RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL DE LAJE EM CONCRETO ARMADO
Alan Flávio Damasceno Gomes1
Eduardo Souza do Nascimento2
Elisandro Pinheiro Duque3
Emerson Morais Paixão4
Juliane Ribeiro Oliveira5
Resumo: Este trabalho tem por finalidade apresentar as técnicas de recuperação de
laje em concreto armado, bem como, as definições e as sequências de execuções com o
menor custo possível e garantia da segurança.
O sonho de todo o cidadão é ter sua casa própria, independente da forma em que
ela conquiste patologias este sonho, seja por finanças próprias, herança, ou financiamento
bancário, porém por questões financeiras ou falta de conhecimento da construção civil,
muitas pessoas acabam tendo algumas complicações de seus sonhos no futuro, como
infiltrações e fissuras em paredes ou lajes denominadas como patologias.
Hoje, o aparecimento de principalmente em estruturas de laje em concreto é um
desafio que se divide em duas etapas sendo a primeira de identificar antecipadamente as
possíveis falhas e corrigir durante o serviço e a segunda de recuperação das patologias
com o menor custo possível e garantia da segurança.
Palavras-chave: Recuperação, Técnicas, Definições e Segurança
Abstract: The dream of every citizen is to have his or her own home, regardless of
the way in which they achieve this dream, be it for their own finances, inheritance, or bank
financing, but for financial reasons or lack of knowledge of construction, many people end
up having some complications of their dreams in the future, such as infiltrations and cracks
in walls or slabs called pathologies.
1 Pós Graduando do curso de Auditoria e perícia na Civil, Universidade , Faserra – AM email:
[email protected] 2 Pós Graduando do curso de Auditoria e perícia na Civil, Universidade , Faserra – AM email:
3 Pós Graduando do curso de Auditoria e perícia na Civil, Universidade , Faserra – AM email:
4 Pós Graduando do curso de Auditoria e perícia na Civil, Universidade , Faserra – AM email:
5 Pós Graduando do curso de Auditoria e perícia na Civil, Universidade , Faserra – AM email:
Today, the appearance of pathologies mainly in concrete slab structures is a
challenge that is divided into two stages, the first being to identify in advance the possible
flaws and correct them during the service, and the second to recover the pathologies with
the lowest possible cost and guarantee safety.
The purpose of this work is to present the techniques for the recovery of reinforced
concrete slabs, as well as the definitions and sequences of executions with the lowest
possible cost and guarantee of safety.
Translated with www.DeepL.com/Translator (free version)
Keywords: Recovery, Techniques, Definitions and Security.
1
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter nos dado saúde e forças para superar as dificuldades pessoais,
profissionais, financeiras e de saúde, principalmente neste período de pandemia do COVID-19.
A esta instituição, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela
que nos vislumbramos um horizonte superior, enviada pela acendrada confiança no mérito e
ética aqui presente.
Aos nossos pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
Ao nosso orientador Robson Edgard Faria, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube,
pelas suas correções, orientações e incentivos.
Ao Diretor Mequias Fonseca Lima, pelo esforço em desenvolver as atividades de pós
graduação na instituição e manter as atividades mesmo nos períodos de quarentena causada
pelo COVID19.
E a todos que direta e indiretamente fizeram parte de nossa formação, o nosso muito
obrigado.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Cobrimento da armadura fora dos parâmetros ......... Erro! Indicador não definido.
Figura 2 – Patologia “corrosão da armadura” ........................... Erro! Indicador não definido.
Figura 3- Mapeamento das patologias de armadura exposta na laje ......... Erro! Indicador não
definido.
Figura 4 – Identificação das patologias em lajes de concretos .. Erro! Indicador não definido.
Figura 5 - Limpeza de concreto da armadura exposta .............................................................. 19
Figura 6 - Espaçamento entre a armadura e o concreto ............. Erro! Indicador não definido.
Figura 7 - Aplicação de produto inibidor de corrosão ............... Erro! Indicador não definido.
Figura 8 - Limpeza do concreto na área da patologia................ Erro! Indicador não definido.
Figura 9 - Umidificação da área a ser recuperada ..................... Erro! Indicador não definido.
Figura 10 - Aplicação da argamassa ......................................................................................... 20
Figura 11 - Realização do adensamento .................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 12 - Acabamento com a desempenadeira.............................................................
Erro! Indicador não definido.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.
cm Centímetros (unidade de medida de comprimento).
COVID-19: Corona Vírus Disease (Doença do Coronavírus), 19 se refere ao ano do
surgimento do primeiro caso, em 2019 em Wuhan na China.
Kg Quilo grama (unidade de medida de massa).
mm Milímetros (unidade de medida de comprimento).
m² Unidade padrão de área corresponte a um quadrado de 1m de lado.
m Metro (unidade de medida de comprimento).
NBR Norma Brasileira.
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................................... 7
1 Desenvolvimento .............................................................................................................. 11
2.1 MÉTODOLOGIA PARA IDENTIFICAR E CORRIGIR CORROSÕES NA
ARMADURA ...................................................................................................................... 16
2.1.1 DENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA LAJE ....................................... 16
2.1.2 REMOÇÃO DO CONCRETO DO LOCAL AFETADO .............................. 17
2.1.3 ESPAÇAMENTO ENTRE A ARMADURA E A LAJE ................................ 18
2.1.4 APLICAÇÃO DE PROTEÇÃO NA ARMADURA ...................................... 19
2.1.5 LIMPEZA DO CONCRETO ........................................................................... 19
2.1.6 UMiDIFICAÇÃO DA ÁREA A SER TRATADA .......................................... 20
2.1.7 APLICAÇÃO DO TRATAMENTO COM ARGAMASSA .......................... 20
2.1.8 AREALIZAÇÃO DO ADENSAMENTO ....................................................... 21
2.1.9 ACABAMENTO ............................................................................................... 22
2.1.10 RESULTADOS .................................................................................................. 23
Conclusão ................................................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25
Glossário ................................................................................................................................... 26
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO
Conforme a sociedade vai evoluindo no mundo globalizado onde os costumes do capitalismo
preza pelo conforto e bem-estar das pessoas, a moradia se contextualiza nesses padrões soci-
ais de consumismo, onde as residências evoluem saindo das estruturas de madeira e constru-
ções horizontais para estruturas de concreto armado, tijolos, rebocos e acabamentos. Desde tempos imemoráveis, o concreto tem sido utilizado como elemento de
construção: uma substância simples composta de água, areia, brita e cimento que se
tornou o bloco construtor da civilização, um material amplamente utilizado na
construção civil. Com o advento do mundo moderno, o desenvolvimento deste
material vem permitindo novos avanços na área, com edificações cada vez mais
arrojadas e duráveis. (SOARES, VASCONCELOS E NASCIMENTO, 2015, p. 179)
Já dentro desse time line da construção evolutiva, a indústria da construção civil utiliza a me-
todologia da construção vertical, construindo mais m² para cima e menos m² para os lados,
como são os casos dos duplex, triplex, condomínios residências/ industriais de 4 ou mais an-
dares. Os apartamentos duplex associavam-se à ideia de morar moderno, com as
possibilidades de viver em espaços funcionais e racionais. O primeiro exemplar que
se utilizou da tipologia dos apartamentos duplex foi o conjunto Narkomfin, realizado
em 1928 pelo Comitê de Construções Estatais na região central de Moscou. Projetado
pelo arquiteto Moisei Guinzburg. (COSTA, 2017 p.3)
Com o crescimento desses novos padrões de construção vertical, houve uma grande procura
pela sociedade em geral para evoluir suas construções, porém grande parte desta sociedade opta
por realizar construções de forma rápida e barata, isso implica em utilização de mão de obra
não qualificada que executam as obras sem seguir os parâmetros estabelecidos por normas para
uma construção segura, causando patologias que podem comprometer a estética ou o uso da
laje.
A corrosão de armadura da laje é uma patologia que pode gerar grandes riscos, pois a
finalidade de uma laje é sustentar o peso de determinado material colocado sobre sua superfície,
além do próprio peso.
Lajes são estruturas que realizam a interface entre pavimentos de uma edificação,
podendo dar suporte a contra pisos ou funcionar como teto. Geralmente, apoiam-se
em vigas, que por sua vez, apoiam-se em pilares e realizam a distribuição adequada
da carga da edificação.
Sua concepção estrutural é de uma placa em que duas dimensões (comprimento e
largura) são muito superiores à terceira, que é a espessura, com cargas transversais a
ela e submetida à flexão. (PEREIRA, 2019)
SITUAÇÃO PROBLEMA
As armaduras inseridas nas estruturas de concreto estão inicialmente protegidas pelo
cobrimento regulamentado em projeto, que forma uma barreira física aos fatores externos. A
perda desta proteção pode desencadear e acelerar um processo corrosivo. A corrosão ocorre
quando o concreto é permeável o suficiente para permitir que íons penetrem até a armadura
(estes íons, juntamente com água e oxigênio, dão início ao processo de corrosão).
Já por corrosão, problema aplicado às armaduras em estudo, pode-se definir como
sendo um processo resultante da interação de um material com o meio ambiente,
acarretando reações de natureza química ou eletroquímica, associadas ou não a ações
físicas ou mecânicas, levando a destruição do material em questão. Nas armaduras em
concreto, este problema se manifesta em manchas superficiais, fissuras, destacamento
do cobrimento de concreto da ferragem e perda de massa das armaduras, resultando
em redução na secção de seus componentes. (SOARES, VASCONCELOS E
NASCIMENTO, 2015, p. 181)
Os metais possuem uma proteção (passivação) feita por uma fina camada protetora na superfí-
cie do mesmo devido a presença da base Ca(OH)2 – de pH = 13. Se o pH da camada passiva-
dora cair para abaixo de 11, há formação de compostos ferrosos expansivos, resultando em
um aumento no volume do aço original, o que causa fissuração e lascamento no concreto, de-
sencadeando o problema. A passivação da estrutura deve estar garantida pela vida útil do con-
creto. O cobrimento de cada estrutura deve ser pensado, buscando atingir esta lei, e sempre
levando em consideração o ambiente e as condições de exposição às quais o concreto armado
está submetido. Desde a década de 1980, a comunidade técnica internacional vem estudando o
problema da corrosão no concreto armado, procurando melhores especificações para
projeto e técnicas de reparo. O problema, no entanto, encontra-se na conscientização.
Por ser um problema que geralmente demora a se tornar visível (10 a 15anos), há uma
dificuldade por parte dos profissionais de engenharia e arquitetura, em adotarem
medidas que possam reduzir a ocorrência do problema. (SOARES, VASCONCELOS
E NASCIMENTO, 2015, p. 182)
A corrosão de metais causa grandes prejuízos em estruturas, tanto do ponto de vista social
quanto econômico. Além dos custos diretos, existem os indiretos que são mais complexos de
avaliar e não constam nas estatísticas, sendo na maioria das vezes impossíveis de serem conta-
bilizados com precisão, e em alguns casos irressarcíveis. Em 2004, somente a Alemanha gas-
tou aproximadamente 90 bilhões de euros com manutenção e reparo de estruturas de concreto
armado. Além disso, a parcela dos gastos realizados com reparos e manutenção frente ao total
gasto pela indústria da construção civil é, em muitos países, superior a 15%, podendo chegar a
superar o montante gasto com construções novas, como é o caso da Itália, onde a parcela dos
gastos com manutenção e reparo chega a 57% (VEDA & TAKEWAKA, 2007).
Soluções simples poderiam diminuir a frequência, como o aumento da resistência do con-
creto, redução da relação água/cimento, projeto de rufos, pingadeiras e detalhes que impeçam
a infiltração de água, aumento da espessura de cobrimento (e devida fiscalização em obra para
garantir correta execução), e impermeabilização de superfícies com contato direto com o meio
ambiente.
OBJETIVO
Com base nas informações descritas anteriormente referentes a patologia da laje com perda da
proteção pode desencadear e acelerar um processo corrosivo que causa grandes prejuízos de
estrutura.
Este trabalho concerne à proposição dos seguintes métodos de recuperação de lajes seguindo
etapas:
Etapa 1 – identificação das patologias na laje;
Etapa 2 – remoção do concreto do local afetado;
Etapa 3 – espaçamento entre a armadura e a laje;
Etapa 4 – aplicação de proteção na armadura;
Etapa 5 – limpeza do concreto;
Etapa 6 – umidificação da área a ser tratada;
Etapa 7 – aplicação do tratamento com argamassa;
Etapa 8 – a realização do adensamento;
Etapa 9 – acabamento .
Utiliza-se um método de revestimento que acaba impedindo o contato do oxigênio do ar com
o ferro por muitos anos, aplicando-se uma tinta protetora, como o zarcão (Pb3O4) ou outras
tintas mais eficientes à base de polímeros. Pode-se, também, revestir de estanho, como é o
caso da folha de Flandres usada em enlatados. Ela pode ser recoberta por uma camada extra
de polímeros na parte interna, pois o ácido cítrico presente nos alimentos guardados pode rea-
gir com o estanho e com o ferro, contaminando a comida.
Outra técnica bastante aplicada é a galvanoplastia, também conhecida como “metais de sacri-
fício”, onde se utiliza um metal para ser oxidado no lugar do ferro. Nele, aplica-se um revesti-
mento metálico, colocando-o como cátodo (pólo negativo) em um circuito de eletrólise. Esse
metal perde elétrons para o ferro, mantendo-o protegido.
O método mais utilizado é um bom cobrimento das armaduras, com um concreto de alta com-
pacidade, sem “ninhos”, com teor de argamassa adequado e homogêneo, garante, por imper-
meabilidade, a proteção do aço ao ataque de agentes agressivos externos. Esses agentes po-
dem estar contidos na atmosfera, em águas residuais, águas do mar, águas industriais, dejetos
orgânicos etc. Não deve, tampouco, conter agentes ou elementos agressivos internos, eventu-
almente utilizados no seu preparo por absoluto desconhecimento dos responsáveis, sob pena
de perder, ou nem mesmo alcançar, essa capacidade física de proteção contra a ação do meio
ambiente (E-CIVIL, 2015)
11
1 Desenvolvimento
1.1LAJES
Para falarmos da recuperação de laje, primeiramente precisamos saber qual a sua definição e
os tipos. São estruturas que realizam a interface entre pavimentos de uma edificação, podendo
dar suporte a contrapisos ou funcionar como teto. Geralmente, apoiam-se em vigas, que por
sua vez, apoiam-se em pilares e realizam a distribuição adequada da carga da edificação.
Sua concepção estrutural é de uma placa em que duas dimensões (comprimento e largura) são
muito superiores à terceira, que é a espessura, com cargas transversais a ela e submetida à fle-
xão.
Os critérios de projeto são a resistência à ruptura e a espessura em si. Lajes mais esbeltas po-
dem ser seguras à ruptura, mas causam insegurança ao usuário por conta de flechas muito
grandes ou vibrações excessivas.
Quando não são apoiadas sobre vigas, mas apenas sobre pilares, ainda deve-se contar com o
efeito de puncionamento. Para isso, dimensiona-se e constrói-se capitéis na interface pi-
lar/laje.
1.1.1 TIPOS DE LAJE
Os principais tipos de lajes utilizados são a laje maciça, laje cogumelo, laje nervurada, laje
treliçada e laje alveolar.
1.1.2LAJE MACIÇA
O estudo de caso foi executado em uma laje maciça.
As lajes maciças compostas por pelas de concreto armado ou protendido. Elas foram durante
muitas décadas o sistema estrutural mais utilizado nas construções em concreto armado. Po-
rém, esse tipo de laje não possui uma grande capacidade de suportar cargas devido a relação
rigidez/peso, ou seja, ela não possui uma alta rigidez e o seu peso é elevado.
12
Como a sua capacidade portante (capacidade de suportar cargas) é baixa os vãos em que se
utiliza esse tipo de laje são pequenos, geralmente, entre 3 e 6 metros, podendo chegar até 8
metros.
Figura 2 – Laje maciça
13
Figura 3 – formas para estrutura de laje maciça
O sistema é feito no canteiro de obras com a montagem de estruturas de madeira que dão
apoio a laje, entre os espaços são distribuídos vergalhões de metal, para aumentar a resistên-
cia, e em seguida a estrutura é preenchida com concreto, após a secagem do concreto as estru-
turas de madeira são removidas.
A vantagem desse tipo de estrutura é que após a secagem a laje se torna uma peça única de
concreto e se contrai uniformemente, logo, é menos suscetível a trincas e fissuras. Mas, como
utiliza uma grande quantidade de concreto acaba tendo um custo elevado quando comparado a
outros tipos.
As condições financeiras da população de classe média baixa e a falta de conhecimento téc-
nico do concreto armado contribuem para a realização de construção de lajes com materiais
inadequados e mão-de-obra não qualificada, que constroem as lajes sem especificações técni-
cas, aparecendo no futuro as patologias, essas patologias aparecem após messes ou até anos
depois da construção da laje, obrigando o dono da edificação a recorrer para a recuperação da
laje.
Para construção de lajes de estrutura maciça há uma série de parâmetros normativos que ga-
rante a qualidade e segurança da construção, a não observância desses parâmetros tais como a
questão do cobrimento da armadura, podem gerar patologias de corrosão da armadura.
14
Para a tecnologia do concreto armado em lajes o cobrimento é fundamental para proteger as
armaduras da laje contra a oxidação, conforme Botelho & Marchetti (2002), as armaduras de-
vem possuir um revestimento de 0,5 cm em lajes no interior de edifícios e de 1,5 cm em lajes
ao ar livre.
O aço é um material facilmente oxidável e atacável na atmosfera comum e por meio
agressivo. O Concreto é mais inerte a esses ataques. É de boa norma não se expor o
aço ao tempo. A solução é dotar o aço de um recobrimento (cobertura). (BOTELHO
& MARCHETTI, 2002, p. 130)
Quando não há esse espaçamento no cobrimento da armadura, ela fica exposta ao tempo so-
frendo oxidações, que diminuem a resistência estrutural, podendo causar patologias ainda pio-
res ou o colapso da estrutura.
A corrosão das armaduras além de ser um fenômeno que apresenta um maior índice
de ocorrência nas estruturas de concreto, tal tipo de degradação pode reduzir
significativamente a vida útil das mesmas (HELENE, 1993; MEHTA, 1994;
ANDRADE, 1997).
A oxidação de armadura é um problema muito comum nas edificações com estrutura de con-
creto armado e um dos principais tipos de corrosão é a oxidação de armadura que acontece em
estruturas de aço para concreto armado. De maneira geral, pode ser definida como uma intera-
ção destrutiva entre o ambiente e um material. Este fenômeno pode acontecer por reação ele-
troquímica ou química.
Este tipo de corrosão acontece bem lentamente. Quando exposta a umidade, gases nocivos ou
demais intempéries, a armadura de aço oxida. Por isso, realizar o tratamento adequado para
esta patologia é fundamental para aumentar a vida útil do edifício.
Se a estrutura da edificação é feita de concreto armado, a oxidação da armadura pode ocorrer
de maneira superficial ou em pontos de corrosão – mais profundos e pontuais. O processo de
degradação da estrutura de uma laje pode gerar muitos prejuízos financeiros.
É importante enfatizar que a oxidação de armaduras só acontece quando as condições de
proteção oferecidas pela estrutura de concreto armado são insuficientes.
Figura 1 – Cobrimento da armadura fora dos parâmetros
próprio autor
15
Figura 2 – Patologia “corrosão da armadura”
Próprio autor
Esse tipo de avaliação é realizado pelo engenheiro civil ou pelo perito em auditoria de cons-
trução civil que realiza o mapeamento e o zoneamento dos locais a serem corrigidos, em se-
guida o tratamento deve ser realizado de forma intermitente, para não comprometer a estru-
tura da laje vindo a colapsar.
Corrosão de armadura em laje
Idade do elemento estrutural na vistoria: 30 anos Período da vistoria: Maio de 2020 Na fi-
guras aparecem as armaduras de lajes maciças em processo de corrosão por umidade de con-
densação e também pela falta de espaçadores.
Características: A corrosão da armadura de uma laje normalmente ocorre pela omissão de
espaçadores. A corrosão ocorre também em lajes de porão onde existe bastante umidade de
condensação, bem como em lajes superiores de banheiros (edifícios de múltiplos pavimentos),
pois o cloro da água favorece a corrosão. A corrosão da armadura pode ocorrer quando em
contato com o gesso que se aplica como revestimento inferior da laje. Nas lajes superiores de
edifícios de múltiplos pavimentos podem existir forros de gesso, assim, devem-se fazer aber-
turas para observar se a armadura esta sofrendo corrosão por umidade de condensação.
Importância: A corrosão é lenta e progressiva. A falha ocorre por perda de aderência, porém
antes que se produza, pode aparecer deformações na laje. Nas corrosões generalizadas por es-
foliação, a armadura se desprende ao desconectar-se do concreto.
Causas mais provável:
Armadura baixa por omissão de espaçadores;
Umidade de condensação elevada;
Concreto de baixa alcalinidade;
Concreto muito poroso e pouco compacto;
Má execução.
Possíveis soluções de reparo:
Eliminar a umidade de condensação;
Eliminar a corrosão, aplicar uma pintura passiva e revestir com argamassa predosifi-
cada;
16
Repor a seção da armadura que há desaparecido;
Em casos de início de corrosão sem comprometimento do concreto e das barras de
aço, recuperar o componente estrutural mantendo as dimensões originais através de:
argamassa polimérica, argamassa epóxi, argamassa poliéster, eventualmente aplicar
argamassa em todas as superfícies para aumentar o cobrimento e proteger o compo-
nente estrutural (atingindo a espessura mínima de cobrimento especificada na NBR
6118 (ABNT [9]);
Em casos avançados de corrosão, reforçar o componente estrutural aumentando as di-
mensões originais através de reforço em: vigas, pilares e lajes; Aplicar revestimento
de proteção;
Eventualmente, demolir ou reconstruir.
Dependendo da complexidade da corrosão e do desgaste da estrutura de concreto, é preciso
realizar uma intervenção maior – como a troca da armadura já instalada. Investindo na Recu-
peração Estrutural de Concreto a durabilidade da edificação aumenta e as condições de uso se
restabelecem.
Figura 3- Mapeamento das patologias de armadura exposta na laje
Próprio autor
2.1 METODOLOGIA PARA IDENTIFICAR E CORRIGIR CORROSÕES NA
ARMADURA
2.1.2 IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS NA LAJE
Para fazer uma recuperação estrutural, inicie pela avaliação das possíveis causas, como fissu-
ras e trincas, corrosões de armadura, manchas na superfície e falhas de concretagem. As fissu-
ras são muito comuns e bem superficiais! Elas atingem na maioria das vezes apenas o acaba-
mento (tinta, massa corrida, gesso, pastilhas, azulejos, pisos, etc.). É bem fina e alongada não
possuindo nenhum tipo de gravidade. Porém, é necessário e importante, o acompanhamento
17
da mesma, observando se há alguma alteração nessas características, sendo que a fissura é o
primeiro estágio de uma rachadura. As trincas se diferenciam das fissuras, por serem mais
abertas (variando de 1 a 3 mm), profundas e acentuadas. A identificação a olho nu já é mais
fácil de uma certa distância por ser maior que a fissura, o que traz consigo uma maior preocu-
pação, podendo contribuir com a ruptura dos elementos (pilares, vigas e lajes) e afetar conse-
quentemente toda a estrutura da edificação.
As rachaduras são o estágio final, onde a ruptura dos elementos é iminente. Possui abertura
acima de 3 mm e sua identificação é clara e de longe, por ser bem mais aberta, profunda e
acentuada que os casos anteriores, sendo possível a passagem de corrente de ar, água ou luz
através dessa patologia. Em alguns casos, é possível também até a passagem do próprio dedo.
Requer cuidado imediato por estar à beira da ruína!
Microfissuras (aberturas inferiores a 0,05 mm), fissuras (aberturas inferiores a 0,5 mm) e trin-
cas (aberturas de até 1 mm) são as ocorrências mais comuns. Elas surgem quando as deforma-
ções do material superam as tensões que ele é capaz de suportar.
O aparecimento dessas complicações superficiais também está ligado às infiltrações, ataques
químicos (quando o ambiente está contaminado por sulfato, por exemplo), dilatações e retra-
ções térmicas. Em casos mais críticos, as aberturas permitem a passagem de substâncias
agressivas que corroem as armaduras de aço e podem evoluir para rachaduras ou fendas peri-
gosas.
Figura 4 – Identificação das patologias em lajes de concretos
Fonte: quartzolit.weber
2.1.3 REMOÇÃO DO CONCRETO DO LOCAL AFETADO
A análise da trinca ou fissura também é importante, pois interfere na escolha do material a ser
utilizado, no seu preenchimento ou adaptação. Trincas ou fissuras ativas (que se movimen-
tam) ou passivas (que não se movimentam), na presença ou não de umidade, são critérios de-
terminantes para essa escolha. Lembrando que essa análise e reparo precisam ser feitos por
um profissional especializado.
18
Após o diagnóstico, escolha a argamassa que melhor atenda às necessidades da obra. Limpe a
área criando uma superfície aderente. Com um martelo, apicoe e elimine todas as áreas deteri-
oradas ou não aderidas, formando arestas retas.
Nessa etapa, é fundamental tomar cuidado para não atingir a armadura.
Figura 5 - Limpeza de concreto da armadura exposta
Fonte: quartzolit.weber
2.1.4 ESPAÇAMENTO ENTRE A ARMADURA E A LAJE
Retire o concreto em volta das armaduras corroídas, deixando, no mínimo, 2 cm livres em seu
contorno. Em seguida, delimite a região que precisa ser recuperada, fazendo um corte com a
serra elétrica de, no mínimo, 5 mm de profundidade. O objetivo aqui é formar arestas retas na
seção a ser reparada. Se a armadura estiver muito deteriorada e com perdas, troque-a.
Se houver comprometimento do aço das armaduras deve-se remover profundamente
o concreto danificado por meio de um martelo demolidor (massa entre 6 a 10 kg) indo
além das armaduras em profundidade, pelo menos 2 cm ou o diâmetro da barra
(HELENE e PEREIRA, 2003).
19
Figura 6 - Limpeza de concreto da armadura exposta
Fonte: quartzolit.weber
2.1.5 APLICAÇÃO DE PROTEÇÃO NA ARMADURA
Se a armadura estiver com uma agressão apenas superficial, limpe a ferrugem com uma es-
cova de aço. Aplique sobre toda a armadura, com pincel, uma camada de um produto inibidor
de corrosão ou resina epoxídica rica em zinco. Evite manchar o concreto durante esse pro-
cesso e deixe o produto secar por, no mínimo, 1 hora.
Figura 6 - Limpeza de concreto da armadura exposta
Fonte: quartzolit.weber
2.1.6 LIMPEZA DO CONCRETO
A superfície deve estar resistente, rugosa, limpa e isenta de partículas soltas, pintura ou óleos
que impeçam a aderência do produto.
Após essa remoção, a superfície será limpa por: jatos de areia, ar comprimido e água,
sucessivamente (SILVA, 2006).
Figura 7 - Limpeza do concreto na área da patologia
Fonte: quartzolit.weber
20
2.1.7 UMIDIFICAÇÃO DA ÁREA A SER TRATADA
Molhe a área a ser recuperada. Isso deve ser feito instantes antes da aplicação da argamassa de
reparo que melhor atender às necessidades da obra. Um projeto com altas taxas de armadura,
estruturas complexas e locais de difícil acesso pode precisar de um concreto autoadensável
com mais fluidez ou groute, enquanto reparos localizados se beneficiam mais com uma arga-
massa moldável ou tixotrópica, por exemplo. Dê preferência a argamassas industriais e res-
peite a dosagem recomendada pelo fabricante.
Para obter a melhor qualidade final de recuperação da estrutura deve-se
adotar a melhor técnica de acordo com o tipo de patologia e com o trabalho
bem aprimorado que será executado (HELENE e PEREIRA, 2003).
Figura 8 - Umidificação da área a ser recuperada
Fonte: quartzolit.weber
2.1.8 APLICAÇÃO DO TRATAMENTO COM ARGAMASSA
Aplique o reparo estrutural e, depois, molde com colher ou mesmo com as próprias mãos pro-
tegidas com luvas.
Um elemento de concreto armado como sendo aquele cujo desempenho estrutural de-
penda da solidariedade da armadura com o concreto e não existam forças de tração
aplicadas previamente no aço antes da existência desta aderência. A NBR 6118 (AS-
SOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 3)
21
Figura 9 - Aplicação da argamassa
Fonte: quartzolit.weber
2.1.9 AREALIZAÇÃO DO ADENSAMENTO
O adensamento de concreto consiste na movimentação do material em questão, tendo a finali-
dade de diminuir o número de vazios, bolhas de ar e excesso de água do interior da massa, de
tal forma que se obtenha um concreto denso e compacto.
O processo deve ser feito durante e imediatamente após o lançamento do concreto. Essa com-
pactação pode ser feita por meio de processos manuais ou mecânicos.
O correto adensamento do concreto evita que a mistura fique porosa e desuniforme, influenci-
ando, justamente e diretamente, na durabilidade e resistência.
Na recuperação da laje optou pelo processo manuais de adensamento.
Esse tipo de processo pode ser feito com peças de madeira ou barras de aço que atuam como
soquete e empurram o concreto para baixo, expulsando o ar incorporado e eliminando os va-
zios. A camada de concreto deve ser submetida a choques repetidos, sendo mais importante o
número de golpes do que a energia de cada um desses golpes.
O adensamento manual do concreto é feito por camadas do material, com espessura máxima
de 15 a 20 cm para concreto sem slump. Já para um concreto mais trabalhável, de 5a 12 cm. O
processo de adensamento deve cessar assim que aparecer na superfície do concreto uma ca-
mada lisa de cimento e elementos finos.
Os especialistas advertem para um cuidado especial no enchimento de peças de grande altura,
como pilares. Nesses casos, deve-se acompanhar o enchimento com batidas de martelo na fô-
rma de modo a escutar onde possam ter ficado espaços vazios.
Trata-se de um processo que exige experiência e tem baixa eficiência, e que só deve ser usado
em casos de emergência ou em locais de pouca importância devido à dificuldade de um cor-
reto acabamento.
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O adensamento e a regularização são feitos com régua de madeira ou alumínio.
Figura 10 - Realização do adensamento
Fonte: quartzolit.weber
2.1.10 ACABAMENTO
Aplique em camadas de 0,5 a 5 cm, no máximo. Para espessuras maiores que 5 cm, fazer em
duas camadas, com espaço de tempo entre as camadas de, aproximadamente, 6 hora. Respeite
o tempo de vida útil (tempo em aberto) e de “puxamento” de 1 a 3 horas (para que a massa
endureça naturalmente) e execute o acabamento com a desempenadeira.
Por fim, inicie a cura úmida da região recuperada por um período de, no mínimo, sete dias
para impedir o surgimento de fissuras de retração.
Figura 11 - Acabamento com a desempenadeira
Fonte: quartzolit.weber
Existem diversas outras técnicas de reforço e recuperação estrutural envolvendo a colocação
de mantas de fibra de carbono, resinas sintéticas de alto desempenho ou graute epóxi, cada
uma adequada a uma determinada situação. Porém todas devem seguir a principal norma refe-
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rente ao concreto armado que é a NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto – Proce-
dimento. Entretanto, várias outras normas são utilizadas no momento da concepção do pro-
jeto, importante observar qual atende as peculiaridades de cada obra.
2.1.11 RESULTADOS
O resultado obtido nesse trabalho diz respeito a aplicação de técnicas de recuperação de laje
em concreto armado, apresentado em tópicos diferentes de execução onde cada etapa obteve
resultado específico, e ao final de todos passos realizados a junção dos resultados foi a restau-
ração civil de uma laje em concreto armado.
O resultado do trabalho de forma geral dependeu da perfeita execução técnica das ações defi-
nidas após estudos e pesquisas em artigos, sites e literaturas, que se iniciou com a identifica-
ção das patologias, momento esse, fundamental para que as tomadas de ações fossem eficazes
de modo que eliminasse futuros surgimentos dos mesmos problemas.
O segundo passo após a identificação das patologias se deu com a remoção do concreto no lo-
cal afetado, apresentando a limpeza ideal para a aplicação da argamassa.
Para que a aplicação de proteção na armadura fosse eficaz o passo anterior teve que ter o es-
paçamento de no mínimo 2cm livres em seu contorno, formando arestas retas na sessão que
foi separada.
Após a umidificação da área, a aplicação do tratamento com a argamassa, com utilização de
colher, seguiu-se com a realização do adensamento utilizando régua de alumínio que garantiu
o perfeito acabamento, sendo umedecido a região por um período de sete dias impedindo as-
sim o surgimento de fissuras de retração.
Mesmo tendo outras técnicas de reforço e recuperação estrutural, a aplicação das etapas apre-
sentadas nesse trabalho garantiu o resultado de uma laje esteticamente admirável e com a se-
gurança solida de um serviço de qualidade.
CONCLUSÃO
A preocupação em ter uma obra ou serviço estrutural finalizado dentro do tempo programado
e com a qualidade esperada é um dos primeiros pontos a se pensar quando se tem um projeto
em construção civil, a fim de se evitar transtornos e muitos mais gastos com o surgimento de
patologias causadas por diversos motivos.
Para o sucesso de toda estrutura é necessário ter em mãos um bom projeto estrutural para ga-
rantia da segurança e economia da obra.
Outro ponto fundamental para uma estrutura de concreto armado é a utilização de materiais de
construção de qualidade.
A qualidade do material dependerá muito da sua origem e da maneira como foi armazenado
na obra. Materiais de ótima qualidade podem perder suas boas características se armazenados
de maneira inadequada.
Após o surgimento de patologias em lajes o que resta a fazer é a recuperação estrutural em
concreto armado, onde apresentamos nesse trabalho desde as identifiçoes das patologias e
suas possíveis causas, as análises realizadas e as etapas de execução para recuperação estrutu-
ral de laje no concreto armado, mostrando de forma simples e exequível a solução para corre-
ção dos problemas.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT 6118 Projeto de
estruturas de concreto - Procedimento: Detalhamento de lajes, Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT 14724 Informação e
documentação: Trabalhos acadêmicos: apresentação, Rio de Janeiro, 2011.
BOTELHO, M. H. C. & MARCHETTI O. Concreto armado eu te amo: Cobertura da
armadura. Rio de Janeiro, 2002.
QUARTZOLIT. Como recuperar e reforçar estruturas de concreto, 2020, disponível em:
<https://www.quartzolit.weber/solucoes-tecnicas-quartzolit-para-reparos-protecao-e-
reforco/como-recuperar-e-reforcar-estruturas-de-concreto#>
GLOSSÁRIO
Concreto armado: Concreto armado é uma estrutura que utiliza armações feitas de barras de
aço em conjunto com o concreto. As ferragens têm como objetivo resistir
aos esforços de tração e tornar a edificação mais resistente.
Time line: Timeline, ou Linha do Tempo em português, é basicamente a forma gráfica
e linear de representar uma sequência de eventos em ordem cronológica.
Duplex: Duplex ou apartamento duplex refere-se a um apartamento repartido por
dois andares e conectados por uma escada ou ligação interior.
Triplex: Refere-se a um apartamento, distribuídos por três andares de um edifício.
Patologias: O termo ‘patologia’, é da palavra derivada da língua grega e pode ser
traduzida como o estudo (lógos) das doenças (páthos). As
CHAMADAS PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: tratam-se
de problemas que ocorrem na estrutura das edificações.
Armadura: Segundo definição proposta por FUSCO (1975), “é o componente
estrutural de uma estrutura de concreto armado, formado pela associação
de diversas peças de aço”
Cobrimento: Espessura de concreto entre a face interna da forma e a armadura.
Infiltração: É a ação de algum fluido que permeia pelos espaços vazios de algum
corpo sólido.
Dilatação térmica: É o processo na qual os materiais se expandem quando aquecidos.
Retração térmica: É o processo de redução de volume que ocorre na massa de concreto,
ocasionada principalmente pela saída de água por exsudação
(retração plástica e por secagem ou hidráulica).