PROJETO EDUCATIVO E PEDAGÓGICO 2017/2020
BERÇÁRIO
E
CRECHE
Projeto Educativo e Pedagógico
Coordenadora Pedagógica:
Lídia Monica Lima
Educadoras de Infância: Daniela Alves Ana Espanha Mónica Silva Mónica Lima
INDICE
1. Introdução
2. Objetivos gerais da creche
3. Metodologia
4. Plano anual de atividades
5. Planificação de atividades
6. Exemplos de atividades realizadas na creche
7. Caraterização do grupo do berçário
7.1. Caracterização teórica
7.2. Caracterização real
7.3. Organização ambiente educativo
7.4. Princípios orientadores aos cuidados e com educação do grupo do
berçário
7.5. Objetivos específicos para o grupo do berçário
8. Caraterização do grupo de 1 ano
8.1. Caracterização teórica
8.2. Caracterização real
8.3. Organização do ambiente educativo
8.4. Objetivos específicos para o grupo de 1 ano
9. Caracterização do grupo dos 2 anos
9.1. Caracterização teórica
9.2. Caracterização real
9.3. Organização do ambiente educativo
9.4. Objetivos específicos para o grupo dos 2 anos
10. Parcerias
11. Ações de formação
12. Atividades extracurriculares
13. Reuniões
14. Avaliação
12.1 Plano de desenvolvimento individual
12.2. Relação escola-família
15. Conclusão
16. Bibliografia.
INTRODUÇÃO
Iniciamos um novo ano letivo e com o mesmo, uma crescente vontade
em fazer mais e principalmente melhor. Prestar um serviço de creche de
qualidade às nossas crianças, é um dos objetivos mais importantes de todo o
trabalho realizado e desenvolvido ao longo do ano letivo, com a equipa técnica,
crianças e famílias.
Na Creche o principal, não são as atividades planeadas, ainda que
adequadas, mas sim as rotinas e os tempos de atividades livres. As crianças
mais pequenas não se desenvolvem em ambientes “escolarizados”, onde se
realizam atividades em grupo, dirigidas por um adulto, mas em contextos
calorosos e atentos às suas necessidades individuais.
Os tempos por excelência de aprendizagem das crianças mais
pequenas ocorrem durante interações entre o adulto e a criança.
Os bebés e as crianças muito pequenas precisam de atenção às suas
necessidades físicas e psicológicas; uma relação em quem confie, um
ambiente seguro, saudável e adequado ao desenvolvimento; oportunidade para
interagirem com outras crianças; liberdade para explorarem todos os seus
sentidos. “
Estes princípios anteriormente referidos servirão de base para a
elaboração do Projeto Pedagógico de Creche da nossa Instituição, assim como
a aplicação de estratégias e atividades adequadas ao grupo de crianças das
diferentes salas tendo em conta a faixa etária em que se encontram e
necessidades em prol de um crescimento harmonioso e educativo.
Por fim, o Projeto Educativo tem a duração de três anos, 2017/2020 e
intitula-se “EnsinARTE o Mundo”, subdivide-se em três temas: EnsinARTE
Portugal, EnsinARTE a Europa, EnsinARTE os Continente e Oceanos
OBJETIVOS GERAIS DA CRECHE
Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças, num
clima de segurança afetiva durante o afastamento parcial do seu meio
familiar;
Promover a creche (sala e a equipe de trabalho) como um parceiro
privilegiado dos pais, na continuidade dos cuidados básicos e dos afetivos;
Favorecer a individualização da criança respeitando os seus tempos, os
seus ritmos e as suas preferências pessoais, potenciando o
desenvolvimento psicoafetivo de cada uma;
Criar momentos para que se crie uma relação de amizade e afetividade com
a criança, a fim de as mesmas se sentirem seguras, amadas e num
ambiente estável e harmonioso que contribua para um bom
desenvolvimento das mesmas;
Proporcionar à criança um contacto com o meio que a rodeia, para que se
inicie o processo de socialização;
Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades,
promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança;
Promover a nossa creche como um espaço que fique “registado” como
positivo e construtivo na formação de cada criança.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada irá remeter para a necessidade de diferenciação
pedagógica, respeitando cada criança como ser único e individual, utilizando a
observação direta como instrumento de observação de cada criança e do grupo
em si.
É através da observação das situações diárias e da leitura que a
Educadora faz de atitudes e manifestações da criança, que a mesma irá
recorrer a temas que vão de encontro às necessidades e interesses, quer de
cada criança, quer do grupo. Esta metodologia defende uma prática
pedagógica individualizada do processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo
atitudes de autonomia e de responsabilidade.
A Pedagogia de Situação valoriza cada criança como ser único
procurando o equilíbrio entre a intervenção do Educador e a espontaneidade
da criança.
Deste modo a ação pedagógica é centrada na mesma.
Aproveitando como ponto de partida os saberes que a criança traz
consigo, cabe ao adulto o papel de observá-la como ser único, mas também ao
grupo, de forma a poder conhecê-lo, dando-lhe assim o que ele precisa para a
aprendizagem de novos saberes/competências.
Esta metodologia tem como objetivos: o observar; o planear; o avaliar;
o detetar dificuldades; o registar e o reajustar as aprendizagens. Tais
procedimentos têm sempre uma intencionalidade educativa, ou seja, cada
criança serve como fonte de informação para a proposta pedagógica, sendo
um guia para orientar a prática mas devemos ter sempre em conta a simbiose
entre Família/Instituição, que são os responsáveis pelo processo de
desenvolvimento integral da criança.
O que valoriza esta metodologia?
O jogo livre da criança;
Motivação e preferência de cada criança;
Respeita a escolha espontânea das atividades;
Respeita a personalidade de cada criança;
Dá à criança oportunidade de escolha, respeita aos seus gostos, as
suas ideias e as suas emoções, isto é dá-lhe autonomia;
Possibilita a experimentação, a descoberta, o sentir.
E todo o trabalho pedagógico desenvolvido nesta Resposta Social e
Educativa, terá como base os “PRINCIPIOS EDUCATIVOS EM CRECHE”,
segundo a autora Gabriela Portugal, que são os seguintes:
1º Princípio - ENVOLVER AS CRIANÇAS NAS COISAS QUE LHE DIZEM
RESPEITO, ou seja, a criança e o adulto devem estar totalmente presentes
numa mesma tarefa - o principal objetivo deste princípio é que a Educadora
mantenha a criança envolvida na interação, com por exemplo na muda da
fralda, no vestir e despir, que são considerados tempos educativos.
A criança que experiencia as principais figuras adultas (pai, mãe, educadora,
ajudante de ação educativa) como emocionalmente acessíveis e como fontes
de segurança, muito provavelmente construirá uma representação de si
própria, positiva.
2º Princípio - INVESTIR EM TEMPOS DE QUALIDADE,
PROCURANDO ESTAR-SE COMPLETAMENTE DISPONIVEL PARA AS
CRIANÇAS, ou seja, o tempo de qualidade constrói-se numa rotina diária. A
Educadora deverá estar totalmente presente, atenta ao que se passa,
valorizando o tempo que está junto da criança.
Tempo de qualidade em que se visa algo:
São tempos em que a criança e a educadora estão envolvidas numa
tarefa definida pelo adulto, como por exemplo, na muda das fraldas, no vestir,
no despir, no lavar, etc., isto faz com que existam interações individualizadas
onde a educadora presta atenção à criança e “pede” que a criança lhe retribua
essa atenção, estas interações aumentam o tempo de qualidade.
Tempo de qualidade em que não se visa nada de especial:
A Educadora simplesmente está perto das crianças, disponível, sem
dirigir a ação, embora esteja totalmente livre e responda às iniciativas das
crianças.
Tempo de qualidade de atividades partilhadas:
Durante o jogo, várias iniciativas têm lugar, quer por parte da Educadora,
quer por parte da criança, num movimento de vaivém, em que as duas partes
apreciam a companhia um do outro. Mas devemos ter em conta que a criança
também tem momentos em que necessita estar só, e a Educadora e a sua
Ajudante devem respeitar isso, proporcionando até pequenos espaços para
que a criança disfrute dessa privacidade.
3º Principio - APRENDER A NÃO SUBESTIMAR AS FORMAS DE
COMUNICAÇÃO ÚNICAS DE CADA CRIANÇA E ENSINAR-LHES AS SUAS,
ou seja, a Educadora durante a interação com a criança, deverá articular atos
com palavras (por ex. “vamos lavar as mãos” e o ato de lavar as mãos). A
Educadora deve ensinar palavras e linguagem contextualizada, falando
naturalmente e não repetindo as mesmas palavras uma série de vezes ou
utilizando linguagem de bebé. Para além da linguagem verbal, a Educadora
deverá comunicar também com o seu corpo e sons em resposta à
comunicação da criança (movimentos do corpo, expressões faciais, sorrisos,
etc.).
4º Principio - INVESTIR TEMPO E ENERGIA PARA DESENVOLVER
UMA PESSOA “TOTAL”, isto significa que devemos trabalhar simultaneamente
o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo da criança. São as
rotinas diárias, as novas experiências as refeições, o controle dos esfíncteres,
o jogo, que irão contribuir para o desenvolvimento intelectual. E essas
experiências e vivências ajudam a criança a crescer física, social e
emocionalmente.
5º Principio - RESPEITAR AS CRIANÇAS ENQUANTO PESSOAS DE
VALOR E AJUDÁ-LAS A RECONHECER E A LIDAR COM OS SEUS
SENTIMENTOS, ou seja, a Educadora deverá respeitar a criança, respeitando
os seus sentimentos e o direito de ela os expressar, devendo dar apoio à
criança, embora sem exageros e estar disponível para acarinhá-la e falar com
ela.
6º Principio - SER VERDADEIRO NOS NOSSOS SENTIMENTOS
RELATIVAMENTE ÀS CRIANÇAS, isto quer dizer que as crianças necessitam
de pessoas sinceras e verdadeiras, que também expressam os seus
sentimentos, como por exemplo, zangar-se, assustar-se, entristecer-se. A
Educadora deve verbalizar os seus sentimentos e ligá-los claramente com
alguma situação imediata e impedir a criança de continuar a fazê-lo (morder
outra criança, fazer uma birra, etc.).
7º Principio - MODELAR OS COMPORTAMENTOS QUE SE
PRETENDEM ENSINAR, ou seja, a Educadora funciona como um modelo para
a criança, por isso deverá ser um modelo de comportamentos aceitáveis, quer
para as crianças, quer em relação aos adultos que interajam consigo, dando
assim exemplos de cooperação, de respeito de interajuda, de autenticidade e
de comunicação.
Por exemplo, quando numa situação de agressividade, a Educadora deve
“modelar” com gentiliza esse comportamento, sem julgar o agressor, mas agir
para que a criança agredida receba amor e atenção do adulto, enquanto ao
agressor não lhe daremos essa atenção e carinho. Essa criança começará a
ter a noção que se agredir os amiguinhos irá fazer com que o adulto fique triste
e o “ignore” por um certo período de tempo, o que irá fazer com que essa
criança deixe de agredir os outros e melhore o seu comportamento.
8 Principio - RECONHECER OS PROBLEMAS COMO
OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM E DEIXAR AS CRIANÇAS
TENTAREM RESOLVER AS SUAS PRÓPRIAS DIFICULDADES, ou seja, A
Educadora deve deixar a criança resolver os seus problemas dentro das suas
capacidades, deve dar-se um certo tempo, possibilitando à criança para ela
tentar resolver os seus problemas, só se a criança não o conseguir é que o
educador deve interferir, pois esta atitude dá à criança uma certa autonomia,
desenvolvendo a sua auto-estima e confiança e confere-lhe a oportunidade de
“negociar” e de resolver problemas e conflitos.
9º Principio - CONSTRUIR SEGURANÇA; ENSINANDO CONFIANÇA,
ou seja, para que a criança aprenda a confiar, necessita de lidar com adultos
confiáveis e saber que as suas necessidades serão satisfeitas dentro de um
período de tempo razoável. Por exemplo quando a mãe diz adeus à criança e o
educador aceita os seus protestos e choros, enquanto providência segurança,
apoia e respeita os seus sentimentos, o estar triste por deixar a mãe, a criança
aprende a prever quando é que a mãe se vai embora e não estará num estado
permanente de alerta, sem saber quando é que a mãe irá desaparecer, isto é,
enquanto a mãe não lhe der um beijo e disser até logo, ela ainda ali estará. Aí
a criança aprende que os adultos à sua volta não a enganem e não lhe mintam,
aprendendo a prever o que vai acontecer e isto fará com que haja um
crescimento na construção da confiança, o que lhe proporciona crescer num
ambiente saudável e seguro.
10º Principio - PROCURAR PROMOVER A QUALIDADE DE
DESENVOLVIMENTO EM CADA FASE ETÁRIA, MAS NÃO APRESSAR A
CRIANÇA PARA ATINGIR DETERMINADOS NÍVEIS DEDESENVOLVMENTO,
ou seja o desenvolvimento não pode ser apressado, cada criança tem um
relógio interno que determina o momento de se sentar, de gatinhar, de andar,
de falar. A educadora pode encorajar a criança a realizar as coisas que lhe
interessam. O que é importante nesta idade é a aprendizagem e não o
ensino. É mais importante aperfeiçoar competências, do que desenvolvê-las,
pois as novas competências surgirão naturalmente quando a criança já tenha
consolidado e já praticou suficientemente as que adquiriu anteriormente.
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES PLANIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
A planificação das atividades será feita de acordo com os interesses e
as dificuldades/necessidades do grupo de crianças,- as atividades serão
planeadas articulando os temas propostos no Projeto Educativo.
A educadora irá utilizar experiências-chave para orientar as suas
interações com as crianças e para planificar atividades que apoiam a sua
aprendizagem e o seu desenvolvimento global.
De acordo com a idade das crianças, que neste caso específico é entre os 3
e os 36 meses e tendo em conta as suas competências e saberes, temos
assim o ponto de partida para estimular as crianças conforme as suas etapas
de desenvolvimento. Ao elaborarmos a planificação semanal é necessário
termos em conta os seguintes fatores:
A adaptação da criança à sua nova sala, à equipa pedagógica e aos
seus pares;
O nível de desenvolvimento em que a criança se encontra,
A rotina diária;
As interações entre criança/adulto, adulto/criança e criança/criança;
A valorização das ações de cada criança;
O estímulo ao diálogo;
O estímulo à “negociação”.
Resta-nos salientar que a planificação e o trabalho pedagógico que se vai
realizando diariamente terão que ser flexíveis e ajustados às situações com
que nos vamos deparando.
Paralelamente a estas atividades iremos ainda comemorar, de forma a
promover a participação das crianças e das suas famílias na vida da Instituição
através de dias e eventos festivos, agendados no Plano Anual de Atividades.
EXEMPLO DE ATIVIDADES
Histórias simples;
Lengalenga;
Brincar com papéis coloridos
Colagem
Massa de farinha
Digitinta
Desenho livre e com vários tipos de materiais
Pinturas coletivas e individuais
Balões com cores
Bolas com sabão
Sacos cheios com materiais diversos
Bolas
Blocos grandes
Brincar com caixas de papelão
Brincar com caixas de cartão
Músicas (canções de roda, mímica)
Fantoches
Jogos de sombras
Contacto lúdico com alimentos
Pintura com diferentes técnicas
Celebrações relativas às passagens de etapas (largar a chucha, largar
a fralda…)
Vivência das festas escolares
Celebração dos aniversários de cada criança
CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DO BERÇÁRIO
IDADE DO GRUPO: 4 a 12 meses N.º DE CRIANÇAS: 8/9
EDUCADORA: Daniela Alves
AUXILIAR: Paula Tavares
NOME DA CRIANÇA
Bernardo Eiras Basto
Clara Tavares Veiga
Maria Ines Leite
Henrique Silva
João Garcês
Lourenço Pereira
Afonso Nunes
João Ramos
Carolina Rodrigues
Caracterização teórica
Entre os 5 e os 6 meses
- É a fase em que o bebé inicia a exploração com a boca, quer objetos,
quer o próprio corpo (mãos e pés).
- Movimenta as pernas e os braços para chamar a atenção do adulto, ao
mesmo tempo que faz algumas expressões faciais e balbucia alguns sons com
a mesma intencionalidade.
- Os ruídos, as bolhas com a boca e os sons “ergh” fazem já parte dos
seus recursos à comunicação.
- Quando vê ou ouve alguém conhecido seu, manifesta entusiasmo.
- Mantém-se de pé alguns segundos, quando apoiado pelo adulto.
- Começa a provar novos alimentos conseguindo expressar os seus
gostos ou desagrados
- Utiliza a mão completa para segurar os objetos.
- Nesta etapa da sua vida o bebé aprende a jogar e a imitar aqueles que
lhe são mais próximos.
Entre os 7 e os 8 meses
- É a fase do desenvolvimento que o bebé se revela com pessoa, com
as suas preferências e gostos.
- Levanta a cabeça e aguenta o seu peso com as mãos.
- Mantém-se sentado sem apoio.
- Tenta alcançar os objetos que estão longe de si.
- Gosta de bater e fazer ruídos com os objetos que já aprendeu a
segurar com os seus dedos.
- Reconhece aquilo que o rodeia, quer pessoas, quer o espaço físico.
- É capaz de demonstrar satisfação se estiver acompanhado pelos pais,
pessoas que conhece ou em convívio com outros bebés.
- Também é capaz de demonstrar desagrado, chorando ou mesmo
imitindo gritos que expressem a natureza da sua birra.
- Nesta etapa a criança quer decidir e reforçar o seu “eu”.
Entre os 9 e os 10 meses
- É a fase em que o bebé vai manifestando maior compreensão do que
dizem os pais com os quais pretende “conversar”, adicionando sons à sua
linguagem.
- Nesta idade o bebé senta-se, inclina-se para a frente sobre as mãos e
os joelhos para gatinhar.
- Há um maior controlo dos músculos e estes ficam mais fortes.
- Também ganha confiança, abre os braços quando se encontra
sentado, para que o levantem expressando contentamento.
- Agarra tudo o que está ao seu alcance e leva à boca, prosseguindo
desta forma as suas explorações.
Entre os 10 e os 11 meses
- É a fase em que a criança se converte em destruidora/(re)construtora,
pondo e tirando, empilhando e desfazendo.
-Adora ser levantada e gatinhar com muita velocidade.
-Adora estar rodeada de gente.
- Começa a dizer as primeiras palavras.
- Nesta sua nova etapa o bebé já reconhece o seu nome, sabe quem
são os pais e reconhece-se. O desenvolvimento do seu “eu” leva-o a ser
possessivo com os seus brinquedos e objetos.
- Começa a imitar sons de palavras verdadeiras com “mamã”, “papá”.
- O bebé começa a ter uma sensação de controlo do próprio corpo e
começa a pôr-se de pé sozinho.
- É uma etapa da vida do bebé em que há um desejo ilimitado para
explorar tudo o que está à sua volta.
ORGANIZAÇAO DO AMBIENTE EDUCATIVO
Organização do espaço/material
A sala dos bebés (berçário), é uma sala composta por três divisões; uma
para o dormitório, uma para as brincadeiras das crianças e a copa dos leites.
Na sala das brincadeiras temos a bancada das mudas com armário e
banheira.
Organização do tempo/rotinas
A organização das rotinas nesta sala é feita de acordo com o próprio
ritmo e tempo de cada criança.
9.00 Acolhimento das crianças com um membro da sala
9:30 – 11:30 Brincadeiras livres e / ou orientadas, exploração do
ambiente
11:30 – 12:00 Hora do almoço
Hora da higiene
12:15 – 15:00 Hora da sesta
15:00 – 16:00 Hora do lanche
Hora da higiene
16:00 – 18:00 Brincadeiras livres, exploração do ambiente
Chegada dos pais e familiares
Nota: Estes tempos e rotinas podem ser flexíveis e alteradas sempre
que se achar necessário e que seja em benefício da própria criança.
Princípios orientadores aos cuidados e à educação em grupo de bebés
Objetivos Estratégias
Permitir observações diárias
Trabalho de Equipa
Registos Episódicos e Planificações
Mensais
Apoio à Família
Promover Interações Adulto-Criança
calorosas e facilitadoras
Relações de confiança
Apoio
Encorajamento
Abordagem de resolução de
problemas para situações de conflito
Organizar e equipar um ambiente
físico acolhedor e orientado para as
crianças
Materiais sensoriomotores
Espaços
Arrumação
Estabelecer horários e rotinas que se
adaptem às crianças
Chegadas e Saídas
Rotinas de cuidados: comer, dormir e
cuidados corporais
Tempo de escolha livre
(brincadeiras e exploração do
ambiente) Tempo de grupo
Objetivos específicos para o grupo de crianças do berçário (dos 4
aos 12 meses)
Objetivo Meta
Promover a autonomia da criança
Aprender a:
Gatinhar
Andar
Fomentar a aquisição de novos
hábitos alimentares da criança
Ter uma alimentação
Semi-sólida
Sólida
Proporcionar à criança diferentes
sons
Produzir sons de animais
Dizer 3 palavras diferentes
Proporcionar momentos estimulação
sensorial
Pintar com as mãos
Manusear objetos com diferentes
texturas
CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE CRIANÇAS DA SALA DE 1 ANO
IDADE DO GRUPO: 1 ano N.º DE CRIANÇAS: 12/14
EDUCADORA: Ana Espanha
AUXILIAR: Cláudia Gomes
NOME DA CRIANÇA
Amanda Pantoja
Heloísa Martins
Lara Landolt
Eduardo Faro
Rita Nogal
Pedro Rocha
Raul Longa
Dinis Costa
Inês Sanches
Rodrigo Moura
Ruben Prata
Leonor
Carolina Seca
Frederico Moreira
Caracterização teórica
Aos 12 meses
Postura e movimentos largos
Passa da posição deitada para a sentada;
Senta-se bem;
Gatinha rapidamente;
Consegue levantar-se sozinha, quando apoiada;
Anda agarrada por uma ou por duas mãos.
Visão e motricidade fina
Apanha com precisão pequenos objetos;
Atira brinquedos de propósito e observa-os a cair;
Sabe onde ir procurar objetos e brinquedos que desaparecem do seu
campo visual;
Dá o objeto ou brinquedo a outra pessoa;
Aponta os objetos que lhe interessam;
Utiliza as duas mãos, mas pode demonstrar preferência por uma delas.
Audição e linguagem
Conhece e volta-se de imediato quando ouve o seu nome;
Balbucineia incessantemente;
Demonstra através do comportamento e das atitudes que compreende
algumas palavras no seu contexto habitual (nome próprio, nome de
alguns familiares, “passear”, “cão”, “pópó”, “comboio”, etc);
Compreende ordens simples associadas a gestos (“bate palminhas”, diz
“adeus”, “manda beijinhos”, etc);
Imita as vocalizações dos adultos quando brincam com ela.
Comportamento Social e o brincar
Segura o copo quando lho dão e devolve-o depois;
Usa a colher mas não sabe evitar que ela se volta. Mastiga bem;
Já ajuda mais enquanto se veste;
É incansável fisicamente e com uma enorme curiosidade;
Mexe em tudo o que está ao seu alcance;
Emocionalmente é instável;
Muito dependente da presença tranquilizadora do adulto;
É necessário haver uma vigilância muito grande para a proteger dos
perigos existentes no seu meio ambiente.
Aos 18 meses
Motricidade global
Anda bem com os pés pouco afastados;
Consegue transportar brinquedos grandes;
Empurra e puxa brinquedos grandes;
Consegue subir e descer de cadeiras pequenas;
Sobe escadas com ajuda;
Desce escadas de costas e por vezes de rabo.
Visão e motricidade fina
Faz rabiscos espontâneos e utiliza a mão que prefere;
Constrói torres de três cubos após demonstração;
Aprecia livros simples com gravuras, reconhecendo-as e apontando-as
nas páginas;
Volta 2 ou 3 páginas, de cada vez;
Apanha pequenos objetos logo que os vê com os dedos em movimento
delicado (de pinça).
Audição e linguagem
Palra melodicamente enquanto brinca;
Diz 6 ou 7 palavras reconhecíveis e compreende muitas mais;
Surge a ecolalia, ou seja, repete a última palavra da frase que lhe é
dirigida;
Aponta os objetos que quer, acompanhado de uma vocalização alta e
rápida ou com palavras simples;
Gosta de ouvir canções e tenta cantar;
Mostra em si ou numa boneca, o cabelo, o nariz, a boca, a mão, o pé,
etc.
Comportamento social e o brincar
Bebe sem entornar;
Segura a colher e leva a comida à boca;
Sabe tirar os sapatos, as meias e o chapéu;
Imita resumidamente atividades simples, com por exemplo: beijar a
boneca, ver um livro, limpar o chão, limpar a mesa, etc.;
Brinca sozinha com satisfação, mas gosta de estar perto e em contacto
físico com o adulto;
Emocionalmente ainda está muito dependente do adulto.
ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE EDUCATIVO
“É uma das atribuições fundamentais, talvez mesmo a principal, na
escola infantil é a de criar um ambiente adequado: não se trata de ensinar
nada, em sentido convencional, mas criar ambientes ricos e estimulantes que
permitam, e potenciem, o desenvolvimento global de todas as crianças. ”
(Zabalza, cadernos de infância)
A organização do ambiente educativo constitui um suporte de trabalho
curricular da Educadora e da sua Equipa. Assim como o ambiente influência o
individuo, este por sua vez, também influência o meio em que está inserido, daí
que perante determinados grupos temos que ter em conta o contexto onde este
se insere (comunidade, família, creche).
Para as crianças que vão para a creche é a oportunidade de viverem
com um grupo de iguais, de brincarem, de “conversarem” num ambiente
social de aceitação, de contato corporal e de confiança, mas é também a
possibilidade de adquirirem novas e positivas experiências cognitivas, afetivas,
sociais e emocionais. E nós sabemos que isto só se tornará possível
concretizar se o ambiente for calmo e seguro e que esteja organizado a nível
de espaço, materiais e rotinas de um modo atrativo e estimulante, para a
criança investir no seu próprio desenvolvimento, embora seja imprescindível a
orientação do adulto.
Organização do espaço/material
“A organização do espaço é um elemento determinante nas orientações
práticas de um currículo aberto, que privilegia o emergir de situações de
aprendizagem e, em simultâneo, cria zonas de desenvolvimento próximo, onde
o/a educador/a potencializa as produções das crianças em projetos de ação,
com vista a aprendizagem e ao desenvolvimento.” (Mendonça, cadernos de
infância)
A organização do espaço da sala, tem em conta as características e
necessidades das crianças, bem como o desenvolvimento de todas as suas
capacidades. Desta forma, devemos encorajar as crianças a explorarem o meio
que as rodeia, por exemplo a aprender as funções dos objetos, a classificar
objetos em grupos, a experimentar novos espaços e novos materiais, a colocar
questões sobre o que as rodeia, a manter conversações com os colaboradores,
desenvolver atividades criativas.
A Organização do espaço físico e dos materiais formaliza um contexto
onde se faz uma orientação para a aprendizagem de planear-fazer-arrumar.
Na sala, podemos encontrar vários espaços que proporcionam vivências
diferenciadas e que estimulam competências relativas às diferentes áreas de
desenvolvimento (aprendizagem e cognição; físico-motora; pessoal e social;
higiene, saúde e segurança).
A partir dos 12 meses as crianças tornam-se cada vez mais ativas na
sua mobilidade, com maiores capacidades manipulativas, assim como uma
maior necessidade em explorar, pois tornam-se cada vez mais curiosas. Por
estas razões torna-se fulcral que o espaço e os materiais se tornem atrativos e
estimulantes para que haja um bom desenvolvimento físico, sensorial, motor,
cognitivo e emocional das crianças.
“ O conhecimento não provém nem dos objetos nem da criança, mas sim
das interações entre a criança e os objetos.” Jean Piaget
As áreas existentes na sala são:
Área do Tapete e Jogos de Construção
Área dos Jogos de Mesa;
Área do Movimento (balancé, carros grandes);
Área de arrumação do material didático
Zona da higiene (muda-fraldas)
Zona de arrumação (catres)
Organização do tempo//Rotina
Com crianças pequenas as rotinas exercem um importante papel para
lhes dar segurança, de as fazer sentir comodamente. Uma vez que sabem
fazer essas rotinas diárias sentem-se muito mais donos do seu tempo e mais
seguros, pois sabem o que fazer.
A rotina desempenha também um papel facilitador na captação do
tempo e dos processos temporais. A criança aprende a existência de fases e o
seu encadeamento sequencial.
É de referir que a rotina funciona como um suporte para o educador,
pois permite-lhe gerir melhor o seu tempo, contudo, tem de ser flexível na
medida em que, com crianças pequenas seria impensável propor processos
rígidos.
Assim as rotinas da sala de um ano estão organizadas e definidas da
seguinte maneira:
Horas Atividades
9h Entrada/ Acolhimento/ Bons dias
9h30 Atividades livres
10h Atividade Educadora
10h30 Atividades Livres
11h00 Higiene
11h15 Almoço
12h00 Higiene
12h30 Descanso
14h45 Despertar/ Higiene
15h00 Atividades livres/ Atividade
15h30 Lanche
16h15 Higiene
16h45 Atividade
17h00 Atividades livres
17h30 Arrumação da sala/Higiene
Os horários e as rotinas são suficientemente repetitivos, embora
flexíveis, para permitirem que as crianças explorem, treinem e ganhem
confiança o que possibilita o desenvolvimento das suas competências. Assim a
Equipa Pedagógica da sala de um ano planificará de forma flexível, tendo em
conta as necessidades e interesses das crianças, proporcionando-lhes um
sentimento de controlo e pertença.
As rotinas são muito importantes nesta fase inicial do desenvolvimento da
criança pelas seguintes razões:
São geradoras de segurança para a criança e devem incluir todos os
aspetos do seu bem-estar físico e emocional;
São uma componente importante do dia-a-dia da criança, pois
proporciona-lhe experiências de aprendizagem a todos os níveis
(pessoal e social, emocional, cognitivo e motor).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O GRUPO DE CRIANÇAS DA
SALA DE 1 ANO (DOS 12 AOS 24 MESES)
OBJETIVOS
METAS
- Promover a autonomia da criança
Conseguir estar sentada no pote, pelo
menos 5 minutos
- Beber sozinho por um copo
- Comer sozinha com uma colher
- Dar sinal, por gestos ou por palavras
de querer ir à casa de banho para
fazer as necessidades fisiológicas
(controlo dos esfíncteres)
- Tirar os sapatos sozinha, desde que
estejam desapertados
- Promover o desenvolvimento da
criança a nível da expressão da
linguagem
- Dizer o seu próprio nome ou
diminutivo, quando se lhe pede
- Obedecer a 3 ordens diferentes sem
serem necessários gestos
- Dizer 10 palavras diferentes
-Pedir ao adulto o objeto ou jogo que
pretende, seja através de gestos ou
oralmente
- Construir frases simples (de 2 ou 3
palavras)
- Promover o desenvolvimento da
criança ao nível das competências
cognitivas
- Apontar para si próprio quando se
pergunta “Onde está
(nome da criança)
- Fazer rabiscos
- Retirar 6 objetos, um de cada vez,
de um recipiente
- Juntar objetos às figuras dos
mesmos
- Juntar objetos semelhantes
- Aponta 3 ou 4 partes do corpo
- Andar sozinho
- Proporcionar à criança experiências
ao nível da motricidade larga
- Sentar-se numa cadeira pequena
- Utilizar o cavalo de baloiço
- Subir para as cadeiras de adultos,
voltar-se e conseguir sentar-se
- Subir e descer as escadas sozinha
- Correr
- Proporcionar à criança experiências
ao nível da motricidade fina
- Construir torres de 3 cubos
- Fazer jogos de encaixe,
conseguindo fazer a respectiva
correspondência
- Fazer riscos com lápis de cor e de
cera
- Usar o movimento de pinça-fina para
agarrar pequenos objetos ou comida
- Fomentar a aquisição de hábitos
sociais
- Brincar junto de outra criança,
embora em tarefas separadas
- Cumprimentar adultos ou outras
crianças com um olá, quando lhe é
pedido
- Aprender a brincar com 1 ou 2
crianças da mesma idade ao mesmo
tempo, participando em danças/jogos
de bola, etc
- Iniciação ao jogo do faz de conta
“Deitar uma boneca, dar papa, pegar
ao colo e embalá-la”
- Ajudar o adulto em tarefas simples
(ex. dar a chucha a determinada
criança, dar o copo com água, dar
uma bolacha, arrumar os brinquedos
e livros)
CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE CRIANÇAS DAS SALAS DE
24 – 36 MESES A e B
IDADE DO GRUPO: 24 meses A N.º DE CRIANÇAS: 18
EDUCADORA: Monica Silva
AUXILIAR: Sílvia
Pereira
NOME DA CRIANÇA
David Pinto
João Monteiro
Duarte Silva
Rodrigo Santos
Pedro Costa
Henrique Fernandes
Ana Sofia Oliveira
Maria Rita Patrício
Carlota Santiago
Lucas Pinto
Constança
Leonor Borges
Vicente Lima
Miguel Coelho
Mª Clara Brás
Diogo Matias
Iris Rocha
David Teixeira
IDADE DO GRUPO: 30/36 meses B N.º DE CRIANÇAS: 7/12
EDUCADORA: Monica Lima
AUXILIAR: Marta Martins
NOME DA CRIANÇA
Ana Luiza Nunes
Mafalda Gomes
António Pacheco
Rodrigo Prata
Sofia Faria
Mafalda Rocha
Beatriz Ferreira
Ana Rosa Figueiredo
Esmeralda Ramos
Henrique Bilber
Mª Eduarda Rodrigues
António Pedro
Caraterização teórica
Segundo Jean Piaget, a criança dos 2 anos aos 7 anos, encontra-se no
estádio de desenvolvimento pré-operatório, quer isto dizer que já não estão
limitadas ao seu meio sensorial imediato, a sua capacidade mental de
armazenamento de imagens aumenta significativamente. Há um
desenvolvimento muito grande, quer a nível de vocabulário, quer a nível de
compreensão e uso de palavras.
Assim, é fundamental nesta idade estimular a criança contando-lhe
histórias, cantando canções, falando com ela. Este estímulo contribui para o
seu desenvolvimento cognitivo e vai fazer com que se inicie a curiosidade em
saber o porquê das coisas.
Por outro lado, é por volta dos dois, três anos de idade que se é capaz
de criar imagens mentais o que leva à compreensão de conceitos. Aliado a
este desenvolvimento cognitivo surge a fantasia e o jogo simbólico que se
manifestam através do jogo, do faz de conta, da imitação, do desenho e da
linguagem.
Relativamente à socialização pode-se dizer que a criança desta idade
não brinca com as outras crianças mas sim em paralelo, devido ao fato de
estar ainda a tomar consciência de si própria, dos seus sentimentos.
Progressivamente vai desenvolvendo e criando empatia com os outros e
começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros amigos pensam. Isto tudo
deve-se ao seu egocentrismo muito característico nesta fase. “Eu quero”, “é
meu” ou “não dou” são atitudes que originam conflitos e cabe ao adulto intervir
no sentido de lhe explicar que se deve partilhar.
A nível motor, aos dois anos, a criança anda num rodopio permanente,
pondo a casa em alvoroço. Passa todas as barreiras para explorar o
desconhecido. A experimentação aventureira, apesar de importante, acarreta-
lhe algumas revezes, expondo-a a pequenos acidentes caseiros, que tem
sempre o seu lado pedagógico.
A criança começa a mostrar-se muito mais independente e começa a
andar pelo seu próprio pé, a exploração é intensa e a criança parece estar
envolvida ativamente em praticamente tudo. Mostra interesse pelos trabalhos e
já faz desenhos com os lápis, colagens e pinturas, utilizando os dedos.
A maturação física liberta-a da dependência do biberão ou do seio
materno e permite-lhe controlar os esfíncteres. A criança já vai à casa de
banho e consegue puxar a roupa e sentar-se na sanita. O papel do adulto é
fundamental na medida em que deve incentivá-la para que tal aconteça. Deve
igualmente incentivá-la para que lave as mãos e a boca sozinha e para que se
dispa sem ajuda. Já consegue comer e beber utilizando a colher e o copo, não
sendo preciso que lhe deem tudo à boca.
A criança ao conseguir fazer estas pequenas tarefas sozinha vai-se
sentir mais independente e segura de si mesma e o modo como esta
necessidade é satisfeita afetará ao máximo o seu sentido de autonomia
pessoal.
ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE EDUCATIVO
O espaço físico exerce sempre um papel ativo no processo educativo,
porque, como afirma Hohmann e Weikart (2003, p. 181),
“é difícil que as crianças brinquem e aprendam num ambiente em que
faltem materiais, contudo elas colaboram entusiasticamente quando os adultos
organizam os espaços e materiais de uma maneira atraente. As crianças
podem explorar, construir, imaginar e criar, porque têm à sua disposição uma
variedade grande de materiais para escolher, manipular, e sobre os quais
podem falar com os colegas e com os adultos.”
Deste modo, quando está bem organizado e distribuído por áreas
permite que a criança decida o que quer fazer e fá-la assumir diferentes papéis
o que irá contribuir para a descoberta de si mesma, procurando movimentar,
construir, criar, experimentar, expressar, brincar, jogar e levar a cabo os seus
empreendimentos.
Organização do espaço/material
A sala 24-36 A tem bastante iluminação exterior com possibilidade de
escurecer através de estores uma vez que tem acesso ao recreio. À porta tem
um hall onde estão localizados os cabides e a casa de banho. Após as 9h e até
às 18h00 a sala destina-se ao desenvolvimento de actividades educativas
realizadas pelas crianças, individualmente ou em grupo. O espaço está
organizado em função das idades das crianças e pode ser e é alterado ao
longo do ano, mediante os interesses e necessidades do grupo. De momento,
início de ano letivo, tem a área da casinha, com armário para louças; mesa;
roupeiro; cama de bonecas; área de jogos de mesa com puzzles e jogos de
encaixe; área de jogos de chão com legos; área da garagem com carros; mesa
central para outras atividades; área de acolhimento e possui também bancada
de muda de fraldas.
Este é um espaço de liberdade propício às descobertas e experiências
das crianças, valorizando a autonomia como principal objetivo a atingir pelas
mesmas. Assim, as crianças circulam livremente pelas áreas da sala mas o
adulto orienta-as no sentido da arrumação dos materiais nas áreas
correspondentes.
A sala 24-36 B tem bastante iluminação exterior com possibilidade de
escurecer através de estores. Dentro da sala encontram-se os cabides
individuais de cada criança. O espaço está organizado em função das idades
das crianças e pode ser e é alterado ao longo do ano, mediante os interesses e
necessidades do grupo. De momento, início de ano letivo, tem a área da
casinha, com armário para louças; mesa; roupeiro; cama de bonecas; área de
jogos de mesa com puzzles e jogos de encaixe; área de jogos de chão com
legos; área da garagem com carros; mesa central para outras atividades.
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO/ROTINAS
A organização do tempo está intimamente relacionada com o
estabelecimento de rotinas. As rotinas constituem referências temporais e
surgem como fundamento com compreensão do tempo e das noções de
passado, presente e futuro.
Quase todos gostamos de novidade e aventura, no entanto, sentimo-nos
mais seguros e tranquilos se as cosias de um modo regular. Desta forma, as
rotinas ajudam-nos na estruturação biológica e da nossa própria personalidade.
As rotinas diárias proporcionam estabilidade e satisfação, contribuindo assim
para que a criança cresça de uma forma equilibrada.
A previsibilidade dos diferentes momentos de rotina contribui
principalmente para a própria segurança da criança. Deste modo, com o passar
do tempo, a criança vai estando cada vez menos dependente, tomando
consciência dos diversos momentos de rotina diária. Também importa referir
que esta rotina promove as interações com os outros, pois, ao existir uma
articulação entre as iniciativas do educador e das crianças, estas podem
trabalhar, quer autonomamente, quer em grupo, dentro ou fora da sala.
Assim sendo, a rotina deverá respeitar as crianças, as suas
necessidades, ideias e pensamentos, encorajando-as a agir num ambiente
saudável e feliz, facultando-lhes variadas experiências e aprendizagens
enriquecedoras e indispensáveis à felicidade de qualquer ser humano.
HORÁRIO LETIVO SALA 24-36 meses A e B
Horas Atividades
9h00 Bons dias/Marcação de presenças/tempo
9h45 Atividade Educadora
10h15 Atividades Livres
10h45 Atividade de expressão plástica
11h15 Higiene
11h30 Almoço
12h00 Higiene
12h15 Descanso
14h45 Despertar/Higiene
15h00 Atividades livres
15h30 Lanche
15h45 Higiene
16h00 Atividade Educadora
16h30 Atividades livres
17h30 Arrumação da sala/ Higiene
OBJETIVOS A ATINGIR PARA O GRUPO DA SALA DE 24- 36
Área da formação pessoal e social
Dar à criança a oportunidade para que exprima os seus sentimentos, as
suas necessidades ou angústias
Elogiar a criança pelas suas novas aquisições e novas conquistas
Estimular as brincadeiras e as atividades em grupo
Ajudar a criança a partilhar os brinquedos
Ajudar a participar na arrumação da sala
Fomentar a aquisição de regras cívicas
Desenvolver a capacidade de resolução de problemas
Desenvolver a autonomia da criança
Área da expressão e comunicação
Andar livremente e superar obstáculos como subir e descer escadas,
saltar, correr, jogar à bola
Desenvolver a motricidade fina
Desenvolver a motricidade geral
Desenvolver a destreza manual
Realizar sessões de movimento
Favorecer a expressão corporal através da música, das canções de roda
e de danças
Realizar dramatizações
Comer e beber sozinha, sentar-se e reconhecer o seu lugar à mesa
Estimular a criança a ser autónoma no desempenho das suas
necessidades fisiológicas e de higiene
Fomentar o controlo dos esfíncteres
Falar muito com a criança
Deixar a criança falar
Cantar para e com ela
Estimular a criança a dizer o que quer fazer e o que está a fazer
Contar histórias simples e apoiadas por imagens, livres, fantoches…
Mimar canções
Brincar com a criança dizendo lengalengas e rimas
Estimular a memória
Ouvir e contar histórias
Proporcionar atividades como desenho, pintura, modelagem, rasgagem,
colagem
Desenvolver os conceitos matemáticos (forma, cor, tamanho) através de
jogos
Promover o conhecimento das partes do corpo e suas funções
Ensinar deferentes noções espaciais (cima, baixo, atrás, frente)
Área do conhecimento do mundo
Favorecer a descoberta, a exploração e compreensão do espaço
Desenvolver a acuidade sensorial (gosto, olfato, tato, audição e visão)
Fomentar cuidados de higiene e saúde
PARCERIAS
Multipla Escolha – Atividades Extra
Escola Profissional Perpétuo Socorro
Rodinhas
AÇÕES DE FORMAÇÃO
- Prevenção de acidentes;
- O desenvolvimento emocional e do comportamento durante os primeiros
anos;
- Educação parental.
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
- Musica
- Dança
REUNIÕES
Equipa Docente – mensal
Atendimento a Encarregados de Educação – todos os dias sempre que
necessário.
Geral de pais - Anual
AVALIAÇÃO
“ Um planeamento e avaliação eficazes são interdependentes. O
planeamento tem valor quando influenciado por uma avaliação sistemática do
que foi aprendido e ensinado e a avaliação é sobretudo importante quando
influencia o que é planeado.” (Julie Fisher, Manual de Desenvolvimento
Curricular para a Educação de Infância)
A avaliação é o processo pelo qual o educador, os pais e as crianças
poderão ter consciência de toda a aprendizagem, das competências
exercitadas, assim como dos conhecimentos adquiridos. É importante, por isso,
que o educador faça uma avaliação continuada e construtiva com a própria
criança, no sentido de orientar a sua ação e o processo de ensino-
aprendizagem.
Esta apreciação é considerada, como um meio indispensável numa
prática significativa de qualidade. Esta é efetuada em grande grupo, em
pequenos grupos e individualmente, através de conversas, atitudes e registos
da criança, realizados diariamente.
Os processos e os efeitos serão avaliados tendo em conta os objetivos
propostos, através da utilização de técnicas e instrumentos de observação, PDI
(Plano Desenvolvimento Individual) e de registos diversificados. Também é
realizado o preenchimento de grelhas de avaliação propostas pela instituição,
no início e no fim do ano letivo.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL
O Plano Individual (PI) é um instrumento formal que visa organizar,
operacionalizar e integrar todas as respostas às necessidades e expectativas
da crianças e da sua família. Tem como principais objetivos promover:
• A aquisição de competências que a criança ainda não adquiriu
face à sua faixa etária
• A manutenção das competências já adquiridas
Os princípios a considerar aquando da elaboração, implementação e
avaliação do Plano:
• A individualização e personalização do Plano Individual,
respeitando os valores e os interesses, bem como as idiossincrasias da
criança e da sua família.
• A dimensão holística do indivíduo, constituindo-se as
categorizações meras abstrações que visam simplificar os registos e os
processos de trabalho.
• A participação ativa da família em todas as fases do processo
enquanto principal agente decisor.
• O trabalho em rede e em parceria, através da identificação de
outras estruturas da comunidade sempre que necessário.
• O assumir de uma atitude de apoio por arte dos elementos da
equipa, com uma comunicação ajustada e acessível para com a criança e a
sua família.
• O direito da família consultar o Plano Individual, bem como
solicitar a sua revisão.
RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA
De fato, a participação da família no processo de aprendizagem da
criança na escola deve ser algo considerado como indispensável e
enriquecedor.
É fundamental que os pais:
Deem informações sobre as rotinas diárias das crianças, assim como
as suas preferências (no sono e na alimentação, por exemplo);
Participem nas reuniões de pais e deem o seu parecer quando
pretenderem;
Colaborem na continuidade da aquisição de competências iniciadas
na escola;
A família da criança deve estar estritamente relacionada com o processo
de aprendizagem da mesma, de forma que todos possam cooperar para um
melhor aperfeiçoamento de competências e para o alargamento de
conhecimentos. É na valorização da família que a criança sente também a sua
importância enquanto membro da mesma e enquanto pertença de relações
afetivas ancoradoras. Se os pais participam e valorizam o processo de
aprendizagem da criança, ela sentir-se-á apta e estimulada para maiores
desafios e, consequentemente, para melhores concretizações.
Assim na reunião de pais é organizado um plano de atividades abertas
aos pais durante o ano( ex: festa de natal, dia do pai, dia da família, dia da
mãe, páscoa, s.joão, festa final de ano entre outros sugeridos também pelas
famílias). Os pais participam e organizam atividades com a educadora para
uma maior a proximidade da família na escola dentro do tema integrador.
Uma vez por período são feitas ações de formação para os pais, com
temas integradores às necessidades destes ( adaptação escolar, birras,
autonomia, autoestima, alimentação…entre outros)
Parece importante realçar que, apesar das dificuldades inerentes à
cooperação partilhada entre pais, pessoal da instituição e da comunidade,
todos procuram o melhor para as crianças; sendo que ninguém é o detentor da
razão.
CONCLUSÃO
É imprescindível ter em conta que a creche é a base do processo de
ensino aprendizagem. Constituem-se enquanto primeiros anos de escolaridade
que a criança levará consigo para o resto da vida. É, portanto, fundamental que
nos preocupemos em lhes possibilitar todas as condições e oportunidades,
para que se revelem quando homens.
Segundo a autora Gabriela Portugal refere, a qualidade dos cuidados
oferecidos à criança, tanto em casa como na creche, é determinante das
competências, comportamento e desenvolvimento da criança, o que vai
revelando a qualidade do ambiente familiar e do ambiente que a criança vive
na creche.
Para a elaboração de uma política educativa coerente ao nível da creche
torna-se imprescindível obter uma compreensão dos seus efeitos no bem-estar
e desenvolvimento da criança e uma compreensão do modo como as
circunstâncias atuais poderão ser melhoradas, tendo sempre em vista o
desenvolvimento integral da criança.
Concluímos assim, que a simbiose entre família/instituição são dois
agentes que juntos contribuirão para um desenvolvimento integral da criança,
proporcionando um ambiente seguro e de conforto, onde as crianças terão
oportunidade para serem elas próprias, possibilitando as suas descobertas e
respeitando as suas escolhas.
BIBLIOGRAFIA
FORMOSINHO, J. (org.) (1998) Modelos Curriculares para a Educação
de Infância . Porto: Porto Editora.
KATZ, L. & CHARD, S. (1997) A Abordagem de Projecto na Educação
de Infância. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
MARCHÃO, A. (2003). Práticas Educativas na Creche. Questões e
Problemáticas, Cadernos de Educação de Infância,. nº66. APEI
M.E. (1997) Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar.
Lisboa: Departamento de Educação Básica, Núcleo da Educação Pré-
Escolar.
PORTUGAL, G. (1998) Crianças, Famílias e Creches – Uma Abordagem
Ecológica da Adaptação do Bebé à Creche – Colecção CIDINE. Porto:
Porto Editora
SIRAG – BLATCHFORD, I (coord). (2007). Manual de Desenvolvimento
Curricular para a Educação de Infância. Lisboa: Texto Editora.
REGULAMENTO INTERNO