INTERPRETAÇÃO DO OVERBREAK DA RAMPA FONTE GRANDE SUL (MINA CUIABÁ)
E SUA INTERAÇÃO COM O SISTEMA DE SUPORTE
AUTOR: FELIPE DE BRITO PEREIRA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Rodrigo Peluci de Figueiredo (UFOP)
MINA CUIABÁ
OBJETIVO
O presente trabalho propõe estabelecer um estudo do mecanismo de ruptura ao longo da Rampa Fonte Grande Sul, a partir de evidências de campo e levantamentos realizados, contribuindo na: • Compreensão do mecanismo de ruptura na rampa e sua influência no
overbreak da mesma; • Validar tecnicamente a necessidade de aplicação de suporte de superfície
como alternativa para evitar progresso do mecanismo de ruptura; • Verificar a influência da direção do túnel e das suas estruturas geológicas na
formação do buckling; • Compreender a influência do saneamento mecanizado nas regiões de
buckling e suas consequências para estabilidade da escavação em termos de overbreak;
AMBIENTE GEOTÉCNICO – MINA CUIABÁ
Exemplos de rupturas f r á g e i s e m t ú n e i s (hachuradas em cinza) c o m o f u n ç ã o d a classificação geomecânica (RMR) e a razão entre a t ensão p r i nc ipa l e a resistência à compressão u n i a x i a l ( R C U ) . Correlacionam-se também ampl i tudes de tensão i n d u z i d a c o m o s parâmetros anter iores (Kaiser et al., 2000)
MODELO RUPTURA - BUCKLING
Modelo de ruptura em túnel circular sob influência de uma família de fraturas (Bewick e Kaiser, 2009)
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS
Localização da rampa Fonte Grande Sul (vermelho) em relação ao corpo mineralizado (azul) em visão em planta
Características da rampa FGS estudada: 2676 metros
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS
Resumo de informações dos níveis da rampa FGS
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS Informações Interpretadas por setor (20m):
I. Presença da ruptura do tipo buckling (AVALIAÇÃO QUALITATIVA); II. Overbreak (AVALIAÇÃO QUANTITATIVA); III. Foliação Principal; IV. Clivagem de Crenulação (S3); V. Direção da escavação
AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Evidência de ruptura por buckling em estágio inicial no Nível 15 da rampa
Estágio elevado de ruptura, iniciado pelo buckling no Nível 13 da rampa FGS e formação de “capela”.
AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Porcentagem de evidência qualitativa do mecanismo de ruptura por nível ao longo da rampa FGS.
AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Relação entre as evidências qualitativas de buckling relacionadas com a presença da estrutura S3 ao longo das porções estudadas.
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Exemplo do escaneamento digital realizado do Nível 12 para 13 da rampa em estudo
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Resultado quantitativo para o overbreak médio (barras vermelhas), máximo e mínimo por nível de estudo ao longo da rampa FGS.
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Relação entre dados de overbreak e ângulo entre anisotropia e eixo do túnel.
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Comparativo de overbreak condicionado por nível e o efeito da estrutura S3 para o período de estudo.
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Distribuição entre a zona de dano com a p r o f u n d i d a d e d a s regiões de estudo.
DISCUSSÃO
q Variabilidade e baixa confiabilidade estatística: • Ausência de suporte de
superfície; • Recorrência de utilização de
saneamento mecanizado para adequação operacional;
q Kaiser (2015) demonstra que a indução de tensões e deformações no maciço durante a vida da mina, provoca um deslocamento da curva característica do maciço, modificando, consequentemente, a condição de estabilidade em relação ao sistema de suporte-reforço previamente instalado.
Movimentação da curva característica do maciço, como consequência das tensões induzidas no maciço (Kaiser, 2015)
DISCUSSÃO
Evidência de buckling entre os níveis 13 e 14 da rampa Fonte Grande Sul, sem evidência de overbreak devido a presença de suporte de superfície (Pereira, 2014)
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Comparação entre rampa FGS no nível 12 (foto esquerda) e nível 18 (foto direita), ressaltando a diferença de seção entre ambas, devido a influência do saneamento mecanizado e utilização de concreto projetado.
OBRIGADO E-mail: [email protected]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, E. S. Avaliação do suporte com cabos de aço na Mina Cuiabá (Sabará/
MG). 2008. 203f. Dissertação (mestrado em Geotecnia) – Escola de Minas, Universidade
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto.
BEWICK, R.P. Efects of Anisotropic Rock Mass Characteristics on Excavation
Stability. Dissertação de Mestrado – Laurentian University. Sudbury, Ontario – Canada.
2008.
BRADY , B. H.; BROWN, E.T. Rock mechanics for underground mining. 3rd. ed.
Dordrecth: Kluwer Academic Publishers, 2004. 628 p.
CAI, M.; KAISER, P. K. Support function requirements and support element
characteristics. Ground Control in Highly stressed Hard Rock Mines – Deep Mning. (2010)
COETZER, S.; SELLERS, E. Measurement of rock stress at Cuiaba gold mine Brazil.
CSIR Miningtek. 2004. Relatório Interno, p 38.
DIEDERICHS, M.S.; When does brittle failure become violent? Spalling and
Rockburst characterization for deep tunneling projects. Queen’s University, Kingston,
Canada. World Tunnel Congress 2014, Foz do Iguaçu, Brasil.
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS
EVERITT, R. A. E LAJTAI, E. Z. 2004. The Influence of rock fabric on excavation
damage in the Lac du Bonnett granite. International Journal of Rock Mechanics and
Mining Science, v. 41, p. 1277-1303, 2004.
FIGUEIREDO, R. P. Notas de Aula da disciplina Mecânica das Rochas – Mestrado
Profissinal, Escola de Minas – Núcleo de Geotecnia, 2014.
COETZER, S.; SELLERS, E. Measurement of rock stress at Cuiaba gold mine Brazil.
CSIR Miningtek. 2004. Relatório Interno, p 38.
DIEDERICHS, M.S.; When does brittle failure become violent? Spalling and
Rockburst characterization for deep tunneling projects. Queen’s University, Kingston,
Canada. World Tunnel Congress 2014, Foz do Iguaçu, Brasil.
DIEDERICHS, M.S; CARTER, T.; MARTIN, D. Practical Rock Spall Prediction in
Tunnels. Tunnelling Assciation of Canada, 2007.
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS
GOODMAN , R. E. Introduction to rock mechanics. 2nd ed. New York: Wiley, 1989. 13
p.
HADJIGEORGIOU, J., POTVIN, Y., Hard Rock Ground Control with Steel Mesh and
Shotcrete. Chapter 8.6. SME Mining Engineering Handbook, 3rd ed. (2011).
HOEK, E.; KAISER, P.K; BAWDEN, W.F. Support of Underground Excavations in
Hard Rock. Funding by Mining Research Directorate and Universities Research
INcentve Fund. 1993.
HUTCHINSON, D. J.; DIEDERICHS, M. S. Cablebolting in underground mines.
Vancouver: BiTech. 1996. 406p.
KAISER, P. K. Deformation-based support selection for Static and Dynamic
Conditions. IMS – Institute of mine seismology Workshop. Laurentian University. (2015)
KAISER, P.K. DIEDERICHS, M. S., MARTIN, C. D., SHARP, J. STEINER, W.
Underground works in hard rock Tunnelling and mining. GeoEng2000. Technomic
Publ. Co. (2000)
KUCHTA, M. E., Quantifying the increase in adhesion strength of Shotcrete applied
to surfaces treated with high-pressure water. SME Annual Meeting, Phonenix,
Arizona, USA. 2002.
ESTUDO DE CASO – RAMPA FGS
PAKALNIS, R.; Empirical Design Methods – Update 2014. 1st International Conference
on Applied Empirical Design Methods in Mining. Peru. (2014)
PAPWORTH, F.; Design guidelines for the use of fibre reinforced shotrete in
ground support. 27th Conference on Our World in Concrete & Structures – Singapore
Concrete Institute. 2002.
POTVIN Y., STACEY, D., HADJIGEORGIOU., J. Surface Support in Mining. Australian
centre for geomechanics. CSIRO – Curtin University – University of WA. 2004.
SAM, S. Shotcrete for Mining Apllications. UGC International. Degussa Contruction
Chemicals. 2002.
SEYMOUR, J.B., MARTIN, L., CLARK, C., STEPAN, M., JACKSHA, R., PAKALNIS, R.,
ROWORTH, M., CACERES, C. A shotcrete adhesion test system for mining
application. NIOSTIC2 20038056 (2011).
ZDAZINSKY, C. Effect of electronic detonators in underground tunneling
application. The Journal of Explosives Engineering, v.32, p.28-35, 2015.