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Rochas Magmáticas Ígneas
As Rochas ígneas, rochas magmáticas ou rochas eruptivas (derivado do latim ignis, que significa fogo) são um dos três principais tipos de rocha (sendo que as outras são as rochas sedimentares e as rochas metamórficas). A formação das rochas ígneas vêm do resultado da consolidação devida ao resfriamento do magma derretido ou parcialmente derretido.Elas podem ser formadas com ou sem a cristalização, ou abaixo da superfície como rochas intrusivas (plutônicas) ou próximo à superfície, sendo rochas extrusivas (vulcânicas). O magma pode ser obtido a partir do derretimento parcial de rochas pré-existentes no manto ou na crosta terrestre. Normalmente, o derretimento é provocado por um ou mais dos três processos: o aumento da temperatura, diminuição da pressão ou uma mudança na composição. Já foram descritos mais de 700 tipos de rochas ígneas, sendo que a maioria delas é formada sob a superfície da crosta da Terra com diversas propriedades, em função de sua composição e do modo de como foram formadas.
O processo de solidificação é complexo e nele podem distinguir-se a fase ortomagmática, a fase pegmatítica-pneumatolítica e a fase hidrotermal. Estas rochas são compostas de feldspato (59,5%), quartzo (12%), piroxênios e anfibolitos (16,8%), micas (3,8%) e mineraisacessórios (7%). Ocupam cerca de 25% da superfície terrestre e 90% do volume terrestre, devido ao processo de gênese.
As rochas ígneas podem, de maneira geral, ser classificadas sob dois critérios: texturais e mineralógicos.
O critério textural é especialmente útil na identificação do ambiente onde a rocha se cristalizou, enquanto o mineralógico é baseado na proporção entre seus minerais principais. A classificação da maior parte das rochas ígneas, segundo o critério mineralógico, é feito com base no diagrama QAPF, usado para rochas com menos de 90% de minerais máficos.
Rochas ígneas intrusivas
As rochas ígneas intrusivas (conhecidas também como plutônicas ou abissais) são formadas a partir do arrefecimento do magma no interior da crosta, nas partes profundas da litosfera, sem contato com a superfície. Elas só apareceram à superfície depois de removido o material sedimentar ou metamórfico que a recobria. Em geral, o resfriamento é lento e ocorre a cristalização de todos os seus minerais, apresentando então uma textura holocristalina, ou seja, apresenta grande número de cristais observáveis à vista desarmada. Normalmente as rochas plutônicas ou intrusivas apresentam uma estrutura maciça. A sua estrutura mais corrente
é granular, isto é, os minerais apresentam-se equidimensionais ligados entre si.
Rochas ígneas extrusivas
As rochas ígneas extrusivas (conhecidas também como vulcânicas ou efusivas) são formadas a partir do resfriamento do material expelido pelas erupções vulcânicas atuais ou antigas. A consolidação do magma, então, acontece na superfície da crosta ou próximo a ela. O resfriamento é rápido, o que faz a que estas rochas, por vezes, apresentem material vítreo, logo, possuem uma textura vidrosa (vítrea), ou seja, uma textura que não apresenta cristais (a olho nu) ou até mesmo uma textura hemicristalina, isto é, apresenta alguns cristais no seio de uma massa amorfa. Há uma grande diversidade de rochas vulcânicas que se agrupam em alguns tipos gerais: riólitos,traquitos, andesitos e basaltos, entre os quais existe uma série de rochas intermediárias, do mesmo modo que nas rochas plutônicas, e sua classificação, na maior parte dos casos, também é feita com base no diagrama QAPF;
Rochas filonianas ou hipoabissaisSão as rochas que alguns autores consideram, de certo modo, fazer a transição entre as rochas vulcânicas e as rochas plutônicas. Sem atingir a superfície, aproximam-se muito dela e podem preencher as fissuras da crosta terrestre. Umas formam-se por resfriamento do magma numa fissura, outras formam o recheio das fissuras e fraturas, devido à presença de soluções hidrotermais (de águas térmicas) que aí precipitam os minerais. Todas as rochas filonianas se encontram em relação direta com o magma, isto é, com rochas intrusivas. São exemplo de rochas filonianas os aplitos, os pegmatitos e os lamprófiros.
Composição das rochas
As rochas são praticamente compostas pelos minerais que as caracterizam. No início do século XIX, Norman Levi Bowen, geólogo e mineralogista canadiano, descreveu como se cristalizam os minerais quando sujeitos a variações de pressão e temperatura e formulou a conhecida série reaccional de Bowen, aceite actualmente como a progressão ideal dos minerais dado o arrefecimento de magma.
Série reaccional de Bowen
A série reaccional de Bowen é constituída por duas séries:Série descontínua: constituída por 4 minerais que são, por ordem decrescente
da temperatura a que se formam, a olivina, apiroxena, a anfíbola e a biotite. Estes minerais não apresentam igual estrutura cristalina e a transição entre eles não é gradual. Progressivamente, os minerais possuem menos ferro e magnésio (minerais máficos) e mais sílica e alumínio (minerais félsicos) e quando se dá a cristalização da biotite, a percentagem de ferro e magnésio é nula na composição do magma residual.
Série contínua: constituída por plagioclases, a composição a maiores temperaturas permite a criação de minerais com mais cálcio. Quanto mais baixa a temperatura, menor a quantidade de cálcio na composição da rocha e maior a de sódio. A transição entre os minerais é gradual, pois as plagioclases são minerais isomorfos, ou seja, apresentam a mesma forma cristalina mas composição química diferente. A anortite é cálcica por completo, enquanto que a albite é somente constituída por sódio.
Depois das séries: ocorre cristalização dos restantes componentes, formando minerais ricos em sílica. O quartzo, o último mineral formado, é completamente constituído por sílica.
Série Descontínua
Olivina Piroxena Anfíbola Biotite Ortoclase(Feldspato Potássico)
MoscoviteQuartzo
Série Contínua
Anortite (+Ca) → Albite (+Na)
No sentido → (esquerda-direita): diminuição da temperatura relativa de cristalização e do ponto de fusão, aumento da resistência do mineral e da hidratação do magma
Família de rochas magmáticas
A classificação detalhada das rochas magmáticas requer um estudo microscópico da mesma e, na maior parte dos casos, é feita com base no diagrama QAPF. Em linhas gerais, podem considerar-se as seguintes famílias de rochas magmáticas, entre as quais existe toda uma série de rochas intermédias:
Família do granito: o granito é uma mistura de quartzo, feldspato e micas, além de outros minerais, que se podem encontrar em menores proporções e que recebem a denominação de acessórios. Estes podem ser turmalinas, plagioclases, topázio, e outros mais. O granito é uma rocha ácida e pouco densa que aparece abundantemente em grandes massas, formando regiões inteiras ou as zonas centrais de muitos acidentes montanhosos. O equivalente vulcânico do granito é o riólito;
Família do sienito : tem como minerais essenciais os feldspatos alcalinos, especialmente a ortoclase, aos quais se associa a hornblenda, a augite e a biotite. Não apresentam nem moscovite nem quartzo. São rochas neutras. O equivalente vulcânico do sienito é o traquito;
Família do diorito : tem como minerais essenciais os feldspatos calcossódicos ácidos - oligoclase e andesina. A estes associam-se, em geral, a hornblenda, a augite e abiotite. O equivalente vulcânico do diorito é o andesito.
Família do gabro : são rochas escuras, verdes ou negras, bastante densas e sem quartzo, pelo que são rochas básicas. Os seus minerais essenciais são os feldspatos básicos - labradorite e anortite -, acompanhados, geralmente, por diálage, biotite, augite e olivina. O equivalente vulcânico do gabro é o basalto;
Família do peridotito: são rochas constituídas por anfíbolas e piroxenas e, sobretudo, por olivina. São rochas ultrabásicas muito densas e escuras. O magma que as originou formou-se em grande profundidade, muitas vezes na parte superior do manto. Os peridotitos são rochas muito alteráveis por efeito dos agentes meteóricos, transformando-se em serpentinitos, que são utilizados como pedras ornamentais, muito apreciadas pela sua cor verde escura.
GranitoO granito (do latim granum) é um tipo comum de rocha ígnea de grão fino não
metamorfica, médio ou grosseiro, composta essencialmente
por quartzo, mica e feldspato, tendo como minerais acessórios micas (presente
praticamente sempre), hornblenda, zircão e outros minerais. É normalmente
encontrado nas placas continentais da crosta terrestre.
O granito é quase sempre sólido (sem estrutura internas), duro e resistente,
sendo por essas qualidades usado como pedra para aconstrução civil.
A densidade média do granito situa-se entre 2,65 e 2,75 g/cm3] A sua
temperatura de fusão é de1215 - 1260 °C.
A palavra "granito" tem origem no latim granum, um grão, em referência à
textura da rocha.
A composição mineralógica dos granitos é definida por associações muito
variadas de quartzo, feldspato, micas (biotite e/ou moscovite), anfíbolas
(sobretudo horneblenda), piroxenas (augite e hiperstena) e olivina. Alguns
desses constituintes podem estar ausentes em determinadas associações
mineralógicas, anotando-se diversos outros minerais acessórios em proporções
bem mais reduzidas. Quartzo, feldspatos, micas e anfíbolas são os minerais
dominantes nas rochas graníticas e afins.
Macroscopicamente o quartzo é reconhecido como mineral incolor, geralmente
translúcido, muito comum nos granitos.
Os feldspatos (microclina, ortóclase e plagióclases), são os principais
condicionantes do padrão cromático das rochas silicáticas, conferindo as
colorações avermelhada, rosada e creme-acinzentada a estas rochas.
A cor negra variavelmente impregnada na matriz das rochas silicatadas, é
conferida pelos minerais máficos (silicatos ferro-magnesianos) sobretudo
anfíbolas (hornblenda) e micas (biotite), chamados vulgarmente de "carvão".
Nos granitos mais leucocráticos (claros), portanto com menor quantidade de
minerais ferro-magnesianos, o quartzo e o feldspato compõem normalmente
entre 85% e 95% darocha.
A textura das rochas silicatadas é determinada pela granulometria e hábito
dos cristais, sendo a estrutura definida pela distribuição desses cristais.
Composição, textura e estrutura representam assim parâmetros de grande
importância para caracterização de granitos.
O granito é utilizado como rocha ornamental e na construção civil. Para o
sector de pedras ornamentais e de revestimento, o termo granito designa um
amplo conjunto de rochas silicatadas, abrangendo monzonitos, granodioritos,
charnockitos, sienitos, dioritos, doleritos, basaltos e os próprios granitos.
Em Portugal a paisagem granítica revela-se principalmente em extensos
planaltos, em serras, nas Beiras e em várias regiões montanhosas. Há ainda a
considerar um maciço de dimensões mais reduzidas, na serra de Sintra, com
cerca de 10 por 5 quilómetros.
Texturas Magmáticas:
Grau de cristalinidade - holocristalina
Grau de visibilidade - fanerítica
Tamanho dos cristais - média a grossa
Tamanho relativo dos cristais - equigranular, megaporfirítica ou porfirítica
Relação geométrica dos cristais - xenomórfica a hipidiomórfica
Articulação entre os cristais - irregular
Arranjo (trama) - aplítica, granular, intersticial, maculada ou rapakivi
Acidez - ácida
Sílica saturação - supersaturada
Relação de feldspatos - potássica
Índice de coloração - leucocrática
Índice de alumina saturação - peraluminosa, metaluminosa ou peralcalina
Alcalinidade - Subalcalino (cálcio-alcalino ou peraluminoso) ou alcalino (equirítica)
Observações - Rocha plutônica composta basicamente por quartzo, feldspatos e micas. Textura geralmente fanerítica granular . A densidade do granito oscila entre 2,55 e 2,75. A crosta continental apresenta composição essencialmente granítica, sendo seu correspondente efusivo o riolito.
Carbonatito
Carbonatito é uma rocha ígnea ultrabásica, com mais de 50% de minerais carbonáticos (calcita, dolomita e siderita)
É rara e importante, pois a própria rocha se constitui em minério para a produção de cimento portland e calcário para calagem agrícola (correção da acidez do solo). Ademais, são fontes de minerais fosfatados (apatita, fluorapatita), usados na produção de fertilizantes fosfatados. Podem também conter, ou estarem associados a concentrações econômicas de elementos terras raras, nióbio,urânio, tório, cobre, ferro, titânio, bário, flúor, zircônio, entre outros.
No Brasil, temos ocorrências em Jacupiranga, Juquiá, Ipanema, Itanhaém (SP); Lages e Anitápolis (SC); Tapira, Araxá, Salitre, Serra Negra, São Gotardo (MG); Catalão, Santo Antônio da Barra, Caiapó e Morro do Engenho (GO).
Associados aos carbonatitos brasileiros ocorrem as maiores reservas mundiais de minerais de nióbio e grande reservas de minerais de titânio.
Mineralogia principal - calcita, dolomita e / ou ankerita.Minerais acessórios - magnetita, olivina, nefelina, piroxênios, biotita, granada, apatita, sulfetos.Estrutura - compacta.
Texturas Magmáticas:
Grau de cristalinidade – holocristalina
Grau de visibilidade-fanerítica
Tamanho dos cristais- denso a grossa
Tamanho relativo dos cristais – inequigranular
Relação geométrica dos cristais – panxenomórfica
Articulação entre os cristais – irregular
Arranjo (trama) – granular
Acidez – ultrabásica
Sílica saturação – insaturada
Relação de feldspatos - não apresenta feldspatos em sua composição
Índice de coloração – leucocrática
Índice de alumina saturação - não se aplica para estas rochas
Alcalinidade – alcalina
Observações - O nome carbonatito classifica uma considerável variedade de rochas vulcânicas e ígneas intrusivas cujos principais constituintes são minerais carbonáticos na proporção de 50% ou mais.O carbonatito é exceção quanto ao índice de coloração: é a única rocha ultrabásica que é constituída essencialmente por minerais pesados claros (carbonatos), classificando-a como leucocrática.
BasaltoO basalto é uma rocha ígnea eruptiva, de granulação fina, afanítica, isto é, os cristais não são vistos à vista desarmada, podendo, ainda, conter grandes quantidades ou ser constituído integralmente de vidro (material amorfo). Esta rocha é constituída principalmente de plagioclásio e piroxênio e, em muitos casos, de olivina. Como minerais acessórios encontram-se, principalmente, óxidos de ferro e titânio. A rocha basáltica geralmente possui cor escura acentuada (rocha máfica), sendo muito explorada para a construção civil.
O basalto é produzido principalmente nas erupções que ocorrem:
nas dorsais meso-oceânicas, que são o foco da expansão do assoalho oceânico e dão origem à chamada tectônica de placas, assim, a maior parte do embasamento oceânico é constituído de basaltos;
em enormes derrames que formaram grandes platôs continentais, como, por exemplo, na Bacia do Paraná, no sul do Brasil, no norte da Sibéria, no planalto de Decan, na Índia; e
em menor volume, embora mais evidentes, em erupções vulcânicas como em algumas das ilhas do arquipélago do Havaí. Também podemos encontrar o Basalto em todas as ilhas do Arquipélago dos Açores em Portugal, destacamos a segunda* maior delas, denominada Montanha do Pico, ou ainda chamada de Serra do Pico, ou como muitos a conhecem como Ponta do Pico. Sua altura é de aproximadamente 2,351m acima do nível do mar, sendo o ponto mais alto de toda aquela região. Em uma outra medição na região submersa, observou-se sua altura próxima de 5.000m, no que pode-se observar a maior parte submersa.
A cidade de Nova Prata é a capital nacional do basalto no Brasil.
O basalto é uma rocha extremamente frequente (muito mais frequente que o gabro, que é o seu equivalente plutónico/intrusivo). Isto verifica-se pois
ambos são rochas derivadas de magmas básicos, ou seja, magmas fluidos que tendem a emergir, pois são menos densos que as rochas da crusta. Com isto, muito mais provavelmente o magma atinge a superfície, arrefecendo rapidamente e originando basalto, do que a sua ascensão ser impedida (pela ausência de fendas nas rochas que se sobrepõem, p.e.), levando a um arrefecimento mais gradual e à posterior formação do gabro.
Texturas Magmáticas:
Grau de cristalinidade - holovítrea a hipocristalina
Grau de visibilidade - afanítica a subfanerítica
Tamanho dos cristais - denso a fina
Tamanho relativo dos cristais - vitrofírica a porfirítica
Relação geométrica dos cristais - hipidiomórfica
Articulação entre os cristais - irregular
Arranjo (trama) - intergranular a intersertal, pilotaxítica ou hialofítica
Acidez - básica
Sílica saturação - saturada; insaturada (quando apresentar olivina ou foids)
Relação de feldspatos - cálcio-sódica
Índice de coloração - mesocrática a melanocrática
Índice de alumina saturação - metaluminosa
Alcalinidade - subalcalina (toleítica ou cálcio-alcalina) ou alcalina
Observações - O basalto é uma rocha importantíssima para a agricultura, pois o produto de sua decomposição é uma argila de coloração avermelhada, que origina solos férteis (terra roxa). É uma rocha efusiva básica, tendo como correspondentes plutônico e hipo-abissal o gabro e o diabásio, respectivamente.
Quartzo
O quartzo é o mais abundante mineral da Terra (aproximadamente 12% vol.).
Alguns autores consideram mais abundantes osfeldspatos, mas estes
constituem um grupo, formado de várias espécies, não uma espécie só. Possui
estrutura cristalina trigonalcomposta por tetraedros de sílica (dióxido de silício,
SiO2), pertencendo à subclasse dos tectossilicatos tridimenssionais. O
seu hábito cristalino é um prisma de seis lados que termina em pirâmides de
seis lados, embora frequentemente distorcidas e ainda colunar, em
agrupamentos paralelos, em formas maciças (compacta, fibrosa, granular,
criptocristalina), maclas com diversos pseudomorfos. Possui dureza 7
na Escala de Mohs. Apresenta as mais diversas cores(alocromático),
caracterizando suas muitas variedades. Peso específico2,65. Sem clivagem,
apresentando fractura concoidal. O nome "quartzo" é de origem incerta, sendo
a mais provável a palavra alemã "quarz", que por sua vez seria de origem
eslava.
Mineradores de rochas contendo quartzo podem sofrer de uma doença
denominada silicose.
Tipos de ocorrência
Ocorre geralmente em pegmatitas graníticas e veios hidrotermais. Cristais bem
desenvolvidos podem atingir vários metros de extensão e pesar centenas de
quilogramas. A erosão de pegmatitas pode revelar bolsões de cristais,
conhecidos como "catedrais". Pode também ter origem metamórfica ou
sedimentar. Geralmente associado aos feldspatos e micas. É constituinte
essencial de granito, arenito,quartzitos por exemplo. Adicionalmente, pode
ocorrer em camada, particularmente em variedades como a ametista; neste
caso, os cristais desenvolvem-se a partir de uma matriz e deste modo apenas é
visível uma pirâmide terminal. Um geode de quartzo, consiste de uma pedra
oca (geralmente de forma aproximadamente esférica), cujo interior é revestido
por uma camada de cristais.
Quartzo sintético
Uma vez que o quartzo ocorre muitas vezes maclado, muito do quartzo
utilizado industrialmente é sintetizado. São produzidos grandes e perfeitos
cristais não maclados em autoclave por meio do processo hidrotermal.
Aplicações e utilizações
Areia para moldes de fundição, fabricação de vidro, esmalte, saponáceos,
dentifrícios, abrasivos, lixas, fibras ópticas, refratários, cerâmica, produtos
eletrônicos, relógios, indústria de ornamentos; fabricação de instrumentos
ópticos, de vasilhas químicas etc. É muito utilizado também na construção civil
como agregado fino e na confecção de jóias de baixo preço, em objetos
ornamentais e enfeites, na confecção de cinzeiros, colares, pulseiras,
pequenas esculturas, etc.
Alguns cristais de quartzo são piezoeléctricos e usados como osciladores em
aparelhos electrónicos tais como relógios e rádios.
Variedades de quartzo
Sendo o mineral mais comum na natureza, existe um número impressionante
de designações diferentes. A distinção mais importante entre tipos de quartzo é
entre as variedades macrocristalinas (com cristais individuais visíveis a olho nu)
e criptocristalinas (agregados de cristais apenas visíveis sob grande
ampliação). Calcedônia é um termo genérico para as variedades
criptocristalinas, que são opacas ou translúcidas, enquanto que as variedades
transparentes são geralmente macrocristalinas. O prásio tem cor verde-oliva
devida à presença de hornblenda, cloritas ou abundantes cristais aciculares de
actinolita. Não deve ser confundido com prasiolita, quartzo verde obtido
artificialmente. Apesar de o citrino ocorrer naturalmente, geralmente é
produzido por aquecimento de ametista. A carneliana, ou cornalina, tem cor
vermelha (a mais valiosa), alaranjada ou amarela e pode receber tratamento
para adquirir uma coloração mais profunda.
Ainda que os nomes dados a diversas variedades ao longo dos tempos sejam
derivados da cor, os esquemas científicos de nomenclatura referem-se
sobretudo à microestrutura do mineral. A cor é um identificador secundário para
os minerais criptocristalinos, sendo, no entanto, um identificador primário para
as variedade macrocristalinas. Contudo, isto nem sempre é verdadeiro.
Texturas Magmáticas:
Grau de cristalinidade - holocristalina
Grau de visibilidade - subfanerítica a fanerítica
Tamanho dos cristais- médio a grossa
Tamanho relativo dos cristais - equigranular a inequigranular ou megaporfirítica
Relação geométrica dos cristais - hipidiomórfica
Articulação entre os cristais - irregular
Arranjo (trama) - granular hipidiomórfica, frequentemente do tipo sal e pimenta
Acidez - intermediária
Sílica saturação - supersaturada
Relação de feldspatos - sódico-cálcica
Índice de coloração - leucocrática
Índice de alumina saturação - metaluminosa ou peralcalina
Alcalinidade - subalcalina (cálcio-alcalina) ou alcalina
Observações - Rocha intrusiva, cujo correspondente efusivo é o andesito.
Kimberlito
Kimberlito é vulgarmente conhecido como a rocha que contêm diamantes. Na
realidade, não é um tipo específico de rocha, mas sim um grupo complexo de
rochas ricas em voláteis (dominante CO2), potássicas, ultramaficas híbridas
com uma matriz fina e macrocristais de olivina e outros minerais
como: ilmenita, granada, diopsidio, flogopita, enstatita, cromita.
O clã dos kimberlitos são divididos em dois grupos
Grupo I: Tipicamente ricos em CO2 e empobrecidos em potássio em relação
aos do grupo II. Corresponde à rocha original encontrada em Kimberley, na
África do Sul.
Grupo II: Tipicamente ricos em água, apresentam matriz rica em micas e
também calcita, diopsídio e apatita, e correspondem ao kimberlitos
lamprofíricos ou micáceos
Os kimberlitos são formados pela fusão parcial do manto a profundidades
maiores que 150 km. O magma kimberlítico durante sua ascensão do manto
para a crosta, comumente, transporta fragmentos de rochas e minerais -
também conhecidos como xenólitos e xenocristais (entre eles o diamante). O
kimberlito pode trazer diamante até a superfície desde que tenha passado por
regiões no manto/crosta que fossem ricas neste mineral e que sua velocidade
de ascensão seja rápida o suficiente para não desestabilizar a estrutura do
diamante, que caso contrário se converteria em grafite (polimorfo estável do
carbono na pressão ambiente). Ressalta-se, portanto, que o magma que forma
o kimberlito não é o produtor de diamante, apenas um meio de transporte.
No Brasil diversos kimberlitos foram encontrados desde a década de 1970, no
entanto, poucos foram estudados para a compreensão dos mecanismos de
colocação destes corpos ou do tipo de manto amostrado por estes magmas. As
principais descobertas de kimberlitos no Brasil foram feitas inicialmente pela
Sopemi subsidiária do Grupo Sul Africano De Beers. A Sopemi descobriu
clusters com dezenas de kimberlitos em Minas Gerais, Goiás e ,
posteriormente, em Juína no Mato Grosso onde estabeleceu a sua primeira e
última lavra no Brasil. Posteriormente, na década de 90 a Rio Tinto usando
intensivamente a aeromagnetometria e geoquímica descobriu outras dezenas
de corpos kimberlíticos nas mesmas regiões antes trabalhadas pela De Beers.
Entre 2004 e 2007 a Majestic Diamonds and Metals e Canadense a Vaaldiam
descobriram e avaliaram algumas dezenas de novos kimberlitos. Ao contrário
do que é publicado no Brasil vários corpos kimberlíticos foram avaliados por
intermédio de sondagens, trincheiras, bulk-samplings e lavra-piloto de pequeno
porte. Os kimberlitos mais conhecidos estão em Minas e Bahia estudados pela
Sopemi e Vaaldiam, em Pimenta Bueno e Juína avaliados pela Rio Tinto,
Vaaldiam e Diagem e em Goiás avaliados pela D10 Mineração.
Texturas Magmáticas:
Grau de cristalinidade - holocristalina a hipovítrea
Grau de visibilidade - afanítica a subfanerítica
Tamanho dos cristais - denso a fina
Tamanho relativo dos cristais - porfirítica com matriz inequigranular
Relação geométrica dos cristais - panidiomórfica a hipidiomórfica
Articulação entre os cristais - irregular
Arranjo (trama) - calçamento, poiquilítica
Acidez - ultrabásica
Sílica saturação - insaturada
Relação de feldspatos - não se aplica (não apresenta feldspatos)
Índice de coloração - ultramelanocrática
Índice de alumina saturação - não se aplica
Alcalinidade - alcalina potássica
Observações - Trata-se de um peridotito, muito comum na região de Kimberley, na África do Sul, onde é feita a extração de diamantes. Comumente é uma rocha porfirítica que ocorre na forma de chaminés verticais chamadas de "pipes". Kimberlito é considerada a rocha matriz do diamante.
Andesito
Andesito é um tipo de rocha magmática cujo nome deriva de Andes,
montanhas onde é muito comum. É uma rocha ígnea vulcânica de composição
intermediária, calcialcalina, de cor cinzenta a cinzenta escura ou mesmo negra,
com textura afanítica a porfirítica. Os andesitos são a rocha típica do
vulcanismo associado às regiões de subducção, em especial aos arcos
insulares.
Composição
Os andesitos são compostos essencialmente por feldspatos, dos quais mais de
66% deve ser de plagioclásio ácido (10%<An<50%), e por
minerais máficos: biotita, piroxênios e hornblenda. Nos andesitos leucocráticos,
isto é, de cor mais clara, podem aparecer quantidades maiores de quartzo,
neste caso sem a presença dos feldspatos alcalinos.
O andesito é o equivalente vulcânico do diorito, rocha ígnea plutônica, sendo
considerado como um dacito se a quantidade de quartzo ultrapassar 10% da
massa total. A transição para basalto andesítico dá-se quando a plagioclase é
cálco-sódica. Quando a quantidade de feldspato alcalino é superior a 30% do
total de feldspatos, o andesito é considerado como sendo latito.
Os andesitos podem ser classificados quanto à cor em máficos (cinzento
escuro a negro) e leucocráticos (cinzento a cinzento claro). Outra classificação
baseia-se na presença de fenocristais reconhecíveis entre os minerais
acessórios, tais como a olivina (andesito olivínico), a zeolita (andesito zeolítico)
ou a sanidina (andesito sanidínico).
Abundância
O andesito é uma das rochas mais comuns em arcos magmáticos, estando em
geral associado a vulcanismo explosivo ou com formação de espessos
derrames de lavas de alta viscosidade. Assim, os andesitos, tal como
os dioritos, são característicos dos ambientes tectónicos das regiões de
subducção nas margens oceânicas activas, tais como a costa ocidental da
América do Sul. A cordilheira dos Andes, de onde aliás a rocha deriva o nome,
são um dos locais da Terra de maior ocorrência destas rochas.
O magma andesítico nas regiões de subducção e nos arcos insulares deriva da
fusão por via húmida de peridotitos das porções do manto que são obrigadas a
mergulhar sob acrusta continental.
Quando a crusta oceânica é forçada a mergulhar nas zonas de subducção, as
suas rochas contêm grande quantidade de água, que é forçada a sair das
camadas rochosas pelas crescentes pressões e temperaturas que vão sendo
experimentadas à medida que estas se afundam sob a crusta continental. As
correntes de convecção e de compensação de pressões e temperaturas forçam
a água para as regiões superiores do manto, onde a presença desta leva a
fusão dos peridotitos. Esta primeira fusão produz em geral magmas basálticos
que iniciam a sua ascensão em direcção àsuperfície. No processo arrefecem,
permitindo a cristalização fraccionada dos minerais pobres em sílica, processo
que leva a um forte enriquecimento relativo da fracção em fusão em silicatos. É
esta fracção sobressaturada em sílica que atinge a superfície, produzindo lavas
muito viscosas que ao arrefecerem produzem os andesitos.
Nos arcos insulares, a presença da água do mar na proximidade imediata dos
centros eruptivos de material andesítico viscoso leva ao aparecimento de
erupções com elevadoíndice de explosividade e à formação de grande
camadas de material pomítico.
Aplicações e utilidade
O andesito emprega-se na construção como material inerte para balastros
ferroviários ou para utilizações que necessitem de rochas com uma certa
densidade, como diques ou cais.
Aos andesitos estão associados alguns dos jazigos mais ricos em cobre.
Sienito
Sienito é uma rocha ígnea plutónica, de textura holocristalina grossa, leucocrática (clara), composta principalmente por feldspatos(microclina, ortoclase e alguma ou nenhuma plagioclase), anfibólios (geralmente hornblenda), clinopiroxênios (augita, egirina), pouca ou nenhuma biotita. No diagrama QAPF de Streckeisen, ocupa o campo 6. O sienito sem quartzo e sem nefelina é chamado alcali-feldspato sienito ou alcali-sienito. O sienito com mais que 10% de nefelina é denominado nefelina sienito. O sienito com mais de 10% de quartzo é chamado de quartzo-sienito. Por outro lado, quando o teor de quartzo é maior do que 20%, é chamado de álcali feldspato granito. É uma rocha relativamente rara, porém comum na região litoral do Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, um nefelina sienito é extraído comorocha ornamental. Em Portugal ocorre um importante maciço de nefelina sienito na Serra de Monchique. A rocha vulcânica de granulometria fina com a mesma composição que alcali sienito é o traquito e aquela com a mesma composição que o sienito nefelínico é o fonólito.
Latito
Latito é uma rocha ígnea, equivalente extrusiva do monzonito, rica em plagioclases e feldespatos potássicos, que ocorre em formações vulcânicas contendo materiais pobres em sílica. Apresenta textura afanítico-afírica a afírico-porfirítica e coloração em geral cinzenta clara, embora seja possível a ocorrência de outras tonalidades, nomeadamente esbranquiçada, amarelada ou rosada. O nome deriva de Lácio (em latim: Latium) a região italiana para a onde a rocha foi inicialmente descrita.
Descrição
O latito é uma rocha vulcânica em geral afanítica, contendo uma composição mineral em que estão presentes os elementos alcalinos dos feldspatos e plagioclases em quantidades semelhantes.
O quartzo representa menos de 5% em massa, ou está mesmo ausente, nos latitos feldspatoides e a olivina está ausente nos latitos que contêm quartzo. Quando o conteúdo em quartzo é maior que 5%, a rocha é classificada como latito quártzico. Biotite,hornblenda, piroxena e pequenas quantidades de olivina ou quartzo são comuns como minerais acessórios.
Traquito Traquito é uma rocha com granulometria fina, constituída principalmente de feldspato alcalino, com pequena quantidade de minerais máficos, tais como anfibólio e biotita. Pertence ao mesmo clã de álcali sienito.
Mineralogia principal - rocha vulcânica constituída essencialmente por feldspato alcalino (sanidina, ortoclásio) e quantidades menores de plagioclásio (oligoclásio). Pode haver a presença de albita em álcali traquitos, biotita, hornblenda, quartzo, anfibólios sódicos e piroxênios em álcali-traquitos.
Minerais acessórios - apatita, zircão, óxidos de ferro, magnetita, titanita, e allanita.
Estrutura - compacta, fluidal.
Gabro
Gabro é uma rocha ígnea intrusiva de cor escura com textura fanerítica e granulação média a grossa. É uma rocha composta essencialmente por plagioclase cálcicos (labradorita a anortita), piroxênios e titanomagnetita; a olivina magnesiana pode ocorrer como mineral acessório. São rochas plutônicas formadas pelo resfriamento de magmas de composição basáltica. O gabro é equivalente plutónico do basalto.