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AULA 3
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Saudaes, prezado aluno!
Em nossa terceira aula, estudaremos a regncia de alguns
nomes e verbos, os casos de ocorrncia (ou no) da crase e a redao de
correspondncias oficiais. Em relao regncia, digo de alguns nomes
e verbos porque a grande quantidade deles no lxico da nossa Lngua no
nos permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, ento, no
estudo da regncia de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento no
pode faltar a voc.
REGNCIA NOMINAL
Regncia nominal a relao entre um substantivo, adjetivo
ou advrbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relao
intermediada por uma preposio. Vejamos trs exemplos do que acabei
de falar:
(1) Os cursos do Ponto tm sido teis a muitos candidatos.
(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos esto
mais perto da aprovao.
(3) Todos vocs tm capacidade para passar no concurso!
(...) noite, o cu se abre limpo e estrelado.
8 um convite contemplao da natureza. (...)
poca, 9/5/2005 (com adaptaes).
ADJ. COMP. NOMINAL
PREP.
ADV. COMP. NOMINAL
PREP. (de + a)
SUBST. COMP. NOMINAL
PREP.
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1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal
indicativo de crase em contemplao indica que esse termo regido
pelo substantivo convite; mas se a opo fosse por uma orao com o
verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.
Comentrio A primeira parte da declarao est correta. Realmente, o
substantivo convite tem seu significado semntico completado pelo termo
contemplao. Note a fuso que ocorreu entre a preposio a exigida
pela regncia transitiva do substantivo convite e o artigo feminino a que
acompanha o substantivo contemplao. Esse fenmeno justifica o
emprego do acento grave indicativo de crase ().
E o que dizer da parte final da declarao? Antes de
responder pergunta, experimente reescrever a passagem empregando o
verbo convidar. Tenha em mente que o verbo convidar tambm
transitivo (direto e indireto) e pede complemento. Na questo da prova,
esse verbo estaria tambm complementado explicitamente por termo regido
pela preposio a, justificando a presena obrigatria do acento grave
indicativo de crase.
Resposta Item errado.
Abaixo est uma relao de nomes e suas regncias que
merecem sua ateno, j que o emprego deles frequente em concursos
das mais diversas bancas examinadoras:
Acessvel a
Acostumado a ou
com
Alheio a
Aluso a
Ansioso por
Ateno a ou para
Atento a ou em
Benfico a
Compatvel com
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Cuidadoso com
Desacostumado a ou
com
Desatento a
Desfavorvel a
Desrespeito a
Estranho a
Favorvel a
Fiel a
Grato a
Hbil em
Habituado a
Inacessvel a
Indeciso em
Invaso de
Junto a ou de
Leal a
Maior de
Morador em
Natural de
Necessrio a
Necessidade de
Nocivo a
dio a ou contra
Odioso a ou para
Posterior a
Preferncia a ou por
Prefervel a
Prejudicial a
Prprio de ou para
Prximo a ou de
Querido de ou por
Residente em
Respeito a ou por
Sensvel a
Simpatia por
Simptico a
til a ou para
Versado em
Ateno especial deve ser dada aos nomes que regem
preposio A, por possibilitarem a ocorrncia de crase. Foi explorando esse
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conhecimento que uma questo apareceu na prova elabora pelo Cespe, para
o cargo de tcnico judicirio do Supremo Tribunal Federal, em 2008.
1 O consumo das famlias dever crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famlias uma das
principais mudanas nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traadas pela Confederao Nacional da
7 Indstria em relao s previses apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
(...)
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptaes).
2. (Cespe/STF/Tcnico Judicirio/2008) Na linha 7, o emprego do sinal
indicativo de crase em s previses justifica-se pela presena de
preposio, exigida pela locuo em relao, e pelo emprego de artigo
definido feminino plural antes de previses.
Comentrio Note que a locuo em relao a possui em sua parte final
a preposio a. Essa expresso exige sim um complemento, que no caso em
estudo est pluralizada e acompanhada de artigo definido: as previses
apresentadas em dezembro do ano passado. O encontro de a (preposio)
com as (artigo) desencadeia a fuso desses dois vocbulos, que na escrita
evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase.
Resposta Item certo.
Verifique a partir de agora outras questes de provas anteriores.
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1 Uma antiga preocupao dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
os costumes da terra. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue a assertiva
abaixo.
Na expresso era a de assegurar (l. 2), a presena da preposio de
decorre da regncia de preocupao (l. 1).
Comentrio Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar
este item ocorreu por causa da ausncia do vocbulo preocupao na
expresso em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que
ocorre a elipse do substantivo preocupao. Note: Uma antiga
preocupao dos legisladores do passado era a [preocupao] de assegurar
o direito dos povos de manter os costumes da terra. Ficou melhor agora?
Tanto diante de os legisladores, quanto de assegurar, a preposio de se
faz presente em virtude da regncia do substantivo preocupao. Res-
posta Item certo.
1 Folha O sr. concorda que muitas das restries
impostas pelo Estado so impostas por pensamen-
tos puritanos de parte da sociedade?
(...)
Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptaes).
4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia s regras
prescritas pela gramtica a seguinte formulao da pergunta feita ao
entrevistado: O senhor concorda com a idia de que, entre as restries
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estabelecidas pelo Estado, muitas so impostas por pensamentos
puritanos de parte da sociedade?
Comentrio Deve chamar a sua ateno o surgimento da orao
subordinada substantiva completiva nominal regida corretamente pela
preposio de, que surgiu agora por imposio do substantivo idia.
Resposta. Item certo.
(...) Mas foi a partir do sculo
XIX que a expanso mundial do capitalismo deu origem
13 conscincia de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir.
Srgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:
Eduardo Portella (Org.). Reflexes sobre os caminhos do livro.
SoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptaes).
5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecrio/2006) Em conscincia de
que (l. 13), o emprego da preposio de decorrente da regncia de
conscincia.
Comentrio O substantivo conscincia pertence orao Mas a partir
do sculo XIX a expanso mundial do capitalismo deu origem
conscincia. Voc deve estar curioso, querendo saber onde foram parar
as palavras foi e que, no mesmo? Repare que elas so meras palavras
de realce. Podem ser retiradas da orao sem qualquer prejuzo para o
enunciado. Tanto verdade que eu as retirei sem que qualquer problema
acontecesse, percebeu? Pois bem, semanticamente o vocbulo conscincia
no se esgota. Ele precisa de um termo que lhe complete o sentido. com
essa finalidade que surge a orao de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir. Junte os dois segmentos e observe
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que a articulao entre eles possibilitada pela presena da preposio de,
que decorre da regncia do prprio substantivo conscincia.
Resposta Item certo.
1 A Cmara dos Deputados brasileira aprovou, por
265 votos favorveis e 61 contrrios, a adeso da Venezuela
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,
4 Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adeso, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da prpria
Venezuela j votaram pela entrada do pas no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda no chancelaram o
10 acordo. Dados da Comisso de Relaes Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do pas resultar em um
bloco com mais de 250 milhes de habitantes, rea de
13 12,7 milhes de km2, PIB superior a U$ 1 trilho
(aproximadamente 76% do PIB da Amrica do Sul) e
comrcio global superior a US$ 300 bilhes.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) O emprego de preposio em ao
MERCOSUL (l.3) justifica-se pela regncia de contrrios (l.2), que
exige preposio a.
Comentrio Na verdade, a preposio a exigida pela regncia do nome
adeso (adeso de quem a qu?): a adeso da Venezuela ao
MERCOSUL.
Resposta Item errado.
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7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) Nas duas ocorrncias de superior a
(l.13 e 15), a funciona como artigo definido.
Comentrio O vocbulo a preposio exigida pelo nome superior
(superior a qu?), que seguido por complemento: superior a U$ 1 trilho
e superior a US$ 300 bilhes.
Resposta Item errado.
Como voc est indo at agora? Caso no tenha entendido
alguma explicao, sugiro que volte a ela imediatamente. No prossiga sem
que as dvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tpico sobre
regncia verbal (faremos isso nas prximas linhas), recomendvel que
voc esteja seguro em relao ao que acabamos de estudar. Outras
informaes sero acrescentadas. No deixe que as dvidas se acumulem.
REGNCIA VERBAL
O que o que ?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem no gosto como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem no se gosta mais e que no gosta mais da
4 gente como se chama essa mgoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupao beata, milagrosa, sorridente e idiota como se
7 chama o que se sentiu? O nico modo de chamar perguntar:
como se chama? At hoje s consegui nomear com a prpria
pergunta. Qual o nome? e este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
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VTD
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) No ttulo do texto, as duas ocorrncias da
forma verbal so sintaticamente equivalentes.
Comentrio No possvel responder questo sem antes perceber que
a distino entre as duas ocorrncias da forma verbal leva em conta esse
tpico da nossa Lngua: transitividade verbal. Na verdade, a questo requer
noes semntico-sintticas, e no apenas sintticas.
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos
indiretos) lhes integram os sentidos so classificados como transitivos.
Esto divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)
no so introduzidos obrigatoriamente por preposio;
(4) Quero gua.
(5) A mdico, confessor e letrado nunca enganes.
Em (9), a preposio A empregada simplesmente por motivo
de nfase, e no pela exigncia da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.
b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos
indiretos) so necessariamente introduzidos por uma preposio, exceto
quando empregado um pronome oblquo tono (me, te, se, nos, vos, lhe);
(6) Gosto de gua.
(7) Custou-me entender o assunto.
VTD OD
ODP
VTI OI
VTI OI
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c) transitivos diretos e indiretos: renem, ao mesmo tempo,
objetos diretos e indiretos;
(8) Deram-lhe um presente.
H tambm verbos considerados de sentidos completos, por no
exigirem complementos que lhes integrem os significados. So conhecidos
como intransitivos.
(9) Infelizmente, a vtima do acidente morreu.
Todos esses verbos so considerados nocionais (possuem valor
semntico, denotam acontecimento, fenmeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser
mencionada aqui. a dos verbos de ligao, tambm considerados no
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou
predicaes incompletas), unem (ligam, servem de ponte) o sujeito da
orao a seu predicativo (funo esta desempenhada por adjetivos,
substantivos ou pronomes).
(10) Maria feliz.
Verbos de ligao denotam situao permanente, situao
transitria, mudana de situao.
(11) Joo estudioso. (situao permanente)
(12) Joo est cansado. (situao transitria)
(13) Joo ficou alegre. (mudana de situao)
VTDI OI OD
VI
Suj. VL Pred.
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Estaria tudo muito bom se as coisas fossem to certinhas assim,
no mesmo? O fato que a classificao de um verbo em transitivo
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou
de ligao depender das relaes semntico-
-sintticas entre os termos da orao.
(14) Joo anda cansado.
(15) Joo anda depressa.
Em (18), o verbo (anda) denota o estado de Joo no
momento da fala e liga o sujeito da orao (Joo) ao seu predicativo
(cansado). , pois, verbo de ligao (copulativo, no nocional).
Em (19), o mesmo verbo agora indica a ao exercida pelo
sujeito. , pois, verbo nocional. Notem que o vocbulo depressa no
integra o significado do verbo, mas indica a circunstncia (de modo) em que
a ao desenvolvida.
Creio que agora podemos responder questo da prova do IRBr.
Perceba, preliminarmente, que o ttulo do texto composto por duas
oraes:
(16) O que o...
(17) ...que ?
Notoriamente, trata-se de um perodo composto por
subordinao. A primeira orao a principal; a segunda, subordinada. Esta
repare bem introduzida pelo pronome relativo que. Portanto, uma
orao subordinada adjetiva.
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O verbo da primeira orao () liga o predicativo o (pronome
demonstrativo substantivo) ao sujeito que. Em uma anlise semntico-
-sinttica, portanto, ele ocorre como verbo de ligao, copulativo, no
nocional. O mesmo verbo, na segunda orao, no faz esse tipo de ponte.
Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome
substantivo desempenhando a funo de predicativo do sujeito. Em (21), o
verbo tomado como intransitivo, nocional.
Resposta Item errado.
Uma vez entendido o porqu da classificao de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligao,
j estamos aptos a tratar especificamente da regncia de alguns verbos.
Diga-se ainda que a regncia verbal pretende estabelecer os diversos
regimes com que um verbo pode ser empregado, como nos ensina o
eminente professor Dcio Sena.
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem
desenvolver-se atividades de apoio logstico ou de
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve sua prpria lgica
4 de disseminao transnacional, que busca continuamente
novas reas de atuao e, tambm, s vantagens especficas
que cada pas pode oferecer a membros de organizaes
7 extremistas, como facilidades de obteno de documentos
falsos ou de acesso a seu territrio, alm de movimentao,
refgio e acesso a bens de natureza material e tecnolgica.
(...)
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista
Brasileira de Inteligncia. Braslia: ABIN, v. 3, n. 4, set./2007, p. 36.
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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligncia/2008) Em s vantagens (l.5), o
sinal indicativo de crase justifica-se pela regncia de deve (l.3) e pela
presena de artigo definido feminino plural.
Comentrio Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado,
a causa do que declarado no perodo anterior. Nesse sentido, transitivo
indireto e exige preposio A, que, ao lado do artigo definido feminino plural
AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenmeno lingustico conhecido
como crase.
Resposta Item certo.
Observao. J foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua
transitividade mudada conforme o contexto. Tal o caso tambm do verbo
que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfaes esposa, o
verbo (no sentido de ter de pagar; ter dvidas ou obrigaes) agora
transitivo direto e indireto. Note que o vocbulo satisfaes completa o
sentido do verbo sem a necessidade de preposio, enquanto o termo
esposa outro complemento do mesmo verbo surge regido pela
preposio a, que se fundiu com o artigo feminino singular a (repare o
acento indicativo de crase).
1 Assistimos dissoluo dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da cincia e da cultura. No
existe narrao ou gnero do discurso capaz de dar um
4 traado nico, um horizonte de sentido unitrio da
experincia da vida, da cultura, da cincia ou da
subjetividade. H histrias, no plural; o mundo tornou-se
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7 intensamente complexo e as respostas no so diretas nem
estveis. (...)
Dora Fried Schnitman. Introduo: cincia, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptaes).
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligncia/2008) O emprego do sinal indicativo
de crase em dissoluo (l. 1) deve-se dupla possibilidade de
relaes sinttico-semnticas para o verbo assistir.
Comentrio Vamos aproveitar esta questo de prova para conhecer as
acepes do verbo ASSISTIR.
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR;
seu complemento regido pela preposio A: Assistimos ao final do
campeonato.
b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,
TER DIREITO; seu complemento tambm regido pela preposio A: No
assiste ao professor reclamar tanto.
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,
exige preposio A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTNCIA: O
mdico assistiu a vtima. Igualmente correta estaria a construo: O mdico
assistiu vtima. Repare o acento grave indicativo de crase (fuso da
preposio A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de
mesmo gnero gramatical).
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: H cinco
anos resido em Braslia. Observe a presena da preposio em exigida
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (no confunda esse
termo com objeto indireto).
Agora j podemos dar incio ao comentrio da questo
propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por qu?
A parte final da declarao traz um conceito discutvel. A ocorrncia da
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crase, muito embora dependa realmente da regncia do verbo ASSISTIR,
deve-se ainda pela presena do artigo feminino A que acompanha o
substantivo dissoluo.
No obstante, a admisso do verbo ASSISTIR como
transitivo direto ou indireto s faz sentido se o tomarmos com os valores
semnticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepo
alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a
interpretao do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a
observao do fato exposto no perodo em que surge.
Resposta Item realmente ruim; melhor mesmo foi ter sido anulado.
1 Um homem do sculo XVI ou XVII ficaria espantado
com as exigncias de identidade civil a que ns nos submetemos
com naturalidade. Assim que nossas crianas comeam a falar, 4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)
Philippe Aris. Histria social da criana e da famlia.
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptaes).
11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligncia/2008) O emprego da preposio
antes do pronome, em a que (l. 2), atende regra gramatical que
exige a preposio a regendo um dos complementos do verbo
submeter.
Comentrio A resoluo deste item precisa considerar dois ensinamentos
importantes. O primeiro a prpria razo de ser desta aula e tratada nesta
seo: regncia verbal. Realmente, o significado da forma verbal
submetermos tomado como transitivo direto e indireto exige um
complemento sem preposio (nos, pronome pessoal oblquo tono) e
outro complemento regido pela preposio A (o objeto indireto). Mas qual
mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? o pronome
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relativo que, substituto semntico da expresso nominal as exigncias de
identidade civil. O segundo ensinamento diz respeito colocao da
preposio exigida pelo verbo que integra oraes subordinadas adjetivas
(a que ns nos submetemos com naturalidade). Sim, a preposio exigida
pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo
introdutrio dessas oraes.
Resposta Item certo.
12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opo que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
a) Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor, destacou. O presidente
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%
dos votos totalizados em todo o pas s 22 horas, mas o ndice foi
alcanado s 19 h 30 min.
b) Ao responder uma questo sobre os resultados apontados na apurao
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurlio considerou que,
sem dvida alguma, a diferena maior de votos resulta por
legitimidade para o candidato eleito. O ministro Marco Aurlio
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram
s urnas para exercer esse direito inerente cidadania, que o direito
de escolher os representantes.
Comentrio Alternativa A: apresenta dois problemas de regncia verbal.
O primeiro deles o emprego da preposio de para reger o complemento
da forma verbal lembrou. comum que algumas pessoas se atrapalhem
com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses
verbos apresentas variados regimes. Vamos a eles!
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a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxlio do
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada
detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: o livro e
cada detalhe.
b) Transitivos indiretos quando conjugados
pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do
verbo: me e se; II) objeto indireto: do livro; de cada detalhe.
c) Transitivos indiretos quando em construes nas quais a
coisa esquecida assume a funo de sujeito e a pessoa (normalmente
representada pelo pronome oblquo) representa o objeto indireto:
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: o
livro e cada detalhe; II) objeto indireto: me.
De acordo com a explicao em A, voc pode entender que o
verbo lembrou transitivo direto e a preposio de que o segue est
sobrando no enunciado. Tambm est sobrando a preposio de que
rege a orao subordinada substantiva predicativa chegar ao patamar de
90% dos votos totalizados em todo o pas. A redao correta deve ser a
seguinte: Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema
que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor, destacou. O presidente
lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos
totalizados em todo o pas s 22h, mas o ndice foi alcanado s 19h30min.
Voltemos agora nossas atenes para a alternativa B, em que
h trs problemas de regncia verbal. A primeira diz respeito ao regime do
verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:
a) Transitivo direto e indireto (exige preposio A) com
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.
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b) Transitivo indireto (exige preposio A) com relao
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatrio.
c) Transitivo direto com relao ao que foi respondido ou
resposta dada: Ele respondeu que no iria praia.
Notem a ausncia da preposio A antes do complemento do
verbo responder na passagem em surge, indicando erroneamente seu
emprego como transitivo direto.
E no s isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege
preposio EM e no por como est no texto. Por ltimo, o verbo
CONGRATULAR transitivo direto, isto , seu complemento no necessita de
preposio. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu
emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria tambm
transitivo indireto, porm regendo preposio COM. O emprego da
preposio a completamente descabido.
Resposta Itens errados.
(...) Desde ento,
7 vm se impondo, entre especialistas ou no, a compreenso
sistmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudana nos comportamentos
10 predatrios e irresponsveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentvel, capaz de atender
s necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.
Paulo Marchiori Buss. tica e ambiente.
In: Desafios ticos, p. 70-1 (com adaptaes).
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo
de crase em s necessidades (l. 12) obrigatrio; a omisso desse
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sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regncia
estabelecidas pelo padro culto da linguagem.
Comentrio A regncia aludida a do verbo atender (l. 11). Ento,
voc precisa conhecer o regime dele para responder corretamente
questo. ATENDER trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige
preposio A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado
imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se
empregar a crase na expresso s necessidades, esse verbo foi tomado
como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construo as
necessidades (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse
empregado com regncia transitiva direta.
Resposta Item errado.
Ateno! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER
e PRESIDIR. O diretor presidiu a() reunio. Satisfarei (a)o teu desejo.
1 O real no constitudo por coisas. Nossa
experincia direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto , de objetos fsicos, psquicos, culturais oferecidos
nossa percepo e s nossas vivncias. (...)
Marilena Chaui. O que ideologia, p. 16-8 (com adaptaes).
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relaes de coerncia e
a correo gramatical do texto ao se inserir a preposio de logo depois
da forma verbal imaginar (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o
real (...).
Comentrio No difcil perceber que o verbo imaginar transitivo
direto e que, por isso mesmo, seu complemento no vem regido por
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preposio (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposio de no tem
vez no segmento.
Resposta Item errado.
1 O poder poltico produto de uma conveno, no
da natureza, como postulava Aristteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mo de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituio e voto. In: Filosofia,
cincia&vida. Ano III, n. 27, p. 40-1 (com adaptaes).
15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correo gramatical do
texto e a coerncia entre os argumentos ao se substituir
consubstanciados (l.5) por que consubstanciam.
Comentrio A melhor maneira de perceber o equvoco reescrever a
passagme como a banca indica: que consubstanciam na propriedade, na
vida, na liberdade e em outros bens. Antes, o adjetivo-particpio exigia a
preposio em (consubstanciados em qu?). Agora, a forma verbal
consubstanciam (consubstanciam o qu?) possui regncia transitiva direta
e dispensa a preposio.
Resposta Item errado.
Precisamos ainda conhecer a regncia de mais alguns verbos.
ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.
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b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturrio aspira ao cargo de
gerente.
CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presena: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de
patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).
CUSTAR
a) VTI (conjugado na 3 pessoa) = ser difcil, ser penoso: Custou-me
entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudncia custou-lhe lgrimas amargas.
c) VI = estabelecer preo: Este rdio custou vinte reais.
IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqncia: Teu nervosismo implicou a tua
reprovao.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmo.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situaes delicadas.
INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.
1 A Organizao dos Estados Americanos (OEA)
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento
maior a excluso dos EUA. o caso da proposta de uma 4 nova organizao de pases da Amrica Latina e Caribe, que
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se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do
Rio e a UNASUL. O poder de Washington j fora avisado
7 por instituies acadmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigncia. (...)
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptaes).
16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) Em de que a OEA (l.7), o emprego
de preposio de se deve regncia de avisado (l.6).
Comentrio Usou-se o particpio do verbo avisar em construo de voz
passiva. Perceba que O poder de Washington fora avisado de algo, ou
seja, de que a OEA corre o risco de perder vigncia.
Resposta Item certo.
PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto regido pela preposio A): Prefiro
cinema a televiso. Prefiro o cinema (a + a) televiso. (CERTO).
Prefiro mais cinema do (de + o) que televiso. (ERRADO).
Obs.: O significado de PREFERIR no admite gradaes (mais... que;
menos... que; tanto... quanto). Alm disso, a preposio que rege seu
complemento indireto , obrigatoriamente, A.
VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da
linguagem.
MORAR/RESIDIR/SITUAR
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a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peanha. (CERTO) /
Ela reside (a + a) rua Dr. Nilo Peanha. (ERRADO)
OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeo a meu pai. No desobedea a seus pais.
CRASE
Vamos agora estudar os casos de ocorrncia (ou no) de
crase, um fenmeno lingustico que consiste na pronncia de vogais
idnticas e sequenciais em uma mesma slaba. Observe como isso se d nos
versos do poeta Casemiro de Abreu:
Teu pensamento como o Sol que morre
H de cismando mergulhar-se em mgoas
Durante a noite quando o orvalho desce.
Entretanto, o que nos interessa nesta aula so apenas os casos
de crase envolvendo a preposio A e a vogal A, que recebem notao
grfica especfica (acento grave): .
(18) Fomos (a + a) festa de aniversrio do nosso vizinho.
Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposio A e o termo regido vier determinado pelo
artigo feminino A(S), a crase surgir e dever ser indicada pelo acento
grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questes de prova:
17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em
Educao indicar professora o que realizar, dando-lhe a
oportunidade de escolher os prprios mtodos.
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Comentrio Note que o verbo indicar requer dois complementos: um
regido sem preposio (o que realizar) e outro regido pela preposio a
(a professora), a qual se une ao artigo definido feminino a integrante do
complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom
ensinamento: indicar algo a (preposio) algum.
Resposta Item certo.
1 O real no constitudo por coisas. Nossa
experincia direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto , de objetos fsicos, psquicos, culturais oferecidos
nossa percepo e s nossas vivncias. (...)
Marilena Chaui. O que ideologia, p. 16-8 (com adaptaes).
18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em oferecidos nossa
percepo e s nossas vivncias (l.4-5) indica que oferecidos tem
complemento regido pela preposio a.
Comentrio Sim, verdade o que foi declarado. O adjetivo-particpio
oferecidos reclama preposio a para reger seu complemento (oferecido a
quem?). Como os termos regidos admitem a presena do artigo feminino
(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge
naturalmente: a + a = ; a + as = s.
Resposta Item certo.
1 O Brasil e o Paraguai vo discutir a reviso do
Tratado de Itaipu e uma possvel renegociao da dvida de
US$ 19,6 bilhes da hidreltrica com o Tesouro Nacional. 4 A deciso foi tomada durante um encontro entre os
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presidentes Luiz Incio Lula da Silva e o paraguaio Fernando
Lugo, paralelamente Cpula da Amrica Latina e Caribe.
(...)
Denise Chrispim Marin e Tnia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptaes).
19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prmio/2009) O sinal indicativo de crase em
Cpula (l.6) justifica-se pela regncia de paralelamente, que exige
preposio a, e pela presena de artigo definido feminino singular.
Comentrio isso mesmo. O advrbio paralelamente requer
a preposio a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo
singular a que determina a expresso Cpula da Amrica Latina e Caribe.
Resposta Item certo.
1 A Alemanha vai enfrentar a pior recesso desde a
2. Guerra Mundial e j planeja, para 2009, um novo pa-
cote de estmulo economia. (...)
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptaes).
20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prmio/2009) O sinal indicativo de crase em
economia (l.3) justifica-se pela regncia de planeja (l.2) e pela
presena de artigo definido feminino.
Comentrio Aqui o motivo outro. A regncia no do verbo planeja
(que sequer pede preposio, pois transitivo direto); mas, sim, do
substantivo estmulo (linha 3).
Resposta Item errado.
Tambm merecem destaque os casos de crase que surgem do
encontro da preposio A com a letra A que inicia os pronomes
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demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=
aquela) pronome demonstrativo.
(19) O aluno referia-se quela questo anulada da prova.
(20) O prmio foi dado que chegou primeiro.
Em (23), a forma verbal referia-se (se parte integrante do
verbo) transitivo indireto. Seu complemento regido pela preposio A,
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo aquela.
Em (24), o complemento indireto de dado regido tambm
pela preposio A, que se funde com o pronome demonstrativo A (=
aquela).
Vejamos outra questo de prova:
21. (Cespe/CEF/Tcnico Bancrio/2006) Julgue os seguintes itens quanto
concordncia e regncia.
12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcanados
com a aplicao dos recursos, so permitidos aqueles contribuintes que
tem aplicao no PREVINVEST da CAIXA.
Comentrio Comentarei apenas o que se refere ocorrncia da crase
neste exerccio. A expresso so permitidos deve fazer surgir um
complemento indireto regido pela preposio A: algo permitido a algum.
O termo que lhe serve de complemento indireto (aqueles... da CAIXA)
iniciado pelo pronome demonstrativo aqueles. Pois bem, o encontro da
preposio A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a
ocorrncia da crase: quelas, que no foi indicada no texto.
Resposta Item errado.
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Passarei explicao de outros casos obrigatrios de emprego
do acento grave indicativo de crase.
1. Nas locues adverbiais femininas
(21) Sairs s pressas.
(22) Todos, uma, aplaudiram a deciso do professor.
2. Nas locues prepositivas femininas
(23) Vivia s expensas do (de + o) tio.
(24) A polcia saiu procura da (de + a)quadrilha.
Observao: a crase ser de rigor quando uma locuo
prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que
acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.
1 Creio que h evidncia contundente em favor do
argumento de que os investimentos pblicos em pesquisa
cientfica tm tido um retorno bastante compensador em
4 termos da utilizao para o bem-estar social dos progressos
cientficos obtidos. Por outro lado, creio tambm que se
pode questionar, no somente quanto aplicao de
7 conhecimentos cientficos com finalidades destrutivas ou
nocivas humanidade e natureza, mas tambm quanto
distribuio desses benefcios entre diferentes setores da sociedade.
(...)
Samuel Macdowell. Responsabilidade social
dos cientistas. In: Estudos Avanados, vol. 2, n. 3,
So Paulo, set.-dez./1988 (com adaptaes).
22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrncias de crase em
aplicao (l.6) e humanidade e natureza (l.8) justificam-se pelo
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uso obrigatrio da preposio a nos complementos de questionar
(l.6).
Comentrio As ocorrncias da crase justificam-se por outro motivo. Na
linha 6, o a final da locuo prepositiva quanto a contraiu-se com o artigo
definido feminino da expresses a aplicao (repare que caso semelhante
corre em quanto distribuio, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge
em razo da regncia do adjetivo nocivas (nocivas a qu?) e da presena
do artigo definido feminino das expresses a humanidade e a natureza.
Resposta Item errado.
3. Nas locues conjuntivas femininas
(25) medida que estudo, mais aprendo.
(26) proporo que vocs estudam, mais se aproximam da
aprovao.
4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem
aula 2, pgina 4, se vocs tiverem dvidas quanto ao que seja pronome
substantivo)
(27) Sou favorvel proposta dele e no sua.
(28) Refiro-me a sua proposta e minha.
5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as
palavras MODA, MANEIRA
(29) Cortou cabelo (maneira de) prncipe Danilo.
(30) Usava sapatos (moda) Lus XV.
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opo que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
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O presidente do TSE, Marco Aurlio de Mello, atribuiu ao
aprimoramento do processo eleitoral eletrnico avelocidade da
totalizao dos votos. Nesta ltima eleio, oTSE bateu o recorde
histrico, alcanando a totalizao de 90% dos votos s 19 h. s 21 h
15 min, j haviam sido apuradas 99% das urnas.
Comentrio No existe erro de natureza gramatical no fragmento em
anlise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota,
ressaltarei somente o emprego correto e obrigatrio dos dois acentos graves
indicativos de crase nas locues adverbiais s 19 h e s 21 h 15 min.
Resposta Item certo.
Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por no
atenderem ao propsito desta aula. Peo que se acostumem com esta
metodologia de estudo.
H construes em que o fenmeno da crase pode ou no
ocorrer. So casos facultativos de emprego do acento grave.
1. Antes de nome prprio feminino (se for personagem histrica, o uso
proibido)
(31) Refiro-me a () Joana.
(32) Refiro-me a Joana dArc.
2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.
(33) Dedico a () minha irm todo o meu trabalho.
Convm ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da
possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.
3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposio AT.
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(34) Correu at a () rvore.
Se pensarmos na frase Correu at o poste, por exemplo,
perceberemos que a preposio A (...at ao poste) no foi empregada
comcomitantemente preposio at. Da vem a alegao de que o
emprego da preposio A facultativo em casos semelhantes.
Trabalho escravo:
longe de casa h muito mais de uma semana
(...) No conseguia dormir
direito por no conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 minha cidade e rever a famlia, relatou. Quando uma
fazenda no municpio paraense de Piarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaba foi localizado pelo Grupo Mvel,
22 resgatado e recebeu de indenizao trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Braslia: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptaes).
24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em
retornar minha cidade (l. 18-19) facultativo e a sua omisso
preservaria os sentidos do texto e a correo das estruturas lingsticas.
Comentrio O verbo retornar assim como outros verbos que indicam
movimento, deslocamento rege as preposies a, de e para, conforme o
significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada,
empregou-se a preposio A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo
feminino adjetivo (minha), que faculta a presena do artigo feminino A
sem que haja prejuzo algum para os sentidos do texto.
Resposta Item certo.
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E h ainda os casos de crase proibida.
1. Antes de nomes masculinos (35) Comprou a prazo.
(36) Dei aquela cala a este homem.
2. Antes de verbo. (37) Comeou a chover.
3. Antes de pronome de tratamento (excees: SENHORA,
SENHORITA, MADAME)
(38) Referiu-se a Vossa Excelncia.
4. Antes de pronomes oblquos (39) Dedico o meu trabalho a ela.
5. Antes de pronomes indefinidos (40) Ofereci um presente a algum desta sala.
6. Antes de artigo indefinido (41) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.
Voc deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma
locuo adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatrio de crase.
7. Quando o A precede palavras femininas no plural (42) Respondeu a cartas pouco elogiosas.
Aqui, existe apenas a preposio A, em decorrncia da regncia
da forma verbal Respondeu. A ausncia do artigo feminino plural (as)
precedendo o substantivo cartas amplia, generaliza, indetermina o alcance
semntico dele. Em resumo, o seguinte: nunca use crase na seguinte
estrutura: singular (a) + plural (cartas).
8. Quando a preposio A se encontra entre palavras idnticas
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(43) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.
9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S) (44) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colgio.
O a que surge antes do pronome relativo simplesmente a
preposio exigida pela regncia do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o
pronome relativo CUJO (e suas variaes) no admite o uso de artigo que o
acompanhe, no h o encontro de dois sons iguais.
10. Com pronome relativo QUEM (45) A pessoa a quem me refiro estuda neste colgio.
Vale tambm para este caso a explicao dada anteriormente.
ATENO! necessrio ter cuidado com os pronomes relativos
QUE e A QUAL. Em relao ao primeiro, a crase ocorrer se o termo
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposio A e o termo
seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),
AQUELE(S), AQUILO
(46) Dirigi-me s que estavam de servio na recepo.
Perceba que existe a contrao da preposio A, exigida pelo
verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).
(47) Sou favorvel que chegou primeiro.
Em relao ao pronome relativo A QUAL, a crase surgir se o
termo posterior a ele reger preposio A, que dever ocupar posio
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o
integra.
(48) A festa qual nos dirigimos comear agora.
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11. Diante de qualquer preposio diferente de AT (49) Ele o esperava desde as oito horas.
(50) O trabalho ficar pronto aps as seis horas.
12. Diante de nome prprio feminino que designe personagens
histricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas
(51) Refiro-me a Joana dArc.
(52) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.
13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA (53) Chegamos a esta cidade h cinco anos.
14. Quando se atribui ao substantivo valor semntico indefinido (54) Cristo no fazia jus a morte to humilhante.
15. Antes da palavra DISTNCIA usada sem qualquer especificao (55) A vtima reconheceu o ladro a distncia.
25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto
apresentados nos prximos itens com relao regncia e ao emprego
do sinal indicativo de crase.
a) Parece que a Educao anda bem atrasada em relao outras reas
do conhecimento.
b) Antigamente, dizia-se uma mestra exatamente o que ela deveria fazer
e como deveria de proceder; existia um currculo bem especfico e
fechado.
Comentrio O fenmeno da crase no deve ocorrer em construes
sintticas do tipo: preposio A seguida de palavra no plural, como em
outras. Na dvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Tambm indevido o
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ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido ( uma).
Revise, se precisar, o ponto 6.
Resposta Itens errados.
(...)
10 O aumento do emprego e os programas
de transferncia de renda continuam a beneficiar mais as
famlias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar
13 proporcionalmente mais do que o das famlias de renda
mais alta. A oferta de crdito, igualmente, atinge mais
diretamente
essa faixa. O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptaes).
26. (Cespe/STF/Tcnico Judicirio/2008) Em tende a aumentar (l. 12),
no h sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal no se
emprega artigo definido feminino.
Comentrio Sim, isso mesmo. Esse a que surge entre os verbos
simplesmente uma preposio, que articula a locuo verbal.
Convm esclarecer que no se deve empregar artigo diante
de verbo, exceto quando o propsito for substantiv-lo.
Resposta Item certo.
(...) Pelo acordo, denominado Registro
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as
multinacionais passam a informar o seu grau de poluio do meio
ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que
10 cobram mais transparncia sobre o tema. Juntas, essas
empresas so responsveis pela emisso de 800 milhes de
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toneladas de dixido de carbono por ano, o que representa
13 cerca de 5% das emisses mundiais.
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptaes)
27. (Cespe/TCU/Tcnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por s
expectativas em lugar de a expectativas (l. 9), o perodo em que se
encontra essa expresso continuaria atendendo s exigncias da norma
culta escrita.
Comentrio Quando tratei de regncia verbal, expliquei que o verbo
ATENDER admite complemento sem ou com preposio (neste caso, a
preposio exigida A). Na passagem atendendo a expectativas de
acionistas, optou-se pela regncia transitiva indireta desse verbo. No
difcil perceber que o a empregado uma preposio; caso fosse artigo
definido feminino, deveria flexinar-se em nmero para concordar com o
substantivo expectativas. Tal o que ocorre na alterao proposta:
atendendo s expectativas de acionistas. Como o verbo ATENDER continua
com regncia transitiva indireta, o encontro da preposio A com o artigo
definido AS d origem ao fenmeno da crase.
Resposta Item certo.
Obs.: Apesar de preservada a correo gramatical do perodo, a altero
proposta acarreta a ele leve desvio semntico. Estando o artigo definido
ausente, o substantivo expectativas tomado com valor indefinido:
quaisquer expectativas. O emprego do artigo AS determina, define,
restringe o alcance do significado do substantivo expdctativas.
28. (Cespe/TCU/Tcnico de Controle Externo/2004) Sero respeitadas as
regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no a que
precede informar (l. 8).
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Comentrio Quer saber de uma coisa? O Cespe adora elaborar questo
de crase envolvendo a ocorrncia dela diante de verbo. J disse e repito:
diante de verbo no deve existir crase. Trata-se de mais um caso proibido!
Resposta. Item errado.
1 opinio unnime entre os analistas polticos que, at agora,
o melhor desempenho do governo Luiz Incio Lula da
Silva est se dando no campo diplomtico. O primeiro
4 grande xito foi a intermediao do conflito entre o
presidente venezuelano Hugo Chves e seus opositores. O
segundo grande xito dessa poltica refere-se s negociaes
7 para a criao da rea de Livre Comrcio das Amricas
(ALCA). Na ltima conferncia da Organizao Mundial do
Comrcio (OMC), realizada no balnerio mexicano de Cancun,
10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da
diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da
Amrica (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrs
13 da propaganda do livre comrcio, que constitui a justificativa
para a formao da ALCA. O mais recente xito de Lula na
ordem internacional foi o discurso proferido na Assemblia
16 Geral da Organizao das Naes Unidas (ONU), em Nova
Iorque, quando props a criao de um comit de chefes de
Estado para dinamizar as aes de combate fome e misria 19 em todo o mundo.
Plnio de Arruda Sampaio. Poltica externa independente. In:
Famlia Crist, ano 69, n. 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptaes).
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29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodovirio Federal/2004) Na linha 6, o sinal
indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redao
refere-se negociaes.
Comentrio Voc j sabe que no pode haver crase em construes
sintticas do tipo: singular (a) + plural (negociaes). Nesses casos, o a
que surge preposio exigida pelo termo regente. Para haver crase,
necessrio que o substantivo surja acompanhado pelo artigo feminino as,
semelhantemente ao que ocorre no texto original.
Resposta Item errado.
30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodovirio Federal/2004) Os sinais indicativos
de crase em combate fome e misria (l. 18) podem ser eliminados
sem prejuzo para a correo do perodo.
Comentrio Antes de tudo, observe que agora o termo regente no
mais um verbo, e sim um nome: combate (substantivo derivado do verbo
combater). No texto original, o significado semntico dos seus
complementos (a fome e a misria) esto determinados pelo artigo feminino
a que antecede cada um deles. A contrao desse artigo com a preposio
a exigida pela regncia do nome combate faz surgir a crase, indicada
pelo acento grave em fome e misria. Ao se prefrir indeterminar o
valor semntico dos substantivos fome e misria, deve-se retirar deles o
artigo a que os acompanha, elimando assim a ocorrncia de crase. Dessa
forma, o perodo continuaria gramaticalmente correto; porm com leve
desvio semntico.
Resposta Item certo.
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Considerando que os fragmentos apresentados nos prximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto correo gramatical.
31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) A notcia obrigou a chanceler Angela
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que ser
implementado partir de janeiro. O pacote incluiria bilhes de euros
para obras de infraestrutura, comunicaes e renovaes de escolas.
Comentrio No trecho incentivo a economia houve omisso do acento
grave indicativo de crase, que se justifica pela contrao da preposio a
regida pela nome incentivo (incentivo a qu?) e pelo artigo definido
feminino a que acompanha o substantivo economia.
Na expresso partir, a crase desautorizada, pois o
vocbulo paritr verbo. Diante de verbo no h crase.
O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou
algum a algo..). Seu objeto direto o termo a chanceler Angela Merkel;
seu objeto indireto (regido pela preposio a) a orao iniciada pelo verbo
anunciar. Note a ausncia da preposio.
Resposta Item errado.
32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) Ataques Merkel esto fazendo que
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60
bilhes e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda vista
como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate
a crise.
Comentrio A crase no deveria ocorrer diante do nome Merkel. Apesar
de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase
tem lugar na expresso combate a crise. O termo regente pede preposio
a e o substantivo admite o artigo a.
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Resposta Item errado.
Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto correo gramatical.
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,
afirmando que o volume de petrleo que entra no mercado continua
bem acima da demanda atual. Alm disso, o impacto da grave
retrao da economia global levou a destruio da demanda, resultando
em uma presso de queda com os preos sem precedentes.
Comentrio O verbo levar transitivo indireto no sentido de acarretar ou
conduzir e requer preposio a para reger seu complemento: a destruio
da demanda. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase
deveria ter sido indicada por meio do acento grave.
Resposta Item errado.
REDAO DE CORRESPONDNCIAS OFICIAIS
Reservei para este encontro todas as questes sobre redao de
correspondncias oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o
concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se
abrangncia das questes. Alm delas, h tambm questes mais recentes
de outros concursos organizados pela mesma banca examinadora.
Texto para os itens 34 a 42
Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de Analista de
Trnsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo
dos contedos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,
tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.
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BSB, 8/3/2009.
Excelentssima Senhorita:
1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos
preparatrios para concursos pblicos, dotado da esperana
frrea de se tornar brevemente um eminente funcionrio
pblico, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar
a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de
vaga no cargo de Analista de Trnsito do DETRAN/DF, e, por
esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o
noivado que mantm com a Excelentssima Senhorita, para
se dedicar integralmente ao estudo das matrias constantes
do respectivo edital.
2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe tambm,
outrossim, a inteno de retomar, to logo seja aprovado,
minhas funes de noivo junto a Vossa Excelentssima, haja
visto o grande amor que te devoto.
3. Reitero protestos de estima e considerao.
J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL
34. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificao do signatrio
da carta coincide com a recomendada para as comunicaes oficiais,
que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a
linha contnua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que
expede a comunicao grafado em maisculas e o alinhamento
centralizado.
Comentrio EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS
ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPBLICA, a identificao do
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signatrio nas correspondncias oficiais deve trazer digitados o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja
o modelo abaixo:
(espao para assinatura) NOME
Ministro de Estado da Justia
Note que no se deve usar um trao acima do nome para
assinatura. O nome da pessoa escrito com todas as letras em maisculas.
O cargo escrito apenas com as iniciais maisculas. Tudo centralizado na
folha.
Observao: recomenda-se no deixar a assinatura em
pgina isolada e transferir para essa pgina pelo menos a ltima frase
anterior ao fecho.
Resposta Item errado.
35. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta
empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada
natureza permitido, atualmente, somente em mensagens cujo
signatrio seja servidor que se dirija a ocupante de cargo
imediatamente superior.
Comentrio O fecho mencionado encontra-se no terceiro pargrafo e tem
a finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatrio. Acontece que
ele, o fecho, no numerado como os demais pargrafos. Alm disso, os
fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais so os seguintes:
Respeitosamente, para autoridades superiores, inclusive
quando se tratar do presidente da Repblica;
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Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia
ou de hierarquia inferior.
Ficam excludas as comunicaes dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradio prprios.
Resposta Item errado.
36. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada
na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de
pronomes de tratamento, no deve ocorrer em documentos oficiais,
pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada
em redao oficial.
Comentrio Abaixo, apresento um quadro-resumo das formas de
tratamento convenientes redao oficial.
AUTORIDADES FORMA DE
TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE
Presidente da Repblica; Presidente do Congresso Nacional; e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Vossa ou Sua Excelncia
V. Ex. Excelentssimo Senhor + cargo
A Sua Excelncia o Senhor Presidente da(o)... Nome Instituio Cep Cidade. UF
Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurana Institucional; Advogado-Geral da Unio; Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica; Chefe da Corregedoria Geral da Unio; Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Foras Armadas; Embaixadores; Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretrios de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da Unio; Deputados Estaduais e Distritais;
Vossa ou Sua Excelncia
V. Ex. Senhor + cargo
A Sua Excelncia o Senhor Nome Cargo Instituio Endereo Cep Cidade. UF
Para Ministros: A Sua Excelncia o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep Cidade. UF
Para Deputados e Senadores: A Sua Excelncia o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Cmara ou Senado Federal Cep Cidade. UF
Para Juzes: A Sua Excelncia o Senhor Fulano de Tal
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Presidentes das Cmaras Legislativas e Municipais; Juzes; Auditores da Justia Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.
Juiz de Direito da 2 Vara Cvel Endereo
Demais autoridades e particulares
Vossa ou Sua Senhoria V.S.
Senhor + cargo ou para autoridade que no possuir cargo: Senhor Fulano de Tal
Ao Senhor Nome Cargo (quando houver) Endereo
Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificncia
V.M. Magnfico Reitor
Ao SenhorNome Magnfico Reitor Universidade de.... Endereo
Papa Vossa ou Sua Santidade
V.S. Santssimo Padre
Santssimo Padre Papa Fulano de Tal Palcio do Vaticano Endereo
Cardeais
Vossa ou Sua Eminncia ou Vossa Eminncia Reverendssima
V.Em. ou
V.Em. Revm.
Eminentssimo Senhor Cardeal ou Eminentssimo e Reverendssimo Senhor Cardeal
A Sua Excelncia Reverendssima o Senhor Nome Cargo seguido da instituio Endereo
Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelncia Reverendssima
V. Ex. Revm. Excelentssimo ou Reverendssimo Senhor + ttulo
A Sua Excelncia Reverendssima o Senhor Nome Cargo + instituio Endereo
Sacerdotes, Clrigos e demais religiosos
Vossa ou Sua Reverncia
V. Rev. Reverendo Ao Reverendo Senhor (nome) Endereo
Quanto ao tratamento protocolar, o inciso I do artigo 41 da lei n
8.625/93 equipara os membros do MPU aos do Poder Judicirio
(Vossa/Sua Excelncia).
Como voc pode perceber, as formas Excelentssima Senhorita
e Vossa Excelentssima destoam completamente do padro admitido nas
correspondncias oficiais.
Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redao oficial, a
linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de
tratamento, pela polidez.
Resposta Item certo.
37. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom
jocoso, segue a norma de numerao que deve ser aplicada aos
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pargrafos contidos no texto do padro ofcio, princpio que tem o
objetivo de facilitar a aluso a qualquer informao do documento.
Comentrio Antes de tudo, voc sabe o que padro ofcio? Eu explico.
Existem trs tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA
FINALIDADE do que pela forma: o ofcio, o aviso e o memorando. Com o
intuito de uniformiz-los, pode-se adotar uma diagramao nica, que siga o
que chamamos de padro ofcio.
A respeito da numerao dos pargrafos, realmente ela deve
existir, exceto nos casos em que os pargrafos estejam organizados em
itens ou ttulos e subttulos.
O problema est, como j disse anteriormente, no fato de
ter-se numerado o fecho, assemelhando-o aos pargrafos anteriores. Res-
posta Item errado.
38. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofcio expedido
em repartio pblica, a carta teria de sofrer vrias alteraes. Uma
delas a necessidade de fazer constar, margem esquerda superior, o
tipo e o nmero do expediente, seguidos da sigla do rgo que o
expede.
Comentrio Uma das partes que o aviso, o ofcio e o memorando
devem conter justamente o tipo e o nmero do documento, seguido da
sigla do rgo que o expede, tudo alinhado esquerda. Veja abaixo alguns
exemplos.
Memorando n 123/2002-MF
Aviso n 123/2002-SG Ofcio
n 123/2002-MME
Resposta Item certo.
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39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicao de local e data da carta
est em conformidade com as normas do padro ofcio expostas no
Manual de Redao da Presidncia da Repblica.
Comentrio Nos documentos que seguem o padro ofcio, a indicao do
local e da data de assinatura feita por extenso e com alinhamento
direita, conforme o exemplo abaixo:
Braslia, 28 de abril de 2010.
Resposta Item errado.
Em relao a expresses e palavras empregadas na carta, julgue os
itens seguintes.
40. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo pargrafo, seria
adequado substituir haja visto por qualquer uma das seguintes
expresses: dado, tendo em vista, haja vista.
Comentrio Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem
dos textos deve sempre pautar-se pelo padro culto, formal da lngua. No
aceitvel, portanto, que neles constem coloquialismos ou expresses de uso
restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua prpria
compreenso pelo pblico. Acrescente-se que indesejvel tambm a
repetio excessiva de uma mesma palavra quando h outra que pode
substitu-la sem prejuzo ou alterao de sentido.
A expresso haja visto no est de acordo com as normas de
concordncia da Lngua Portuguesa. O segundo elemento, visto,
invarivel e permanece vista, independentemente do termo a que se refere.
Sendo assim, a substituio por haja vista mais do que adequada. Ela
necessria.
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As demais expresses sugeridas pela banca examinadora tambm
trazem a noo de causa ou motivo daquilo que declarado anteriormente.
Portanto so equivalentes semanticamente expresso haja vista.
Note ainda a concordncia em masculino singular do vocbulo
dado com o substantivo amor.
Resposta Item certo.
41. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo pargrafo, o advrbio
outrossim, frequente em expedientes oficiais, est empregado de
forma redundante por estar antecedido do advrbio tambm.
Comentrio Um bom texto deve ser pautado tambm pela conciso e
objetividade, caractersticas importantes das correspondncias oficiais.
Conciso e objetivo o texto que transmite um mximo de
ideias com um mnimo de palavras. Significa dizer que o redator deve
eliminar palavras inteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao
que j foi dito.
Isso diz respeito economia lingustica, que no deve ser
confundida com a economia de pensamento. Logo, as informaes
essenciais de um texto no devem ser suprimidas simplesmente para
torn-lo menor.
Ressalte-se ainda que chaves, jarges, clichs e outras
repeties suprfluas devem ser evitados, tais como:
- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;
- Estamos a sua inteira disposio para quaisquer
esclarecimentos;
- Sem mais nada para o momento;
- Tem a presente a finalidade de;
- Vimos por meio desta;
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- Outrossim/destarte/mui
- De posse de seu ofcio.
Resposta Item certo.
42. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expresso vem (...) por meio
desta, utilizada no primeiro pargrafo, apesar de ser considerada
redundante em comunicaes oficiais, tem seu emprego recomendado
quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.
Comentrio Releia o que foi dito no comentrio anterior e saiba que o
que contribui para o correto entendimento do texto so a clareza, a
conciso, a observncia das normas gramaticais, a coerncia das
informaes transmitidas, a preferncia pela construo de perodos curtos e
de frases na ordem direta.
Resposta Item errado.
Julgue os itens de 43 a 47 quanto ao emprego da norma escrita formal
em comunicaes oficiais.
43. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construes sero tidas
como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses so os
recursos de que o Estado dispe. 2. O Governo insiste que a negociao
importante.
Comentrio Como j comentei aqui, a escrita correta dos vocbulos e as
construes sintticas em conformidade com as normas gramaticais devem
nortear a elaborao de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela
Administrao Pblica.
O primeiro perodo apresentado no comando da questo est
correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposio de antes do
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pronome relativo que. Ela surge para atender a regncia da forma verbal
dispe (quem dispe, dispe de algo). Nas oraes subordinadas
adjetivas, a preposio exigida pelo verbo deve anteceder o pronome
relativo, a exemplo do que ocorreu em 1.
Correto tambm est o segundo perodo. Observe agora a
ausncia da preposio regida pela forma verbal insiste (quem insiste,
insiste em algo). Ocorre que a preposio exigida pelo verbo da orao
principal (O governo insiste) tem seu emprego facultado diante de oraes
subordinadas substantivas objetivas indiretas (que a negociao
importante).
Resposta Item correto.
44. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesclise
desaconselhvel em expedientes oficiais, prefervel iniciar perodo
com a construo Lhe enviaremos mais informaes oportunamente a
inici-lo com a construo Enviar-lhe-emos mais informaes
oportunamente.
Comentrio Toda regra contida na gramtica normativa emprega-se
tambm nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocao dos
pronomes oblquos tonos so exemplos disso.
Lembre-se de que a mesclise o emprego do pronome
oblquo tono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presena de
dois hifens, um antes e outro depois (Enviar-lhe-emos). Ocorre com
verbos flexionados no futuro do presente e no futuro do pretrito do modo
indicativo, desde que no haja palavra atrativa que force o pronome a
ocupar posio anterior ao verbo, isto , posio procltica (No lhe
enviaremos...)
Resposta Item errado.
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45. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correo
semntica todas as palavras sublinhadas nos seguintes perodos:
Optou-se por uma dissenso lenta e gradual ao se reintroduzir o pas ao
Estado de Direito. Tratar o pblico com distino obrigao de todo
atendente de repartio pblica. A discusso do projeto de lei tornou-se
acirrada quando afloraram as distenses nas hostes oposicionistas.
Comentrio Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e
na pronncia, mas com sentidos diferentes. Elas so conhecidas por
parnimos.
A primeira palavra sublinhada (dissenso) significa, de
acordo com o dicionrio Houaiss:
1 falta de concordncia a respeito de (algo); divergncia,
discrepncia
2 estado de litgio; desavena, conflito, disputa
Ex.: as d. entre os nobres na Idade Mdia prejudicavam o
povo
3 caracterstica daquilo que discrepa; oposio
Para ter coerncia, a informao transmitida deveria trazer a
palavra desceno, cujo significado , ainda de acordo com o mesmo
dicionrio:
ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida
1 movimento descendente; descida, deposio
2 efeito desse movimento
Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)
3 Estatstica: pouco usado.
decrescimento, decrscimo, diminuio
Ex.: a d. de um ndice econmico
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4 ato ou efeito de declinar, cair
Ex.: d. do sol no horizonte
5 Rubrica: geografia.
O vocbulo distino, que expressa as ideias abaixo, est
empregado adequadamente:
3 boa educao; elegncia, finura, discrio
Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitri
4 maneira honesta, correta e impecvel de proceder
Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a
maior d.
Por ltimo, a palavra distenses, em um contexto
scio-poltico, significa diminuio ou trmino das tenses entre pases,
entre a populao, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma
sociedade etc. Melhor seria, portanto, empregar o vocbulo dissenses.
Resposta Item errado.
46. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaborao de texto oficial, como
norma geral, deve ser evitada a repetio de palavras, buscando-se
sinnimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No
entanto, se a substituio comprometer a inteligibilidade e a coeso do
texto, recomenda-se manter a repetio.
Comentrio A inteligibilidade do texto oficial diz respeito clareza e
objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado
nvel de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
prprio carter pblico desses atos e comunicaes; de outro, de sua
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de carter normativo,
ou estabelecem regras para a conduta dos cidados, ou regulam o
funcionamento dos rgos pblicos, o que s alcanado se, em sua
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elaborao, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se d com os
expedientes oficiais, cuja finalidade precpua a de informar com clareza e
objetividade.
As comunicaes que partem dos rgos pblicos devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidado brasileiro. Para atingir esse
objetivo, h que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. No h dvida que um texto marcado por expresses de circulao
restrita, como a gria, os regionalismos vocabulares ou o jargo tcnico, tem
sua compreenso dificultada.
Ressalte-se que h necessariamente uma distncia entre a
lngua falada e a escrita. Aquela extremamente dinmica, reflete de forma
imediata qualquer alterao de costumes, e pode eventualmente contar com
outros elementos que auxiliem a sua compreenso, como os gestos, a
entoao, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsveis por
essa distncia. J a lngua escrita incorpora mais lentamente as
transformaes, tem maior vocao para a permanncia, e vale-se apenas
de si mesma para comunicar.
A lngua escrita, como a falada, compreende diferentes
nveis, de acordo com o uso que dela se faa. Por exemplo, em uma carta a
um amigo, podemos nos valer de determinado padro de linguagem que
incorpore expresses extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer
jurdico, no se h de estranhar a presena do vocabulrio tcnico
correspondente. Nos dois casos, h um padro de linguagem que atende ao
uso que se faz da lngua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu carter
impessoal, por sua finalidade de informar com o mximo de clareza e
conciso, eles requerem o uso do padro culto da lngua. H consenso de
que o padro culto aquele em que
a) se observam as regras da gramtica formal, e
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b) se emprega um vocabulrio comum ao conjunto dos
usurios do idioma.
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
padro culto na redao oficial decorre do fato de que ele est acima das
diferenas lexicais, morfolgicas ou sintticas regionais, dos modismos
vocabulares, permitindo, por essa razo, que se atinja a pretendida
compreenso por todos os cidados.
Lembre-se de que o padro culto nada tem contra a
simplicidade de expresso, desde que no seja confundida com pobreza de
expresso. De nenhuma forma o uso do padro culto implica emprego de
linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintticos e figuras de
linguagem prprios da lngua literria.
Pode-se concluir, ento, que no existe propriamente um
padro oficial de linguagem; o que h o uso do padro culto nos atos e
comunicaes oficiais. claro que haver preferncia pelo uso de
determinadas expresses, ou ser obedecida certa tradio no emprego das
formas sintticas, mas isso no implica, necessariamente, que se consagre a
utilizao de uma forma de linguagem burocrtica. O jargo burocrtico,
como todo jargo, deve ser evitado, pois ter sempre sua compreenso
limitada.
A linguagem tcnica deve ser empregada apenas em
situaes que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadmicos, e mesmo o vocabulrio prprio a determinada
rea, so de difcil entendimento por quem no esteja com eles
familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicit-los em
comunicaes encaminhadas a outros rgos da administrao e em
expedientes dirigidos aos cidados.
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47. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Esto corretamente empregados os
homnimos destacados em negrito no seguinte perodo: A
administrao de um medicamento raramente prescrito no Brasil
acabou de ser proscrita nos EUA.
Comentrio Recorramos novamente ao dicionrio Houaiss. O vocbulo
prescrito foi adequadamente empregado com a acepo de ordenado
explicitamente, que se prescreveu. A expresso proscrita significa a
qualidade daquilo que foi proibido, censurado, interdito. Portanto, tambm
coerente com o significado do texto.
Fao aqui apenas uma observao. Essas palavras no so
homnimos, mas sim parnimos. Lembre-se de que homnimos tm a
pronncia ou a grafia iguais.
ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homnimos
homfonos (mesma pronncia)
pelo (forma verbal, pronncia aberta) / pelo (substantivo,
pronncia fechada) homnimos homgrafos
H ainda os homnimos perfeitos, palavras que possuem a
pronncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.
so (forma verbal) / so (qualidade de quem est bem de
sade)
Parnimos so palavras que possuem tudo distinto:
pronncia, grafia e significado, exatamente como ocorre em relao s
palavras em negrito no enunciado.
Resposta O gabarito oficial informou item certo. Julgo que a anulao
seria melhor.
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A respeito da redao de expediente, julgue os prximos itens.
48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofcio dirigido a uma senadora e
cujo signatrio seja um diretor de um rgo pblico, devero ser
empregados o vocativo Senhora Senadora, e o pronome de
tratamento Vossa Excelncia, devendo estar flexionados no feminino
os adjetivos que se refiram destinatria, com