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Projeto Pedaggico do Curso de
Pedagogia
Licenciatura
Unidade Leopoldina
2016
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Estrutura administrativa da UEMG
REITOR
Dijon Moraes Jnior
VICE-REITOR
Jos Eustquio de Brito
PR-REITORA DE ENSINO
Cristiane Silva Frana
PR-REITORA DE PESQUISA E PS GRADUAO
Terezinha Abreu Gontijo
PR-REITORA DE EXTENSO
Gisele Hissa Safar
PR-REITOR DE GESTO, PLANEJAMENTO E FINANAS
Adailton Vieira Pereira
COORDENADORA DE GRADUAO
Cristiane Carla Costa
DIRETOR (A) DA UNIDADE ACADMICA
Beatriz Bento de Souza
COORDENADOR (A) DO CURSO
Beatriz Bento de Souza
VICE-COORDENADOR (A) DO CURSO
Elizabete Ramalho Procpio
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Dados de identificao da Universidade
Instituio de Ensino Superior: Universidade do Estado de Minas Gerais
Natureza jurdica: Autarquia Estadual
Representante legal Reitor: Dijon Moraes Jnior
Endereo da sede e Reitoria: Rodovia Papa Joo Paulo II, 4143 - Ed. Minas - 8 andar -
Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves - Bairro Serra Verde - Belo Horizonte -
MG - CEP: 31.630-900 - Tel: +55 (31) 3916-0471.
CNPJ: 65.172.579/0001-15.
Ato de criao: Art.81 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias da
Constituio Mineira de 1989.
Ato regulatrio de credenciamento: Lei Estadual 11539 de 23 de julho de 1994.
Ato regulatrio de renovao de credenciamento: Decreto 281 de 10 de agosto de
2015.
Ato regulatrio de credenciamento para oferta de cursos a distncia:
Portaria n 1.369, de 7 de dezembro de 2010.
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Dados de identificao do curso
Instituio de Ensino Superior: Universidade do Estado de Minas Gerais
Unidade Acadmica: Leopoldina
Esfera administrativa: Estadual
Curso: Pedagogia
Modalidade do curso: Presencial
Turnos de funcionamento: Noturno
Tempo de integralizao do curso:
- Mnimo: 8 semestres (4 anos)
- Mximo: 14 semestres (7 anos)
Nmero de vagas: 40
Carga horria total do curso: 3.285h
Formas de ingresso: Vestibular, Sistema de seleo unificado - SISU, transferncia e
obteno de novo ttulo.
Dias letivos semanais: 6 dias
Incio de funcionamento: 2011
Ato legal de autorizao do curso: Decreto de 1 de setembro de 2010, publicado no MG
de 02/09/2010
Ato legal de reconhecimento do curso: Parecer n 656/2014, do Conselho Estadual de
Educao de Minas Gerais CEE/ MG
Municpio de implantao: Leopoldina
Endereo de funcionamento do curso: Rua Castro Alves, s/n
Bairro Pirineus, Leopoldina- Minas Gerais CEP: 36.700.000
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Sumrio
1. Apresentao ................................................................................................................................ 3
2. Contextualizao .......................................................................................................................... 4
2.1 Histrico da UEMG ....................................................................................................................... 4
2.2 Histrico da Unidade Acadmica ........................................................................................... 6
2.3 Realidade Regional .................................................................................................................. 8
2.4 Justificativa do Curso ............................................................................................................... 9
2.5 Legislao ................................................................................................................................ 12
3. Organizao Didtico-pedaggica ........................................................................................... 13
3.1 Concepo do Curso................................................................................................................13
3.2 Objetivos do Curso ................................................................................................................. 18
3.3 Perfil do Egresso ..................................................................................................................... 20
3.4 Competncias e Habilidades.............................................................................................22
4. Organizao Curricular .............................................................................................................. 26
4.1 Articulao Entre Ensino, Pesquisa e Extenso ................................................................ 27
4.2 Flexibilizao Curricular ......................................................................................................... 31
4.3 Disciplinas Curriculares ......................................................................................................... 33
4.4 Organizao da Oferta Semipresencial e/ou a Distncia ................................................. 34
4.5 Atividades Acadmico-Cientficas e Culturais - AACC ..................................................... 35
4.6 Estgio Curricular Supervisionado ....................................................................................... 36
4.7 Prtica de Formao Docente .............................................................................................. 39
4.8 Trabalho de Concluso de Curso......................................................................................... 42
4.9 Estrutura Curricular ................................................................................................................ 44
4.10 Ementrio ................................................................................................................................. 50
5. Metodologia de Ensino ............................................................................................................ 114
6. Avaliao de Desempenho Discente ..................................................................................... 115
7. Avaliao do Projeto Pedaggico do Curso ......................................................................... 116
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8. Atendimento ao Estudante ...................................................................................................... 116
9. Ncleo Docente Estruturante - NDE ...................................................................................... 118
10. Colegiado de Curso .............................................................................................................. 119
11. Infraestrutura ......................................................................................................................... 120
11.1Descrio ................................................................................................................................... 120
11.2 Cesso de Uso ......................................................................................................................... 121
11.3 Biblioteca ................................................................................................................................... 122
11.4 Laboratrios .............................................................................................................................. 123
Referncias ........................................................................................................................................ 125
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1. Apresentao
Com a promulgao da Lei 9394/96 foram lanadas diretrizes inovadoras para a
organizao e a gesto dos sistemas educacionais introduzindo um novo paradigma
curricular. Para sua transformao em realidade, os rgos nacionais, executivos e
normativos vm interpretando e regulamentando essa nova viso curricular e para tanto,
revendo ou reestruturando os modelos de formao dos futuros profissionais, bem como
buscando fortalecer e aprimorar a capacidade acadmica e profissional dos egressos dos
cursos superiores de maneira geral, visando a articulao da formao com as demandas
da realidade escolar na sociedade brasileira e com a atualizao e aperfeioamento dos
currculos face s novas exigncias.
papel da Universidade, responsvel pela formao bsica de crianas em incio
da vida escolar, por meio dos egressos dos cursos de Pedagogia, articular-se com a
sociedade, no atual cenrio educacional marcado pelo avano tecnolgico e pelo impacto
das mudanas caractersticas do mundo globalizado para garantir formao profissional e
tica de cidados capazes de pensar e agir criticamente, e no apenas de profissionais
especializados em uma ou outra rea de conhecimento.
Neste sentido, o Projeto Pedaggico do Curso de Pedagogia se pauta pela
proposio de aes e servios que possam buscar aproximao com a satisfao das
necessidades educacionais das comunidades, ao invs de desenvolver relaes de
neutralidade e no comprometimento com as questes sociais e com as peculiaridades
educacionais locais e regionais.
A utilizao de novas linguagens inerentes ao acelerado desenvolvimento
econmico, cientfico e tecnolgico, bem como o novo perfil exigido pelo mercado de
trabalho para o docente atuar com sucesso na sociedade da informao e do
conhecimento, exige cada vez mais de seus cidados a qualificao em nvel superior,
conhecimentos especializados e capacidade para participar de equipes multi e
interdisciplinares.
Neste sentido, o projeto pedaggico inicial de criao do Curso de Pedagogia da
Unidade Leopoldina, aprovado em reunio conjunta do Conselho Universitrio- CONUN e
do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso COEPE da UEMG, realizada em
01/07/2010, foi construdo tendo como referncia o papel do docente em questionamento e
redefinio, e por base as Diretrizes emanadas da Legislao do Ministrio da Educao,
enfatizando-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduao em
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Pedagogia Licenciatura, institudas pela Resoluo CNE/CP n 01/2006, de 15 de maio
de 2006, as diretrizes estabelecidas pelas Resolues do Conselho Estadual de Educao
de Minas Gerais, dentre elas a Resoluo CEE n 450 26 de maro de 2003 que tratam da
formao de professores de educao bsica, e os princpios e orientaes estabelecidos
nos Documentos Legais da Universidade de Minas Gerais-UEMG e outros.
Em decorrncia da implantao da matrcula por disciplina nos Cursos de
Graduao da Universidade, conforme estabelecido na Resoluo do Conselho de
Pesquisa e Extenso - COEPE n 132/2013, da publicao das Novas Diretrizes de
Formao dos Professores, emanadas da Resoluo CNE/ CP n 02 / 2015, que revogou a
Resoluo CNCP n 01 de 18 de fevereiro de 2002 e da publicao da Resoluo n 459
de 10/12/2013, que consolida normas relativas Educao Superior do Sistema Estadual
de Ensino de Minas Gerais, o Projeto Inicial est sendo reformulado atendendo s novas
orientaes da Resoluo CNE/ CP n 02/2015 e a Resoluo CEE 459/2013 e outros
documentos legais conforme indicado na seo 2.5 deste documento.
Permearam tambm a elaborao desta proposta educacional, as novas
concepes sobre a educao, as revises e atualizaes acerca do desenvolvimento
humano e dos processos educativos, o impacto das tecnologias da informao e das
comunicaes sobre processos de aprendizagem, suas metodologias, tcnicas e materiais
de apoio.
2. Contextualizao
2.1 Histrico da UEMG
Uma anlise dos 25 anos de sua criao permite afirmar que a Universidade do
Estado de Minas Gerais - UEMG representa, hoje, uma alternativa concreta e rica de
aproximao do Estado mineiro com suas regies, por acolher e apoiar a populao de
Minas onde vivem e produzem. Por sua vocao, tem sido agente do setor pblico junto s
comunidades, colaborando na soluo de seus problemas, por meio da realizao do trip
ensino, pesquisa e extenso, e na formatao e implementao de seus projetos de
desenvolvimento.
Para se firmar no contexto do Ensino Superior no Estado e buscando estar presente
em suas mais distintas regies, a UEMG adota um modelo multicampi, se constituindo no
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apenas como uma alternativa aos modelos convencionais de instituio de ensino, mas
tambm como fora poltica e social para o desenvolvimento regional. A Universidade
apresenta uma configurao ao mesmo tempo, global e regional. Ela se diferencia das
demais pelo seu compromisso com o Estado de Minas Gerais e com as regies nas quais
se insere em parceria com o Governo do Estado, com os municpios e com empresas
pblicas e privadas. Compromisso este apresentado em um breve histrico da formao
de suas Unidades acadmicas.
A UEMG foi criada em 1989, mediante determinao expressa no Art. 81 do Ato
das Disposies Constitucionais Transitrias ADCT da Constituio do Estado de Minas
Gerais e a sua estrutura foi regulamentada pela Lei n 11.539, de 22 de julho de 1994, que
a definiu como uma autarquia de regime especial, pessoa jurdica de direito pblico, com
sede e foro em Belo Horizonte, com autonomia didtico-cientfica, administrativa e
disciplinar, includa a gesto financeira e patrimonial. Est vinculada Secretaria de
Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino Superior SECTES, qual compete formular e
implementar polticas pblicas que assegurem o desenvolvimento cientfico e tecnolgico,
a inovao e o ensino superior.
O Campus de Belo Horizonte teve sua estrutura definida pela mesma Lei n
11.539/1994, que autorizou a incorporao UEMG da Fundao Mineira de Arte
Aleijadinho FUMA, hoje transformada em duas escolas: Msica e Design; a Fundao
Escola Guignard; o curso de Pedagogia do Instituto de Educao, que foi transformado na
Faculdade de Educao. Compe o Campus Belo Horizonte ainda, a Faculdade de
Polticas Pblicas Tancredo Neves FaPP, criada pela Resoluo CONUN/UEMG N 78,
de 10 de setembro de 2005, com vistas a contribuir para a consolidao do compromisso
da UEMG relativo ao desenvolvimento de projetos de expanso e diversificao dos cursos
oferecidos e, para a ampliao do acesso ao ensino superior no Estado.
No interior de Minas Gerais, a UEMG realizou, em convnio com prefeituras
municipais, a instalao do curso de Pedagogia fora de sede em Poos de Caldas e das
Unidades Acadmicas em Barbacena, Frutal, Joo Monlevade, Leopoldina e Ub com a
oferta de cursos que buscam contribuir para a formao de profissionais e para a produo
e difuso de conhecimentos, que reflitam os problemas, as potencialidades e as
peculiaridades de diferentes regies do Estado, com vistas integrao e ao
desenvolvimento regional.
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Em 2010, a Universidade realizou seu credenciamento junto ao Ministrio da
Educao, atravs da Portaria n 1.369 de 07 de dezembro de 2010, para oferta de cursos
de Educao Distncia, consolidado com sua insero na Universidade Aberta do Brasil
UAB, ofertando Cursos de Aperfeioamento, Graduao e Especializao na modalidade
distncia.
Mais recentemente, por meio da Lei n 20.807, de 26 de julho de 2013, foi prevista a
estadualizao das fundaes educacionais de ensino superior associadas UEMG, de
que trata o inciso I do 2 do art. 129 do ADCT, a saber: Fundao Educacional de
Carangola, na cidade de Carangola; Fundao Educacional do Vale do Jequitinhonha, em
Diamantina; Fundao de Ensino Superior de Passos, na cidade de Passos; Fundao
Educacional de Ituiutaba, no municpio de Ituiutaba; Fundao Cultural Campanha da
Princesa, em Campanha e Fundao Educacional de Divinpolis, na cidade de Divinpolis;
bem como os cursos de ensino superior mantidos pela Fundao Helena Antipoff, no
municpio de Ibirit.
Finalizado o processo de estadualizao, a UEMG assumiu posio de destaque no
cenrio educacional do Estado, com presena em 14 Territrios de Desenvolvimento,
sendo 17 municpios com cursos presencias e 7 polos de Educao Distncia,
comprometida com sua misso de promover o Ensino, a Pesquisa e a Extenso de modo a
contribuir para a formao de cidados comprometidos com o desenvolvimento e a
integrao dos setores da sociedade e das regies do Estado.
2.2 Histrico da Unidade Acadmica
Desde a implantao da Unidade de Leopoldina, em 2011, a cidade teve seu
cenrio educacional realado. Sede da Superintendncia Regional de Ensino e com
reconhecida tradio no campo educacional, os atuais estabelecimentos de ensino de
Leopoldina contam com a atuao dos (as) licenciandos (as) e licenciados (as) do Curso
de Pedagogia da Unidade, por meio de estgios, contratos e efetivaes, contribuindo com
destacado papel para a promoo humana dos educandos (as).
O municpio de Leopoldina est localizado a 322 km de Belo Horizonte. o segundo
mais extenso da Zona da Mata Mineira e conta com boa infra-estrutura logstica, sendo
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cortado por duas rodovias federais: a BR 116 e a BR 267. Como exemplos da presena da
Unio no municpio, podemos citar o Departamento Estadual de Trnsito - DETRAN e o
Centro Federal de Educao Tecnolgica - CEFET. Do ponto de vista do governo estadual,
temos a presena da Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA (sede
regional), a Delegacia Regional de Polcia, a Secretaria Regional de Sade, a Fazenda
Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuria de Minas Gerais EPAMIG, o
Instituto Estadual de Florestas IEF, o Conservatrio Estadual de Msica Lia Salgado e a
Superintendncia Regional de Ensino de Leopoldina. A iniciativa privada est presente,
principalmente, atravs da Cooperativa Agropecuria de Leopoldina - LAC e da
Cooperativa Agropecuria Regio Leste de Minas Gerais e Responsabilidade Ltda
Cooperativa Leste. Tambm h que se registrar a presena da Distribuidora ZEMA, e
centros de abastecimento das empresas BAHAMAS e PIF-PAF.
O conjunto dessas instituies, nos nveis federal, estadual e municipal, contribui
para consolidar o municpio de Leopoldina como plo regional da Zona da Mata Leste de
Minas Gerais.
A regio da Zona da Mata Mineira, na qual Leopoldina se insere, teve papel preponderante
no desenvolvimento econmico, social e poltico de Minas Gerais e da Regio Sudeste, o
que justifica a relevncia da implantao de uma Unidade Acadmica da Universidade do
Estado de Minas Gerais no municpio, como indutor do desenvolvimento educacional e
scio cultural, nos mbitos local e microrregional.
A Unidade est em funcionamento desde a sua criao em 2011, na Escola
Estadual Sebastio Silva Coutinho, mediante Termo de Cesso de Uso celebrado entre a
Prefeitura Municipal de Leopoldina e a Secretaria de Estado de Educao de Minas Gerais
e conta com Projetos de Pesquisa e Extenso como: Programa Institucional de Bolsa de
Incentivo Docncia PIBID - da CAPES, com quatro Escolas municipais conveniadas,
CAIC, EM Ribeiro Junqueira, EM Judith Lintz Guedes Machado e EM Osmar Lacerda
Frana; PAEX (Projeto de Apoio a Extenso); PIBIC (Projeto Institucional de Bolsas de
Iniciao Cientfica); BICJr (Bolsa para estudantes de Ensino Mdio, orientados por
Professores de Ensino Superior) e Parlamento Jovem (Projeto em Parceria com a Cmara
Municipal de Leopoldina).
Alm dos Projetos de Pesquisa e Extenso, durante o ano letivo tambm so
realizados eventos culturais e sociais, seminrios de estudo e semanas comemorativas
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que contam com a participao dos alunos. Nessas ocasies, professores e alunos
divulgam as atividades do curso, envolvendo a comunidade acadmica, bem como a
sociedade local e regional. Ressalta-se, tambm, o funcionamento dos Grupos de
Pesquisa certificados pelo CNPq, totalizando trs, a saber: Educao do Campo, Ambiente
e Sade - Educao, Cultura e Imagem - Do Texto ao Contexto: Ensino, Poltica e
Imprensa.
2.3 Realidade regional
Leopoldina, como municpio sede da Superintendncia Regional de Ensino, atravs
da parceria entre a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de Minas Gerais para
viabilizar o oferecimento do curso de Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas
Gerais - UEMG e, tendo por referncia a abordagem proposta neste Projeto Pedaggico,
vislumbra a possibilidade de fortalecer o seu compromisso com a Formao Inicial e
Continuada dos Docentes de Educao Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
com a melhoria da qualidade do ensino ministrado neste nvel de ensino, bem como com a
ampliao das oportunidades de acesso ao ensino superior.
Situado na Zona da Mata Mineira, no vale do Rio Pomba, tradicionalmente um polo
cafeeiro do Estado de Minas Gerais, o municpio de Leopoldina tem uma rea total de
944,2 km, sendo o 2 mais extenso da regio. Conforme dados do IBGE (2009), sua
populao de 51.545 habitantes, sendo que um nmero representativo reside na rea
rural, distribudos nos distritos de Ababa, Piacatuba, Providncia, Ribeiro Junqueira,
Tebas, como tambm nas vilas, povoados e comunidades tais como: Beira do Rio, Boa
Sorte, Brana, Cento e Quatro, Coelhos, Constana, Estiva, Laginha, Ona, Palmeiras,
Samambaia, So Loureno, So Martinho, Serra dos Barbosa, Serra dos Neto, Socorro,
Valverde.
O municpio tem atualmente a indstria e a agropecuria como principais atividades
e desfruta de localizao privilegiada: est situado a 322 km de Belo Horizonte e limita-se
ao norte, com o municpio de Cataguases, a nordeste com Laranjal, a leste com Recreio, a
sudeste com Pirapetinga e Estrela Dalva, ao sul com Volta Grande, Alm Paraba e Santo
Antnio do Aventureiro, a sudoeste com Argirita, a oeste com So Joo Nepomuceno e
Descoberto e a noroeste com Itamarati de Minas. A excelente localizao, como tambm
o fato do municpio ser o 2 mais extenso da regio e ser cortado por importantes Rodovias
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Federais, como a BR- 116 (Rio Bahia) e a BR-267, contribuiu para a consolidao do papel
de Leopoldina como polo regional em diferentes dimenses, uma vez que o municpio
sede de importantes rgos Pblicos Regionais, como Departamento Regional de
Telecomunicaes, Banca Examinadora do DETRAN, Sede Regional da COPASA,
Delegacia Regional de Polcia, Secretaria Regional de Sade, Fazenda Experimental da
EPAMIG, Cooperativa Agropecuria de Leopoldina (LAC), Cooperativa Agropecuria
Regio Leste de Minas Gerais e Responsabilidade Ltda (Cooperativa Leste), Instituto
Estadual de Florestas (IEF), Conservatrio Estadual de Msica Lia Salgado e
Superintendncia Regional de Ensino, que tem sob sua jurisdio as cidades de
Leopoldina, Alm Paraba, Argirita, Cataguases, Estrela Dalva, Itamarati de Minas,
Pirapetinga, Santo Antnio do Aventureiro e Volta Grande.
Dentre outras cidades que tambm se relacionam cotidianamente com Leopoldina,
devido aos outros rgos Regionais apontados, com relao s cidades citadas,
pertencentes SRE de Leopoldina, h que se enfatizar que nelas reside nmero muito
representativo de alunos, profissionais e demais interessados que constituem o pblico
alvo do curso de Pedagogia objeto desta Proposta Pedaggica: aqueles egressos do
ensino mdio e os que esto cursando este nvel de ensino, que tm interesse em estudar
Pedagogia e aqueles matriculados na Educao Infantil e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, que recebero da Universidade, de forma indireta, a formao bsica por ela
ministrada, atravs dos educadores por ela formados.
2.4 Justificativa do curso
Neste incio de sculo, marcado pela globalizao, acelerado avano cientfico e
tecnolgico e mudanas nas formas de agir e pensar, as discusses sobre a formao de
docentes, que j vinham acontecendo desde a dcada de 1980, foram intensificadas em
consequncia da difuso de novas concepes tericas e metodolgicas e do surgimento
e divulgao de novos instrumentos legais e normativos. Este grande nmero de reformas
educacionais tem proporcionado grandes oportunidades de reexame de temas
fundamentais referentes busca de melhoria da qualidade da educao, num contexto
marcado por profundas mudanas nas expectativas e nas demandas educacionais da
sociedade brasileira.
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A partir destas novas concepes, a legislao educacional emanada das novas
polticas educacionais, sinalizou para a necessidade de reformulao curricular e para a
definio de um perfil do pedagogo, no mbito da atividade docente, que pudesse atender
s necessidades impostas pelas relaes sociais contemporneas e pelo mundo do
trabalho caracterstico da sociedade globalizada.
A despeito da Legislao Educacional e da relevante produo terica referente
formao docente, que predominou at as ltimas dcadas do sculo passado, torna-se
importante acrescentar que novas propostas acerca da formao do professor vieram
tona aps a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, n 9394/96,
e que a partir desta Lei foram institudos novos documentos legais, como as Diretrizes dos
Cursos, as Resolues, os Pareceres e os Decretos Governamentais que oficializam e
legalizam a formao docente, em sintonia com as mudanas ocorridas na sociedade
como um todo. Tais mudanas conseqentes da reestruturao produtiva, da insero do
pas no mundo globalizado e da emergncia da sociedade da informao e do
conhecimento, desencadearam alteraes significativas nas relaes entre o Estado e a
Educao. Dentre esses documentos devem ser destacados o Plano Nacional de
Educao, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, institudas pela
Resoluo CNE/CP N 01 de 15 de maio de 2006 e pela Resoluo n 2 de 1 de julho
de 2015.
O oferecimento do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Unidade de Leopoldina
justifica-se pela importncia da preparao do docente de Educao Infantil e do Ensino
Fundamental em sintonia com as mudanas do contexto social, poltico e econmico atual.
Neste sentido, o foco principal do projeto pedaggico do curso de Pedagogia a formao
do docente de Educao Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental para o
exerccio das suas funes na perspectiva da educao para a diversidade, com a adoo
de novas metodologias e formas de ensinar e de se relacionar com os discentes como
sujeitos de significados e sujeitos histricos, buscando-se assegurar uma nova modalidade
de formao, numa abordagem dialtica, inter e multidisciplinar.
Uma justificativa para a criao do curso de Pedagogia deve-se ao fato do municpio
de Leopoldina e tambm mais trs cidades da microrregio (Alm Paraba, Cataguases e
Pirapetinga) possurem cursos de Magistrio de Ensino Mdio Magistrio de Educao
Infantil em funcionamento em Escolas da Rede Pblica Estadual de Ensino. Os (as) alunos
(as) nem sempre do continuidade aos seus estudos em nvel superior, por dificuldades
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financeiras, uma vez que as vagas oferecidas so restritas s Instituies particulares
incluindo-se os cursos oferecidos na modalidade a distncia. Assim, estes (as) alunos (as),
j identificados (as) com o exerccio do Magistrio da Educao Infantil (uma vez que
optaram pelo curso de Magistrio de nvel mdio), tm a perspectiva de darem
continuidade aos seus estudos de graduao numa Universidade Pblica, e obterem,
tambm, atravs do Curso de Pedagogia, a preparao para a participao na organizao
e gesto de sistemas e instituies de ensino, bem como para o exerccio do magistrio na
Educao Infantilo, nos anos iniciais do Ensino Fundamental e nas turmas de Magistrio
de Ensino Mdio, na modalidade Normal e na Educao Profissional, em consonncia com
as exigncias que devem configurar o perfil identitrio do docente para exercer a sua
profisso neste momento histrico.
Sendo de responsabilidade do curso de Pedagogia o ensino de todas as disciplinas
pedaggicas, no somente na formao do pedagogo, mas tambm do docente e do
profissional de outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedaggicos, o
oferecimento do curso de Pedagogia nesta Unidade Acadmica da UEMG poder servir
tambm como base para a criao, em fase posterior, de cursos de Licenciatura para
preencher as necessidades das escolas das diferentes redes de ensino, do municpio e da
microrregio, devido carncia de professores qualificados para atuar em diferentes
reas.
Pelo mesmo motivo o curso de Pedagogia poder se constituir, alicerado na sua
estruturao curricular e no seu corpo docente multidisciplinar, num espao de relevncia
para a reflexo terico-prtica sobre educao nesta microrregio em que a UEMG est
instalada, estendendo a sua rea de abrangncia para dar suporte implementao de
programas de formao pedaggica em cursos de educao continuada, cursos
distncia, cursos de ps-graduao lato sensu e extenso na rea da educao.
A relevncia quanto ao oferecimento do curso de pedagogia tambm pode ser
enfatizada, pelas possibilidades que so propiciadas, na esteira do seu funcionamento com
qualidade e em conformidade com as orientaes da UEMG, para a criao de Grupos e
Linhas de Pesquisa abrigando projetos envolvendo professores e alunos para a produo
de pesquisa cientfica de forma articulada com as atividades de ensino e extenso,
atendendo Misso da Universidade de oferecer de forma indissocivel o Ensino, a
Pesquisa e a Extenso.
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2.5 Legislao
O Projeto Poltico Pedaggico do Curso de Pedagogia da Unidade Leopoldina, tem
por fundamento a seguinte Legislao: Resoluo CNE/CP N 1, de 15 de maio de 2006,
que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduao em Pedagogia,
licenciatura. Resoluo CNE n 2, de 1 de julho de 2015, que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a formao inicial em nvel superior (cursos de licenciatura,
cursos de formao pedaggica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para
a formao continuada. Resoluo CNE/CP n 1, de 30 de maio de 2012, que estabelece
Diretrizes Nacionais para a Educao em Direitos Humanos. Resoluo CNE/CP n 2, de
15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educao Ambiental. Resoluo CNE/CP n 1, de 17 de junho de 2004, que institui
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o
Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Decreto n 5.626, de 22 de
dezembro de 2005, que regulamenta a Lei n 10.436/2002, que dispe sobre a Lngua
Brasileira de Sinais - Libras. Portaria n 4.059, de 10 de dezembro de 2004, que dispe
sobre as instituies de ensino superior poderem introduzir, na organizao pedaggica e
curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas integrantes do
currculo que utilizem modalidade semipresencial, com base no art. 81 da Lei n. 9.394.
Resoluo CEE/MG n 459/2013, que consolida normas relativas educao superior do
Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais e d outras providncias. Resoluo
COEPE/UEMG n 132/2013, que regulamenta a implantao do regime de matrcula por
disciplina nos Cursos de Graduao da Universidade do Estado de Minas Gerais UEMG
e institui procedimentos e limites para matrcula. Resoluo COEPE/UEMG n 162, de 15
de fevereiro de 2016, que institui o Ncleo Docente Estruturante no mbito dos Cursos de
Graduao da Universidade do Estado de Minas Gerais. Resoluo CONUN/UEMG n
319, de 11 de junho de 2015, que cria a Comisso Prpria de Avaliao-CPA, estabelece
suas atribuies e condies de funcionamento. Tambm foram considerados os princpios
orientadores do Programa Institucional de Reviso Curricular, publicado no Boletim da
PROEN 4 Edio, alm do Estatuto e Regimento Geral da UEMG, todos disponveis
no site da Universidade.
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3. Organizao didtico-pedaggica
3.1 Concepo do curso
Com base nos princpios e diretrizes emanadas dos documentos legais, o curso de
Pedagogia foi concebido tendo em vista possibilitar aos alunos que nele ingressarem uma
viso ampliada e crtica da sociedade em que esto inseridos, bem como aprofundar a
reflexo sobre os processos histricos, sociais e polticos implicados na configurao desta
mesma sociedade, conforme estabelecido pargrafos 1 e 2 do art. 2 da Resoluo CNE
CP n 01 de 15 de maio de 2006:
1 Compreende-se a docncia como ao educativa e processo pedaggico metdico e intencional, construdo em relaes sociais, tnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princpios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulao entre conhecimentos cientficos e culturais, valores ticos e estticos inerentes a processos de aprendizagem, de socializao e de construo do conhecimento, no mbito do dilogo entre diferentes vises de mundo. 2 O curso de Pedagogia, por meio de estudos terico-prticos, investigao e reflexo crtica, propiciar: I o planejamento, execuo e avaliao de atividades educativas; II a aplicao ao campo da educao, de contribuies, entre outras, de conhecimentos como o filosfico, o histrico, o antropolgico, o ambiental-ecolgico, o psicolgico, o lingustico, o sociolgico, o poltico, o econmico, o cultural. (BRASIL, 2006).
Todo o marco terico-metodolgico do curso prev, para os futuros docentes, uma
formao que seja compatvel com a importncia e com a complexidade da atividade de
ensino nos nveis definidos nas diretrizes curriculares, visando oportunizar ao discente
trilhar seu caminho profissional pautado na constante busca por conhecimento, trocas e
estabelecimento de relaes interpessoais possibilitadoras do desenvolvimento mtuo e
recproco dos envolvidos.
Trs eixos-chave constituem o marco terico metodolgico deste projeto
pedaggico:
1) a formao de nvel superior, com foco principal no ensino da Educao Infantil e
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental;
2) a nfase primordial no ensino e na aprendizagem na perspectiva da educao
voltada para a diversidade e incluso;
3) a articulao estruturada da reflexo terica ao prtica, de tal forma que
todas as atividades se articulem mutuamente durante todo o processo de formao
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dos pedagogos, sendo co-constitutivas e co-gerativas do processo ao- reflexo-
ao.
A proposta de Curso de Pedagogia que sustenta este projeto pedaggico tem por
pressupostos tericos: a) no campo filosfico-sociolgico, a concepo da pedagogia
histrico-crtica, que prope a anlise e compreenso da questo educacional a partir do
desenvolvimento histrico-objetivo, na perspectiva proposta por Saviani (1991); b) no
campo psicolgico, a teoria histrico - cultural da atividade, teoria formulada por Leontiev,
com base em Vigotsky, depois desenvolvida por Davidov, que trabalha especificamente a
atividade da aprendizagem, na vertente proposta por Libneo (2007) e c) no campo
metodolgico a concepo fundamentada na re-significao epistemolgica da
pedagogia, proposta por Pimenta(1977, 2001), que considera a Pedagogia campo terico
cientfico de estudos sistemticos da problemtica concreta da realidade educacional.
A reflexo sobre a questo da formao inicial do docente que alicera a construo
deste projeto pedaggico, passa pela compreenso do papel do pedagogo na sociedade
contempornea, como ser pensante, crtico, interventor, co-responsvel pela evoluo
social e mobilizador de novos olhares frente s mudanas, e para tanto, esta formao
deve priorizar a inter-relao entre os contedos que compem os ncleos estruturadores
do currculo do curso de Pedagogia, bem como o rompimento com a fragmentao e a
dissociao entre o tcnico e o poltico e entre o tcnico e o tico-humanstico, enfim, entre
o eu profissional e o eu pessoal.(SOUZA, 2005, p.10-11).
Esta reflexo pressupe tambm a compreenso, pelo futuro docente, para o
desempenho das atividades no magistrio da educao infantil e das sries iniciais do
ensino fundamental, da natureza da profisso de professor e da responsabilidade que a
tarefa educativa traz consigo o que justifica a atuao comprometida do docente, enquanto
educador co-construtor da sociedade. (LIBNEO, 2001a, p.6).
Assim, o foco desta proposta pedaggica recai na formao do docente- intelectual,
do profissional que alm da competncia tcnica e do domnio dos contedos tericos e
terico- prticos capaz de compreender a natureza poltica do trabalho docente, cujo
principal ator o sujeito histrico (SOUZA, 2005), que deve ser considerado, de acordo
com a perspectiva histrico-crtica no uma essncia ideal, abstrata e imutvel, mas como
uma essncia histrica, que se configura a partir de condicionantes econmicos, scio-
polticos e culturais, concretos de sua existncia. (SAVIANI, 1991).
15
Para o entendimento da abordagem metodolgica aqui proposta, torna-se
necessrio uma reflexo sobre a natureza do objeto de estudo da Pedagogia, o que
aponta, conforme Pimenta, para a [...] insuficincia dos mtodos positivistas lgicos e para
a possibilidade do mtodo dialtico. (PIMENTA, 2001, p.58).
De acordo com a perspectiva dialtica, educao uma cincia prtica que tem por
objeto de investigao a educao como prtica social histrica [...] (PIMENTA, 2001,
p.58). Neste sentido, conforme a autora, enfrentar a questo epistemolgica em educao
envolve a pressuposio de que a prtica est na raiz da sua re-significao e da
considerao do tringulo didtico em situao, ou seja, nos contextos scio-tericos e
histricos nos quais a prtica ocorre, isto , da considerao da prtica enquanto prxis e
enquanto fenmeno de mltiplas faces entrelaadas.
Esta perspectiva remete ao conceito de prxis, que de acordo com Lefebvre,
[...] abrange a totalidade da prtica humana, incluindo tanto a atividade objetiva do homem, transformadora da natureza e do mundo social, quanto a formao da subjetividade humana. Dessa forma, todos os momentos do homem, ou seja, todos os seus tipos de ao, reflexo e sentimentos, que se originam no trabalho fazem parte da prxis. (LEFEBVRE, 1989, p.15).
Assim, a proposta de re-significao da didtica sinaliza para a necessidade de re-
significao epistemolgica das cincias da educao, cuja natureza, objeto e mtodos
nem sempre so suficientemente claros aos que se dedicam a esse campo de atividade
humana, pois a educao um objeto inconcluso, que constitui o sujeito que investiga e
por ele constitudo, assim, no captado na sua integridade, mas na sua dialeticidade: no
seu movimento, nas suas contradies, nas suas diferentes direes, nos seus usos e
finalidades (PIMENTA, 1997, p. 15).
O campo da Pedagogia (cincia da educao), no caso da educao escolar o ato pedaggico que envolve o aluno, o saber, o professor, a situao institucional, etc, no qual a anlise do comportamento em situao sobrepe-se anlise do comportamento em si, o que significa uma modificao radical da fundamentao epistemolgica e da prtica na investigao pedaggica (SOUZA, 2005 p. 8).
Diante o exposto, a partir do conhecimento das razes das questes educacionais
ser possvel a construo de saberes e conhecimentos que podero responder a novas
necessidades e urgncia de problemas, para, a partir destes, criar possibilidades de
aes diferentes, de transformao de princpios e regularidades e de criao de novas
formas de se relacionar e de existir.
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Esta postura metodolgica est em sintonia com a teoria histrico-cultural da
atividade, que vai alm da fundamentao terica do professor reflexivo, da
supervalorizao de saberes da experincia e do desenvolvimento de competncias, numa
viso pragmtica, como determinantes na trajetria profissional do professor.
A base da definio de uma profisso est na atividade. Atividade humana no geral e depois nas atividades que vo se desdobrando. a atividade de aprendizagem, atividade artstica, atividade cientfica, atividade esportiva, etc. Mas a idia de que a profisso se define melhor quanto mais voc definir o que a sua atividade. Voc analisa a atividade enquanto tal, situada num sistema de atividades mais global da sociedade, implicando as exigncias econmicas, culturais que so postas, e voc pode chegar a partir da na definio daquilo que caracteriza uma atividade, ou vamos dizer daquilo que se pode chamar de competncias. [...] O meu caminho tambm fala de competncias, mas como sinnimo de formao omnilateral, formao politcnica, visando uma unidade na ao humana entre capacidades intelectuais e prticas, num sistema de atividades que envolve a subjetividade, o contexto e a interveno participativa das pessoas. [...] Por outro lado eu gostaria de estar afirmando a necessidade de, primeiro, termos um rol de caractersticas que definem a profissionalidade do professor, e podemos chamar isso de competncias, desde que a entendamos numa dimenso mais ampliada, numa dimenso mais humanista, mais dialtica (LIBNEO, 2007, p. 28).
A abordagem terico-metodolgica proposta, tambm defendida pelo terico
alemo Shanied- Kowarzik (apud LIBNEO, 2001, P.6), que define a Pedagogia como:
cincia da e para a educao, portanto, a teoria e a prtica da educao. Ela tem um carter ao mesmo tempo explicativo, praxiolgico e normativo da realidade educativa, pois investiga teoricamente o fenmeno educativo, formula orientaes para a prtica a partir da prpria prtica, e prope princpios e normas relacionadas aos fins e meios da educao (apud LIBNEO, 2001, pag. 6).
O projeto pedaggico fundamentado na pedagogia histrico-crtica e pautado
nessas reflexes implica:
a) identificao das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condies de sua produo e compreendendo as suas principais manifestaes bem como as tendncias atuais de transformao; b) converso do saber objetivo em saber escolar de modo a torn-lo assimilvel pelos alunos no espao e tempo escolares; c) provimento dos meios necessrios para que os alunos no apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produo bem como as tendncias de sua transformao.(SAVIANI, 1991, p.16-17).
Neste projeto pedaggico, tendo em vista a especificidade da cincia da educao,
onde sujeito e objeto do conhecimento se identificam, a questo epistemolgica,
considerada como premissa bsica. Assim, atravs da transposio da relao sujeito-
objeto do conhecimento para a relao professor/aluno no processo ensino-aprendizagem,
conforme os enfoques tericos em cincias sociais (o funcionalismo, o compreensivismo, e
a dialtica), podem ser desveladas as vises de ser humano e de mundo subjacentes s
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relaes que os sujeitos praticam referenciadas aos outros sujeitos, no dia a dia,
interpretados, de acordo com os enfoques tericos, respectivamente, como sujeitos
abstratos, sujeitos de significados e sujeitos histricos.
A compreenso destes trs nveis de relao, por certo, possibilitar ao
docente/pesquisador a capacidade de percepo da natureza poltica do trabalho docente
e o desvelamento da concepo de ser humano subjacente a cada relao, e este
entendimento por sua vez contribuir para que o futuro pedagogo aprofunde a sua viso
crtica, tenha maior clareza dos fundamentos dos trs paradigmas e tenha maior
segurana para fazer a sua opo terico- metodolgica, cujos princpios serviro como
norteadores das relaes interpessoais em sala de aula e no cotidiano escolar.
A perspectiva que fundamenta este projeto est em sintonia tambm com a viso de
Demo (1994, p. 15-23), que aponta que o objeto de estudo das cincias humanas e
sociais, (nelas includa a Pedagogia) numa perspectiva crtica tem as seguintes
caractersticas: 1) historicidade; 2) conscincia histrica; 3) identidade entre sujeito e
objeto; 4) carter qualitativo; 5) carter ideolgico; 6) imbricao com a prtica para
alm da teoria.
Os princpios propostos na abordagem adotada devem permear todo o processo de
desenvolvimento do curso, como postura terico-metodolgica a ser seguida pelos
docentes, uma vez que estes princpios devero se refletir na formao do pedagogo, na
construo do seu perfil, nos objetivos do curso, na metodologia de ensino e nas
estratgias de operacionalizao do projeto.
Assim, a formao do Educador o foco central de todo o trabalho, pois permite
sensibilizar os alunos para as diferentes situaes em que estaro envolvidos em sua
cotidianidade, seus valores, sua conduta e seu compromisso tico com sua prpria
trajetria educacional, bem como com a dos outros, servindo de referncia social.
A estrutura curricular contempla tambm os contedos necessrios formao do
docente para o exerccio das funes de magistrio nos cursos de Ensino Mdio, na
modalidade Normal e de Educao Profissional na rea de servios e apoio escolar, e em
outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedaggicos, bem como os
contedos programticos voltados compreenso dos aspectos que envolvem a
participao na organizao e gesto de sistemas e instituies de ensino.
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3.2 Objetivos do curso
OBJETIVO GERAL
Conforme o estabelecido no artigo 4 da Resoluo CNE/CP n 01 de 15 de maio de
2006, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduao em
Pedagogia, Licenciatura, e no seu pargrafo nico (incisos I, II e III), o Objetivo Geral do
Curso de Pedagogia pode ser assim proposto:
Preparar para o exerccio da funo docente na Educao Infantil, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedaggicas do Curso de Ensino Mdio na
modalidade Normal e na Educao Profissional, na rea de servios e apoio escolar em
outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedaggicos, bem como na
organizao e gesto de sistemas e instituies de ensino e na produo e difuso do
conhecimento cientfico e tecnolgico do campo educacional, em contextos escolares e
no escolares (BRASIL, 2006).
OBJETIVOS ESPECFICOS
Compreender a importncia da Pedagogia como Cincia da Educao, seus
conceitos, princpios e objetivos e sua influncia para a compreenso da docncia
como processo sistemtico e intencional, construdo em relaes sociais, tnico
raciais e produtivas.
Reconhecer a importncia das relaes entre a rea educacional e as diferentes
reas do conhecimento para a compreenso da complexidade e
multidimensionalidade da Pedagogia.
Promover na prxis pedaggica o dilogo entre diferentes vises de mundo, atravs
da articulao entre conhecimentos cientficos e culturais, valores ticos e estticos
inerentes a processos de aprendizagem, de socializao e de construo do
conhecimento.
Fundamentar a formao profissional do futuro pedagogo em referentes terico-
epistemolgicos, metodolgicos e conhecimentos especficos da docncia,
baseados em princpios de interdisciplinaridade, contextualizao, democratizao e
construo da cidadania.
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Desenvolver o esprito de investigao cientfica e oportunidades de acesso a
prticas de pesquisa que possibilitem a reflexo e a produo de novos
conhecimentos na rea de educao, de projetos de interveno pedaggica e de
extenso.
Contribuir com a produo cientfica nacional e internacional e com o
desenvolvimento da pesquisa local e regional na rea educacional.
Proporcionar condies para que os profissionais possam atuar com competncia,
compromisso e tica na Educao Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
nas disciplinas pedaggicas do curso de Ensino Mdio na modalidade Normal e na
Educao Profissional, na rea de servios e apoio escolar;
Fomentar a capacitao de profissionais para a elaborao de projetos que
envolvam experincias educativas escolares e no-escolares;
Atuar com tica e compromisso com vistas construo de uma sociedade justa,
equnime e igualitria;
Aprofundar o estudo do contedo e das metodologias de ensino das diferentes
reas da Educao Bsica, possibilitando ampliao de conhecimentos,
aprendizagens significativas e desenvolvimento de habilidades que permitam ao
profissional posicionar-se frente s transformaes em curso e incorporar-se ao
mercado de trabalho na sociedade do conhecimento;
Aprofundar o estudo dos processos de organizao do trabalho pedaggico e da
gesto em espaos escolares e no escolares;
Preparar profissionais capazes de reconhecer a importncia do domnio das
tecnologias da informao e comunicao para o desenvolvimento de
aprendizagens significativas, para atuar na produo e difuso do conhecimento
cientfico e tecnolgico, assim como nas reas emergentes do campo educacional.
Segundo o Pargrafo nico do artigo 4 da Resoluo CNE/CP n 01 de 15 de maio
de 2006, que institui as das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia,
as atividades docentes tambm compreendem participao na organizao e gesto de
sistemas e instituies de ensino, englobando:
I- planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de tarefas prprias do setor da Educao; II- planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de projetos e experincias educativas no-escolares; III- produo e difuso do conhecimento cientfico-tecnolgico do campo educacional, em contextos escolares e no-escolares. (BRASIL, 2006).
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3.3 Perfil do egresso
A Resoluo CNE/CP n 01/2006 de 15 de maio de 2006, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, estabelece em seu artigo 3 que
o estudante de Pedagogia trabalhar com um repertrio de informaes e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos tericos e prticos, cuja consolidao ser proporcionada no exerccio da profisso, fundamentando-se em princpios de interdisciplinaridade, contextualizao, democratizao, pertinncia e relevncia social, tica e sensibilidade afetiva e esttica. (BRASIL, 2006).
Da mesma forma, o pargrafo nico do referido artigo define que para a formao
do Pedagogo central:
I - o conhecimento da escola como organizao complexa que tem a funo de promover a educao para e na cidadania; II - a pesquisa, a anlise e a aplicao dos resultados de investigaes de interesse da rea educacional; III - a participao na gesto de processos educativos e na organizao e funcionamento de sistemas e instituies de ensino. (BRASIL, 2006).
A pluralidade de conhecimentos tericos e prticos, as habilidades e os princpios
apontados, devem permear a formao do futuro Pedagogo nas diferentes dimenses que
compem as atividades docentes, conforme explicitado no artigo 4 das Diretrizes
Curriculares do Curso de Pedagogia, como tambm no seu pargrafo nico:
O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se formao de professores par exercer funes de Magistrio na Educao Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos curso de Ensino Mdio, na modalidade Normal, de Educao Profissional na rea de servios e apoio escolar e em outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedaggicos. Pargrafo nico: as atividades docentes tambm compreendem participao na organizao e gesto de sistemas e instituies de ensino, englobando: I- planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de tarefas prprias do setor da educao; II- planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de projetos e experincias educativas no escolares; III- produo e difuso do conhecimento cientfico--tecnolgico do campo educacional, em contextos escolares e no escolares. (BRASIL, 2006).
Na definio dos traos do perfil do egresso do curso de Pedagogia, que dever ser
formado em sintonia com a concepo do curso e com a abordagem terico-metodolgica
que sustenta a sua proposta pedaggica, h que se levar em conta as dimenses que
constituem o campo para a futura ao do pedagogo, como tambm as modificaes
ocorridas na educao como um todo, fruto das mudanas nas relaes estado- educao,
21
e das novas exigncias do mercado caractersticas da sociedade da informao e do
conhecimento.
Uma reflexo sobre o pensamento crtico ps-moderno aponta para novos desafios
para a educao e para o desencadeamento de mudanas, notadamente na Pedagogia e
na Didtica, para o enfrentamento dos problemas causados pelos efeitos da ps-
modernidade. Estes so refletidos no trabalho docente, atravs da projeo de novas
construes, novas identidades, nova configurao do perfil profissiogrfico do docente,
enfim, de uma desconstruo daquilo que se considerava pronto, definitivo, acabado,
enfim, das certezas consideradas absolutas.
Quanto ao exposto e no que se refere educao na contemporaneidade, a
excluso de quaisquer marcos de referncia terica, ideolgica ou moral perigosa, pois,
estes so essenciais na atividade pedaggica. Portanto, a despeito de uma certa
desconfiana da cincia e da utilizao tcnica do conhecimento, da noo de totalidade,
em favor de uma priorizao da experincia do indivduo, das caractersticas particulares
das comunidades locais, isso no pode representar resistncia ao saber sistematizado, ao
conhecimento cientfico, e valorizao da escola como local apropriado para a realizao
do processo de aquisio do conhecimento, da cultura, da cincia e das metodologias de
aprendizagem.
Como efeito do impacto da condio ps-moderna na Educao, Nvoa (1995, p.29-
30), ressalta a necessidade de valorizao do trabalho docente, a partir da anlise do
enfraquecimento deste profissional em trs ngulos:
O primeiro mostra o eixo do saber que acentua o aprender a aprender na
conotao tecnicista, ressalta a relao individual do aluno com a informao,
ocasionando a desvalorizao do professor, devido tecnologizao
exacerbada do ensino.
O segundo mostra a interveno do Estado nas polticas de educao,
atravs da adoo nas escolas pblicas, de prticas de gesto de empresas
privadas, como qualidade total, educao a servio do cliente, acentuando a
valorizao dos pais e da comunidade, reduzindo, assim o poder dos
professores.
O terceiro mostra trs tipos de saberes: a experincia do professor, o saber
do especialista e o saber das disciplinas.
22
Quanto aos programas de qualificao de professores, o autor aponta que, mesmo
que estes enfatizem o treinamento de tcnicas e habilidades, insistindo na desvalorizao
do docente, no processo de tecnologizao, de privatizao e racionalizao do ensino,
existem movimentos que vo em sentido contrrio. Esses movimentos acabam reforando
o papel do docente, em trs nveis: como pessoas (no so mquinas), como agentes de
deciso e como conhecedores de sua profisso.
Quanto proposta pedaggica, esta privilegia, em consonncia com a abordagem
terico metodolgica adotada, a formao de sujeitos de significados e de sujeitos
histricos, partcipes de uma educao voltada para a diversidade e que contemple a
multiplicidade de conhecimentos e de prticas que se articulam no decorrer do curso, bem
como o domnio de conhecimentos tericos e de novas metodologias, novas concepes e
vises de mundo, e habilidades e competncias para atuar nas diferentes dimenses numa
perspectiva dialtica, tica, reflexiva e crtica.
Libneo (2007), apresenta trs aspectos essenciais na formao de docentes:
Primeiramente, a formao terica, depois o saber fazer, pois o trabalho do professor uma atividade eminentemente prtica, no tcnica, e ele precisa ter instrumentos de trabalho, ele precisa ser instrumentalizado para trabalhar. E, finalmente, a formao para considerar as questes do marco scio- cultural e institucional em que se d o exerccio da profisso, tanto o scio- cultural mais global quanto o scio-cultural incrustado na escola, que o entendimento de que as prticas scio-culturais e institucionais tambm educam, elas influenciam as aprendizagens que envolvem um tipo de aprendizagem participativa. (LIBNEO, 2007, p. 29).
3.4 COMPETNCIAS E HABILIDADES
As competncias e habilidades que se constituem em elementos fundamentais ao
perfil do Pedagogo esto estabelecidas na Resoluo n 01/2006, de 15 de maio de 2006,
que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduao em Pedagogia, e
define no art. 5, que o egresso do curso de Pedagogia dever estar apto a:
I- Atuar com tica e compromisso com vistas construo de uma sociedade justa, equnime, igualitria; II- Compreender, cuidar e educar crianas de zero a cinco anos, de forma a contribuir, para o seu desenvolvimento nas dimenses, entre outras, fsica, psicolgica, intelectual, social; III- Fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianas do Ensino Fundamental, assim como daqueles que no tiveram oportunidade de escolarizao na idade prpria;
23
IV- Trabalhar, em espaos escolares e no-escolares, na promoo da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos nveis e modalidades do processo educativo; V- Reconhecer e respeitar as manifestaes e necessidades fsicas, cognitivas, emocionais e afetivas dos educandos nas suas relaes individuais e coletivas; VI- Ensinar Lngua Portuguesa, Matemtica, Cincias, Histria, Geografia, Artes, Educao Fsica, de forma interdisciplinar e adequada s diferentes fases de desenvolvimento humano; VII- Relacionar as linguagens dos meios de comunicao aplicadas educao, nos processos didtico-pedaggicos, demonstrando domnio das tecnologias de informao e comunicao adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas.
Quanto s relaes escola, famlia e comunidade, identificao de problemas
socioculturais e educacionais e a demonstrao da conscincia da diversidade que o
egresso do curso de Pedagogia dever ser capaz de:
VIII- Promover e facilitar relaes de cooperao entre a instituio educativa, a famlia e a comunidade; IX- Identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa, interativa e propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para superao de excluses sociais, tnico-raciais, econmicas, culturais, religiosas, polticas e outras; X- Demonstrar conscincia da diversidade, respeitando as diferenas de natureza ambiental-ecolgica, tnico-racial, de gneros, faixas geracionais, classes sociais, religies, necessidades especiais, escolhas sexuais, entre outras; XI- Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo dilogo entre a rea educacional e as demais reas do conhecimento.
No que se refere gesto, ao planejamento e elaborao, coordenao e avaliao de
projetos e programas educacionais, o egresso dever estar preparado para:
XII- Participar da gesto das instituies em que atuem enquanto estudantes e profissionais, contribuindo para elaborao, implementao, coordenao, acompanhamento e avaliao do projeto pedaggico; XIII- Participar da gesto das instituies em que atuem, planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e no-escolares; XIV- Realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre seus alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experincias no-escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios (ambiental-ecolgicos); sobre propostas curriculares; e sobre a organizao do trabalho educativo e prticas pedaggicas; XV- Utilizar, com propriedade, instrumentos prprios para construo de conhecimentos pedaggicos e cientficos; XVI- Estudar, aplicar criticamente as diretrizes curriculares e outras determinaes legais que lhe caiba implantar, executar, avaliar e encaminhar o resultado de sua avaliao s instncias competentes; (BRASIL, 2006).
24
Os pargrafos 1 e 2 do artigo citado da Resoluo CNE/CP n 01/2006 de 15 de
maio de 2006, define as habilidades e competncias dos professores de escolas indgenas
e escolas de remanescentes de quilombos;
1- No caso dos professores indgenas e de professores que venham a atuar em escolas indgenas, dada a particularidade das populaes com que trabalham e das situaes em que atuam, sem excluir o acima explicitado, devero: I- promover dilogo entre conhecimentos, valores, modos de vida, orientaes filosficas, polticas, e religiosas prprias cultura do povo indgena junto a quem atuam e os provenientes da sociedade majoritria. II- atuar como agentes interculturais, com vistas valorizao e o estudo de temas indgenas relevantes; 2-As mesmas determinaes se aplicam formao de professores para escolas de remanescentes de quilombos ou que se caracterizam por receber populaes de etnias e culturas especficas. (BRASIL, 2006).
A formao do Docente da Educao Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental e a preocupao com a sua formao de acordo com uma abordagem
dialtico-crtica, que propicie a qualificao para atuar com competncia, tica e
comprometimento poltico com a formao de sujeitos histricos, numa perspectiva da
educao para a diversidade que constituiu o foco desta proposta pedaggica. Quanto
diversidade, importante enfatizar que em uma sociedade democrtica, a diversidade nas
suas diferentes dimenses (tnica, cultural, social, lingstica e de gnero) deve ser
respeitada. Isso pressupe no somente o atendimento das especificidades de uma
determinada cultura, mas tambm a ampliao dos conhecimentos dos seus membros, o
respeito s diferenas, na busca da unidade na diversidade.
A estruturao curricular de um curso de Pedagogia que oferece a qualificao em
nvel superior obrigatria para o exerccio do magistrio nos nveis de Educao Infantil e
dos anos Iniciais do Ensino Fundamental, de acordo com Linhares e Silva (2003, p.305) se
constitui num desafio, uma vez que,
o trabalho pedaggico, dada a sua complexidade, impe a articulao de vrias prticas pedaggicas que no se limitam interveno direta no processo de aprendizagem e ensino. O trabalho pedaggico precisa ser planejado, organizado, acompanhado, avaliado, enfim, gerido, constantemente. Logo, o profissional formado para atuar diretamente no trabalho pedaggico, que aqui vamos chamar de pedagogo, precisa mobilizar saberes compatveis com a complexidade desse trabalho (LINHARES; SILVA, 2003, p.305).
Face abrangncia do trabalho pedaggico que no se realiza somente dentro do
contexto escolar, mas tambm em outros espaos e ao fato do curso de Pedagogia no se
limitar a formar docentes exclusivamente para o campo escolar, faz-se mister que:
25
os pedagogos devam ter a capacidade de atuar diretamente no cerne do trabalho pedaggico, o processo dialtico de aprender e ensinar (ou de ensinar, aprendendo), sem o que ter dificuldade de realizar outras aes em torno dele ou tender a desenvolv-las de forma tecnocrtica e superficial. (LINHARES; SILVA, 2003, p. 323).
Linhares; Silva (2003, p. 324), ao analisarem a complexidade do trabalho
pedaggico, como base do curso de Pedagogia, sinalizam que esta complexidade faz do
curso de Pedagogia um curso de identidade complexa, e apontam que
no exerccio do magistrio, o pedagogo no s entra em contato direto com experincias e teorizaes que envolvem os processos de apropriao de saberes e de conhecimentos, como tambm com seus enlaces e interdependncias com outras dinmicas em que se formam ou se deformam ou, ainda, em que se transformam sujeitos, e em torno das quais confluem as diferentes prticas pedaggicas. Porm, os pedagogos no so apenas professores, pois se o trabalho docente efetivamente uma dimenso do trabalho pedaggico, este, definitivamente, no se limita ao docente. Em outras palavras, o curso de Pedagogia implica a formao de professores, mas a ela no se limita, pois os pedagogos precisam se qualificar para atuar na complexa rede de prticas que constituem o trabalho pedaggico, o que implica uma multiplicidade de relaes, uma diversidade de espaos scio-educativos e uma pluralidade inesgotvel de prismas. (LINHARES; SILVA, 2003, p.324).
A posio terico-metodolgica adotada coerente com o proposto pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia institudas na Resoluo CNE/CP n
1/2006 de 15 de maio de 2006, que, no pargrafo nico do artigo 4 define as reas de
atuao dos docentes:
Art. 4- Pargrafo nico. As atividades docentes tambm compreendem participao na organizao e gesto de sistemas e instituies de ensino, englobando: I planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de tarefas prprias do setor da Educao; II planejamento, execuo, coordenao, acompanhamento e avaliao de projetos e experincias educativas no-escolares; III produo e difuso do conhecimento cientfico-tecnolgico do campo educacional, em contextos escolares e no-escolares. (BRASIL, 2006).
Cabe tambm ao docente de Educao Infantil e dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, no que se refere ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem,
as atribuies de orientao e mediao do ensino para a aprendizagem dos alunos, a
responsabilidade pelo sucesso da aprendizagem dos alunos, o compromisso de
compreender e assumir a educao na diversidade, e a sensibilidade para saber lidar com
a diversidade existente entre os alunos.
Essa perspectiva auxilia a entender o cotidiano da docncia, ao afirmar que uma
identidade profissional se constri, tambm, pelo significado que cada docente, como ator
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e autor, confere atividade docente no seu cotidiano, com base nos seus valores, em seu
modo de situar-se no mundo, em sua histria de vida.
Quanto s atividades de enriquecimento curricular, estas devem ser incentivadas
pelo docente, que, na sua prxis deve elaborar projetos para desenvolver contedos
curriculares, primar pela utilizao de metodologias de ensino e de avaliao coerentes
com as concepes tericas adotadas.
Acrescente-se a essas habilidades e competncias, o desenvolvimento de hbitos
de colaborao e de realizao de trabalhos em equipes multidisciplinares, no somente
na fase de formao inicial, como tambm nas fases de socializao profissional no
cotidiano do trabalho pedaggico, em espaos escolares e no escolares.
Neste sentido, a estrutura curricular do curso de Pedagogia contemplou
componentes curriculares voltados para o desenvolvimento de estudos terico-prticos
inerentes s peculiaridades regionais, dentre eles a Educao do Campo, a Histria Local
e Regional, a Educao Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel, bem como a extenso
e a pesquisa regional e local culminando com a elaborao de projetos de interveno
pedaggica referenciados aos diferentes contextos e dimenses estudados.
4. Organizao curricular
Conforme Artigo 12 do Captulo 4 da Resoluo n 2 de 01 de julho de 2015, que
define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formao inicial em nvel Superior
(Curso de Licenciatura, Curso de Formao Pedaggica para graduados e Cursos de
segunda licenciatura) e para a formao continuada,
Art. 12. Os cursos de formao inicial, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedaggica das instituies, constituir-se-o dos seguintes ncleos:
I - ncleo de estudos de formao geral, das reas especficas e interdisciplinares, e do campo educacional, seus fundamentos e metodologias, e das diversas realidades educacionais, (...)
II - ncleo de aprofundamento e diversificao de estudos das reas de atuao profissional, incluindo os contedos especficos e pedaggicos, priorizadas pelo projeto pedaggico das instituies, em sintonia com os sistemas de ensino (...) III - ncleo de estudos integradores para enriquecimento curricular (...)
Devido amplitude e complexidade do trabalho pedaggico, que envolve
multiplicidade de relaes, diversidade de prticas e de concepes tericas,
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epistemolgicas e metodolgicas e pressupe a aplicao de contribuies de
conhecimentos das diferentes reas para a sua realizao, o currculo do curso foi
estruturado de forma a assegurar a formao do Pedagogo, por meio de prticas
pedaggicas, que ocorrem, no somente na escola, mas, tambm em outros espaos
socioeducativos.
Tambm os conhecimentos terico-prticos que fundamentam a construo da base
de conhecimentos necessrios para a qualificao do profissional para atuar em espaos
escolares e no escolares, nas suas diferentes dimenses, foram criteriosamente
selecionados, tendo como referencial os contedos e prticas inerentes aos Ncleos
Estruturadores do Currculo responsveis pela integralizao curricular, como tambm pela
articulao entre ensino, pesquisa e extenso.
Em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formao inicial
em nvel superior e em sintonia com os Ncleos Estruturadores dos currculos dos cursos
propostos na referida legislao, o currculo do curso de Pedagogia da Unidade
Leopoldina, est estruturado em disciplinas obrigatrias, optativas e eletivas preservadas a
articulao entre ensino, pesquisa e extenso e a flexibilizao curricular, respeitadas a
diversidade nacional e autonomia pedaggica dda instituio conforme preconizado na
referida legislao.
4.1 Articulao entre ensino, pesquisa e extenso
De acordo com o artigo 4 da Resoluo/CNE/CP n 2, de 1 de julho de 2015, que
define as diretrizes curriculares nacionais para a formao inicial em nvel superior, a
Instituio de Educao Superior, promotora de programas e cursos nesse nvel e nessa
modalidade de ensino, como o caso do Curso de Licenciatura em Pedagogia, dever
contemplar, em sua dinmica e estrutura, a articulao entre ensino, pesquisa e extenso
para garantir efetivo padro de qualidade acadmica na formao oferecida, respeitando-
se a sua organizao acadmica, em consonncia com o Plano de Desenvolvimento
Institucional.
Nesse sentido, importa Universidade, como uma instituio formadora e
transformadora da sociedade, integrar ensino, pesquisa e extenso, pois o seu
compromisso no apenas com o saber institudo, decorrente do contedo ministrado em
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sala de aula, mas, sobretudo, com o saber instituinte, aquele que, grosso modo, faz
contraponto ao j conhecido, retificando-o ou, mesmo, superando-o. Isso somente
possvel quando, alm do ensino, a educao pode contar com a pesquisa, cujo objetivo
precpuo compreende ampliar o universo heurstico da produo acadmica, partindo do
desconhecido para explicar o supostamente conhecido luz de recortes conceituais ainda
no intentados, e com a extenso, que consiste na promoo de um dilogo multifacetado
e contnuo da Universidade com a sociedade na qual est inserida, de modo a conciliar a
produo acadmica com as demandas sociais.
Isto posto, o tratamento dispensado educao universitria pela UEMG cumpre
esse papel pedaggico de agregar, em sua prxis formativa, ensino, pesquisa e extenso,
considerando que o fenmeno educacional no uma instncia isolada e definitivamente
concluda, mas uma realidade dinmica, dialeticamente participativa e transformadora,
tencionada a levar sempre adiante a linha fronteiria entre o conhecido e o, ainda, a ser
conhecido.
A Unidade de Leopoldina, por meio do seu corpo docente, vem desenvolvendo um
trabalho que busca articular o ensino, a pesquisa e a extenso, em sintonia com o alcance
de metas significativas, planejadas desde a implantao do curso de Pedagogia - que teve
incio em 2011, no bojo do Projeto Macro de criao de uma Universidade Pblica e
gratuita nesta microrregio da Mata Mineira, inserida na perspectiva de uma poltica global
de modernizao das regies mineiras, pela via da produo e difuso do conhecimento.
O Projeto Pedaggico do Curso de Pedagogia da Unidade Leopoldina, em
consonncia com o Plano de Desenvolvimento Institucional que, no campo da pesquisa,
apresenta as aes e metas da UEMG, tendo como objetivo a consolidao da pesquisa
como atividade institucional sistematizada e permanente e, no campo da extenso, prope
aes e metas em busca de uma maior articulao das atividades desta dimenso
natureza multicampi da Universidade, fundamenta-se numa perspectiva que tem por
pressuposto o tratamento das dimenses Ensino, Pesquisa e Extenso de forma
indissocivel. A gesto das atividades das trs dimenses est a cargo do Coordenador de
Ensino, do Coordenador de Pesquisa e do Coordenador de Extenso, vinculados
diretamente s suas respectivas Pr reitorias. Desta forma, a partir do desenvolvimento
de projetos de pesquisa e de extenso, abordando temas pertinentes aos contedos
programticos das diferentes disciplinas do currculo do curso, os professores criaram
29
grupos de pesquisa, certificados pelo CNPq, que abrigam estes projetos, culminando na
publicao de suas produes, com a participao no s de alunos bolsistas, mas
tambm de outros pesquisadores convidados.
Importante acrescentar que h um grande incentivo produo de pesquisa e
extenso na Universidade, com bolsas para professores e alunos, que desenvolvem
projetos com recursos da FAPEMIG, PAPq, BICJnior, PAEX e apoio participao dos
docentes e discentes nos eventos cientficos realizados na prpria Unidade, como tambm
nos eventos realizados pelas Pr reitorias de Extenso e de Pesquisa e Ps Graduao,
como o Seminrio de pesquisa e Extenso, Semana UEMG e outros.
A nfase no desenvolvimento da pesquisa regional deve-se ao carter e tradio
rural de Leopoldina. A despeito da sua posio como plo regional - devido ao grande
desenvolvimento urbano e sua economia voltada para a indstria e agropecuria - um
nmero representativo de sua populao reside na rea rural. Essa populao est
distribuda em vrios distritos e inmeras vilas, povoados e comunidades rurais.
expressivo o nmero de alunos, matriculados nas escolas de Educao Infantil e de Ensino
Fundamental, que residem nessas localidades e constituem os sujeitos de grande parte
das pesquisas realizadas.
Cabe destacar o apoio produo acadmico- cientfica nos campos do ensino,
pesquisa e extenso oferecido pela Fundao de Apoio e Desenvolvimento da Educao,
Cincia e Tecnologia de Minas Gerais Fundao Renato Azeredo, tendo sido viabilizada,
no ano de 2015, graas aplicao dos recursos do Fundo de Apoio FRA, a publicao
de dois livros referentes produo cientfica da Unidade Acadmica de Leopoldina,
abrangendo temas abordados nos artigos cientficos de autoria dos docentes, de grande
impacto, relevncia e atualidade nos campos educacional, poltico e social para a regio da
zona da Mata Mineira.
A produo extensionista representa um instrumento de integrao entre ensino,
pesquisa e prestao de servios comunidade. Assim, as atividades desenvolvidas
possibilitam a interao entre a Universidade e a sociedade na qual ela est inserida,
tendo como objetivo o aprofundamento das prticas de cidadania, o intercmbio cultural, a
aquisio de novas tecnologias aplicadas s cincias sociais, humanas e da educao.
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Na Unidade de Leopoldina a produo em extenso j se mostra expressiva. A
extenso tem sido viabilizada atravs da oferta de cursos de curta durao, palestras,
oficinas, seminrios, mesas-redondas, encontros acadmicos, cursos de nivelamento,
curso pr-vestibular e parcerias com outras instituies da cidade. importante destacar o
sucesso do Cursinho Pr-Vestibular, intensivo e gratuito, oferecido aos alunos inscritos
para o vestibular da UEMG Unidade Leopoldina, ministrado por professores da Unidade
e convidados.
Quanto ao ensino, o Subprojeto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciao
Docncia - PIBID - Unidade de Leopoldina se articula de maneira integrada com o plano de
trabalho institucional da UEMG e pauta-se no acompanhamento da organizao do
trabalho pedaggico, em especial na relao ensino-aprendizagem e est em andamento
desde 2012. A equipe PIBID/UEMG - Unidade de Leopoldina, conta com vinte e oito
bolsistas, a saber: dois Coordenadores de rea, quatro Professoras Supervisoras e vinte e
dois alunos (as) bolsistas. Busca-se a valorizao da prtica docente e pedaggica a partir
da integrao dos alunos do Curso de Pedagogia da Unidade de Leopoldina, ainda em
formao, com o futuro campo de ao, ou seja, a escola.
Nesse sentido, como via de mo dupla, a participao dos alunos bolsistas na
iniciao docncia busca a interao entre os diferentes saberes adquiridos na
Universidade e sua aplicabilidade na escola, a partir da experincia vivida e da prtica
docente na educao infantil e nas sries iniciais do Ensino Fundamental. Assim, de
acordo com as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Pedagogia, estes
segmentos so entendidos como campos de atuao e espaos privilegiados do
pedagogo. Nessa perspectiva, a iniciao docncia, proporciona aos alunos bolsistas a
percepo, a convivncia e a participao na organizao do trabalho docente, alm de
contribuir para a sua preparao para o exerccio da docncia.
Para viabilizar da instrumentalizao dos alunos bolsistas frente aos desafios
escolares apresentados e outros que, por conta das contingncias, possam se evidenciar
ao longo do desenvolvimento prtico do subprojeto a UEMG - Unidade de Leopoldina
propicia suporte pedaggico e orientao para o trabalho dos alunos bolsistas junto s
escolas. O PIBID atua nas Escolas Municipais conveniadas, a saber: Escola Municipal
Maria da Conceio Monteiro de Resende, Escola Municipal Ribeiro Junqueira,
conveniadas desde 2012 e as Escola Municipal Botelho Reis e Escola Municipal Osmar
Lacerda Frana que passaram a compor o Programa a partir de 2014.
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Em cada Escola o PIBID opera diretamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com
cinco bolsistas do Curso de Pedagogia e uma Professora Supervisora. Desde o incio das
atividades pibidianas, as transformaes foram significativas, a comear pela
sensibilizao dos (as) bolsitas em relao ao cotidiano escolar e seu funcionamento. Os
licenciandos/bolsistas do Curso de Pedagogia da Unidade de Leopoldina se tornaram mais
participativos nas aulas e empolgados nos estudos, pois encontraram um caminho de
associar e discutir o aprendizado acadmico com a prtica profissional. Da mesma
maneira, as professoras supervisoras tambm se sentem revigoradas e valorizadas, ao
supervisionarem as respectivas equipes em suas Escolas.
Um contato que se estreita cada vez mais e vale a pena ser destacado se configura
entre dois espaos importantes para realizao do PIBID, a saber: a Universidade e a
Escola. Como via de mo dupla os dois espaos passaram a abrigar reunies frutferas
que geraram quatro Seminrios na Semana UEMG, em 2012, 2013, 2014 e 2015. Outras
participaes foram significativas para a equipe como: I Seminrio Interdisciplinar das
Equipes PIBID-UEMG, Semana da UEMG (2013), Seminrio Interdisciplinar da UEMG
Unidade de Leopoldina e o II Seminrio Interdisciplinar das Equipes PIBID-UEMG (2015).
Cabe registrar ainda a criao do Blog do PIBID/UEMG - Unidade de Leopoldina. Nele
esto divulgadas as atividades desenvolvidas pela equipe:
http://pibiduemgleopoldina.blogspot.com.br/.
4.2 Flexibilizao curricular
O curso de Licenciatura em Pedagogia, conforme as Diretrizes Curriculares
Nacionais, destina-se formao de professores para exercer funes de magistrio na
Educao Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Mdio
na modalidade Normal, de Educao Profissional na rea de servios e apoio escolar e em
outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedaggicos
Tendo por pressuposto a considerao do currculo conforme a Resoluo n 2 de
1 de julho de 2015, como
o conjunto de valores propcio produo e socializao de significados no espao social e que contribui para a identidade sociocultural do educando, dos direitos e deveres do cidado, do respeito ao bem comum e democracia, s prticas educativas formais e no formais e orientao para o trabalho (BRASIL, 2015)
http://pibiduemgleopoldina.blogspot.com.br/
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O currculo do Curso de Pedagogia da Unidade de Leopoldina foi reformulado, em
cumprimento Resoluo COEPE/UEMG 132/2013, que regulamenta a implantao do
regime de matrcula por disciplina nos Cursos de Graduao da Universidade do Estado
De Minas Gerais (UEMG) e institui procedimentos e limites para matrcula.
De acordo com o Art. 2 da referida Resoluo, as disciplinas so oferecidas aos
estudantes de graduao nas seguintes condies:
I. Disciplinas Obrigatrias: so disciplinas que constam no Projeto Poltico Pedaggico
do Curso, imprescindveis formao do/a estudante e que a Instituio considera
que no pode faltar em um curso de graduao que se prope a formar profissionais
em uma determinada rea;
II. Disciplinas Optativas: so disciplinas que constam no Projeto Poltico Pedaggico
do Curso, dizem respeito rea e permitem aprofundamento de estudos em alguns
campos do conhecimento. Podem favorecer uma preparao diferenciada, que
atenda ao interesse mais especfico de um dado grupo de estudantes.
III. Disciplinas Eletivas: so quaisquer disciplinas dos cursos de graduao que no
estejam includas na matriz curricular do curso de origem do/a estudante.
O currculo do Curso de Pedagogia da Unidade de Leopoldina, sendo o nico Curso
oferecido pela Unidade no municpio, no contempla Disciplinas Eletivas. Desta forma,
conforme apresentado neste Projeto Pedaggico, o currculo contempla 2.130 (duas mil
cento e trinta) horas de disciplinas obrigatrias, 135 (cento e trinta e cinco) horas de
disciplinas optativas, distribudas em dois percursos formativos: Alfabetizao e
Letramento e Gesto Escolar a serem cumpridas pelos discentes para a integralizao do
curso.
Considerando-se que a preparao no nvel de graduao representa a dimenso
da formao inicial no processo contnuo de educao permanente, estas mudanas
realizadas traduzem os avanos preconizados pelos documentos nomativos, em especial
no que se refere s Licenciaturas, dentre eles a proposio de uma carga horria mnima
em horas, permitindo a flexibilizao do tempo de durao do curso, de acordo com a
disponibilidade e esforo do aluno, bem como a possibilidade de valorizar, alm do estgio,
demais atividades que articulem o saber acadmico prtica profissional, incentivando o
reconhecimento de habilidades e competncias adquiridas fora do ambiente escolar.
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Face abrangncia e complexidade da educao como um todo e em especial da
educao escolar, pluralidade de conhecimentos tericos e prticos, e s habilidades e
princpios que devem permear a formao do futuro pedagogo, a flexibilizao do currculo,
representa um avano com referncia adoo na estruturao curricular dos cursos de
Licenciatura da UEMG, da concepo de formao de nvel superior como um processo
contnuo, autnomo e permanente, com uma slida formao bsica e uma formao
profissional fundamentada na competncia terico-prtica, de acordo com o perfil de um
formando adaptvel s novas e emergentes demandas(Brasil, 2004).
4.3 Disciplinas curriculares
A construo curricular do Curso de Pedagogia da UEMG Leopoldina se efetivou na
diversidade de contedos, visando a formao do profissional crtico e atuante no seu
prprio processo de formao e no entendimento e comprometimento com o
multiculturalismo presente na realidade brasileira, o que pode ser observado atravs das
disciplinas componentes da matriz curricular do curso.
As Disciplinas obrigatrias congregam os componentes curriculares que objetivam a
formao do pedagogo para a ao docente e para a gesto nos espaos escolares e no
escolares conforme as orientaes constantes nas diretrizes curriculares nacionais para o
curso de Graduao em Pedagogia. Para tanto, esto contemplados os saberes
elaborados pela Pedagogia e demais campos de conhecimento que confluem para a
formao do docente e tambm na sua participao na gesto e organizao de sistemas
de ensino.
O Ncleo de Disciplinas Obrigatrias abarca os ncleos de estudos de formao
geral, das reas especficas e interdisciplinares, e do campo educacional, seus
fundamentos e metodologias, e das diversas realidades educacionais, articulando com os
outros ncleos a saber: ncleo de aprofundamento e diversificao de estudos das reas
de atuao profissional, incluindo os contedos especficos e pedaggicos, priorizadas
pelo projeto pedaggico das instituies, em sintonia com os sistemas de ensino e ncleo
de estudos integradores para enriquecimento curricular.
Dentro de uma perspectiva integradora com vistas a proporcionar uma formao
slida, o aluno do curso de pedagogia da UEMG, Unidade Leopoldina ir cursar as
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disciplinas optativas e eletivas que escolher construindo, assim, seu percurso formativo de
acordo com seu perfil a partir do quarto perodo.
Disciplinas Optativas
Aliadas aos componentes curriculares obrigatrios, as disciplinas optativas, compem
2 percursos formativos, oferecidos no decorrer do Curso, escolhidas a critrio de cada
aluno, de acordo com o seu interesse acadmico, pessoal, profissional, experincia
acumulada ou expectativas e perspectivas de exerccio profissional, quando egresso do
Curso.
O aluno, no ato da matrcula em cada semestre letivo, selecionar os respectivos
componentes curriculares inerentes aos percursos formativos oferecidos naquele perodo
especfico, cabendo ao estudante decidir se deseja cursar um percurso apenas, parte das
disciplinas de cada um dos percursos ou os dois percursos. A carga horria mnima
referente s disciplinas optativas exigida para a integralizao curricular de 135 h,
correspondendo a 09 crditos. O Currculo do Curso de Pedagogia contempla desta
forma, os dois percursos formativos indicados a seguir: Percurso Formativo: Alfabetizao
no Contexto da Diversidade e Incluso e o Percurso Formativo: Gesto Escolar.
No decorrer do processo, podero ser oferecidos outros contedos curriculares
inerentes aos percursos formativos propostos e considerando a necessidade de
adequao do currculo s mudanas e produo de novos conhecimentos, bem como a
disponibilidade de docentes com formao na rea especfica ou afins.
4.4 Organizao da oferta semipresencial e/ou a distncia
Podero ser oferecidas a critrio do Colegiado do Curso, disciplinas a distncia, a
partir do 2 perodo, compondo a matriz curricu