicossociais e funcionais do idoso de
forma a estabelecer um planejamento terapêutico em longo prazo e o gerenciamento dos
recursos necessários. Para iniciarmos nossas reflexões, apontaremos os aspectos
psicológicos do envelhecimento com a ajuda da acupuntura. Fonte dos dados: revisão da
literatura sobre o tema proposto nos últimos anos. Posteriormente serão apresentadas
algumas intervenções clínicas de orientação sistêmica que podem ser realizadas com a
população idosa relatando a importância da visão multidimensional para a compreensão da
correlação entre envelhecimento à saúde básica com acupuntura.
Palavras-chave: Envelhecimento; Qualidade de Vida; Acupuntura e Idoso.
Introdução
A pesquisa tem como objetivo geral a reflexão sobre as alterações psíquicas no
envelhecimento humano tratado com acupuntura. A Idade psicológica e envelhecimento
psicológico se referem à relação entre a idade cronológica e as capacidades de percepção,
aprendizagem e memória. A acupuntura é uma técnica complementar da Medicina
Tradicional Chinesa que trata várias moléstias através da implantação de agulhas de aço
inoxidável ou metal nobre, em pontos específicos e pré-determinados na superfície cutânea.
Evidências científicas comprovam sobre a eficácia da acupuntura para várias doenças
inclusive para o tratamento da saúde mental do idoso por meio do método de pesquisas
1 Pós-graduando em Acupuntura 2 Orientadora: Mestrado em ASPECTOS BIOETICOS Y JURIDICOS DE LA SALUD pelo Universidad del
Museo Social Argentino, Argentina(2015); Coordenador de Curso - Tecnologia em Estética do Centro
Universitário do Norte , Brasil: 3 Co-orientadora: Mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade de Mogi das Cruzes, Brasil(2012)
Coordenar ambulatorio Acupuntura do Hospital e Maternidade São Cristóvão Saúde , Brasil
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bibliográficas em banco de dados. Visando a eficácia dos resultados, o presente artigo busca
demonstrar a viabilidade da utilização da acupuntura para o tratamento dos transtornos
mentais em idosos como a depressão, insônia, ansiedade entre outros, proporcionando uma
melhor qualidade de vida. Cerqueira (2003) relata que estudar as condições de saúde e bem
estar da população idosa implica, necessariamente, dar atenção especial à sua saúde mental,
investigando, particularmente a depressão, que apresenta incidência elevada e consequências
negativas para a qualidade de vida da pessoa acometida. No idoso o diagnóstico de depressão
é mais difícil do que nos mais jovens, e se deve ao fato de que há uma visão errônea a esse
respeito por parte de alguns profissionais da saúde, familiares e da própria pessoa que é
acometida pela doença.
Segundo o DSM-IV (2002) para caracterizar um quadro como depressão tem-se que ter a
duração de pelo menos duas semanas e a frequência de pelo menos quatro sintomas. De
acordo com Holmes (1997), a depressão associada ao início da idade avançada é conhecida
como depressão evolutiva, aumentada, substancialmente, a partir dos 65 anos de idade, com
predomínio de eventos depressivos em mulheres. Para Carvalho e Fernandez (1996), alguns
profissionais da saúde não levam muito a sério o tratamento da depressão na pessoa idosa,
talvez pela falta de conhecimento especializado, considerando a velhice como um estado
precário, e considerando que depressão e ansiedade fazem parte dessa fase da vida. Os
familiares também apresentam dificuldades em aceitar o tratamento psicológico, talvez por
falta de conhecimento da técnica ou por problemas familiares mal resolvidos, como mágoas e
ressentimentos em relação ao idoso. Os familiares acreditam que não haverá retorno positivo
mediante terapia psicológica, e que a terapia medicamentosa é muito perigosa.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a expectativa de vida da população mundial, que
hoje é de 66 anos, passará a ser 73 anos em 2025. Hoje 120 países têm uma esperança de vida
média da população mais de 60 anos em 2025, segundo a OMS, em 26 países a esperança de
vida deverá ser de 80 anos. No Brasil a esperança de vida é de 67 anos e, em 2025, a
expectativa de vida do brasileiro e, em consequência, no número de velhos. Em 1940, a
esperança de vida não passava de 42 anos em 1970 era de 60, ou seja, seis anos menos do que
hoje. O crescimento populacional na faixa etária de zero aos 14 anos, entre 1950 e 1980, foi
de 109%, enquanto o dos habitantes com mais de 60 anos foi de 227%. O aumento da
expectativa de vida dos brasileiros traz novos desafios para as políticas públicas direcionadas
à população idosa. Segundo a publicação do IBGE, Síntese de Indicadores Sociais 2012,
revelou que, no período de 2001 a 2011, o número de idosos a partir de 60 anos passou de
15,5 milhões para 22,4 milhões. Os idosos com mais de 80 anos representam 1,7% da
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população total em 2011, correspondendo a pouco mais que três milhões de pessoas. E a
maioria da população idosa de 60 anos ou mais é composta por mulheres: 55,7% do total. São
muitos desafios enfrentados principalmente pelas instituições de saúde no cuidado integral
dessa parcela tão importante da sociedade. Nesse prisma, o envelhecimento primário –
senescência ou envelhecimento normal diz respeito a um fenômeno universal, é progressivo e
afeta gradualmente o organismo, dependendo de fatores como dieta, exercício físico, estilo de
vida, educação, exercício físico de papeis e nível socioeconômico.
Para Neri 2001, o envelhecimento secundário senilidade ou envelhecimento patológico
relaciona-se às alterações ocasionadas por doenças associadas ao envelhecimento. Como, por
exemplo, a demência senil, já que sua prevalência é mais acentuada na população idosa do
que em indivíduos com menos idade. É nesta etapa da vida que começam a se evidenciar as
fragilidades do corpo. Por causas orgânicas, alguns hormônios deixam de ser produzidos,
gerando diminuição da capacidade funcional de órgãos e tecidos e há, consequentemente, a
desaceleração da velocidade do metabolismo. Longevidade com saúde é o que todos nós
queremos e a medicina chinesa, com seus quase cinco mil anos, tem muito a oferecer ao
grupo da terceira idade, entre outras razões por ser uma saudável e vigorosa anciã,
de sabedoria milenar no campo da saúde. Suas técnicas têm o poder de equilibrar sistemas em
desarmonia, provocada por emoções como tristeza, angústia, estresse, solidão, abandono. Mas
a acupuntura e suas técnicas complementares têm muito mais a proporcionar à terceira idade.
Auxilia na diminuição da dor, melhora a capacidade funcional aumentando o fluxo e absorção
de oxigênio pelo organismo, resultando em equilíbrio do sono e do humor, aumento da
imunidade, a melhora do convívio social e familiar, propiciando maior qualidade de vida.
Devido ao fato de o idoso apresentar múltiplas queixas relacionadas a vários órgãos e de, com
frequência, ter mais de uma doença, o médico tende a prescrever grande número de
medicamentos, valendo-se da acupuntura, o idoso passa a consumir menos medicamentos,
evitando os efeitos colaterais indesejáveis. As doenças neurológicas, como perda de memória,
Acidente Vascular Encefálico, Mal de Alzheimer ou de Parkinson, a acupuntura pode ter
resultados bastante satisfatórios, com aumento do fluxo sanguíneo na região e estimulação nas
áreas de coordenação motora e de fala. No caso do Mal de Parkinson, a técnica retarda a
progressão da doença diminuindo sintomas, principalmente os tremores característicos. No
enfrentamento das doenças reumato-ortopédicas, que causam severas limitações às pessoas da
terceira idade, “a acupuntura age nas células ósseas, aumentando a deposição de cálcio,
gerando maior rigidez e proteção aos impactos externos, causados por quedas”. Além disso, a
aceleração do metabolismo movimenta substâncias importantes para a nutrição dos tendões,
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músculos e lubrificação de articulações. Para todos estes males, podem ser usados os
diferentes recursos da Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura com agulhas, elétrica ou a
laser, a moxaterapia, a ventosaterapia, a acupuntura auricular, entre outros.
Fundamentação Teórica
Antes de 1500, os registros históricos comprovam que os índios brasileiros já praticavam
técnicas rudimentares muito semelhantes à Acupuntura Clássica Chinesa, antes da chegada de
Pedro Álvares Cabral, através da implantação de espinhos no corpo.
Em 1812, a história da imigração chinesa para o país remonta ao ano de 1812 quando, por
sugestão do Conde de Linhares, D. João VI autorizou a entrada de 2.000 chineses. Vieram
apenas 400 e foram destinados às plantações experimentais de chá do Jardim Botânico e da
Fazenda Imperial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, ambas sob controle do Governo.
Trouxeram com eles a sua medicina tradicional chinesa. Calcula–se que vivam hoje no Brasil
cerca de mais 190 mil chineses e descendentes no Estado de São Paulo. Não se sabe ao certo
quando a técnica de Acupuntura chegou ao Brasil, sabe-se que desde antes da colonização
portuguesa a Acupuntura já era praticada aqui, pelos índios. Carli (2002) afirma que os índios
residentes no Brasil praticavam uma técnica rudimentar, muito semelhante à Acupuntura,
punturando, inserindo espinhos no corpo. Entretanto foi no início do século dezenove (XIX),
com a imigração chinesa, que várias técnicas da MTC foram trazidas para o Brasil. Os
chineses aportaram no Rio de Janeiro em mil oitocentos e dez (1810) para cultivar chá,
trazendo estas diversas técnicas. (HISTÓRIA DA ACUPUNTURA NO BRASIL, 2002).
Vieram na época quatrocentos (400) chineses, para fazer plantações experimentais de chá, no
Jardim Botânico e na Fazendo Imperial Santa Cruz. (CARLI, 2002).
Em mil oitocentos e noventa e cinco (1895), com o final do período feudal no Japão, o
governo japonês incitou a saída de seus cidadãos do país. Neste período foi firmado o tratado
de amizade, comércio e navegação entre Brasil e Japão. Com isso em mil novecentos e oito
(1908) chegaram ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses, que trouxeram também diversas
técnicas de Acupuntura. (CARLI, 2002).
Em mil novecentos e trinta (1930) Soulié de Morant, precursor da Acupuntura na Europa,
começa a divulgar com intensidade a Acupuntura pela França e com isso para toda Europa,
favorecendo sua expansão (SUSSMANN, 1975), como vimos anteriormente no sub-capítulo
Breve Histórico MTC e da Acupuntura. Na década de quarenta, o professor Friedrich Johann
Spaeth imigrou para o Brasil fugindo dos Nazistas. Fisioterapeuta e massoterapeuta, o
professor Spaeth se radicou brasileiro, e em mil novecentos e cinquenta (1950) foi para a
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Europa, mais especificamente para a Alemanha fazer um curso de Acupuntura, ficando lá três
anos. (CARLI, 2002). Em mil novecentos e cinquenta e oito (1958) Spaeth começa a ensinar
Acupuntura no Brasil. Fundando então a Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina
Oriental, sendo uma das primeiras instituições deste tipo formadas no Brasil. Nesta época a
Acupuntura era considera pelos médicos uma prática de charlatanismo. (CARLI, 2002).
Em mil novecentos e sessenta e um (1961) chega ao Brasil o Dr. Wu Tou Kwang, imigrante
chinês, cirurgião vascular e um dos primeiros expoentes da Acupuntura no Brasil. Também
em mil novecentos e sessenta e um (1961) ocorre a fundação da ABA (Associação Brasileira
de Acupuntura), sendo que esta associação tornou-se o órgão oficial da Acupuntura no Brasil,
agregando em si profissionais de diversas categorias. (SMBA, 1997).
Em mil novecentos e sessenta e três (1963) é iniciada a imigração oficial dos Coreanos para o
Brasil. Os coreanos chegaram pelo porto de Santos trazendo em sua bagagem uma escola de
Acupuntura extremamente diferente da Acupuntura chinesa e japonesa. (CARLI, 2002). Em
mil novecentos e sessenta e cinco (1965) o psicólogo norte-americano Reuben B. Amber,
discípulo de Wu Wei Ping, realizou o pedido de permissão para a prática de Acupuntura ao
Departamento de Educação do Estado de Nova Iorque, iniciando-se a campanha de
regulamentação de Acupuntura nos Estados Unidos da América. (CARLI, 2002).
No ano de mil novecentos e sessenta e seis a OIT (Organização Internacional do Trabalho)
resolve reconhecer a Acupuntura, sendo a mesma, inserida na CIUO (Classificação
Internacional Uniforme de Ocupações). Nesta mesma época, no Brasil, muitos profissionais
estavam sendo perseguidos, acusados de charlatanismo e curandeirismo, alguns até foram
presos. (CARLI, 2002).
Em mil novecentos e setenta e dois (1972) o Conselho Federal de Medicina (CFM) rejeita a
regulamentação da Acupuntura, juntamente com a Reflexologia, enquanto atividade médica.
Três anos depois, em mil novecentos e setenta e cinco (1975), a Acupuntura é reconhecida
nos Estados Unidos da América, enquanto uma atividade multiprofissional, ou seja, várias
áreas do conhecimento, entre eles a Psicologia, podem se utilizar desta terapêutica.
No ano de mil novecentos e setenta e sete (1977) o Ministério do Trabalho (MT), juntamente
com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e com a UNESCO (Organização das
Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), resolve reconhecer a Acupuntura definindo
“[...] a profissão de acupunturista sob o código número 0-79.15, na CBO (Classificação
Brasileira de Ocupações) através do Projeto BRA/70/550. A CBO foi re-confirmada no Diário
Oficial do dia 11/02/94, Seção 1.” (CARLI, 2002, p. 5).
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Em mil novecentos e setenta e nove a Acupuntura já era reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), enquanto prática eficaz para o tratamento de mais de quarenta (40)
doenças. (CARLI, 2002).
No ano de mil novecentos e oitenta (1980) médicos, mesmo sem o apoio do CFM (Conselho
Federal de Medicina), começam a frequentar os encontros da ABA (Associação Brasileira de
Acupuntura). Começam então, devidos a médicos corporativistas, as discriminações sobre
profissionais não-médicos, alegando que os mesmos não possuíam formação adequada para a
prática da Acupuntura. Por este motivo o fundador da ABA (Associação Brasileira de
Acupuntura) e pioneiro da Acupuntura no Brasil, Frederico Spaeth, é “[...] destituído da
presidência da ABA por seus ex-alunos médicos.” Em mil novecentos e oitenta e quatro
(1984) ocorre o primeiro desentendimento público, o primeiro “racha” entre profissionais
médicos e não-médicos, durante o II Congresso Brasileiro de Acupuntura. Neste Congresso os
médicos se retiraram da ABA (Associação Brasileira de Acupuntura) e fundaram a SMBA
(Sociedade Brasileira de Acupuntura). No ano de mil novecentos e oitenta e oito (1988) o
médico Antônio Salim Curiati (PPB-SP) “[...] deu entrada ao projeto PL852/88 a favor da
prática multidisciplinar da acupuntura.” (CARLI, 2002, p. 9). Também neste ano a CIPLAN
(Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação), depois de fazer várias reuniões
com representante somente da SMBA “[...] baixa Resolução CIPLAN n.º 5, normatizando o
emprego da acupuntura nos Serviços Públicos Médicos Assistenciais, restringindo sua prática
somente para médicos nas instituições governamentais.” (CARLI, 2002, p. 9).
Entretanto no ano de mil novecentos e noventa (1990) a CIPLAN (Comissão Interministerial
de Planejamento e Coordenação) foi extinta no período do governo de Fernando Color de
Mello, extinguindo-se com ela todas as suas resoluções. (CARLI, 2002, p. 9).
No ano de mil novecentos e noventa e um (1991) foram propostos dois projetos de lei que
regulamentam a Acupuntura, enquanto prática terapêutica, um pelo então senador Fernando
Henrique Cardoso e outro por Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Nestes projetos de
lei estava descrito que para que o acupuntor fosse reconhecido enquanto tal, deveria ter feito
uma formação, de no mínimo três (3) anos, com carga horária superior a mil e seiscentas
(1600) horas. Foram propostos os PL935/91 de Antônio Carlos Mendes Thame (PSDBSP), e
o Nº337 de 1991 do senador Fernando Henrique Cardoso, visando a regulamentação
profissional. Todos estes projetos desde 1984 apresentam em comum o caráter democrático e
social, estendendo o exercício da acupuntura para todos os profissionais da área de saúde e
exigindo boa formação dos acupunturistas. (CARLI, 2002, p. 10).
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Também em mil novecentos e noventa e um (1991) a OMS (Organização Mundial da Saúde)
recomendou que fosse intensificada os trabalhos de cooperação entre as medicinas
tradicionais e as medicinas científicas modernas, “[...] com a introdução de medidas
reguladoras dos métodos de acupuntura.” (CARLI, 2002, p. 10).
Enquanto isso aqui no Brasil tramita no plenário um dos mais importantes projetos de lei para
a regularização da Acupuntura, tendo o parecer favorável de doze (12) Conselhos Federais da
Área da Saúde, estando entre eles o Conselho Federal de Medicina (CFM). (CARLI, 2002).
Em mil novecentos e noventa e dois o Conselho Federal de Psicologia (CFP), através da
Resolução 029/1992, proíbe o psicólogo de associar seu título a práticas alternativas, entre
elas a Acupuntura, sob pena de ter seu registro profissional cassado. (SILVA, 2005b).
Em mil novecentos e noventa e seis (1996) o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reedita a
resolução 029, que proíbe o profissional psicólogo de realizar práticas alheias ao
conhecimento no campo da Psicologia. (SILVA, 2005b). Entretanto no mesmo ano, mil
novecentos e noventa e seis (1996), acontece o II Congresso Nacional de Psicologia, e neste
congresso, vários delegados do estado de São Paulo, propõem a extinção da resolução 029 do
Conselho Federal de Psicologia (CFP) e que a prática da Acupuntura seja reconhecida
enquanto prática do psicólogo. A proposta da extinção da resolução é aceita. (SILVA, 2005b).
Em mil novecentos e noventa e sete (1997) foi instituído o Dia do Acupunturista na cidade de
São Paulo, sendo este no dia vinte e três de março (23/03). (CARLI, 2002).
No ano de mil novecentos e noventa e nove (1999) o SUS (Sistema Único de Saúde)
credencia os serviços de Acupuntura, oferecendo o mesmo para a população. Os psicólogos
estão na lista de credenciados. (SILVA, 2005b). No ano de dois mil e dois (2002) o Conselho
Federal de Psicologia, no uso das atribuições que lhe são concedidas resolve reconhecer a
Acupuntura enquanto prática complementar do trabalho psicológico, sendo o oitavo (8º)
conselho da área da saúde a reconhecer a Acupuntura enquanto prática.
O CFP (Conselho Federal de Psicologia), através da resolução CFP N° 005/2002 reconhece o
uso da Acupuntura como recurso complementar ao trabalho do psicólogo. O CFP é o oitavo
conselho federal de saúde a trabalho do psicólogo. O CFP é o oitavo conselho federal de
saúde a reconhecer a acupuntura como especialidade, o que só vem a ratificar a posição de
destaque conquistada pela milenar terapia das agulhas no Brasil. (HISTÓRIA DA
ACUPUNTURA NO BRASIL, 2002, p. 4).
É estabelecido neste mesmo ano, no Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO), formado pelo
Ministério do Trabalho (MT), com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas
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para Educação, Ciência e Cultura) as seguintes titulações, sob os códigos: “[...] Acupunturista
(3221-05), de Fisioterapeuta acupunturista (2236-05), e de Psicólogo acupunturista (2515-
10).” (CARLI, 2002, p. 35-36).
Também em dois mil e dois (2002) foi fundada a SOBRAPA (Sociedade Brasileira de
Psicologia e Acupuntura), tendo iniciado suas atividades em vinte de setembro de dois mil e
dois (20/09/2002). “Iniciou, a partir desse momento, um amplo cadastramento de todos os
psicólogos que se utilizam da acupuntura em todo o território nacional.” (CARLI, 2002, p.36).
Do ano de dois mil e dois (2002) em diante o Governo Federal, adotando os critérios dados
pelos conselhos da área da saúde regulamentou a Acupuntura para sete (7) profissões da área
da Saúde, a saber: Psicólogia, Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Farmácia, Educação
Física, Bio-Medicina. (CARLI, 2002).
No ano de dois mil e seis (2006) o Governo Federal contrariando o Conselho Federal de
Medicina (CFM) liberou a prática de Acupuntura no Sistema Único de Saúde (SUS) por estas
sete (7) profissões, publicando no Diário Oficial da União a portaria nº. 971, de três (3) de
maio de dois mil e seis (2006) liberando a prática da mesma.
A Acupuntura, ramo da MTC, é reconhecida enquanto um trabalho complementar do
psicólogo. Esta arte terapêutica chinesa foi reconhecida enquanto um trabalho complementar
do psicólogo no ano de dois mil e dois (2002) pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP),
através da resolução CFP nº. 005/2002. (SILVA, 2005a). Nesta resolução o CFP (Conselho
Federal de Psicologia) reconhece a Acupuntura, enquanto prática clínica que pode se exercida
pelo psicólogo. (SILVA, 2005a). O CFP (Conselho Federal de Psicologia) considerando que a
Justiça Federal reconhece a Acupuntura enquanto uma atividade profissional que está
vinculada à área da saúde; considerando que a Acupuntura é utilizada enquanto instrumento
de auxílio e mostra eficiência na promoção da saúde; considerando que os propósitos da
Acupuntura e da Psicologia estão muito próximos, pois ambos possuem a intenção e a
finalidade de amenizar o sofrimento psíquico e/ou distúrbios psicológicos; considerando que a
prática da Acupuntura está inclusa no Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO), sendo este,
editado pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE); considerando que a Acupuntura
está sendo ensinada no Brasil desde mil novecentos e cinquenta e oito (1958), seguindo as
normas instituídas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC); considerando que os
Conselhos da Área da Saúde, em reunião para tratar do exercício da Acupuntura no Brasil,
que foi promovida pela Secretaria Vigilância Sanitária, concordam e recomendam a prática
democrática da Acupuntura no Brasil, pelos profissionais da área da saúde, sendo que os
mesmo necessitam possuir uma formação específica em Acupuntura; entre outras
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considerações; resolve reconhecer a Acupuntura enquanto um trabalho complementar do
psicólogo. (CFP, 2002). Entretanto, segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), para
que o psicólogo possa exercer a Acupuntura deve comprovar que possui um curso deformação
específico em Acupuntura, tendo então desta maneira a capacitação apropriada para realizar
tais atendimentos clínicos. (CFP, 2002).
Art. 1º - Reconhecer o uso da Acupuntura como recurso complementar no trabalho
do psicólogo, observando os padrões éticos da profissão e garantindo a segurança e
bem-estar da pessoa atendida;
Art. 2º - O psicólogo poderá recorrer à acupuntura, dentro de seu campo de atuação, desde que possa comprovar formação em curso especifico da acupuntura e
capacitação adequada, de acordo com o disposto na alínea “a” do artigo 1º do
Código de Ética Profissional do Psicólogo; (CFP, 2002, p. 2). Esta decisão foi
tomada no dia vinte e quatro de maio de dois mil e dois (24/05/2002) em plenária
realizada pelo Conselho Federal de Psicologia, tendo como conselheiro presidente,
na data, o Sr. Odair Furtado. (CFP, 2002). Uma questão de suma importância para a
legalização da prática da formação específico em Acupuntura, tendo então desta
maneira a capacitação apropriada para realizar tais atendimentos clínicos. (CFP,
2002).
Em 1991 é criada a FENAC (Federação Nacional de Profissionais de Acupuntura,
Moxabustão, Do-In e Quiroprática), órgão centralizador que visa unir forças em torno da
regulamentação democrática da profissão de acupunturista e formalizar ações em prol de uma
acupuntura multidisciplinar de qualidade no país, registrada no Ministério do Trabalho, sob o
nº 24000.000345/91.
Em 1977 o Ministério do Trabalho, em convênio com a OIT (Organização Internacional do
Trabalho) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura),
definiu a profissão de acupunturista sob o código número 0-79.15, na CBO (Classificação
Brasileira de Ocupações) através do Projeto BRA/70/550. A CBO foi reconfirmada no Diário
Oficial do dia 11/02/94.
Em 1997, de acordo com resolução n° 218 de 06/03/1997 do Conselho Nacional de Saúde são
consideradas profissões da saúde: Assistentes Sociais, Biólogos, Profissionais de Educação
Física, Biomédicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Médicos,
Médicos Veterinários, Nutricionistas, Odontólogos, Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais.
Em 2002, o CFP (Conselho Federal de Psicologia), através da resolução CFP N° 005/2002
reconhece o uso da Acupuntura como recurso complementar ao trabalho do psicólogo. O CFP
é o oitavo conselho federal de saúde a reconhecer a acupuntura como especialidade, o que só
vem a ratificar a posição de destaque conquistada pela milenar terapia das agulhas no Brasil.
Ainda em 2002 a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) na Edição 2002 do MTE
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(Ministério do Trabalho e Emprego) estabeleceu os códigos de Acupunturista (3221-05), de
Fisioterapeuta acupunturista (2236-05), e de Psicólogo acupunturista (2515-10). Essa é uma
das razões porque a acupuntura potencialmente teria um papel importante no tratamento do
idoso. Como ela praticamente não tem contraindicação e tem efeitos benéficos na redução da
ansiedade, no sono, nos sintomas de depressão leve entre outros, possibilitaria ao idoso
reduzir a quantidade de medicação, diminuindo também os seus vários efeitos colaterais,
proporcionando ainda uma melhor qualidade de vida.
Os registros falam que a Acupuntura tem em torno de cinco (5) mil anos ou mais, entretanto
suas origens não estão delimitadas com precisão pelos estudiosos e seus conteúdos passaram
por transformações profundas desde sua origem. “Embora faltem dados arqueológicos,
presume-se que sua origem remonte a uns cinco mil anos e que seu berço tenha sido a
China.”. Não se sabe quando começou a utilização das agulhas nos pontos de Acupuntura,
existindo diversas lendas que falam a respeito deste início, do princípio desta metodologia de
tratamento, entretanto nada é comprovado. O que se sabe é que na antiguidade, segundo
alguns autores, mais especificamente na Pré-História, eram utilizadas agulhas, feitas de lascas
de pedras ou de bambu, para tratar diversos tipos de sintomatologias, e eram conhecidas as
agulhas de pedra pelo nome de “bian” que significa justamente pedra, (SUSSMANN, 1975).
Estas agulhas eram inseridas no organismo, em pontos específicos, sendo que as mesmas
promoviam um reequilíbrio geral do organismo. Conforme foram se desenvolvendo as
ciências na China os equipamentos utilizados foram sofrendo modificações e sendo
aperfeiçoados pelos acupuntores e médicos que utilizavam os mesmos. “Quando a sociedade
humana entrou na Era do Bronze e depois na Era do Ferro, as agulhas confeccionadas com
estes metais substituíram a pedra bian”. O moxabustão, aquecimento do corpo em regiões
específicas, foi descoberto quando os chineses perceberam que quando aqueciam determinada
área com areia ou pedras quentes, era possível aliviar diversas dores e enfermidades. A
moxabustão originou-se depois da introdução do fogo na vida do homem. Presume-se que
enquanto se aqueciam com o fogo, as pessoas da antiguidade acidentalmente encontraram
alivio, ou até mesmo o desaparecimento de certas dores ou doenças quando áreas definidas da
pele eram submetidas ao calor (MAIKE, 1995).
A Europa obteve contato com a Acupuntura no século XVII, e isso foi através de informações
apresentadas pelos jesuítas da missão científica francesa de Pequim. Estas informações foram
publicadas na França nos anos de 1671 e 1682 (SUSSMANN, 1972). No século XV, monges
Jesuítas transcreveram o termo para a língua portuguesa (VECTORE, 2005).
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Quanto às referências escritas, o manuscrito mais antigo que se tem notícia é o Huiandgi Nei-
Jing, conhecido no ocidente como Cânon de Medicina, ou como Livro de Tratamentos do
Imperador Amarelo, ou Nove Volumes, ou Livro o corpo, foi sendo modificado, aprimorado
(SUSSMANN,1975).
Então folhas de Clássico que Trata do Interno, entre outras traduções. Este livro possui em
média 2.500 anos, entretanto os historiadores não têm certeza a respeito desta datação. Ele foi
escrito durante a dinastia Chu ou Chou (dependendo da tradução), sendo que esta dinastia fez-
se presente entre os anos de 1122 até 256 a.C.. Toda a história antiga chinesa está dividida
temporalmente por dinastias. A dinastia Chu é considerada a “idade de ouro da filosofia
chinesa taoísmo e confucionismo. O Nei-Jing é o resumo das experiências médicas e dos
conhecimentos adquiridos por médicos acupuntores chineses, ao longo da antiguidade. “O
Nei-Ching contém praticamente toda a ciência do diagnóstico e do tratamento por meio das
agulhas e das moxas.” Este livro está dividido em duas partes o Su-Wen e o Ling-Shu. A
primeira parte, o Su-Wen, que significa “Assuntos Fundamentais”, entre outras traduções,
explana a respeito da semiologia e clínica da MTC. A segunda parte, o Ling-Shu, que possui
diversas traduções tais como “Apoio da Mente”, “Pivô da Mente” ou “Eixo Espiritual”, trata
especificamente do tratamento com moxabustão e Acupuntura. (LING-SHU, 1995, p.8).
O livro consiste de duas partes, Suwen e Lingshu descrevem as teorias básicas da medicina
tradicional chinesa, tais como a yin-yang, os cinco elementos, zang-fu, Meridianos e
colaterais, qi (energia vital) e sangue, etiologia, patologia, métodos de diagnóstico e
diferenciação das síndromes, bem como o conhecimento básico referente aos pontos de
acupuntura e os métodos de uso das agulhas (MAIKE 1995, p.30).
O Nei-Jing é considerado a “bíblia da acupuntura” Sendo atribuído ao lendário imperador
Huang-Ti, conhecido também como Imperador Amarelo. Ele é escrito na forma de um
diálogo entre o Imperador Amarelo e um médico da corte chamado Ch’i Pai ou Ch’i Pó. Os
pesquisadores até hoje não sabem quem foi o autor do manuscrito, mas supõem que tenha
sido uma diversa gama de médicos acupuntores que trabalharam coletando os conhecimentos
da antiga tradição oral chinesa (SUSSMANN, 1975).
O Nei-Jing é uma obra formada de elementos diversos. Os primeiros fragmentos foram
copilados durante o período dos Estados Combatentes (pelos idos de 475 a 221 a.C.) por um
grupo de médicos anônimos. O Nei-Jing foi escrito em rolos de seda, sendo que os clínicos
caligrafaram nos Juan (rolos) os capítulos ou as divisões do livro (LING – SHU, 1995, p. 16).
A produção do Nei-Jing foi realizada obedecendo a uma numerologia sagrada para o povo
chinês. Para os chineses o número um (1) representa o céu, o número dois (2) representa a
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terra, o número três (3) representa o homem, e assim sucessivamente até o número nove (9),
que é considerado o número supremo, o mais alto da hierarquia celeste, conhecido também
está a base do universo. O Nei-Jing (Livro Clássico que Trata do Interno) foi assim
constituído por 9 x 9=81 parágrafos. Os nove capítulos do Ling-Shu (Pivô da Mente) foram
comparados a nove eficácias. Existem diferenças enormes nas traduções dos textos em chinês
ou mandarim, sendo que existem diversas traduções diferenciadas do Nei-Jing. Além de
Huang-Ti ou Imperador Amarelo, outros dois imperadores merecem destaque na história da
Acupuntura que são: imperador Fu-Hi e o imperador Sheng-NongAo imperador Fu-Hi se
confere a descoberta ou criação do conhecimento como palácio central, no qual a respeito dos
alimentos e os oito trigramas, chamados de Pa Kua, sendo que o Pa Kua é a base para os
sessenta e quatro hexagramas, que formam o livro I-Ching. Estudos científicos recentes
confirmam a eficácia da Acupuntura, sustentando deste modo as milenares descobertas
empíricas. Os avanços nos conhecimentos em neurofisiologia permitiram definir a acupuntura
como um método de estimulação neural periférica, cujo objetivo é promover mudanças nas
funções sensoriais, motoras e autonómicas, viscerais, hormonais, imunitárias e cerebrais, com
resultados terapêuticos. Os mecanismos de ação da Acupuntura estão consolidados a partir do
paradigma da resposta fisiológica da estimulação neural (MAIKE, 1995).
Acupuntura tem uma ação antiviral bastante favorável em questão á doenças de virulência, da
mesma maneira, através do equilíbrio da energia, pode-se atuar sobre as desordens psíquicas,
angústias, depressão, insônia, dores e suas origens, questões metabólicas e outros, de acordo
com (REQUENA, 1990).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda e incentiva o uso da Acupuntura tendo
estabelecido estratégias para o desenvolvimento de uma política para a prática da Medicina
Tradicional e Medicina Tradicional Chinesa através da elaboração do documento: “Estratégia
da OMS Sobre Medicina Tradicional 2002 – 2005”.
Em 1979, publicou uma lista diversificada de doenças que podem ser tratadas pela acupuntura
como:
Alterações da garganta e nariz: sinusite aguda, faringite aguda e crónica, amigdalite,
gripe.
Alterações respiratórias: bronquite aguda e broncoespasmo (asma).
Alterações oculares: conjuntivite aguda, retinite central, cataratas (não complicadas).
Alterações da orofaringe: dor dentária, dor pós-extração, gengivite.
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Alterações gastrointestinais: espasmos esofágicos, soluços, gastrite aguda e crônica,
hiperacidez gástrica, úlcera duodenal, colite aguda e crónica, obstipação, diarreia e
íleos paralítico.
Alterações neurológicas e músculo-esqueléticas: ciatalgia, lombalgia, cefaleias,
enxaqueca, síndrome cervicobraquial, nevralgia intercostal, ombro congelado,
nevralgia do trigémeo, paralisia de Bell (entre 3 a 6 meses de início), paresia ou plegia
pós-acidente vascular cerebral (AVC), neuropatias periféricas, doença de Meniére,
vertigens, enurese noturna.
Alterações circulatórias: hipertensão arterial, angina de peito, aterosclerose e anemia.
Alterações urogenitais: incontinência pelo stress, infecções do trato urinário, e
disfunções sexuais.
Alterações ginecológicas: irregularidades menstruais, dismenorreia, infertilidade
masculina e feminina, síndrome pré-menstrual. - Alterações psicológicas e
emocionais: depressão e ansiedade.
Dependências: álcool, nicotina, drogas.
Náusea e dor pós-operatória, alteração da posição fetal, indução do parto e trabalho de
parto, anestesia, insuficiente produção de leite materno, síndromes gripais, alterações
imunitárias, insónia. Muitas destas patologias são comuns nos atendimentos em
consultórios e hospitais. Associar a acupuntura à medicina alopática contribuirá para
uma melhor qualidade de vida dos idosos. Torna-se importante que o Sistema Único
de Saúde estabeleça uma política pública para a sua prática, em todos os hospitais para
eficácia, acessibilidade e qualidade nos tratamentos das doenças. No Nei Jing, um dos
mais importante e antigo tratado de Medicina Tradicional Chinesa, que consiste num
erudito diálogo entre o Imperador Amarelo e Ch’i Po, mestre divinamente inspirado,
descreve-se o envelhecimento: “ Quando a mulher atinge a idade de quarenta e dois
anos, o pulso das três regiões do Yang deteriora-se na parte superior do corpo, o rosto
engelha se todo e o cabelo começa a embranquecer. Quando atinge a idade de quarenta
e nove anos já não pode engravidar e a circulação do pulso da grande artéria diminui.
A menstruação acaba. Na idade de quarenta anos, as emanações dos testículos
diminuem, o cabelo começa a cair e os dentes a apodrecer. Aos quarenta e oito anos, o
vigor masculino está reduzido ou esgotado, aparecem rugas no rosto e o cabelo das
têmporas embranquece. Aos cinquenta e seis anos, a vitalidade diminui. Para um
envelhecimento saudável, Ch’i Po recomenda uma alimentação equilibrada, a prática
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regular de exercício físico, ter em linha de conta o clima, estando atento às suas
alterações e tentando adaptar-se a estes, hábitos saudáveis de atividade e repouso, paz
interior e mente tranquila. Seguindo estas regras o ser humano chegaria à idade dos
100 anos em saúde. Atualmente, na nossa sociedade, o senescente apresenta
frequentemente várias patologias associadas que lhe roubam qualidade de vida. Sabe-
se que quanto mais avançada à idade maior é o consumo de medicamentos. Estudos
revelam que os idosos são responsáveis pelo maior consumo de medicamentos. Os
pacientes idosos hospitalizados recebem em média 10 drogas diferentes. A
polimedicação aumenta os problemas relacionados com a tomada da medicação por
parte do idoso (recusa, troca de medicação e horários, entre outros) e potencia as
reações adversas medicamentosas. As reações adversas medicamentosas em algumas
situações são a causa de morte desse pacientes. A acupuntura revela-se deste modo
vantajosa. Confirmada a sua eficácia e aliada ao paradigma holístico, esta pode aliviar
e/ou tratar sintomas, contribuindo assim para uma diminuição do consumo
farmacológico e seus efeitos adversos e para uma melhoria do estado de saúde do
idoso.
Portanto, o processo de envelhecimento caracteriza-se pelo declínio das funções biológicas
que ocorrem por múltiplos fatores. Por isso, observa-se nesta fase da vida a ocorrência de
vários transtornos mentais. A velhice caracteriza-se por uma deterioração progressiva dos
vários tecidos e de todo o organismo, o que costuma provocar a diminuição da capacidade
cardiorrespiratória, da força muscular, da resistência dos ossos e da flexibilidade das
articulações. Trata-se, portanto, de uma nova fase da vida, um período normal do ciclo vital
com algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas que não significam necessariamente a
existência de doença. No entanto, com o processo de envelhecimento chegam à diminuição
das faculdades - físicas e mentais - que facilita o aparecimento de transtornos mentais, muitos
deles evitáveis aliviados ou mesmo revertidos. O cognitivo (capacidade de compreender e
pensar de uma forma lógica, com prejuízo na memória). A perda de autonomia, a morte de
amigos e/ou parentes, isolamento social, restrições financeiras, agravamento do estado geral
de saúde com especial relevância para o funcionamento.
Os fatores inerentes do processo de envelhecimento são bastante complexos e requerem
assistência multidisciplinar, onde a acupuntura com sua essência e ciência também faz parte,
favorecendo uma melhor qualidade de vida ao idoso, para (GOIS, 2007).
Muito comum entre os idosos são as doenças reumato-ortopédicas e são umas das grandes
causadoras das incapacidades na terceira idade. Estas incapacidades causam restrições
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articulares, de locomoção e permanência prolongada no leito, sem esquecer os aspectos
emocionais e psicológicos (SEFRIAN, 2007).
As doenças neurológicas também são outras inimigas dos idosos, como a perda da memória,
doença de Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Mal de Parkinson. Através da
estimulação dos pontos de acupuntura, poderá haver resultados bastante satisfatórios como o
aumento do fluxo sanguíneo na região e estimulação nas áreas da fala e da coordenação
motora. No tratamento de Mal de Parkinson, retarda a progressão da doença e diminui os
tremores, que são sintomas característicos da doença. Nesse cenário, sinalizamos que falar do
sofrimento psíquico de pessoas idosas requer a análise de eventos de vida que foram
culturalmente associados à trajetória de homens e de mulheres.
Ser idoso é um fim que afeta a todos, não há como escapar. Embora o idoso esteja levando
uma vida mais produtiva que no passado, o declínio de certas capacidades prejudica a
qualidade de vida. A saúde mental é definida como sendo o estado de equilíbrio entre uma
pessoa e o seu meio sociocultural. Este estado garante ao indivíduo a sua participação laboral,
intelectual e social para alcançar um bem-estar e alguma qualidade de vida. Ainda que o
conceito de saúde mental surja por analogia à saúde física, trata de fenômenos mais
complexos. Essas discussões são basilares, por se considerar que, sem uma reflexão sobre os
desafios que permeiam a vida desse segmento populacional, a depressão, a demência ou a
esquisofrenia, por exemplo, continuarão sendo vistas como uma situação esperada na velhice,
conforme se pode inferir pelas concepções errôneas originárias da sociedade (NERI e
FREIRE, 2000).
A acupuntura é cada vez mais utilizada no mundo todo como tratamento complementar ou
único para enfermidades físicas e psíquicas. Reconhecida através de seus benefícios para os
representantes da chamada terceira idade são muitos e podem ser observados de forma
pontual ou permanente. O tratamento obedece à mesma sequência de uma consulta médica de
qualquer outra especialidade. Durante a anamnese, as queixas e a história do paciente são
ouvidas e anotadas, permitindo ao acupunturista a elaboração de um diagnóstico clínico e,
principalmente energético, avaliando a situação atual do indivíduo, se está sendo submetido a
algum tratamento, se está em período pré ou pós-cirúrgico, se tem dores crônicas, entre outros
dados. Com base nessas informações, o profissional decidirá de que forma a acupuntura
poderá contribuir para uma melhora do bem-estar do paciente. Com os avanços da tecnologia
em todas as áreas, a população está vivendo mais tempo, com isso são muito comuns termos
idosos enfrentando tratamentos quimioterápicos, por exemplo, com todos aqueles efeitos
colaterais, como náuseas e fadiga. Nesses casos, a acupuntura auxilia, abrandando o mal-estar
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e agindo também no equilíbrio da energia, acalmando o emocional. Os males emocionais,
inclusive, é um dos motivos de procura pelo tratamento com acupuntura, tanto para as
situações de tristeza, ansiedade, sensação de vazio e choro frequente quanto para aquele
desânimo, falta de interesse e mesmo para o estresse pré-operatório. A acupuntura acalma o
mente, melhora o fluxo da energia e faz com que ela circule melhor pelo organismo. O “idoso
se sente mais animado e com mais energia para enfrentar aquela fase mais difícil”. Outra
aplicação importante da acupuntura nos idosos está relacionada ao alívio das dores –
provocadas por quedas, bursites, lombalgias, ciático entre outros, e à consequente diminuição
na ingestão de medicamentos, sobretudo anti-inflamatórios. Pacientes com episódios de
paralisia fácil e pós-AVC também encontram na acupuntura um aliado satisfatório.
Metodologia
O presente trabalho possui natureza qualitativa, realizado através de meios bibliográficos,
com objetivo de identificar, nas bibliografias disponíveis e atualizadas, o material de pesquisa,
bem como em sua revisão integrativa, contribuindo para o processo de síntese e análise dos
resultados de vários estudos e, portanto, criando um corpo de literatura compreensível
(LAKATOS, 2008).
Tendo como finalidade de referenciar para possíveis estudos futuros e, com isso,
aprimorando-se as perspectivas de trabalho sobre a prática da acupuntura na qualidade de vida
na terceira idade. Os livros, periódicos, relacionados ao tema em debate na busca de
periódicos indexados nas seguintes bases de dados: Scielo, como acessos a internet, livros,
relatórios, artigos científicos publicados e Referências bibliográficas, foram utilizados para
esta pesquisa a partir de 2010 a 2015. Assim, a pesquisa será estruturada nessas alternativas
para identificar os principais problemas relacionados ao envelhecimento comprometendo à
saúde mental e física do Idoso.
A inserção da agulha de Acupuntura estimula terminações nervosas existentes na pele e nos
tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. A “mensagem” gerada por esses estímulos
segue pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro). É aí que se
deflagra a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores,
desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como, analgésico, anti-inflamatório e
relaxante muscular, além de ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e
imunológico e sobre várias outras funções orgânicas. Cada órgão está relacionado com uma
emoção e ao estimularmos esse órgão estamos melhorando a sua parte mental (emocional),
que é energética e com isso, consequentemente, melhoramos a função desse órgão. Portanto,
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trabalhar a energia e equilibrar os 5 órgãos (pulmão, rim, baço-pâncreas, coração e fígado) é
estar promovendo o equilíbrio físico e energético do individuo. O tratamento consiste em pelo
menos 3 sessões semanais nos casos agudos e 2 vezes por semana nos casos crônicos, num
total de 20 a 40 tratamentos, durante mais ou menos 2 meses.
Considerações e Tratamento para o Processo do Envelhecimento:
É universal, natural e independente do Indivíduo;
Irreversível e nada impede ou reverte Irreversível e nada impede ou reverte o
processo;
Heterogêneo e Individual;
Deletério- Perda progressiva de funções.
Aspectos Socioculturais no Envelhecimento:
Velho é tido como alguém que acumulou muita experiência, possuidor de um,
possuidor de um saber digno de respeito e admiração. O idoso pode assimilar
estereótipos culturais, que consideram as doenças, a inatividade e o isolamento como
doenças, como aspectos “normais” da velhice.
Envelhecimento como sinônimo de enfermidade, passividade e incapacidade para o
trabalho e aprendizado.
Aspectos Psicológicos do Envelhecimento
Contemplando a terceira idade, como uma nova etapa que pode ser promissora em termos de
realizações, quando bem preparado para enfrentá-la. O “envelhescente” enfrenta fantasmas
como, medo da solidão, medo da solidão do desconhecido; da morte. As etapas de vida que
pode haver um estado depressivo, com maior suscetibilidade as doenças e somatizações.
Podem converter seus medos em problemas físicos, como Hipertensão, Diabetes, colite
Ulcerativa, enfisemas, etc. Devem ser mudados como:
Importância pela qualidade de vida;
Modificações Sistêmicas no Envelhecimento;
Sistema tegumentar: pele rugosa, delgada e flácida;
Sistema músculo esquelético;
Atrofia e Sistema musculoesquelético;
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Atrofia e substituição das fibras musculares por fibras colágenas, perda de massa
óssea.
Modificações Sistêmicas no Envelhecimento
Sistema nervoso: Diminuição dos neurotransmissores;
Sistema cardiovascular: Aumento do sistema cardiovascular; Aumento da resistência
vascular e da pressão sistólica, - Degeneração e calcificação das válvulas.
Sistema Digestório: Diminuição da absorção de nutrientes.
Sistema Urinário: Diminuição do peso e tamanho dos Rins.
Sistema Endócrino: Diminuição de intolerância à glicose.
Sistema Urogenital Feminino: Atrofia ovariana, afrouxamento dos ligamentos que
mantém o útero em posição.
Sistema urogenital masculino: Diminuição dos testículos e da fertilidade e Aumento
do tamanho da próstata;
Metabolismo: Redução da taxa de metabolismo basal, alteração do sistema de
regulação de temperatura.
Sistema imunológico: Diminuição da imunidade celular e aumento da predisposição a
formar anticorpos, e assim desenvolver doenças autoimunes.
Alterações mais comuns no Idoso:
Demência;
Demência Pré-senil;
Demência senil;
Doença de Alzheimer;
Osteoporose;
Déficit de estrogênio, uso de medicamentos e alterações sistêmicas;
Artrite;
Inflamação de caráter progressivo que diminui a mobilidades dos pacientes;
Alterações gastrointestinais;
Depressão;
Problemas do sono;
Psicose e Ansiedade.
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Medicações Psicotrópicas
Efeitos Secundários
Antidepressivos: Confusão mental, retenção urinária;
Hipotensão ortostática;
Antipsicóticos: Hipotensão ortostática;
Rigidez muscular e tremor;
Alterações de comportamento.
Tempo do Ancião
O tempo do ancião é o tempo do Yin;
O tempo da juventude é o tempo Yan;
Deveria ser o tempo de máximo esplendor, porque tem-se a experiência Yan
adquirida.
MTC:
Homem - Tem Ciclo de 7 anos;
Mulher - Tem Ciclo de 8 anos;
O ato de envelhecer começaria aos 40 no homem e 35 anos na mulher.
Segundo o modelo do Pentagrama, o ser humano para completar todo seu ciclo de vida, teria
que dar 3 voltas em seu ciclo.
Tempo de vida do homem: 40 x 3= 120 (projeto cronológico Terrestre)
O Tempo energético do idoso começa: Com deficiência do BAÇO e UMIDADE.
Tratamento preventivo para o envelhecimento com acupuntura:
Recuperar a função do XIN: C4 (lingdao);
Desobstruir o baço e ativar sua função: F13(Mo)-Zhangmen;
Evitar a umidade e E36-Zusanli.
Outra possibilidade sobre o fator psicoespiritual:
B15( Xinshu);
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Sobre a umidade:- VC12-Zhongwan e B21-Weishu
Objetivo: Chegar a terceira idade, sem deterioração do Yan
Tratamento geral na Terceira Idade
Na Representação do TAO:
YANG: Juventude
YIN: Velhice
Toda estrutura energética está marcada pela água
Tratamento
Ordenar o FOGO
Recompor a Água
Patologias de modo geral:
1) Ativação e regulação pelo Pentagrama
2) Aumentar a capacidade do Maestro do Coração
3) Ativar e controlar o funcionamento do SANJIAO
4) Atuar nos meridianos extraordinários: REN MAI e DUMAI
Tratamento pelo Pentagrama:
Buscar água rapidamente
Pontos Ho.
Atuar sobre Sanjiao e Mestre do Coração
Ren Mai; VC10; VC12; VC13VC10; VC12; VC13
Atuar sobre o VG: VG11; VG13 e VG4
Pontos de Acupuntura no Idoso
ID6/Yang lao; TA7/Zhigou; C3; R16; MC8; VB10; VG4; VG13
Sugestão de Regulação:
1 º Dia:
BP6 – “Herança Luminosa”;
R16 – “Assentimento dos centros vitais”
MC8– “Palácio das fadigas”
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2º Dia
ID11- “ Ancestro celestial”
ID6 - ”Ajuda dos Anciões”
ID5 - “Vale do Yang”
3º Dia
C2- “ Fonte do calor”
C3- “Mar menor”C3
TA7-” Encontro com os antepassados”.
Obs: Dar um intervalo de uma semana na sessão.
4ª Dia:
VG13- “Via das mutações”- Moxa indireta.
Outra semana de descanso.
Na Indução: TA4/ YANGCHI; VC6/QIAI
Formação: R5
Armazenamento: F6/ZHONGDU
Movimento: P9/TAIYUAN
Distribuição: BP1O/XUEHAI; BP8/ DIJI;
Controle: C3/ SHAOHAI; C6/YINXI
Qualidade: MC6/ NEIGUAN
Outros Pontos:VB39/XUANZHONG; B43/GAOHUANG; VC17/GESHU
Regulação Sangue/Energia:IG4: HEGU; F3: TAICHON.
Resultados e Discussão
Resultados: Na gestão da Política Nacional do Idoso pela SDH, os desafios são enormes, mas
há avanços estratégicos, como a estruturação de mais conselhos municipais. Segundo o IBGE
(pesquisa Munic 2012), o número de conselhos aumentou em 160% se comparado ao período
anterior ao Estatuto do Idoso. O levantamento mostra que 64,8% dos municípios já possuem
políticas ou programas voltados ao público de pessoas idosas. Como resultados parciais,
salienta-se que a Política de Saúde do Idoso define as seguintes diretrizes para que o processo
de envelhecer seja benéfico: promoção do envelhecimento saudável, manutenção e
reabilitação da capacidade funcional quando comprometida, assistência às necessidades de
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saúde do idoso, capacitação de recursos humanos especializados, apoio ao desenvolvimento
de cuidados informais e o apoio a estudos e pesquisas. É fundamental, portanto, refletir sobre
qual atenção tem sido conferida à população idosa que sofre de doenças em decorrência do
processo de envelhecimento. Destacamos três áreas de atuação da acupuntura em geriatria:
dor, reabilitação de AVC e terapia adjuvante em doenças diversas, como depressão leve,
câncer e doenças respiratórias. Entretanto, sempre é bom ressaltar que é fundamental procurar
o diagnóstico ou os diversos diagnósticos pela medicina ocidental e tratá-los devidamente
para otimizar os resultados e não mascarar doenças severas.
Discussão: Em primeiro lugar não se pode excluir de modo algum a sugestão de qualquer
tratamento médico, seja qual for sua natureza. Está demonstrado que a presença do médico é
um fator fundamental em todo ato terapêutico, quer no sentido positivo ou negativo. Portanto,
não seria justo invocar a sugestão única e exclusivamente no caso particular da acupuntura,
em segundo lugar, as provas positivas são de dois tipos: terapêuticas e experimentais
(SUSMANN, 1972). A acupuntura deve ser praticada por um acupunturista profissional e
especializada na técnica, pode ser aplicada em pacientes de todas as idades. Suas contra
indicações não são muito frequentes, e serão bem contornadas pelo profissional especializado.
A acupuntura é extremamente útil neste contexto. Diversos estudos mostram sua utilidade no
tratamento de pacientes idosos. Os resultados mostram redução na intensidade e frequência
da dor, melhora na qualidade de vida, no sono, e diminuição na quantidade de medicamentos
utilizados. (SEFRIAN, 2007).
Conclusão
Sabemos que uma mudança de mentalidade requer tempo. A acupuntura no idoso é passível
de ser utilizada em várias vertentes revelando-se uma mais-valia. Para além de curativa esta é
também e, sobretudo preventiva. Isenta de contraindicações absolutas. A OMS refere, “é
difícil estipular contraindicações absolutas para esta forma de terapia”. Contudo, e como
medida de segurança, menciona algumas condições em que a sua prática deverá ser evitada.
Importam referir, emergências médicas e cirúrgicas, tratamento de tumores malignos e
alterações na coagulação. Sendo assim, esta prática está respaldada com segurança e eficácia.
Ao recomendar que essas informações sejam amplamente divulgadas, também com o apoio
das secretarias de saúde estaduais e municipais, o CNS (Conselho Nacional de Saúde)
pretende informar corretamente a população sobre o caráter multiprofissional da acupuntura e
assim ampliar o acesso da população a esta prática (CNS, 2012).
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Através de pesquisas clínicas, e também de práticas diárias, tem observado-se que a
acupuntura apresenta uma grande eficácia no tratamento de inúmeras patologias e também em
disfunções orgânicas como as psiquiátricas, respiratórias, ortopédicas, neurológicas,
reumatológicas, digestivas, entre muitas outras. Perante a estas constatações, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) alistou todas as doenças tratáveis pela Acupuntura. Esta lista de
indicações tem sido acrescida constantemente, advindas de estudos científicos realizados em
todo o mundo (Brasil, 2013). Atualmente, a utilização da acupuntura apresenta-se como uma
possibilidade concreta de redução de gastos públicos na área de saúde, visto que o paciente
que se beneficia dessa prática terapêutica poderá utilizar menos recursos medicamentosos,
evitando também, em muitos casos, o uso dos serviços públicos de emergência e urgência. A
busca por qualidade de vida tem aumentado a procura pela especialidade, pois o paciente
registra melhora em vários aspectos, sem os efeitos colaterais de drogas sintéticas (Brasil,
2013).
No entanto, consideramos que as reflexões sobre o envelhecimento tratado com acupuntura
preconiza bons hábitos de vida. Bons hábitos corporais, emocionais, mentais, espirituais e
bons hábitos sociais. É também dever da sociedade promover bons hábitos para deste modo o
idoso, em clara expansão, envelhecer feliz.
Referências
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<http://www.saude.es.gov.br/download/SESA_MANUAL_PIC_VERSAO_FINAL.pdf>.
25
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