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MATA ATLÂNTICA
1. INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica percorria todo o litoral brasileiro, estendia-se do Rio Grande
do Norte ao Rio Grande do Sul e ocupava uma área de aproximadamente 1,3 milhões de
quilômetros quadrados. Foi a segunda maior floresta tropical úmida do Brasil
comparável apenas com a Floresta Amazônica. O grande destaque da Mata Atlântica é o
pau-brasil que originou o nome do nosso país e hoje se encontra praticamente em
extinção, atualmente restam apenas 5% de toda sua extensão. Pois, hoje a maioria da
área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos
e agricultura. Sua área total atual é de aproximadamente 52.000 Km².
2. CARACTERÍSTICAS DA VEGETAÇÃO
A Mata Atlântica tem um clima equatorial ao norte e quente temperado úmido
ao sul, tem temperaturas médias elevadas durante o ano todo e não apenas no verão.
Como consequência dessa umidade surge à possibilidade de terem seus componentes,
na maioria, folhas largas. E, ainda, esta umidade constante, aliadas às altas temperaturas
é que garante o caráter de vegetação perenifólia (cujas folhas não caem antes de as
novas estarem já desenvolvidas), pois a queda periódica das folhas de certa vegetação é
determinada ou pela falta de água ou pelas temperaturas muito baixas que impedem a
absorção da água embora ela esteja presente. Portanto por receber muita energia
radiante e pelo alto índice de pluviosidade, trata-se de uma floresta exuberante, de
crescimento rápido, e sempre verde, ou seja, as folhas não caem.
Seu solo é pobre e a topografia é bastante acidentada. No interior da mata,
devido à densidade da vegetação, a luz é reduzida. Alguns exemplos de vegetação da
flora da Mata Atlântica: palmeiras; bromélias; begônias, orquídeas; pau-brasil; cipós e
briófitas; jacarandá; peroba; jequitibá-rosa; cedro; tapiriria; andira; ananás e figueiras.
Bromélia (Canistrum alagoanum)
3. CARACTERÍSTICA DA FAUNA DA MATA ATLÂNTICA
A fauna da Floresta Atlântica representa uma das mais ricas em diversidade de
espécies e está entre as cinco regiões do mundo que possuem o maior número de
espécies endêmicas. Está intimamente relacionada com a vegetação, tendo uma grande
importância na polinização de flores, e dispersão de frutos e sementes. Calcula-se que
atualmente nela existam cerca de 131 espécies de mamíferos, 214 espécies de aves, 23
de marsupiais, 57 de roedores, 183 de anfíbios, 143 de répteis e 21 de primatas.
A relação entre animais e plantas da Mata Atlântica é bastante harmônica. O
fornecimento de alimento ao animal em troca do auxílio na perpetuação de uma espécie
vegetal é bastante comum.
Exemplo de animais que vivem na Floresta Atlântica: Mico-leão-dourado (risco
de extinção); bugio (risco de extinção); tamanduá bandeira (risco de extinção); tatu-
canastra (risco de extinção); arara-azul-pequena (risco de extinção); muriqui; anta; onça
pintada (risco de extinção); jaguatirica; capivara.
Mico-leão-dourado (Fonte: IBAMA)
4. IMPACTOS AMBIENTAIS
A Mata Atlântica originalmente ocupava 16% do território brasileiro,
distribuída por 17 Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas gerais, Espírito Santo, Bahia,
Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, e Piauí.
Atualmente este ecossistema está reduzido a menos de 7% de sua extensão original,
dispostos de forma fragmentada ao longo da costa brasileira, no interior das regiões Sul
e Sudeste, além de trechos nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e no interior dos
estados nordestinos. (MMA, 2000).
Das espécies vegetais, muitas correm risco de extinção por terem seu
ecossistema reduzido, por serem retiradas da mata para comercialização ilegal ou por
serem extraídas de forma irracional como ocorreu com o pau-brasil e atualmente ocorre
com o palmito juçara (Euterpe edulis), entre muitas outras espécies.
Para a fauna, observa-se um número elevado de espécies ameaçadas de extinção,
sendo a fragmentação deste ecossistema, uma das principais causas. A fragmentação do
habitat de algumas espécies, principalmente de mamíferos de médio e grande porte, faz
com que as populações remanescentes, em geral, estejam subdivididas e representadas
por um número consideravelmente pequeno de indivíduos (Câmara, 1991).
5. MATA ATLÂNTICA EM ALAGOAS
Mata Atlântica do Parque Municipal de Maceió
Não se sabe exatamente qual a área original da Mata Atlântica alagoana porque,
assim como em outros estados brasileiros, as primeiras avaliações da cobertura vegetal
só ocorreram no início do século XX, quando boa parte das matas já havia sido
destruída. Os dados, estimados a partir de então, são de que o estado de Alagoas possuía
uma área de 214.529 km de mata, ou 52% de seu território, abrangendo total ou
parcialmente áreas de 61 municípios.
A Mata Atlântica alagoana, assim como em outros estados brasileiros, é muito
heterogênea. As matas de planícies, por exemplo, são muito diferentes das matas de
tabuleiros, tanto em fisionomia quanto em composição de espécies. Esse fato implica a
necessidade de se preservar os diferentes tipos de mata existentes, sob pena de se perder
espécies de ocorrência exclusiva em um ou outro habitat. Infelizmente, hoje, o que resta
da mata alagoana é encontrado principalmente sobre morros e encostas. Isso ocorre
porque essas áreas de difícil acesso, devido à dificuldade para ocupação agrícola, foram
mantidas com vegetação natural. Há pouquíssimos fragmentos de mata situados em
planícies, várzeas ou tabuleiros. Como conseqüência, muitas espécies que poderiam
ocorrer exclusivamente ou predominantemente nestes habitat podem ter desaparecido,
antes mesmo de terem sido registradas.
Existem em Alagoas cerca de vinte e nove unidades de conservação dentro do
domínio Mata Atlântica no estado de Alagoas, como pro exemplo: a APA Municipal
do Poxim em Coruripe; a APA de Pratagy em Messias/Rio Largo; a Reserva Ecológica
do Saco da Pedra em Marechal Deodoro e o Parque Municipal de Maceió, APA alvo
deste trabalho.
6. PARQUE MUNICIPAL DE MACEIÓ
Entrada do Parque Municipal de Maceió
O Parque Municipal de Maceió foi criado pela Lei Municipal nº 2514 de 27 de
julho de 1978, sendo uma área de preservação permanente, localizada entre os bairros
de Bebedouro e Tabuleiro dos Martins. Possui uma área total de 82,4 hectares sendo
dividido em cinco trilhas ecológicas: trilha Principal (1.748 m), trilha da Aventura (774
m), trilha da Paz (152 m), trilha da Mata (321 m) e a trilha Pau-Brasil (187m). Ele
possui várias espécies vegetais típicas da mata atlântica, como a sucupira, embaúba,
pau-brasil. As aves voam por todos os lados e quando não as vemos podemos ouvir seus
cantos, xexéu, pintor-de-sete-cores, sabiá da mata. Se der sorte pode encontrar pelo
caminho mamíferos como a preguiça, tamanduá, cotia e ainda répteis como jibóia,
camaleão e teju. O Parque também conta com uma fonte natural, um Centro de
Atividades (área usada para lazer e educação com a comunidade), além de um lago
(Lago das Ninféias) com aproximadamente 4.000 m², onde há vários jacarés.
Ao longo da nossa visita técnica ao Parque Municipal pudemos observar várias
espécies de plantas, e algumas espécies da fauna pertencente a este ecossistema. Segue
a baixo os registros de nossa visita técnica.
7. CONCLUSÃO
A Floresta Atlântica guarda, apesar de séculos de destruição, a maior
biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais, logo é necessário preservá-la.
Percebemos que a sua distribuição em condições climáticas e em altitudes variáveis
favorece a diversificação de espécies que estão adaptadas às diferentes condições
topográficas de solo e umidade. O desmatamento excessivo, as queimadas e a ocupação
ilegal de terras estão ocasionando o desaparecimento da Mata Atlântica, deixando
inúmeras espécies de plantas e animais extintas, e consequentemente ocasionando
modificações nos biomas brasileiros. Por isso há a necessidade de existirem as APAs,
como a do Parque Municipal, na tentativa de preservar ao máximo este ecossistema que
atualmente encontra-se debilitado pela ação antrópica.
ANEXO A: IMAGENS DA VEGETAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL
Fig.1 Caja (Spondias mombin) Fig. 2 Viveiro de Canistrum alagoanum
Fig. 3 Heliconia Fig. 4 Maravilha (Caesalpinia pulcherrima)
ANEXO-B: IMAGENS DA FAUNA DO PARQUE
Fig. 5 Caranguejeira
Fig. 6 Jacaré
Fig. 7 Bem-te-vi
8. REFERÊNCIAS
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Fauna http://www.ib.usp.br/ecosteiros/textos_educ/mata/fauna/fauna.htm. Acesso: 08/06/2011.
MOURA, Flávia de Barros. A Mata Atlântica em Alagoas. Disponível em http://www.ufal.edu.br/usinaciencia/arcevo-multimidia/livros-digitais-cadernos-tematicos/A_Mata_Atlantica_em_Alagoas.pdf. Acesso: 08/06/2011.
MENEZES, Afrânio Farias de, et al. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Estado de Alagoas. http://www.redeapasul.com.br/publicacoes/cadernos_da_rbma_29.pdf. Acesso: 07/06/2011.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Mata Atlântica. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/mataatl.htm. Acesso: 08/06/2011.
AMBIENTES DO BRASIL. Mata Atlântica. http://ambientes.ambientebrasil.com.br/natural/biomas/mata_atlantica.html. Acesso: 08/06/2011.