Revisão
Débora Santana
Gênero
Romance
Ano 2013
Prefácio de
Débora Santana
Prefácio de
Débora Santana
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, a Deus, ao
privilégio de ter recebido essa dádiva de
escrever.
Agradeço o apoio de minha família e de
Débora Santana.
Sumário
Prefácio por Débora Santana.......................................................10
1 Rebeca é sequestrada .....................................................13
2 Rebeca vive um pesadelo ...............................................18
3 Patrick defende Rebeca ..................................................31
4 Rebeca vai para o internato .........................................42
5 Alice estraga tudo .............................................................65
6 Um admirador .....................................................................75
7 Uma amiga para Patrick ................................................85
8 Como mãe e filho ...............................................................97
9 Rebeca volta para casa ..................................................105
Me guardarei até te encontrar Cristiane torres
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PREFÁCIO
Todas as pessoas passam por ritos que marcam as
transformações e o amadurecimento. Para os meninos a
puberdade é marcada pelo surgimento dos pelos e a entonação
grave da voz. Isso no que diz respeito as mudanças internas e
hormonais, fatores biológicos e fisiológicos.
Para as meninas os ritos são ainda mais evidentes e também
mais relevantes. É um orgulho para qualquer garota ser
chamada de mocinha pela primeira vez. Aliás, esta expressão –
primeira vez – tem um sabor especial: o sutiã, a menstruação,
o beijo, o baile, o amor e claro, pela primeira vez mulher!
Testemunho agora, o rito de passagem de Cristiane Torres –
primeira vez escritora. Tenho certeza que este romance
representa um momento único em sua vida, pois descobrir uma
aptidão é por si só uma dádiva, descobrir que ama fazer aquilo
que sabe é ainda melhor. Em minha opinião, nasce um livro,
uma profissão, uma escritora, e uma nova Cristiane, com
perspectivas e esperanças renovadas, visto que em meio a um
momento especial, com limitações nunca antes vividas e
responsabilidades duplicadas, ela encontrou algo que lhe
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possibilita viver além de tudo. Assim é a literatura para quem
escreve e para quem lê.
Essa também é a sensação que temos ao ler a história de
Rebeca, de que só é possível viver além dos problemas,
quando existe um amor distinto e puro.
Rebeca teve todos os ritos de passagens controvertidos. As
suas experiências foram muito diferentes do que as meninas
costumam sonhar e seriam razões suficientes para
impossibilitá-la de amar, de ser amada e de ser feliz.
Enfim, você tem em mãos, caro leitor, um romance
interessante sobre quebras de expectativas recorrentes
compensadas por uma fé inabalável no amor verdadeiro. A
história de um menino que se torna homem através do
abandono, da vida bandida e da prisão. De uma menina que se
torna mulher após uma festa arruinada, o roubo da sua
inocência, a perda do pai e do primeiro amor e a clausura
involuntária. Ma eles se guardaram um para o outro, certos de
que ficariam juntos novamente.
Que este seja o primeiro de muitos romances de Cristiane
Torres e o início do seu amadurecimento como escritora,
porque as inspirações agora, tenho certeza, serão constantes.
Me guardarei até te encontrar Cristiane torres
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1 REBECA É SEQUESTRADA
Rebeca foi uma garota criada muito reclusa. Seus pais eram
reservados e tinham receio de vê-la influenciada por costumes
diferentes. Na cabeça da Sra. Alice amizades fora do seu
padrão de vida, seriam riscos aos costumes da família e sua
filha era tudo que tinham, não gostariam de interferências.
Sr. Rodolfo trabalhava como carpinteiro, única renda da
família. Sua esposa era uma ótima dona de casa e fazia
quitutes tão incríveis que na cidade onde moravam já era
conhecida por seus especiais bolinhos e sempre ganhava um
dinheiro extra, com encomendas em tempos festivos.
Rebeca tinha apenas 15 anos e estudava na escola mais
próxima de casa, tinha poucos amigos, seu pai ia buscá-la
todos os dias para prevenir de algo que pudesse acontecer. Era
realmente incrível sua preocupação com Rebeca. Sua mãe, por
sua vez, se preocupava em ensinar os afazeres domésticos e
nunca a deixava ir à casa de amigas para nada, nem mesmo
estudar. Para os pais, ela era apenas uma menina, mas já tinha
15 anos e seus pensamentos já não eram mais os mesmos, o
seu corpo mudava e sua beleza era cada vez maior.
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Rebeca estava perto de fazer 16 anos e não teve uma festa de
debutantes por causa dos problemas financeiros da família no
ano anterior, mas o Sr. Rodolfo estava de vento em polpa com
as reformas na cidade e neste ano já daria pra realizar o desejo
de sua filha. Poucos seriam convidados, pois a garota não tinha
muitos amigos, entretanto convidaria os colegas de classe e
sua amiga Suziel. Chegado o dia tão esperado por Rebeca, que
contara o tempo até ali, ela pensava como estava perto de
começar a realizar seus sonhos que eram tão grandes quanto o
zelo de seus pais. Aquele momento era único, porque ela tinha
a ilusão que a comemoração dessa idade seria o símbolo de
que se tornara uma mulher, apesar de ser uma adolescente com
pouquíssimas experiências.
O Sr. Rodolfo estava animado, pois nunca havia feito uma
festa em sua casa e queria dar o melhor à Rebeca, fazê-la feliz.
Sua mãe trabalhava muito na cozinha fazendo os doces e
salgados com ajuda de Rebeca e Suziel. A casa cheirava a
flores que Suziel trouxe de sua casa e tudo parecia tão lindo.
Chegada a hora. Rebeca correu para seu quarto para se
aprontar, sua mãe trouxe-lhe um vestido que comprara há
poucos dias antes da festa e quando Rebeca abriu o embrulho,
seus olhos encheram-se de lágrimas, nunca usara tão lindo
vestido em toda sua vida parecia vestes de uma verdadeira
princesa (um misto da beleza de um cisne como encanto de
uma fada) realmente não tem com descrever tamanha beleza
aos olhos.
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- Mãe é lindo! Estou tão feliz! Esse é o melhor dia de minha
vida. - Te amo!
- Filha! Eu também te amo muito.
Todos estavam chegando à festa e Rebeca ainda estava no
quarto pensando, para ela aquele momento era muito
importante, não tinha muitos amigos e não era de levar
ninguém em casa. Não parecia, mas era uma frustração ser só.
Então depois de muito pensar Rebeca desceu as escadas e
todos ao olharem, pararam em silêncio. Estava deslumbrante,
como jamais haviam visto qualquer garota igual naquele lugar.
Suziel correu e abraçou-a, afinal era sua melhor amiga e
confidente, ninguém além dela sabia o quanto era importante
aquele dia para Rebeca.
Todos vieram cumprimentar a aniversariante e ela muito
tímida agradecia e recebia os presentes com muita satisfação.
Seu pai cheio de orgulho por ter uma filha tão linda quase não
saia de perto dela. Sua mãe servia contente às bebidas, os
doces e salgados, ficaram em uma mesa comprida com toalhas
brancas de cetim cobertas de babados de renda, tudo parecia
maravilhoso até...
- Deitem-se todos! Isso é um assalto, caso alguém faça
qualquer movimento eu atiro.
Parecia que o sonho de Rebeca havia se tornado um inferno,
seu aniversário, sua realização, seus 16 anos, seus novos
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amigos, tudo desapareceu no terror ao entrar pela porta de sua
casa um jovem por volta dos seus 17 anos, com o semblante de
sofrimento. Cicatrizes em seu rosto mostravam que não teve
boa vida. Mas algo era diferente naquele rapaz, aqueles olhos
tristes tinham uma luz que Rebeca conseguia ver, era um
jovem lindo mais cruel e insensato.
- O que tanto olha garota? Sua insana. Quer morrer? Alias és
tu a aniversariante? Vamos diga algo esta me olhando tanto
por quê? Quer fazer meu retrato falado no inferno onde vai
morar se continuar me encarando?
- Perdão! Eu só estava olhando a luz que tem em seus olhos,
não consigo entender, é uma luz que reflete bons sentimentos.
O rapaz ficou tonteado com as palavras de Rebeca. Por um
momento esqueceu-se que estava fazendo um assalto, levou
um golpe pelas costas e caiu no chão desacordado. Mas o
jovem não estava sozinho, tinham dois homens com ele,
aguardando do lado de fora da casa. Eles entraram cheios de
ira e atiraram acertando uma das meninas que foi convidada
para festa.
- Corram... Corram... Eles estão atirando.
- Socorro! Minha irmã foi atingida. “Alguém ajude.”
Foram momentos horríveis. Aquela família e aqueles jovens
que estavam tão alegres em comemorar o aniversário de
Rebeca, de repente envolvidos no horror de um assalto. Muitos
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queriam se aproximar dela para conhecê-la melhor, mas tudo
deu errado.
- Rodolfo cadê minha Rebeca? Onde ela está? Para onde
foi?
- Rebeca... Rebeca...?!
Os homens fizeram com que corressem para que pudessem
tirar o jovem caído do chão, mas levaram Rebeca como
garantia de que não seriam perseguidos.
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2 REBECA VIVE UM PESADELO
-Vamos... Vamos... Dik ande logo temos que sair da cidade o
quanto antes, aquelas pessoas vão mandar a polícia para nos
procurar. Não seria melhor deixar a menina já que saímos de
lá?
- Não! Foi por causa dela, Danilo, que o Patrick levou um
golpe nas costas. Então ela vai e depois veremos o que
fazemos, acho que ela já viu demais e sabe demais para ficar.
Rebeca estava aflita ao sentir que poderiam tirar sua vida, em
um segundo passou em sua mente as lembranças de tudo que
já viveu e o que poderia deixar de viver dali para frente, seu
coração batia tão forte que sentia a morte, mas ficou quieta
sem falar nada e olhando a todo o momento para baixo.
Já estavam a mais de uma hora na estrada e o combustível
tinha acabado.
- E agora Dik, o que faremos? Estamos a quilômetros de um
posto de gasolina e o Patrick ainda está desacordado.
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- Calma! Danilo. Colocaremos o carro na floresta e por lá
mesmo seguiremos. Carregaremos o Patrick, enquanto a
menina, amarre suas mãos para que não queira fazer alguma
gracinha.
Então partiram. Passaram mais de uma hora e Rebeca não
aguentava mais andar, estava com sede. O dia todo tinha
trabalhado em casa fazendo os preparativos para sua festa.
- O que tem menina? Está sentindo algo?
- Não importa. Na verdade eu não me importo comigo e sim
com meus pais que só tem a mim de filha e eles se
sacrificaram tanto para dar aquela festa. Eu não deveria ter
aceitado.
- Cale-se...
Rebeca levou uma tapa em sua face. Aquele homem parecia
estar possuído por algo ruim.
- Calma! Dik a menina não fez nada, só precisamos de
dinheiro para fugir e tudo deu errado. Então não faça nada à
menina ela pode nos servir para a fuga.
- É... Ela pode nos servir mesmo.
Rindo ironicamente, Dik aproximou-se de Rebeca e passou as
mãos em seu rosto e desceu sobre seu busto apalpando-lhe
com força, beijou-lhe a boca e disse em seu ouvido: “será útil a
mim.” Rasgou a roupa de Rebeca, despiu-a, jogou-lhe no chão,
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apalpou-lhe as coxas abrindo suas penas e tirou-lhe a
virgindade. Seu parceiro, Danilo, ficou confuso se concordava
ou não com o que Dik estava fazendo, mas ele sabia que Dik
estava fora de seu normal, pois ambos usavam drogas e ele era
violento. O amigo preferia não arriscar um conflito naquele
momento.
- Vamos Danilo é sua vez.
- O que é que é cara, vai virar mulherzinha? Vamos... Ela é
doce, melhor do que qualquer dinheiro, eu fui seu primeiro me
dei de presente de aniversário para ela. O melhor presente!
- Não! Deveríamos ter deixado ela lá, agora vamos ser
perseguidos até o inferno.
- Que nada Danilo! Ela bem que gostou, está com cara de
quem quer mais, se não quer, deixa para o Patrick que está
acordando.
- O que aconteceu pai? Estou com muita dor de cabeça.
- Seu pai acabou de cometer a maior insanidade. Estuprou a
menina.
- Como assim pai? Tá ficando doido? Você trouxe essa menina
conosco?
- O que é hein? Você também não vai querer comer essa fruta
doce?
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- Pai eu desmaiei fiquei apagado e você faz uma desgraça
dessas? Por que trouxe a menina? Só queríamos dinheiro pra
fugir por causa das besteiras que faz.
- Cale-se! Pirralho! Quem é você para falar alguma assim
comigo? Vamos! Ande! Temos muito pela frente e eu já
relaxei, se vocês não querem aproveitar não posso fazer nada!
– o homem riu com sarcasmo.
Rebeca ainda no chão com muitas lágrimas nos olhos só
pensava em seu pai e nos planos que ele fazia para ela, em
seus estudos, na sua formatura e em seu casamento. Naquele
momento Rebeca queria morrer, estava decidida a morrer.
Sentia-se infeliz.
-Vamos docinho levante! Já descansou bastante é hora de
andar.
Rebeca ainda no chão não deu ouvido àquele homem com
tamanha crueldade, ele não sabia o quanto tinha feito a ela,
seus sonhos acabaram naquele momento que aquele monstro a
despiu. Patrick não conseguia olhar para ela, lembrou-se que
ela foi à menina que viu uma luz em seus olhos. Patrick foi um
menino criado sem mãe, não teve carinho de pai e viveu em
um ambiente conturbado, mas não conseguia entender por que
seu pai fez aquilo, já que o que queria era dinheiro. Ele podia
tê-la trazido, mas não ter tirado sua pureza. Não só a pureza do
corpo e sim a da alma, estava explícita a infelicidade e a falta
de temor de Rebeca. Seu brilho havia sumido. Poderiam lhe
atravessar uma faca que ela não mais reagiria, parecia que
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Patrick a conhecia profundamente, eles tinham muitas coisas
em comum só que em mundos diferentes.
- Vamos! Será que papai vai ter que bater no docinho para ela
levantar ou isso é sinal que quer mais? – Risos.
- Pare pai! Ela vai levantar-se, não precisa fazer mais nada, já
fez tudo que queria e o que não podia.
- Hum! Tá querendo a princesinha é? Vamos que temos que
atravessar a fronteira, antes deixaremos a menina na mata. Ela
vai saber se virar já é uma mulher.
Rebeca não se levantou e Dik começou a bater nela por causa
da teimosia, mas Rebeca não tinha reação alguma, já se sentia
morta.
- Pare! Vamos pare! Eu não vou aceitar isso!
Patrick empurrou o pai, então começaram a se esmurrar
agressivamente. Danilo tentou apartar os dois, mas foi inútil,
acabou caindo no chão. Depois de muito se agredirem pararam
e Dik deu uma crise de risos, sentado no chão. Seu filho, em
sua concepção de vida, estava virando homem de verdade e era
um orgulho para ele aquela violência.
Patrick pegou Rebeca pela mão e puxou com cuidado, ela
levantou-se e olhou em seus olhos fixamente, Patrick desviou
o olhar, estava envergonhado do que seu pai fizera, mas não
podia mudar mais nada, estava desacordado quando o pai fez
essa insanidade.
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Começaram a caminhar, e Rebeca ficou tonta e caiu. Dik
ordenou que seu filho a deixasse e seguissem sem ela, já
estavam perto da fronteira e não era mais necessário levá-la,
afinal morreria ali.
- Pai! Não deixarei a menina aqui, não conhece a floresta e mal
consegue andar, morrerá em breve.
- Não tenho nada a ver com isso Patrick. Se tiver que morrer,
que morra! Não precisamos mais dela.
- Como pode ser tão frio?
- Você está parecendo a sua Mãe, se preocupa muito com os
outros, eu sou seu pai e exijo obediência. Vamos!
Patrick ignorou seu pai, colocou Rebeca em seu colo e
começou a andar. Seu pai parou por um instante, mas deixou-o
de lado, sabia que logo não aguentaria carregar mais Rebeca.
Passou-se uma hora e Patrick estava cansado lutando contra si
mesmo, não podia deixar a menina que viu a luz em seus
olhos, ela tinha mexido com ele, mas ele ainda não tinha
percebido. Mesmo cansado avistou um lago e se dirigiu a ele,
colocou Rebeca no chão e sem nem mesmo beber da água,
molhou os lábios de Rebeca primeiramente e ela acordou.
- Vamos beba água, deve estar com sede.
- Obrigada! Onde estamos? Não é o mesmo lugar que cai.
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- Não! Tem uma hora que estamos andando, eu trouxe-lhe em
meu colo.
- Porque não me deixou lá? Eu morreria mesmo.
- Não posso menina.
Rebeca não entendeu nada e outra vez viu a luz nos olhos de
Patrick.
- O que foi?
Rebeca tirou o olhar. Lembrou-se onde estava e o que tinha lhe
acontecido e ficou calada.
Seu pai havia seguido sem perceber que Patrick parou em um
lago e voltou para buscá-lo. Com ironia perguntou
- O casal estava namorando?
Patrick fingiu não ter ouvido e tornou a pegar Rebeca no colo,
mas ela não quis. Percebeu o quanto estava cansado.
- Posso andar já estou melhor.
Começaram a andar outra vez. Por volta de mais uma hora
encontraram uma cabana vazia. Já era tarde da noite e não
dava mais para andar o cansaço era grande, então resolveram
repousar ali. Patrick viu que ao redor tinham algumas árvores
com frutas, esperou o pai entrar e pediu para que Rebeca o
ajudasse a colhê-las para comerem. Rebeca aceitou para não
ter que entrar na casa com Dik. Apesar da situação ela sabia
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que tinha algo diferente em Patrick e que ele não a faria mal.
Foram colher as frutas e o rapaz pediu para que Rebeca
esperasse lá fora, ele levaria algumas frutas para a cabana e
voltaria para colher mais.
- Patrick cadê a garota? - Indagou Danilo.
- Está lá fora colhendo mais frutas.
- Meu filho pirou. Essa garota vai fugir.
- Não! Não vai... Não vai... Ela não tem para onde ir, e eu a
deixei presa com um laço.
Patrick voltou e estava lá Rebeca, com o olhar assustado de
quem pensou por centenas de vezes em um minuto na
possibilidade de fugir, mas os sons da floresta causaram-lhe
medo e por um motivo oculto que só ela compreendia Patrick
lhe dava segurança.
- Menina está aí?
- Porque não me vê? - E pela primeira vez diante de tudo
aquilo ela sorriu.
- Pensei que poderia ter ido embora.
- Para onde?
- Se meu pai perguntar diga-lhe que ficou amarrada está bem?
Ele não viu que tirei o laço de suas mãos.