MEDIÇÃO DA PERFORMANCE: EVOLUÇÃO, FOCOS E PARADIGMAS DE
INVESTIGAÇÃO
Pedro António Ferreira
Assistente Convidado, Doutorando em Contabilidade
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e BRU/UNIDE
António GomesMota
Professor Catedrático
Director da IBS – ISCTE BusinessSchool
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e BRU/UNIDE
Victor Franco
Professor Catedrático
Presidente do Conselho Científico do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e BRU/UNIDE
Área Temática: D) Contabilidad y Control de Gestión Palavras-chave: Performance; medição da performance; controlo de gestão; evolução; paradigma.
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MEDIÇÃO DA PERFORMANCE: EVOLUÇÃO, FOCOS E PARADIGMAS DE
INVESTIGAÇÃO
Resumo
Vivemos na «era da performance». Ela éomnipresente nas diversas esferas da sociedade,
constituindo um facto da vida. Culto da performance, ideologia da performance, cultura da
performance, febre da avaliação e homo performans são expressões ilustrativas usadas.
Actualmente tem uma importância acrescida devido à tensão crescente para a
quantificação. Este estudo teórico, baseado na revisão de literatura, visa explorar uma
perspectiva sobre a evolução, focos de interesse e paradigmas de investigação da medição
da performance à luz de alguns parâmetros: tipo e bases do sistema de medição da
performance, focos de interesse, relação entre medição da performance e estratégia,
principais influências e contexto da investigação. Conclui-se que a medição da performance
sempre existiu. O sistema monolítico assente nas partidas dobradas foi dominante até á
primeira metade dos anos 80. Entre a segunda metade dos anos 80 e a segunda metade
dos anos 90 emergirem três movimentos que alteraram a forma de olhar para a medição da
performance organizacional: (1) surgimento de novas propostas de medição, umas
mantendo e outras alterando o paradigma, (2) criação de modelos de excelência e (3)
reorientação da investigação, numa dupla vertente: nos tópicos de interesse e no paradigma
de investigação, evoluindo da lógica de mono-paradigma para uma lógica pluri-paradigma.
Siglasutilizadas
CBA – Custeio baseado na actividade
CG – Controlo de gestão
MeP – Medição da performanceou da performance organizacional, consoante o contexto
SCG – Sistema de controlo de gestão
SMeP – Sistema de medição da performance
TQM – Total qualitymanagement
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MEDICIÓN DE PERFORMANCE: EVOLUCIÓN, ENFOQUES Y PARADIGMAS DE
LAINVESTIGACIÓN
Resumen
Vivimos en la «era de performance». Es omnipresente en las diversas esferas de la
sociedad , constituyendo un hecho de la vida. El culto de performance, ideología de
performance, cultura de performance, fiebre de la evaluación y homo performans
son expresiones ilustrativas usadas. Actualmente tiene una mayor importancia
debido a la tensión creciente de la cuantificación. Este estudio teórico, basado en la
revisión de la literatura especializada, se propone explorar una perspectiva sobre la
evolución, los focos de interés y los paradigmas de medición de performance a la luz
de algunos parámetros: tipo y bases del sistema de medición de performance, los
focos de interés, lar elación entre medición de performance y estrategia, principales
influencias y contexto de la investigación. Se concluye que la medición de
performance siempre existió. El sistema monolítico basado en la doble partida
dominó hasta la primera mitad de los años 80 del pasado siglo. Entre la segunda
mitad de los años 80 y la segunda mitad de los años 90 emergieron tres
movimientos que alteraron la forma de ver la medición de performance de
organización: (1) surgimiento de nuevas propuestas de medición; unas
manteniendo, otras alterando el paradigma, (2) creación de modelos de excelencia,
(3) reorientación de la investigación en una doble vertiente: en los tópicos de interés
y en el paradigma de investigación, evolucionando desde la lógica del mono-
paradigma a una lógica de pluriparadigma.
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MEDIÇÃO DA PERFORMANCE: EVOLUÇÃO, FOCOS E PARADIGMAS DE
INVESTIGAÇÃO
1. Introdução
Este estudo teórico-conceptual, baseado na revisão de literatura, tem como tema a medição
da performance organizacional (MeP) latosensu. O objectivo primário é relevar a evolução
da investigação em MeP,tendo como referência um «conjunto de parâmetros», v.g.,tipo e
bases do sistema de medição da performance (SMeP), focos de interesse da investigação,
relação entre MeP e estratégia (v.g., foco da relação, primado da adequação, tipo de
paradigma), principais influências e contexto da investigação (v.g., perfil da economia,
abordagem estratégica dominante, núcleo do conceito de estratégia, tipologias de
estratégia). Porém, para efeitos de enquadramento e compreensão daquela, elegemos um
objectivo secundário, prévio àquele:apresentar alguns marcos/apontamentos histórico-
evolutivos sobre MeP em geral, numa perspectiva dosistema, importância e uso. Este duplo
objectivo, aparentemente ilógico,justifica-se porque aMeP sempre existiu, praticamente
desde os primórdios da humanidade, enquanto a investigação no tema é recente.Na
generalidade, este trabalho visa contribuir para explorar uma perspectiva diferente de olhar
a evolução da investigação na temática ao (a) eleger um «conjunto de parâmetros» para
analisara evolução da investigação e ao (b) enquadrá-la na evolução histórica da própria
MeP.
Para a concretização dos objectivos (a) seguimos uma lógica temporal, por «grandes»
períodos de tempo, e (b) estruturámos o desenvolvimento do trabalho nascinco etapas
seguintes:
1ª. Ponto de partida: a realidade actual, v.g., o uso do termo performance e expressões
derivadas.
2ª. Identificação de alguns marcos ou apontamentos histórico-evolutivos da MeP: numa
óptica do sistema usado eda importância atribuída.
3ª. Identificação do principal momento de viragem na «forma de olhar» a MeP
organizacional: momento e movimentos que ocorreram.
4ª. Explicitação da reorientação da investigação em MeP: numa dupla vertente (i) focos de
interesse e (ii) paradigma de investigação, com o devido enquadramento temporal.
5ª. Conclusões.
A realidade actual: a Era da Performance
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Vivemos na «era da performance». O termo performance e expressões derivadas, como
sejam medição da performance, monitorização da performance, análise da performance,
avaliação da performance, gestão da performance, cultura de performance, modelos de
performance, sistemas de performance, abordagem baseada na performance, medidas de
performance, indicadores de performance, métricas de performance, etc., invadiu a
sociedade em todas as suas esferas: todos somos, de uma maneira ou outra, afectados
pelo termo.
Uma pesquisa efectuada na web, em 2010.11.01, sobre o termo performance, com o Google
e o Google Scholar, devolveu, respectivamente, 421,0 milhões e 3,84 milhões de resultados.
A pesquisa na base de dados Web ofScience (ISI) devolveu cerca de 100.000 artigos que
utilizaram o termo performance no campo «assunto» e a pesquisa na base de dados
BusinessSource Complete, da EBSCO, devolveu cerca de 39.600 artigos publicados em
revistas com dupla revisão (peerreviewedjournals) com aquele termo no campo «título»
(Tabela 1). Esta Tabelareleva outros resultados sobre a utilização do termo performance e
expressões derivadas, obtidos de algumas bases de dados e com diferentes critérios de
pesquisa, alguns restringidos a artigos com dupla revisão (ABI/INFORM, EBSCO).
Tabela 1 – Resultados de pesquisa do termo performance e expressões derivadas
Termo/expressão pesquisado(a) Google1
Web Google
Scholar1 WoS (ISI)2
WoS (ISI)3 ABI4 EBSCO5
"Frase" "Frase" Assunto "Assto" "Título" "Título"
Performance 421.000.000 3.840.000 100.000 100.000 29.680 39.602
Performance measures 2.220.000 514.000 60.184 10.053 1.599 482
Performance indicators 3.410.000 161.000 13.386 3.412 211 188
Performance measurement 1.640.000 210.000 61.462 3.972 1.156 1.027
Performance monitoring 2.070.000 89.900 39.143 2.216 65 89
Performance measurementsystem 288.000 13.700 18.522 341 183 86
Performance managementsystem 373.000 10.400 23.536 151 63 18
Critérios de pesquisa: 1Google e Google Scholar: em toda a Web, usando o Google.pt, em modo de segurança moderado e com o termo/expressão como frase exacta. 2, 3 WoS (ISI): pesquisa rápida, para Ciências Sociais, e com o termo/expressão no Assunto e sem e com aspas, respectivamente. 4ABI/INFORM Global (ProQuest): pesquisa com o termo/expressão no Título, com aspas, e limitada a ScholarlyJournals, incluindo peerreviewed. 5EBSCO: pesquisa apenas na base de dados BusinessSource Complete, com o termo/expressão no Título, com aspas, e limitada a Scholarly (peerreviewed) Journals). Fonte: Elaboração própria. Data da pesquisa: 2010.11.01.
Uma leitura, por amostragem, dos resultados devolvidos permite-nos concluir pelo uso
generalizado do termo e das expressões em praticamente todos os contextos, quer da
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esfera pública quer da privada. Todavia, importa ressalvar que uma coisa é o uso do termo,
outra é (são) o(s) seu(s) significados(s) e outra ainda é a sua aplicação efectiva.
No campo específico das organizações, fala-se em performance de entidades, de negócios,
por segmentos, de equipas e de indivíduos. Estuda-se a performance funcional, por
processos e por projectos; a performance de start-up e de empresas maduras; de empresas
familiares e de sociedades abertas. Monitoriza-se a performance das diversas áreas
funcionais, com diferentes níveis de desagregação, assim como a performance dos
negócios internacionais, de alianças estratégicas e de redes de cooperação(Parung e Bititci,
2008).
Encontram-se referências á performance numa perspectiva de polaridades: (a) performance
na óptica de uma empresa e na óptica de uma rede de empresas (Bititcietal., 2003; Parung
e Bitici, 2008); (b) performance das estruturas (vertical, hierárquica) e performance dos
processos (horizontal), aquela relacionada com o alinhamento vertical e esta com o
alinhamento horizontal; (c) performance estratégica e performance operacional; (d)
performance financeira e performance não-financeira; (e) performance parcial e performance
global; (f) performance para os shareholders e performance para os stakeholders e (g)
performance económica, social, ambiental e sustentável.
Na perspectiva organizacional, mede-se essencialmente o tangível, mas também o
intangível, o capital físico e o capital intelectual, a produtividade do trabalho e a
produtividade das máquinas, o conhecimento e as capacidades, o financeiro e o não-
financeiro; medem-se stocks e fluxos; medem-se com muita frequência outputs mas muito
pouco os outcomes (consequências dos outputs). Salienta-se a existência de indicadores
imputáveis e não imputáveis (Arthuis, 2005), de «indicadores que mordem a própria cauda»
(Fernandez, 2009) e indicadores descartáveis (lógica de pilotagem estratégico-operacional)
e eternos (lógica de pilotagem financeira) (Lorino, 1997).
Numa perspectiva sociológica, de cariz crítico, são várias as expressões usadas para ilustrar
esta «era da performance»: culto da performance(Ehrenberg, 1991), ideologia da
performance, cultura da performance (Heilbruun, 2004), princípio da performance (Dubet,
2004),obsessão pela medição (Lee e Dale, 1998; Andriessen, 2004), culto dos indicadores
(Arthuis, 2005), febre da avaliação (Damon, 2009); homo performans (Melchior, 2004).Roux-
Dufort (2004), numa perspectiva de performance empresarial, da empresa e dentro da
empresa, discorre sobre se o «culto da performance» não é antes de mais um «culto de
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urgência», numa «sociedade de urgência», que pode fragilizar as empresas e os indivíduos,
em consonância com a irrupção progressiva de desequilíbrios.
Foi este contexto, de uso intensivo do termo e expressões derivdase de crítica sociológica,a
motivação essencial para estetrabalho.
2. Medição da performance:conceito emarcos histórico-evolutivos até
à 1ª metade dos anos 80
Medição e performance
Se a performance é omnipresente (Damon, 2009) nas diversas àreas da sociedade
(Ehrenberg, 1991; Heilbrunn 2004) então é um facto da vida (Folan, etal., 2007). Todavia, a
MeP não é um tema novo; novos podem ser os termos, a expressão, os significados, os
sistemas, os processos. Actualmente tem uma importância acrescida devido à tensão
crescente para a quantificação (Damon, 2009).
Tendo como critério a amplitude do significado da expressão, podemos falar em MeP num
sentido mais lato ou num sentido mais restrito. Em sentido lato, entendemos MeP enquanto
sistema e processo, v.g., sistema de medição da performance, sistema de monitorização da
performance, sistema de avaliação da performance, processo de implementação. Este
significado tem subjacente uma perspectiva sistémica, derivada da teoria dos sistemas.Num
sentido restrito, não necessariamente redutor, entendemos MePcomo «o acto de atribuir
uma medida a um atributo de uma entidade do mundo real (objecto, evento), com o auxílio
de instrumentos, usando unidades de medida e seguindo um determinado processo»
(Finkelstein, 1982). Este significado decorre da teoria da medição.
Vamos posicionar-nos neste sentido restrito e dividir a expressão nas duas palavras que a
compõem: medição e performance.
Medição, enquanto acto de medir, implica: (a) o uso de números e símbolos para a sua
efectivação e (b) um sistema de unidades e medidas, vulgo sistema de medição
strictosensu. A importância dada aos números e à medição é antiga e sempre foi grande; de
tal modo que foram os números os primeiros símbolos gravados pelo homem e não as letras
(Rocha e Amado, 1988).
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Performance, por seu turno, implica: (a) uma definição ou um significado, (b) uma entidade
de referência e (c) os atributos desta.Quanto ao significado, performance é um conceito
difícil de definir, não existindo uma definição única nem unanimemente aceite (Lebas, 1995;
Otley, 1999; Andersen e Fagerhaug, 2002). Existem múltiplas definições de performance,
onde coexistem múltiplas dimensões decorrentes da diversidade de significados do termo
existentes nos dicionários (Lebas e Euske, 2002). Assume múltiplas interpretações
decorrentes da ambiguidade (Alchian e Demsetz, 1972; Lebas e Euske, 2002) e
subjectividade do termo (Merchant e Stede, 2007). Quanto à entidade de referência, pode
ser um objecto ou um evento.
Este trabalho admitea performance como um conceito abstracto, subjectivo e relativo (Lebas
e Euske, 2002) e partede um objecto de referência (contexto de ocorrência) consonante: o
da acumulação de «riqueza», no sentido pessoal, comercial e/ou empresarial.
Apontamentos histórico-evolutivos até à 1ª metade dos anos 80
No contexto da acumulação de riqueza, existem provas de registos de «coisas
amealhadas», expressas qualitativa e quantitativamente por símbolos, desde há cerca de
20.000 anos (Sá, 2004).Na perspectiva da medição, a cidade-estado de Lagash, na
Suméria, já possuía um «sistema de pesos e medidas» há cerca de 7.000 anos, podendo
falar-se em existência demedição.Com os Babilónios, e eventualmente antes com os
Sumérios1, já a Matemática era amplamente desenvolvida, mas consignada às contas
comerciais, impostos e medições de terrenos (Rocha e Amado, 1988).
Há cerca de 4.000-4.500 anos, em Ur, outra cidade-estado da Suméria, já existia um
«sistema informativo com balanços» (Sá, 2004). Data de há cerca 4.600-6.000 anos atrás, a
ideia de débito e crédito (embora não na forma actual), existindo provas de apuramento de
resultados em «contas do exercício» de há cerca de 4.600 anos na referida cidade-estado
de Lagash (Sá, 2004). Os Egípcios também faziam registos das transacções financeiras há
mais de 3.700 anos atrás (Andriessen, 2004).
Passando para o século I d.C., os romanos também mediam a performance. O imperador
Trajano (53 d.C-117 d.C.) tomava decisões reformadoras com base em dados extraídos da
escrita contabilística das províncias do império (Sá, 2007; Wikipédia), que relevava a riqueza
criada e disponível das mesmas.
1 A fonte referenciada menciona apenas os Babilónios em geral. Porém, outras fontes mencionam os Sumérios, os Sumérios-Babilónios e outros povos da região Babilónica.
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Dando um salto no tempo, no século XII os mercadores italianos reconheciam que bons
livros de contabilidade defendiam-os do «caos e da confusão de Babel» (Crosby, 1997). Nos
séculos XIV e XV, nomeadamente em Itália, existiam procedimentos de MeP de base
contabilística, mais elaborados, assentes no método das partidas dobradas. Segundo
Person (2009), data desta época o primeiro bestseller de negócios relacionado com a MeP,
após a invenção da prensa por Gutenberg, o livro «Summa de Arithmetica, Geometria,
ProportionietProportionalitá» de Luca Pacioli, editado em 1494, há 500 anos atrás.
Não obstante a evolução registada nos úlimos 500 anos, nomeadamente nas vertentes da
contabilidade de custos (v.g., cálculo, controlo e gestão de custos; custeio variável; custeio
marginal ou supervariável; custeio baseado na actividade) e da contabilidade orçamental
(v.g., gestão orçamental e desvios; orçamento base zero; orçamento flexível e dinâmico), na
essência, a MeP dos negócios2 baseada nas partidas dobradastem resistido até aos dias de
hoje e continua a ter um papel preponderante:(a) no cálculo de indicadores (v.g. valores
residuais, rácios ou variações)financeiros de rendibilidade contabilística e económica,(b) na
operacionalização das abordagens baseadas nocash-flowe(c) como base informativa
primáriados designadosmodelos de valor económico (v.g., EVA, CFROI e similares)
associados ao paradigma da gestão baseada no valor.
Todavia, na primeira metade dos anos 80 do século XXcomeçou a haver alguma
insatisfaçãocom estesistema monolítico (Dixonetal., 1990). Da parte dos práticos, um estudo
realizado nos EUA em 1987 concluiu que 60% dos 260 directores financeiros e 64
executivos operacionais que responderam ao inquérito estavam insatisfeitos com os seus
SMeP(Howelletal., 1987). Da parte dos académicos, vários investigadores começaram a
criticar as medidas de base contabilística, nomeadamente por quatro categorias3 de razões:
(1ª) Comportamental. Por induzirem e encorajarem comportamentos e decisões de curto
prazo em detrimento de comportamentos conducentes àcriação de fontes de
competitividade a longo prazo (Hayes e Abernethy, 1980; Kaplan, 1983; Eccles, 1991;
Jacobs, 1991; Merchant e Stede, 2007), com ainerente susceptibilidade para a manipulação
dos números oficiais e indicadores (Eccles, 1991;Merchant e Rockness, 1994; Bakeretal.,
1994; Ittneretal., 2003; Merchant e Stede, 2007)e para a institucionalização de uma certa
miopia de gestão (Stein, 1988) ou miopia de negócio (Jacobs, 1991) decorrente do
enviesamento das decisões(Merchant, 1989; Merchant e Stede, 2007).
2Não consideramos, neste contexto, as medidas de performance baseadas no mercado, v.g., capitalização bolsista, variação da cotação ou retorno total para o accionista (total shareholderreturn). 3A definição e denominação das categorias é da nossa responsabilidade.
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(2ª) Insuficiência. Por serem insuficientes para compreender os determinantes da
performance das empresas (Kaplan, 1983; Eccles, 1991; Ghalayini e Noble, 1996).
(3ª) Perda de relevância. Dado que foram concebidas numa época em que as organizações
criavam valor através da força de trabalho e não através da aplicação de tecnologia ou do
conhecimento (Johnson e Kaplan, 1987; Ghalayinietal., 1997).
(4ª) Incoerência com a competividade. Por as medidas de custo serem inconsistentes com a
ênfase, entre outros, na qualidade, serviço, tempo, just-in-time, flexibilidade, inovação e
novos produtos enquanto armas competitivas num mercado global caracterizado por uma
envolvente mais concorrencial e dinâmica (Kaplan, 1983; Cross e Lynch, 1988; Keeganetal.,
1989; Dixonetal., 1990; Eccles, 1991; Ghalayini e Noble, 1996).
3. Momento de viragem na medição da performance organizacional
O período entre a segunda metade dos anos 80 e a segunda metade dos anos 90 do
século XX foi um «momento de viragem», ao emergirem três movimentos que alteraram a
forma de olhar para a MeP organizacional, quer pelos práticos quer pelos académicos,
fornecendo-lhe uma nova visão: (1) surgimento de novas propostas de MeP organizacional,
(2) criação dos designados modelos de excelência e (3) reorientação da investigação no
tema da medição da performance/controlo de gestão (MeP/CG)(Figura 1). Os dois primeiros
são abordados de seguida e o terceiro no ponto 4.
Novas propostas de medição da performance organizacional
As propostas surgidas no período referido podem agrupar-se em duas categorias4 (Ittner e
Larcker, 2001; Neelyet. al., 2003): as que mantêm e as que alteram o paradigma de MeP
vigente (paradigma financeiro).
A primeira categoria congrega os designados novos métodos de MeP financeira, uns de
cariz mais contabilístico (v.g., custeio baseado na actividade, backflushaccounting), outros
de cariz monetário (v.g., fluxos de caixa gerados, cash-flow descontado) e outros
enfatizando o cariz económico (v.g., margem de contribuição residual/resultado residual,
lucro económico, valor económico acrescentado,shareholdervalueanalysis). Na essência, o
paradigma financeiro de MeP mantém-se, dado que todos estes métodos/abordagens
constituem um upgrade aos métodos tradicionais.
4 A ideia das duas categorias foi captada nas fontes mencionadas. Todavia, a atribuição da denominação das categorias e o desenvolvimento foi efectuado por nós com base na revisão de literatura.
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Figura 1 – Três movimentos que emergiram entre a 2ª metade de 80 e a 2ª metade de 90
1Novas
propostas de SMeP
2 Criação de modelos de excelência
3 Reorientação
da investigação
Três
movimentos
Duas categorias de propostas
• Uma mantem o paradigma da MeP= Novos métodos de MePF
• Cariz contabilístico, cariz de cash-flow e cariz económico
• Outra altera o paradigma da MeP= SMeP mais abrangentes
• Uns c/ predominância do físico/tangível• Outros c/ abordagem do intangível
Base: Filosofia TQM• Baldrige model• EFQM model• Ênfase: eficiência
operacional
Duas vertentes• Nos focos de interesse da
investigação• 2ª metade anos 80• Após 2ª metade anos 90
• No paradigma de investigação• Críticas: finais anos 80• Reorientação: 2ª metade anos 90
Legenda:EFQM – European Foundation for Quality Management; MeP – Medição da performance; MePF – Medição da performance f inanceira; SMeP – Sistemas de medição daperformance; TQM – Total Quality Management.
Fonte: Elaboração própria.
A segunda categoria compreende as propostas de sistemas de MeP mais abrangentes5 que
as metodologias de base contabilística. Identificámosquinzepropostassurgidas entre 1988 e
1996.Trezedelassão: (1) The Performance Pyramid (Cross e Lynch, 1988), base do
Strategic Measurement and Reporting Technique (SMART) da Wang Laboratories,
aperfeiçoadaemMcNair et al., (1990) e explicitadaem Lynch e Cross (1991); (2) Performance
Measurement Matrix (Keegan et al., 1989); (3) Performance Improvement Planning Process
(Sink e Tuttle, 1989); (4) Performance Measurement Questionnaire (PMQ) (Dixon et al.,
1990); (5) Measures for Time-Based Competition (Azzoneet al., 1991); (6) Framework for
Developing Linked Performance Measures (Beischell e Smith, 1991); (7) Results and
Determinants Framework (Fitzgerald et al., 1991); (8) Balanced Scorecard (Kaplan e Norton,
1992); (9) Balanced Scorecard (Maisel, 1992); (10) Quantum Performance Measurement
Model (Hronec, 1993); (11) Effective Progress and Performance Measurement (EP2M)
(Adams e Roberts, 1993); (12) Success Dimensions Model (Shenhar e Dvir, 1996) e (13)
Framework Business Processes (Input-Output-Outcome-Goal Framework) (Brown, 1996).
5Estes sistemas são denominados pelos investigadores por sistemas balanceados, sistemas contemporâneos, sistemas multi-dimensionais, sistemas integrados e/ou dinâmicos, sistemas multi-nível, sistemas abrangentes sistemas de medição estratégicos, sistemas de medição da performance estratégica, sistemas de gestão estratégica, sistemas de gestão da mudança estratégica e, muitas vezes, simplesmente «balancedscorecards» ou «scorecards».
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Este segundo tipo de propostas «marca o início6» de um novo paradigma na MePporque: (1)
preconizam uma visão multi-dimensional e integrada da performance; (2) complementam as
medidas financeiras com medidas não-financeiras;(3) colocam a estratégia no centro e não
o controlo strictusensu (Kaplan e Norton, 1992)e (4) introduzem noções inovadoras e/ou
aprofundam noções existentes, nomeadamente:(a) as medidas internas e externas (Cross e
Lynch/Wang Laboratories, 1988; Keeganetal., 1989;Kaplan e Norton, 1992); (b) o
alinhamento (Dixonetal., 1990); (c) o cascateamento de medidas (Lynche Cross, 1991);(d)a
ligação dos factores críticos de sucesso aos impulsores de processo(Beischelle Smith,
1991); (e)a ligação entre resultados e seus determinantes (Fitzgerald etal., 1991); (f) a
ligação entre laggingindicatorseleadingindicators(Kaplan e Norton, 1992); (g) a importância
do benchmarking na avaliação da performance (Bogan e English, 1994) e (h) a importância
de considerar diferentes horizontes temporais(Shenhar e Dvir, 1996).
A principalárea de emergência das primeiras propostas foi a de produção e
operações,predominando osrecursos e indicadores físicos e tangíveis, embora introduzindo
indicadores de melhoria de qualidade.Todavia, foi também naquele período que começaram
a intensificar-se os trabalhos sobre a designada abordagem do intangível, enquadrada na
economia do intangível (Sveiby, 1986, 1997; Andriessen, 2004) e/ou economia do
conhecimento (Drucker, 1969;Sveiby, 1997; Kim e Mauborgne, 1999) e/ou economia da
inovação (Voelpeletal., 2006), com estudos de investigação e publicaçõesque levaram á
criação das primeiras frameworks sobre reporting, medição, avaliação e gestão
dosdenominadosactivos invisíveis, activos intangíveis, activos intelectuais, activos de
conhecimento, recursos intangíveis ecapital intelectual (Itami, 1980;Sveiby eRisling, 1986;
Teece, 1986;Sveiby/TheKonradGroup, 1989; Hall, 1989, 1992; Sveiby,1994).A abordagem
do intangível veio enriquecer a vertente não-financeira da MeP, enquantogerador
dedriversda performance estratégica.
Criação de modelos de excelência
Dois dos designados modelos de excelência, o BaldridgeModel e o EFQM ExcellenceModel,
foram criados no período citado, respectivamente, em 1987 e 1991.Assentando na gestão
pela qualidade total,enquanto filosofia de gestão, surgiram com o objectivo de serem
6 Assumimos o início do paradigma no período referido. Porém, são conhecidas propostas anteriores, nomeadamente o Tableau de Bord, em França, já usado nas empresas por volta de 1932 (Nørreklit, 2000), mas cujas origens remontam, consoante as fontes, ao século XVII, e o primeiro BalancedScorecard criado por Arthur M. Schneiderman em 1987 naAnalogDevices e um dos que esteve na base do de Kaplan e Norton (1992), http://www.schneiderman.com/Concepts/The_First_Balanced_Scorecard/BSC_INTRO_AND_CONTENTS.htm acedido em 2009.08.03.
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ferramentas de gestão para apoiar o reforço da competitividade das organizações, vindo
também a tornar-se modelos para apreciação da performance organizacional e atribuição de
prémios de excelência. Devido á sua natureza e reduzida relação com o objecto deste
trabalho, este tópico não será desenvolvido.
4. Reorientação da investigação no tema da medição de performance
Como referido atrás, até à segunda metade dos anos 80do século XX a MeP era
essencialmente de base contabilístico-financeira, sendo inexpressivasas menções aos
designados SMeP abrangentes, multi-dimensionais, integrados.Por inerência, a investigação
efectuada na área de MePtambém era predominantemente de índole contabilístico-
financeira e estava enquadrada em contabilidade financeira,lato sensu, e em controlo de
gestão (CG), v.g., custos e controlo financeiro. Por esta razão, este ponto tem por
base,numa primeira fase, a investigação efectuada em sistemas de controlo de gestão
(SCG), que é a área mais próximada MeP, e, numa segunda fase,a efectuada emSMeP.
Tendo por base os trabalhos de Kaplan (1986);Dent (1987, 1990);Johnson (1987);Berryetal.,
(1995, 2009);Otleyetal., (1995); Langfield-Smith (1997, 2005);Chenhal (1997; 2003; 2005);
Ittner e Lacker (2001);Burns e Vaivio (2001); Neelyetal., (2005), entre outra
literatura,podemos identificar dois grandes períodos na investigação: (1º) o primeiro até
inícios da segunda metade dos anos 80 do século passado (v.g.,até 1985/1986), e (2º) o
segundo após a segunda metade dos anos 80 (v.g., após 1985/1986). É neste segundo
período que ocorre a reorientação mais profunda na investigação, quer nos focos de
interesse quer no paradigma de investigação.
4.1. Primeiro período: Até inícios da segunda metade dos anos 80
Até ao início da segunda metade dos anos 80 do século passado, a investigação em
MeP/CGpode caracterizar-se do seguinte modo:
1. Paradigma da MeP: Performance financeira.
2. SMeP:Esta expressãoquase não era usada em investigação. Uma pesquisa nas bases
de dados ABI/INFORM (ProQuest), WoS(ISI) e EBSCO sobre a utilização da
expressãoperformance measurementsystemno título de artigos até 1985 devolveu,
respectivamente, um, dois e zero resultados.A menção da expressão nos abstract e/ou no
corpo dos artigos é maisfrequente, mas reduzida.
3. Bases do SMeP:Sistema contabilístico tradicional e conceito de CG de Anthony (1965).
13
4. Focos de interesse da investigação:A investigação dominante tinha um foco
contabilístico-financeiro, com ênfase: (a) nos custos (v.g. apuramento de custos), (b) na
rendibilidade (v.g. rácios de rendibilidade, centros de resultados) e (c) no controlo financeiro
(v.g., ciclo de controlo orçamental,centros de resultados, controlo de unidades de negócio).
5. Relação entre MeP e estratégia:A investigação da relação entre a MePe estratégia
cingia-se à performance financeira e apresentava três atributos principais:
• Foco da relação:Focava o papel do CG financeiro na concretização dos objectivos e na
implementação da estratégia.
• Primado da adequação:Seguia o primado da adequação, i.e., o CG adequava-se à
estratégia, não a influenciando (Simons, 1987; Langfield-Smith, 1997).
• Mono-paradigma:Era efectuada quase exclusivamente numa base de mono-paradigma
(positivismo) e numa perspectiva contingencial (Dent, 1987; Simons, 1987; Berryetal.,
1995).
6. Principais influências:Sofreu três influências principais.Foi muito influenciada,
provavelmente de forma não deliberada, pelo trabalho de Anthony (1965) que ao definir o
CG numa base contabilística restringiu desnecessariamente o seu âmbito (Otleyetal., 1995;
Berryetal., 1995). Foi influenciada também pelo conceito de gestão por objectivos de
Drucker (1954) e pelo modelo DuPontde medição da performance financeira (Brown,
1920’s)7,coma consequente adopção de uma visão vertical da organização (Johnson, 1987).
7. Contexto da investigação:Ainvestigação efectuava-se num ambiente com os seguintes
contornos:
• Perfil da economia:Predominância da economia industrial (Porter, 1980; Voelpeletal.,
2006), que valoriza o físico, o material e o tangível.
• Abordagem estratégica dominante:Domínio da escola do posicionamento como
abordagem estratégica, de forte influência porteriana.
• Núcleo do conceito de estratégia:Possede um portfólio de negócios,oriundo dos anos 70
(Venkatraman e Subramaniam, 2002),adequados e posicionados no mercado (Porter,
1980), embora já com indícios de evolução para a detenção de um portfólio de
capacidades inerenteá abordagem baseada nos recursos.
• Tipologias de estratégia:Investigação influenciada pelas tipologias de estratégia
competitiva de Miles e Snow (1978) e Porter (1980).
4.2. Segundo período: Após a segunda metade dos anos 80
7 O modelo DuPontfoi desenvolvido por F. Donaldson Brown no período de 1920 a 1924 na E.I. DuPont de NemoursCompany tendo sido utilizado também na General MotorsCorporation.
14
No final da primeira metade dos anos 80do século XX começaram a haver sinais da
reorientação da investigação na área de MeP/CG, que viria a ocorrer numa dupla vertente:
(a)reorientação nos tópicos de interesse em investigar e (b) reorientação no paradigma de
investigação.
(A) Primeira vertente: Reorientação nos focos de investigação
Os sinais da reorientação nos focos de investigação sobre MeP estavam associados: (a) ao
movimento da TQM (perspectiva de eficiência operacional); (b) à visão horizontal da
empresa, v.g., lógica dos processos e cadeia de valor (perspectiva organizacional); (c) à
«emergência» da abordagem do movimento ou visão baseada nos recursos(perspectiva
estratégica) e (d) à «emergência» de uma nova visão sobre a gestão de custos (Dent, 1987;
Cooper e Kaplan, 1987; Johnson, 1987), o uso das técnicas de contabilidade de gestão
(Kaplan, 1984; Simons, 1987a) e os tipos de controlo (v.g., controlo interactivo versus
controlo programado de Simons, 1987a) (perspectiva de contabilidade e controlo).Esta
reorientação nos focos ocorreu em dois sub-períodos:um da 2ª metade dos anos 80 a final
da 1ª metade dos anos 90 e outro após meados de 90 do século passado.
(A.1) Primeiro sub-período: De meados de 1980 até meados dos anos 1990
No período entre a segunda metade dos anos 80 e o final da primeira metade dos anos
90do século XX, a investigação reorientou-se nos focos de interesse, mas manteve o
paradigma de investigação positivista.Na essência, a investigação apresentava um
delineamento próximo do seguinte:
1. Paradigma da MeP:Financeiro e não-financeiro. Predominância do físico e tangível.
2. SMeP: Incremento do uso da expressão SMeP. Sistema mais abrangente; financeiro
complementado com medidas não-financeiras.
3. Bases do SMeP:Sistema contabilístico tradicional complementado com oCBA.
Ferramentas inerentes á filosofia TQM e à gestão por processos.
4. Focos de interesse da investigação: Incremento gradual da performance não-financeira,
com foco na eficiência operacional e melhoria da produtividade filosofia de processos,
redução de desperdícios, custos da não qualidade (Ittner e Lacker, 2001), análise e custeio
de actividades.
5. Relação entre MeP e estratégia:Incremento dos estudos sobre a relação entre
CG/MePeestratégia, mas com as mesmas características do período anterior.Iniciam-se as
críticas ao mono-paradigma dominante e á perspectiva contingencial (Dent, 1987;Simons,
1987).Sinais da emergência de novos focos de interesse, v.g. controlo de gestão
comportamental.
15
6. Principais influências: Cadeia de valor (Porter, 1985); gestão de custos e custeio
baseado na actividade (Cooper e Kaplan, 1987; Johnson e Kaplan, 1987); performance
pyramid/SMART (Cross e Lynch, 1988); balancedscorecard (Kaplan e Norton, 1992);
controlo interactivo e controlo de diagnóstico(Simons 1995).
7. Contexto da investigação:Verificam-se algumas alterações no contexto da investigação
face ao período anterior:
• Perfil da economia:«Inícios» da economia do intangível (Itami, 1980; Sveiby e Risling,
1986;Teece, 1986; Sveiby e Tom, 1987; Hall, 1987, 1992; Sveiby, 1994; Andriessen,
2004).
• Abordagem estratégica dominante:Perda de relevância do posicionamento em
detrimento do aumento de influência do movimento ou abordagem baseada nos recursos
(Henri 2006a).
• Núcleo do conceito de estratégia:Aumento da importância da detenção de um portfólio
de capacidades, co-existindo com a posse do portfólio de negócios (Venkatraman e
Subramaniam, 2002).
• Tipologias de estratégia:Investigação influenciada pelas tipologias de estratégia
competitiva de Miles e Snow (1978),Porter (1980), Gupta e Govindarajan (1984).
(A.2) Segundosub-período: De meados de 1980 até meados dos anos 1990
Após meados dos anos 90 verificou-se uma reorientação mais intensa e substancial dos
focos de investigação em várias direcções e, simultaneamente, uma reorientação do
paradigma de investigação. Na essência, a investigação apresentava os seguintes
contornos:
1. Paradigma da MeP: Financeiro e não-financeiro. Físico, tangível e reforço do intangível.
2. SMeP:Uso efectivo da expressão SMeP. Sistemamulti-dimensional e integrado.
Aumento de relevância das medidas não-financeiras. «Início» do uso da expressão gestão
da performance.
3. Bases do SMeP:Sistema contabilístico tradicional. Sistema complementar ao
contabilístico. Sistemas de informação distribuídos.
4. Focos de interesse da investigação: Reorientação substancial dos focos de
investigação, em várias direcções/ênfases. Ênfase na criação de valor, mas essencialmente
numa perspectiva monista (accionista), influenciada pelosconceitos de shareholdervalue
(Rappaport, 1986) e EVA® (Stewart III, 1991), inerentes aos modelos de gestão baseada no
valor.Ênfase no desenho, uso, tipos e atributos de SMeP (Neelyetal., 2005).Ênfase no papel
do CG/MeP na execução da estratégia, mas na abordagem do posicionamento (Langfield-
Smith, 1997, 2005).Ênfase no incremento do papel do CG/MeP no processo de mudança
16
estratégica, já iniciado com Hopwood (1983, 1987) (Burns e Vaivio, 2001).Ênfase na relação
entre CG/MeP ea abordagem estratégica dosrecursos (Henri, 2006b).Ênfaseno incremento
da monitorização do intangível e da relação entre CG/MePe a visão baseada no
conhecimento.«Ênfase» no incremento da relação entre CG/MP e a criação de valor na
perspectiva pluralista(stakeholders).«Início» da relação entre CG/MeP ecultura
organizacional (Henri, 2006a).«Início» da relação entre CG/MePeliderança
(Abernethy,2010).
5. Relação entre MeP e estratégia:Incremento dos estudos sobre a relação entre CG/MeP
e estratégia, mas numa lógica de influência recíproca e de pluri-paradigma.
6. Principais influências:Shareholder value analysis (Rappaport, 1986); EVA® (Stewart III,
1991), níveis de controlo (Simons, 1995, 2005), Balanced scorecard (Kaplan e Norton, 2001,
2004).
7. Contexto da investigação:
• Perfil da economia: Economia do intangível (Sveiby, 1997; Andriessen, 2004), economia
da inovação (Voelpeletal., 2006), economia do conhecimento (Sveiby, 1997).
• Abordagem estratégica dominant: Perda de relevância do posicionamento, aumento da
relevância do movimento/recursos e da estratégia baseada no conhecimento (Nixon,
2006).
• Núcleo do conceito de estratégia:Detenção de um portfólio de relações e de um
portofólio de capacidades, co-existindo com a posse do portfólio de negócios
(Venkatraman e Subramaniam, 2002). Atribuição de mais relevância às estratégias
emergentes. «Início» da integração do conhecimento externo com o interno e
transferência (Nixon, 2006).
(B) Segunda vertente: Reorientação nos focos de investigação
Até à segunda metade dos anos 80 do século XX, o paradigma de investigação em CG/MeP
era o positivismo, operacionalizado através da perspectiva contingencial (v.g., teoria da
contingência, teoria dos contratos, teoria da agência, teoria dos custos de transação, teoria
dos sistemas) e, em algumas situações, da teoria funcionalista (v.g. Simons, 1987, 1987a).
No período que medeia entre a segunda metade dos anos 80 e o final da primeira metade
dos anos 90 começaram a surgir críticas a este mono-paradigma dominante e á perspectiva
contingencial e a defender-se o uso de outros paradigmas, teorias e métodos, v.g. a teoria
institucional (Dent 1987), a teoria construtivista (Kasanenetal., 1993), o estudo de caso
(Kasanen e Lukka, 1995).
17
Após meados dos anos 90, ocorreu a «reorientação efectiva» no paradigma de investigação,
traduzida na evolução da lógica de mono-paradigma para uma lógica pluri-paradigma; do
uso quase exclusivo do paradigma positivista e da perspectiva contingencial para o uso de
paradigmas, abordagens e teorias alternativas, v.g., abordagens de base antropológica,
sociológica e naturalística (Berryetal., 1995; Kakkuri-Knuuttilaetal., 2008), paradigma
interpretativo (Ahrens, 2008), paradigma crítico, teoria institucional,grounded-theory e teoria
construtivista (Kasanenetal., 1993); e no incremento dos estudos de caso (Kasanen e
Lukka,1995).
5. Principais conclusões
Do exposto, podemos extrair cinco conclusões principais. Primeira, aMePsempre existiu,
havendo actualmente uma maior pressão para a quantificação. Ao invés, a investigação na
temática é recente.Segunda, o sistema monolítico de MePassente nas partidas dobradas foi
dominante atéá primeira metade dos anos 80 do século XX.Terceira, entre a segunda
metade dos anos 80 e a segunda metade dos anos 90 emergirem três movimentos que
alteraram a forma de olhar para a medição da performance organizacional: (a) surgimento
de novas propostas de medição, umas mantendo e outras alterando o paradigma da
performance, (b) criação de modelos de excelência e (c) reorientação da investigação, numa
dupla vertente: nos tópicos de investigação e no paradigma de investigação, evoluindo da
lógica de mono-paradigma (positivismo) para uma lógica pluri-paradigma.Quarta, é possível
identificar um «conjunto de parâmetros» que sirvam de base a uma visão diferente sobre a
evolução da investigação em MeP, nomedamente a «ligação» entre o tipo de SMeP e os
focos de interesse da investigação em MeP e o seu contexto, v.g., perfil da economia,
abordagem estratégica dominante, núcleo do conceito de estratégia, tipologias de
estratégia.Quinta, aMeP é um campo fértil para críticas, nomeadamente de cariz
sociológico.
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