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RELATÓRIO DE VISTORIA
PONTE SOBRE O RIO MAQUINÉ
RODOVIA: BR – 101/RS
50610.000912/2003-22
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SISCON-Consultoria de Sistemas Ltda
RELATÓRIO DE VISTORIA
PONTE SOBRE O RIO MAQUINÉ
Rodovia: BR – 101/RS
1. INTRODUÇÃO:
A ponte sobre o Rio Maquiné está localizada no Km 64,6 da BR-101/RS, nas
proximidades da cidade de Maquiné.
As obras de ampliação e duplicação da BR-101/RS, trecho DIV SC/RS – OSÓRIO
projetam uma variante entre os Km 63,0 e Km 66,0 onde serão construídas duas novas
pontes sobre o Rio Maquiné, não estando prevista a recuperação da ponte existente.
Após a duplicação da BR-101/RS a ponte será destinada ao tráfego local. Deverá
ser definido a quem caberá a jurisdição do segmento.
Trecho: DIV SC/RS (RIO MANITUBA) – SÃO JOSÉ DO NORTE (RIO GRANDE)
Subtrecho: ENTR RS-486 (TERRA DE AREIA) - ENTR RS-484 (P/MAQUINÉ)
Código PNV: 101BRS4370
Ano da construção: 1953.
Construtor: DAER/RS.
2. OBJETIVO:
Vistoriar a estrutura da ponte a fim de verificar as suas condições de estabilidade e
segurança e propor soluções para sanar as deficiências estruturais e funcionais, para a
sua entrega em boas condições, a quem assumir a jurisdição do segmento.
3. REFERÊNCIAS:
- Manual de Inspeção de Pontes Rodoviárias, 2a Edição, DNIT/2004;
- Manual de Projeto de Obras-de-Arte Especiais do DNER/1996;
- Norma DNIT 010/2004-PRO – Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado
e protendido – Procedimento;
- Cadastro de Obra-de-Arte do DNER – Registro de Inspeção Cadastral, de
03/07/1982.
4. DADOS DA ESTRUTURA:
O projeto original não foi encontrado.
A ponte em concreto armado apresenta as características gerais das obras-de-arte
projetadas entre 1950 e 1960, de acordo com o seguinte:
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• Seção Transversal: largura total de 8,30m;
• Normas Brasileiras: NB - 1/1946 e NB - 2/1946; Pontes Classe 24;
• Norma Rodoviária: NPER/1949, Normas para Projeto de Estradas de
Rodagem;
• Cargas Móveis: Compressor de 24 tf, Caminhão de 12 tf e carga de Multidão
variável com o vão teórico, basicamente de 500 kgf/m2
Comprimento total da ponte : 130,0m.
Infraestrutura:
Só foi possível visualizar os blocos de coroamento (Foto1).
Foto 1 – Blocos de Coroamento
Mesoestrutura:
Pilares maciços de concreto armado, com seção variável. Cada apoio é constituído
por seis pilares (Foto 2).
Foto 2 – Pilares com seção variável
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Superestrutura:
Três vigas com mísula nos apoios e laje maciça em concreto armado (Fotos 2 e 3).
Foto 3 – Vigas com mísula nos apoios
Seção transversal:
• Largura total: 8,30m;
• Largura total da pista: 7,30m;
• No de Faixas/Largura da Faixa: 2/3,65m;
• os passeios e guarda-corpos ocupam 0,50m, de cada lado. Trata-se de uma
ponte estreita (Foto 4).
Foto 4 – Vista da parte superior da ponte
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5. VERIFICAÇÕES:
Efetuamos a vistoria no dia 22 de julho de 2008, na presença do Engo Marcos
Wünche, da Superintendência Regional no Rio Grande do Sul e do Engo Delmar
Pellegrini Filho, Supervisor da Unidade Local de Osório – RS, sendo verificados os
elementos visíveis da ponte: vigas, lajes, pilares e encontros.
5.1 – Aspectos relativos à infraestrutura e à mesoe strutura: :
A comparação da geometria da estrutura com o terreno circundante, não indica a
existência de recalque das fundações (Foto 3).
Os blocos apresentam segregação (ninhos de concretagem).
Alguns pilares apresentam as armaduras expostas e manchas escuras.
Junto aos blocos há muitas raízes e galhos de árvores.
5.2 – Aspectos relativos à superestrutura:
Verifica-se muitos problemas construtivos como ninhos de de concretagem,
insuficiência de cobrimento das armaduras e a utilização de um concreto muito poroso,
demonstrado pela grande quantidade de eflorescências.
Foto 5 – Parte inferior do tabuleiro
Há muitos problemas causados pela ausência de manutenção nas vigas,
transversinas e lajes, como manchas escuras, manchas claras (eflorescências), manchas
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de corrosão e armaduras expostas e oxidadas e acúmulo de sujeira, principalmente na
região das juntas e dentes gerber.
Os aparelhos de apoio estão destruídos, causando o desnivelamento do tabuleiro
(Fotos 6 e 7).
Não existem pingadeiras nos bordos das lajes em balanço.
Foto 6 – Dente gerber Foto 7 – Dente gerber
Na Foto 8 a seguir, verifica-se a intervenção na laje e transversina, próximas do
encontro Norte.
Foto 8 – Laje e transversina que sofreram intervenção
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Foto 8 – Região de um dente gerber Foto 9 – Viga e laje em balanço
Foto 10 – Viga – armadura exposta Foto 11 – Parte inferior do tabuleiro
5.4 – Aspectos relativos aos encontros:
Os encontros apresentam rachaduras, emagamento e desplacamento do concreto,
armaduras expostas e oxidadas, manchas escuras e manchas claras (eflorescências)
(Fotos 12 e 13).
Foto 12 – Encontro do lado de Osório
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Foto 13– Fissura no encontro do lado de Torres
5.5 – Aspectos relativos aos acabamentos:
Os passeios muito estreitos e os guarda-corpos pouco eficazes tornam a passagem
pela ponte muito perigosa, principalmente por pedestres e ciclistas.
As juntas de dilatação se apresentam obstruídas com massa asfáltica e sem a
vedação flexível (tipo JEENE), o que permite o ingresso de água e de partículas sólidas.
Os elementos de captação de águas pluviais do tabuleiro são insuficientes.
As lajes em balanço se apresentam em péssimo estado de conservação devido a
ausência de pingadeiras que impediriam o acesso de água na sua parte inferior (Foto 9 e
11).
5.6 – Outras considerações:
A passagem de veículos causa vibrações na estrutura.
No Cadastro de Obra-de-Arte do DNER/1982 – Registro de Inspeção Cadastral,
de 03/07/1982, citado no item 3. deste Relatório, já registrava a existência de armaduras
expostas em toda a estrutura, a falta de pingadeira no balanço das lajes e a presença de
raízes e galhos junto aos blocos.
6. CONCLUSÃO:
A ponte não apresenta, no momento, problemas de est abilidade.
A estrutura mostra péssimas condições de conservaçã o.
Os defeitos e manifestações patológicas, em áreas consideráveis, fazem com que a
estrutura apresente um nível de deterioração elevado, com comprometimento da
durabilidade e da vida útil.
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A estrutura foi bem construída, considerando as condições e recursos da época. No
entanto, chegou ao atual estado de conservação devido à falta de um programa de
manutenção preventiva, quando os problemas poderiam ser sanados no seu início.
Trata-se de uma ponte muito estreita e tendo em vista o trânsito de pedestres,
ciclistas, etc..., a travessia coloca em risco a vida dass pessoas.
De acordo com os critérios da NORMA DNIT 010/2004 – PRO, pode-se classificar a
estrutura:
Condições de Estabilidade: Boa aparentemente, obra potencialmente
problemática.
Condições de conservação: Precárias.
7. RECOMENDAÇÕES:
A estrutura deverá receber intervenção, que compreende a execução de trabalhos
de recuperação, reforço e alargamento (definições da NORMA DNIT 010/2004-PRO), de
acordo com projeto executivo de engenharia, a ser licitado com urgência, de acordo com
o exposto a seguir:
Em caráter de urgência :
Elaboração de Termo de Referência para licitar o projeto de recuperação, reforço e
reabilitação da ponte, observando o seguinte:
• recuperação e reforço, considerando as cargas móveis para classe 45, de acordo
com a NBR 7188/1984;
• reabilitação, alargando a seção transversal de acordo com a largura da via;
• deverão ser previstas passagem de pedestres e ciclistas e barreiras rígidas;
• recuperação de toda a estrutura, com remoção das partes deterioradas de
concreto e de aço, adicionando novas armaduras e recomposição dos
cobrimentos;
• redimensionamento do sistema de drenagem do tabuleiro;
• recuperação e reforço dos encontros.
Brasília - DF, 03/11/2008.
_________________________ Engº. Plinio Boldo
CREA –03294/D- RJ Assessoria Técnica Siscon Contrato PP – 188/2004 - 00