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CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES
JOSIANY BAISE
VIABILIDADE NUTRICIONAL E ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE MILHO POR BAGAÇO DE LARANJA NA DIETA DE
TERMINAÇÃO DE CORDEIROS
ARAPONGAS
2014
ii
JOSIANY BAISE
VIABILIDADE NUTRICIONAL E ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE MILHO POR BAGAÇO DE
LARANJA NA DIETA DE TERMINAÇÃO DE CORDEIROS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção de Ruminantes (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes.
Orientadora: Profª. Drª. Fabíola Cristine de Almeida Rego Grecco
ARAPONGAS 2014
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná
Biblioteca Central
Setor de Tratamento da Informação
Baise, Josiany
B141vViabilidade nutricional e econômica da substituição do farelo de
milho por bagaço de laranja na dieta de terminação de
cordeiros / Josiany Baise.Arapongas: [s.n], 2014.
xii;59f.
Dissertação(Mestrado em Saúdee Produção de Ruminantes)-Saúdede
Ruminantes. UniversidadeNortedo Paraná eUniversidade
Estadual de Londrina.
Orientadora: Prof.Drª Fabíola Cristine de Almeida RegoGrecco
1- Medicina veterinária – dissertação de mestrado– UNOPAR/UEL 2-
Produçãode ruminantes 3- Bagaço de laranja4-
Desempenho5- Ovinos6- Rendimento de carcaça
I-Gercco, Fabíola Cristine de Almeida;orient. II- Universidade Norte do
Paraná. III- Universidade Estadual de Londrina
CDU 619:636.2
iii
JOSIANY BAISE
VIABILIDADE NUTRICIONAL E ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE MILHO POR BAGAÇO DE LARANJA
NA DIETA DE TERMINAÇÃO DE CORDEIROS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção em Ruminantes (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Drª Fabíola Cristine de Almeida Grecco
Rego Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Prof.Dr. Luiz Fernando Coelho Cunha Filho
Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Prof. Drª Marilice Zundt
Universidade Oeste Paulista
Arapongas, 28 de março de 2014.
iv
Agradecimentos
Primeiramente a Deus por me conceder a graça de viver e sentir a vida, me fazendo entender que os problemas se resolvem pela nossa sabedoria, paciência e confiança e que o florescer de cada dia depende muito mais da nossa vontade de viver. A minha família pela minha formação, incentivo, e principalmente pela compreensão para mais esta realização pessoal e profissional. A professora Lisiane Dorneles de Lima e Fabiola R. Grecco pela dedicação e pelo todo tempo disponibilizado para minha orientação. A Laís, Ana Flavia e Martha, e todos os estagiários da UNOPAR pelo comprometimento, dedicação e sem ao menos medirem esforços sempre estiveram ao meu lado. Ao Profº. Augotinho Ludovico por ter contribuído grandemente durante o meu projeto e na banca da qualificação. Aos Professores que irão participar da minha banca, Profº Luiz Fernando e Profª. Marilice, disponibilizando seu tempo para contribuir na finalização deste trabalho. Aos meus amigos de trabalho, Onicio de Souza, Fernando Luiz Barbin, Luiz Fernando Costa, Paulo Oliveira, Anderson Paulino, pela compreensão e o apoio que tive durante todo este período do projeto. Aos funcionários, alunos e estagiários do LANA –UEL, LANA – UNOPAR, Centro de Diagnósticos – UNOPAR, meus agradecimentos. Ao Proº. Werner Okano e ao corpo docente do Mestrado, sempre muito atenciosos e prestativos. E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão desta jornada. O meu “Muito Obrigado......”
v
Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas boas que, não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo. Renato Russo.
vi
BAISE, Josiany. Viabilidade nutricional e econômica da substituição do farelo de milho por bagaço de laranja na dieta de terminação de cordeiros. 2014. 60p. Dissertação (Mestrado acadêmico em Saúde e Produção de Ruminantes) – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2014.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar a viabilidade nutricional e econômica da substituição do milho moído por bagaço de laranja na terminação de cordeiros em confinamento. Foram utilizados 32 cordeiros machos inteiros, mestiços Texel com peso inicial de 16 ± 2.5kg, distribuídos em quatro tratamentos com quatro níveis de substituição (0, 33, 66 e 100%) e oito repetições por tratamento. A dieta foi composta por 70% de concentrado e 30% de feno de Aveia (Avena strigosa), na matéria seca. Ao atingir o peso médio 35 kg os animais foram abatidos. Foram avaliadas variáveis de consumo, desempenho e características da carcaça e da carne. Não houve efeito significativo para as variáveis consumo de matéria seca (CMS), consumo de matéria orgânica (CMO), consumo de proteína bruta (CPB) e consumo de extrato etereo (CEE). O ganho de peso total foi em média 21,2 kg e o ganho de peso médio diário foi de 190 g por dia e também não sofreram alterações com adição do bagaço de laranja. Os custos com alimentação laranja e com 100% de inclusão, respectivamente. O desempenho animal não foi afetado pela inclusão de bagaço de laranja, podendo substituir até 100% do milho em uma dieta de cordeiros, sem provocar prejuízos ao consumo. Houve alteração nas medidas biométricas como largura da garupa, largura da perna, e largura do peito. As características de rendimento de carcaça avaliadas se assemelharam entre os tratamentos (p>0,05), e o rendimento de carcaça fria (RCF) foi em média 44,5%. As características morfológicas da carcaça se alteraram em função dos tratamentos. Houve efeito linear decrescente para área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura (EG) em função da inclusão do bagaço de laranja. A composição química da carne foi semelhante entre os tratamentos (p>0,05) e o teor de lipídeos totais e proteína bruta apresentaram médias de 2,30% e 22,02%, respectivamente. A substituição do milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de cordeiros provocou alterações nas medidas morfológicas da carcaça de cordeiros, na área de olho de lombo e na espessura de gordura. As características da carne não sofreram mudanças com a inclusão do bagaço de laranja. Assim o uso do bagaço de laranja na alimentação constitui uma alternativa para terminação de cordeiros em regiões produtoras.
Palavras chave – consumo, desempenho, características carcaça, qualidade da carne
vii
BAISE, Josiany. Nutritional and economic feasibility of replacing ground corn for orange peel in the diet of finishing lambs. 2014. 60p. Dissertation (Masters in Ruminant Production Health) – Universidade Norte do Paraná, Arapongas, 2014.
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the nutritional and economical replacement of ground corn by citrus pulp in diets for finishing feedlot lambs. We used 32 lambs, crossbred Texel initial weight 16 ± 2.5kg, distributed in four treatments with four levels (0, 33, 66 and 100%) and four replicates per treatment. The concentrate was composed of 70% DM + 30% corn grain and oat hay (Avena strigosa). When lambs reached 35 kg of BW, they were slaughtered. Intake , performance and carcass characteristics and meat were evaluated.There was no significant effect for the variable dry matter intake (DMI) , organic matter intake (OMI) , crude protein (CPI ) and the ether extract (EEI ) . The total weight gain averaged 21,2 kg and average daily weight gain was 190 g for day and also did not change with addition of fresh orange pulp . Feed costs in total confinement period ranged from R$177,51 to R$145,41, the highest value for the treatment 0% and 100% respectively in the diet with inclusion of orange peel. The gross profit margin ranged from R$7,09 to R$22,43 per animal for diets without orange peel and 100% inclusion , respectively. Animal performance was not affected by the inclusion of orange peel and can replace up to 100 % of corn on a diet of lambs without causing losses to the consumer. There were changes in biometric measures such as rump width, leg width and chest width. The characteristics of carcass yield were similar among treatments (p>0.05), and cold carcass yield (CCY) was on average 44,5%. The morphological characteristics were different among the treatments . Decreased linearly for loin eye area (LEA) and fat thickness (FT) due to the inclusion of orange peel . The chemical composition of the meat was similar among treatments (p>0.05) and the lipids total content and CP showed averages of 2,30 % and 22,02% , respectively. The replacement of ground corn with orange peel in the diet of lambs caused changes in the morphological measurements of carcasses of lambs in loin eye area and fat thickness. Meat characteristics have not changed with the addition of orange peel Thus the use of orange peel is an alternative for finished lambs in regions that produce . Key words - intake, performance, carcass characteristics, meat quality
viii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II
Tabela 1 Proporção de ingredientes e composição química das dietas
experimentais (%da +MS)..............................................................
30
Tabela 2 Ingestão de nutrientes em cordeiros alimentados com dietas contendo
milho moído em substituição ao bagaço de laranja na
dieta................................................................
33
Tabela 3 Peso de abate (PA, kg), ganho de peso total (GPT, kg) e ganho de
peso médio diário (GPMD,g), peso final (PF, kg) em cordeiros
alimentados com dietas contendo milho moído em substituição
bagaço de laranja................................................................
34
Tabela 4 Altura anterior (AA, cm) e altura posterior(AP,cm), perímetro torácico
(PT, cm) e abdominal(PA, cm); largura da garupa(LG, cm), largura do
peito(LP, cm) e largura da perna(LPERN cm) de cordeiros
alimentados com dietas contendo bagaço de laranja em substituição
ao milho moído................................................................
35
Tabela 5 Concentrações plasmáticas e/ou sorológicas de colesterol, glicose,
creatinina, triglicerídeos, uréia de cordeiros alimentados com dietas
contendo bagaço de laranja em substituição ao milho
moído................................................................
35
Tabela 6 Efeito dos níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja para cordeiros na fase de terminação sobre o custo (R$) por
quilograma de ganho de peso e Margem Bruta
(R$/animal)................................................................
36
ix
CAPÍTULO III
Tabela 1 Proporção de ingredientes e composição química das dietas
experimentais (% da MS).....................................................................
43
Tabela 2 Peso de abate (PA, kg), peso de carcaça quente (PCQ, kg), peso
de carcaça fria (PCF, kg), rendimento de carcaça quente (RCQ, kg)
rendimento de carcaça fria (RCF, kg), rendimento biológico (RB,
kg), perda por resfriamento (PPR) e a perda de peso por
resfriamento, em função do nível de substituição do milho moído
pelo bagaço de laranja na dieta de
cordeiros.............................................................................................
47
Tabela 3 Características da carcaça de cordeiros recebendo diferentes níveis
de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de
cordeiros..............................................................................................
48
Tabela 4 Mensurações do pH, marmoreio,colorimetria e a capacidade de
retenção de água (CRA) de amostras do músculo Longissumus
dorsi de cordeiros recebendo dietas com diferentes níveis de
concentrado.........................................................................................
50
Tabela 5 Área de olho de lombo (AOL), profundidade, espessura de gordura
subcutânea (EGS) do músculo Longissimus dorsi de cordeiros
recebendo dietas com diferentes níveis de
concentrado.........................................................................................
51
Tabela 6 Composição química do músculo Longissimus dorsi de cordeiros
terminados em confinamento com diferentes níveis do bagaço de
laranja...........................................................................................................
51
Tabela 7 Médias dos atributos sensoriais (odor, sabor, maciez, suculência e
aceitação global) de cordeiros recebendo dietas com diferentes
níveis de bagaço de laranja.................................................................
52
Tabela 8 Força de cisalhamento (FC), perda de água no descongelamento
(PERDADESC) e perda de água na cocção (PERDACOC) na carne
de cordeiros terminados em confinamento com diferentes níveis do
bagaço de laranja................................................................................
53
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA AOL AP
Altura anterior Área de Olho de Lombo Altura posterior
COCAMAR Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá Ltda CNF Carboidratos Não Fibrosos CRA Capacidade de Retenção de Água CT Carboidratos Totais EDTA Etilenodiamino tetra-acético EE Extrato Etéreo EGS Espessura de gordura subcutânea FDA Fibra em Detergente Ácido FDN Fibra em Detergente Neutro GMD LG LP LPERN
Ganho Médio Diário Largura Garupa Largura de Peito Largura de Perna
MM Matéria Mineral MO Matéria Orgânica MS Matéria Seca NDT Nutrientes Digestíveis Totais NRC National Research Council (Conselho Nacional de Pesquisa) PA PA
Peso de Abate Perimetro Abdominal
PAP Perda de Água por Pressão PB Proteína Bruta PCF Peso de Carcaça Fria PCV Peso de Corpo Vazio PCUP Proteína Cítrica Úmida Peletizada PF Peso Final PI Peso Inicial PIDA Proteína Insolúvel em Detergente Ácido PIDN Proteína Insolúvel em Detergente Neutro PPR Perda por Resfriamento PR PT
Paraná Perímetro torácico
PV Peso Vivo RCF Rendimento de Carcaça Fria RCQ Rendimento de Carcaça Quente UNOPAR Universidade Norte do Paraná
11
SUMÁRIO
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................13
1 INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
2.2 Situa;ao da ovinocultura............................................................................................ 16
2.2 O uso de baga;ode laranja na alimentação ................................................................ 17
2.3 Característica quantitativas “ïn vivo” e na carcaça ...................................................... 19
2.4 Viabilidades econômica da criação .......................................................................... 20
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 21
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 25
4.1 Objetivos gerais...................................................................................................... 25
4.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 25
CAPÍTULO II VIABILIDADE NUTRICIONAL E ECONOMICA DA
SUBSTITUIÇAO DO MILHO MOIDO POR BAGAÇO DE LARANJA NA
DIETA DE TERMINAÇAO DE CORDEIROS ............................................................ 26
Resumo ..................................................................................................................... 26
Abstract ..................................................................................................................... 26
Introdução ................................................................................................................. 28
Material e Métodos .................................................................................................... 29
Resultados e Discussões .......................................................................................... 32
Conclusões................................................................................................................ 37
Agradecimentos ........................................................................................................ 37
Referências ............................................................................................................... 37
CAPÍTULO III INTERFERENCIA DO BAGACO DE LARANJA SOBRE
AS CARACTERISTICAS DA CARCACA E CARNE DE CORDEIROS
12
CONFINADOS ..................................................................................................... 41
Resumo ..................................................................................................................... 41
Abstract ..................................................................................................................... 41
Introdução ................................................................................................................. 41
Material e Métodos .................................................................................................... 43
Resultados e Discussões .......................................................................................... 47
Conclusões................................................................................................................ 53
Agradecimentos ........................................................................................................ 53
Referências ............................................................................................................... 57
ANEXOS ................................................................................................................... 57
ANEXO A – Normas de formatação do periódico Revista Semina Ciências
Agrárias ..................................................................................................................... 57
13
Capítulo I
Introdução e Revisão Bibliográfica
14
1. INTRODUÇÃO GERAL
A demanda por proteína de origem animal para alimentação humana tem
aumentado nas últimas décadas. Deste modo, o maior desafio da pecuária de
corte brasileira é o aumento da produção de carne de qualidade. O que esta
associada à preferência do consumidor atual, por alimentos saudáveis,
privilegiando aqueles que desempenham um papel nutricional benéfico no
organismo. A carne ovina é uma excelente alternativa para atender a exigência
desse mercado, a qual merece destaque entre carnes vermelhas, pelo seu alto
valor nutritivo, alta digestibilidade, elevados níveis de proteína, vitaminas do
complexo B, ferro, cálcio e potássio, além de ser rica em HDL ("colesterol
bom") e possuir baixos teores de gordura saturada, tornando-se uma opção
para quem procura manter uma alimentação saudável e equilibrada.
Com relação à produção de carne ovina, o cordeiro é a categoria animal
com carne de melhor qualidade, por apresentar maior maciez, baixo teor de
gordura e maior suculência, e é nesta fase que apresenta maiores rendimentos
de carcaça e melhor eficiência de produção, devido à sua alta capacidade de
crescimento e conversão alimentar1.
O Brasil apresenta um cenário favorável à produção de ovinos que vem
crescendo ao longo do tempo, ainda que em menor escala quando comparado
a outras espécies, vem apresentando grande progresso e um mercado
promissor. E para que este mercado se consolide e se destaque entre os
consumidores, algumas mudanças na forma de apresentação e qualidade do
produto devem ser feitas, por ser de interesse de ambas as partes, tanto para o
consumidor quanto para o produtor, pois o consumidor quer qualidade e preço
baixo e o produtor quer satisfazer o cliente e ter um baixo custo, ou pelo menos
razoável, na criação do animal.
O maior custo da atividade pecuária é representado pela alimentação dos
ruminantes, principalmente ao utilizar alimentos de alta competitividade na
nutrição de monogástricos e humana, como o milho e o farelo de soja, surgindo
então a necessidade da utilização de fontes alimentares alternativas, capazes
de reduzir o custo de produção, dentre as quais destacam-se os resíduos e
subprodutos agroindustriais2.
O Brasil desenvolveu sua agroindústria, principalmente a de laranja,
15
tornando-se o maior exportador de suco de laranja concentrado e congelado do
mundo3. Os dados estimados de fechamento da safra 2013/14 apontam para
uma produção total de laranja de 289,9 milhões de caixas de 40,8 kg3.
O bagaço de laranja é considerado um volumoso que tem se destacado
na alimentação de animais em crescimento, com pouco ou nenhum efeito
negativo na fermentação ruminal em comparação a alimentos ricos em amido4.
Aliada a essas características nutricionais, a época de produção do bagaço de
laranja é favorável, tendo início em maio e término em janeiro, abrangendo
justamente a entressafra de grãos, como o milho, e o período de escassez de
forragem5. Dessa forma, quando o milho atinge a cotação máxima e os pastos
níveis mínimos de utilização, o bagaço de laranja representa uma forma de
suplementação energética para essa época do ano.
Muitas pesquisas tem sido realizadas avaliando o desempenho de
ruminantes recebendo bagaço de laranja, entretanto a maioria delas utilizando
a polpa cítrica desidratada. A polpa de citrus peletizada pode ser utilizada em
substituição parcial ou total ao milho, para bovinos confinados, sem causar
prejuízo para o seu desempenho6. Contudo, foi observado que na região Norte
do Paraná, devido à oferta abundante e de baixo custo, os produtores têm
utilizado o bagaço da laranja sem adição de aditivos para sua conservação. A
elevada umidade aproximadamente 82% do bagaço da laranja constitui-se no
principal fator limitante à sua utilização e armazenamento7.
Neste contexto, surge a necessidade de identificar e oportunizar aos
produtores os melhores resultados em relação à produção e qualidade da
carne com os níveis de inclusão do bagaço de laranja em dietas de ovinos.
Portanto, o presente estudo teve como o objetivo, formar uma gradiente de
respostas em vários parâmetros, como o desempenho, perfil metabólico,
características quantitativas e qualitativas da carcaça até a economicidade de
confinar ovinos em função de níveis de substituição do milho moído pelo
bagaço da laranja.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 SITUAÇÃO DA OVINOCULTURA
A cadeia da ovinocultura vem se destacando como uma atividade em
expansão dentro do agronegócio brasileiro como estratégia de
desenvolvimento rural e geração de renda, uma vez que a carne ovina possui
alto valor de mercado quando comparada ás demais.
Entretanto, a cadeia produtiva de ovinos enfrenta dificuldades, em função
da oferta sazonal, dispersa e fragmentada, com predominância de pequenos
lotes sem homogeneidade em tamanho, peso e terminação, prejudicando a
comercialização em grande escala8. A ovinocultura sofre com o problema da
falta de informação de alguns pecuaristas, que associam a criação e manejo de
ovinos às de bovinos e acabam fazendo um manejo equivocado e criando uma
expectativa de produção e renda que nem sempre é alcançada, resultando em
abandono e críticas a atividade, prejudicando o setor9. Aliado a isso, os
produtores colocam no mercado carcaças de idade avançada e com
características organolépticas indesejáveis, resultando em uma redução do
hábito de consumo10.
No entanto, essa situação da ovinocultura de corte encontra-se em fase
de mudança, que se expressam no surgimento de criadores especializados,
com a implantação de melhorias na criação de ovinos, o que contribui para
modificações significativas nos segmentos de produção e comercialização. São
apontados pelo menos dois fatores cruciais que impulsionaram essas
mudanças, por um lado, o surgimento do incremento no consumo de carne
ovina e aos novos padrões de qualidade de carcaça exigidos pelo mercado, o
que demanda no aumento da eficiência produtiva11.
Tal constatação tem impulsionado a produção de cordeiros para abate
que atenda essa procura por carne de qualidade, provocando a expansão da
ovinocultura em praticamente todos os lugares do Brasil, principalmente na
região Centro-Sul. No Paraná, registrou-se que a espécie ovina apresentou o
maior crescimento entre os animais explorados zootecnicamente, com 550 a
660 mil, o número de animais da espécie ovino12. O Paraná se destaca pela
17
produção diferenciada de ovinos, sendo principalmente destinada à produção
de carne, com um sistema de criação intensivo ou semi-intensivo13. Todavia, a
manutenção deste aumento do rebanho paranaense exige um aprimoramento
técnico e científico que possibilite também um incremento na produtividade.
Assim, a estratégia de confinamento é uma forma de atender as duas
principais partes da cadeia produtiva (produtor e consumidor), ou seja, encurtar
o ciclo de produção e colocar no mercado carcaças de animais mais precoces
e carne ovina de qualidade. Contudo para conseguir altos índices produtivos,
faz-se necessário a adoção de sistemas intensivos de terminação, baseado na
utilização de confinamento com dietas de elevada concentração energética14.
Por outro lado, deve-se ter cuidado com o custo da alimentação, porque
principalmente o concentrado da dieta é a fração mais onerosa no sistema de
produção15. O milho é a fonte de energia mais utilizada na composição de
dietas concentradas para ruminantes, entretanto, variações no preço têm
limitado o seu uso.
2.2 O uso de bagaço de laranja na nutrição de ruminantes
A produção brasileira de resíduos tem crescido em função do incremento
das atividades agroindustriais, e estes resíduos apresentam potencial de uso
na alimentação de ruminantes como alternativa viável tanto do ponto de vista
nutricional, como econômico. Além disso, a sua utilização diminui o impacto
negativo ao meio ambiente, o qual reduz a necessidade de expansão das
áreas cultivadas, principalmente quando estes podem substituir parte do milho
e soja, normalmente utilizados nas dietas dos animais. Assim, o cultivo dessas
culturas geralmente exige alto nível tecnológico o que provoca grandes
mudanças ambientais, como, o acúmulo de subprodutos nos pátios e aterros
industriais pode trazer prejuízos às fontes de água, ou até mesmo desequilíbrio
na composição química/orgânica do solo ou gerar gases de efeito estufa, pela
própria decomposição da matéria orgânica16. Desta forma, a utilização de
subprodutos na alimentação animal contribui diretamente para a preservação
ambiental e deve compor uma alternativa para aumento da eficiência produtiva
da atividade pecuária com um menor custo.
18
O bagaço de laranja vem sendo utilizado na alimentação animal na forma
peletizada, o processamento é realizado através de prensagens e secagem do
material “in natura”, elevando sua matéria seca, para 90%. No entanto esse
processamento de secagem apresenta elevado custo17. Assim têm se buscado
alternativas para utilização do bagaço de laranja úmido, uma vez este é
fornecido pelas cooperativas com uma oferta abundante e de baixo custo.
O bagaço de laranja é um alimento de rápida fermentação no rúmen, o
qual apresenta baixo teor de amido (8,4%)7, apresenta quantidade expressiva
de pectina, que é um componente da parede celular, sendo a substância que
lhe confere alto valor energético. Devido à presença da pectina, o bagaço de
laranja proporciona um ambiente ruminal mais propício à degradação da fração
fibrosa da dieta do que o milho em grão, que é rico em amido18, 7, 19. Dessa
forma, o bagaço de laranja tem sido associado à manutenção das condições
ruminais mais estáveis, com efeitos semelhantes aos observados quando se
utilizam alimentos volumosos, e particularmente importantes quando a dieta
tem elevada relação concentrado: volumoso18. Além disso, é considerado um
alimento com alto teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) e alto coeficiente
de degradabilidade da matéria seca, por outro lado, reduzido valor protéico20, 21,
19, 22, 19.
O bagaço de laranja desidratado, observaram coeficientes elevados de
digestibilidade para matéria orgânica (MO), matéria seca (MS), e extrato
etéreo (EE) nos valores 87.2%, 78.6% , 82,0% respectivamente19. Contudo,
estudando o bagaço de laranja in natura localizaram coeficientes de
digestibilidade de 69,02% para MS; 52,08% para PB e 57,87% para EE23, os
quais foram diferentes daqueles obtidos por outro autor, que observaram para
silagem de bagaço de laranja valores de 90,15%, 69,55% e 42,49%,
respectivamente24, para MS, PB e EE. Em outro trabalho alcançaram valores
de 67,72% de digestibilidade da FDN do bagaço de laranja25, semelhantes aos
relatos de confirmando a excelente qualidade da fibra deste material26,19.
Aumento no nível de inclusão da polpa cítrica em até 55% da matéria
seca da dieta, substituindo o grão de milho moído, não afetou o ganho de peso,
o consumo de matéria seca e a conversão alimentar de tourinhos confinados27.
O desempenho e as características de carcaça de novilhos cruzados (Nelore x
19
Angus) alimentados com dietas contendo níveis de substituição do grão de
milho por polpa cítrica, não encontraram diferença em nenhuma das
características avaliadas, concluindo que o bagaço de laranja pode substituir o
grão de milho em até 100%, sem alterar o desempenho animal e as
características de carcaça6.
Dietas com baixa proporção de concentrado (20%), a polpa cítrica
substituiu o milho moído em 100% sem alterações no desempenho animal e
nas características de carcaça no entanto, em dietas com 80% de concentrado
a substituição resultou em redução considerável no consumo e no ganho de
peso28.
2.3 Características quantitativas ”in vivo” e na carcaça
Medidas obtidas a partir do animal vivo, como comprimento corporal,
alturas do anterior e posterior, perímetro torácico e largura da garupa,
associadas à avaliação subjetiva da condição corporal e conformação,
constituem ferramentas importantes na determinação do momento ideal de
abate, além de possibilitar atender exigências de padrões de qualidade de
diferentes mercados, os quais apresentam pouca padonização29.
Em animais destinados ao abate, a condição corporal busca estimar a
relação músculo: gordura, ou ainda, a cobertura de gordura das carcaças a
partir do animal vivo30. A condição corporal é um método subjetivo tátil que
permite observar o estado nutricional do animal, mediante a palpação das
apófises transversas e base da cauda, atribuindo escores de 1 (extremamente
magro) a 5 (excessivamente gordo)31.
Avaliação da carcaça por predição in vivo auxilia determinar o grau de
terminação e de desenvolvimento muscular dos animais32.
A conformação está associada à forma dos músculos e dos ossos, sendo
que a melhor conformação representa a maior quantidade de músculo e maior
relação músculo: osso e é influenciada pelo peso corporal ou da carcaça,
cobertura de gordura, grau de desenvolvimento, sexo e sistema de
alimentação30.
A conformação e a cobertura de gordura das carcaças são critérios que
20
definem a qualidade das mesmas, pois aquelas bem conformadas e com ideal
cobertura de gordura tendem a receber maiores preços na comercialização31.
As carcaças podem ser avaliadas visualmente para conformação do animal
vivo, atribuindo-se escores 1,0 para magra e 5,0 para excelente33. Este critério
de qualidade tem sido adotado nos sistemas de avaliação de carcaças e, em
cada sistema, sua importância é dependente da relação com o peso e a
qualidade do produto. A conformação da carcaça visa à harmonia entre as
partes, devendo ser observada a convexidade das massas musculares31.
Os altos teores de gordura depreciam o valor comercial das carcaças;
entretanto, a cobertura de gordura é necessária por previnir maiores perdas de
água durante o resfriamento, que causa ressecamento da carne34. Carcaças
com pouca e desuniforme cobertura de gordura ressecam mais rapidamente no
processo de armazenamento ao frio, causando depreciação ao produto35.
O componente de maior importância na carcaça é o músculo, constituindo
a carne magra disponível aos consumidores. Os músculos que amadurecem
mais lentamente representam o índice de maior confiabilidade do
desenvolvimento e tamanho do tecido muscular. O músculo Longissimus
lumborum é de maturidade tardia e de fácil mensuração, o que o torna
preferência para determinação da área de olho de lombo, definida como uma
medida objetiva para predição da quantidade de músculo da carcaça36.
2.4 Viabilidade econômica da criação
Estudos sobre sistemas de terminação de cordeiros devem ser realizados
considerando os aspectos produtivos, econômicos e de sustentabilidade; com
objetivo do produtor permanecer na atividade. O confinamento de ovinos teve
uma crescente adoção nos últimos anos em virtude da redução do tempo para
o abate, da maior eficiência no controle sanitário, da melhor qualidade da
carcaça, da manutenção da oferta de forragem no período de escassez e,
conseqüentemente, de uma regularidade maior na produção e na qualidade da
carne ovina disponibilizada no mercado37.
No entanto, as maiores desvantagens se encontram nos altos custos de
produção, principalmente, relacionados à alimentação que se constitui em um
21
dos maiores gastos dos custos de produção nos sistemas intensivos38.
Dependendo tipo de fruta o processo produtivo pode render subproduto de até
70%, constituindo-se em interessante opção para uso na alimentação animal,
principalmente em sistemas de confinamento durante a época seca39. A
disponibilidade e a qualidade desses materiais são bastante variáveis em
função do nível de industrialização e de acordo com as características de cada
região, assumindo papel de significativo valor econômico40.
O desempenho dos animais e as características da carcaça são
estudados em sistemas de terminação de cordeiros, entretanto, a análise
econômica não é realizada, apesar de ser importante e permitir o conhecimento
detalhado dos custos de produção. Isso é importante para auxiliar na melhoria
da produtividade com lucratividade e é um forte subsídio para o produtor
fundamentar as decisões a serem tomadas, estabelecer quais são as
prioridades, identificar a possibilidade de novos investimentos e avaliar
viabilidade do negócio.
Referências Bibliográficas
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24
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25
3.OBJETIVOS
3.4.Objetivo Geral
Avaliar os níveis de inclusão do bagaço de laranja em substituição ao
milho moído na dieta de cordeiros em terminação.
3.5.Objetivos Específicos
Verificar o desempenho animal, o consumo, o perfil metabólico, as
variáveis biométricas e a viabilidade econômica dos cordeiros terminados com
diferentes níveis de bagaço de laranja em substituição ao milho da dieta.
Avaliar as características quantitativas e qualitativas da carcaça e da
carne de cordeiros terminados com diferentes níveis de bagaço de laranja em
substituição ao milho da dieta.
26
Capítulo II – Artigo científico
Viabilidade nutricional e econômica da substituição do milho moído por bagaço de
laranja em dietas de terminação de cordeiros confinados
Nutritional and economic feasibility of substitution of corn bran by fresh orange
pulp in the diet of finishing lambs
Josiany Baise 1
, Fabíola Cristine de Almeida Rego2, Luiz Fernando Coelho Cunha
Filho2, Lisiane Dorneles de Lima
3, Mônica Chaves Françoso
4, Lais Belan
4, Marilice
Zundt5
Resumo
O objetivo foi avaliar a viabilidade nutricional e econômica da substituição do milho
moído por bagaço de laranja na terminação de cordeiros confinados. Foram utilizados
32 cordeiros machos inteiros, mestiços Texel com peso inicial de 16 ± 2,5kg,
distribuídos em quatro tratamentos com quatro níveis de substituição (0, 33, 66 e 100%)
e oito repetições por tratamento. A dieta foi composta por 70% de concentrado e 30%
de feno de aveia (Avena strigosa), na matéria seca. Ao atingir o peso médio 32,5 kg os
animais foram abatidos. Não houve efeito significativo para as variáveis consumo de
matéria seca (CMS), consumo de matéria orgânica (CMO), consumo de proteína bruta
(CPB) e consumo de extrato etéreo (CEE). O ganho de peso total foi em média 21,2 kg
e o ganho de peso médio diário foi de 190 g e também não sofreram alterações com
adição do bagaço de laranja. Os custos com alimentação no período total de
confinamento variou entre R$ 145.41 a R$ 177,51, sendo o maior valor para o
tratamento 0% e 100% respectivamente na dieta com inclusão de bagaço de laranja. A
margem bruta de lucro variou de R$ 7,09 a R$ 22,43 por animal, para as dietas sem
bagaço de laranja e com 100% de inclusão, respectivamente. O desempenho animal não
foi afetado pela inclusão de bagaço de laranja, podendo substituir até 100% do milho
em uma dieta de cordeiros, sem provocar prejuízos ao consumo.
Palavras–chave: desempenho, consumo de matéria seca, consumo de nutrientes, ovinos
Abstract This study aimed to evaluate the nutritional and economical replacement of ground corn
by citrus pulp in diets for finishing feedlot lambs. We used 32 lambs, crossbred Texel
initial weight 16 ± 2.5kg, distributed in four treatments with four levels (0, 33, 66 and
100%) and four replicates per treatment. The concentrate was composed of 70% DM +
30% corn grain and oat hay (Avena strigosa). When lambs reached 35 kg of BW, they
were slaughtered. There was no significant effect for the variable dry matter intake
(DMI) , organic matter intake (OMI) , crude protein (CPI ) and the ether extract (EEI ).
The total weight gain averaged 21,2 kg and average daily weight gain was 190 g for day
and also did not change with addition of fresh orange pulp . Feed costs in total
confinement period ranged from U$65,5 to U$79,95, the highest value for the treatment
1Mestranda do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes da Universidade Norte do Paraná, PR 218 - KM 01 - Jd.
Universitário, CEP 86702-670 - Cx. P. 560, Arapongas, PR; 2Docentes do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de
Ruminantes da Universidade Norte do Paraná, fabí[email protected]; 3Pesquisadora Embrapa Caprinos e Ovinos, KM 4 da rodovia CE 187 - Sobral – CE; 4Mestranda do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes da Universidade Norte
do Paraná, 5Dra, docente Universidade Oeste Paulista de Medicina;
27 0% and 1+00% respectively in the diet with inclusion of orange peel. The gross profit
margin ranged from U$3,18 to R$10,10 per animal for diets without orange peel and
100% inclusion , respectively. Animal performance was not affected by the inclusion of
orange peel and can replace up to 100 % of corn on a diet of lambs without causing
losses to the cosumer.
Keywords: dry matter intake, nutrient intake, performance, sheep.
Introdução
28
A crescente demanda por carne ovina registrada nos últimos anos impulsionou o
aumento da produção de cordeiros para o abate, gerando a necessidade de melhoria nas
técnicas de exploração. A adoção de algumas estratégias de produção intensiva faz-se
necessária no agronegócio da ovinocultura, principalmente onde o custo da terra é
considerado elevado.
Trabalhos tem mostrado alternativas para a produção de carne dos cordeiros,
dentre elas o confinamento (OTTO et al., 1997; MACEDO et al., 2000; ZUNDT et al.,
2002) é uma estratégia capaz de satisfazer tanto o produtor quanto o consumidor, uma
vez que permite encurtar o ciclo de produção e disponibilizar no mercado carcaças de
animais jovens e de melhor qualidade. No entanto, deve-se ter cuidado com o custo da
alimentação, pois principalmente o concentrado da dieta é a fração mais onerosa no
sistema de produção, correspondendo de 60 a 70% desses custos (DUTRA et al., 1997).
Desse modo, os alimentos alternativos, como os resíduos originados na produção
agrícola e na agroindústria em dietas de ruminantes pode desempenhar papel primordial
na economicidade de um sistema de produção. O Brasil possui diversidade de culturas
agrícolas, sendo estas grandes geradoras de residuos, que na maioria das vezes podem
ser aproveitados na alimentação animal, reduzindo assim a contaminação ambiental e
desempenhando um papel primordial na economicidade de um sistema de produção.
Segundo FURUSHO-GARCIA et al., (2000) os subprodutos assumem grande valor,
principalmente, na terminação em confinamento, quando o objetivo é a redução do
custo de produção.
Entre estes subprodutos, inclui-se o bagaço de laranja, sendo um ingrediente de
alta densidade energética para animais em crescimento, com pouco ou nenhum efeito
negativo na fermentação ruminal em comparação a alimentos ricos em amido
(BAMPIDIS & ROBINSON, 2006). Diferentemente dos grãos de cereais, como milho e
sorgo, o bagaço de laranja não contém teores significativos de amido, mas é rica em
açúcares solúveis (25% da MS), pectina (25% da MS) e fibra altamente digestível (23%
da MS). A pectina faz parte da estrutura da parede celular dos vegetais e é quase
totalmente (90-100%) degradável no rúmen (NOCEK & TAMMINGA, 1991).
Para avaliar o valor nutricional do alimento é de suma importância conhecer o
consumo voluntário dos animais, uma vez que o desempenho e a eficiência alimentar
são em função do consumo de matéria seca. Outra ferramenta importante para avaliação
29
do desempenho produtivo dos animais em função da dieta fornecida é a avaliação da
carcaça dos animais. No entanto, devido ao alto custo e a dificuldade de aplicação das
avaliações, tem sido utilizadas metodologias de avaliação no animal vivo que permitam
predizer algumas características da carcaça. Neste sentido, descreveram métodos de
avaliação “in vivo” para estimar a condição corporal, verificando o status nutricional do
animal, os quais se modificam de acordo com as condições fisiológicas e nutricionais.
Entre estas, as medidas corporais, associadas à avaliação subjetiva da condição do
escore corporal, constituem ferramentas importantes na determinação do momento ideal
de abate.
Outro fator que ajuda a comprovar a eficácia do manejo nutricional e o estado
sanitário do animal é avaliação do perfil metabólico, que por sua vez é determinado
através de análises sanguíneas (NDLOVU et al., 2007).
Além dos fatores produtivos, a questão da viabilidade econômica da substituição
do milho moído pelo bagaço de laranja, é de suma importância, uma vez que para o
produtor o aspecto econômico é o principal fator determinante na escolha da dieta
utilizada na terminação de cordeiros.
Portanto, teve como objetivo o presente estudo avaliar vários parâmetros, como
consumo, desempenho, perfil metabólico e economicidade de confinar cordeiros em
função de níveis de substituição de milho moído pelo bagaço de laranja.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no município de Florestópolis, região Norte do
Paraná, durante o período de setembro a dezembro de 2012. Foram utilizados 32
machos inteiros, mestiços Texel, com peso médio inicial de 16 ± 2,5 kg. Os animais
foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em quatro tratamentos
experimentais, com oito repetições. Os tratamentos foram quatro níveis de substituição
(0, 33, 66 e 100%) do farelo de milho pelo bagaço de laranja na matéria seca. O bagaço
de laranja foi adquirido da Cooperativa de Cafeicultores de Maringá Ltda
(COCAMAR), situada na cidade de Rolândia, PR.
Os animais foram confinados em baias cobertas, suspensas, com piso de madeira
ripado. Previamente ao início do experimento, os cordeiros foram vermifugados. As
dietas experimentais foram formuladas para atender às exigências nutricionais de
30
cordeiros de porte médio e ganho de peso estimado em 250 g/dia, com base no NRC
(2007), contendo 30% de volumoso e 70% de concentrado, e acesso irrestrito a água
(Tabela 1).
A alimentação foi dividida em duas refeições, fornecidas às 8h e às 16h. Foram
recolhidas e pesadas as sobras de alimentos, antes do trato da manhã, para ajuste da
quantidade ofertada e cálculo do consumo de MS. As sobras eram mantidas em torno de
15% do total ofertado e eram colhidas diariamente (uma por tratamento) e congeladas
para posteriores análises. Destas amostras colhidas efetuou-se uma amostra composta a
cada 21 dias, por tratamento. A composição química das dietas foi determinada segundo
metodologia descrita pela AOAC (1990) para avaliação dos teores de matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM) e extrato etéreo (EE). Os teores de
FDN e FDA serão determinados segundo VAN SOEST et al., 1991. Os carboidratos
totais (CT) e os carboidratos não fibrosos(CNF) foram calculados segundo SNIFFEN et
al., 1992, e os nutrientes digestíveis totais (NDT), segundo KEARL (1982). As análises
químico-bromatológicas foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da
Universidade Norte do Paraná.
Tabela 1- Proporção de ingredientes e composição química das dietas experimentais (%
MS) de cordeiros alimentados com dietas contendo milho moído em substituição ao
bagaço de laranja.
Item Níveis de substituição
0% 33% 66% 100%
Ingredientes
Feno de aveia 30,0 30,0 30,0 30,0
Bagaço de laranja - 16,89 33,79 50,56
Milho moído 50,56 33,79 16,89 -
Farelo de soja 17,54 17,54 17,54 17,54
Sal mineral 1,50 1,50 1,50 1,50
Composição química
Matéria pré- seca 89.00 66.00 52.00 43.00
Matéria seca 90,71 90,00 90,42 90,60
Matéria mineral 4,16 5,30 6,76 7,93
Extrato etéreo 2,91 2,37 2,15 2,29
Fibra em detergente neutro 29,2 32,1 37,6 42,3
Fibra em detergente ácido 12,2 16,5 19,8 24,2
Carboidratos totais 75,9 74,0 70,6 70,4
Carboidratos não fibrosos 46,7 41,9 33,0 28,0
Proteína bruta 17,0 18,3 20,5 19,4
Proteína insolúvel detergente neutro 1,48 0,90 1,48 2,21
31
0% de bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo
bagaço de laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja
O período total de confinamento foi de 89 dias, de modo que os primeiros 14 dias
foram destinados à adaptação dos animais às instalações e à dieta alimentar. Os animais
foram pesados (após jejum de 16 horas) no dia zero do experimento, a cada 21 dias e
um dia antes do abate para acompanhamento do ganho de peso diário e conversão
alimentar do lote (kg de matéria seca ingerida/kg ganho de peso vivo). No momento da
pesagem também foi avaliado o escore corporal dos animais (SILVA SOBRINHO,
2001). Também foram realizadas as medidas biométricas, utilizando-se uma fita
métrica, de acordo com a metodologia de YÁÑEZ et al., (2004). Foram tomadas as
seguintes medidas: comprimento corporal- distância entre a articulação cervicotorácica
e a base da cauda; altura do anterior- distância entre a região da cernelha e a
extremidade distal do membro anterior; altura do posterior- distância entre a
tuberosidade sacral, na garupa, e a extremidade distal do membro posterior; perímetro
torácico- perímetro tomando-se como base o esterno e a cernelha, passando por trás da
paleta; largura da garupa- distância entre os trocânteres maiores dos fêmures;
comprimento da garupa- distância entre as partes cranial da tuberosidade ilíaca e a
caudal da tuberosidade isquiática; largura do peito- distância entre as faces das
articulações escápuloumerais; e o perímetro abdominal- circunferência externa do
abdômen, na linha da cicatriz umbilical.
Na seqüência foi colhido sangue de todos os cordeiros através de venopunção
jugular, distribuído em dois tubos a vácuo (Vacutainer®), contendo ácido
etilenodiamino tetra-acético (EDTA) a 10% e o outro sem anticoagulante com gel
ativador da coagulação para obtenção do soro. As análises plasmáticas incluíram a
determinação da glicose, creatinina e as sorológicas de colesterol, triglicerídeos e uréia,
todas as análises foram efetuadas através de técnicas de espectrofotometria utilizando-se
kits comerciais (Sistema Labtest de Diagnóstico Clínico), através de espectrofotômetro
BioPlus.
Foram calculados os custos da utilização de bagaço de laranja em substituição ao
grão de milho moído. No entanto, foram considerados na análise apenas os custos
relacionados à dieta, pois os outros fatores, como instalações e mão de obra, foram os
mesmos em todos os tratamentos. Para o cálculo do custo por Kg de matéria seca da
Proteína insolúvel detergente ácido 1,08 0,97 1,56 1,85
NDT 73,68 70,44 67,76 51,72
32
dieta foram considerados os custos individuais de cada ingrediente da dieta (bagaço de
laranja, milho moído, farelo de soja), sal mineral. Para a conversão alimentar
considerou-se os dados do lote (consumo de matéria seca do lote/ganho de peso do lote)
em todo o período de confinamento. Para o custo de aquisição do cordeiro magro
considerou-se o peso do cordeiro e o custo/kg de peso vivo, que na ocasião foi de R$
6,00 (peso cordeiro x R$ 6,00). O custo da alimentação por animal no confinamento foi
obtida a partir do produto entre o ganho de peso total por cordeiro e o custo por kg de
peso vivo engordado no confinamento (ganho de peso total x custo/kg PV). O custo/kg
de ganho de peso vivo foi o produto entre a conversão alimentar e o custo por kg da
dieta. O custo total por animal foi a soma entre o custo de alimentação por animal mais
o valor do cordeiro magro adquirido. A receita da carcaça foi o produto entre o peso
médio da carcaça e o valor de venda por kg de carcaça (R$ 13,00). A margem bruta por
animal foi obtida pela subtração entre a receita bruta e o custo total por animal.
As análises estatísticas das variáveis estudadas foram interpretadas por análise de
variância e quando significativo à nível de 5% de probabilidade, foi realizada análise de
regressão, utilizando-se o programa SAS, versão 9.2.
Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética para o uso de animais da
UNOPAR (CEA) e está de acordo com os princípios éticos de experimentação animal
seguindo protocolo nº 011/12 - Viabilidade nutricional e a qualidade da carne de
cordeiros recebendo alta quantidade de concentrado com diferentes níveis de
substituições do milho pela polpa cítrica.
Resultados e Discussão
As variáveis relacionadas ao consumo de matéria seca (CMS) e consumo de
nutrientes (CMO, CPB, CEE, CFDN, CFDA) não foram influenciadas pelos níveis de
inclusão de bagaço de laranja na dieta (Tabela 2). Esse resultado demonstra que o
bagaço de laranja pode ser incluído como 100% do volumoso em uma dieta de
cordeiros, sem provocar prejuízos no consumo. Contrariando esses resultados,
HENRIQUE et al., (1998) verificaram que quando o bagaço de laranja substitui 55% da
MS da dieta, provocou redução da ingestão de MS e também no ganho de peso de
bovinos em confinamento.
33
Esperava-se que ocorresse limitação física dos compartimentos gastrintestinais,
caracterizada pelo rápido enchimento do rúmen retículo devido a menor concentração
energética da dieta com 100% de bagaço de laranja (51,72% de NDT) e pelos maiores
níveis de FDA e FDN , sendo 24,2 e 42,3%, respectivamente, entretanto não houve
alteração no consumo dos animais. Da mesma forma ÍTAVO et al., (2000) ao avaliarem
o efeito da substituição da silagem de milho pelo bagaço de laranja na alimentação de
vacas leiteiras também não verificaram efeitos no consumo de nutrientes.
Pesquisas demonstram que há limitações no uso da polpa cítrica seca, podendo ser
substituída em rações concentradas para ovelhas em lactação numa proporção de até
10% da MS total (FEGEROS et al.,1995); e que quando adicionada em nível de 30% da
MS da dieta pode levar à redução ou mesmo suspensão do consumo pelo animal
(EZEQUIEL, 2001). Entretanto trabalhos pioneiros com polpa cítrica in natura, já
demonstravam eficiência de seu uso em substituição de até 60% do volumoso da dieta
em bovinos (VIJCHUALTA et al., 1980).
Tabela 2. Ingestão de nutrientes em cordeiros alimentados com dietas contendo milho
moído em substituição ao bagaço de laranja na dieta.
Parâmetros Níveis de substituição (%)
1Equação de
regressão
2P
3CV (%)
0 33 66 100
CMS(g/d) 975,1 1023 1123 1110 Ŷ =1057 0,62 17,25
CMS(%PV) 3,68 4,12 4,34 4,13 Ŷ =4,07 0,55 15,98
CMO(g/d) 918,9 958 1030 1009 Ŷ =979,3 0,76 16,64
CMO(%PV) 7,82 8,53 8,92 8,5 Ŷ =8,44 0,70 15,25
CPB(g/d) 20,1 25,8 30,4 26,3 Ŷ =0,6659 0,66 44,85
CFDN(g/d) 306,4 371,3 423,3 453,5 Ŷ =0,2041 0,20 24,22
CFDA(g/d) 144,4 208,3 249,6 285 Ŷ =0,0689 0,06 29,71
CEE(g/d) 32,3 35,6 32,8 33,0 Ŷ =0,9479 0,94 25,89
Fonte: Elaboração do autor.
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 1Equação de
Regressão=média dos
tratamentos; 2P –
3CV – Coeficiente de variação
A ingestão de FDN e FDA neste estudo não diferiram significativamente
(P>0,05), provavelmente o aumento destes nas dietas com maiores inclusões de bagaço
de laranja não foram suficientes ao ponto de interferir significativamente na ingestão
desses nutrientes. Os valores médios de ingestão de FDN em % PV foram de 1,2 e 1,8%
para os tratamentos com 0 e 100% de bagaço de laranja, respectivamente.
34
Provavelmente não houve alteração no consumo da parte fibrosa (CFDN e CFDA)
devido à qualidade da parede celular do bagaço de laranja, conforme já foi demonstrado
em outros trabalhos, apresentando elevados valores de digestibilidade da FDN de dietas
contendo polpa cítrica (BEN-GHEDALIA et al., 1989). Esses autores atribuíram esse
efeito à elevada proporção de pectina na porção fibrosa do bagaço de laranja; que é um
carboidrato estrutural de alta e rápida degradação ruminal, atingindo 90 a 100%, sendo
invariavelmente, o carboidrato complexo de mais rápida degradação ruminal (VAN
SOEST, 1994).
O ganho de peso médio diário (GPMD), o ganho de peso total (GPT) e o peso ao
abate (PA) foram semelhante entre os tratamentos (Tabela 3), o que pode ser em
decorrência do consumo de MS e de nutrientes ter sido semelhante também entre as
dietas avaliadas. Sabe-se que as diferenças em ingestão proporcionam de 60 a 90% das
variações no desempenho animal (MERTENS, 1994). Da mesma forma, em pesquisa
avaliando níveis de substituição do milho pela polpa citrus peletizada (0, 33, 64 e 100%)
não verificaram alterações no ganho médio diário de cordeiros Suffolk, BUENO et al.,
2000, apresentando média de ganho de peso de 214 g/dia. Da mesma forma, SANTOS
et al., 1999, também não verificaram efeito da substituição do milho grão moído pela
polpa cítrica peletizada em até 100%, sobre o desempenho de cordeiros da raça Santa
Inês.
Tabela 3. Peso de abate (PA, kg), ganho de peso total (GPT, kg) e ganho de peso médio
diário (GPMD,g), em cordeiros alimentados com dietas contendo milho moído em
substituição ao bagaço de laranja
Parâmetros Nível de substituição
* 1Equação de
regressão1
3CV 0% 33% 66% 100%
2P
PA, kg 32,2 33,8 32,9 31,2 Ŷ =32,2 0,68
01 13,5
GPT, kg 15,5 17,5 16,8 15,2 Ŷ =16,25 0,51 21,27
GMD, g 180 200 190 180 Ŷ =188,00 0,72 24,60 Fonte: Elaboração do autor.
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 1Equação de
Regressão=média dos
tratamentos; 2P – probabilidade,
3CV = Coeficiente de variação
Em relação às medidas biométricas a altura anterior e posterior, perímetro torácico
e abdominal não deferiram significativamente (P>0,05) entre os tratamentos, no entanto,
a largura da garupa, da perna e do peito diminuiu linearmente (P<0,05) em função dos
níveis de bagaço de laranja (Tabela 4). Provavelmente as maiores medidas nessas
35
regiões, pode ser devido ao maior aporte de nutrientes na dieta dos animais que
receberam maiores proporções de carboidratos não fibrosos, o que resultou na maior
deposição de músculos nessas regiões.
Tabela 4. Altura anterior (AA, cm) e altura posterior(AP,cm), perímetro torácico (PT,
cm) e largura da perna(LPERN cm) de cordeiros alimentados com dietas contendo
milho moído em substituição ao bagaço de laranja
Parâmetros Nível de substituição
* 1Equação
regressão
2R
3P
4CV
(%)
0% 33% 66% 100%
AA (cm) 55,8 55,3 55,2 54,7 Ŷ =55,2 - 0,0001 6,34
AP (cm) 57,4 57,8 57,6 56,1 Ŷ =57,2 - 0,0001 6,84
PT (cm) 79,3 78,6 78,2 77,2 Ŷ =78,3 - 0,0001 8,09
PA (cm) 87,7 88,5 87,3 88,3 Ŷ =87,9 - 0,0001 8,80
LG (cm) 20,3 20,4 20,3 18,4 Ŷ =20,9-0,01x 41,5 0,0001 14,1
LP (cm) 18,7 18,1 18,4 17,4 Ŷ =18,7-0,01x 38,1 0,0001 15,0
LPER (cm) 27,9 28,1 27,6 25,1 Ŷ =28,5-0,027x 53,2 0,0001 16,5
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 1Equação de
Regressão=média dos
tratamentos; 2R= coeficiente de determinação,
3P–probabilidade,
4CV – Coeficiente de variação
Os valores observados das medidas biométricas, estão similares aos encontrados
por GARCIA et al., 2003, que trabalharam com cordeiros Suffolk alimentados em
comedouro seletivo com diferentes níveis de energia na dieta e abatidos aos 31 kg de
peso corporal.
Os teores de glicose plasmática, encontraram-se dentro dos padrões de
normalidade (50-80 mg/dL) recomendados por KANECO et al., 2008. Os níveis de
colesterol se mostraram abaixo do parâmetro fisiológico da espécie ovina (52-76
mg/dL) (GONZÁLEZ & SILVA, 2003), e os teores de triglicerídeos séricos
encontraram-se pouco acima dos padrões de normalidades (9–30mg/dL) descritos por
KANECO et al., 2008, o que podem indicar pequena deficiência energética na dieta
destes animais.
Tabela 5. Concentrações plasmáticas e/ou sorológicas de colesterol, glicose, creatinina,
triglicerídeos, uréia de cordeiros alimentados com dietas contendo milho moído em
substituição ao bagaço de laranja.
Parâmetros Nível de substituição
*
0% 33% 66% 100%
Colesterol (mg/dL) 46,3
43,5 43,1 52,2
Glicose(mg/dL) 88,4 75,1 64,2 65,41
Creatinina(mg/dL) 0,10 0,10 0,09 0,11
36
Triglicerídeos(mg/dL) 35,5 30,6 38,4 34,7
Uréia(mg/dL) 69,7 65,3 63,7 63,9 *0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja
A concentração de uréia plasmática, encontra-se dentro dos padrões de
normalidades (50-80 mg/dL), assim como os valores de creatinina (0,8 – 1,1 mg/dL).
Estes resultados de uréia e creatinina estão diretamente correlacionados com a ingestão
de proteína, uma vez que foi suficiente para suprir as exigências dos microorganismos
ruminais para fazer a síntese de proteína microbiana e assim suprir as exigências dos
animais, sem causar nenhum distúrbio protéico, fato importante, uma vez que os
cordeiros novos necessitam de mais proteína para o crescimento e o desenvolvimento do
que animais adultos.
A viabilidade econômica do uso de bagaço de laranja em substituição ao milho
mostrou resultados positivos (Tabela 6), apresentando margem bruta de lucro por
animal de R$7,09 e R$31,38 para as dietas com 0 e 100% de bagaço de laranja
respectivamente; ou seja, um lucro 4,4 vezes maior. O fator que mais contribuiu para
este resultado foi que o custo por kg de matéria seca da dieta com 100% de bagaço de
laranja foi R$ 0,35 inferior à dieta sem bagaço de laranja.
Tabela 6. Efeito dos níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja para
cordeiros na fase de terminação sobre o custo (R$) por quilograma de ganho de peso e
Margem Bruta (R$/animal).
Tratamentos
Variáveis T0% T33% T66% T100%
1-CUSTO/kg MS da dieta total 0,95 0,83 0,72 0,60
2-Conversão alimentar 5,25 6,09 6,68 5,55
3-Custo cordeiro magro 98,22 97,50 96,36 95,22
4-Custo alimentação/animal no confinamento, R$ 79,29 88,53 80,30 50,19
5-Custo/kg de ganho de peso vivo 5,00 5,05 4,77 3,30
6-Custo total/animal, R$ 177,51 186,03 176,66 145,41
7-RECEITA VENDA CARCAÇA 184,60 201,50 192,40 176,80
8-MARGEM BRUTA /ANIMAL 7,09 15,47 15,74 31,38 1-Custo por kg de ingrediente na dieta total ;2 Consumo de MS/ ganho de peso;3-Peso do animal;8- peso por kg de PV (6,00R$);4-
Ganho de peso total x custo/kg de ganho de peso vivo;5-Conversão alimentar x custo/kg MS da dieta total;6-Custo do cordeiro
magro mais custo alimentação/animal;7 Peso médio da carcaça/animal * valor da venda da carcaça (13,00R$/kg);8-Receita bruta -
custo total/animal
O custo por kg de MS da ração total foi decrescente, à medida que se elevou a
substituição do milho pelo bagaço de laranja. Isto de deve à maior adição de milho na
37
dieta T0, que na ocasião teve o agravante da alta nos preços do milho e também do
farelo de soja, sendo R$ 760,00 e R$ 1570,00/tonelada, respectivamente.
A conversão alimentar dos lotes foi muito similar, exceto para o T66, que
apresentou conversão de 6,68; o que pode ter prejudicado um pouco este tratamento. O
GPT (Tabela 3) por animal no T0 e no T100 foram semelhantes, 15,5 e 15,2 kg
respectivamente, o que indica que a grande diferença na margem bruta, seja em função
do baixo custo da dieta com 100% de bagaço de laranja. O baixo teor de matéria pré-
seca da dieta T100 (Tabela 1) não prejudicou o consumo dos animais (Tabela 2), o
ganho de peso dos mesmos (Tabela 3) e por fim proporcionou o menor custo por kg de
matéria seca e também o maior lucro no confinamento (Tabela 6).
Conclusões
É possível substituir totalmente o milho moído por bagaço de laranja em até 50%
da matéria seca, sem prejudicar o consumo, desempenho e perfil metabólico. A
utilização da polpa cítrica úmida depende de fatores econômicos e da disponibilidade do
produto em cada região.
Agradecimentos
À fornecedora do bagaço de laranja, Cooperativa de Cafeicultores de Maringá
Ltda (COCAMAR), situada na cidade de Rolândia, PR.
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41
Capítulo III – Artigo científico
Interferência do bagaço de laranja sobre as características da carcaça e carne de
cordeiros confinados
Interference from orange peel on carcass and meat characteristics of lambs feedlot
Josiany Baise1, Fabíola Cristine de Almeida Rego
2, Agostinho Ludovico
2, Lisiane
Dorneles de Lima3, Camila Constantino
4, Mônica Françoso
5
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a viabilidade nutricional e econômica da
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de terminação de cordeiros
em confinamento. Foram utilizados 32 cordeiros machos inteiros, mestiços Texel com
peso inicial de 16 ± 2.5kg, distribuídos em quatro tratamentos com quatro níveis de
substituição (0, 33, 66 e 100%) e quatro repetições por tratamento. A dieta foi composta
por 70% de concentrado e 30% de volumoso (feno de aveia). As características de
rendimento de carcaça avaliadas se assemelharam entre os tratamentos (p>0,05), e o
rendimento de carcaça fria (RCF) foi em média 44,5%. As características morfológicas
da carcaça se alteraram em função dos tratamentos. Houve efeito linear decrescente para
área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura (EG) em função da inclusão do
bagaço de laranja. A composição química da carne foi semelhante entre os tratamentos
(p>0,05) e o teor de lipídeos totais e proteína bruta apresentaram médias de 2,30% e
22,02%, respectivamente. Também não houve efeito para o pH, marmoreio, coloração e
capacidade de retenção de água. A substituição do milho moído pelo bagaço de laranja
na dieta de cordeiros provocou alterações nas medidas morfológicas da carcaça de
cordeiros, na área de olho de lombo e na espessura de gordura. As características da
carne não sofreram mudanças com a inclusão do bagaço de laranja. Assim o uso do
bagaço de laranja na alimentação constitui uma alternativa para terminação de cordeiros
em regiões produtoras.
Palavras chave – conformação da carcaça, marmoreio, propriedades organolépticas,
rendimento de carcaça
Abstract
This study aimed to evaluate the nutritional and economical replacement of ground corn
by citrus pulp in diets for finishing feedlot lambs. We used 32 lambs, crossbred Texel
initial weight 16 ± 2.5kg, distributed in four treatments with four levels (0, 33, 66 and
100%) and four replicates per treatment. The diet was composed of 70% concentrate
and 30% forage oat hay .The characteristics of carcass yield were similar among
treatments (p>0.05), and cold carcass yield (CCY) was on average 44,5%. The
morphological characteristics were different among the treatments . Decreased linearly
1Mestranda do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes da Universidade Norte do Paraná, PR 218 - KM 01 - Jd.
Universitário, CEP 86702-670 - Cx. P. 560, Arapongas, PR; 2Docentes do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes da Universidade Norte do Paraná, fabí[email protected]; 3Pesquisadora Embrapa Caprinos e Ovinos, KM 4 da
rodovia CE 187 (estrada Sobral/Groaíras) Sobral – CE; 4Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal
(Universidade Estadual de Londrina); 5Mestranda do Programa de Mestrado em Saúde e Produção de Ruminantes da Universidade Norte do Paraná, PR 218 - KM 01 - Jd. Universitário, CEP 86702-670 - Cx. P. 560, Arapongas, PR
42 for loin eye area (LEA) and fat thickness (FT) due to the inclusion of orange peel . The
chemical composition of the meat was similar among treatments (p>0.05) and the lipids
total content and CP showed averages of 2,30 % and 22,02% , respectively. There was
also no effect on pH, marbling, color and water retention capacity . The replacement of
ground corn with orange peel in the diet of lambs caused changes in the morphological
measurements of carcasses of lambs in loin eye area and fat thickness. Meat
characteristics have not changed with the addition of orange peel Thus the use of orange
peel is an alternative for finished lambs in regions that produce.
Key words: carcass conformation, marbling, organoleptic properties, carcass yield
Introdução
O aumento da oferta de carne ovina no Brasil está associado à melhoria dos
sistemas de produção, visando atender à grande demanda do mercado consumidor.
Principalmente nos grandes centros urbanos, muitas pessoas buscam adquirir carnes de
maior qualidade provenientes principalmente de animais jovens terminados em
confinamento. Porém, a ovinocultura de corte em sistemas intensivos de produção,
encontra obstáculos em relação ao custo da dieta, um dos aspectos mais importantes na
produção de carne (YAMAMOTO, 2006). De acordo com HEGARTY, MEUTZE,
ODDY (1999), pode-se obter cordeiros com boa qualidade da carne, e menores custos
de produção; no entanto, é necessário um plano nutricional adequado, visando a
utilização de dietas menos onerosas que atendam às exigências nutricionais dos animais.
Embora ainda não largamente utilizada no Brasil como requisito comercial, a
carcaça ovina, aliada aos seus componentes de qualidade, adquire cada vez mais
importância, pois como observou COLOMER-ROCHER (1976), que as transações
comerciais no mercado de carne tendem a realizar-se cada vez mais sobre a carcaça e
menos sobre o animal em pé. Sendo a carcaça o principal produto de cordeiros
destinados ao abate, o conhecimento das variações desta, frente a um diferencial de peso
vivo no momento do sacrifício do animal (principal parâmetro considerado para a venda
de cordeiros em nosso meio), constitui-se uma importância econômica ao produtor. Da
mesma forma, deve ser considerada sua qualidade ou seus determinantes de qualidade
comercial. Segundo COLOMER-ROCHER (1973), seria o conjunto de características
cuja importância relativa confere à carcaça uma máxima aceitação e um maior preço, ou
frente aos consumidores ou frente à demanda do mercado.
Em face disso, a qualidade da carne tem feito parte de estudos cada vez mais
objetivos, fundamentando-se em testes químicos e físicos, variando em função do
segmento observado, se é a produção, indústria, comércio ou consumidor (DABÉS,
43
2001; SILVA SOBRINHO et al., 2005). Dentre as características mais importantes
destacam-se a qualidade química, baseada no estudo dos níveis de proteína, lipídios,
colesterol e ácidos graxos; a física analisa os parâmetros do pH, cor, perda de peso por
cocção, capacidade de retenção de água e a qualidade sensorial avalia o sabor, maciez,
aroma, suculência entre outros, uma vez que são características determinantes na
decisão de compra da carne.
Portanto o presente estudo teve como objetivo de avaliar as características
quantitativas e qualitativas da carcaça e da carne de cordeiros em função de níveis de
substituição de milho moído pelo bagaço de laranja.
Material e Métodos
Foram utilizados 32 machos inteiros, mestiços Texel, com peso médio inicial de
16 ± 2,5 kg. Os animais foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado
em quatro tratamentos experimentais, com oito repetições. Os tratamentos foram quatro
níveis de substituição (0, 33, 66 e 100%) do milho em grão pelo bagaço de laranja na
matéria seca (Tabela 1).
O experimento foi conduzido em uma propriedade no município de Florestópolis-
PR. O período experimental total foi de 89 dias, sendo os primeiros 14 dias de
adaptação dos cordeiros às dietas experimentais. Antes do início do experimento, os
animais foram vermifugados.
Tabela 1- Proporção de ingredientes e composição química das dietas experimentais (%
da MS).
Item Níveis de substituição
0% 33% 66% 100%
Ingrediente
Feno de aveia 30,0 30,0 30,0 30,0
Bagaço de laranja - 16,89 33,79 50,56
Milho moído 50,56 33,79 16,89 -
Farelo de soja 17,54 17,54 17,54 17,54
Sal mineral 1,50 1,50 1,50 1,50
Composição nutricional
Matéria pré seca 89,00 66,00 52,00 43,00
Matéria seca 90,71 90,00 90,42 90,60
Matéria mineral 4,16 5,30 6,76 7,93
Extrato etéreo 2,91 2,37 2,15 2,29
Fibra em detergente neutro 29,2 32,1 37,6 42,3
44
*0% de bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 100% de substituição do milho moído pelo bagaço
de laranja;
Os animais foram confinados em baias cobertas, suspensas, com piso de madeira
ripado. As dietas experimentais foram formuladas para atender às exigências
nutricionais de cordeiros de porte médio e ganho de peso estimado em 250 g/dia, com
base no NRC (2006), contendo 30% de volumoso (feno de aveia) e 70% de
concentrado, e acesso irrestrito a água (Tabela 1).
A alimentação foi dividida em duas refeições, fornecidas às 8h e às 16h. Foram
recolhidas e pesadas as sobras de alimentos, antes do trato da manhã, para ajuste da
quantidade ofertada e cálculo do consumo de MS. As sobras eram mantidas em torno de
15% do total ofertado e eram colhidas diariamente (uma por tratamento) e congeladas
para posteriores análises. Destas amostras colhidas efetuou-se uma amostra composta a
cada 21 dias, por tratamento. A composição química das dietas foi determinada segundo
metodologia descrita pela AOAC (1990) para avaliação dos teores de matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM) e extrato etéreo (EE). Os teores de
FDN e FDA serão determinados segundo VAN SOEST et al., (1991). Os carboidratos
totais (CT) e os carboidratos não fibrosos (CNF) foram calculados segundo SNIFFEN et
al., (1992) e os nutrientes digestíveis totais (NDT), segundo KEARL (1982). As
análises químico-bromatológicas foram realizadas no Laboratório de Bromatologia da
Universidade Norte do Paraná.
Os animais permaneceram confinados, e o abate foi realizado a medida que os
animais atingiram 32.5 kg de PV. Antes do abate, os animais foram submetidos a jejum
de 16 horas de dieta sólida e líquida. Foram pesados para obtenção do peso vivo ao
abate (PVA), o ganho de peso total no período (kg) e o ganho de peso vivo diário (em
g). Foi coletado o trato gastrointestinal e efetuada a pesagem do mesmo, cheio e vazio,
para o cálculo do peso corporal vazio. As carcaças foram pesadas logo após o abate e
evisceração para obtenção do peso da carcaça quente (PCQ) e após 24 horas de
resfriamento para peso da carcaça resfriada (PCF). Os rendimentos de carcaça foram
Fibra em detergente ácido 12,2 16,5 19,8 24,2
Carboidratos totais 75,9 74,0 70,6 70,4
Carboidratos não fibrosos 46,7 41,9 33,0 28,0
Proteína bruta 17,0 18,3 20,5 19,4
Proteína insolúvel detergente neutro 1,48 0,90 1,48 2,21
Proteína insolúvel detergente ácido 1,08 0,97 1,56 1,85
Nutrientes Digestíveis totais 73,68 70,44 67,76 51,72
45
calculados pelas porcentagens dos pesos da carcaça quente (RCQ = PCQ/PVA*100) e
fria (RCF = PCF/PVA*100), em relação ao peso vivo ao abate. O índice de quebra ao
resfriamento (IQ = PCF/PCQ X 100) e a perda de peso por resfriamento (PR =
(PCQPCF/PCQ) *100) (OSÓRIO; OSÓRIO, 2005).
Foi realizada avaliação de acabamento, conformação e gordura estriada do flanco
utilizando padrões fotográficos (CAÑEQUE; SAÑUDO, 2000). Foram realizadas
medidas de comprimento de carcaça, profundidade torácica, comprimento, perímetro e
profundidade de perna de braço (OSÓRIO; OSÓRIO, 2005).
As meias carcaças esquerdas, após refrigeração, foram seccionadas na altura entre
a 12a e 13
a costela para avaliação da área de olho de lombo, espessura de gordura,
profundidade, largura e marmoreio do músculo Longíssimos dorsi (CEZAR; SOUZA,
2007). A taxa de marmoreio foi avaliada subjetivamente utilizando padrões fotográficos
(AMSA, 1978), onde foram atribuídas notas de 1 a 6 (1 = traços de marmoreio e 6 =
marmoreio abundante). Foi retirado da carcaça e enviado ao laboratório o músculo
Longíssimus da carcaça direita, sendo este fatiado formando as seguintes amostras: 3
bifes (3cm) para força de cisalhamento; 2 bifes (3cm) para análise sensorial; 1 bife
(2cm) para avaliar, perda no processamento, cor, pH e perda de água por pressão.
A medida de cor foi realizada no músculo Longissimus dorsi na área do olho de
lombo, 24 horas após o abate e 20 minutos após o corte da carne. A cor foi analisada
através do aparelho colorímetro portátil Minolta® para avaliação dos componentes L*
(luminosidade), a* (componente vermelho-verde) e b* (componente amarelo-azul) que
foram expressos no sistema de cor CIELAB. Foram efetuadas 3 medidas de cada
amostra e com a média destas obteve-se o croma e tonalidade (HOUBEN et al., 2000).
Foi realizada na mesma porção a perda de água por pressão (PAP), avaliada pelo
método de pressão em papel filtro (BARBUT, 1996); perda de água no processamento,
pesando o bife antes e após o período de maturação; foi realizada medida de pH interno
utilizando um aparelho portátil com eletrodo de inserção. O restante das amostras após o
período experimental foi congelada a -18°C para posteriores análises.
Para a determinação da perda por descongelamento (PDESC), as amostras foram
pesadas congeladas e após o descongelamento (em temperatura de 2 ± 2ºC por 24
horas), por meio da razão entre o peso da amostra descongelada e o peso da amostra
congelada multiplicada por 100. Na seqüência foi realizada a cocção da carne em forno
elétrico, onde a carne foi cozida por 10 minutos e posteriormente virada e cozida por
46
mais 10 minutos. A perda pela cocção (PCOC) foi à razão entre a peso da amostra
descongelada sobre a amostra cozida multiplicada por 100 (AMASA, 1978).
A análise sensorial foi realizada por um painel composto por seis provadores
treinados. Utilizou-se uma escala estruturada numérica de 1 a 9 pontos (1 extremamente
aceitável e 9 extremamente inaceitável) para o parâmetro de aceitabilidade global da
amostra; para o odor e suculência da amostra as escalas foram de 1 a 5 (odor: 1
extremamente intenso e 5 nenhum; suculência: 1 nenhuma e 5 alta); para o parâmetro
maciez a escala foi de um a sete (um muito dura e sete muito macia). As amostras foram
preparadas em forno pré-aquecido a 180o
C e assadas até atingirem a temperatura
interna de 72o
C. Os provadores receberam para a avaliação quatro amostras, sendo uma
de cada tratamento (ABNT, 1993)
A força de cisalhamento foi objetivamente medida através da utilização do
aparelho texturômetro Texture Analyser TA. TX-2. Para a obtenção das amostras foi
utilizado um amostrador de aço de forma cilíndrica. Foram utilizados dois bifes por
animal, de cada bife foram retiradas três sub-amostras de aproximadamente 1,25 cm de
espessura, e cada sub-amostra foi cisalhada uma única vez, dando um total de seis
leituras por animal (WHIPPLE et al., 1990).
Para determinar a composição química da carne às amostras foram descongeladas
em geladeira por 24 horas e moídas. Após esse período as amostras foram colocadas em
estufa de ar forçado a 55ºC, por 72 horas. Posteriormente, foram processadas em
moinho tipo Willey (peneira de 1 mm), para determinar a proteína bruta, umidade e
cinzas (AOAC, 1968).
A extração da fração lipídica foi extraída com uma mistura de clorofórmio,
metanol e água, respectivamente (2:2:1,8 v/v/v), segundo BLIGH & DYER (1959).
Foram pesadas cerca de 30g (±0,1mg) de amostra dividido em dois tubos de Falcon,
sendo a este adicionado 30 mL de metanol e colocados no Turratec. Após foi
misturados as amostras em um bequer de 250 ml e adicionados 30 ml de clorofórmio e
agitados por 5 minutos; após, adicionou-se mais 30 mL de clorofórmio, novamente
agitando a mistura por mais 5 minutos. A seguir, fez-se a adição de 30 ml de água
destilada à solução, mantendo esta em agitação por mais 5 minutos. A solução obtida foi
filtrada a vácuo em funil de Büchner com papel filtro quantitativo. O filtrado foi
recolhido em funil de separação; após a separação das fases por 24 horas, a inferior
contendo o clorofórmio e a matéria graxa foi drenada para um balão previamente tarado,
47
sendo a solução concentrada em rota-vapor (banho-maria a 33°a 34°). O resíduo de
solvente foi eliminado com fluxo de nitrogênio. A matéria restante no balão foi pesada e
o teor de lipídios determinado gravimetricamente.
As análises estatísticas das variáveis estudadas foram interpretadas por análise de
variância e quando significativo à nível de 5% de probabilidade, foi realizada análise de
regressão, utilizando-se o programa (SAS, versão 9.2).
Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética para o uso de animais da
UNOPAR (CEA) e está de acordo com os princípios éticos de experimentação animal
seguindo protocolo 011/12 - Viabilidade nutricional e a qualidade da carne de cordeiros
recebendo alta quantidade de concentrado com diferentes níveis de substituições do
milho pela polpa cítrica.
Resultados e Discussão
O peso de abate dos cordeiros não diferiu significativamente (P<0,05) entre os
níveis de inclusão do bagaço de laranja na dieta, o que era esperado uma fez que os
pesos de abate foram pré-determinados. O rendimento de carcaça quente e fria foram
também similares entre os tratamentos (Tabela 2). Da mesma forma, RODRIGUES et
al., 2008, observaram que os pesos e os rendimentos de carcaça não foram afetados
(P>0,05) pela substituição do milho moído por polpa cítrica na ração.
Tabela 2. Peso de abate (PA, kg), peso de carcaça quente (PCQ, kg), peso de carcaça
fria (PCF, kg), rendimento de carcaça quente (RCQ, %) rendimento de carcaça fria
(RCF, %), perda por resfriamento (PPR, %), em função do nível de substituição do
milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de cordeiros.
Parâmetros Nível de substituição 1Equação de
Regressãoo1
2P
3CV(%)
0% 33% 66 % 100
%
Dias 84.15 85.6
2
85.62 85.6
2
Y= 85.51 0.99 7,17
PA (kg) 32,2 33,8 32,9 31,2 Y=32,5 0,6801 13,5
PCQ (kg) 13,3 15,8 14,5 15,2 Y=14,7 0,1857 15,0
PCF (kg) 12,9 15,3 14,2 14,7 Y=14,3 0,1806 15,0
RCQ (%) 45, 9 47,0
9
47,09 45,9 Y=46,1 0,4394 18,8
RCF (%) 44,6 45,7 44,5 44,0 Y=44,7 0,4344 18,9
PPR (%) 2,8 2,8 2,9 2,9 Y=2,9 0,9829 0,34
Fonte: Elaboração do autor.
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 1Equação de Regressão=média dos
48 tratamentos;
2P –probabilidade;
3CV – Coeficiente de variação
A perda por resfriamento não alterou (P>0,05) com a inclusão do bagaço de
laranja na dieta, apresentando média de 2,9%, semelhante às observações de
CARNEIRO (2001) trabalhando com cordeiros Texel.
As medidas subjetivas de conformação e acabamento, não diferiram
significativamente (P>0,05) entre os tratamentos (Tabela 3). Da mesma forma,
MONTEIRO et al. (2001) não observaram diferenças nas características da carcaça de
mestiços Suffolk confinados recebendo dietas contendo níveis crescentes de polpa
cítrica peletizada (0, 15, 30 ,45%) em substituição ao milho moído.
Os valores observados para conformação indicam que todos os animais estavam
no padrão próximo a 3 (carcaças retilíneas com boa cobertura muscular), e para a
avaliação de acabamento os animais se encontravam no padrão 2 (carcaça com gordura
escassa). Esses escores foram similares aos observados por CARTAXO et al. (2011),
com médias de 2,71 e 2,66 para conformação e acabamento respectivamente.
Tabela 3. Características da carcaça de cordeiros recebendo dietas com diferentes níveis
de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de cordeiros. 1Parâmetros Nível de substituição
2Equação de Regressão 3R2 4P 5CV(%)
0 % 33% 66 % 100%
Conformação 2,71 3,12 2,25 2,87 Ŷ=2,74 - 0,2
1
30,3
Acabamento 2,0 2,50 2,01 1,87 Ŷ=2,10 - 0,3
6
35,4
CE (cm) 55,1 54,7 52,6 52,5 Ŷ=55,27-0,03X 0,24 0,02 3,79
PG (cm) 28,6 21,0 17,7 16,4 Ŷ=21,1 0,76 0,000
1
13,5
PP (cm) 31,4 31,0 29,6 29,8 Ŷ=30,5 - 0,45 8,19
PB (cm) 19,1 17,5 16,7 18,6 Ŷ=19,23-0,08X +0,0007X2 0,57 0,01 8,03
CB (cm) 6,12 6,75 6,85 5,71 Ŷ=15,27+0,11X 0,61 0,000
1
13,7
LD (cm) 18,6 17,9 14,9 14,6 Ŷ=18,71-0,04X 0,64 0,000
1
6,96
LT (cm) 27,0 25,4 23,7 22,9 Ŷ=26,82-0,04X 0,64 0,0001 4,94
LG (cm) 32,7 29,8 29,3 25,5 Ŷ=30,68-0,11X 0,55 0,0001 14,6
Fonte: Elaboração do autor.
CE –Comprimento externo; PG – perímetro de garupa, PP – Perímetro perna, PB – Perímetro de Braço, CC –comprimento de braço, LD –largura de dorso, LT – largura do tórax, LG –largura garupa. *0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído
pelo bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo
bagaço de laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 2 Equação de Regressão=média dos tratamentos; 3
R2= coeficiente de determinação, 4 P –Probabilidade, 5CV – Coeficiente de variação
No presente trabalho houve efeito significativo para todas as medidas
morfológicas na carcaça, exceto perímetro da perna. Esses resultados contrariam a
maioria das pesquisas, que normalmente não observam diferenças em tais
49
características. Em estudo semelhante, PEREIRA et al. (2007), ao estudarem o efeito da
substituição da silagem de milho pela polpa cítrica úmida prensada sobre as
características de carcaça de cordeiros terminados em confinamento, observaram efeito
significativo apenas para comprimento de braço, que apresentou comportamento
quadrático em função dos níveis de substituição. Já em outra pesquisa, utilizando a
casca de café como parte do volumoso da dieta, verificaram efeitos apenas para
comprimento de perna e profundidade do tórax (GARCIA et al., 2000). Em estudo com
diferentes resíduos de frutas (abacaxi, banana, manga e maracujá) na alimentação de
cordeiros, também não provocou alterações nas medidas da carcaça (ALMEIDA, 2013).
Essas discrepâncias de resultados nas medidas morfológicas demonstram a fragilidade
deste tipo de avaliação, podendo sofrer o efeito do avaliador em questão; sendo ainda
hoje as medidas de pesagem as de maior confiabilidade experimental.
Os valores de pH da carne não alteraram significativamente (P>0,05) entre os
níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja (Tabela 4), com valores
considerados dentro da faixa de pH normal para a carne ovina, permanecendo entre 5,5
a 5,8 (SILVA SOBRINHO et al., 2005). O fato da dieta não ter influenciado no pH da
carne, é um fator positivo, uma vez que o pH da carne modifica suas características de
qualidade (cor, capacidade de retenção de água e maciez), além de alterar as
características organolépticas da carne. Do mesmo modo, não houve influencia do nível
de inclusão de polpa cítrica na coloração da carne (P>0,05).
Tabela 4. Mensurações do pH, marmoreio, colorimetria e a capacidade de retenção de
água (CRA) de amostras do músculo Longissumus dorsi de cordeiros recebendo dietas
com diferentes níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja. Parâmetros* Nível de substituição
1Equação de
Regressão
3P
4CV(%)
0 % 33% 66 % 100%
pH 5,5 5,5 5,5 5,6 Ŷ =5,6 0,77 2,1
Marmoreio 1,5 1,8 1,1 1,8 Ŷ = 1,61 0,07 38,36
Coloração L 42,9 41,8 41,5 40,2 Ŷ =47,6 0,26 7,4
Coloração a 14,0 12,7 13,4 12,3 Ŷ =12,4 0,78 15,4
Coloração b 10,3 9,39 9,86 9,23 Ŷ =8,5 0,33 11,1
CRA (%) 78,7 77,1 71,1 72,0 Ŷ =0,51 0,45 17.9
50 *Coloração L – Luminosidade; Coloração a – Intensidade de cor vermelha, Coloração b - Intensidade
amarela; **0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33%
de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço
de laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 1Equação de Regressão=média dos
tratamentos; 2R= coeficiente de determinação, 3P – probabilidade–
4CV – Coeficiente de variação
A cor desempenha importante papel na qualidade sensorial da carne e destaca-se
como principal fator de apreciação no momento da compra. RUSSO et al., (1999)
testando diferentes fontes de energia na alimentação de cordeiros não constatou efeito
da dieta na cor do músculo Longissimus lumborum e apresentaram valores semelhantes
ao deste estudo, para os teores de vermelho, amarelo e também para a luminosidade da
carne. Em relação a capacidade de retenção de água (CRA) da carne observados neste
estudo foram adequados para garantir a qualidade da carne, o qual não foi influenciado
(P>0,05) pela dieta experimental. Esse resultado é importante, uma vez que a carne com
menor capacidade de retenção de água implica em perdas do valor nutritivo pelo
exsudado liberado, resultando em carne mais seca e com menor maciez (ZEOLA et al.,
2002).
Os resultados de área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea
diminuíram linearmente (P<0,05) com os níveis de inclusão do bagaço de laranja na
dieta (Tabela 5). Em semelhante trabalho avaliando os mesmos níveis de inclusão de
polpa cítrica na dieta de terminação de cordeiros não observaram diferença significativa
entre os tratamentos para AOL; entretanto a relação concentrado:volumoso deste
trabalho foi de 90:10 (RODRIGUES et al., 2008) enquanto no presente trabalho foi
70:30, o que leva às diferenças nos resultados e nas proporções finais de bagaço na
dieta.
Tabela 5. Área de olho de lombo (AOL,cm2) e espessura de gordura subcutânea (EGS)
do músculo Longissimus dorsi de cordeiros recebendo dietas com diferentes níveis de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja.
Parâmetros Nível de substituição 1Equação de
Regressão
2R
3P
4CV
(%) 0 % 33% 66 % 100
%
AOL(cm2)
(CM2)(CM2) (cm)
15,4 12,1 11,1 10,4 Y =14,5-0,046x 0,45 0,0001 14,7
EGS (mm) 0,70 0,82 0,73 0,45 Y=0,81-0,002x 0,34 0,0068 29,2
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja, 1Equação de
Regressão=média dos
tratamentos; 2R= coeficiente de determinação;
3P –probabilidade;
4CV – Coeficiente de variação
SIQUEIRA & FERNANDES (2001) verificaram, em ovinos terminados em
confinamento abatidos com 30 e 32 kg, valores de 8,51 e 9,44 cm2, valores inferiores
51
aos deste estudo, que variaram de 10,4 a 15,4 cm2, resultados satisfatórios uma vez que
quanto maior a AOL maior a porção comestível da carcaça, sendo esse corte um
indicador de desenvolvimento muscular, o qual foi superior para os animais alimentados
com maiores proporções de milho moído na dieta. Também foi observado nesses
animais (T0), maiores espessuras de gorduras subcutâneas, possivelmente devido ao
maior consumo de energia na dieta.
A análise da composição química do músculo Longissimus dorsi revelou que não
houve efeito significativo (P>0,05) sobre os teores de proteína, umidade, cinzas e
lipídeos totais (Tabela 6). Da mesma forma, RODRIGUES et al., (2010), ao avaliar os
efeitos da substituição do milho por polpa cítrica (0, 33, 67 e 100%) não detectaram
alterações sobre os teores de umidade, proteína e cinzas, estando semelhantes ao
presente trabalho.
Tabela 6 – Composição química do músculo Longissimus dorsi de cordeiros
recebendo dietas com diferentes níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja na dieta de cordeiros
Parâmetros Nível de substituição
0% 33% 66% 100% Média 2P
3CV
Proteína (%) 21,19 21,88 22,74 22,20 22,06 0,90 17,49
Umidade (%) 71,59 70,82 71,86 70,26 71,32 0,78 12,40
Cinzas (%) 3,33 3,51 3,74 3,79 3,79 0,19 22,47
Lipídeos totais (%) 2,80 2,37 1,93 2,38 2,30 0,44 47,55 Fonte: Elaboração do autor.
*0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 2
P – probabilidade 3CV –
Coeficiente de variação
Não foi observado diferença significativa (P>0,05) para a análise sensorial de
cordeiros alimentados com bagaço de laranja, havendo similaridade em todas as
variáveis estudadas.
A maciez da carne é provavelmente a característica mais estudada quando a
preocupação é o consumidor. O segundo atributo de textura em importância seria a
suculência (CHAMBERS & BOWERS, 1993). O consumidor utiliza os atributos de
textura para determinar a qualidade e a aceitabilidade da carne, e a melhor qualidade é
expressa em termos de maior maciez e maior suculência (BORGES et al., 2003).
52 Tabela 7 – Médias do perfil sensorial (odor, sabor, maciez, suculência e aceitação
global) da carne de cordeiros recebendo dietas com diferentes níveis de substituição do
milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de cordeiros
Parâmetros Nível de substituição
0% 33% 66% 100% Média 2P
3CV
Odor 2,83 2,66 2,83 2,16 2,62 0,40 29,30
Sabor 2,00 2,00 1,50 1,16 1,66 0,61 76,28
Maciez 3,83 5,16 5,00 4,33 4,58 0,40 32,72
Suculência 3,16 2,16 3,33 3,66 3,08 0,21 39,54
Aceitação global 5,83 6,50 5,83 5,83 6,00 0,89 30,2 *0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 2
P – probabilidade, 3CV –
Coeficiente de variação
Os valores de força de cisalhamento, perda de água no descongelamento e perda
de água na cocção na carne de cordeiros (Tabela 8), não alteraram em função dos
tratamentos (P>0,05). A força de cisalhamento é considerada uma das mais importantes
variáveis, uma vez que a mesma é de caráter objetivo e apresenta relação linear positiva
com a dureza da carne (DEVINE et al., 1993). A média de 6,93 encontrada no presente
trabalho indica ser uma carne macia, uma vez que a força de cisalhamento acima de 11
kg-f é classificada como dura, entre 8 e 11 kg-f como aceitável e abaixo de 8 kg-f como
macia (SOUZA et al., 2004).
A perda por cocção foi em média 29,21% (Tabela 8). Essa variável indica a
porcentagem de perdas ocorridas por ocasião da cocção, processo que leva a trocas
físicas, químicas e estruturais de seus componentes pelo efeito do calor (ROSA et al.,
2006), podendo assim alterar a composição química e o valor nutricional da mesma em
função do modo de preparo da carne, como a temperatura e duração do processo
(GARCIA-ARIAS et al., 2003).
Tabela 8- Força de cisalhamento (FC), perda de água no descongelamento
(PERDADESC) e perda de água na cocção (PERDACOC) na carne de cordeiros
recebendo dietas com diferentes níveis de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja na dieta de cordeiros
Parâmetros Nível de substituição
0% 33% 66% 100% Média 2P
3CV
FC, kg-f 6,05 7,01 7,32 7,96 6,93 0,35 25,72
PERDADESC, % 6,35 6,27 6,25 7,27 6,58 0,68 33,96
PERDACOC, % 28,71 30,52 28,19 29,72 29,21 0,64 12,81 *0% do bagaço de laranja; 33% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 33% de
substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 66% de substituição do milho moído pelo bagaço de
laranja 100% de substituição do milho moído pelo bagaço de laranja; 2P–probabilidade;
3CV – Coeficiente
de variação
53
RODRIGUES et al., 2008, ao estudarem a inclusão de polpa cítrica na ração sobre
as características de carcaça e a qualidade da carne de cordeiros da raça Santa Inês
confinados, observaram índices de perda de água por cocção de 19,6; 22,5; 19,2; 19,7,
para os tratamentos 0, 33, 67 e 100% de inclusão de polpa cítrica em substituição ao
milho. Estes valores estão um pouco abaixo dos encontrados nesta pesquisa. Porém,
BRESSAN et al., (2001), ao trabalharem com cordeiros das raças Santa Inês e
Bergamácia, obtiveram valores para perdas por cocção que variaram de 27,2 a 33,1%,
ficando com média de 28% no músculo Longissimus dorsi, dados que corroboram com
os resultados apresentados neste estudo. Estas variações encontradas podem estar
referentes às diferenças na metodologia utilizada.
Conclusões
A substituição do milho moído pelo bagaço de laranja na dieta de cordeiros,
provocou alterações nas medidas morfológicas da carcaça de cordeiros, na área de olho
de lombo e na espessura de gordura. As características da carne não sofreram mudanças
com a inclusão do bagaço de laranja. Assim o uso do bagaço de laranja na alimentação
constitui uma alternativa para terminação de cordeiros em regiões produtoras.
Agradecimentos
À fornecedora do bagaço de laranja, Cooperativa de Cafeicultores de Maringá
Ltda (COCAMAR), situada na cidade de Rolândia, PR.
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2002.
ANEXO I
Normas Revista Semina Ciências Agrárias
Preparação dos manuscritos
Artigo científico:
57 Deve relatar resultados de pesquisa original das áreas afins, com a seguinte organização dos tópicos: Título; Título em
inglês; Resumo com Palavras-chave (no máximo seis palavras); Abstract com Key words (no máximo seis palavras);
Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão com as conclusões no final ou Resultados, Discussão e
Conclusões separadamente; Agradecimentos; Fornecedores, quando houver e Referências Bibliográficas. Os tópicos
devem ser escritos em letras maiúsculas e minúsculas e destacados em negrito, sem numeração. Quando houver a
necessidade de subitens dentro dos tópicos, os mesmos devem receber números arábicos. O trabalho submetido não
pode ter sido publicado em outra revista com o mesmo conteúdo, exceto na forma de resumo de congresso, nota
prévia ou formato reduzido.
A apresentação do trabalho deve obedecer à seguinte ordem:
1.Título do trabalho, acompanhado de sua tradução para o inglês. 2.Resumo e Palavras-chave: Deve ser incluído um resumo informativo com um mínimo de 150 e um máximo de 300
palavras, na mesma língua que o artigo foi escrito, acompanhado de sua tradução para o inglês (Abstract e Key
words). 3.Introdução: Deverá ser concisa e conter revisão estritamente necessária à introdução do tema e suporte para a
metodologia e discussão. 4.Material e Métodos: Poderá ser apresentado de forma descritiva contínua ou com subitens, de forma a permitir ao
leitor a compreensão e reprodução da metodologia citada com auxílio ou não de citações bibliográficas. 5.Resultados e discussão com conclusões ou Resultados, Discussão e Conclusões: De acordo com o formato escolhido,
estas partes devem ser apresentadas de forma clara, com auxílio de tabelas, gráficos e figuras, de modo a não
deixar dúvidas ao leitor, quanto à autenticidade dos resultados, pontos de vistas discutidos e conclusões sugeridas. 6.Agradecimentos: As pessoas, instituições e empresas que contribuíram na realização do trabalho deverão ser
mencionadas no final do texto, antes do item Referências Bibliográficas.
Observações:
Quando for o caso, antes das referências, deve ser informado que o artigo foi aprovado pela comissão de bioética e foi
realizado de acordo com as normas técnicas de biosegurança e ética.
Notas: Notas referentes ao corpo do artigo devem ser indicadas com um símbolo sobrescrito, imediatamente depois da
frase a que diz respeito, como notas de rodapé no final da página.
Figuras: Quando indispensáveis figuras poderão ser aceitas e deverão ser assinaladas no texto pelo seu número de
ordem em algarismos arábicos. Se as ilustrações enviadas já foram publicadas, mencionar a fonte e a permissão para
reprodução. Tabelas: As tabelas deverão ser acompanhadas de cabeçalho que permita compreender o significado dos dados
reunidos, sem necessidade de referência ao texto. Grandezas, unidades e símbolos: Deverá obedecer às normas nacionais correspondentes (ABNT). 7. Citações dos autores no texto: Deverá seguir o sistema de chamada alfabética seguidas do ano de publicação de
acordo com os seguintes exemplos: a) Os resultados de Dubey (2001) confirmam que ..... b) De acordo com Santos et al. (1999), o efeito do nitrogênio..... c) Beloti et al. (1999b) avaliaram a qualidade microbiológica..... d) [...] e inibir o teste de formação de sincício (BRUCK et. al., 1992). e) [...]comprometendo a qualidade de seus derivados (AFONSO; VIANNI, 1995). Citações com três autores Dentro do parêntese, separar por ponto e vírgula. Ex: (RUSSO; FELIX; SOUZA, 2000). Incluídos na sentença, utilizar virgula para os dois primeiros autores e (e) para separar o segundo do terceiro.
58 Ex: Russo, Felix e Souza (2000), apresentam estudo sobre o tema.... Citações com mais de três autores Indicar o primeiro autor seguido da expressão et al. Observação: Todos os autores devem ser citados nas Referências Bibliográficas. 8. Referências Bibliográficas: As referências bibliográficas, redigidas segundo a norma NBR 6023, ago. 2000, da ABNT,
deverão ser listadas na ordem alfabética no final do artigo. Todos os autores participantes dos trabalhos deverão ser
relacionados, independentemente do número de participantes (única exceção à norma – item 8.1.1.2). A exatidão e
adequação das referências a trabalhos que tenham sido consultados e mencionados no texto do artigo, bem como
opiniões, conceitos e afirmações são da inteira responsabilidade dos autores. As outras categorias de trabalhos (Comunicação científica, Relato de caso e Revisão) deverão seguir as mesmas
normas acima citadas, porem, com as seguintes orientações adicionais para cada caso:
Comunicação científica
Uma forma concisa, mas com descrição completa de uma pesquisa pontual ou em andamento (nota prévia), com
documentação bibliográfica e metodologia completas, como um artigo científico regular. Deverá conter os seguintes
tópicos: Título (português e inglês); Resumo com Palavras-chave; Abstract com Key words; Corpo do trabalho sem
divisão de tópicos, porém seguindo a seqüência – introdução, metodologia, resultados (podem ser incluídas tabelas e
figuras), discussão, conclusão e referências bibliográficas.
Relato de caso
Descrição sucinta de casos clínicos e patológicos, achados inéditos, descrição de novas espécies e estudos de ocorrência
ou incidência de pragas, microrganismos ou parasitas de interesse agronômico, zootécnico ou veterinário. Deverá
conter os seguintes tópicos: Título (português e inglês); Resumo com Palavras-chave; Abstract com Key-words;
Introdução com revisão da literatura; Relato do (s) caso (s), incluindo resultados, discussão e conclusão; Referências
Bibliográficas.
Artigo de revisão bibliográfica
Deve envolver temas relevantes dentro do escopo da revista. O número de artigos de revisão por fascículo é limitado e
os colaboradores poderão ser convidados a apresentar artigos de interesse da revista. No caso de envio espontâneo do
autor (es), é necessária a inclusão de resultados relevantes próprios ou do grupo envolvido no artigo, com referências
bibliográficas, demonstrando experiência e conhecimento sobre o tema. O artigo de revisão deverá conter os seguintes tópicos: Título (português e inglês); Resumo com Palavras-chave;
Abstract com Key-words; Desenvolvimento do tema proposto (com subdivisões em tópicos ou não); Conclusões ou
Considerações Finais; Agradecimentos (se for o caso) e Referências Bibliográficas.
Outras informações importantes
1A publicação dos trabalhos depende de pareceres favoráveis da assessoria científica "Ad hoc" e da aprovação do
Comitê Editorial da Semina: Ciências Agrárias, UEL. 2.Não serão fornecidas separatas aos autores, uma vez que os fascículos estarão disponíveis no endereço eletrônico da
revista (http://www.uel.br/revistas/uel). 3.Os trabalhos não aprovados para publicação serão devolvidos ao autor. 4.Transferência de direitos autorais: Os autores concordam com a transferência dos direitos de publicação do referido
artigo para a revista. A reprodução de artigos somente é permitida com a citação da fonte e é proibido o uso
comercial das informações. 5.As questões e problemas não previstos na presente norma serão dirimidos pelo Comitê Editorial da área para a qual
foi submetido o artigo para publicação.
Condições para submissão
59 Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da
submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de
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Londrina - PR
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