Download - Idade Média - Gótico (aula integrada)
![Page 1: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/1.jpg)
Idade Média: A
experiência urbana
Uma nova sensibilidade
artística: o gótico
![Page 2: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/2.jpg)
O ressurgimento urbano O vigoroso ressurgimento da
vida urbana, desde os começos do século XI, prosseguia a um ritmo acelerado e a importância das cidades não se fez sentir apenas no campo económico ou político, mas também noutras esferas: os bispos e o clero urbano ganham influência; as escolas catedrais e as universidades ocuparam o lugar dos mosteiros como centros do saber, enquanto os esforços artísticos da época culminavam nas grandes catedrais.
H.W.Janson, História da Arte
![Page 3: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/3.jpg)
O surgimento do estilo gótico O burguês é um homem orgulhoso de si
próprio e da sua cidade, não se poupando a esforços para a embelezar e engrandecer. Assim, contribui com quantias avultadas para as grandes construções urbanas: muralhas, portas monumentais, palácios, catedrais… A burguesia estava empenhada em demonstrar o seu poder financeiro, rivalizando com as elites das cidades vizinhas.
Esta vontade de promover as cidades coincidiu com o surgimento de um novo estilo artístico, o gótico. Este surgiu pela primeira vez na abadia de Saint-Denis, perto de Paris, quando o abade Suger mandou efectuar obras de remodelação e ampliação do templo (1137).
Uma combinação engenhosa de elementos arquitectónicos permitiu então elevar as construções góticas a alturas até então desconhecidas. As torres dos palácios comunais e, sobretudo, das igrejas podiam assim ser vistas de muito longe, anunciando a importância do burgo e das suas gentes.
![Page 4: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/4.jpg)
Arte gótica ou estilo gótico - definição
Estilo artístico que dominou a arte europeia entre os séculos XII e XV. Irradiou do Norte de França e, embora se tenha desenvolvido em várias vertentes artísticas (pintura, escultura, vitral, ourivesaria, etc.), permaneceu essencialmente ligado à arquitectura, recebendo por vezes o nome de ogival, em referência aos arcos cruzados das abóbadas.
Nota: O estilo gótico foi precedido na Europa pelo estilo românico. Este definia-se pela horizontalidade e pela obscuridade dos interiores, fazendo utilização sistemática do arco de volta perfeita e da abóbada de berço.
![Page 5: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/5.jpg)
A catedral, expoente do gótico
A arte gótica teve na catedral a sua melhor expressão.
O que imediatamente distingue as catedrais góticas é a sua elevação e verticalidade
(por exemplo, a catedral de
Amiens media 145 metros).
O exterior é imponente e profusamente decorado. O interior é amplo, elevado e luminoso, de formas arquitectónicas graciosas e leves, quase sem peso, se as compararmos com a solidez maciça dos interiores românicos.
![Page 6: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/6.jpg)
A catedral, expoente do gótico
Grandes janelas, adornadas de magníficos vitrais, dão ao interior uma luminosidade coada, que simultaneamente deslumbra e convida à meditação. “Deus é luz” e essa vivência espiritual é deliberadamente realçada pelo estilo gótico.
![Page 7: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/7.jpg)
![Page 8: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/8.jpg)
Elementos estruturais
![Page 9: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/9.jpg)
Elementos estruturais
![Page 10: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/10.jpg)
Os elementos construtivos
Arco quebrado – vem
substituir o arco de volta
perfeita, semicircular,
utilizado na arte românica;
o arco quebrado ou ogival
pode ser “estirado” em
altura, independentemente
da largura da sua base, o
que confere aos portais e
às arcaturas interiores um
aspecto de verticalidade e
elevação.
![Page 11: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/11.jpg)
Os elementos construtivos
![Page 12: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/12.jpg)
Os elementos construtivos
Abóbada de cruzamento de ogivas – deriva da abóbada de aresta e identifica-se facilmente pelos arcos diagonais de suporte (ogivas); ao contrário das abóbadas de berço do estilo românico (que descarregam o seu peso de forma contínua sobre as paredes), as abóbadas góticas são articuladas, isto é, compostas por secções independentes (tramos); os arcos de cada tramo desempenham o papel de uma armação, suportando o peso da abóbada e descarregando-o nos pilares. É esta concentração do peso em pontos específicos que permite fragilizar as paredes, introduzindo-lhes grandes aberturas preenchidas por vitrais.
![Page 13: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/13.jpg)
Os elementos construtivos
![Page 14: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/14.jpg)
Os elementos construtivos
Arcobotantes – vão
reforçar no exterior os
pontos de pressão. O
arcobotante compõe-se de
duas partes: uma massa
sólida, espécie de
contraforte (estribo) e um
ou mais arcos que, partindo
o estribo, vêm apoiar as
paredes da nave central.
Para reforçar o estribo, este
é, muitas vezes, encimado
por um pináculo.
![Page 15: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/15.jpg)
Os elementos construtivos
![Page 16: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/16.jpg)
Catedral de Notre-Dame de Paris
![Page 17: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/17.jpg)
Catedral de Reims
![Page 18: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/18.jpg)
Catedral de Amiens
![Page 19: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/19.jpg)
Catedral de Colónia
![Page 20: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/20.jpg)
Catedral de Léon
![Page 21: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/21.jpg)
Outros exemplos
Catedral de Lincoln
Catedral de Salisbury
![Page 22: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/22.jpg)
Outros exemplos
Abadia de Westminster
Catedral de Burgos
![Page 23: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/23.jpg)
A escultura gótica – algumas características
Ligação à arquitectura:
A relação escultura-
arquitectura é muito
intensa. Uma nuvem de
imagens invade as
fachadas, os portais, os
telhados. As esculturas
góticas perfilam-se de
forma ordenada e
simétrica, destacando-se
dos elementos
arquitectónicos aos quais
se encontram unidas.
![Page 24: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/24.jpg)
![Page 25: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/25.jpg)
A escultura gótica – algumas características
Naturalismo
idealizado:
Apresentam rostos
serenos e vestes
detalhadas,
revelando uma
qualidade no
tratamento desses
elementos que o
Ocidente não
conhecia desde o
declínio da arte
romana.
![Page 26: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/26.jpg)
A escultura gótica – algumas características
Existência de gárgulas:
- Esculturas de diabos,
monstros ou animais que
adornam o exterior da
catedral.
![Page 27: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/27.jpg)
A escultura gótica – algumas características
Valor doutrinal:
- A escultura é o “livro de imagens” da Cristandade. As esculturas contavam ao povo analfabeto da Idade Média a vida de Cristo e dos Santos, enquanto as gárgulas alertavam para a possibilidade de condenação do pecado.
![Page 28: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/28.jpg)
A pintura gótica – os vitrais No domínio da pintura e artes afins sobressai
o vitral, constituído por vidros coloridos unidos por pedaços de chumbo. Embora seja de origens mais antigas, o desenvolvimento da arte do vitral está obviamente ligado à possibilidade (trazida pelo estilo gótico) de rasgar amplas janelas nas paredes dos edifícios.
A luz era considerada uma manifestação divina, razão pela qual as representações projectadas no interior dos edifícios através dos vitrais produziam uma forte impressão mística, uma vez que a luz entrava coada pelos vidros coloridos.
As figuras e cenas mais recriadas nos vitrais diziam respeito a temas religiosos, como a vida de Cristo, da Virgem ou dos Santos, ou ainda actividades características dos diferentes ofícios.
As tonalidades utilizadas nos vitrais eram essencialmente o vermelho e o azul, mas também branco, púrpura, amarelo e verde.
![Page 29: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/29.jpg)
A pintura gótica - vitrais
![Page 30: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/30.jpg)
A pintura gótica – os retábulos
A pintura dos retábulos
marcou a última etapa do
gótico.
A escola flamenga destacou-
se neste tipo de pintura, pela
expressividade do seu modo
de pintar a óleo, pela minúcia
da representação e pela
expressão mística das figuras.
![Page 31: Idade Média - Gótico (aula integrada)](https://reader030.vdocuments.site/reader030/viewer/2022020110/55b7f008bb61eb08458b46b8/html5/thumbnails/31.jpg)
A pintura gótica – a iluminura A iluminura consistia num tipo de
representação pictórica, profundamente colorida e decorativa que, organizada em pequenos quadros ao longo dos livros manuscritos de pergaminho, visava ilustrar e tornar mais compreensíveis as diferentes passagens do texto.
A iluminura readquiriu importância na segunda metade do século XIII, à medida que a actividade arquitectónica declinava e as encomendas de vitrais se tornavam mais raras.
O renovado interesse por esta técnica está relacionado com o desenvolvimento de gostos requintados no seio do mundo urbano e das cortes europeias e pela crescente valorização da escrita e da leitura que se lhe encontrava associada.