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8º ano
POPULAÇÃO
A Demografia é a ciência que estuda a evolução e a distribuição da população, bem como os seus
comportamentos. A forma mais directa de conhecer o número de habitantes total duma determinada região ou
país ou mesmo continente é o recenseamento (contagem estatística da população realizada de 10 em 10 anos).
Evolução da população
O aumento da população ficará na história da Humanidade como o facto mais extraordinário do século XX.
Há quarenta anos estimava-se a população em cerca de 3000 milhões de pessoas. Daí em diante já duplicou e
hoje cresce à média de duas pessoas por segundo, resultado dos cinco nascimentos e três óbitos registados no
mesmo tempo.
Países desenvolvidos: “países do Norte”; altos níveis de vida; considerável riqueza; elevados níveis de consumo
energético; altos níveis de instrução.
Países em desenvolvimento: “países do Sul”; franco desenvolvimento industrial; forte exploração dos recursos;
nações muito pobres. Desequilíbrio entre o crescimento demográfico (rápido) e o crescimento económico
(lento).
Indicadores demográficos
>A natalidade é o número de nascimentos (nados-vivos) por ano, num dado país ou região.
Para comparar a natalidade em países com diferente número de habitantes é necessário calcular a taxa de natalidade. Taxa de natalidade: Número de nados-vivos por cada mil habitantes ocorrido num ano.
> FACTORES QUE INFLUENCIAM A DESCIDA DA TAXA DE NATALIDADE:
Taxa de Natalidade
Nº de Nados-vivos x 1000 População total
Natalidade elevada
(associada aos em desenvolvimento):
- Tradição de famílias numerosas;
- casamento precoce (entre os 15 e os 18 anos);
- Os filhos podem ser importantes para ajudar no trabalho familiar;
- A religião contesta o uso de contraceptivos e o recurso ao aborto;
- O analfabetismo dificulta o acesso à informação sobre planeamento familiar.
Natalidade baixa
(associada aos países desenvolvidos):
- Modernização das sociedades;
- Melhoria do nível de vida e maior preocupação com a educação dos filhos;
- Entrada das mulheres no mercado de trabalho;
- Desejo de realização pessoal e profissional dos casais;
- Planeamento familiar e generalização do uso de contraceptivos.
- A diminuição da natalidade está relacionada com a descida do índice sintético de fecundidade: número médio de filhos por mulher em idade fértil (15-49 anos).
Taxa de natalidade 2010 Fonte: PRB 2010 World Population Data Sheet
TAXA DE MORTALIDADE: A mortalidade é o número total de óbitos (mortes) por ano num dado país ou região. Para comparar a mortalidade em países com diferente número de habitantes é necessário calcular a taxa de mortalidade. Taxa de mortalidade: Número de óbitos por cada mil habitantes ocorridos num ano.
Taxa de mortalidade
Nº óbitos x 1000
População absoluta
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Taxa de
Mortalidade – 2010
TAXA DE CRESCIMENTO NATURAL: O crescimento natural é a diferença entre a natalidade e a mortalidade. Para comparar o crescimento natural em países com diferente número de habitantes é necessário calcular a taxa de crescimento natural. Taxa de crescimento natural: Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
• Nos países desenvolvidos:
Taxa de crescimento natural nula ou negativa;
Envelhecimento da população;
• Nos países em desenvolvimento
Taxa de crescimento natural elevada;
População Jovem
Taxa de Crescimento Natural - 2010
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL: A mortalidade infantil é o número de óbitos de crianças, com menos de 1 ano. Taxa de mortalidade infantil: Total de óbitos de crianças, com menos de 1 ano, por cada mil nascimentos vivos
(nados-vivos) ocorridos num ano.
Taxa de mortalidade infantil
Nº óbitos de menores de 1 ano x 1000
Nascidos vivos
Nos países em desenvolvimento - taxa de mortalidade infantil elevada:
1. Fomes.
2. Doenças (falta de cuidados médicos).
3. Fraco apoio materno infantil.
4. A educação da mãe.
- Os valores da taxa de mortalidade infantil nos países mais desenvolvidos são inferiores a 12 ‰ - Os valores da taxa de mortalidade infantil nos países menos desenvolvidos ultrapassam os 90 ‰
Taxa de Mortalidade Infantil – 2010
TAXA DE FECUNDIDADE: A fecundidade de uma população refere-se ao número de filhos que cada mulher irá ter até o fim de seu período reprodutivo. O indicador estatístico designa-se por taxa de fecundidade é uma estimativa do numero médio de filhos que uma mulher poderá ter até o fim de seu período reprodutivo, se mantidas constantes as taxas no ano observado. Taxa de fecundidade: o número médio de filhos por mulher em idade de procriar, ou seja, dos 15 aos 49 anos. Índice de renovação de gerações - nº de filhos que cada mulher deve ter para que a geração se renove. O valor
deveria ser de 2.1 para o mínimo de renovação das gerações.
Total de Nados vivos x 1000
Total de mulheres dos 15 aos 49 anos
Os países mais desenvolvidos (na Europa, América do Norte, Japão e Oceânia) têm baixa fecundidade (inferior a 2,1 filhos por mulher) e, portanto, não renovam a população, existindo envelhecimento da população.
Os países menos desenvolvidos (em África, Sul da Ásia e países árabes) possuem uma taxa de fecundidade
elevada (superior a 4 filhos por mulher), pelo que a renovação de gerações está assegurada.
Taxa de Fecundidade - 2010
ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA
A esperança média de vida é o número de anos que, em média, cada indivíduo tem probabilidade de viver no momento em que nasce. Os valores da esperança média de vida nos países mais desenvolvidos quase atingem os 80 anos de idade, Nos países menos desenvolvidos não chega aos 55 anos.
Tem aumentado em todo o mundo como consequência da diminuição da mortalidade; É maior nos países desenvolvidos; É menor nos países em desenvolvimento, pois as condições de vida ainda são más nestes países; A esperança média de vida das mulheres é mais elevada; Os homens são mais atreitos a doenças devido ao tabaco e às bebidas alcoólicas. Os homens têm mais acidentes de trabalho pois tem profissões de maior risco.
Esperança Média de Vida
Transição demográfica – teoria utilizada em demografia para entender a transformação ocorrida ao longo do
tempo no crescimento da população. Esta transição ajuda a entender:
-A estabilidade do crescimento natural durante séculos, que resultou numa explosão demográfica no último
século.
- Um período de transformação de uma sociedade pré-industrial (com taxas de natalidade e mortalidade altas)
numa sociedade pós-industrial (com taxas de natalidade e mortalidade baixas).
1ª FASE: REGIME DEMOGRÁFICO PRIMITIVO (ATÉ MEADOS DO SÉC XVIII)
• Taxa de Natalidade muito elevada
• Taxa de Mortalidade muito elevada
• Taxa de Crescimento Natural muito baixa
• Esperança média de vida muito reduzida
• Crescimento muito lento
-› Fatores:
1. Falta de cuidados sanitários
2. Fome
3. Epidemias
4. Guerras
5. Desconhecimento no campo da medicina
6. Desconhecimento dos métodos de
contenção de nascimentos
7. Religião/ Cultura
2ª FASE: REVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA (DESDE MEADOS DO SÉC XVIII ATÉ 1950)
• Taxa de Natalidade muito elevada
• Diminuição da Taxa de Mortalidade
• Aumento do Crescimento Natural
• Aumento progressivo mais acelerado que na fase anterior
Fatores:
1. Aumento da produção agropecuária
2. Melhoria das condições sanitárias
3. Descobertas no campo da medicina
4. Progressos técnicos consequentes da
Revolução Industrial
5. Melhoria das condições de trabalho
6. Utilização de vestuário mais adequado
3ª FASE: EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
• O Mundo apresenta características demográficas heterogéneas:
Países Desenvolvidos
Redução da Taxa de Natalidade:
Maior preocupação com a educação dos
filhos
Planeamento familiar
Generalização do uso de contracetivos
Melhoria dos níveis de vida
Emancipação da Mulher
Desejo realização pessoal e profissional nos
casais
Casamento tardio
Proibição do trabalho infantil
Redução da Taxa de Mortalidade:
Melhoria das condições de trabalho
Progressos da medicina
Boa assistência médica
Hábitos de higiene
Boas condições sanitárias
Boa alimentação
Países em Desenvolvimento:
Taxa de Natalidade elevada:
Ausência do planeamento familiar
Religião contesta o uso de contracetivos
Tradição de famílias numerosas
Filhos vistos como “mão de obra” gratuita
Jovens casam muito cedo
Analfabetismo
Lenta diminuição da Taxa de Mortalidade:
Ajudas Humanitárias (alimentos,
medicamentos, vacinas, …)
A atual Explosão Demográfica deve-se, essencialmente, ao comportamento demográfico dos Países em
Desenvolvimento.
Estrutura etária – composição da população por grupos de idades.
Pirâmide etária: representação gráfica da população por classes de idades e sexo.
Classe oca: classe etária que possui um valor inferior à classe etária seguinte.
A população divide-se em 3 grupos etários:
1. Jovens: menos de 15 anos
2. Adultos: 15 aos 64 anos
3. Idosos: 65 e mais anos
A pirâmide etária permite analisar a estrutura de uma população segundo:
As idades e o sexo;
A população jovem ou envelhecida;
A existência de classes ocas;
A evolução da população;
As pirâmides classificam-se como:
Pirâmide Crescente ou jovem
Típica de países em desenvolvimento:
-> altas taxas de natalidade e fecundidade;
-> elevadas taxas de mortalidade e mortalidade infantil;
-> reduzida esperança media de vida;
-> alto índice de renovação de gerações;
Pirâmide Decrescente ou idosa
Típica de países desenvolvidos:
-> reduzidas taxas de natalidade e fecundidade;
->reduzidas taxas de mortalidade e mortalidade infantil;
-> elevada esperança média de vida;
-> envelhecimento;
-> população em decréscimo;
Pirâmide Rejuvenescente
Típica de países desenvolvidos que tentam aumentar a
natalidade, com políticas natalistas:
-> aumento das taxas de natalidade e fecundidade;
Pirâmide adulta
Típica dos países em desenvolvimento que tentam diminuir a
natalidade, com políticas antinatalistas:
->redução recente nas taxas de natalidade e fecundidade;
-> reduzidas taxas de mortalidade e mortalidade infantil;
-> aumento da esperança média de vida;
Políticas demográficas – conjunto de medidas governamentais que visam estabelecer um equilíbrio na
população de um país.
POLÍTICAS NATALISTAS E POLÍTICAS ANTINATALISTAS
Políticas natalistas: aquela que visam incentivar a natalidade; Nos países desenvolvidos, a preocupação com o envelhecimento da população justifica a escolha de uma política natalista.
1. Aumento do abono de família; 2. Benefícios financeiros e fiscais a famílias numerosas; 3. Aumento do período de licença de maternidade/paternidade; 4. Melhoria da assistência médica;
Políticas antinatalistas: aquelas que visam uma diminuição da natalidade; características dos países em
desenvolvimento:
1. Divulgação do planeamento familiar;
2. Valorização da mulher na sociedade;
3. Distribuição gratuita de contracetivos;
4. Atribuição de bolsas de estudo a raparigas;
5. Legalização do aborto;
6. Medidas mais repressivas para os que excedem o limite imposto por lei: Multas, esterilizações forçadas,
abortos, despedimentos, etc.