Há 13 anos o Aeroporto Leite Lopes tem habilitação para operarvoos de carga em rotas internacionais, mas esbarra nas obrasnecessárias para ampliar a infraestrutura
Não basta serinternacional EVENTO
Cobertura da8ª Semana de Engenharia
AGRONOMIAAs mudas pré-brotadas de
cana-de-açúcar
CONTRAA CORRUPÇÃOAEAARP adere à campanha
painelAno XVIII nº 248 novembro/ 2015
A E A A R P
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
O AEROPORTO, DE NOVO
Vivo em Ribeirão Preto há mais de 40 anos. E desde que me mudei para cá, logo depois
de terminar a faculdade, acompanho de perto as discussões acerca do Aeroporto Leite
Lopes. O enredo todos nós conhecemos e talvez nem mesmo a Biruta instalada lá seja
capaz de indicar para que lado os ventos dessa discussão, aparentemente interminável,
sopra desta vez.
Estão superados os debates acerca da mudança do local, sobre a possível criação de um
novo aeroporto e também a internacionalização. O Leite Lopes é um terminal habilitado
para operação internacional há 13 anos e todos os levantamentos técnicos indicam a
permanência e o inves�mento naquele local.
Observem que enquanto os laudos técnicos não são emi�dos e os pareceres não são
concluídos, não há decisão polí�ca que seja capaz de ultrapassar esta barreira. Nesta
edição da revista Painel, voltamos ao tema na reportagem principal, tantas vezes pautas
na AEAARP e nesta publicação.
A matéria descreve as obras que estão programadas para o Leite Lopes e demonstra
que esses inves�mentos não podem estar sujeitos às disputas. Afinal, a técnica deve
sobrepujar a polí�ca. É neste campo, o da técnica, que devem ser tomadas as decisões
de Estado, aquelas que independem de pessoas e ideologias e se perpetuam. Aeroportos
abandonados em todo o mundo – sim, inves�mentos incorretos não acontecem só no
Brasil – são exemplos disso. Quando o interesse polí�co sobrepõe-se à técnica, a chance
de cometer erros aumenta.
Nesta edição também estão relatadas as palestras proferidas na 8ª Semana de En-
genharia, a úl�ma semana técnica promovida pela Associação neste ano de 2015. Há
também a cobertura fotográfica do Almoço dos Agrônomos, um dos eventos sociais mais
tradicionais do nosso calendário. A cada período procuramos criar ambientes como este
dos colegas agrônomos, que proporcionem o diálogo, fortaleçam a amizade e possibilitem
contatos de trabalho.
É assim que mais um encontro social, o Happy Hour, começa a se firmar como tradição
na AEAARP. Todos os meses cerca de 100 pessoas atendem ao nosso convite e se reúnem
com os amigos na sede da AEAARP.
Esta edição da Painel é, portanto, a síntese da missão à qual a Associação de propõe:
fortalecer os debates técnicos que influenciam na qualidade de vida e no desenvolvimento
da cidade, aprimorar os laços de amizade e companheirismo entre os associados e ofe-
recer conhecimento técnico que influencie nas carreiras de estudantes e profissionais.
Eng. civil Carlos AlencastrePresidente
Eng. civilCarlos Alencastre
Editorial
Expediente
Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
ÍndiceESPECIAL 05A culpa é de quem?
TECNOLOGIA 09Programa gratuito para cálculo de estruturas
ENGENHARIA 108ª Semana de Engenharia
CAMPANHA 17AEAARP contra a corrupção
EVENTO 18Orgulho de ser agrônomo
AGRONOMIA 22Melhorando o potencial produtivo da cana
FOCO 24
CREA-SP 25PPRA e PCMAT são privativos dos profissionais do CREA
NOTAS E CURSOS 26
A S S O C I A Ç Ã ODE ENGENHARIAARQUITETURA EAGRONOMIA DERIBEIRÃO PRETO
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente
Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente
Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho2º Vice-presidente
DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino
DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro
CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Conselheiros TitularesEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. civil Edgard CuryEng. civil Elpidio Faria JuniorArq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do AmaralEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoArq. Luiz Eduardo Siena MedeirosArq. e urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi
Conselheiros SuplentesEng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. civil Fernando Brant da Silva CarvalhoArq. e urb. Fernando de Souza FreireEng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro
CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves
REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos,eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto [email protected]
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]
Editora: Daniela Antunes – MTb 25679
Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044
Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]
Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Foto da Capa: Bruna Zanuto
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também nãoexpressam, necessariamente, a opinião da revista.
5
AEAARP
ESPECIAL
A culpa
Governos federal, estadual e municipal comparPlham aresponsabilidade na execução da ampliação do Aeroporto Leite
Lopes, que exige obras no terminal, na pista e no entorno
Desde 2002, o Aeroporto Leite Lopes
está habilitado para o tráfego interna-
cional de cargas, segundo o Departa-
mento Aeroviário do Estado de São Pau-
lo (DAESP). De acordo com a Prefeitura
Municipal, Ribeirão Preto atrai 7% das
importações do país e as demandas de
pelo menos 250 municípios convergem
para a cidade, o que garan�ria a opera-
ção de um modal aéreo de cargas.
O Leite Lopes foi incluído no Progra-
ma de Aviação Regional, que vai inves-
é de quem?
�r R$ 7,3 bilhões em 270 aeródromos
do Brasil. A Secretaria de Aviação Civil
(SAC), do Governo Federal, não soube
informar quanto será inves�do em Ri-
beirão Preto. Argumenta que os valo-
res serão conhecidos após a conclusão
do anteprojeto, que deveria ter ficado
pronto em 2015 e vai contemplar a am-
pliação e recuperação da pista de pou-
so e decolagem, ampliação do pá�o de
aeronaves para 22 posições, ampliação
do terminal de passageiros e reforma
Fonte: Daesp e SAC
Como é Como será
Pista 1.800 metros operacionais 2.100 metros operacionais
Terminal de passageiros 5.362m² 37.939 m²
Pá�o de aeronaves 10 posições 22 posições
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Revista Painel
Área Incorporada ao Sí�o AeroportuárioDeslocamento da Pista de PousoNovo Limite Síio AeroportuárioAdequação de Viário de Acesso ao AeroportoPassaem Inferior
Como será a passagemna Avenida ThomazAlberto WhatelyGaleria dupla de 400 metros
de comprimento
Duas pistas de 3,6 metros de
extensão
Calçadas para pedestres com
1,2 metros em cada sen�do
da seção contra incêndio.
Segundo o Daesp, o projeto básico
entregue à SAC prevê o deslocamento
em 500 metros da pista de pouso em
direção à Avenida Tomaz Alberto Wha-
tely, com a mesma distância de recuo
em relação ao bairro Quin�no Facci. A
obra obje�va ampliar a área operacio-
nal da pista (hoje ela tem 2.100 metros,
mas são usados apenas 1.800 metros),
deslocando a curva de ruído. O Daesp
considera esta a grande vantagem da
obra por conferir ganhos à operação. O
terminal de passageiros terá dois pavi-
À Prefeitura Municipal cabe a inter-
venção em duas ruas laterais (Rua Ame-
ricana e Rua Pouso Alegre) e a implanta-
ção de uma ciclovia no entorno.
Depois de cumpridas estas etapas, o
local estará apto à operação internacio-
nal de cargas, autorizada há 13 anos.
Isso não significa que sairão do Leite Lo-
pes voos regulares de passageiros para
o exterior. Neste caso, as empresas de-
mentos, pontes de embarque e a área
comercial será ampliada.
Ao Governo do Estado de São Paulo,
cabe a intervenção nas estruturas viá-
rias do entorno, como a implantação de
passagem inferior na Avenida Thomas
Alberto Whately, que será a�ngida pelo
deslocamento da pista, e as desapro-
priações no entorno. Segundo o Daesp,
este projeto foi elaborado pela empresa
Desenvolvimento Rodoviário S/A (Der-
sa) e dará fluidez ao tráfego da avenida,
reduzindo distâncias e tempo de deslo-
camento.
Fonte: Daesp
7
AEAARP
PROJETOS ELÉTRICOS EMMÉDIA TENSÃO
CONSTRUÇÃO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAELETRICA AEREA
TRANSFORMADOR EM PEDESTAL EM REDESUBTERRÂNWEA
ILUMINAÇÃO ORNAMENTAL
INSTALAÇÃO CAIXA DE INSPEÇÃO CI
FONE (16) 3102 5017 RIBEIRÃO PRETO—SP
INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÃO REDESUBTERRÂNEA
www.lopesesilva.net.br
PROJETOS E EXECUÇÃO DE REDES DEDISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
+
+++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++
++++++++++ +++++++++++++++++++++++++++++++
++++++++++++++ +
++
+++++++++ de 1 milhão de pessoas passam pelo
Aeroporto Leite Lopes todos os anos
O Daesp explica que a internaciona-
lização do aeroporto atende a critérios
técnicos definidos por análise de mer-
cado. Alves alerta para o fato de, no
mundo, exis�rem “elefantes brancos”,
que consumiram grandes volumes de
recursos e nunca atenderam os propósi-
tos aos quais estariam des�nados (veja
os exemplos no box da próxima página).
Em 2011, Alves ministrou palestra na
AEAARP como parte dos esforços da en-
�dade em tratar a questão do aeropor-
to do ponto de vista técnico. Naquela
Painelque o Leite Lopes é bem localizado, ofe-
rece conforto para o acesso, uma vez
que está às margens da Rodovia Anhan-
guera, e o trajeto das aeronaves para
pousos e decolagens preserva a cidade.
O fluxo de pessoas foi mais um indica-
dor analisado por Alves, e no aeropor-
to de Ribeirão Preto este índice cresce
com mais velocidade do que em todos
os outros aeroportos paulistas adminis-
trados pelo Daesp.
vem iden�ficar a demanda para depois
oferecerem o serviço. O Leite Lopes po-
derá receber aeronaves exclusivamente
de cargas, que exige infraestrutura es-
pecífica e diferente daquela necessária
para os passageiros.
O engenheiro Cláudio Jorge Pinto Al-
ves, docente do Ins�tuto Tecnológico
de Aeronáu�ca (ITA), explica que para
a operação de cargas, não é necessário,
por exemplo, a permanência de profis-
sionais dos órgãos reguladores e de se-
gurança, como Receita Federal e Polícia
Federal. Eles podem ser acionados por
demanda, ou seja, quando es�ver agen-
dada a chegada de uma aeronave. Já no
terminal de passageiros, os postos de-
vem funcionar ininterruptamente.
8
Revista Painel
ResponsabilidadesA SAC afirma que o anteprojeto não
foi concluído no prazo es�pulado pelo
fato de não estarem prontas todas as
licenças necessárias. A úl�ma é a que
analisa a curva de ruídos, que significa
o impacto sonoro da operação do ae-
roporto para a vizinhança. A Compa-
nhia Ambiental do Estado de São Pau-
Os elefantes brancos
Cláudio Jorge Pinto Alves, docente do Ins�tuto Tecnológi-
co de Aeronáu�ca (ITA), afirma que aeroportos fantasmas
ou subu�lizados tornaram-se problemas globais. Em todo
o mundo, 69% dos aeroportos operam com prejuízo, se-
gundo Conselho Internacional de Aeroportos.
No mundo
Na cidade histórica de Jaisalmer, em 2013 foi acoplado a uma
base aérea. Custou US$17 milhões e tem capacidade para ope-
rar três aviões narrow-body de 180 passageiros com fluxo anual
de 300.000 passageiros. Nunca foi usado e está abandonado.
Em Ciudad Real, o aeroporto aberto em 2008 foi projetado como
alterna�va ao Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrid,
distante cerca de 240 quilômetros. Custou US$1,1 bilhão e ne-
nhum passageiro o u�lizou até 2012, quando foi fechado.
Índia
Espanha
No Brasil
Araca�
Goianá
Na pista de 1.800 metros, que pode receber aeronaves de gran-
de porte, só pousam jatos execu�vos e de táxi aéreo. O aeropor-
to, que é novo, consumiu R$ 36 milhões na construção. Espe-
rava-se que a operação internacional alavancasse o turismo na
praia de Canoa Quebrada, que fica no município.
O Aeroporto Internacional Presidente Itamar Franco fica a 46
quilômetros de Juiz de Fora (MG). É a segunda maior infraestru-
tura aeroportuária de Minas Gerais; a pista tem 2.540 metros
de extensão a 411 metros de al�tude. A construção foi anuncia-
da em 2001, as obras inauguradas em 2005, mas, somente em
agosto de 2011 passou a ser u�lizado. Foram inves�dos mais de
R$100 milhões no aeroporto, que exigiu mais de R$50 milhões
adicionais na construção de estrada pavimentada que permi�s-
se o acesso à ele.
Fonte: Engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves
lo (Cetesb), informou que “o DAESP já
apresentou os estudos sobre as curvas
de ruído, levando-se em consideração
o deslocamento da pista existente, de
modo a mi�gar o ruído. Os estudos es-
tão em análise pela equipe técnica que
trata deste assunto na CETESB e neste
momento não há previsão para a con-
clusão”. O Daesp argumenta que as me-
didas que devem ser adotadas na parte
que lhe cabe nesta parceria dependem
do anteprojeto da SAC.
Para a AEAARP, o aeroporto é estraté-
gico para a região. “A discussão do local
onde está instalado já é superada, é in-
cabível inves�r em uma nova estrutura
se aquela tem condições de ser u�liza-
da”, lembra o engenheiro Carlos Alen-
castre, presidente da Associação. Esta
foi uma das discussões que pautaram
os debates acerca do Leite Lopes nas
úl�mas décadas. “Se este debate está
superado e a internacionalização está
definida, não podem exis�r imbróglios
polí�cos que atrasem tanto a efe�vação
do projeto”, pondera.
Alencastre acredita que as questões
técnicas devem subsidiar as decisões
administra�vas em relação ao Leite Lo-
pes. “As paixões devem ser colocadas
em segundo plano quando a respon-
sabilidade dos gestores exige medidas
que vão impactar no futuro de uma re-
gião tão importante quanto a de Ribei-
rão Preto”, afirma.
O engenheiro José de Oliveira Reis pre-
parou o projeto do primeiro Plano Diretor
da história de Ribeirão Preto em 1945.
Nele, sugeriu o redimensionamento do
aeroporto para que pudesse receber
aeronaves mais potentes no futuro. De
seu projeto, uma das poucas sugestões
acatadas foi a transferência da estação
ferroviária para o local onde está agora.
Oliveira Reis havia orientado para que a
linha férrea se comunicasse com o aero-
porto, criando um porto seco. Alencastre
afirma que esta história demonstra como
as decisões técnicas devem se sobrepor
as decisões administra�vas e polí�cas.
“Só com planejamento podemos dimen-
sionar as necessidades da cidade”, diz.
tenham acesso às informações necessárias
e se atualizem quanto à revisão da norma”,
destacou o engenheiro Lima da Silva.
Como surgiuO programa foi criado em 2014 como
trabalho de conclusão de curso do en-
genheiro Lima da Silva. Ele já gostava de
programar computadores e aprendeu a
linguagem Java para buscar a implemen-
tação da norma técnica em plataforma
descomplicada para o usuário.
Depois de concluir a graduação, ele
lapidou o programa e o lançou no E-tools,
espaço virtual da UPF que disponibiliza
programas para aqueles que trabalham
com engenharia e arquitetura.
“Já tínhamos um software anterior
baseado na norma anterior, chamado de
Visual Taco, mas já estava ultrapassado
devido à mudança na norma, que aconte-
ceu em 2011. Precisávamos de uma nova
ferramenta com as normas atualizadas”,
salientou o professor Pravia. Ele orientou o
trabalho de conclusão de curso e coordena
a página E-tolls, que existe há 10 anos.
A página na internet tem 24,5 mil usu-
ários cadastrados, oriundos de vários paí-
ses, como Argen�na, Venezuela, Uruguai e
Portugal, e disponibiliza outros programas
produzidos pela UPF que são ferramentas
computacionais para o ensino de engenha-
ria. O projeto conta com apoio da Funda-
ção de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio Grande do Sul (Fapergs), do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cien�fico e
Tecnológico (CNPq) e do Centro Brasileiro
da Construção em Aço (CBCA).
TECNOLOGIA
cálculo de estruturasPrograma gratuito para
O aplicativo JWood, programa edu-
cacional para cálculo de estruturas de
madeira desenvolvido na Universidade
de Passo Fundo (UFP), promete ser eficaz
para auxiliar no cálculo conforme a norma
técnica vigente. A ferramenta foi desen-
volvida pelo engenheiro Juliano Lima da
Silva e pelo professor da Faculdade de
Engenharia e Arquitetura (Fear), Zacarias
Mar�n Chamberlain Pravia.
Segundo os autores, o diferencial do
JWood está no fato de que ele atualiza
conceitos de engenharia no espaço com-
putacional. O foco do programa parte da
revisão da norma técnica, a NBR 7190,
de 30 de agosto de 1997, referente a
Projetos de Estruturas de Madeira, na
qual são apresentadas tabelas, fórmulas e
métodos de cálculos estruturais extensos
e complexos. O sozware é des�nado a
estudantes que buscam conhecimentos
na área de estruturas, professores que
desejam u�lizar a ferramenta para acom-
panhar suas aulas e profissionais do ramo
de projetos e construção.
Segundo o professor Pravia, os usuários
podem emi�r um relatório de todo o di-
mensionamento das peças u�lizadas de
acordo com a norma brasileira.
Como funcionaO usuário deve inserir dados referen-
tes ao dimensionamento do elemento
estrutural a ser calculado e observar
os subsídios re�rados da norma, o que
o auxiliará na tomada de decisões. A
ferramenta acompanha o usuário pelas
etapas de cálculo, mostrando processos
necessários para dimensionar a estrutura.
“O programa busca simplificar e agilizar
o processo de dimensionamento de ele-
mentos de madeira, para que os usuários
Endereço na internet tem este e outros programasgratuitos, produzidos em pesquisas acadêmicas
O programa pode ser baixado
gratuitamente no endereço
www.etools.upf.br
2014 como
.brrrrr
Contamos com suacolaboração!
Destine16% dovalorda ARTpara aAEAARP
(Associação deEngenharia, Arquitetura
e Agronomia deRibeirão Preto)
Agora você escreve o nome
da entidade e destina parte do
valor arrecadado pelo CREA-SP
diretamente para a sua entidade
10
Revista Painel
ENGENHARIA
Fontes de geração de energia renovável e redução do consumode energia elétrica foram os destaques da semana
8ª Semana deEngenharia
A importância daBioeletricidadeJoão Carlos de Souza Meirelles,engenheiro civilSecretário de Energia doEstado de São PauloSão Paulo-SP
O engenheiro civil João Carlos de Sou-
za Meirelles, secretário de Energia do
Estado de São Paulo, apresentou a ma-
triz energé�ca do estado e o compara�-
vo em relação ao país.
De acordo com o balanço energé�co
do estado, em 2014 foram produzidos
43% da energia elétrica consumida. Os
Atenta à crise do setor energé�co,
a AEAARP convidou especialistas em
energia para a 8ª Semana de Engenha-
ria. Segundo o engenheiro naval José
Eduardo Ribeiro, diretor de Engenha-
ria da AEAARP e coordenador cien�fi-
co do evento em parceria com o vice-
presidente, engenheiro Tapyr Sandroni
Jorge, a vocação da região de Ribeirão
Preto em geração de energia alterna�va
vem da grande produção de etanol, de-
rivado da cana-de-açúcar, e também da
produção de energia elétrica excedente
nas caldeiras das usinas. A seguir, o re-
sumo das palestras, cujos vídeos estão
disponíveis na sede da Associação.
O evento reuniu centenas de profissionais e estudantes na AEAARP
outros 57% precisaram ser importa-
dos. Meirelles lembrou que no início de
2015, o estado de São Paulo teve um
apagão em decorrência de uma oscila-
ção de frequência nas linhas de trans-
missão. Para evitar o problema, ele
alerta que é preciso gerar mais energia
próxima aos centros consumidores,
além de diversificar a matriz energé�ca.
Estado de São PauloO secretário esclareceu que o estado
tem adotado diversas soluções estraté-
gicas como, por exemplo, a u�lização do
gás natural, ampliação da produção das
energias renováveis, aumento da efici-
11
AEAARP
ência energé�ca e redução das emissões
de carbono para amenizar a crise ener-
gé�ca. “Estamos esgotando o potencial
hidroelétrico brasileiro. E não estamos
aproveitando a água excedente do perí-
odo da cheia para garan�r a energia du-
rante a seca. Por isso, precisamos produ-
zir energia de outras fontes”.
Para esclarecer o aumento de 60,1%
na conta de energia do consumidor re-
sidencial, que aconteceu nos úl�mos
meses, Meirelles explica que foram
acionadas 21 usinas termoelétricas da
Petrobras, em ciclo aberto – que é aque-
le em que a usina funciona oito horas
por dia, para produzir energia durante o
horário de pico (entre 14h e 19h).
O secretário defende que para en-
frentar os problemas da crise energé�-
ca é preciso gerar energia termoelétrica
na base, por meio do ciclo combinado
– aquele que a usina trabalha 24 horas
por dia e sete dias por semana.
Fontes renováveisA energia derivada da cana-de-açúcar,
litros de etanol anidro e 11.509 milhões
de litros de etanol hidratado. Quanto
à gasolina, excluído os 27% de etanol
adicionado, foram consumidos 19.816
milhões de litros.
Iluminação LED – Mitose VerdadesRoberto de Azevedo, engenheiroDiretor da RA Consultoria em qualida-de e produ�vidadeRibeirão Preto-SP
LED é a sigla de Light Emi�er Diode,
que traduzido para o português signifi-
ca diodo emissor de luz. Foi criado na
década de 1960 e aperfeiçoado nos úl-
�mos anos. Há oito anos, o engenheiro
Roberto de Azevedo esteve na China
para visitar 28 fábricas de LED, que pro-
duziam para países da Europa e tam-
bém para os Estados Unidos. Os produ-
tos eram feitos seguindo os critérios de
fabricação e cer�ficação desses países,
garan�ndo a sua qualidade.
Azevedo explicou que a China é um
dos pouquíssimos países que fabricam
o LED. No Brasil, por exemplo, não exis-
te indústria que cria os componentes
eletrônicos do LED. Aqui, as empresas
montam esses produtos.
por exemplo, só é produzida durante o
período de safra, que acontece entre
abril e novembro. “A geração de energia
com derivados da cana não se sustenta,
pois teríamos oito meses de energia. O
que nós faríamos nos outros quatro me-
ses da entressafra?”, indagou.
Para Meirelles, a energia solar preci-
sa ser difundida, porém produz apenas
algumas horas por dia. “Para intensifi-
car o uso dessa matriz, precisaríamos
desenvolver equipamentos que arma-
zenem essa energia”. Já a eólica, o se-
cretário diz que a média de produção é
boa, porém sofre com a oscilação, mes-
mo em locais com muito vento.
Região de Ribeirão PretoO secretário assinou um acordo em
Sertãozinho-SP entre uma distribuido-
ra de gás natural da região e uma usi-
na de Itápolis. “Estamos criando um
programa da u�lização do biometano,
originado da transformação da vinhaça,
para subs�tuir o diesel no transporte de
cana dentro das usinas”. O projeto será
iniciado em 2016.
Meirelles lembrou que a demanda
por etanol começou a par�r da década
de 1970, com a crise do petróleo. “Hoje,
89% dos veículos leves do Brasil são
flex. Só no ano passado, foram produzi-
dos 2.840.000 veículos flex”.
“Neste ano, consumimos quase a
mesma quan�dade de gasolina e de
etanol”. De janeiro a agosto de 2015,
foram consumidos 18.838 milhões de li-
tros de etanol – sendo 7.329 milhões deJoão Carlos de Souza Meirelles Roberto de Azevedo
12
Revista Painel
Mitos e verdadesHá mitos em relação ao LED como,
por exemplo, que o produto não es-
quenta. “O LED esquenta sim”, disse o
engenheiro. Outro mito é que as lâm-
padas LED duram para sempre. “A pre-
visão de duração da LED gira entre 45
mil a 50 mil horas, ou seja, entre 8 e 10
anos, dependendo do uso”.
As lâmpadas LED não emitem raios
ultravioletas e infravermelhos, econo-
mizam até 80% de energia e não supor-
tam ambientes úmidos. “Os sistemas
em LED são caros, porém o retorno de
inves�mento é rápido. Em três ou qua-
tro meses já se paga o custo inicial”. O
engenheiro contou que uma loja de Ri-
beirão Preto gastava cerca de 420 qui-
lowa�-hora por mês com lâmpadas flu-
orescentes. Com a troca para o sistema
LED, o consumo caiu para 86 kWh por
mês. “A concessionária de energia foi lá
para ver se não �nha gato”.
InmetroA par�r do dia 15 de dezembro de
2015, todo produto LED que entrar no
Brasil deverá ser cer�ficado pelo Ins�-
tuto Nacional de Metrologia, Qualidade
e Tecnologia (Inmetro). Até então, lâm-
padas LED produzidas inteiramente em
plás�co ou em uma espécie de alumínio
cortante estavam sendo comercializa-
dos legalmente no país. “As lâmpadas
LED que não oferecem risco para o
consumidor são aquelas feitas com ba-
quelites e termoplás�cos, componentes
resistentes ao calor”.
Segundo Azevedo, uma empresa chi-
nesa produzirá lâmpadas para comer-
cializar no Brasil. Para isso, criou labora-
tórios de testes no Quênia, Madagascar
e África do Sul – países com a mesma
incidência solar do Brasil – para garan�r
a qualidade do produto.
Na opinião de Azevedo, falta incen�-
vo para a disseminação do LED no Bra-
sil. “O IPI, por exemplo, passou de 10%
para 15%. Sem contar o aumento do dó-
lar, visto que a tecnologia é importada”.
Energia SolarFotovoltaica – leis epolí�ca públicaRoseli Doreto, advogada, e
Fernando Medeiros, engenheiroquímico
Diretores Energybras Energias
Renováveis
Ribeirão Preto-SP
O mercado de energia fotovoltaico
está se desenvolvendo no Brasil, se-
gundo o engenheiro químico Fernando
Medeiros, e as principais caracterís�cas
dessa tecnologia são:
-redução da dependência energé�ca
das fontes de energias fósseis,
-u�lização imediata da energia gera-
da, com a possibilidade de armazena-
Como comprar
- Verificar a qualidade e o formato
do alumínio. Alguns modelos são
cortantes na hora da instalação.
- Checar as marcas. Existem mui-
tas marcas desconhecidas e não
cer�ficadas.
mento em baterias ou envio para a rede
de distribuição,
-possibilidade de ser instalada em lo-
cais não atendidos por outras fontes de
energia,
-vida ú�l es�mada em 25 anos,
-baixo índice de manutenção.
Existem dois �pos geração de ener-
gia. A centralizada, como a Usina Itai-
pu, que necessita de grandes linhas de
transmissão até chegar ao consumidor
final, processo no qual há perda de até
30% de energia. E a distribuída, como a
fotovoltaica, pois a energia é produzida
no próprio local do consumo e a perda
é mínima.
Instalação e funcionamentoOs módulos dos painéis fotovoltaicos
são posicionados em direção ao norte.
“Quando fazemos um projeto, posicio-
namos os painéis pensando em todas as
estações do ano e no deslocamento do
sol”. O sistema precisa receber radiação
direta do sol para que funcione, segun-
do o engenheiro. Em dias nublados, por
exemplo, a geração de energia é discre-
ta.
Os módulos são cons�tuídos por cé-
lulas fotovoltaicas, disposi�vos desen-
volvidos para realizar a conversão direta
de energia solar em energia elétrica. O
Roseli Doreto
13
AEAARP
material mais usado nestes sistemas é o
silício cristalino.
Quando a radiação solar a�nge os
módulos, são a�vados os elétrons das
células fotovoltaicas, formando uma
corrente elétrica con�nua que é enca-
minhada para os inversores, que con-
vertem a energia con�nua para a al-
ternada – �po de energia comum em
residências. “Esse inversor consegue
verificar também se está ocorrendo um
consumo instantâneo na casa”, explicou
Medeiros.
ProjetoPara iniciar o projeto de implantação
do sistema fotovoltaico é preciso checar
o posicionamento geográfico do lote, o
consumo anual de energia elétrica e a
área disponível no telhado. Com isso, é
elaborado um memorial descri�vo do
projeto, de acordo com as normas téc-
nicas da distribuidora de energia, e se
inicia o processo de solicitação de aces-
so à distribuidora.
Paralelamente, são instalados os mó-
dulos solares e um técnico da conces-
sionária de energia realiza a vistoria no
local. Com a aprovação da distribuido-
ra, é solicitada a subs�tuição do me-
didor de energia e dá inicio à geração
de energia pelo sistema fotovoltaico.
Iden�ficação dos mini e micro geradores
Todo estabelecimento gerador de energia fotovoltaica precisa ter placa
de iden�ficação. Isso evita acidentes quando a rede das concessionárias de
energia precisa de reparos. Medeiros acrescenta que, quando a energia da
rede cai, o inversor do sistema fotovoltaico automa�camente derruba a ener-
gia do estabelecimento também, o que é mo�vo de reclamação de alguns
consumidores. “Para que o produtor de energia fotovoltaica não fique sem
energia elétrica durante um apagão da rede, seriam necessários sistemas de
automação, que encareceriam o produto”.
A advogada Roseli Doreto explicou que é pleiteado junto à Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica (ANEEL) o inversor híbrido – equipamento que aciona
automa�camente baterias instaladas no sistema fotovoltaico quando cai a
energia da rede. “Durante a interrupção da energia, este sistema trabalharia
como rede secundária e não principal, permi�ndo que o gerador de ener-
gia fotovoltaica não sofra com o apagão”, explicou. A advogada pondera que
quando começa a gerar energia fotovoltaica e diminui o uso da rede, a trans-
missão e distribuição ficam estáveis, o que gera menos queda no sistema.
“Todo processo, desde a criação do pro-
jeto até a aprovação, dura entre 45 e 90
dias”, explicou.
ANEELA mini e micro geração de energia
pelos consumidores foram autoriza-
das pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), através da Resolução
482/2012, que pontua quais procedi-
mentos os interessados têm de seguir e
como o sistema deve ser estabelecido.
Medeiros destaca que cada consumi-
dor pode gerar até um megawa� (MW)
de potência no estabelecimento. “Isso
significa, aproximadamente, quatro mil
módulos de sistema fotovoltaico”. Dian-
te da crise do setor energé�co, a ANEEL
tem consulta pública aberta para discu-
�r a possibilidade dos estabelecimentos
– residências ou empresas – gerarem
até 5 MW.
A energia elétrica excedente do sis-
tema fotovoltaico é injetada na rede e
Fernando Medeiros
14
Revista Painel
Automação residencialClaudio Calil, programador eanalista de sistemasDiretor Aureside – Associação Brasileirade Automação ResidencialRibeirão Preto-SP
As exigências por conforto e segu-
rança têm sido fatores para o desen-
volvimento da automação residencial,
segundo o programador e analista de
sistemas Claudio Calil. “Esse recurso
não está mais restrito às pessoas de
classe alta. O acesso rápido e fácil à in-
formação está gerando novas deman-
das de clientes”.
Calil explica que os sistemas automa-
�zados estão 50% mais baratos do que
há cinco anos. “Na cidade de São Paulo,
grande parte dos imóveis já estão com
estrutura para receber a automação”. O
mercado é restrito, pois os equipamen-
tos precisam integrar diferentes �pos de
equipamentos de fabricantes diversos.
Automação 1.0 e 2.0Na automação residencial 1.0, os sis-
temas principais eram itens de confor-
to. Os custos eram altos restringido o
acesso à tecnologia. Exis�am protocolos
diferentes, gerando alta complexidade
na programação de equipamentos, pois
cada fabricante criava um protocolo par-
o crédito gerado pode ser compensado
em outras unidades consumidoras vin-
culadas ao mesmo Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ) e Cadastro de
Pessoa Física (CPF), em até 36 meses.
“Eu produzo energia fotovoltaica na
minha casa e passei a conta de ener-
gia elétrica dos meus pais para o meu
nome. Agora, o que eu produzo de ex-
cedente é aba�do na conta deles tam-
bém”, comentou o engenheiro.
Mesmo com energia excedente, as
concessionárias con�nuam cobrando
a taxa mínima. “Por isso, quando di-
mensionamos um sistema fotovoltaico,
projetamos uma produção de 90% do
valor médio consumido, pois a taxa mí-
nima sempre vai exis�r”. O engenheiro
explicou que o retorno do inves�mento
pode vir a par�r de três anos. “Isso va-
ria muito em função da tarifa, ou seja,
quanto maior a tarifa de energia, menos
tempo leva para pagar o inves�mento”.
DemandaEm 2013, começou a implantação
dos primeiros sistemas de mini e mi-
cro geração e a procura pela tecnologia
começou a aumentar a par�r de 2014.
“Em 2014, ano de eleição, ainda havia
muita dúvida quanto a redução da tarifa
de energia”. Com o aumento da energia
elétrica, a par�r de 2015, a procura pela
instalação do sistema aumentou expo-
nencialmente. “Instalamos mais painéis
no primeiro semestre de 2015 do que
no ano passado inteiro”.
Alguns dos entraves para disseminar
a tecnologia, segundo o engenheiro,
são a falta de linhas de financiamento
e os altos impostos. “Nos Estados Uni-
dos, por exemplo, a construção de pré-
dios com sistemas fotovoltaicos garante
isenção de impostos, que acaba pagan-
do todo o sistema”, finaliza. Cláudio Calil
�cular. “Com isso, não era possível a inte-
gração dos vários equipamentos de uma
residência”. Os primeiros programas
também eram instáveis e incompletos,
contou Calil, e a mão de obra de instala-
ção e programação não era qualificada.
Com a automação residencial 2.0,
houve mudanças no mercado como,
por exemplo, a criação de protocolos
padrões – z-wave, zigbee, KNX – que são
menos vulneráveis do que os anterio-
res. “As empresas que queriam entrar
no mercado de automação, passaram a
u�lizar um dos padrões existentes, em
vez de criar um novo”, explicou.
Público-alvoPessoas de 25 a 35 anos, que estão
comprando a casa própria, têm sido o
público-alvo da automação residencial.
“Esses consumidores querem ter um
sistema de som, acessar câmeras de se-
gurança remotamente e se interessam
por aplica�vos que agilizam o dia-a-dia”.
Com a inserção da bandeira vermelha
na conta de energia elétrica, em 2015,
muitos consumidores buscam a automa-
ção como forma para reduzir o consumo
de energia elétrica. “Existem sistemas
que habilitam ou desabilitam aparelhos
que gastam mais energia como chuveiro,
máquina de lavar, ar-condicionado etc.”.
A automação residencial também é
muito procurada por pessoas que u�li-
zam o sistema assistência médica domi-
ciliar. Neste caso, existem sensores de
queda, acionamento do cuidador, bo-
tões de pânico espalhados pela casa e
aparelhos que geram relatórios diários
ou semanais, que são enviados para o
médico automa�camente.
TendênciasO setor de automação residencial
está atravessando momento de agita-
15
AEAARP
ção devido ao crescimento do merca-
do, aumento da divulgação do tema e
da concorrência. “Novos produtos são
lançados o tempo todo e as tendências
de negócios na área também mudam
rápido”. Mul�nacionais como Google,
Apple, Microsoz, Samsung e LG estão
inseridas no mercado, oferecendo di-
versas tecnologias.
“A tendência é que o uso de equipa-
mentos móveis, como tabletes e celula-
res, sejam intensificados na automação
domés�ca”. Calil ressaltou que a pos-
sibilidade de controlar todos os equi-
pamentos elétricos de uma residência
remotamente contribuirá para a cons-
trução de casas mais sustentáveis.
Os próximos passos serão interligar a
automação com a nuvem, para que os
protocolos e programações da residên-
cia fiquem armazenados e possam ser
acessados de qualquer parte do mundo.
Norma�zação e cer�ficaçãoNo Brasil, não existem normas da As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) específicas para a automação.
Para o ano de 2016, está previsto que
a ABNT publique norma para áudio, ví-
deo e automação. A expecta�va de Ca-
lil é a de que seja a tradução da ANSI/
InfoComm, legislação norte-americana
específica para o setor criada em 1977
e que sofreu muitas alterações.
Associações que atuam como cer�fi-
cadoras de empresas do setor de auto-
mação estão trabalhando para a homo-
logação da norma. Calil contou que nos
Estados Unidos, o governo só contrata
serviços de automação de empresas
que sejam cer�ficadas pela InfoComm,
associação internacional criada em
1939 que determina normas de áudio,
vídeo e automação e é man�da por 97%
dos fabricantes líderes no segmento.
Energia EólicaEduardo Angelo, engenheiromecânicoDiretor de Divisão Siemens WindPower & RenawablesSão Paulo-SP
A energia eólica está deixando de ser
coadjuvante na matriz energé�ca mun-
dial, segundo o engenheiro mecânico
Eduardo Angelo. No úl�mo ano, só a
China implantou parques eólicos com
potência de 23 Gigawa�s (GW), lideran-
do o ranking dos países que mais inves-
tem neste �po de geração de energia.
Até 2020, o povo chinês contará com
200 GW de energia eólica. “Para ter no-
ção da grandeza desse número, a ma-
triz energé�ca brasileira total, incluindo
Eduardo Angelo
hidroelétrica, termoelétrica e outros,
tem cerca de 140 GW”, informou o en-
genheiro.
“A par�r de 2017, será acrescido na
matriz energé�ca mundial cerca de 60
GW por ano”. Segundo a Associação
Mundial de Energia Eólica, o Brasil,
África do Sul, México, Turquia, Nova
Zelândia e Austrália são os países que
têm perfil para que a tecnologia se de-
senvolva rapidamente. Hoje, o Brasil é
o líder da América La�na no setor e ga-
ran�u o 10° lugar entre os países com
maior capacidade instalada de energia
eólica, no ano de 2014. “Em 2008, o
Brasil �nha zero por cento de par�cipa-
ção em energia eólica. Hoje, tem mais
de cinco por cento e vai chegar a 11%,
até 2023”.
16
Revista Painel
Instalação dos parquesOs parques precisam ser instalados em
áreas que tenham ventos com velocida-
de média acima de oito metros por se-
gundo. Antes da implantação do parque,
também é feito estudo para verificar se
há rota migratória de aves. “Com novas
tecnologias, conseguimos zerar o índice
de mortandade de aves em parques eóli-
cos”, comemorou o engenheiro.
É inevitável gerar gás carbônico du-
rante a construção de uma usina eólica.
Porém, cada equipamento compensa o
que gerou de poluição em sua fabrica-
ção em apenas cinco meses e meio de
operação.
Assista ao vídeo da MidAmerican Energy Company que mostra a constru-
ção de um parque eólico. O link está disponível no endereço eletrônico da
AEAARP, na área de No�cias, e foi exibido durante a palestra de Angelo.
www.aeaarp.org.braeaarp.org
Alunos do colégio Bassano Vaccarini expuseram maquetes de monumentos brasileiros
de engenharia e arquitetura , sob a orientação da arquiteta Marília Marchió.
Situação no BrasilEm 2015, o Brasil conta com aproxi-
madamente 7 GW de geração de energia
eólica instalada. Mas, segundo Angelo, o
país tem potencial para chegar a 300 GW.
75% das usinas eólicas do Brasil estão
instaladas no Nordeste e 25% no Sul. “Os
ventos são mais favoráveis e constantes
no Nordeste e no Sul é mais espalhado”.
O estado do Rio Grande do Norte é o lí-
der do país, com 2 GW instalados.
Existe o mito de que só é possível ins-
talar parques de energia eólica no lito-
ral. “O interior dos estados tem muito
potencial. Todos os parques eólicos da
Bahia estão instalados no interior”. An-
gelo afirmou que as construções trazem
desenvolvimento para a região, pois ge-
ram empregos locais, inves�mento em
capacitação profissional e perspec�va
de surgimento de novas carreiras. “Es-
�ma-se que são gerados 15 postos de
trabalho diretos e indiretos para cada
megawa� instalado”.
Em 2014, dos R$ 22 bilhões inves�-
dos na geração de energia no Brasil, R$
17,35 bilhões foram des�nados para a
eólica. Com o funcionamento dos par-
ques eólicos existentes no país, várias
usinas térmicas deixaram de operar,
proporcionando redução de custo com
energia de R$ 5 bilhões no úl�mo ano.
MercadoA eólica é uma energia compe��va. A
tarifa é mais barata do que várias outras
fontes de geração. “A energia gerada
dos ventos deixou de ser apenas um
apelo climá�co. Prova disso, são os lei-
lões que o governo vem promovendo”.
Para desenvolver a tecnologia, é ne-
cessário criar máquinas eficientes, tor-
res mais altas e pás mais longas. “Hoje,
temos torres de 120 metros e pás que
chegam a 60 metros”.
DesafiosA logís�ca para a construção dos
parques evolui, mas, segundo Angelo,
está longe do ideal. A cadeia produ�-
va da construção de usinas eólicas é o
maior desafio. “Muitas vezes, temos
de montar indústrias para fabricar as
torres, pás e outros equipamentos ne-
cessários próximas aos parques”. Outro
entrave são os tributos, determinante
na escolha do local onde será instalado
o parque. “Muitas peças ainda são im-
portadas e cada estado tem um valor de
importação. Os inves�dores buscam lo-
cais em que terão custos menores”.
17
AEAARP
A AEAARP aderiu à campanha 10 Me-
didas Contra a Corrupção encabeçada
pelo Ministério Público Federal (MPF)
que consiste em reunir assinaturas em
um abaixo assinado de apoio a propostas
legisla�vas de combate à corrupção. As
propostas versam sobre prestação de
contas, métodos para seleção de servi-
dores públicos, campanha pela denúncia
de atos de corrupção e conscien�zação e
proteção àqueles que denunciam.
Além disso, as medidas obje�vam au-
mentar penalidades aplicadas aos crimes
de corrupção e tornar hediondo aquele
contra a corrupção
CAMPANHA
AEAARPAssociação apoia oficialmente a campanha
do Ministério Público Federal
que envolver grandes valores. O MPF
quer também criminalizar a prá�ca de
caixa dois em campanhas eleitorais, per-
mi�r punição de par�dos polí�cos por
corrupção em condutas futuras, agilizar
o rastreamento do dinheiro desviado e
fechar brechas da lei por onde o dinheiro
desviado escapa.
As medidas estão separadas em 20
anteprojetos de lei que podem ser aces-
sados no endereço www.10medidas.
mpf.mp.br, onde também pode-se obter
uma cópia do documento e instruções
para coletar assinaturas.
Carlos Alencastre, presidente da AEA-
ARP, explica que o intuito da campanha
é tornar a corrupção um crime de alto
risco. Ele lembra que no Brasil os crimes
de colarinho branco e desvios come�dos
por polí�cos e agentes públicos são igno-
rados ou esquecidos pela população no
decorrer do tempo.
“Ferramentas de marke�ng, por exem-
plo, não podem ser soberanas à lei e colo-
car para debaixo do tapete falcatruas que
lesam a população”, diz Alencastre. A ade-
são da AEAARP à campanha foi aprovada
em reunião do Conselho Delibera�vo.
18
Revista Painel
EVENTO
agrônomoOrgulho de ser
A AEAARP, por meio da comissão for-
mada por engenheiros agrônomos, res-
gatou uma das mais tradicionais festas
da en�dade. Em comemoração ao dia
do profissional de agronomia, o Almoço
dos Agrônomos aconteceu pela primei-
ra vez no dia 12 de outubro de 1975,
segundo o livro AEAARP 60 anos: histó-
rias e conquistas, e, como há 40 anos,
o evento de 2015 foi pautado pela in-
teração dos convidados, a amizade e a
alegria.Os agrônomos da ESALQ
18
Revista Painel
Mais de uma centena de profissionais e seus familiaresreuniram-se na AEAARP para o Almoço dos Agrônomos
19
AEAARP
Os agrônomos da UNESP-Jaboticabal
José Messias Cardoso, Marley de Barros Ferreira, Manoel
Eduardo Tavares Ferreira e Milena de Barros Ferreira
Dilson Rodrigues Cáceres, Theresa Maria de Martins, Jussara
Guarnieri, Paulo Cesar Guarnieri e Antonio Carlos Giovanini
Wilson Emilio da Costa Junior, Lairce Costa, Maria de
Fatima Helvany e Hamilton Luiz Helvany Dias
Regina Leipner de Oliveira, Marcelo Arantes de Oliveira,
Gilberto Marques e João Batista de Carvalho Ferreira
Leonardo Pereira, Giovanna Guimarães, Rita Pereira e Cesar Augusto Pereira
Luiz Fernando de Souza, Eliana Padilha, Maraisa Lima e Gilberto Marques Maria Gabriela, Alexandra Amarolli, Zilda Amarolli, Carlos Alberto Amarolli, Igor
Amarolli, Carlos Eduardo Amarolli, José Luiz Domingues, Sueli Domingues, Maria
Domingues e Hilda Domingues
19
AEAARP
20
Revista Painel
Comissão organizadora do Almoço dos Agrônomos
Os agrônomos da Faculdade de Agronomia de Espírito Santo do Pinhal-SP
José Garcia Alves Ferreira, Victor Gregolate, Paula Ribeiro e Ivete Ribeiro
Denise Pinheiro, Cleuza Janete Marques
da Silva e Rodrigo Pinheiro
Guido De Sordi e Mauricio Estellita Clarissa Chufalo e Luiz Ricardo Manfrim Roque
Michelli Galhardi, Milene Galhardi, Millié Menelli, Tiago Penha,
Clayton Galhardi e Gustavo Galhardi
Denizart Bolonhezi, Matheus Bolonhezi, Maria Lucia Bolonhezi,
Rosangela Saiki e Noboro Saiki
20
Revista Painel
Carmem Silvia, José Batista Ferreira, Maurício Muradas,
João Paulo Figueiredo e Vera Figueiredo
21
AEAARP
João Batista Lorenzato e Sonia Cristina MastrogiacomoSuzi Noval e Ricardo Noval
Jesus Carmo, Elcio Martins, Javert Carmo e José Carlos GonçalvesPaulo Rodrigues e Solange Fecuri
21
22
Revista Painel
AGRONOMIA
potencial produtivoMelhorando o
Sistema de mudas pré-brotadas acelera aimplantação e renovação dos canaviais
clone – des�nado à biomassa.
O uso do sistema MPB aumenta os
ganhos econômicos na implantação
de novos viveiros e na renovação e
expansão dos canaviais. Além disso, a
tecnologia u�liza mudas sadias, o que
contribui para diminuir o número de
pragas e doenças nas plantações, princi-
palmente, a Sphenophorus levis, um �po
de praga comum na cana-de-açúcar. Essa
A colheita da cana crua representa
mais de 80% da cana-de-açúcar colhi-
da no estado de São Paulo e, segundo
a Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA), a principal es-
tratégia para combater o declínio da
produ�vidade é a renovação dos cana-
viais. O engenheiro agrônomo Denizart
Bolonhezi, da APTA Centro Leste, está
pesquisando a u�lização do método de
propagação de mudas conhecido como
MPB (mudas pré-brotadas) – processo
de mul�plicação rápida de mudas e que
garante uniformidade no plan�o – o que
pode melhorar a qualidade dos viveiros
e ampliar o potencial produ�vo da cana.
No sistema convencional de manejo
dos canaviais – conceito usado desde
1530 – é aberto um sulco no solo e co-
locado o colmo-semente dentro. Já no
sistema MPB, as mudas pré-brotadas
são plantadas no lugar do colmo. Essas
mudas são produzidas a par�r de cortes
na própria cana, onde estão as gemas da
planta, passam por cuidados fitossanitá-
rios, com a aplicação de fungicidas, e são
armazenadas em caixas de brotação. Este
ciclo dura 60 dias.
Desde 2009, a pesquisa intitulada
“Plan�o de Mudas Pré-Brotadas (MPB)
de cana-de-açúcar em sistemas de
manejo conservacionista de solo”, coor-
denada por Bolonhezi e um bolsista do
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Cien�fico e Tecnológico (CNPq), avalia a
implantação da MPB em três sistemas
de manejo do solo: convencional, cul�vo
mínimo e plan�o direto sobre palhada de
mucuna verde. O estudo também prevê
a avaliação de duas cul�vares de cana-
-de-açúcar: a IACSP95-5000 – des�nado
à produção de açúcar e álcool – e um
da cana
Sistema MPB de cana em transplantio direto sobre palhada de mucuna verde. Ribeirão Preto/ SP, maio de 2015
Assista ao vídeo que mostra uma
máquina cortando os minirrebo-
los com gema – parte da planta
que dá origem ao MPB – da cana
para produzir mudas pré-brota-
das no endereço eletrônico da
AEAARP, na área NoQcias.
www.aeaarp.org.brrp rg
23
AEAARP
2015 foi escolhido o Ano Inter-
nacional dos Solos pela Organi-
zação das Nações Unidas (ONU).
O obje�vo é mobilizar a socieda-
de para a importância dos solos
como parte fundamental do
meio ambiente e alertar sobre
os perigos causados pela degra-
dação, explica a Sociedade Brasi-
leira de Ciência do Solo.
espécie é responsável pela destruição
das soqueiras da planta e, consequente-
mente, pela diminuição da produ�vidade
e longevidade do canavial.
Para a�ngir escala comercial é preciso,
ainda, mais pesquisas em melhoramen-
to gené�co, em fitotecnia e criação de
manobras. “Essa condição passa a ser
desconsiderada, o que acaba facilitando
a erosão, por falta de terraços necessá-
rios”, explica. Neste caso, o plan�o direto
funciona como um aliado, impedindo o
escorrimento da água diretamente sobre
o solo, para evitar a erosão.
“O preparo do solo representa, em
média, 14% do custo de renovação do
canavial. Por isso a adoção de sistemas
de manejo conservacionista pode contri-
buir na redução significa�va dos custos”,
explica Bolonhezi. Fora os custos, os pro-
dutores de cana têm outro fator para se
preocupar: a conservação do solo. Pois,
caso seja detectado algum problema
em suas terras, o produtor poderá ser
autuado de acordo com a Lei Estadual
nº 6.171/88 – que dispõe do uso, con-
servação e preservação do solo agrícola.
maquinários específicos para o sistema.
Situação dos canaviaisO custo de preparo do solo, das mudas
e dos encargos trabalhistas tem encareci-
do o processo de reforma dos canaviais.
Processo este que antes era feito, no
máximo, a cada 5 anos e hoje chega a
ser realizado em intervalos de até 7 ou
8 anos, com custos que podem chegar a
R$ 7 mil por hectare, explica o engenheiro
agrônomo Paulo Peixoto, diretor de Co-
municação e Cultura da AEAARP.
Nos sistemas de colheita sem queima
prévia da cana, os talhões são sistema�-
zados para reduzir números de manobras
e re�rar ou afastar os terraços. Peixoto
explica que o número de terraços é de-
terminado pela declividade do terreno,
ou seja, menos terraços geram menos
Em outubro, os amigos voltaram a se
reunir na AEAARP para o happy hour.
www.facebook.com/aeaarp
SocialSocialFOCOSocialFOCOSocialEm outubro, os amigos voltaram a se
SocialEm outubro, os amigos voltaram a se
reunir na AEAARP para o happy hour.
Socialreunir na AEAARP para o happy hour.
Socialwww.facebook.com/
Social.facebook.com/
Pedro Henrique Giagio, Vinicius Cavarzani, Matheus Imperatriz e Renan Tocchini
Julio Cesar Bianchini, Heloisa Bianchini, Elisabete Nicolino de Almeida,
Monica Abreu e Fernando Carlucci
Hosana Costa, Alexandre Costa, Camila Costa e Gustavo Cavarzani
Luciana Pundel, Gabriela Ferraro, Gisele Fabris Moreira e Roberto De Lazari
João Ricardo, Leticia Donati, Marina Borges e João Guilherme Tremischini
25
AEAARP
CREA-SP
PPRA e PCMATsão privativos dos profissionais do CREA
O Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) é um documento
obrigatório, exigido pelo Ministério do
Trabalho a todos os empregadores e
estabelecimentos que admitam traba-
lhadores como empregados. Tem como
principal finalidade o reconhecimento,
iden�ficação, avaliação e controle de to-
dos os riscos ambientais (�sicos, químicos
e biológicos) existentes no ambiente de
trabalho. O obje�vo é preservar a saúde
e a integridade �sica dos trabalhadores.
O Programa de Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção (PCMAT), exigido também
pelo Ministério do Trabalho em canteiros
de obras com mais de 20 trabalhadores,
estabelece diretrizes administrativas,
de planejamento e de organização que
obje�vam a adoção de procedimentos
e normas de segurança detalhadas. A
adoção do PCMAT objetiva prevenir
acidentes e doenças ocupacionais, nas
condições e no meio ambiente de traba-
lho na Indústria da Construção.
Segundo a Resolução 437 de 27 de
novembro de 1999 do CONFEA, estes
documentos devem ser elaborados
por profissionais do Sistema CONFEA/
CREA que possuam especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho. A
Resolução cita que os estudos, projetos,
planos, relatórios, laudos e quaisquer
outros trabalhos ou a�vidades de En-
genharia de Segurança do Trabalho, so-
mente serão reconhecidos como de valor
legal e só poderão ser subme�dos às
autoridades competentes se es�verem
acompanhados das devidas Anotação de
Responsabilidade Técnica (ARTs).
A Lei Federal 5.194/66 de 24 de dezem-
bro de 1966, que regula o exercício das
profissões de Engenharia, reforça a Reso-
lução 437/99. O Art.º 13 da Lei dispõe que:
“Os estudos, plantas, projetos, laudos e
qualquer outro trabalho de Engenharia, de
Arquitetura e de Agronomia, quer público,
quer par�cular, somente poderão ser sub-
me�dos ao julgamento das autoridades
competentes e só terão valor jurídico
quando seus autores forem profissionais
habilitados de acordo com esta Lei”.
Desta forma, o PCMAT e o PPRA ela-
borados por profissional que não esteja
legalmente habilitado e que não tenha a
ART, não tem valor legal.
O empregador precisa ficar atendo. Ao
contratar serviços da área de segurança
do trabalho de empresas ou pessoas
�sicas não registradas no CREA-SP estará
adquirindo serviços e ou documentos
sem valor jurídico.
Para não correr riscos, é necessário
verificar a regularidade do profissional
e da empresa prestadora do serviço,
solicitando aos mesmos as certidões
de registro no CREA-SP ou através de
consulta ao site do www.creasp.org.br.
É imprescindível a emissão da ART pelos
serviços contratados, na qual deverá
constar o nome da empresa (para con-
trato com pessoa jurídica) ou somente
no nome do profissional (para contrato
com pessoa �sica).
Os documentos não têm valor legal se não foremelaborados por profissionais habilitados pelo Conselho,
com devido preenchimento da ART
CREA-SP
26
Revista Painel
NOTAS E CURSOS
José Ernesto Costa Carvalho de Jesus
Engenheiro civil
Renan Moura Guimarães
Engenheiro civil
Lourenço Tri�o Nogueira
Engenheiro civil
Daisy Lucidi Moraes
Engenheiro civil
Vanderlei Evangelista
Engenheiro civil
Fernando de Oliveira
Engenheiro mecânico
Marilia Vercelle Rubio Vendrusculo
Engenheira ambiental
Fabiano José da Silva
Engenheiro mecânico
Luiz Antônio Mafud
Engenheiro agrônomo
Leonardo Ramos Barbieri
Engenheiro agrônomo
Samuel Cury
Engenheiro agrônomo
Gianfrancesco Barbosa Mano
Arquiteto e urbanista
Alvaro Bueno Barbosa
Técnico em eletrotécnica
Antônio Ricardo Paulon
Técnico em eletrotécnica
Luiz Henrique Tavares
Técnico agrícola
Antônio Aparecido Fernandes
Técnico em eletrônica
Lucas Santos Vian
Estudante de agronomia
novos associados
INSTAPAINEL
Uma escada possibilita o acesso à sede
da AEAARP a par�r do estacionamento
de visitantes. O projeto preservou
os ninhos das corujas, tradicionais
ocupantes dos fundos da AEAARP.
Foto de Angela Dorta, setor de eventos
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org.br uma foto feita por
você e ela poderá ser
publicada nesta coluna
Uma dissertação de mestrado da Escola de
Engenharia de São Carlos (EESC) da USP pro-
põe a criação de filtros de fibras flexíveis de
algodão e de poliéster para fins de tratamento
de água. O estudo concluiu que os fios usa-
dos na indústria têx�l �veram a eficácia que,
acompanhada da redução do uso de produtos
químicos e de menor uso de espaço, podem
ser uma solução para a redução de custos
para o abastecimento público de água. A aná-
lise consiste em filtros cujos leitos filtrantes
(seu recheio, onde o processo em si ocorre)
são cons�tuídos de microfibras de algodão ou
poliéster paralelas entre si e presas na parte
inferior do suporte. O escoamento do líquido
a ser filtrado é ascendente e direto, ou seja,
Tecnologia para tratamento da água
A Secretaria de Agricultura e Abasteci-
mento do Estado de São Paulo, por meio do
Ins�tuto Agronômico (IAC), de Campinas, de-
senvolveu 90% dos cul�vares de café arábica,
o �po mais comum no mercado brasileiro. No
total, foram 66 cul�vares deste café. “Embora
se adaptem bem aos diversos sistemas de
produção, em pra�camente todas as regiões
produtoras do Brasil, com a modernização
Café do Brasil
não é necessária a floculação e a decantação,
processos que fazem as impurezas se aglu�-
narem e sedimentarem em tanques, para a
posterior filtração. A tecnologia possibilita a
remoção de sólidos da água, devido à sua alta
super�cie de contato — consequência das
dimensões micrométricas dos fios.
da cafeicultura e implementação de novas
técnicas de manejo da lavoura cafeeira,
deverá ocorrer adoção gradual de novas
cul�vares, sempre buscando maior equilíbrio
entre produ�vidade e qualidade, conforme
exigências do mercado”, explica Gerson Silva
Giomo, pesquisador da Secretaria e diretor
do Centro de Café do IAC.
Fonte: IAC
Veja detalhes na área de NoQciasna página da AEAARP
www.aeaarp.org.brrp rg