UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Núcleo de Apoio Docente
METODOLOGIAS INOVADORAS DE APRENDIZAGEM
Curitiba
2016
Prezado(a) professor(a)
Este material reúne informações básicas sobre algumas metodologias de aprendizagem denominadas como “ativas”, as
quais promovem processos interativos de construção do conhecimento, reflexão, análise, estudos, pesquisas e tomada de decisões
individuais ou coletivas. São metodologias que visam a compreensão de conceitos, resolução de problemas, criação de produtos e
desenvolvimento de atitudes autônomas e críticas. O objetivo é fornecer subsídios teóricos e práticos para aplicação das
metodologias de aprendizagem ativas e de inovação na prática pedagógica na educação superior e com isso, impactar na melhora
da aprendizagem dos estudantes.
A elaboração de novas propostas pedagógicas nos cursos de graduação necessita, em suas reorganizações, de
metodologias de ensino que atendam os novos perfis delineados para os seus profissionais, em consonância com as competências
e habilidades expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso, no Projeto de Desenvolvimento Institucional e Projeto
Pedagógico de Curso.
Assim, destacam-se três princípios fundamentais a serem contemplados na elaboração de novas propostas, sendo a
primeira, a organização do ensino na perspectiva interdisciplinar, a segunda, a relação teoria e prática dos conteúdos de ensino, e
a terceira, a autonomia dos estudantes. As metodologias ativas ao problematizar a realidade favorecem a relação teoria e prática e
a abordagem interdisciplinar, pois requerem a leitura do objeto /conceito sob múltiplos enfoques. Como afirma Fazenda (2006, p11)
“além de novos saberes a interdisciplinaridade na educação favorece novas formas de aproximação à realidade social e novas
leituras das dimensões socioculturais das comunidades humanas”.
Agrega-se a abordagem interdisciplinar, a construção do conhecimento pela utilização de procedimentos de pesquisa em
situações de investigação da realidade. Esta proposta tem como objetivo tomar a pesquisa como ponto de partida para, então, buscar
o aprofundamento teórico que ofereça elementos para reflexão e ação sobre os problemas da realidade.
Portanto, a relação teoria–prática é constante no percurso das metodologias ativas, numa dinâmica de ação-reflexão-ação,
caracterizando esta última como uma ação transformadora, em algum grau. Nesse sentido, o percurso é percebido como uma forma
de exercitar a práxis, entendida como uma prática consciente, refletida, informada e intencionalmente transformadora. A vivência
desse caminho metodológico pelos alunos permite-lhes a construção de conhecimentos, pelo seu envolvimento com os dados da
realidade e o desenvolvimento da autonomia (BERBEL, p.33, 1996).
Para contribuir com a compreensão e seleção das metodologias ativas de aprendizagem, foram organizados quadros
explicativos para aquelas mais conhecidas e aplicadas em ensino superior: 1. Peer Instruction (aprendizagem entre pares); 2. Design
Thinking; 3. Problem Based Learning - PBL (Aprendizagem baseada em problemas); 4. Método baseado em Projetos; 5. Estudo de
Caso.
Este material é uma primeira aproximação com o tema das metodologias ativas e pretende motivar a formação de grupos
de estudo e de pesquisa-ação para aprofundamento teórico-prático e análise de resultados na prática pedagógica e aprendizagem
dos estudantes.
NAD
REFERÊNCIAS
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.
FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade na formação de professores: da teoria à prática. In: FAZENDA, Ivani (org). Interdisciplinaridade na formação de professores: da teoria à prática. Canoas: Ed. ULBRA, 2006
AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO
Uma parte bastante importante no uso de metodologias ativas no ensino e aprendizagem é a
avaliação do aprendizado. A avaliação é imprescindível para o sucesso da aprendizagem por
metodologias ativas. Avaliar é saber onde os alunos estão no processo de aprendizagem, baseado
no que o professor quer que eles aprendam. A prática alimentada com o feedback dos alunos
promove aprendizagem. Entretanto, de acordo com Angelo (1996, apud RUST, 2002), as
universidades continuam avaliando e formando alunos da mesma forma que no passado, “sem uma
referência significativa do que os alunos deveriam demonstrar conhecer e saber fazer”. Isso se
deve ao fato da avaliação não ser uma prática consistente e planejada de forma correta pelo
professor, o que acaba prejudicando o processo de ensino e aprendizagem. Dentro de uma
perspectiva construtivista, um ensino de qualidade alinha o modelo de ensino e a avaliação às
atividades de aprendizagem apontadas nos objetivos de ensino, para que, assim, todos os aspectos
do sistema fiquem em concordância e possam oferecer a aprendizagem apropriada ao aluno
(BIGGS, 1999, apud RUST, 2002).
AVALIAÇÃO
QUALITATIVA
X
QUANTITATIVA
Melissa D. Barnet-PhD,
MIT
A avaliação pode se dar de duas maneiras: qualitativa e quantitativamente. Outros nomes para as
duas formas de avaliação seriam avaliação formativa e avaliação somativa. A avaliação qualitativa
está focada na aprendizagem, no ensino e nos seus resultados; a informação permite que o
professor faça mudanças e ajustes no seu modo de ensinar e no ambiente de aprendizagem. Já a
avaliação quantitativa está focada em nota, grau, em um valor conclusivo.
Terminologia para avaliação qualitativa:
Backwards Design = desenho invertido
Student Learning Outcomes (SLO) = resultados da aprendizagem do aluno
Avaliação Formativa X Somativa
Conhecimento Amplo X Profundo
Mensuração Direta X Indireta
Dimensão da diferença Assessment = avaliação qualitativa Evaluation = avalição quantitativa
Conteúdo: tempo, objetivo
primário
Formativo: continuo e melhora o
aprendizado
Somativo: conclusivo, estima, dá um
valor para a qualidade
Orientação: foco ou mensuração Orientado para o processo do
aprendizado
Orientado para o produto do que se
foi aprendido
Resultado: Diagnóstico: identifica áreas para
melhoramento
Julgamento: chega a uma nota total
BACKWARDS DESIGN
O desenho invertido é um modelo de criação para uma avaliação qualitativa e o professor precisa
elaborar a avaliação determinando os seguintes aspectos:
• O que o estudante deveria ser capaz de saber, fazer e ser (competências)
• O resultado pretendido e
• A área que necessita aprofundamento.
É preciso também identificar especificamente o que se deseja saber sobre o resultado que foi
determinado;
Identificar como você quer ou é capaz de mensurar o resultado;
Identificar qual o método mais apropriado para usar a informação coletada.
PLANEJAMENTO
DA AVALIAÇÃO
A avaliação bem formulada permite um aprendizado de qualidade e eficiente, assim, os passos
para a elaboração da avaliação se tornam fundamentais. O professor deve:
Destinar o tempo para planejar o estudo do que você irá avaliar
Entender que a avaliação faz parte de seu estudo desde o início do processo.
Desenvolver um diagnóstico avaliativo (questionário, entrevista) para você identificar o
conhecimento prévio do aluno e planejar o que deseja que o aluno saiba.
Na hora de elaborar a avaliação, o professor deve:
Utilizar vocabulário pertinente e cuidar com a coerência;
Formular questões que cheguem ao conceito que se está procurando;
Fazer perguntas que os alunos sabem responder;
Organizar a avaliação durante o processo;
Planejar o tempo adequado para o aluno realizar a prova;
Organizar o tempo para realizar as várias atividades avaliativas durante o período para
realimentar o processo.
Planejamento da avaliação: 4 passos
1. O que eu quero avaliar sobre a disciplina?
2. O que especificamente eu quero saber sobre o resultado da aprendizagem que eu identifiquei
na pergunta 1?
3. Qual a maneira mais adequada para medir o resultado que foi identificado na pergunta 2?
4.Qual o melhor método para coletar a informação que eu identifiquei na pergunta 3?
Identificar o resultado do aprendizado
Fazer a mudança
Elevar a compreensão do aluno e do
professor
Planejar e administrar a avaliação
Dar feedback
DESIGN THINKING
DEFINIÇÃO
Design Thinking é uma abordagem ao ensino-aprendizagem centrada no ser humano, e se fundamenta no
pensamento intuitivo de reconhecer padrões e desenvolver ideias que tenham significado e sejam funcionais.
Para que isso aconteça, o DT se baseia no trabalho em equipe, na empatia, na colaboração e na
experimentação de uma ideia, produto, serviço (TSCHIMMEL et. al., 2015) que a comunidade necessita.
Assim, DT é um processo que parte da definição do problema, segue pela busca de soluções, pela
implementação e a testagem do produto ou serviço desenvolvido.
O Design Thinking se propõe a atender as necessidades de pessoas que vivem em uma comunidade e
encoraja a batalha de ideias (brainstorming) e a prototipação (ou prototipagem), e valoriza as ideias tidas como
“loucas” e as transforma em verdadeiras soluções para o mundo real (MORRIS, Holly E.; WARMAN, Greg .
Using Design Thinking in Higher Education. Disponível em: <http://er.educause.edu/articles/2015/1/using-
design-thinking-in-higher-education>).
OBJETIVOS
• Desenvolver a capacidade do aluno de pensar criticamente e inovar;
• Levar o aluno a agir conscientemente para tornar o mundo um lugar melhor, independentemente da carreira
que escolher;
• Desenvolver a capacidade do aluno de expor suas ideias;
• Desenvolver o trabalho em equipe;
• Desenvolver o trabalho colaborativo.
METODOLOGIA
Design Thinking tornou-se conhecido através do trabalho de busca de soluções para empresas pela IDEO e
por seu fundador Tim Brown. O método desenvolvido por Brown é, talvez, o mais conhecido e possui cinco
princípios essências:
1. Os melhores designs são centrados no ser humano. Colocar o ser humano no centro do processo
permite que se mantenha a capacidade de criar e inovar pensando no bem-estar da humanidade;
2. Determinar o problema é o fundamento do design, por isso, começar com a correto questionamento é
essencial.
3. A inovação nasce de classes de ideias. Deixar que as ideias venham a mente sem restrições para se
chegar a grandes soluções.
4. Mostrar é melhor do que contar. Experimentar as soluções é muito mais engajador e o aprendizado é
mais efetivo do que a descrição de algo.
5. A diferença entre pessoas criativas e inovadoras é a ação. Testar e interagir é o que traz a inovação
para a vida. Sem este passo, haverá apenas muitas ideias.
Os cinco princípios do Design Thinking
Cada um dos princípios é uma parte do processo do Design Thinking (MORRIS, WARMAN, 2015. Disponível
em: <http://er.educause.edu/articles/2015/1/using-design-thinking-in-higher-education>.
AUTORES/
REFERÊNCIAS
BONINI, L. A., & EDO, G. de B. Design Thinking: uma nova abordagem para inovação. Disponível em: <http://biblioteca.terraforum.com.br/BibliotecaArtigo/artigo-designthinking.pdf>. BOSTON CONSULTING GROUP. 2006. Innovation 2006. Recuperado em 03 de julho, 2015, de <http://www.bcg.com/documents/file14826.pdf>. BROWN, T. 2009. Change by design: how design thinking transforms organizations and inspires innovation. New York: Harper Collins. Recuperado em 03 de julho, 2015, de <http://www.ecologyofdesigninhumansystems.com/wp-content/uploads/2012/09/Change-By-Design-Tim-Brown.pd>. BROWN, T. 2010. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier. BROWN, T. 2008 – Design Thinking. Harvard Business Review, June 2008 Issue, p.84-87. FRANZATO, C. 2011. O processo de inovação dirigida pelo design: um modelo teórico. Redige, 2(1), 50-62. Recuperado em 20 de julho, 2015, de <http://www.cetiqt.senai.br/ead/redige/index.php/redige/article/download/72/138&ei=gc8xuu6jioa29gtq8yhgcw&usg=afqjcngdv6s4jou5ld2tranzamyi8rfwow&bvm=bv.52109249,d.ewu>. MARTIN, R. L. 2009. The design of business: why Design Thinking is the next competitive advantage. Boston: Harvard Business Press. MORRIS, H. E.; WARMAN, G. Using Design Thinking in Higher Education. 2015. Disponível em: <http://er.educause.edu/articles/2015/1/using-design-thinking-in-higher-education>.
NAKAGAWA, M. 2014. Ferramenta: Design Thinking para empreendedores. Recuperado em 23 de maio, 2015, de <http://cms-empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2014/04/07/Design_Thinking_.pdf>. PINHEIRO, T., Alt, L., & Pontes, F. 2012. Design Thinking Brasil: empatia, colaboração, e experimentação para pessoas, negócios e sociedade. São Paulo: Elsevier. VIANNA, M., VIANNA, Y., ADLER, I. K., LUCENA, B., & RUSSO, B. 2012. Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press. Recuperado em 03 de julho, 2015, de <http://www.sebraedesign.com/wp-content/uploads/2013/05/Design-Thinking-Inova%C3%A7%C3%A3o-em-Neg%C3%B3cios.pdf>.
APLICAÇÃO
O Design Thinking é bastante usado nas áreas da Publicidade e Propaganda, das Engenharias, contudo, o
seu escopo principal é a sociedade, o ser humano, e na educação superior, o Design Thinking é uma
metodologia que usa e aplica a inovação. Sendo assim, ela pode ser utilizada em qualquer área.
EXEMPLOS/
LINKS
AKATU. Disponível em: <http://www.educadigital.org.br/site>. (Site brasileiro do Instituto Akatu, organização não governamental sem fins lucrativos com sede em São Paulo. Fundada em 15 de março de 2001, trabalha a conscientização da sustentabilidade e a disseminação de novos valores e práticas de consumo consciente em todo o Brasil. Aplica o conceito de inovação para solucionar os problemas na sociedade com campanhas de comunicação e projetos de educação em empresas, escolas e comunidades. Bastante interessante desenvolvido). DESIGN THINKING PARA EDUCADORES. Disponível em: <http://www.dtparaeducadores.org.br/site/>. (Site bastante interessante e também brasileiro. Traz capítulos de um livro que podem ser baixados gratuitamente. Nos mesmos, é possível ter a explicação da metodologia). EDTECHTEACHER. Disponível em: <http://edtechteacher.org/>. (O site é americano e traz muitos exemplos, ferramentas online gratuitas para o professor. É bastante interessante e vale a pena ser visitado)
EDUKATU. Disponível em: <http://edukatu.org.br/>. (É um site de uma rede de aprendizagem promovido pelo Instituto Akatu que visa incentivar a troca de conhecimentos e práticas sobre consumo consciente entre professores e alunos do Ensino Fundamental de escolas em todo o Brasil). IDEO. Disponível em: <https://www.ideo.com/>. (Site da empresa de design e consultoria em inovação, fundada em 1991, em Palo Alto, Califórnia. A IDEO é conhecida por utilizar o Design Thinking no desenvolvimento de produtos, serviços e experiências digitais e a metodologia usada para o desenvolvimento de produtos ou serviços é o mais conhecido. Desde a sua criação, a empresa desenvolveu mais de 3 mil produtos e serviços e ganhou mais de 300 prêmios internacionais). INSTITUTO EDUCA DIGITAL. Disponível em: <http://www.educadigital.org.br/site>. (O site é de uma organização sem fins lucrativos que faz projetos inovadores para a aprendizagem de crianças, jovens e adultos com tecnologias digitais. Fundada em 2010 por especialistas (pesquisadores, professores, jornalistas) da área de educação e tecnologia, e com experiências em comunicação e em materiais didáticos, trabalha em parceria com escolas, organizações sociais, empresariais e governamentais). PORVIR. Design Thinking para Educadores em português. Disponível em: <http://porvir.org/design-thinking-para-educadores-em-portugues>. (Site brasileiro e trabalha com inovações no ensino. Traz vários exemplos e o conteúdo é muito bom. Faz parceria com outros sites, como o Design Thinking para Educadores). STANFORD UNIVERSITY INSTITUTE OF DESIGN. Disponível em: <http://dschool.stanford.edu/redesigningtheater/the-design-thinking-process/>. (O Instituto de Design de Stanford é um centro de inovadores e não de inovação, como eles mesmo dizem. Todos os cursos e estudantes da Universidade podem participar para desenvolverem, juntos, soluções criativas que resolvam os problemas do mundo. Assim como o Instituto IDEO, eles têm uma abordagem centrada no ser humano e na colaboração).
PEER INSTRUCTION - APRENDIZADO BASEADO NA INSTRUÇÃO EM PARES1
DEFINIÇÃO
A metodologia do Peer Instruction envolve/compromete/mantém atentos os alunos durante a aula por meio de
atividades que exigem de cada um a aplicação dos conceitos fundamentais que estão sendo apresentados, e,
em seguida, a explicação desses conceitos aos seus colegas. Ao contrário da prática comum de fazer perguntas
informais, durante uma aula tradicional, que normalmente envolve uns poucos alunos altamente motivados, a
metodologia do Peer Instruction pressupõe questionamentos mais estruturados e que envolvem todos os alunos
na aula.
OBJETIVOS
• Promover a interação entre estudantes
• Focar a atenção dos estudantes nos conceitos elementares
• Conduzir os estudantes a um melhor desempenho na resolução de problemas convencionais
• Possibilitar a formulação de respostas e a discussão entre os estudantes
• Promover o pensamento argumentativo
• Avaliar imediatamente a compreensão de conceitos
• (Re) planejar constantemente o processo de ensino-aprendizagem
METODOLOGIA
• Selecionar e encaminhar o texto para a leitura prévia dos alunos
• Apresentar resumidamente o conteúdo lido
• Discutir com os alunos as dificuldades potenciais e aprofundar a compreensão
• Fornecer exemplos adicionais
• Pequenas avaliações conceituais com os seguintes passos:
1 Peer Instruction – metodologia criada pelo Professor Mazur do MIT.
o Proposição da questão
o Tempo para os estudantes pensar
o Estudantes anotam suas respostas individuais
o Os estudantes convencem os seus colegas
o Os estudantes anotam as respostas corrigidas
o Feedback para o professor: registro das respostas
o Explicação da resposta correta
o Discutir com os alunos as dificuldades potenciais e aprofundar a compreensão/
o Apresentar exemplos adicionais.
Eric Mazur working on Peer Instruction with postdoctoral fellow in 1993 https://blog.peerinstruction.net/2014/05/20/eric-mazur-wins-first-ever-minerva-prize-for-advancements-in-higher-education/
AUTORES/
REFERÊNCIAS
MAZUR, Eric. Twilight of the Lecture. Harvard Magazine, Boston, Massachussets, 2012. Disponível em: <http://harvardmagazine.com/2012/03/twilight-of-the-lecture>. MAZUR, Eric; WATKINS, Jessica. Just-in-Time Teaching and Peer Instruction. Disponível em: <http://mazur.harvard.edu/sentFiles/Mazur_263828.pdf>. CROUCH, H. C.; MAZUR, E. Peer Instruction: Ten years of experience and results. Department of Physics, Harvard University, Cambridge, Massachusetts, 2001. Disponível em:
<http://web.mit.edu/jbelcher/www/TEALref/Crouch_Mazur.pdf>.
APLICAÇÃO
A metodologia de aplicação do Peer Instruction prevê o uso da tecnologia como: “clickers”, testes elaborados
no Office 365, como no FORMS, Socrative (http://www.socrative.com)
É indicado para a aprendizagem de conceitos em todas as áreas do conhecimento.
EXEMPLOS/
LINKS
INSTITUTE FOR TEACHING AND LEARNING INNOVATION (ITaLI). Active learning pedagogies. The University of Queensland, 2016. Disponível em: <http://www.uq.edu.au/teach/flipped-classroom/peer-learning>. (O site é da Universidade de Queensland, Austrália e apresenta a metodologia Peer Instruction. Entretanto, o site permite que outras metodologias ativas sejam investigadas). MAZUR GROUP. Disponível em: <http://mazur.harvard.edu/research/detailspage.php?rowid=8>. (O site é do grupo do Professor Mazur e traz vários trabalhos dos membros do grupo). PROVING THE BENEFITS OF PEER INSTRUCTION: Inside Higher Ed: Higher Education's Source for News, Views and Jobs, 2009.Disponível em: http://www.colorado.edu/MCDB/sulab/Inside%20Higher%20Ed.pdf UNISAL aplica a metodologia de ensino Peer Instruction – Disponível em: http://unisal.br/unisal-aplica-a-metodologia-de-ensino-peer-instruction/#sthash.mNir46Dk.dpuf BRANDÃO JUNIOR, J. A.; NEVES J. M. S. das. Aplicação da metodologia ativa "Peer Instruction" em um curso técnico em informática. IX Workshop de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro Paula Souza. Estratégias Globais e Sistemas Produtivos Brasileiros, São Paulo, 2014.
PROJECT-BASED LEARNING - APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETO
DEFINIÇÃO
O Project-Based Learning (PBL), ou Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP), é uma abordagem sistêmica
de aprendizagem ativa e que se baseia em projetos. Sua aplicação traz os mesmos benefícios das
metodologias ativas de aprendizagem, tais como, o envolvimento dos alunos na aquisição de conhecimentos
e competências, a utilização de processos de investigação sobre questões complexas, a autenticidade dos
produtos desenvolvidos. Está centrada no aluno e tem como meta "permitir que os estudantes confrontem as
questões e os problemas do mundo real que considerem significativos, determinando como abordá-los e,
então, agindo de forma cooperativa em busca de soluções“ (BENDER, 2014, p. 9).
Sua ligação com outra metodologia, a baseada em problemas (Problem-based learning), não é por acaso, já
que ambas começam pelo desafio de responder a uma questão-problema. Entretanto, a metodologia baseada
em projetos envolve o aluno no desenvolvimento de um projeto, baseado no estudo de solução de problemas
e tomada de decisão, para tornar o projeto em algo real. Por isso o ABP permite que o aluno trabalhe de forma
autônoma e termine com a produção e apresentação do produto idealizado (Jones, Rasmussen, & Moffitt,
1997; Thomas, Mergendoller, & Michaelson, 1999).
OBJETIVOS • Construir o conhecimento por intermédio das interações com seu ambiente e com as demais pessoas
do grupo.
• Aprender a aprender, buscando por informações relevantes ao projeto;
• Estimular no aluno a capacidade de trabalhar em equipe, compartilhar ideias semelhantes e/ou
contrárias as suas de forma assertiva.
• Entender o projeto como um processo ativo, cooperativo, integrado e interdisciplinar.
• Assumir a responsabilidade pela sua aprendizagem;
• Ajudar a equipe a solucionar os problemas que surgem durante o projeto.
Dessa forma, por meio da condução das investigações, conversações ou atividades, um indivíduo está
aprendendo a construir um conhecimento novo tendo como base seu conhecimento atual (MARKHAM et al,
2008).
METODOLOGIA • Definir a ideia/ intenção do projeto;
• Organizar grupos;
• Orientar a discussão de modo a abordar os objetivos previamente definidos a serem alcançados
naquele problema;
• O professor estimula o aprofundamento da discussão, facilita a dinâmica do grupo e avalia o aluno do
ponto de vista cognitivo e comportamental.
De acordo com Markham e colaboradores (2008), os alunos devem ser orientados nos seguintes passos:
• Desenvolvimento da ideia do projeto,
• Decisão do escopo do projeto,
• Seleção dos padrões,
• Incorporação dos resultados simultâneos,
• Desenvolvimento, a partir da formulação do projeto,
• Criação do ambiente ideal de trabalho.
BELL, S. Project-Based Learning for the 21st Century: Skills for the Future. The Clearing House, 83: 39–43, 2010.
Copyright C © Taylor & Francis Group, LLC. Disponível em:
http://www.huso.buu.ac.th/file/2559/ActiveLearning/Document/10.ProjBL%20of%2021st%20cent%20skills.pdf
AUTORES /
REFERÊNCIAS
BELLAND, B. R., FRENCH, B. F., ERTMER, P. A. (2009). Validity and problem-based learning research: A review of instruments used to assess intended learning outcomes. The Interdisciplinary Journal of Problem-Based Learning, 3(1), 59-89 [Acceptance Rate: 10%]. Available online: http://docs.lib.purdue.edu/ijpbl/vol3/iss1/5/ BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. GRAAFF, E; KOLMOS, A. Management of Change Implementation of Problem-Based and Project-Based Learning in
Engineering. Sense Publishers, Rotterdam, The Netherlands, 2007. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Anette_Kolmos/publication/227057453_Problem-Based_and_Project-
Based_Learning/links/02e7e5304ae9d21cb8000000.pdf#page=11
MARKHAM, T., LARMER, J., RAVITZ, J., Aprendizagem Baseada em Projetos, Artmed Editora S/A, Porto
Alegre, 2008.
MASSON, T. J.; MIRANDA, L. F. de; MUNHOZ JR., A. H.; CASTANHEIRA, A. M. P.. Metodologia de ensino: aprendizagem baseada em projetos (PBL). COBENGE, Belém – PA, 2012. Disponível em: http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2012/artigos/104325.pdf THOMAS, J. W. A Review of Research on Project-Based Learning. 2000. Disponível em: http://www.bobpearlman.org/BestPractices/PBL_Research.pdf
APLICAÇÃO
O PBL pode ser aplicado com alunos de todas as idades e níveis de ensino. Toda vez que o professor quiser
criar um ambiente de aprendizagem onde o aluno tem autonomia para criar um projeto, um serviço, um
produto, o PBL é indicado. Em nível superior, o ABP é mais comum na área das engenharias.
EXEMPLOS/
LINKS
PROJECT-BASED LEARNING: A Short History. Disponível em: http://www.edutopia.org/project-based-learning-history (Este site traz muitas informações sobre o aprendizado baseado em problemas. Nessa página, pode-se ler sobre o que conduz o aprendizado) PROJECT-BASED LEARNING. Disponível em: http://www.edutopia.org/project-based-learning (O mesmo site, mas nessa página há uma série de vídeos que ilustram a metodologia). PROJECT-BASED LEARNING IN MAINE. Disponível em: http://www.edutopia.org/stw-maine-pbl (um exemplo da metodologia). Project Based Learning Ideas, Lesson Plans, Examples, Templates. Learning Reviews. Disponível em: http://www.learningreviews.com/Project-Based-Learning-Lesson-Plans.html WORK THAT MATTERS. The teacher’s guide to project-based learning. Disponível em: http://www.innovationunit.org/sites/default/files/Teacher's%20Guide%20to%20Project-based%20Learning.pdf
PROBLEM-BASED LEARNING – APRENDIZADO BASEADO EM PROBLEMAS
DEFINIÇÃO
Dentro do grupo das metodologias ativas, a baseada em problemas (PBL) é bastante aplicada no nível superior
de ensino. Esse conceito teve origem na educação médica na metade da década de 50 do século XX e ganhou
popularidade nos anos 60 pelo trabalho de Harold Barrows da Universidade de McMaster. Para Barrow, o
aluno aprende de maneira mais eficiente através do desenvolvimento de habilidades de solucionar problemas
(apud ZIEBER, 2006). Essa metodologia está no grupo das metodologias, que segundo Kilpatrick (1918, 1921)
e Dewey (1938) (apud HMELO-SILVER, 2004), dão importância para a experiência prática na aprendizagem.
Para Dewey, o aprendizado é uma atividade ou processo de descoberta (SAVIN-BADEN, 2000, apud ZIEBER,
2006), conduzido por um mentor, e não surge de pura transmissão de conhecimento (ZIEBER, 2006). A
metodologia baseada em casos e problemas como ponto de partida (WALSH, 2005, apud ZIEBER, 2006), os
alunos aprendem através da solução de problemas reais e se tornam responsáveis pelo seu próprio
aprendizado e devem refletir sobre suas experiências (BARROWS and TAMBLYN, 1980, apud HMELO-
SILVER, 2004). O PBL tem duas metas: ajudar os alunos a desenvolver estratégias para solucionar problemas
e a construção de conhecimento (COGNITION AND TECHNOLOGY GROUP AT VANDERBILT [CTGV], 1997;
COLLINS et al., 1989; HMELO and FERRARI, 1997; KOLODNER et al., 1996, apud HMELO-SILVER, 2004).
A metodologia baseada na solução de problemas permite que a construção extensiva e flexível de
conhecimento ultrapasse o aprendizado dos fatos contidos em um único tópico e integre as informações de
múltiplos domínios de conhecimento (CHI et al., 1981, apud ZIEBER, 2006). O aluno passa assim a ter um
conhecimento mais profundo e sua flexibilidade permite que o conhecimento seja aplicado em muitas outras
circunstancias de solução de problemas (CTGV, 1997; KOLODNER,1993, apud ZIEBER, 2006).
OBJETIVOS
O aprendizado baseado em problemas oferece ao aluno um aprendizado guiado através da experiência da
solução de um problema complexo do mundo real. Os seus objetivos, segundo Barrows e Kelson (1995, apud
ZIEBER, 2006) são desenhados para o aluno:
• Construir uma extensa e flexível base de conhecimento;
• Desenvolver habilidades eficientes na solução de problemas;
• Desenvolver competências autônomas e para toda a vida na aquisição do conhecimento;
• Tornar-se um colaborador eficiente;
• Desenvolver a motivação para o aprendizado constante.
METODOLOGIA
O ciclo de aprendizagem do PBL
Cenário do problema
Identificar os fatos
Gerar hipóteses
Identificar deficiência
no conhecimento
Aplicar novo conhecimento
Abstração
Formulação e analise do problema
Aprendizado autônomo
Avaliação
O ciclo, também conhecido como processo tutorial do PBL, apresenta a metodologia do PBL. Os alunos devem
trabalhar em pequenos grupos de forma colaborativa e o professor atua como um facilitador. O primeiro passo
da metodologia é conhecer o cenário na qual o problema se encontra inserido e coletar o maior número
possível de informações relevantes sobre o problema para, em seguida, formular e analisar o problema. Com
uma melhor compreensão do problema, os alunos geram hipóteses sobre as possíveis soluções. A próxima
etapa é a identificação de deficiências no conhecimento do problema e que compõem as questões que os
alunos pesquisam durante seu aprendizado autônomo. Após esse processo, os alunos aplicam o seu novo
conhecimento e avaliam as hipóteses a luz do que aprenderam. Ao final de cada problema, os alunos refletem
sobre o conhecimento abstrato ganho.
AUTORES/
REFERÊNCIAS
BADEN, M. S.; MAJOR, C. H. Foundations of Problem Based Learning. McGraw-Hill Companies, Incorporated, 2004. HMELO-SILVER, C.E. Problem-Based Learning: What and How Do Students Learn? Educational Psychology Review, Vol. 16, No. 3, September 2004 SAVERY, J. R. Overview of Problem-based Learning: Definitions and Distinctions. Interdisciplinary Journal of Problem-Based Learning, 1(1), 2006. Available at: http://dx.doi.org/10.7771/1541-5015.1002 ZIEBER, M. P. History, Philosophy and Criticisms of Problem Based Learning in Adult Education. University of Calgary, 2006.
APLICAÇÃO
A metodologia baseada em problemas é muito usada na área da Medicina, porém, outros campos do saber
têm utilizado a metodologia, tais como a Engenharia, Economia. A aplicação de problemas para o
desenvolvimento do aprendizado autônomo do aluno cria uma forma de pensar mais crítica e investigativa.
EXEMPLOS/
LINKS
Deconstructing the Methods and Synergies in Problem-Based Learning, Community-Based Project-Organized Education: Perspectives at the University of Venda, South Africa. Disponível em: http://www.servicelearning.org/library/resource/7397 Problem-based Learning in Biology with 20 Case Examples. Disponível em: http://capewest.ca/pbl.html Problem Based Service Learning: A Field guide for Making a Difference in Higher Education. Disponível em: http://www.servicelearning.org/library/resource/2415 RANGACHARI, P.K. (2007 updated). Writing problems: A personal casebook (Problem-Based Learning: Examples of problems from McMaster University courses). Disponível em: http://www.fhs.mcmaster.ca/pbls/writing/ WOODS, D. R. (2005). Problem-based learning, especially in the context of large classes. Disponível em: http://chemeng.mcmaster.ca/pbl/pbl.htm WALSH, A. (2005). The tutor in problem based learning: A novice's guide. Disponível em: http://www.fhs.mcmaster.ca/facdev/documents/tutorPBL.pdf