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Mente, Crebro e Cognio:
Algumas questes persistentes ...
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Para pensar:
1. Se imagino lindas nuvens brancas ou vaquinhasamarelas, ser que se abrirem meu crebro iroencontr-las l? Ser que elas existem mesmo ou
no?2. O vermelho que vejo igual ou vermelho que asoutras pessoas vem?
3. E o calor que sinto, ser possvel quantific-loatravs de alguma medida padro?
4. possvel saber o que o outro est pensando ousonhando?
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Para continuar a pensar:
5. A mente tem poder sobre o corpo e o crebro, ouvice-versa?
6. Voc acredita que as pessoas possam adoecer poramor ou morrer de desgosto? Como?
7. Imagine um crebro onde suas partes so aospoucos substitudas por chips que executam
exatamente as mesmas funes dos neurnios esinapses. Ser que esse crebro poder pensar?Ser que ele poder ser consciente?
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Filosofia da Mente
Estilo de filosofar que nos ltimos anos vemrecolocando questes centrais da filosofia:
a. O que o pensamento?b. Qual a natureza do mental?c. O que conscincia?d. Ser o crebro o produtor da mente? Ou apenas o seu
hospedeiro biolgico?e. Ser que pensamos com nossa cabea ou somente em
nossa cabea?f. Haver uma relao entre estados mentais e estados
cerebrais?g. H um relao entre mente e corpo ou entre mente e
crebro?
TEIXEIRA, Joo. Filosofia da mente no Brasil. Disponvel em .
Qual a rea do conhecimento que seocupa das seguintes questes?
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Filosofia da Mente (cont.)
1949 - The Concept of Mind, clssico livro do filsofoingls Gilbert Ryle.
Estabelece troca de conhecimento com outros ramosda filosofia:
a. Filosofias das Cincias;b. Filosofia da Linguagem;c. Filosofia da Matemtica.
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Filosofia da Mente (cont.)Alta Interdisciplinaridade, aliando-se s cincias,sobretudo s que investigam empiricamente osfenmenos mentais:
Psicologia (especialmente atravs da psicologiacognitiva)
Neurocincias; Lingstica; Inteligncia Artificial (em particular do ramo de redes
neurais). Cincia da computao; Robtica;
Cincias cognitivas ou cincias da cognio.
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Filosofia da Mente (cont.)Porm, dois grandes movimentos cientficos interessamaos filsofos da mente:
a. A Neurocincia, principalmente depois da descobertada neuroimagem, pretendendo fotografar a conscinciapara localiz-la em um ponto especfico do crebro;
b. A Inteligncia Artificial, que mais recentementetornou-se cincia cognitiva, buscando produzirmquinas pensantes.
Nenhum desses projetos foi concludo, mas ambos vmtendo conseqncias profundas sobre as comunidadescientfica e filosfica.
TEIXEIRA, Joo. Filosofia da mente no Brasil. Disponvel em .
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Neurocincias
Qualquer cincia, ramo de cincia ouconjunto de conhecimentos que se refereao sistema nervoso.
Fonte: Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa
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Filosofia
No mbito das relaes com o conhecimentocientfico, conjunto de princpios tericos que
fundamentam, avaliam e sintetizam a miradede cincias particulares, contribuindo de formadireta e indispensvel para o surgimento e/oudesenvolvimento de muitos destes ramos do
saber.
Fonte: Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa
(das Cincias)
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Algumas breves definies: Cincia: Conhecimento:
Epistemologia Experincia: Razo: Certeza:
Verdade: Dogma
Fonte: Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa.
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Cincia:
processo racional usado pelo homem para serelacionar com a natureza e assim obter resultadosque lhe sejam teis;
corpo de conhecimentos sistematizados que,adquiridos via observao, identificao, pesquisa eexplicao de determinadas categorias de
fenmenos e fatos, so formulados metdica eracionalmente;
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Razo Substantivo feminino:
1. faculdade de raciocinar, de apreender, decompreender, de ponderar, dejulgar; a inteligncia;
2. aquilo que provoca, ocasiona ou determina umacontecimento, a existncia de algo; causa, origem;
3. justificao de um ato; explicao de um fato;argumento, motivo;4. recurso para convencer algum, para alterar-lhe a
opinio ou o comportamento;5. a lei moral;justia;
Matemtica.6. quociente de dois nmeros;7. quociente entre dois termos consecutivos de uma
progresso geomtrica
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Razo (cont.) Filosofia.
8. faculdade intelectual e lingstica que distingue o serhumano dos outros animais [Originada no aristotelismo,esta concepo perpassa toda a histria da filosofia, tendosido adotada pela cincia moderna na designao
taxonmica da espcie humana (homo sapiens)];9. faculdade humana da linguagem e do pensamento, voltada
para a apreenso cognitiva da realidade, em contrastecom a funo desempenhada pelos sentidos nacaptao de percepes imediatas e no refletidas domundo externo;
10. no cartesianismo, faculdade caracterizada por seu poder dediscernimento entre o verdadeiro e o falso, ou o bem e omal (...)
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Certeza perfeito e indiscutvel conhecimento; algo que no oferece dvida;
XDvida
ConhecimentoVerdadeiro=
Incerteza Erro
A prpria verdade tem uma histria(Michel Foucaul)
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Mais algumas definies: Dogma
1. qualquer doutrina (filosfica, poltica, etc.) decarter indiscutvel em funo de supostamente
ser uma verdade aceita por todos;2. ponto fundamental de uma doutrina religiosa,apresentado como certo e indiscutvel, cujaverdade se espera que as pessoas aceitem semquestionar;
Etimologia:gr. dgma,atos 'o que nos parece bom', donde'opinio, deciso, decreto', do v.gr. Dok crer,parecer, parecer bom', donde 'decidir', adp. ao lat.dogma,tis 'opinio, princpio, preceito, dogma.
O que ?
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Dogmatismo X Ceticismo
1. Dogmatismo: pressuposto terico, comum adiversas doutrinas filosficas, que considera oconhecimento humano apto obteno deverdades absolutamente certas e seguras.
2. Ceticismo: doutrina segundo a qual o espritohumano no pode atingir nenhuma certeza arespeito da verdade, o que resulta em umprocedimento intelectual de dvida permanente e
na abdicao, por inata incapacidade, de umacompreenso metafsica, religiosa ou absoluta doreal.
Fonte: Dicionrio Houaiss da lingua portuguesa
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FilosofiaSe compreendermos a Filosofia em um sentido amplo como concepo da vida e do mundo , podemos dizerque sempre houve Filosofia. De fato, ela responde a umaexigncia da prpria natureza humana; o homem, imersono mistrio do real, vive a necessidade de encontrar umarazo de ser para o mundo que o cerca e para osenigmas da existncia. Neste sentido, todo povo, porprimitivo que seja, possui uma concepo de mundo. Masse compreendermos a Filosofia em um sentido prprio,isto , como resultado da atividade da razo humana quese defronta com a totalidade do real, torna-se impossvelcompreender que a Filosofia tenha estado presente emtodo e qualquer tipo de cultura. O que a histria nosmostra, o contrrio: a Filosofia um produto da culturagrega (...).
BORNHEIM, Gerd (Org.) Os filsofos pr-socrticos. So Paulo, Cultrix, 2003, p. 7.
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Histria da Filosofia (ocidental)
Grcia por volta do sc. VI a.C.
Filosofia Antiga Filosofia Medieval Filosofia Moderna
Filosofia Contempornea
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Aurora da Filosofia Grega (cont.) Os primeiros que filosofaram, em sua maioria, pensaram
que os princpios de todas as coisas fossemexclusivamente materiais. (...) Tales, iniciador desse tipode filosofia, diz que o princpio a gua [Aristteles,Metafsica, I, 3, 983 b 7 b 20]
geralmente aceito que, com ele [Tales], algo novo,aquilo que chamamos de cincia ocidental, apareceu nomundo a cincia como correntemente definida: a buscado conhecimento pelo conhecimento, e no por qualqueruso prtico que a ele se preste.
parece razovel concluir que Mileto, nos primrdios dosculo VI a.C., assistiu ao nascimento da cincia e dafilosofia.
CORNFORD, Francis Macdonald.Antes e depois de Scrates.
BARNES, Jonathan. Os filsofos pr-socrticos.
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Aurora da Filosofia (cont.) Os gregos procuraram sistematizar as noes
geomtricas ento conhecidas atravs doestabelecimento de razes lgicas para cada noo epara seu inter-relacionamento.
O problema algo a ser resolvido cedeu lugar aoteorema algo para ser contemplado. (...) Otopgrafo ainda faz uso desta verdade ao elaborarseus mapas; o filsofo limita-se a comprazer-se comela por se tratar de uma verdade. (...) A razo
buscou e descobriu uma verdade que era universal,mas que podia, ou no, ser til para as exignciasda vida.
RICH, Barnet. Sachaums Outline of Principles and Problems of Plane Geometry.
CORNFORD, Francis Macdonald.Antes e depois de Scrates.
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Aurora da Filosofia Grega (cont.)
A filosofia socrtica uma reao contra essainclinao materialista da cincia fsica. Pararedescobrir o mundo espiritual, a filosofia teve que
desistir, por um momento, da busca da substnciamaterial na Natureza externa, e voltar os olhospara a natureza da alma humana. Foi esta arevoluo realizada por Scrates, com sua injunodlfica do Conhece-te a ti mesmo.
1 CORNFORD, Francis Macdonald.Antes e depois de Scrates.
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Aurora da Filosofia Grega (cont.) as cosmologias dos filsofos retomam e prolongam
os mitos cosmognicos. Do uma resposta aomesmo tipo de pergunta: como pode emergir docaos um mundo ordenado? (...) Utilizam um
material conceitual anlogo: por detrs dos elementos dos jnios, perfila-se a figura dasantigas divindades da mitologia.
a tradio pitagrica, que tem incio no sculo VI
a.C., estendeu-se at o sculo XVII d. C. e incluiuimportantes desenvolvimentos na religio, nacincia e na filosofia.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos.
KAHN, Charles. Pitgoras e os pitagricos: uma breve histria.
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Nossa herana da Filosofia Grega Pura fantasia, seguramente (...) a cosmologia pitagrica (...)
Contudo, esta ousadia especulativa dos pitagricos teria suarecompensa. Basta abrirmos o livro que marca a separao daIdade Mdia dos tempos modernos, que ela renova na idiamesma de seu princpio a relao do homem como o mundo epor conseqncia com Deus, o livro no qual se encontra apoiada
toda a espiritualidade da nossa civilizao, Sobre a revoluo doscorpos celestes [De revolutionibus orbium clestium]
Me dei ao trabalho de ler os livros de todos os filsofos queconsegui obter, para procurar se algum j havia pensado que osmovimentos das esferas celestes so algo diferente do queadmitem aqueles que ensinam as matemticas nas escolas e
encontrei que primeiramente Nicetus (ou de preferncia Hicetas,que se liga Escola de Pitgoras) sustentava que a terra semovia. (...) Filolaus, o pitagrico, diz que ela se move em tornodo fogo em um crculo oblquo, como o sol. Partindo de l, eutambm, comecei a pensar sobre o movimento da terra.
BRUNSCHVICG, Lon. Le rle du pythagorisme dans lvolution des ides.
COPRNICO, Nicolau. Le trait de la Rvolution des Orbes ClestesapudBRUNSCHVICG, Lon. Op. Cit.
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Herclito de feso (aprox. 540 a.C.-470 a.C)
Mesmo percorrendo todos os caminhos, jamais encontrars os limites da alma,to profundo o seu lgos.
(Fragmento 45)
lgos, ou 'linguagem, proposio, definio; palavra;noo, razo; senso comum; motivo; juzo, opinio;estima, valor que se d a uma coisa; explicao; a razodivina
Fonte: Dicionrio Houaiss de lngua portuguesa
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Filosofia Medieval (aprox. sc I XVI)
Patrstica (sc. I - VII): primeira tentativa de harmonizardeterminados princpios da Filosofia grega (particularmentedo Epicurismo, do Estoicismo e do pensamento de Plato)com a doutrina crist. (...) conviviam, como tambm foram
educados nesse ambiente multiforme da Filosofia gregaainda antes de suas converses.
Medieval (sc. VIII - XIV): fortes influncias dopensamento socrtico e platnico. Questes Universais. Opensamento cristo firma-se como "Filosofia Crist", quemais tarde se torna Teologia.
Renascena (sc. XIV - XVI): descoberta de obras dePlato desconhecidas na Idade Mdia e novas obras deAristteles. Grandes navegaes.
SPINELLI, Miguel. Helenizao e Recriao de Sentidos. A Filosofia na poca da expanso do Cristianismo Sc. II, III e IV.
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Filosofia Moderna (sc. XVI-XIX)
a combinao das matemticas e da teologia, quecomeou com Pitgoras, caracterizou a filosofiareligiosa na Grcia, na Idade Mdia, e, nos temposmodernos, at Kant. (...) uma fuso ntima dereligio e raciocnio, de aspirao moral a par deadmirao lgica pelo que eterno, que vem dePitgoras.
Problema central: Epistemologia. Surgem vrias
Teorias do conhecimento.
RUSSEL, Bertrand, Histria da Filosofia Ocidental, vol. I.
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Filosofia Moderna(cont.) Os estudos dos pitagricos feitos por Coprnico (1473
-1543) e Kepler (1571-1630), influenciariam, direta ouindiretamente, geraes de pensadores: Galileu Galilei(1564-1642); Descartes (1596-1650); Fermat (1601-1655); Pascal (1623-1662); John Locke (1632-1704),
Espinoza (1632-1677); Newton (1643-1727); Leibniz(1646-1716); Berkeley (1685-1753); David Hume (1711-1776) e Kant (17241804), entre outros.
desenvolvimento extremo do domnio das foras danatureza, atingindo seu apogeu no decorrer dos sculos
XIX e XX. Mecanicismo: o universo concebido como um relgio
A natureza tornou-se um livro aberto.
BECKER, Oskar. O pensamento matemtico: sua grandeza e seus limites.
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O Sc. XIX e as Cincias Surgem as Cincias Humanas:
Sociologia, Antropologia e Psicanlise;
A Sociologia e o Positivismo de Auguste Comte (1798-1857): ALei dos Trs Estados:
Teolgico: apelo ao supranatural, buscando o porqu dascoisas e o absoluto; Metafsico: No lugar dos deuses h entidades abstratas
para explicar a realidade: "o ter", "o povo" etc. Positivo: etapa final e definitiva, no mais o "porqu", mas
o "como", as leis naturais, das relaes constantes desucesso ou de coexistncia. A imaginao d a falsa idia
da relatividade. Advento da Psicanlise com Sigmund Freud (1856-1939); Advento da Fotografia: duplicao das imagens do mundo; Eletromagnetismo; Geometrias no-euclidianas.
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O Sc. XX e as GrandesRevolues Cientficas: A Teoria de Relatividade (Albert Einstein 1879-
1955) sem a convico da possibilidade de dominar a
realidade por meio de nossas construestericas, sem a crena na harmonia interna denosso mundo, no poderia haver cincia. Essacrena e permanecera sempre o motivofundamental de toda criao cientfica.
A Mecnica Quntica e o Princpio da Incerteza.
EINSTEIN, Albert & INFELD, Leopold.A evoluo da Fsica.
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Filosofia das Cinciase o fim do conhecimento objetivo
Gaston Bachelard: o conhecimentoaproximado; rupturas epistemolgicas;
Karl Popper: toda a teoria cientfica sersempre conjectural e provisria.
John Ziman:a atitude dogmtica que se
cria em torno das verdades cientficas uma crena incutida em nossa sociedadeque no reconhece, ou mesmo ignora quea cincia demonstravelmente falvel.
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A crise do conhecimento
No decurso dos ltimos cinqenta anos, a confianado Ocidente no monoplio da razo foi todaviaabalada. A crise da fsica e da cincia contemporneasminou os fundamentos que se julgavam definitivos
da lgica clssica. O contato com as grandescivilizaes espiritualmente diferentes da nossa,como a da ndia e a da China, rompeu os quadros dohumanismo tradicional. O Ocidente j no pode hojeconsiderar o seu pensamento como sendo opensamento, nem saudar na aurora da filosofia grega
o nascer do sol do Esprito. Em uma poca que seinquieta pelo seu futuro e em que pe em dvida seusprincpios, o pensamento racional volta-se para assuas origens: interroga o seu passado para se situar,para se conhecer historicamente.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos.
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ConsensualidadeConsensibilidade A crena irrefletida na validade incontestvel das
descobertas cientficas se deve to-somente grande coerncia que algumas delas contm e aosgraus de consensualidade e de consensibilidadeque da derivam, pois aps serem submetidas cuidadosa crtica de especialistas da comunidadecientfica, estes no se mostram capazes de detectarnelas erros significativos que as comprometam.
Nada em termos mecnicos, computacionais,
algortmicos ou lgico-operativos pode sercomparado ao desempenho humano nos processosmais triviais de reconhecimento e discriminao depadres.
ZIMAN, John Michael. O conhecimento confivel: uma explorao dos fundamentos para a crena na cincia.
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H sempre um observador
No queremos de forma alguma que asocorrncias no universo dependam de nossasobservaes, mas assinalamos que a cincia naturalse encontra entre a natureza e o homem e que nopodemos renunciar ao uso da intuio humana oudas concepes inatas.
A prpria cincia depende fundamentalmente dospoderes humanos de percepo, reconhecimento,
discriminao e interpretao, todos irreproduzveise insubstituveis por quaisquer que sejam osinstrumentos artificiais pretendidos.
BORN, Max, AUGER, Pierre, SCHRDINGER, Erwin & HEISENBERG, Werner. Problemas da fsica moderna. ZIMAN, John Michael. O conhecimento confivel: uma explorao dos fundamentos para a crena na cincia.
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O Fim das Certezas a democracia e as cincias modernas so ambas
herdeiras da mesma histria, mas essa histrialevaria a uma contradio se as cincias fizessemtriunfar uma concepo determinista da natureza, aopasso que a democracia encarna o ideal de uma
sociedade livre. O desenvolvimento cientfico desemboca numa
autntica escolha metafsica, trgica e abstrata; ohomem deve escolher entre a tentao,tranqilizadora mas irracional, de procurar nanatureza a garantia dos valores humanos, amanifestao de uma pertena essencial, e entre afidelidade a uma racionalidade que o deixa s nummundo mudo e estpido.
PRIGOGINE, Ilya. As leis do caos. Traduo Roberto Leal Ferreira.
PRIGOGIN, I.; STENGERS, I. La nouvelle alliance.
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O Fim das Certezas
Ilya Prigogine prope que reconsideremos a noo de leis da natureza, nelas inserindo a noo de caos,cuja instabilidade, ainda que fonte de desordem, aomesmo tempo necessria fonte de ordem,
reconsiderao premente na medida em que preconiza oponto de partida indispensvel para se pensar umanova racionalidade que no mais identifica cinciae certeza.
A concepo de uma natureza passiva que, submetida a
leis deterministas, diz Prigogine, uma especificidadedo Ocidente. Na China e no Japo, natureza significa oque existe por si mesmo.
PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas.
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Se fosse uma fbula ...
Em algum remoto recanto do universo, que sedesgua fulgurantemente em inumerveis sistemas
solares, havia uma vez um astro, no qual animaisastuciosos inventaram o conhecimento. Foi ominuto mais audacioso e hipcrita da histriauniversal: mas no fim das contas, foi apenas umminuto.
NIETZSCHE, Friedrich. Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral.