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I – HERMENÊUTICA
1. Definição
Hermenêutica (do grego hermenêutike) que deriva do verbo
hermeneuo, que significa ciência e a arte da interpretação;
Ciência porque estabelece norma ou regras positivas e invariáveis;
Arte porque as suas regras são flexíveis ou práticas.
A história aponta para Platão como o primeiro a usar
hermenêutica como termo técnico. Desde então a palavra vem
tomando este cunho, mas foi no período do Iluminismo, entre os
séculos XVII e XVIII, que algumas disciplinas teológicas se
universalizou recebendo nomes gregos, como hermenêutica,
homilética dogmática e apologética.
Hermenêutica Bíblica tem como objetivo buscar, através de suas
regras métodos, compreender e interpretar os sentidos exatos das
palavras e dos textos da palavra de Deus (a Bíblia).
OBS: Há ainda outros campos de estudos da Bíblia, que são o
estudo do Cânon, Crítica Textual, Crítica Histórica e Exegese.
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2. Origem da Hermenêutica
A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na
forma de serpente: o mais astuto de todos os animais campestre)
duvidou das palavras de Deus dizendo: “É assim que Deus disse? Não
comereis de toda árvore do jardim?”
Eva retrucou acusando a serpente do erro gramatical de
generalização. E, o corrigiu dizendo: “Do fruto das árvores do jardim
podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim
não comereis, nem tocareis neles para que não morrais” (Gn 3.2,3).
Vê-se que o pecado entrou no mundo por um erro de
Hermenêutica, baseado na “Hermenêutica” falsa e maliciosa de
satanás.
2.1 . Desenvolvimento da hermenêutica no decorrer da
história
Foi no período pós-exílio que Esdras leu o livro da Lei do Senhor
em hebraico e os seus auxiliares traduziram para o aramaico
explicando o sentido do texto, dando origem ao TARGUM, que era a
tradução aramaica da Bíblia (Ne 8.8). A partir daí, tantoa
hermenêutica como a exegese vem sendo utilizadas como
ferramentas essenciais na interpretação da bíblia sagrada.
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2.2. Princípios de interpretação entre os Judeus
Judeus Palestinos
Tinham grande respeito para com a Bíblia. Para eles a Bíblia era
infalível palavra do Eterno. Tinham como sagrado até as letras e por
isso os seus copistas contavam as letras ao escrever, mas tinham a lei
em mais alta estima do que os profetas e os demais escritos.
Judeus Alexandrinos
Eram determinados pela filosofia de Alexandria. “Adotavam o
princípio fundamental de Platão de que ninguém deve acreditar em
algo que seja indigno de Deus”. Sempre que encontrava algum ponto
que contrariava com a sua filosofia recorriam às interpretações
alegóricas. Filo foi seu grande mestre.
Judeus Caraítas
Representavam um protesto contra o rabinismo influenciado pelo
maometismo. Seu nome significa Beni Mikla que quer dizer “filhos da
leitura”. Seus princípios fundamentais consideravam a escritura a
única autoridade em matéria de fé. Sua exegese como um todo era
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mais correta do que a dos judeus palestinos e alexandrinos. O conflito
literário entre eles foi a criação do texto massorético.
Judeus Espanhóis
Entre o século XII a XV foi criado por eles um método mais sadio
de interpretação. Quando a exegese da igreja cristã estava
obscurecida por falta do conhecimento das línguas originais, quase
perdida naquele momento, alguns judeus instruídos da Península
Pirenaica restauraram a luz ao castiçal. Alguns dos seus métodos de
interpretação ainda hoje são utilizados.
2.3. Hermenêuticas na Igreja Cristã
a) Exegese Patrística (100 – 600 a.D.)
• Clemente de Alexandria (150-215 a.D.) acreditava que os textos
da escritura possuíam cinco sentidos: histórico, doutrinal, profético,
filosófico e místico.
• Orígenes (185-254?), sucessor de Clemente, acreditava que a
Escritura era uma vasta alegoria na qual cada detalhe é simbólico.
Valoriza muito I Co.2:6-7 - “falamos a sabedoria de Deus em mistério”.
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• Agostinho (354-430): muitos de seus princípios são utilizados até
hoje. Na prática, supervalorizou a alegorização contaminando sua
exegese, contradizendo sua teoria.
• Teodoro (350-428) : a Escola de Antioquia da Síria defendia uma
interpretação histórico-gramatical. Cria que o significado espiritual de
um acontecimento estava no próprio acontecimento e não numa
alegoria. Infelizmente, Nestório, discípulo de Teodoro envolveu-se
numa grande heresia relacionada a Cristo, comprometendo o futuro
da promissora Escola de Antioquia.
b) Exegese Medieval
• Predominavam os princípios de Agostinho;
• Praticamente nada de novo se produziu nesta época.
c) Exegese da Reforma
• Estudo do contexto, da gramática, das palavras e de passagens
paralelas;
• “A Escritura interpreta a Escritura”, dizia Calvino;
• Formaram a base dos princípios hermenêuticos dos protestantes
ortodoxos.
d) Exegese Pós-Reforma
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• Confessionalismo: O Concílio de Trento elaborou uma lista de
decretos expondo dogmas da Igreja Católica e criticando o
protestantismo. Os protestantes reagiram desenvolvendo credos que
definiam sua posição. “A exegese tornou-se uma criada da
dogmática”. Cada cidade importante tinha seu credo predileto.
• Pietismo: Fim da controvérsia inútil e retorno à comunhão e às
boas obras. Boa interpretação histórico-gramatical. Pietistas mais
recentes começaram a depender de uma “luz interior” ou“unção” nas
interpretações, levando, muitas vezes, a interpretações contraditórias.
• Racionalismo: A razão deveria julgar que partes da revelação
seriam aceitáveis.
3. Ciências que Ajudam no Estudo da Bíblia
a) Estudo do Canon: Isto é, a diferenciação entre os livros que
trazem o selo da inspiração divina e os que não trazem. O processo
histórico, mediante o qual certos livros entraram no cânon e outros
não, é longo, mas interessante.
b) A crítica Textual: às vezes referida como baixa crítica. A
crítica textual é a tentativa de averiguar o fraseado primitivo de um
texto. Tal crítica é necessária porque não possuímos os originais dos
manuscritos. Propõe-se a determinar a exatidão das palavras e dos
textos:
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• É verdade? É lenda?
• O que é que está escrito?
c) Crítica histórica ou alta crítica: Os eruditos neste campo
estudam a autoria de um livro, a data de sua composição, as
circunstâncias históricas que cercam sua composição, a autenticidade
de seu conteúdo e sua unidade literária. Somente após um estudo da
canonicidade, da crítica textual e da crítica histórica é que o estudioso
está preparado para fazer exegese.
d) Exegese: deriva-se da palavra grega exégesis (narração,
exposição) que significa conduzir, guiar, dirigir, governar, explicar
pormenorizadamente, interpretar. A Exegese é a arte de expor idéias. A
finalidade da Exegese é dispor os elementos a serem expostos de
maneira clara, lógica, sequencial, progressiva e estética, de sorte a
formar um conjunto convincente. A exegese faz com que, muitas
vezes, sejam confundidas. Mas o fato da Hermenêutica, através dos
princípios e métodos,chegar a um resultado, não significa que seja a
mesma coisa. A Exegese, que tem uma finalidade distinta, vale-se das
conquistas da Hermenêutica para veiculá-las, que é a aplicação na
prática das regras estabelecidas pela Hermenêutica e pela Crítica
Textual.
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e) Teologia Bíblica: é o estudo da revelação divina no antigo e
no novo testamento. Ela indaga: “Como foi que esta revelação
específica contribuiu para o conhecimento que os crentes já
possuíam naquela época?” Tenta mostrar o desenvolvimento do
conhecimento teológico através dos tempos do Antigo e Novo
Testamento.
f) Teologia Sistemática: Contrastando com a teologia bíblica, a
teologia sistemática organiza os dados bíblicos de uma maneira lógica
antes que histórica. A teologia bíblica e sistemática são campos
complementares. Juntas elas nos proporcionam maior entendimento
do que qualquer uma delas isoladamente.
4. Regra Fundamental da Hermenêutica (At 8.26-35; Is 53.7-8...)
A Bíblia interpreta a si mesma! Como?
• Mediante a lei do contexto (precedente e que se segue);
• Mediante os textos paralelos;
• Mediante ao ensino geral do livro e seu autor;
• Mediante o ensino geral da própria Bíblia.
5. A Bíblia é Cristocêntrica (Jo 5.39; Lc 24.27)
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O Espírito Santo é o melhor intérprete da Bíblia ( Jo 14.26;16.13; I
Co 2.6-13; I Pe 1.20,21; I Pe 1.11-12).
6. Condições Indispensáveis ao Entendimento da Bíblia
a) Ser espiritual (I Co 2.14-16);
b) Ter um amor profundo à verdade (At 8.31-34-38; 17.11-12);
c) Ser humilde e despedido de preconceitos (Tg 1.5; Sl 119.18-19);
d) Ter bom senso (Mt 16.3; I Jo 5.20).
7. Causa da Existência e Proliferações das Seitas e Heresias
a) A ignorância da Hermenêutica;
b) O desprezo de suas regras lógicas;
c) A ausência de espiritualidade, humanidade, sinceridade e bom
senso que expõe ao perigo constante (Pv 30.6; Dt 4.2; AP 22.18-19).
TESTE: (Jz 11.29-40; I SM 1.1-28; 2.28; II SM 22.24; Lv 27.2).
II – REGRAS DA HEMENÊUTICA
Os fariseus faziam descaso da hermenêutica e tornavam a Lei
insuportável e antipática ao povo.
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Exemplos:
a) Rigorosismo sabático (Ex 20.8-11; Mt 12.3-5);
b) Desleixo divorcista (Dt 24.1; MT 19.3-8);
c) O exemplo de Jesus (Lc 24.27,44-47).
1. Regras Fundamentais da Hermenêutica
a) Nunca se deve interpretar um termo ou um texto
isoladamente. Interprete Escritura com Escritura;
b) Nunca se deve basear doutrina em um versículo isolado,
interprete à luz da Bíblia;
c) Toda dúvida ou incerteza sobre o sentido de uma palavra ou
texto deve ser submetida ao consenso geral da Bíblia;
d) A única exceção a estas regras diz respeito à interpretação dos
Provérbios.
2. Auxílios a Aplicação Dessa Regras
a) O contexto
b) O vocabulário do escritor
c) O vocabulário bíblico
d) O paralelismo
e) O propósito do escritor
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3. O Valor Prático Destas Regras
a) Contexto: “Não há Deus” (Sl 14.1); “ Estamos mortos para Lei“”(
Rm 7.1-7; Ex 20.17);
Observação: Ao interpretar, se o contexto imediato- anterior ou
posterior não for suficiente para aclarar o sentido, busque o contexto
remoto. Interpretar desprezando o contexto é forçar o texto a dizer o
contrário do que diz realmente.
b) O vocabulário do escritor: Mandamento ( I Jo 3.23; Jo 6.29;
13.34; 15.12; I Jo 2.4);
c) O vocabulário geral da Bíblia: Justificado ( Rm 4.1-5,18-23).
Observação: Ás vezes, o intérprete tem que recorrer a toda Bíblia
para a aplicação desta regra.
Teste prático: Há contradição na Bíblia (Is 55.8,9; I Co 2.16).
III – PARALELISMOS
a) Verbais: A mesma palavra em diferentes textos - Graça (Jo
1.16,17; Tt 2.11; Rm 5.15; I Co 1.14 Ef 2.5-8);
b) Reais: Textos diversos tratando dos mesmos assuntos - (Mt
26.36-46; 14.32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1-11).
1. Propósito do Escritor
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Textos: (Jo 20.31; Lc 1.1-4)
Cada escritor bíblico sob inspiração divina teve um propósito
específico ao escrever. Conhecê-lo nos coloca na posição ideal de
saber o seu ponto de vista e podermos seguir seus próprios
pensamentos.
a) O propósito do Evangelho de João (Jo 20.30-31);
b) O propósito do Evangelho de Lucas (Lc 1.1-4);
c) O propósito de Paulo (I tm 1.3-4);
d) O propósito de Apocalipse (Ap 1.19);
e) O propósito de Eclesiastes (Ec 2.3).
Observação: Ás vezes, para descobrir o propósito do escritor,
você tem que ler o livro todo, várias vezes. Se for necessário, que seja
feito, FAÇA-O!
2. Correlação
A Bíblia é um todo harmonioso:
a) Uma só doutrina harmoniosa e perfeita (II tm 3.16,17);
b) Um só ator (I Sm 23.2, II Pe 1.20-21);
c) Profecia: (Zc 9.9) – Cumprimento ( Mt 21.5);
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d) Tipo: (Gn 22.6-13) – Protótipo (Jo 19.17-18);
e) Há verdades enunciadas em linguagem doutrinárias ( Jo 15.1-
8);
f) Há verdades enunciadas em linguagem moral (Mc 7.12);
g) Há verdades enunciadas em linguagem filosófica – provérbios
e Mateus 5.
Teste: Comparando Lc 11.13; Jo 14.16; 14.26; At 5.32, que regra
empregamos? Comparando At 5.3, At 2.4, Mt 1.20; Mt 28.19, que regra
empregamos?
IV - AUXILIOS EXTERNOS
Lamentamos, nesse momento, o desconhecimento das línguas
originais da Bíblia - grego e hebraico- que são de valor inestimável ao
intérprete, pois elucidam o que se queira analisar do texto sagrado.
Nada se compara com o fato de o intérprete poder ler as escrituras
nas línguas em que elas foram escritas.
LEITURAS: Mc 15.34-35; MT 27.46-47; At 2.22-23 II RS 17.26-28; Gn
37.34
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REGRA 1: O intérprete deve conhecer as línguas originais.
a) Eles não conheciam que Jesus falava em aramaico;
b) Os soldados romanos interpretam erradamente palavras de
Jesus: “Eis que Ele chama por Elias“.
REGRA 2: O intérprete deve conhecer a história antiga dos tempos
dos povos egípcios, cananeus, judeus e o cristianismo primitivo.
a) Pedro apelou aos conhecimentos que os judeus tinham dos
fatos alusivos a Jesus e aos Seus feitos notáveis;
b) Os imigrantes assírios pensavam que sofriam por ignorar os
costumes do novo país.
REGRA 3: O intérprete deve conhecer os costumes das épocas em
que foram escritos os livros da Bíblia.
a) O “rasgar as vestes” era demonstração de luto, lamento e
tristeza. Há 28 casos na Bíblia. Os sacerdotes não podiam fazer isso
(Lv 10.6), mas o de Mt 26.65 o fez e sem razão.
1. Auxílio das Versões Modernas
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a) As muitas versões modernas que pudermos consultar,
comparando-as entre si, nos ajudarão muito a assimilar o sentido
verdadeiro do texto estudado, porém não substituem o
conhecimento das línguas originais;
b) As histórias antigas e arqueológicas elucidam muito a
respeito dos costumes, das condições ambientais da época e da
maneira de viver dos povos de então.
c) A geografia da palestina, a história Natural dali e a legislação
antiga, igualmente são recursos externos que muitos ajudam o
intérprete a entender certos textos bíblicos.
EXEMPLO: O Salmo 126.1-6 nos dá exemplo de como a Geografia
e a história natural nos podem ajudar a entender a Bíblia.
a) Volta do Cativeiro – v.1
b) O júbilo consequente – v.2,3
c) A súplica ardente – v.2,3
d) As torrentes de Neguebe- v.4
e) A semeadura penosa – v.5
f) O resultado maravilhoso – v.6
Observação: Na resolução do teste a seguir entra em jogo a
língua original.
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TESTE: (Jz 12.4-6) Qual era o problema que havia com esta palavra
que causou tantas mortes?
V – CONHECIMENTO DO TEMPO
Identificar e distinguir o tempo em que certo fato teve lugar, o
modo e a circunstância em que ocorreu é de fundamental ajuda ao
intérprete na elucidação do mesmo. Portanto, o intérprete deve
distinguir o tempo, levando-o em consideração seus estudos e
interpretações da Bíblia.
LEITURA: (Gn 2.8, 16,17; 3.17; 12.1; Dt 5.121; Jo 1.11-13, 16,17).
Observação: Adão foi colocado por Deus no Éden com plena
liberdade, exceto comer do fruto da árvore da ciência do bem do mal.
Tendo desobedecido, Deus o expulsou dali e desde então ele e os
seus descendentes jamais tiveram tal liberdade como então. Ap 2.7
nos mostra uma opção dada por Deus. Qual?
a) Abrão nasceu na idolatria (Js 24.2). Deus o chamou para uma
terra que seria sua e de sua descendência, que se constituiria em uma
grande nação;
b) Com os israelitas, Deus fez um pacto legal, diferente dos que
fizera com seus pais, que igual também não fizera com ninguém;
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c) Falhando tudo, 1500 anos depois daquele pacto, Deus enviou
ao mundo o seu Filho, a quem os judeus rejeitaram. Ele, porém, deu
aos que crêem no seu nome, o direito de se tornarem filhos de Deus
(Dt 14.2;33.29; Mc 16.15,16).
1. Deus é Imutável – O Homem é Mutável
Saiba distinguir o tempo.
2. Como Deus Divide a Humanidade
Texto: (I Co 10.32)
a) Judeus
b) Gentios
c) Igreja de Deus
3. Percepções Gerais
a) Nunca espiritualize o que é material;
b) Nunca explique à igreja aquilo que é atribuído pelo antigo
testamento a Israel (A Lei – Ex 19.1-3; 20.1-2; Dt 5.1 -6); (testemunhas
de Jeová – Is 43.1-12; 44.1-8);
c) O antigo Testamento é israelita;
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d) A igreja era mistério nos tempos do Antigo Testamento (Cl
1.24-29);
e) O novo Testamento é cristão (Mateus 26.28) – nele, Israel se
equipara a todos (Ef 2.13-18; Cl 3.9-13).
Observação: O que aconteceu a Israel nos serve de aviso (I Co
10.1-11).
VI – LINGUAGEM
A Bíblia usa dois tipos de linguagem:
a) Linguagem Literal
b) Linguagem Figurada
O intérprete deve ser realista e cuidadosamente distinguir o tipo
de linguagem usado no texto de seu interesse para abalizá-lo com
proveito.
LEITURA BÍBLICA: (Zc 9.9; Mt 21.5; Sl 22.18; MT 17.35; 25.1-13; Jo
10.1-14; Jô 15.1-8; etc.)
1. PRINCIPAIS FIGURAS USADAS NA BÍBLIA
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Os escritores da Bíblia usaram claramente das seguintes figuras de
linguagem em seus escritos: metáfora, metonímia, sinédoque,
hipérbole, ironia, prosopopéia, antropomorfismo, enigma, alegoria,
símbolo, tipo, parábola , etc.
• METÁFORA: (Zc 3.8) É aquilo que se afirma de um ser e o
representa. A significação natural de uma palavra é substituída por
outra com quem tem relação de semelhança;
• METONÍMIA: (25.23) É o emprego do efeito pela causa,
progenitores por descendentes. Também se emprega em sentido
inverso (Lc 16.29) a causa pelo efeito, autores pelos seus escritos.
Emprego do sujeito pelo atributo (Gn 41.13), sonhadores por seus
sonhos e também o inverso desta ordem: o atributo pelo sujeito (Jo
32.7) as idades por seus possuidores, etc.;
• SINÉDOQUE: (Mt 3.5) O emprego do gênero pela espécie, o
geral pelo particular (Gn 6.12) emprega a ordem inversa – a espécie
pelo gênero – do particular pelo geral, Mt 6.11 – O emprego do todo
pela parte (Gn 3.19). Também emprega a ordem em sentido inverso –
da parte pelo todo;
• HIPÉRBOLE: (Dt 1.28) Afirmação em que as palavras
significam mais do que a realidade das coisas. Figuras que
engrandece ou diminui em demasia a verdade das coisas;
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• IRONIA: (Gn 3.22) É uma expressão que literalmente pode
significar o oposto. Modo de exprimir-se em que se diz o contrário
que se pensa ou se sente;
• PROSOPOPÉIA: (Sl 35.10) É a personificação das coisas e dos
seres. Figura que dá vida às coisas inanimadas, voz a pessoas
ausentes e animais;
• ANTROPOMORFISMO: (Gn 8.21) É a linguagem que atribui a
Deus atributos inerentes ao homem;
• ALEGORIA: (Gl 4.21-31) É uma narrativa em que as pessoas
representam idéias ou princípios. Exposição de um pensamento sob
forma figurada;
• ENIGMA: (Jz 14.14) É o que comumente chamamos de
“adivinhação“; coisa abscura;
• SÍMBOLO: (Lv 17.11) É o emprego de algo material significado
algo espiritual, etc. Aquilo que representa ou substitui outra coisa.
Aquilo que evoca, representa ou substitui outra coisa. Aquilo que
evoca, representa ou substitui algo abstrato ou ausente;
• TIPO: (Rm 5.14) É a representação de pessoa ou coisa na
esfera espiritual por intermédio de pessoa ou coisa puramente
material. Coisa que reúne em si os caracteres distintivos de uma
classe (modelo);
• PARÁBOLA: (Mt 13.24-30) É uma narrativa que pode ser real
ou imaginária, em que tanto as pessoas como as coisas e suas ações
correspondem a verdades espirituais e morais.
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REGRAS 1
a) Há textos que devem ser entendidos literalmente
b) Há textos que exprimem ensinos em linguagem figurada;
c) O intérprete deve deixar que a Bíblia exprima exatamente
aquilo que o Espírito Santo quis significar nas palavras do escritor,
haja ele usado linguagem literal ou figurada.
TESTE: Leia Sl 6.6; Ef 4.30; Gn 4.10. Que figuras de retórica usaram
os escritores nestes textos?
VII – OS SÍMBOLOS
Devido o grande número de símbolos que encontramos na Bíblia e
seu valor para o intérprete, que dedicamos esta lição exclusivamente
a eles.
LEITURA BÌBLICA: Lv 7.11; I Co 15.45; AP 1.2; Ex 15.5; 25.4
1. A Classificação dos Símbolos
Eles são classificados em: reais, visões, atitudes, nomes, números,
cores, formas, etc.
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1.1. Objetivos reais
a) Sangue – representa a vida (Lv 17.11);
b) Vestidos – representa méritos, justiça real ou salvação (Mt
1.13; Is 64.6; 61.10);
c) Linho fino – representa a justiça dos santos (Ap 19.8; Fp 4.5;
Mt 5.20);
d) Ouro – representa glória de Deus;
e) Prata – representa resgate;
f) Cobre – representa resistência no fogo;
g) Fogo – representa juízo (II Ts 1.8);
h) Fogo – também representa o Espírito Santo (Mt 3.11; At 2.3);
i) Óleo, azeite – representa o Espírito Santo (Sl 133.10)
j) Sal – representa preservação (Mt 5.13)
k) Fermento – representa a maldade e corrupção (I Co 5.7-8);
l) Água – representa regeneração (Jô 3.5; ¨Tt 3.5);
m) Pão e vinho – representam o corpo e o sangue de Jesus (Mt
26.29).
2. Visões
a) Castiçais – representam igrejas (Ap 11.12,13,20);
b) Estrelas e anjos – representam pastores (Ap 1.12-20);
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c) Amendoeira – representa vigilância (Jr 1.12; Hb. Xakêd =
despertar, vigiar);
d) Gafanhotos – representam calamidades (Am 7.1-2);
e) Prumo – representa justiça (Am 7.7-9);
f) Frutos de verão maduros – representam aproximação do fim
(Am 8.1,2).
3. Atitudes
a) Prostrar-se – representa reverência e humilhação (Et 3.1-2; Sl
95.6);
b) Levantar as mãos – representa juramento (Gn 14.22-24);
c) Cingir-se – representa dispor-se a partir; prontidão (Ex 12.11;
Lc 12.35-37).
4. Nomes Próprios
a) Adão – representa Jesus Cristo – duplo símbolo: positivo – pai
da Raça; Negativo – perdição
b) Topônimos: Babel, Babilônia – confusão (Gn 11.7-9); Sodoma –
corrupção (Gn 13.12,13); Egito – mundo – é vastíssimo este campo de
simbolismo (Gn 12.10; 26.1; 42; 5).
5. Números
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a) UM - unidade, primazia;
b) DOIS - relação, divisão, diferença
c) TRÊS - solidez, plenitude, trindade
d) QUATRO – fraqueza, fracasso, mundo;
e) CINCO – o fraco e o forte, Emanuel, capacidade,
responsabilidade;
f) SEIS – limitação, domínio humano, manifestação do mal;
g) SETE – plenitude, perfeição;
h) OITO – novo começo;
i) DEZ – Perfeição ordinal, capacidade humana de ser provado;
j) DOZE – Governo de Deus manifesto ao mundo;
k) TREZE – rebelião;
l) QUARENTA – capacidade ou limite da resistência humana.
6. Cores
a) AZUL – céu, montes e distancia – perfeição;
b) PURPURA – realeza;
c) CARMESIM – identificação (Js 2.18), (pecado – Is 1.18) – e poder
purificador (I Jo 1.7).
7. Formas
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a) QUADRADO – universidade;
b) CÚBICO – solidez, firmeza absoluta, etc.
REGRA 1
a) O intérprete deve ter noção dos símbolos, para entender os
tipos, que muitas vezes são enunciados em linguagem simbólica;
b) É preciso ter idéia exata dos símbolos para entender as
profecias que muitas das vezes foram enunciadas mediante símbolos;
c) O novo Testamento, em seus ensinos, é o resultado dos
símbolos constantes do Antigo testamento;
d) As figuras devem ser vistas em seus aspectos gerais e comuns
e não em seus mínimos detalhes ou em algo apenas suposto pelo
intérprete;
e) Os símbolos devem ser aplicados coerente e uniformemente
nunca passando do sentido figurado para o literal ou deste para
aquele, forçando o texto. Ao contrário, deve ser dado tratamento
harmonioso aos objetivos do conjunto, conforme o caso.
TESTE: Estude biblicamente Ap 12.1-6 e descubra o simbolismo/
significado de: mulher, coroa, estrelas, dragão vermelho e deserto.
VIII – TIPOLOGIA
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A tipologia bíblica é vastíssima e instrutiva. Quando o intérprete
estuda a Bíblia através dos tipos sem extremismos e sem vaidade
pode obter melhor conhecimento do plano de Deus para a redenção
humana, que de forma ampla é apresentado no Antigo Testamento
através de Tipologia ( Rm 5.14; At 7.44; I Co 10.6-11; Hb 9.11-12). Esses
textos do Novo Testamento claramente evidenciam que pessoas,
eventos e ritos religiosos contidos no antigo testamento tipificam
ensinamentos presentes no Novo testamento. Os tipos são
comumente classificados para efeito de estudo, em duas ordens:
Tipos Históricos e Tipos Rituais.
1. Tipos Históricos Pessoais
a) Adão – Cristo (Rm 5.14; I Co 15.45);
b) Melquisedeque – Cristo ( Hb 7);
c) Moisés – Cristo (Dt 18.15; At 3.22)
Cristo é descrito na Bíblia exercendo três funções: PROFETA,
SACERDOTE E REI.
• COMO PROFETA: Em potencial, todos os profetas do Antigo
Testamento foram tipos de Cristo. Em sentido restrito, porém, Moisés
foi o tipo específico.
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a) Como profeta (Dt 18.15; At 3.22);
b) No nascimento (Ex 1.15-16; 2.1; Mt 2.1-16);
c) Rejeitado por seus irmãos (Ex 2.11-14; Jo 1.11);
d) Casado com gentia durante a rejeição (Ex 2.15-21; At 13.46-47;
15.14);
e) Reconhecido e aceito na segunda vez (Ex 4.29-31; Rm 11.25-
29; Zc 2.10).
• COMO SACERDOTE: Nesta acepção, são dois os tipos bem
frisantes de Cristo no Antigo Testamento:
a) Melquisedeque (Gn 14.18-20; Hb 5.6; 6.20; 7.1-7);
b) Arão – escolhido por Deus (Ex 25; Sl 110.4); levado (Ex 29.4; Mt
3.14-15); ungido – ( Ex 29.7; Mt 3.16; At 10.38); Ministrando os
negócios de Deus ( Hb 5.1-5; Lc 2.49).
• COMO REI: Igualmente neste caso, todos os reis fiéis entre os
de Israel e Judá foram, em potencial, tipos de Cristo, por estarem
ocupando o trono de Davi (Lc 1.31-33). Mas, entre todos eles, DAVI é
um verdadeiro tipo de Cristo. Vejamos:
a) Igualmente o coração de Deus – I Sm 13.14; Mt 3.17;
b) Descendente de Judá (Gn 49.8-12; I Sm 16.1 – 4; Lc 1.26-27,31-
32; 2.4-7);
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c) Cheio do Espírito Santo (I Sm 16.13; At 10.38).
2. Tipos de Coletivos
Igreja é representada no Antigo Testamento por três tipos de
especiais:
a) Em Israel liberto da escravidão egípcia (Ex 12);
b) Na peregrinação de Israel pelo deserto;
c) Na posse de Israel da Terra Prometida.
Observação: Cristo também é representado pelo Tabernáculo.
3. Tipos de Rituais
a) O tabernáculo é tipo de Cristo;
b) Os sacrifícios são tipos de Cristo;
c) As ofertas legais são do tipo de Cristo.
Observação: É riquíssima a tipologia bíblica com respeito a Cristo
e à Igreja.
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É impossível, neste capítulo, dar um exemplo de todos os tipos
existentes a respeito de Cristo no Antigo Testamento (I Co 10.1 – 11;
5.7; etc).
TESTE: Leia atentamente Gn 24 e descubra de quem eram os
tipos: Abraão, o servo Eliezer, Isaque e Rebeca.
IX – PARÁBOLAS
O ensino mediante o uso de parábolas na Bíblia é muito comum,
especialmente no Novo Testamento, onde está escrito de Jesus que
“nada lhes falava sem parábolas“ (Mt 13.34). Daí o valor imenso que
tem as regras indispensáveis à interpretação das parábolas, a fim de
podermos tirar delas o grande ensino que nos ministram.
LEITURA BÌBLICA: (Mc 4.2-20)
Uma parábola pra ser perfeita, deve ter as seguintes
características:
a) Forma Histórica;
b) Ter verossimilhança;
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c) Ter naturalidade;
d) Ter correspondência entre os elementos naturais e as
verdades espirituais enunciadas.
Ao estudar as parábolas, muitas vezes nos vem à mente a mesma
pergunta que fizeram os discípulos a Jesus: “Por que lhes falas por
parábolas? ” (Mt 13.10). Eram três os motivos porque Ele ensinava
através de parábolas:
a) A parábola não entendida promove o interesse de entendê-la
e os levava à pedir explicações a Jesus;
b) O ensino recebido por meio de parábolas é mais fácil de ser
retido na mente do estudante;
c) Quando se quer ocultar de alguém presente algo do ensino
que deve ser entendido apenas por uma parte da assistência,
conseguimos mais facilmente isto mediante o uso de parábolas.
1. Como Interpretar as Parábolas
Jesus é o nosso exemplo na interpretação de parábolas, ao
interpretar aquela que consideramos uma parábola-modelo (Mc 4.2-
20).
a) A SEMENTE: A palavra de Deus;
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b) AS AVES: Satanás;
c) A SEMENTE CAÍDA SOBRE PEDREGAIS: Recebimento do
Evangelho Superficialmente;
d) O ARDOR DO SOL: Provações e tribulações: Cuidados do
mundo, engano das riquezas, ambições;
e) A BOA TERRA: Os que de bom grado recebem o Evangelho
com sinceridade.
Observação: Jesus deixou de interpretar a figura do Semeador.
Dizem os estudiosos que Ele assim procedeu porque o Semeador
simboliza pelo menos três elementos:
a) O próprio Jesus (Mt 13.37);
b) Os apóstolos e seus sucessores (Mc 16.15) e a igreja em geral
(II Co 9.10);
c) O próprio Israel, no futuro (Sl 68.11;126.5-6) e nós ousaríamos
acrescentar um quarto elemento: os anjos (Ap 14.6-7; Hb 1.14).
2. Regras Para a Interpretação das Parábolas
a) Deve-se identificar a figura central da parábola;
b) Todos os elementos as parábolas devem ser interpretadas;
c) Deve-se dar atenção especial ao princípio e ao fim da parábola
(são as chaves para compreendê-las);
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d) As regras para a interpretação dos símbolos são aplicáveis às
parábolas, que muitas vezes foram enunciadas em linguagem
simbólica;
e) Deve-se interpretar de acordo com a analogia da fé, nunca em
contrário ao claro ensino da Bíblia;
f) Os elementos não podem ter sentido diverso nas parábolas: o
que vale em uma, vale também na outra;
g) Em certos casos, porém, um termo, mantendo a unidade
fundamental, pode ser aplicado com várias modalidades e
circunstâncias, como no caso do Semeador.
TESTE: Leia Mt 21.33-46 e intérprete de acordo com o modelo
dado acima e as regras.
X – O MILAGRE
Ocuparemos este capítulo com um assunto polêmico no meio
evangélico – O MILAGRE – do qual muito afirmam haver passado com
o primeiro século cristão, enquanto que nós, os pentecostais,
persistimos em crer e em afirmar a sua atualidade na esfera da
IGREJA nos dias atuais, a fim de ajudá-la no desempenho da missão
que tem na terra.
LEITURA BÌBLICA: (Jo 6.1-14; 24.35)
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a) Um milagre, em regra geral, é também um sinal, que evidencia
algo extraordinário na prática (At 2.1 4,7; I Co 14.22);
b) O nosso texto nos diz de maneira prática da aplicação do
milagre como sinal, quando Jesus logo em seguida ao milagre
apresentou-se à multidão maravilhada com o PÃO DA VIDA;
c) O milagre revela a procedência daquele que foi usado como
instrumento direto à sua manifestação (Jo 3.2);
d) O milagre é um modo objetivo de ensinar muito apreciado por
Jesus (At 1.1) que usava sempre em seguida ao milagre aplicar a lição
que tinha em mente ministrar (Lc 5.1-10);
e) E possível haver falsos milagres (Mt 24.24); porém, esses
nunca são feitos do modo como somos ensinados pela Bíblia ( At 3.1-
16);
f) Pelo propósito do Evangelho de João (20.30-31), percebe-se
pelo bom senso e pela lógica, que os sinais (milagres) operados por
Jesus e descritos pelo apóstolo, tinham a finalidade de provar que Ele
era o Filho de Deus.
Em relação ao milagre deve-se evitar:
a) A incredulidade (I Jo 5.10) e a dúvida (Tg 1.6-7) – que os
maiores inimigos do cristão e devem ser (I Jo 5.4; Hb 11.1,6);
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b) A credibilidade extrema – que torna o homem fanático e cego
e é outro pecado em nada inferior à incredibilidade ( I Ts 5.21; Jo 4.1).
1. Regras Para a Interpretação dos Milagres
a) Desde que os milagres pertencem à categoria dos símbolos e
sinais, em sua interpretação devemos empregar as regras
mencionadas no CAPITULO VII;
b) Em alguns aspectos, os milagres assumem a função de
parábola, e, portanto, quando assim acontece, devemos empregar em
sua interpretação as suas regras constantes do CAPITULO IX;
c) Considerando que os milagres são intervenções sobrenaturais
da livre misericórdia de Deus para conosco (Lm 3.2-24) ao interpretá-
los sempre devemos levar tal manifestação, na devida consideração, a
bem do fortalecimento da nossa fé e esperança.
TESTE: Leia João 9 e descubra qual o propósito que Jesus tinha ao
operar aquele milagre ali descrito.
XI – A PROFECIA
A profecia é a base da mensagem de Deus ao homem (Hb 1.1). O
seu estudo, portanto, se reveste de profundo e indispensável
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interesse ao cristão, para aprofundamento espiritual e maior firmeza
na fé.
LEITURA BÍBLICA: II PE 1.19-21; I PE 1.10,11
1. O Valor da Profecia
a) E luz que alumia em lugar escuro (Sl 119.105);
b) E necessária em todo tempo – até que cristo venha;
c) Devemos estar atentos a ela, pois é um farol e guia seguro (Sl
119.11; Mt 24.35).
Sua Procedência:
a) Não é terrena – “nenhuma profecia foi dada por vontade
humana” (Am 7.12-15);
b) É divina – “homens santos falaram inspirados pelo Espírito
Santo” (II Sm 23.2).
2. Escopo da Profecia
Predizer a vinda de Jesus Cristo:
a) Seu nascimento (Is 7.14; 9.6; Mq 5.2);
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b) Sua origem davídica (Is 11.15);
c) Seu ministério e morte (Is 53);
d) Sua segunda vinda (Zc 14.4,5);
e) Seu reinado de paz (Is 9.7; 11.5-10);
A igreja era um mistério aos profetas (Cl 1.24-29). No entanto, em
simbolismo profético, ela é também prevista (I Co 10.1-11).
No estudo da profecia, muito preocupa alguns exegetas a
cronologia profética que, de fato, é um problema de difícil solução.
Mas, afirmamos, ela em nada afeta nem influi na verdade profética
nem na fé cristã.
3. Regras Para as Interpretações da Profecia
a) Devemos entender a profecia literalmente. Se ela houver sido
enunciada em linguagem figurada empregue-se em sua interpretação
a regra ensinada no capítulo VI;
b) “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”.
Esta regra é fundamental e bíblica. Significa que a interpretação deve
estar em harmonia com o consenso geral profético e com o ensino
geral da bíblia;
c) Deve-se empregar com o máximo cuidado, na interpretação
da profecia, as regras do contexto, que são indispensáveis a um
perfeito entendimento das mesmas.
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TESTE: Leia Gn 3.15. Estude com cuidado. Descubra quem a
declarou, para quem, e quais os sentidos lógicos que tem na mesma.
Referência Bibliográfica
• VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada: Princípios e Processos
de Interpretação Bíblica. São Paulo. Editora Vida, 2001.
• FEE, Gordon D. STUART, Douglas. Entendes o que lês? Sociedade
Religiosa Edições. Vida Nova, 1986.