ESCOLA ESTADUAL ESCOLA ESTADUAL ESCOLA ESTADUAL ESCOLA ESTADUAL ““““REGENTE FEIJÓREGENTE FEIJÓREGENTE FEIJÓREGENTE FEIJÓ””””
Em 12 de fevereiro de 1932, o Sr. Joaquim Galvão de França Pacheco, então Prefeito de Itu,
foi recebido em uma audiência pelo Interventor Federal no Estado de São Paulo Coronel Manuel
Rabelo, para tratar da criação do Ginásio do Estado em Itu. 1 Com o apoio decisivo do Dr. Francisco
de Salles Gomes Jr, então Secretário de Educação e Saúde Pública, e do Capitão Waldemar Levy
Cardoso, Diretor do Departamento das Municipalidades, o Interventor decidiu que o Ginásio seria
instalado num sobrado da Rua dos Andradas, onde se localizava a antiga sede do Grupo Escolar
“Convenção de Itu”.
Este encontro é o primeiro capítulo da gloriosa história
de nossa Escola Regente Feijó que, neste ano de 2012,
completa oito décadas de existência. Porém, o ano de 1932 é
especial não apenas para história de nosso colégio, mas
também para a história da educação de todo país.
Foi em 1932 que a Reforma de Francisco de Campos,
considerada por muitos como o episódio que inaugurou a era
moderna da educação no Brasil, foi elaborada e promulgada
depois de décadas de debates e demandas sociais por
mudança na política pública de educação. Até a década de
1930, o poder público se limitava a oferecer o ensino primário
nos Grupos Escolares. O ensino secundário, oferecidos nos
Ginásios, estava majoritariamente na rede particular, em sua
maioria dominada pela Igreja Católica. Itu também fez fama neste sistema escolar, pois possuía dois
1 O cargo de Interventor era equivalente ao atual cargo de Governador de Estado. Atente para o fato do país conviver
com um governo provisório neste período, sofrendo com as disputas características de um governo em formação.
Getúlio Vargas, chefe de governo, após o Golpe de 1930 caiu no erro de nomear um Interventor para o Estado de São
Paulo retirando sua autonomia administrativa. Isso desagradou e muito a elite cafeicultora paulista que já estava
ressentida com o processo “revolucionário” que encerrou a Republica Velha, colocando um ponto final no sistema
rodízio que alternava o poder entre São Paulo e Minas Gerais. Curioso notar que apenas alguns dias após a reunião do
prefeito de Itu com o Interventor do Estado de São Paulo, no dia 23 de Maio, quatro jovens paulistas foram
assassinados em uma campanha contra o governo de Vargas. Este episódio é considerado o estopim da Revolução
Constitucionalista de 1932.
Prefeito Joaquim Galvão de França
Pacheco - Fundador do Ginásio do
Estado em Itu
colégios secundaristas, particulares e católicos, considerados exemplares e frequentados por
estudantes que se deslocavam de todos os cantos do Estado e mesmo de outros Estados: o Colégio
Madre Marie Theodore Voiron e o Colégio São Luiz2.
Todavia, no alvorecer do século XX, com o desenvolvimento do capitalismo industrial, o
surgimento da sociedade de massa, a urbanização e tudo mais que compunha o complexo quadro
da modernidade, a política pública de educação passou a ser foco de criticas e debates. Os
questionamentos mais contundentes surgiram através da atuação do grupo chamado de Pioneiros
da Educação. Movimento propositivo, organizado na Associação Brasileira de Educação, cobrou
uma atuação mais intensa do poder publico na organização e no oferecimento de ensino
secundário.3 Este debate encontrou ecos no processo “revolucionário” encabeçado por Vargas,
materializando-se no governo provisório quando, já em 1931, Getúlio Vargas criou o Ministério de
Educação e Saúde submetendo-o ao comando de Francisco de Campos.
Em 1932 é sancionado o decreto que promulgou a
famosa Reforma Francisco de Campos, determinando
maior atuação do poder publico na criação de cursos
secundário através de Colégios estaduais. O Estado de
São Paulo foi pioneiro neste processo. E a cidade de Itu,
justamente no primeiro ano da reforma, fora agraciado
com o terceiro Colégio secundário de todo o Estado de
São Paulo.4
O Decreto n.5.424 de 05 de Março de 1932 que
criou o Colégio do Estado em Itu colocou a cargo do
Estado os custos de contratação do Diretor e de seis
professores, transferindo aos cofres municipais a
responsabilidade pela contratação dos demais
professores, bem como pelos custos de funcionamento
da instituição por dois anos.
2 Colégio São Luís 140 anos: a educação e os jesuítas no Brasil / [pesquisa histórica Montserrat Moreno ; texto de
Viviane Pereira]. – São Paulo: Tempo & Memória, 2000. MANOEL, Ivan. Igreja e educação feminina (1859-1919). Uma
face do conservadorismo. São Paulo: Ed. da Unesp, 1996.
3 MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (O). In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. V. 65, n. 150 mai-
ago, 1984. Brasília: Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, p.407-25. 4 Itapetininga, Tatuí e Itu.
Sobrado que abrigou o Ginásio do Estado na rua
dos Andradas
Os primeiros professores do Colégio contratados pelo Estado foram:
Dr. José Leite Pinheiro – Português e Francês;
Prof. José de Paula Santos – Matemática;
Prof. Joaquim de Toledo Camargo – Ciências Físicas e Naturais;
Profª Claudemira de Vasconcelos – História da Civilização;
Prof. Antonio Berretta - Geografia e Cosmografia;
Prof. Salathiel Vaz de Toledo – Educação Física.
Pela Prefeitura Municipal foram nomeados os seguintes professores:
Prof. Tristão Mariano da Costa Júnior – Música e Canto;
Prof. Pery Guarany Blackman – Desenho;
Paulo Affonso da Rocha Pinto Jr. – Secretário;
Cesário Galvão – Porteiro;
Orlando Zenaro – Servente; Francisco Prieto – Servente.
Em abril de 1932 o primeiro diretor, o Dr. Oscavo de Paula e Silva foi nomeado Diretor do
Ginásio do Estado em Itu, função que exerceu por dez anos.
Desta forma, em 16 de maio de 1932, uma segunda-feira, é instalado no antigo prédio da
Prefeitura Municipal, situado na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Dr. José Elias, o “Ginásio
do Estado”. A data de instalação foi adotada como o DIA DE FUNDAÇÂO DA ESCOLA.
Direção, Professores e Corpo Docente em 1935.
Um sobrado, antiga sede do Grupo Escolar “Convenção
de Itu”, próprio da Prefeitura, situado mesmo local onde hoje
se encontra o edifício da Escola, passou por algumas reformas
de adaptação – laboratórios, sanitários, campos de esportes e
outros melhoramentos – que permitissem abrigar o Ginásio.
Durante 12 anos, foi sede do estabelecimento. Possuía salas
da diretoria, secretaria, laboratório e seis salas de aulas,
ocupando uma área de dois mil metros quadrados a parte
edificada. Além do recreio, o velho Ginásio possuía campo de
esportes (voleibol, basquete e pista de atletismo). O prédio,
apesar dos esforços da direção, estava longe de ser o ideal
para um estabelecimento de ensino. As pequenas salas do
laboratório e da biblioteca eram impróprias para atender às exigências pedagógicas.
Anos mais tarde, quase toda a população ituana apoiou a iniciativa de construir um novo
prédio, deixando, entretanto, o antigo sobrado, apesar de suas deficiências, saudosa recordação
em todos os jovens que passaram por seus bancos.
Na ocasião da instalação do Ginásio foi apresentado pelo Prof. Dr. José Leite Pinheiro os
versos adotados como hino da escola:
Refulgindo no céu cor de anil
Sobre nós se desdobra o Cruzeiro. Prodigioso pendão do Brasil – Bis
Que no alto balouça fagueiro!
Jovens filhos da terra querida,
Rendei culto à justiça, ao saber,
Só com honra se vence na vida. Dado à Pátria cumprindo o dever!
Sem temor pela pátria lutemos,
Alentados com a ciência bebida,
Que de luz a vitória faremos,
Enloirando o Brasil pós a lida!
Jovens filhos da terra querida, Rendei culto à justiça, ao saber,
Só com honra se vence na vida.
Dado à Pátria cumprindo o dever!
Dr. Oscavo de Paula e Souza
1º Diretor (1932-1943)
Soergamos bem alto a bandeira
Nas ameias da glória imortal,
Nós, valente falange guerreira
Do Brasil vitorioso afinal.
Empolgado com os versos o Diretor Oscavo pediu ao maestro Tristão Mariano da Costa
Júnior, Professor de Música e Canto Orfeônico, que compusesse a música para que os versos
pudessem ser adotados como Hino da Escola.
Naquela mesma semana, no dia 20 de maio, foi fundado o
Grêmio Estudantil que, por indicação do historiador Francisco Nardy
Filho, recebeu como patrono o nome do Conselheiro Paula e Souza e
Mello.5 Entidade representativa dos estudantes, o Grêmio Paula
Souza e Mello teve papel de destaque não apenas na história da
Escola, mas também na história da cidade. Muitos dos eventos
culturais e lúdicos de mais alto nível oferecidos na cidade partiam da
iniciativa desta entidade. Bandas, corais, equipes de esportes, bailes,
jogos, feiras culturais, eventos religiosos, cursos, palestras e até
mesmo movimentos assistencialistas e políticos foram organizados
pelos membros da Diretoria do Grêmio.
Festas famosas, como a Festa da Primavera, Festivais de Músicas Populares e a Semana de
Artes Estudantis, bem como o Dia de Paula Souza, comemorado todo dia 16 de Agosto, foram
eventos que marcaram a vida de muitos que passaram por nossa escola. Em 1971, no auge do
recrudescimento do Regime Militar, a reforma educacional promovida pela lei 5.692 desativou
todos os grêmios estudantis criando os Centros Cívicos, deixando na memória a atuação do famoso
Grêmio Paula Souza e Mello.
Em 1933, quando o Ginásio do Estado em itu funcionava a pleno vapor um duro golpe quase
pôs fim a trajetória ainda incipiente de nossa escola. Porém, este golpe, rapidamente assimilado,
5 Ilustre ituano, Francisco de Paula Souza e Mello, nasceu em Itu no ano de 1791 e faleceu no Rio de Janeiro em 1851.
Amigo do padre Diogo Antônio Feijó, viveu um tempo em sua casa no Rio de Janeiro, na rua São José, nº 28. Filho de Antônio José de Sousa e Gertrudes Solidônia de Cerqueira, casado com Maria de Barros Leite, tiveram oito filhos, dentre eles Francisco de Paula Leite. Foi deputado à Assembleia Constituinte em Portugal, ainda no tempo do Brasil colônia. Foi depois deputado-geral nas três primeiras legislaturas, senador (de 1833 a 1854) e primeiro-ministro do Império do Brasil em 1848. Foi sepultado no Convento Franciscano de Itu, sendo transferido para um Mausoléu construído em sua homenagem no Cemitério Municipal de Itu.
Conselheiro Paula Souza e Mello
Patrono do Grêmio Estudantil
transformou-se em um dos capítulos mais belos da história da instituição. Nesta data fatídica, o
então Secretário da Educação do governo do Coronel Waldomiro Castilho de Lima, o Professor
Fernando de Azevedo, elaborou o Decreto 5.885 que extinguia o Ginásio do Estado de Itu
transformando-o em Ginásio municipal. O Estado assumia apenas a subvenção mensal de duzentos
contos de réis, devendo a Prefeitura municipal contratar novos professores para que substituíssem
os professores contratados pelo Estado, bem como um novo Diretor para substituir o Dr. Oscavo de
Paula e Silva.
O ex-prefeito Joaquim Galvão de França Pacheco, com o apoio do prefeito José Leite Pinheiro
Júnior, dirigiu-se ao Palácio dos Campos Elíseos para reunir-se com o Interventor Federal, Joaquim
Galvão, a fim de tentar reverter as trágicas consequências provocadas pelo Decreto 5.885. Uma
intensa campanha seguiu-se na cidade, condensando autoridades de todos os campos que se
uniram em cobranças endereçadas ao governo estadual para reassumisse a responsabilidade pelo
Ginásio em Itu. A pressão deu resultado. O Diretor Oscavo de Paula e Silva pôde reassumir sua
função no Ginásio. Mas parou por ai. O Estado não reassumiu a gestão do Ginásio.
Porém, neste momento, o Diretor Oscavo reuniu-se com os professores e diante do lamento
pelo risco da extinção do Ginásio uniram-se e organizarão a reação. Ao longo de um período de um
ano os professores adequaram seus horários de trabalho e, mesmo sem receber pagamento algum,
continuaram lecionando no Ginásio de Itu para que o ano letivo não fosse interrompido. A
Prefeitura Municipal, com muitas dificuldades, procurava manter os custos básicos do Ginásio.
Mesmo sem existência legal, o Ginásio continuou funcionando. A sociedade ituana não se
conformava com tal situação. No mês de novembro deste mesmo ano de 1933, foi nomeado para
exercer o cargo de Prefeito Municipal Braz Bicudo de Almeida. Uma das primeiras providências de
sua administração foi tentar regularizar a situação do Ginásio de Itu. Organizou uma comitiva
juntamente com os representantes de outras cidades próximas que também haviam perdido seus
ginásios estaduais e exigiram a revogação das extinções promovidas pelo Código de Educação.
Alguns meses após, em fevereiro de 1934, o Decreto 6.316 assinado pelo Interventor Federal em
São Paulo, Armando Salles de Oliveira, e pelo Secretário de Educação Christiano Altenfender Silva,
reestabeleceu o Ginásio do Estado em Itu, Araras, Catanduva e Taubaté.
Em 1936, formou-se a primeira turma de bacharelando do Ginásio do Estado em Itu.
Abrilhantou a festa o grande professor de Música e Canto Luiz Gonzaga da Costa Júnior, o famoso
Luizito, que assumiu esta função substituindo seu tio, o saudoso maestro Tristão Mariano da Costa
Junior.
O Prefeito Galvão Pacheco, em 1938 determinou que os dois melhores alunos de cada Grupo
Escolar Municipal receberia uma bolsa de estudos da Prefeitura para que pudessem frequentar o
curso secundário no Ginásio do Estado em Itu.
Em 1942, o Diretor Oscavo de Paula e Silva é transferido
para São Paulo e assume seu cargo o professor de Geografia
Antonio Berretta. De personalidade serena e honesta,
exerceu administração marcante e decisiva na história da
Escola, pois foi sob sua tutela a Escola assumiu como Patrono
Diogo Antonio Feijó, obteve a instalação do curso clássico e
científico, posteriormente desenvolvendo o curso Normal,
além de ter participado da empreita que construiu o edifício
atual da Escola.
Por iniciativa do Professor Antonio Berretta, um grupo
de alunos, em 1942, percorreu a cidade recolhendo
assinaturas para um abaixo-assinado solicitando ao governo
do Estado a instalação de um Colégio Estadual na cidade. Encaminhado ao Palácio do Governo
Estadual, tal petição foi atendida e, em 1943, foi publicado o Decreto Estadual que permitia a
instalação do curso colegial transformando o Ginásio do Estado em Colégio do Estado em Itu.
O então prefeito Mário da Costa de Oliveira e o Doutor Luiz Gonzaga Novelli Júnior se
juntaram a causa e, desta união, floresceu a força necessária para a demanda ituana. Assim, ainda
em 1943, foi admitida a primeira turma de colegiais que
optaram entre os cursos clássico e científico.
Deputado Federal Constituinte em 1946, Secretário de
Educação entre 1947 a 1950 e, posteriormente, vice-
governador de Estado, o Doutor Novelli Júnior capitaneou um
dos episódios mais importantes do então Colégio do Estado
em Itu: a construção de um novo prédio. Uma comissão de 21
pessoas reuniu-se com o Interventor Federal do Estado de
São Paulo em 1944 apresentando a demanda pela construção
de um novo prédio no local do antigo casarão para abrigar o
novo Colégio do Estado. Bem recebidos pelo Interventor,
Professor e Diretor Antonio Berreta
Dr. Luiz Gonzaga Novelli Júnior
algumas semanas depois a comissão recebia a resposta afirmativa do governo estadual, deixando
toda a cidade em regozijo.
Construção do novo prédio do Colégio do Estado em Itu
Entre os anos de 1944 a 1949, enquanto o novo edifício era construído, o Colégio passou a
funcionar no Ginásio Convenção de Itu situado na praça Conde de Parnaíba. O Professor Tristão
Bauer, então prefeito em 1944 a 1946, deu inicio às obras do novo prédio que, por indicação do
Doutor Novelli Júnior, seria sede co Colégio batizado de Regente Feijó.6
Em 1945, o professor Antonio Berretta é removido da Direção do Colégio do Estado para
assumir cargo diretivo na Secretaria da Educação, assumindo seu cargo o Professor Alberto Rovai.
Em 1946 o professor Antonio Berretta reassume a direção do Colégio e novamente será decisivo
para sua história.
O então Deputado Martinho Di Ciero iniciou uma batalha para que junto ao Colégio do Estado
em Itu fosse instalada a Escola Normal, órgão responsável pela formação de professores. E assim,
em 1947, sob a direção do professor Berretta, o antigo Colégio do Estado, passa a se chamar
Colégio Estadual e Escola Normal Regente Feijó7.
6 Decreto 14.897 de 1945.
7 Decreto 16.912 de 1947.
Em 1949 assume a direção do Colégio o professor Salathiel Vaz de Toledo. Em 15 de Agosto
de 1949, o professor Salathiel discursou nas festividades de inauguração do novo edifício do
Colégio Estadual Regente Feijó e Escola Normal. Edifício reconhecido estadualmente como
referência de instalações educativas, pois fora construído com o que havia de melhor e mais
moderno no período, graças à intensa atuação e fiscalização do Deputado Martinho Di Ciero.
Em 24 de Abril de 1949 é solenemente inaugurado o
majestoso edifício do Colégio e Escola Normal “Regente Feijó”
pelo então Governador do Estado Adhemar de Barros.
Em 1953 é autorizado o funcionamento no período
noturno dos cursos Ginasial e Colegial. Neste mesmo ano a
escola recebe aquele que se tornaria talvez seu mais ilustre
personagem: o novo Diretor João dos Santos Bispo. Ex-aluno,
pertencente a primeira turma de alunos de 1932, Professor
Bispo, como era conhecido, atuou com extremo zelo, carinho e
competência à frente do Colégio por mais de 25 anos. Sua
gestão marcou de maneira indelével esta instituição, levando-a
a seu apogeu. Sua atuação como Diretor marcou diversas
gerações de ituanos e ituanas, e a memória de sua presença se confunde com a própria identidade
da Escola Estadual “Regente Feijó”.
O ex-aluno e, posteriormente professor do colégio,
Alcides Scalet, em 1955 manda confeccionar a primeira e
atual bandeira da instituição. Inspirada no Hino que
conclama “Refulgindo no céu cor de anil, sobre nós se
desdobra o Cruzeiro”, a bandeira possuía em seu centro o
Cruzeiro do Sul.
O Doutor Jânio Quadro da Silva, então Governador do Estado de São Paulo, sancionou a Lei
3.711 que transformou o então Colégio Estadual e Escola Normal “Regente Feijó” em Instituto de
Educação. Mais uma vez sustentava mais este passo decisivo para a História de nossa instituição o
então Deputado Martinho Di Ciero, autor do projeto de lei em questão.
Agora, enquanto Instituto de Educação, além do curso Ginasial, Colegial e Normal, passava a
funcionar o curso de Aperfeiçoamento de para Professores.
Professor João dos Santos Bispo
Diretor de 1953 a 1977
Em 16 de Maio de 1958, em meio às comemorações do aniversário da Escola é inaugurado o
pavilhão anexo destinado ao Ensino Primário, batizado como Pavilhão Brigadeiro Faria Lima em
homenagem ao então Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo que atuou de
maneira decisiva na desapropriação dos edifícios situados nos fundos do Instituto.
O Professor Benedito Hellmeister iniciou uma campanha para que fosse instalado junto ao
Instituo de Educação “Regente Feijó” o curso de Administração Escolar. A autorização veio no
Despacho do Diretor Geral do Departamento de Educação em 10 de março de 1960. Foram alunos
do primeiro curso Cícero Siqueira Campos e Rogério Lázaro Toccheton.
Logo em 1962, o prefeito Galileu Bicudo consegue junto ao governo do Estado verba para a
ampliação do Pavilhão Anexo destinado à Educação Primaria.
Em 1970 é instalado o CARE, Centro de Avaliação do Rendimento Escolar, programa
idealizado pelo governo militar na época para treinar professores e implantar as novas tendências
pedagógicas do período.
No fatídico ano de 1971 é extinto o Grêmio Estudantil Conselheiro Paula Souza e Mello sendo
substituído pelo Centro Cívico. O Grêmio voltaria a eleger uma nova diretoria somente em 1982, no
contexto de comemoração do cinquentenário da Escola.
Este ato era apenas a primeira cena do desastroso espetáculo de desmonte da educação
pública no Brasil. O Governo Militar instalado no poder desencadeou uma profunda reforma
educacional através da Lei 5.692 de 1971, que reestruturou toda a rede ensino do Brasil. O grande
objetivo era universalizar o acesso à educação, mas os termos da teoria da Escola de Chicago que
norteou a reforma orientava um processo de universalização a custa da qualidade.8 Foi elaborado
um Plano Estadual de Implementação da Lei 5.692/71, reestruturando a Rede Oficial de Ensino no
Estado de São Paulo em 1º e 2º grau. Neste contexto, a resolução número 20 extinguiu o Instituto
de Educação Estadual “Regente Feijó”, transformando-a em Escola Estadual de 1º Grau “Regente
Feijó”. Desta forma, a instituição passou a oferecer apenas as quatro primeiras séries do antigo
ensino primário e mais quatro séries do antigo ginásio, as oito séries passaram a compor o Ensino
Fundamental ou 1º Grau. Tragicamente era encerrada a gloriosa história do curso Colegial Clássico
e Científico, bem como do curso Normal. Parte da biblioteca e laboratório forma transferidas À
8 PELEGRINI, Thiago e AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. A Educação nos anos de chumbo: a Política Educacional
ambicionada pela Utopia Autoritária” (1964-1975). Disponível em
http://www.historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=46
Escola Estadual de 2º Grau Antonio Berreta, bem como todos os alunos e professores que
compunham o 2º Grau foram compulsoriamente transferidos.
Em 1977, o grande professor João dos Santos Bispo se aposenta, encerrando um dos capítulos
mais majestosos da História de na Escola.
Em 1982, novamente a Escola Estadual de Primeiro Grau “Regente Feijó” centralizou as
atenções da cidade e da região com a espetacular comemoração de seu Jubileu de Ouro.
O grande matutino O ESTADO DE SÃO PAULO publicou em sua edição de 14 de maio, um
Editorial intitulado: “Os 50 anos do “Regente Feijó”: Com uma semana de festa, Itu comemorou o
cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”, antigo
Ginásio do Estado, colégio estadual, escola normal e
Instituto de Educação. Incorporado embora à rede de
escolas estaduais 1º e 2º graus, o estabelecimento
consegue sobrenadar do anonimato do ensino
massificado, mantendo viva a tradição escolas e elos que o
ligam às várias gerações de ex-alunos”.
No dia 13 de maio, a Escola recebeu um presente
pela passagem de seu cinquentenário: o Monumento do
“Regente Feijó” em bronze. A estátua foi colocada na
entrada do estabelecimento.
A imponente estátua do Regente permaneceu
durante muitos anos no Largo da Liberdade em São Paulo.
Foi construída, em 1911, pelo escultor Louis Conversa. Em
1967, por ocasião da construção do metrô, foi retirada
daquele local e levada para uma instalação da Prefeitura Municipal de São Paulo, mais conhecida
como “depósito da Ponte pequena”.
Em 1983 a Escola voltou a receber o ensino secundário, tornando-se Escola Estadual de
Primeiro e Segundo Grau “Regente Feijó”. Nos anos noventa, com o desencadeamento do processo
de municipalização do ensino fundamental I, a Escola diminuiu pouco a pouco as salas de ensino
primário, até extingui-las plenamente e tornar-se Escola Estadual “Regente Feijó”, oferecendo
apenas o ensino fundamental II (5ª a 8ª série) e médio.
Na última década a Escola passou a incorporar o Centro de Línguas, que oferece curso de
línguas para alunos da rede pública de ensino de toda a cidade de Itu, contando com mais de
quatrocentos alunos.
Além disso, uma parceria foi firmada com o Centro Paula Souza, transformando algumas salas
de aula de nossa Escola em extensão da Escola Técnica Martinho Di Ciero.
No ano de 2012, justamente no ano das comemorações dos oitenta anos, a Escola Estadual
Regente Feijó passou a possuir uma turma de Ensino Técnico Integrado ao Médio cursando a
formação técnica de Informática para Internet.
Texto base:
CARVALHO, Roberto Machado. Memória de uma Escola. Edição Comemorativa do
Cinquentenário da Escola Estadual “Regente Feijó”. São Paulo: Editora Pannartz, 1983.