O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares no contexto da Escola
José Alberto Moreno . Novembro 2009
A acção da Biblioteca Escolar (BE) não é em rede, apesar de inúmeras redes se desenvolverem no seu seio. É mais um caminho de descobertas sucessivas, de algo que já lá se encontra – informação, competências e valores, que se relacionam entre si. Há uma evolução com base na justaposição daquilo que existe, em interacção. Nada é finito e nem tudo está descoberto. Surgirão novas situações, algumas evoluirão a partir das actuais, outras serão descobertas como novas. A avaliação contribuirá para a sua compreensão.
citação “Informação não é o mesmo que conhecimento; conhecimento implica compreensão.”
(Scott, 2002)
•Identificar•Monitorizar
•Avaliar
•PLANEAMENTO ESTRATÉGICO
•MONITORIZAÇÃO•AVALIAÇÃO
Os sentidos e os usos da auto-avaliação da BE:
-Demonstrar o seu impacto nas aprendizagens.-Contribuir para a compreensão do seu papel na escola.-Melhorar práticas e a eficiência dos seus serviços.-Identificar pontos fortes e pontos fracos, sucessos e constrangimentos.-Sugerir mudanças.-Apontar caminhos para um melhor planeamento.-Gerir recursos humanos e recursos físicos.-Organizar e difundir formas de a publicitar.
citação“Auto-avaliar permite às escolas desenvolverem a sua própria agenda e focarem-se em aspectos particulares, definirem prioridades e irem ao encontro de necessidades. É complementar da avaliação externa e não constitui uma sua alternativa.”
(McNicol, 2004)
•Como fazemos?
•Como sabemos?
•O que é que vamos fazer agora?
O processo de auto-avaliação deve:
-Ser desenvolvido de uma forma institucionalmente integrada.-Estar de acordo com os objectivos educacionais e programáticos da escola.-Ter em consideração as diferentes estruturas da escola, com as quais interage de forma articulada.
Integração do processo de auto-avaliação na escola: -Com o director, como liderança do processo.-Com os professores e os alunos na planificação e desenvolvimento das actividades de ensino aprendizagem.-Com os pais e outros agentes que irão ser chamados a participar.
citação “Self- evaluation is an integral part of the development planning cycle.”
(Scott, 2002)
•Recairá sobre o Professor
Bibliotecário (PB),
a opção pelo domínio a
avaliar, mas essa escolha resultará de uma decisão
fundamentada, para a qual se
impõe uma gestão
participada, desde logo.
(*)
citação
Implementação do Modelo-Selecção do domínio a avaliar (avaliação de um domínio por ano).-Adequação do modelo à realidade da escola.-Divulgação da aplicação do modelo à comunidade.
Como fazemos? -Divulgar os resultados da avaliação diagnóstica.-Explicitar conceitos essenciais: evidências, indicadores (quantitativos e qualitativos).-Apresentar os instrumentos de recolha de dados que vão ser utilizados.-Calendarizar o processo (estabelecimento de um cronograma)-Escolha da amostra.-Definição dos instrumentos de recolha a utilizar para cadaindicador temático.
Enquanto que o modelo indica percursos, metodologias e estratégias para a sua operacionalização, o processo de implantação do modelo pressupõe a motivação de todos os participantes e a liderança forte do PB.
(*) (In http://avaliabe.no.sapo.pt)
Três categorias de evidências:•Informação
contextual (nº de horas, espaços, …)•Informação que
pode facilmente ser descoberta , a partir
de informação existente,
•Informação que necessita de ser
recolhida especificamente.
Como sabemos? Recolher, avaliar e interpretar as evidências
Processo:-Recolha de evidências.-Análise dos dados recolhidos.-Determinação dos perfis de desempenho.
O que é que vamos fazer agora?
-Perspectivação de acções de melhoria.-Elaboração do relatório de auto-avaliação.-Análise do relatório em Conselho Pedagógico.-Delinear um plano de melhoria.-Divulgação dos resultados.
“O plano de desenvolvimento estabelece-se a partir da avaliação e deve também ser associado aos planos da escola. Começa-se por identificar as foças da BE, depois olhar para as áreas satisfatórias a manter e finalmente identificar as áreas a melhorar.” (Scott, 2002)
•Articular
•Colaborar
•Comunicar
Toda a comunidade escolar é envolvida no processo:
Director - Acompanhar e coadjuvar todo o processo, aglutinar vontades e acções.Professor Bibliotecário - Desenvolvimento do processo; mobilização e motivação da equipa e de toda a comunidade escolar; promoção de uma cultura de avaliação.
Professores - Questionários, entrevistas, grelhas de observação.
Alunos – Questionários, entrevistas, grelhas de observação.
Encarregados de Educação – Questionários e entrevistas.
Conselho Pedagógico - Análise do relatório, recomendações. O seu envolvimento confere credibilidade ao processo.
“Avaliar é uma parte regular da vida na escola, que envolve docentes, alunos, pais, administradores, inspectores e outros membros da comunidade.”
(McNicol, 2004)
•Não basta TER biblioteca na escola.
•A biblioteca deve SER um verdadeiro
centro de aprendizagens!
Qual o impacto da auto-avaliação no trabalho dos professores e nas aprendizagens dos alunos?
-Tomada de consciência da importância da BE nos resultados do ensino aprendizagem.-Maior cooperação entre os docentes e a BE.-Melhor conhecimento e uma maior rentabilização dos recursos da BE pela comunidade escolar.-Diversificação e diferenciação das metodologias, técnicas e meios utilizados.-Redefinição de práticas e de processos pedagógicos.-Elaboração de um plano de desenvolvimento orientado para as literacias e para o apoio ao currículo com impacto na aprendizagem dos alunos.-Reflexo das acções de melhoria nos resultados escolares.
“A auto-avaliação é a chave da melhoria…”
(McNicol, 2004)
•OModelo de
Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares, associa a
avaliação do impacto da BE nos resultados dos alunos, ao
processo de planeamento.
A relação da auto-avaliação com o planeamento:
-Um processo de planeamento (da BE) que acompanha, em timing, objectivos e estratégias as acções da escola.-Um instrumento que contribui para a mudança, através de uma melhoria contínua das práticas de trabalho.-Um sistema pedagógico e regulador que visa a melhoria do processo de ensino /aprendizagem.-Um instrumento de gestão estratégica que aponta para as áreas nucleares em que se deverá processar o trabalho da/e com a BE, através da definição de factores críticos de sucesso para essas áreas.-Um instrumento que define a ambição e decide as melhorias a implementar.
“Desenvolver uma cultura de avaliação, gerir as evidências recolhidas no sentido de comunicar o valor da BE e corrigir os gaps identificados.”
(Eisenberg & Miller, 2002)
•Identificar forças e fraquezas
•Plano de Melhoria
•Foco nos outcomes do ensino/
aprendizagem
•Preparar para a inspecção
Comunicação dos resultados
-Para a comunicação dos resultados da avaliação deve utilizar-se os canais de comunicação da BE com a escola. -O relatório de auto-avaliação e o Plano de Melhoria que lhe sucede, serão apresentados e aprovados em Conselho Pedagógico. -Há uma integração plena da avaliação da BE com a avaliação interna da escola.-Decididamente, o PB fará parte da Comissão para a avaliação interna da escola.-A avaliação externa, da responsabilidade da Inspecção Geral da Educação, terá de avaliar o impacto da BE na escola.
“Os avaliadores externos e internos são ambos importantes: o primeiro trás perícia (expertise) e objectividade e o segundo familiaridade e compreensão. Os papéis são distintos e complementares, ambos necessários a uma avaliação efectiva e consequente.” (McNicol, 2004)
“Seis passos para que o programa da BE se torne efectivo, eficaz e real:
•Relacionar o programa com os resultados dos alunos.•Ser um programa de qualidade para se tornar efectivo.•Avaliar o programa como uma parte do processo de avaliação da escola.•Planear para a melhoria e a efectividade.•Avaliar a qualidade do staff/equipa.•Criar, manter e permitir altas expectativas do professor bibliotecário.”
(Johnson, 2005)
BibliografiaJohnson, D. (2005). Getting the Most from Your Library Media Program. Principal. Jan/Fev. Acedido a 10 de Novembro de 2009 em http://www.doug-johson.com/dougwri/getting-the-most-from-your-school-library-media-program-1.html
McNicol, S. (2004). Incorporating library provision in school self-evaluation. Educational Revue. 56(3), 287-296. Acedido a 10 de Novembro de 2009 em http://www. Informaworld.com.eresources.shef.ac.uk/smpp/section?content=a713619404&fulltext=713240928
Scott, E. (2002). How good is your library resource centre? An introduction to performance measurement. 68th IFLA Council and General Conference August. Acedido a 3/11/2009 em http://archive.ifla.org/IV/ifla68/papers/028-097e.pdf
Texto da sessão “O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares no contexto da Escola/Agrupamento – 10 a 15 de Novembro de 2009. Formação RBE.