EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS COM RAÇÃO FARELADA OU PELETIZADA
EDSON LINDOLFO DA SILVA
2007
EDSON LINDOLFO DA SILVA
EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS COM
RAÇÃO FARELADA OU PELETIZADA
Orientador
Prof. Dr. Antônio Gilberto Bertechini
LAVRAS MINAS GERAIS-BRASIL
2007
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, área de concentração em Nutrição de Monogástricos, para a obtenção do título de “Doutor”.
1
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA
Silva, Edson Lindolfo da. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas
alimentadas com ração farelada ou peletizada / Edson Lindolfo da Silva. – Lavras: UFLA, 2007.
159p. : il. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2007. Orientador: Antônio Gilberto Bertechini. Bibliografia.
1. Aminoácido sintético. 2. Avicultura. 3. Desempenho. 4. Granulometria. 5. Nutrição de monogástrico. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD - 636.50855
2
EDSON LINDOLFO DA SILVA
EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS COM
RAÇÃO FARELADA OU PELETIZADA
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, área de concentração em Nutrição de Monogástricos, para a obtenção do título de “Doutor”.
APROVADA em 29 de outubro de 2007.
Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva DAP – UFPB Prof. Dr. Paulo Borges Rodrigues DZO – UFLA Prof. Dr. Elias Tadeu Fialho DZO – UFLA Prof. Dr. Édison José Fassani DZO – UFVJM
Prof. Dr. Antônio Gilberto Bertechini (Orientador-UFLA)
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL 2007
3
“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum,
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com
óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha
vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias”.
Salmo 23 – v 1-6.
A Deus, pela oportunidade, concedida através da nossa vida saudável, de
alcançarmos mais esta meta;
A minha noiva Rosineide, a quem dedico todo meu amor e carinho, peço-
lhe desculpas pelos momentos em que o trabalho me fez ausente.
Aos meus pais, José Lindolfo da Silva e Maria Clementino da Silva, pelo
imenso amor dedicado aos filhos, pelo carinho, apoio e incentivo em todos os
momentos;
Aos meus irmãos, José Lindolfo Filho, Lindolfo Leonardo Neto, Edmilson
Lindolfo, Carlos Antônio Lindolfo, Arlindo Lindolfo, Maria da Gloria Lindolfo,
Marlene Lindolfo, Maria Lindolfo e Marly Lindolfo, pelo amor,
companheirismo e incentivo;
Aos meus avós paternos, Lindolfo Leonardo (in memoriam) e Olindina
Rosalina (in memoriam); e avós maternos, Joaquim L. de Melo (in memoriam) e
Olívia C. das Neves (in memoriam), pelo amor e carinho a mim dedicados na
infância...,
A todos os familiares e amigos.
OFEREÇO E DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, Senhor Supremo, pelas bênçãos concedidas e por sempre
iluminar todos os caminhos no decorrer de nossa jornada.
A todos os familiares e amigos, pelo incentivo e apoio constantes.
À Universidade Federal de Lavras e ao Centro de Formação de
Tecnólogos (CFT) da Universidade Federal da Paraíba, pela oportunidade de
realização deste trabalho.
A Granja Planalto LTDA, pela doação das aves utilizados nos
experimentos e por ter sempre contribuído para o progresso da pesquisa
científica na área da Zootecnia.
Ao Diretor do CFT/UFPB, Professor Antônio Eustáquio, pela
compreensão nos momentos em que tive que me ausentar de meus
compromissos com o Centro, por força das atividades do doutorado.
Ao Técnico do Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos do
CFT/UFPB, Gerônimo Galdino, pelo empenho na realização das análises
laboratoriais.
A Janaina M. B. de Sousa, bolsista PIBIC/UFPB/CNPq, e aos
Professores do Departamento de Agropecuária (DAP/CFT), José Jordão e
Marcelo Ribeiro, pela contribuição na condução dos experimentos.
Ao Químico da Empresa Guaraves Alimentos (Guarabira-PB), Silvio
Rogério, pelas análises físicas das rações experimentais.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –
CNPq, pela concessão da bolsa de estudos.
Ao Prof. Dr. Antônio Gilberto Bertechini pela orientação, apoio,
ensinamentos e amizade demonstrados em suas orientações no decorrer deste
trabalho.
2
Aos Professores José Humberto Vilar da Silva e Paulo Borges Rodrigues
pelo auxílio e cooperação como Co-orientadores, principalmente pela
disponibilidade em ajudar sempre e por terem acreditado no nosso trabalho.
Ao Prof. Dr. Elias Tadeu Fialho pelas valiosas sugestões, assim como
pelo incentivo e amizade.
Ao Prof. Dr. Édison José Fassani pelo auxílio e cooperação,
enriquecendo nosso trabalho.
Aos Professores do Programa de Pós-graduação e do Departamento de
Zootecnia, sem exceção, pelos ensinamentos transmitidos e pelo incentivo na
nossa formação acadêmica.
Aos amigos e funcionários do PPGZ/DZO/UFLA, Carlos Henrique de
Souza, Pedro Adão Pereira, Keila Cristina de Oliveira e Kátia Cristina de
Oliveira.
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia da UFLA pela amizade,
pelos serviços prestados e pela constante boa vontade em ajudar.
Aos colegas de Pós-graduação, em especial a Luiz Eduardo Avelar Pucci
(meu procurador) e Ulisses Simon da Silveira, pela amizade construída ao longo
do curso.
Aos amigos Gustavo Freire R. de Lima e Renato Hespanhol, e a todos
os estagiários do Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da UFLA
pela colaboração, entusiasmo e dedicação constantes.
Aos integrantes do Núcleo de Estudos em Ciência e Tecnologias
Avícolas – NECTA pelo agradável convívio.
A todos aqueles que contribuíram para a concretização deste trabalho e
para nossa formação acadêmica.
MUITO OBRIGADO A TODOS!!!
3
BIOGRAFIA
Edson Lindolfo da Silva, filho de José Lindolfo da Silva e Maria
Clementino da Silva, nasceu em 07 de março de 1977, na cidade de
Guarabira/Paraíba.
Concluiu o 1° grau no Colégio Santo Antônio em 1993, no
município de Guarabira/Paraíba.
Formou-se Técnico em Contabilidade em 1996 pelo Colégio
Santo Antônio, no município de Guarabira/Paraíba, concluindo em 1998, no
Colégio CSA/Positivo, o Ensino Médio.
Graduou-se em Licenciatura em Ciências Agrárias pela
Universidade Federal da Paraíba – UFPB, em fevereiro de 2003, no município
de Bananeiras/Paraíba.
Em março de 2003, ingressou no curso de Mestrado em
Zootecnia, na área de concentração em Nutrição de Monogástricos, no Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – UFPB/Areia/Paraíba,
defendendo a Dissertação em 16 de novembro de 2004.
Em março de 2005 ingressou no curso de Doutorado em
Zootecnia, na área de concentração em Nutrição de Monogástricos, na
Universidade Federal de Lavras – UFLA/Lavras/Minas Gerais, obtendo o título
de Doutor em Zootecnia no dia 29 de outubro de 2007.
4
SUMÁRIO
RESUMO...............................................................................................................i
ABSTRACT ........................................................................................................iii
CAPITULO I ........................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................2
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................4
2.1 Evolução da criação de poedeiras comerciais no Brasil .................................4
2.2 Características da poedeira moderna ..............................................................7
2.3 Novos conceitos na nutrição de poedeiras modernas......................................9
2.3.1 Considerações sobre nutrição de frangas em crescimento...........................9
2.3.2 Considerações sobre a fase de produção....................................................10
2.4 Aspectos bioquímicos e metabólicos da metionina + cistina........................11
2.5 Fatores que interferem na exigência de metionina + cistina no período de crescimento e produção ......................................................................................13
2.6 Processamento de rações para aves...............................................................15
2.6.1 A peletização de rações e seus efeitos sobre o desempenho das aves .......16
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................21
CAPÍTULO II .....................................................................................................26
RESUMO............................................................................................................27
ABSTRACT .......................................................................................................28
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................29
2 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................31
5
2.1 Local de realização do experimento .............................................................31
2.2 Aves e instalações.........................................................................................31
2.3 Delineamento experimental ..........................................................................32
2.4 Dietas experimentais.....................................................................................33
2.5 Variáveis estudadas.......................................................................................35
2.6 Procedimentos e análises estatísticas ............................................................36
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................38
3.1 Desempenho das aves em função dos níveis de metionina+cistina total ......38
3.2 Desempenho das linhagens leves e semipesadas ..........................................43
3.3 Desempenho das aves em função da forma física da dieta ...........................44
4 CONCLUSÕES ...............................................................................................51
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................52
CAPITULO III....................................................................................................54
RESUMO............................................................................................................55
ABSTRACT .......................................................................................................56
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................57
2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................60
2.1 Local de realização do experimento .............................................................60
2.2 Fase de crescimento ......................................................................................60
2.2.1 Aves e instalações......................................................................................60
2.2.2 Delineamento experimental .......................................................................61
2.2.3 Dietas experimentais..................................................................................61
6
2.2.4 Variáveis estudadas....................................................................................64
2.3 Fase de postura..............................................................................................65
2.3.1 Animais e instalações.................................................................................65
2.3.2 Delineamento experimental .......................................................................67
2.3.3 Dieta basal .................................................................................................67
2.3.4 Variáveis estudadas no período de produção.............................................69
2.4 Procedimentos e análises estatísticas ............................................................70
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................71
3.1 Desempenho no período de crescimento ......................................................71
3.2 Desempenho das linhagens leves e semipesadas ..........................................77
3.3 Desempenho das aves em função da forma física da dieta ...........................78
3.4 Efeito residual sobre o desempenho das frangas no período de postura.......85
4 CONCLUSÕES .............................................................................................100
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................101
CAPITULO IV .................................................................................................104
RESUMO..........................................................................................................105
ABSTRACT .....................................................................................................106
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................107
2. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................110
2.1 Local de realização do experimento ...........................................................110
2.2 Fase de crescimento ....................................................................................110
2.2.1 Aves e instalações....................................................................................110
7
2.2.2 Delineamento experimental .....................................................................111
2.2.3 Dietas experimentais................................................................................111
2.2.4 Variáveis estudadas..................................................................................114
2.3 Fase de postura............................................................................................116
2.3.1 Animais e instalações...............................................................................116
2.3.2 Delineamento experimental .....................................................................117
2.3.3 Dieta basal ...............................................................................................117
2.3.4 Variáveis estudadas no período de produção...........................................119
2.4 Procedimentos e análises estatísticas ..........................................................120
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................121
3.1 Efeitos dos tratamentos na fase de recria ....................................................121
3.2 Efeito da linhagem da franga ......................................................................127
3.3 Efeito da forma física da dieta de recria .....................................................128
3.1.1 Peso vivo e peso de penas........................................................................129
3.5 Desempenho das aves no período de produção ..........................................133
4 CONCLUSÕES .............................................................................................148
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................149 6 CONCLUSÃO GERAL..............................................................................................152 7 ANEXO.......................................................................................................................153
i
RESUMO SILVA, Edson Lindolfo da. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas com ração farelada ou peletizada. 2007. 159p. Tese (Doutorado em Nutrição de Monogástricos), Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG¹. Três experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar as exigências de metionina+cistina total em função da forma física da dieta (farelada e peletizada) e da linhagem de frangas (leve : LV ou semipesada : SP), bem como o crescimento de penas das aves. Foram utilizadas 1.600 aves de 1 a 4, 1.120 de 5 a 11 e 800 aves de 12 a 16 semanas, sendo metade de cada linhagem (Dekalb White e Bovans Goldline). As aves foram alojadas em boxes de 1,0 m x 1,5 m. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2x2 (Níveis de M+C total x duas linhagens x duas formas físicas), sendo 0,65; 0,70; 0,75; 0,80 e 0,85% de Met+Cys de 1 a 4; 0,56; 0,60; 0,64; 0,68 e 0,72% de 5 a 11 e 0,50; 0,55; 0,60; 0,65 e 0,70% de Met+Cys de 12 a 16 semanas, com vinte tratamentos e quatro repetições de 20 (1 a 4), 14 (5 a 11) e 10 aves (12 a 16 semanas). A ração basal foi suplementada com DL-metionina (99%) para proporcionar cinco níveis de Met+Cys total, segundo recomendações da literatura brasileira e do manual da linhagem, e a qual foi mantida isonutritiva para EM (2.900 kcal/kg), PB (21%), Ca (0,94%) e P disponível (0,44%) de 1 a 4 semanas; EM (2.900 kcal/kg), PB (17%), Ca (1,00%) e P disponível (0,45%) de 5 a 11 semanas; e EM (2.850 kcal/kg), PB (15%), Ca (0,85) e P disponível (0,35) de 12 a 16 semanas. As variáveis consumo de ração total (CRT), diário (CRD), ganho de peso total (GPT), diário (GPD) e conversão alimentar (CA) foram avaliadas aos 28 dias de idade, e as variáveis produção (PR), peso de ovo (PO), massa (MO), conversão por massa de ovos (CMO) e gravidade específica (GE), bem como as variáveis de qualidade de ovo peso de albúmen (PA), gema (PG), casca (PC) e as porcentagens, foram analisadas no período de produção (22 a 40 semanas) para se avaliar o efeito residual dos tratamentos utilizados no período de crescimento. Na fase de 1 a 4 semanas, não houve efeito de interação entre os níveis de Met+Cys, a linhagem e a forma física da dieta. Porém, os níveis de Met+Cys afetaram de forma quadrática (P≤0,001) o CRT, CRD, GPT, GPD e CA, de acordo com as equações seguintes: ŷ = - 3168 + 15810x - 10333x2, (R2=0,89); ŷ = - 19,865 + 100,3x - 64,909x2, (R2=0,83); ŷ = - 7862 + 23480x - 14836x2, (R2=0,88); ŷ = - 32,312 + 103,19x - 64,396x2, (R2=0,81) e ŷ = - 32,312 + 103,19x - 64,396x2, (R2=0,81), respectivamente. A linhagem SP apresentou melhor CRT, CRD, GPT, GPD e CA (P≤0,01). A dieta peletizada promoveu melhor GPT, GPD e CA para as duas linhagens (P≤0,01). Recomenda-se 0,78%
ii
de Met+Cys para pintainhas LV e SP de 1 a 4 semanas de idade ou consumo médio diário de M+C de 146 e 160 mg, respectivamente. As aves SP apresentam melhor desempenho que as LV. A dieta peletizada melhora o GPT, o GPD das SP e a CA das LV, de 1 a 4 semanas de idade. No período de 5 a 11 semanas, a linhagem SP apresentou melhor desempenho comparado a LV (P<0,01). A dieta peletizada proporcionou melhores CRT, CRD (P<0,01) para linhagem LV e melhor CA (P<0,01) para a linhagem SP. Avaliando o efeito residual na fase de postura, apenas a linhagem afetou (P<0,01) a PR, PO, MO e a CMO, tendo as poedeiras LV melhor desempenho de PR, MO e CMO, enquanto as SP expressaram melhor PO. Os níveis de M+C e a FF da dieta utilizados durante o período de recria afetaram o desempenho das aves no período de produção, enquanto a linhagem LV apresentou melhor performance que a SP. Recomendam-se 320 e 364mg diárias de Met+Cys para as aves leves e semipesadas respectivamente, para a fase de 5 a 11 semanas de idade. Na fase de 12 a 16 semanas as frangas SP apresentaram melhor desempenho comparadas as LV (P<0,01). A dieta peletizada proporcionou melhores CRT, CRD (P<0,01) para linhagem LV e melhor CA (P<0,01) para a linhagem SP. Avaliando-se o efeito residual, a linhagem afetou (P<0,01) a PR, PO e a CMO, e as poedeiras LV mostraram desempenho superior às SP. Os níveis de M+C e a FF da dieta utilizados na recria afetam o desempenho subseqüente. Recomenda-se 418 para as aves LV e 453mg diárias de Met+Cys para as SP na fase de 12 a 16 semanas de idade. ____________________________ ¹Comitê Orientador: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
iii
ABSTRACT SILVA, Edson Lindolfo da. Methionine+cystine requirements for light and semi-heavy replacement birds fed either mashed or pelleted rations. 159p. Thesis (Doctorate in Monogastric Nutrition), Federal University of Lavras, Lavras, MG¹. Three experiments were carried out with the objective of evaluating the requirements of total methionine+cyistine as related to the physical form of the diet (mashed and pelleted) and of the strains of the pullets (light: L or semi-heavy: SH). 1.600 birds of from 1 to 4, 1.120 of from 5 to 11 and 800 birds of from 12 to 16 weeks were utilized, the half of each strain (Dekalb White and Bovans Goldline). The birds were housed in boxes of 1.0 m x 1.5 m. The used experimental design was completely randomized in a factorial scheme 5x2x2 (levels of total Met+Cys x two strains x two physical forms), being (0.65; 0.70; 0.75; 0.80 and 0.85% of Met+Cys from 1 to 4); (0.56; 0.60; 0.64; 0.68 and 0.72% from 5 to 11) and (0.50; 0.55; 0.60; 0.65 and 0.70% of Met+Cys from 12 to 16 weeks), with twenty treatments, four repetitions of 20 birds (1 to 4), 14 (5 to 11) and 10 (12 to 16 weeks). The basal diet was supplemented with DL-Methionine (99%) to provide five levels of total Met+Cys, according to recommendations of the Brazilian literature and of the handbook of the strain (Granja Planalto, 2005) and they were kept isonutritive for ME (2,900 kcal/kg), CP (21%), Ca (0,94%) and available P (0.44%) from 1 to 4 weeks, ME (2.900 kcal/kg), CP (17%), Ca (1.00%) and available P (0.45%) from 5 to 11 weeks and ME (2,850 kcal/kg), CP (15%), Ca (0,85) and available P (0.35%) from 12 to 16 weeks. The variables total feed (TFI) and daily intake (DFI), total weight gain (TWG), daily weight gain (DWG) and feed conversion (FC) were evaluated at 28 days of age and the variables yield (PR), egg weight (EW), egg mass (EM), conversion by egg mass (EMC) and specific gravity (GE), as well as the variables of egg quality: weight of (AW), of yolk (MW), shell (PW) and the percentages were studied in the laying period (22 to 40 weeks) to evaluate the residual effect of the treatments used in the growing period. There was no interaction effect among the levels of Met+Cys, the strain and the physical form of the diet. However, the levels of Met+Cys affected in a quadratic way (P≤0,001) TFI, DFI, TWG, DWG and FC, according to the following equations: ŷ = - 3168 + 15810x - 10333x2, (R2=0,89); ŷ = - 19.865 + 100.3x – 64.909x2, (R2=0.83); ŷ = - 7862 + 23480x - 14836x2, (R2=0.88); ŷ = - 32.312 + 103.19x – 64.396x2, (R2=0.81) and ŷ = - 32.312 + 103.19x – 64.396x2, (R2=0.81), respectively. The strain SH presented better TFI, DFI, TWG, DWG and FC (P≤0.01). The pelleted diet promoted better TWG, DWG and FC for the two strains (P≤0.01). 0.78% of Met+Cys is recommended for L and SH pullets of from 1 to 4 weeks of age or daily feed intake of Met+Cys of 146 and 160 mg,
iv
respectively. The SH birds performed better than the L ones. The pelleted diet improves TWG, DWG of the SH birds and the FC of the L ones of from 1 to 4 weeks of age. In the period of 5 to 11 weeks, the SH strain performed better as compared with the L one (P < 0.01). The pelleted diet provided better TFI, DFI (P <0.01) for strain L and better FC (P <0.01) for the SH strain. By evaluating the residual effect in the laying phase, only the strain affected (P <0.01) EP, EW, EM and EMC, the L laying hens presenting better performance of EP, EM and EMC, while the SH ones showed better EP. The levels of M+C and FF of the diet used during the growing phase affect the subsequent performance of the birds in the laying period, while L strain presents better performance than SH strain. 320 and 364 mg daily of Meth+Cys are recommended for L and SH pullets, respectively, from 5 to 11 weeks of age, daily feed intake of Meth+Cy 320 and 364 mg, respectively. In the phase from 12 to 16 weeks the pullets SH obtained better acting compared L (P < 0.01). The pelleted diet provided better TFI, DFI (P <0.01) for L strain and better FC (P<0.01) for SH strain. By evaluating the residual effect, the strain affected (P<0.01) EP, EW and EMC, and the L laying hens performed better than the SH ones. The levels of M+C and FF of the diet used in the growing phase affect the subsequent performance. Daily doses of 418 and 453 mg of Meth+Cys are recommended, respectively for L and SH birds, for the phases of 12 to 16weeks of age. ____________________________ ¹Guidance committe: Prof. Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
1
CAPÍTULO I
2
1 INTRODUÇÃO GERAL
A evolução no melhoramento genético de poedeiras comerciais levou ao
surgimento de aves mais produtivas, com menos peso corporal e menor consumo
de ração. O grande desafio é dominar o dinamismo da genética que tornou as
aves muito mais exigentes, principalmente sob os aspectos nutricional e
ambiental, sendo necessário modernizar as práticas de manejo em instalações
cada vez mais automatizadas, com ambiente controlado e maior número de aves
por área.
O desenvolvimento de novas linhagens de poedeiras é fator indiscutível
de controvérsias sobre as recomendações nutricionais específicas para cada
linhagem dos manuais elaborados pelas empresas de genéticas com as
recomendações gerais das tabelas convencionais de exigências nutricionais
propostas por pesquisadores a partir de estudos desenvolvidos, principalmente
em universidades.
Embora os aminoácidos sulfurados sejam reconhecidos como os mais
limitantes nas rações para aves no hemisfério ocidental, escassas pesquisas têm
sido realizadas para atualizar as exigências de frangas na fase de crescimento.
Os aminoácidos sulfurados são utilizados pelas aves como constituintes
estruturais primários de tecidos como pele, penas, matriz óssea, ligamentos,
órgãos e músculos corporais (National Research Council, NRC, 1994).
As aves precisam receber doses diárias dos aminoácidos essenciais
porque não existe armazenamento quando estes são ingeridos em excesso, nem o
organismo pode sintetizá-los a partir de outros aminoácidos. A metionina é
responsável pelo códon iniciador da síntese protéica (AUG) e pode suprir 50%
de exigência de cisteína. No entanto, a metionina pode ser sintetizada “de novo”
a partir do intermediário homocisteína, numa reação dependente de ácido fólico
e vitamina B12 (D’ Mello, 2003).
3
Atualmente, a precocidade das aves tem levado os nutricionistas a
reavaliarem os níveis nutricionais e redefinirem as fases de crescimento em
virtude do aparecimento do primeiro ovo em aproximadamente 16 a 17 semanas
de idade. Os avanços nas áreas de melhoramento genético, nutrição e manejo de
aves devem ser acompanhados por outras áreas, como o processamento da dieta
para reduzir ao mínimo o desperdício de ração durante o transporte e nos
comedouros e a seletividade da mesma pelas aves, considerando que o controle
do desperdício de ração reduz o custo de produção, pois é de conhecimento geral
que a alimentação constitui cerca de 70% da despesa total com a criação avícola.
O fornecimento de dietas fareladas para aves não é mais, nos dias atuais,
uma realidade única, uma vez que grandes empresas do ramo já começaram a
produzir, em larga escala, rações pré-iniciais peletizadas com a finalidade de
melhorar a qualidade da ração e o desempenho zootécnico das aves na primeira
semana de vida.
Desta forma, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de
atualizar as exigências de metionina+cistina de frangas de duas linhagens,
recebendo rações fareladas e peletizadas nas fases de 1 a 4, 5 a 11 e 12 a 16
semanas de idade, considerando o desempenho, o crescimento de penas e o
efeito residual das rações oferecidas às aves nas fases de 5 a 11 e de 12 a 16
semanas sobre as variáveis produtivas durante o pico de postura.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Evolução da criação de poedeiras comerciais no Brasil
De acordo com Garcia (2003), inicialmente a avicultura estava sob o
domínio da atividade familiar, o que, com o decorrer dos anos, principalmente
após o avanço tecnológico nas áreas de genética, ambiência, sanidade e nutrição,
passou a ter uma visão empresarial para atender às exigências de mercado,
favorecendo cada vez mais os investimentos nesta área.
Atualmente, no mercado, existe um predomínio aves de postura de
grandes empresas avícolas com instalações modernas, visando a maximização
dos lucros e a transformação de produtos primários da agricultura (milho, sorgo,
soja, etc.) em produtos nobres para a alimentação humana, num curto espaço de
tempo e ocupando áreas reduzidas.
Segundo Garcia (2003), mais de 15.000.000 de aves já se encontram
alojadas em instalações modernas nos mercados nacionais e internacionais, com
as seguintes características: alta densidade de alojamento (375 a 321 cm2/ave);
facilidade administrativa; rapidez de implantação; necessidade de pouco espaço
físico; redução do percentual de ovos não aproveitáveis; menor custo de mão de
obra; menor desperdício de ração; maior controle dos fatores ambientais e maior
competitividade no mercado. Porém, estas instalações exigem maior custo de
implantação e grandes lotes de reposição e há dificuldade no manejo de dejetos,
controle sanitário e adaptabilidade das aves.
A evolução genética na avicultura mundial tem contribuído para o
crescimento e a rentabilidade da atividade avícola, seja na criação de frangos de
corte ou de poedeiras comerciais. O aprimoramento do melhoramento genético
de aves obtido no decorrer de mais de meio século permitiu a inclusão de
parâmetros como melhor conversão alimentar, resistência a doenças e maior
5
produção de ovos, pois até meados da década de sessenta o melhoramento de
aves baseava-se tão somente no aumento do peso corporal da ave. Dados
comparativos de viabilidade (%VB), mortalidade (%MT), consumo acumulado
(CAC/kg), peso corporal (PC/kg), idade ao atingir 50% de produção (50%PR/d),
peso corporal às 70 semanas (PC as 70 sem/kg), número ovos/ave até 80
semanas (Nº OVO/AVE 80 sem), peso de ovo às 70 semanas (PO as 70 sem.g) e
conversão alimentar (CA, kg/kg), de um período de 25 anos, sobre variáveis de
desempenho de poedeiras comerciais em função da linhagem e do período de
criação, são apresentados na Tabela 1.
Comparando o desempenho esperado dos quatro grupos genéticos,
presente nos manuais das linhagens de poedeiras leves e semipesadas nos
últimos 25 anos, efeitos positivos do melhoramento genético podem ser
observados na redução da mortalidade, do consumo acumulado de ração e no
peso corporal das frangas durante os diferentes períodos de crescimento,
reforçando as novas tendências do melhoramento genético de aves de considerar
outras variáveis, e não apenas o ganho de peso corporal das poedeiras.
No período de postura, a expectativa de idade para as aves ao atingirem
50% de produção foi reduzida, com a evolução do melhoramento genético no
período comparado de 25 anos, para poedeiras leves e semipesadas. Entretanto,
as poedeiras semipesadas apresentaram melhores resultados de peso corporal,
peso de ovos e conversão alimentar, enquanto as poedeiras leves apresentaram
maior produção de ovos/ave que as semipesadas.
Algumas variações são esperadas para mortalidade das duas linhagens,
mas a mortalidade por dia dos plantéis de poedeiras leves e semipesadas não
deve ultrapassar 3% em condições de bom manejo sanitário do plantel.
6
TABELA 1. Viabilidade (%VB), mortalidade (%MT), consumo acumulado (CAC/kg), peso corporal (PC/kg), idade ao atingir 50% de produção (50%PR/d), peso corporal às 70 semanas (PC 70 sem/kg), número ovos/ave até 80 semanas (Nº OVO/AVE 80 sem), peso do ovo às 70 semanas (PO 70 sem. g) e conversão alimentar (CA kg/kg) na fase de crescimento e de postura de quatro grupos de linhagens de poedeiras leves e semipesadas
Variáveis Poedeiras Leves Poedeiras Semipesadas Hy-line
Ito1 Hy-line W-362
Hisex White3
Dekalb White4
Hy-line Ito1
Hyline Brown2
Hisex Brown
Bovans Goldline4
Período de crescimento (1 a 17 semanas) VB (%) 95,0 97,5 - 97,0 96,0 97,0 - 97,0 MT (%) 5,0 2,5 3,0 3,0 4,0 3,0 3,0 CAC (kg) 6,6 5,2 5,4 5,1 8,6 6,0 5,7 5,7 PC (kg) 1,3 1,3 1,2 1,3 1,6 1,4 1,4 1,4 Período de postura (até 80 semanas) VB (%) 92,0 96,0 - 93,7 91,5 95,0 - 93,7 MT (%) 8,0 4,0 9,1 - 8,5 5,0 3,4* 50%PR (d) 171 153 - 147 170 145 - 147 PC 70 sem (kg) 1,7 1,5 1,7 1,7 2,5 2,0 2,0* 2,0 Nº OVO/AVE 80 (sem) 290 343 355 350 292 357 187* 350 PO 70 sem (g) 64,8 63,4 64,2 65,8 63,3 66,9 64,8* 66,4 CA (kg/kg) 2,4 1,9 2,2 - 2,5 2,1 2,3* -
1Fonte: Manual de Manejo Hy-line Ito (1980); 2Fonte: Guia de Manejo Comercial da Hy-line W-36 (2005) e Hy-line Brown (2004); 3Manual de Manejo Hisex White e Hisex Brown (2005); 4Granja Planalto. Guia de Referência e Manejo das Poedeiras Dekalb White (b) e Bovans Goldline (a) (2005); *Dados até 50 semanas de idade.
7
2.2 Exigências nutricionais de aves de reposição leves e semipesadas
Embora os aminoácidos sulfurados sejam reconhecidos como os mais
limitantes nas rações para aves à base de milho e farelo de soja, escassas
pesquisas têm sido realizadas para atualizar as exigências de frangas na fase de
crescimento.
Na última edição do NRC (1994), os níveis de metionina+cistina
recomendados para frangas leves e semipesadas nas fases de 1 a 6, 7 a 12 e 13 a
18 semanas foram, respectivamente, de 0,62; 0,52 e 0,42% e de 0,59; 0,49 e
0,39%. Portanto, o NRC considera que as frangas semipesadas são menos
exigentes em aminoácidos sulfurados que as frangas leves.
No Brasil, Rostagno et al. (2000) recomendavam valores mais elevados
de metionina+cistina para as duas linhagens que aqueles sugeridos pelo NRC
(1994). Os autores seguiram a mesma tendência do NRC de especificar níveis
destes aminoácidos mais elevados para frangas leves nas fases de 1 a 6, 7 a 12 e
13 a 18 semanas (0,67; 0,55 e 0,44%) em comparação com os níveis sugeridos
para frangas semipesadas (0,62; 0,53 e 0,38%). Na mais recente publicação, os
mesmos autores (Rostagno et al., 2005) revisaram para baixo as especificações
da tabela anterior, sem alterar a tendência de recomendar valores mais elevados
de metionina+cistina para as frangas leves (0,64; 0,50; e 0,40%) em relação às
semipesadas (0,62; 0,49 e 0,38%). Percebe-se nas tabelas de 2000 e 2005, que a
diferença entre os valores sugeridos para as duas linhagens passou a ser menor.
Atualmente, a precocidade das aves tem levado os nutricionistas a
reavaliarem os níveis nutricionais e redefinirem as fases de crescimento em
virtude do aparecimento do primeiro ovo em aproximadamente 16 a 17 semanas
de idade. Os avanços nas áreas de melhoramento genético, nutrição e manejo de
aves, deve ser acompanhado por outras áreas como o processamento da dieta
para reduzir ao mínimo o desperdício de ração durante o transporte e nos
8
comedouros e a seletividade da mesma pelas aves, considerando que o controle
do desperdício de ração reduz o custo de produção, pois é de conhecimento geral
que a alimentação constitui cerca de 70% da despesa total com a criação avícola.
O fornecimento de dietas fareladas para aves não é mais, nos dias atuais,
uma realidade única, uma vez que grandes empresas do ramo já começaram a
produzir, em larga escala, rações pré-iniciais peletizadas com a finalidade de
melhorar a qualidade da ração e o desempenho zootécnico das aves na primeira
semana de vida. Segundo Freitas et al. (2003) e Nagano et al. (2003), o uso de
ração peletizada melhorou o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão
alimentar de pintos na fase pré-inicial quando comparados a pintos alimentados
com ração farelada. Stringhini et al. (2005) obtiveram melhores resultados para
peso vivo e conversão alimentar quando forneceram dieta pré-inicial peletizada
até 11 dias de idade versus dieta inicial farelada para poedeiras. Os lotes que
receberam dieta pré-inicial peletizada apresentaram maior peso vivo e melhor
conversão alimentar aos 35 dias, o que sugere que o efeito positivo pode se
refletir no desempenho da futura poedeira.
A rentabilidade de um lote de poedeiras comerciais é influenciada pelo
crescimento das frangas no período de criação. Os programas nutricionais
desenvolvidos para as fases de cria e de recria devem ter como principal objetivo
o atendimento das demandas nutricionais das frangas, mas sem perder de vista o
máximo retorno econômico da atividade.
9
2.3 Novos conceitos na nutrição de poedeiras modernas
2.3.1 Considerações sobre nutrição de frangas em crescimento
A produção bem sucedida de ovos depende, de forma significativa, de
como se trabalha nas fases de cria e recria das frangas, pois o peso ótimo ao
início da postura e sua manutenção condicionam o desempenho por toda a fase
de postura (Albuquerque, 2004).
Segundo Neme et al. (2006), o desenvolvimento corporal no período de
recria abrange a formação da estrutura óssea e muscular das frangas até
aproximadamente 12 a 13 semanas de idade. Posteriormente se desenvolvem os
órgãos de reprodução, e ocorre um aumento de peso de vísceras como o fígado,
e se completa a reserva energética das frangas até 18 semanas. Desta maneira,
torna-se importante garantir nutrientes suficientes na ração de recria de frangas
para assegurar os aportes protéico (aminoácidos) e energético adequados até 8
semanas de idade, permitindo o crescimento normal e a formação de boas
carcaças, especialmente no período que antecede a postura. Também, é
imprescindível fazer o ajuste de nutrientes das rações considerando as condições
de temperatura, a troca das rações e as alterações dos níveis nutricionais para
atingir as metas de peso corporal, não se observando apenas a idade da ave.
O ganho de peso na fase inicial de frangas é lento e, por volta de 8 a 10
semanas, torna-se muito rápido; mas à medida que a franga amadurece, a taxa de
ganho de peso diminui. Uma vez que o tecido ósseo da franga alcança a
maturidade, o crescimento torna-se mais lento e, novamente, começa a aumentar
apenas quando a massa de ovos começa a se desenvolver. Assim, de acordo com
Silva et al. (2000c), é muito importante que se conheça a taxa de ganho de peso
corporal de frangas para que seja possível estabelecer um plano de nutrição
capaz de maximizar o ganho de peso corporal das aves. A ingestão adequada de
10
energia é absolutamente essencial para que as frangas atinjam o peso corporal
desejado e um ótimo desempenho de postura (Bertechini, 2006).
2.3.2 Considerações sobre a fase de produção
De acordo com Albuquerque (2004), inúmeros dados de pesquisa
revelam que o peso alcançado pelas aves às 18 semanas tem influência direta
sobre os índices produtivos que serão obtidos. Tal fato exalta a importância do
crescimento inicial da franga no desempenho posterior da futura poedeira.
Segundo Albuquerque (2004), a fase inicial de produção é etapa crítica
na criação de poedeiras; os planos de alimentação tornam-se mais complexos e
se baseiam na eficiência obtida na fase de recria, não se podendo corrigir
eventuais erros de recomendações nutricionais utilizadas na fase de crescimento.
Entretanto, continuam sendo tomados, como parâmetros de avaliação de
desempenho, o peso corporal até que se atinja o pico de produção e o período em
que devem ser feitos ajustes de nutrientes na dieta conforme o consumo agora
obtido na fase de produção.
A poedeira precisa ter suas necessidades nutricionais atendidas
diariamente, as quais variam com a idade, a linhagem, o peso corporal, a taxa de
produção, o tamanho do ovo e o clima como principais fatores. Quando isto não
acontece, podem ocorrer perdas de produtividade. Se as aves estiverem
consumindo além de suas necessidades, nutrientes estarão sendo desperdiçados,
pois não haverá melhora na produção. Por outro lado, se a dieta for deficiente
em nutrientes, o desempenho e a qualidade do ovo serão prejudicados
(Bertechini, 2006).
A alimentação deve garantir, dentre outros nutrientes, um aporte de
aminoácidos essenciais e um nível adequado de proteína para assegurar uma
satisfatória oferta de nitrogênio para uso nos processos metabólicos da ave.
11
Entretanto, em condições brasileiras de temperaturas elevadas, deve-se elevar a
quantidade de aminoácidos sintéticos com o mínimo incremento de proteína para
não ocorrer aumento na produção de calor endógeno gerado pela digestão
protéica.
Vargas Jr. (2002) relatou que outro problema delicado está na fase final
de produção, causando a produção de ovos de cascas frágeis e quebradas.
Alguns fatores podem estar associados a este problema, entre os quais os casos
em que o pico de produção é alto e persistente, causando desgastes ao organismo
da ave e o crescimento excessivo do peso dos ovos com a idade, sem uma
melhora correspondente na deposição de cálcio, situações que pioram
progressivamente a qualidade da casca à medida que a ave envelhece.
O programa alimentar deve ser específico para a linhagem escolhida e o
acompanhamento do plantel deve ser feito com a avaliação da uniformidade até
o início do período de produção, por meio de pesagens sistemáticas. Estes
detalhes, aparentemente pequenos, aliados a fatores técnicos e nutricionais,
podem causar impacto positivo nos índices econômicos da atividade.
2.4 Aspectos bioquímicos e metabólicos da metionina + cistina
Os aminoácidos sulfurados (metionina + cistina) são os primeiros
limitantes em dietas formuladas à base de milho e soja. A metionina é um
importante fator no controle do conteúdo de ovo, pois a poedeira consome
energia para sustentar o número de ovos, mas o peso dos ovos depende dos
níveis de aminoácidos da dieta (Harms, 1999).
A metionina é utilizada na síntese de proteína, semelhante a outros
aminoácidos. Através da metionina adenisiltransferase, a metionina é ativada a
S-adenosilmetionina com gasto de ATP, na qual é a fonte ativa de grupos metil.
A S-adenosilhomocisteína formada, após a transferência do grupo metil, produz
12
homocisteína livre, que pode ser convertida a metionina pela
betaínahomocisteína metiltransferase, ou pela N5 – metiltetraidrofol-
homocisteína metiltransferase. A homocisteína livre reage com a serina na
presença de cistationina sintetase e produz citationina. A disposição metabólica
de homocisteína é dependente do balanço entre a metiltransferase e a
cistationina transferase. A cistationina é convertida a α-cetobutirato e cisteína
pela L-homoserina hidrolase. O α-cetobutirato é convertido a succinato; por sua
vez, a cisteína pode ser usada para a síntese de proteína ou degradada a piruvato,
H2S e NH3 pela cisteína disulfidase, ou para ácido cistéico e taurina por outras
reações (Scott & Nesheim, 1971).
Para metabolizar a metionina, a cistationina sintetase é dependente da
serina para formar cistationina. Portanto, o alto consumo de metionina pode
aumentar a necessidade de serina. O aumento da demanda de serina pode, em
parte, ser suprido pela glicina, que é o precursor da serina. Entretanto, a glicina
pode ser mais diretamente envolvida no metabolismo da metionina via reação
glicina-metiltransferase, em que a S-adenosilmetionina reage com a glicina e
produz S-adenosilhomocisteína ou sarcosina (N-metilglicina). A sarcosina é
rapidamente convertida a serina (Harper et al., 1970).
Cerca de 50% de metionina podem ser convertidos a cistina em caso de
deficiência desta, por isso, geralmente as exigências desses dois aminoácidos são
consideradas de forma conjunta. Os únicos sintomas de deficiência desses
aminoácidos, na prática, são o crescimento retardado das aves jovens, o fraco
desenvolvimento das penas e o tamanho pequeno dos ovos das poedeiras. A
única maneira de comprová-los é a adição de metionina à ração caso haja uma
reação favorável, fica comprovada a deficiência (Torres, 1979).
13
2.5 Fatores que interferem na exigência de metionina + cistina no período de crescimento e produção
Para que a ave alcance um pico expressivo de produção de massa de
ovos é necessário que a dieta atenda a sua exigência em qualidade e quantidade
de nutrientes. Os resultados com suplementação de rações à base de aminoácidos
industriais dependem de vários fatores, entre eles a espécie, a idade do animal,
as condições ambientais e o nível protéico da dieta (Bertechini, 2006), como
também o excesso ou a deficiência de um aminoácido específico (Andriguetto et
al., 1999).
Em aves, a exigência de energia aumenta enquanto de aminoácidos
diminui durante o crescimento dos animais (D’Mello, 1994). Em postura, as
exigências de energia tendem a permanecer estáveis, havendo uma pequena
diferença do primeiro para o segundo ciclo de produção (Rodrigues et al., 1996).
A energia dietética é o componente que controla o consumo de ração (Nunes,
1998), ou seja, as poedeiras consomem energia para apoiar a produção de ovos;
entretanto, o peso dos ovos depende também dos níveis de aminoácidos da dieta.
Portanto, existe uma relação adequada entre os nutrientes e a energia da dieta
(Bertechini, 2006), e quando há um excesso de energia na ração, o consumo
alimentar voluntário é reduzido antes que o animal atenda os requerimentos
nutricionais de aminoácidos necessários para otimizar a síntese protéica.
Baião et al. (1998) relataram que a eficiência de utilização da proteína
depende, em grande parte, da composição de aminoácidos da dieta. Entretanto, o
perfil (Schutte & De Jong, 1994) e a digestibilidade dos aminoácidos (Barbosa
et al., 1999) caracterizam a qualidade nutricional de uma proteína. Calderon &
Jensen (1990) argumentaram que a suplementação de metionina, associada ao
nível protéico da dieta (16%), afetam beneficamente o desempenho de galinhas
poedeiras em virtude de a proteína dietética afetar a porcentagem de ovos
produzidos e o peso dos ovos. Segundo o autor, em dietas com 13, 16 e 19% de
14
proteína bruta, as exigências de metionina são de 381, 388 e 414 mg/ave/dia,
respectivamente.
Os valores presentes nas tabelas de exigências nutricionais foram
estimados em experimentos utilizando dietas à base de milho e farelo de soja
com um nível de proteína. Segundo Silva et al. (2006), o nível de proteína da
ração pode ser reduzido com a administração de aminoácidos sintéticos como
suplemento.
O excesso de proteína da ração aumenta os riscos de poluição ambiental
pela perda de nitrogênio excretado (Moran Jr. et al., 1992). Por outro lado, a
redução da proteína com suplementação de aminoácidos industriais pode
contribuir para controlar esse problema (Waibel et al., 2000), além de reduzir os
custos das rações (Silva et al., 2006). Os últimos autores observaram melhora da
eficiência de utilização da proteína com a redução do nível protéico da dieta de
16,3 para 15,2% e com a suplementação de metionina + cistina e lisina.
Harms (1999), trabalhando com dietas de baixo nível protéico, observou
que o nível de 15% de proteína bruta, 2772 kcal de energia metabolizável (EM)
e 0,3% de metionina proporcionou maior eficiência de produção de ovos que as
dietas com 12,5 ou 15% de proteína, 3080 kcal de EM e os mesmos 0,3% de
metionina.
A idade é outro fator que pode afetar as exigências nutricionais.
Rodrigues et al. (1996) mostraram que as aves em início de postura são mais
sensíveis à não suplementação de aminoácidos sulfurados que aquelas em final
de produção do segundo ciclo, possivelmente em razão da recuperação das penas
após a muda forçada, as quais são constituídas essencialmente de aminoácidos
sulfurados.
Além disso, para que a ave produza economicamente é necessário que
esteja submetida às condições de conforto térmico, de modo que não ocorra
perda ou ganho de energia para dissipar ou incrementar a produção de calor.
15
Sabe-se que apenas parte da energia ingerida é utilizada na formação do ovo e o
restante é empregado na manutenção da homeotermia, ou perdido para o
ambiente na forma de calor, através dos processos físicos de condução,
convecção e radiação (Silva et al., 2000b). À medida que a temperatura
ambiental se eleva, o consumo voluntário de ração em poedeiras é deprimido,
em virtude da necessidade das aves de reduzirem o incremento calórico.
Portanto, em altas temperaturas, o desempenho das aves é afetado por limitar o
consumo (Tinôco, 1995). Assim, temperaturas elevadas aumentam as exigências
de aminoácidos (March & Biely, 1972 citado por Silva et al., 2000a) em virtude
da redução do consumo de ração, e a suplementação com fontes industriais de
aminoácidos em substituição à proteína dos ingredientes da ração tem sido
recomendado para reduzir o estresse calórico (Tinoco, 1995).
2.6 Processamento de rações para aves
O processamento de ingredientes e de rações para aves tem evoluído
paralelamente ao conhecimento das exigências nutricionais. As formas de uso
mais comumente conhecidas e utilizadas na avicultura são as rações fareladas e,
há alguns anos, as dietas trituradas e peletizadas.
A iniciativa de moldar rações para animais teve seu pioneirismo no ano
de 1900, nos Estados Unidos, e vinte anos depois na Inglaterra, os avicultores
começaram a peletizar rações para aves. Daí, desde 1937 já era difundido o
conhecimento de que aves alimentadas com dietas peletizadas cresciam mais
rápido e convertiam alimento em carne mais eficientemente. Entretanto, as
indústrias americanas mostraram que os bons resultados zootécnicos
relacionados ao uso de ração peletizada são determinados pela qualidade do
pelete. São muitas as afirmações sobre por que as aves têm um desempenho
16
melhor com dietas peletizadas porém, algumas delas se mostraram
inconsistentes em estudos posteriores (Silva & Ribeiro, 2001).
Rose & Arscott (1960) concluíram que durante o processo de granulação
da dieta ocorrem sensíveis alterações na estrutura do amido dos cereais que o
tornam mais sensível ao ataque das enzimas responsáveis pela digestão, fato que
justifica, em grande parte, a melhora de resultados obtidos com as rações
granuladas. Emerick et al. (1961), analisando o processo de granulação,
concluíram que a ação da umidade, da pressão e da temperatura sobre os
alimentos provoca mudanças na estrutura físico-química de seus componentes
através da gelatinização do amido, fato que melhora o valor nutritivo e a
biodisponibilidade dos componentes energéticos.
As rações peletizadas contribuem para melhor desempenho das aves,
entretanto oneram os custos de produção. Porém, o processo de peletização pode
melhorar a qualidade final da ração.
2.6.1 A peletização de rações e seus efeitos sobre o desempenho das aves
A peletização é um processo mecânico no qual ocorre a aglomeração de
pequenas partículas, através do calor úmido e da pressão de uma prensa de
pelete, transformando-as em partículas grandes. Basicamente é uma combinação
de condicionamento, compactação e resfriamento. Pode ser entendida, ainda,
como uma operação de moldagem por extrusão termoplástica na qual partículas
finamente divididas são aglomeradas em uma forma compacta, chamada grânulo
ou pelete. É uma extrusão do tipo termoplástica porque as proteínas e açúcares
(carboidratos) tornam-se plásticos quando aquecidos e diluídos com umidade. A
moldagem ocorre na operação quando o produto aquecido e umedecido é
moldado, seguro nos furos do anel por curto período de tempo e depois
extrudado.
17
Geralmente, o crescimento e a taxa de conversão alimentar são melhores
se a ração for peletizada. Entretanto, dietas iniciais para aves devem ser
fornecidas nas formas triturada ou farelada. Existem evidências de que o efeito
do "cozimento" aumenta a disponibilidade dos nutrientes e diminui
significativamente a contaminação microbiana. O uso de um extrusor na ração
pode contribuir para benefícios similares, embora tenda a ser maior o
desperdício de alimento. Ambos os processos devem ser executados com
cuidado e temperaturas extremas devem ser evitadas para não causarem
degradação de proteínas e vitaminas.
Com o objetivo de auxiliar na peletização, 0,5 a 1,0% de gordura pode
ser incluído na ração, o que auxiliará a lubrificação da prensa. Gordura extra
pode ser pulverizada sobre o pelete pronto para atingir valores mais altos de
energia, sem redução da resistência e durabilidade do pelete.
Em alguns casos, a peletização da ração torna-se um tanto difícil,
quando substâncias ligantes (hemicelulose, bentonita e goma arábica), em níveis
de até 2,5% da dieta podem ser utilizadas para melhorar a qualidade do pelete
(Bellaver & Nones, 2000).
Antes de ser introduzida na prensa, a ração farelada deve ser aquecida
entre 85 e 90ºC por 20 segundos. Ao saírem da prensa, os peletes devem ser
resfriados rapidamente por ar frio até atingirem 10ºC abaixo da temperatura
ambiente, dentro de 15 minutos (Klein, 1999). Esse processo reduzirá a
degradação de vitaminas e aminoácidos por superaquecimento, embora não
ofereça garantias de imunidade contra a contaminação bacteriana.
Um dos manejos empregados nas dietas pré-iniciais, buscando melhorar
a qualidade da ração e o desempenho zootécnico das aves na primeira semana de
vida, é a peletização.
Langhout & Wijtten (2005) relatam experimento em que se avaliou o
impacto do aumento do perfil ideal de aminoácidos em relação à forma física da
18
dieta em frangos da linhagem Ross de 14 a 35 dias de idade. Foram testados
quatro níveis crescentes de aminoácidos em três formas de alimentação: dieta
farelada, peletizada com pelete de má qualidade e peletizada com pelete de boa
qualidade. Os peletes de boa qualidade tiveram dureza de 87% e os de má
qualidade, de 23%. A dieta farelada foi moída em moinho de rolos com
diferença de 1,5 a2,5 mm entre rolos. Este experimento mostrou que a diferença
em ganho de peso entre um pelete de boa qualidade e um de má qualidade é de
aproximadamente 100g no período de 14 a 35 dias de idade. O aumento do nível
de aminoácidos essenciais em 20% na dieta com peletes de má qualidade,não
compensa a perda de 100g de peso corporal. Isto mostra que, sob condições
práticas, pode-se obter melhoras significativas no desempenho de frangos de
corte melhorando a qualidade do pelete, o que pode ser bem mais barato do que
elevar o nível de aminoácidos essenciais da dieta.
Segundo Freitas et al. (2003), as rações peletizada e peletizada moída
(triturada) melhoraram os resultados de ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar e teor de gordura na carcaça quando comparadas com a
ração farelada, para pintos na primeira semana de vida. Da mesma forma,
Nagano et al. (2003) obtiveram melhores resultados de peso médio e conversão
alimentar aos 7 dias de idade para frangos alimentados com dietas peletizadas e
extrusadas quando comparadas à ração farelada. Esta diferença entre tratamentos
não foi observada aos 47 dias de idade.
Stringhini et al. (2005) obtiveram melhores resultados para peso vivo e
conversão alimentar quando forneceram dieta pré-inicial peletizada até 11 dias
de idade versus dieta inicial farelada para frangas. Os lotes que receberam dieta
pré-inicial peletizada apresentaram maior peso vivo e melhor conversão
alimentar aos 35 dias. Os autores sugeriram que o efeito positivo na fase de
crescimento pode se refletir no desempenho da futura poedeira.
19
O desperdício de ração também pode ser influenciado pela forma física
da dieta. Zanotto et al. (2003) analisaram o efeito do tamanho das partículas de
milho e do tipo da ração sobre o comportamento de frangos de corte e
concluíram que o desperdício de ração aumentou com o avanço da idade, mas
não sofreu influência dos níveis de diâmetro geométrico médio (DGM) nas
rações peletizadas. As aves alimentadas com rações fareladas chegaram a
apresentar desperdício de ração de 3,22% aos 46 dias. Além disso, as aves
alimentadas com rações peletizadas gastaram menos tempo com as refeições do
que aquelas alimentadas com ração farelada.
Langhout (2005) relata um experimento em que se avaliou o efeito da
forma física da dieta sobre a população microbiana em diferentes partes do trato
gastrointestinal. As aves receberam ração de 1 a 8 e de 9 a 35 dias peletizadas
(2,5 mm de Ø). O grupo teste recebeu a mesma composição de dieta, mas a fase
de crescimento consistiu de uma ração farelada grossa (moinho de rolo com
espaçamento de 1,5 a 2,5 mm). O consumo de ração peletizada foi maior na fase
de crescimento, mas a conversão alimentar das aves com ração farelada grossa
foi significativamente melhor. Além disso, a composição da comunidade
bacteriana no papo mostrou uma diferença entre os dois grupos de tratamento. A
população no íleo também apresentou diferenças entre os dois grupos de aves,
embora não fossem tão pronunciadas quanto às observadas no papo.
A forma física da dieta também parece interferir no padrão de consumo
das aves. Yo et al. (1997), trabalhando com aves de 14 dias de idade em situação
de livre escolha para balanceamento da dieta, estudaram o efeito da troca
repentina da forma física de um concentrado protéico. Quando houve a troca da
forma física (farelada-peletizada) as aves reduziram o consumo durante as
primeiras 24 horas, equilibrando depois de três dias de adaptação. Este período
foi necessário para os mecanoreceptores do bico se adaptarem à nova partícula.
A redução de consumo também foi observada por Portella et al. (1988) quando
20
se trocou uma dieta com partículas de 1,18 mm por outra de 2,36 mm para
poedeiras. A redução do consumo perdurou por quatro dias.
Portanto, a atualização das exigências de Met+Cys para frangas de
reposição em crescimento é imprescindível, pois estas aves serão futuras
poedeiras e devem estar bem nutridas para expressarem seu potencial genético
durante a fase de produção. Paralelamente, novas formas de rações devem ser
testadas para que fatores como segregação de partículas, seleção de nutrientes
pelas aves e desperdício de ração sejam reduzidos ou eliminados da criação de
poedeiras comerciais.
21
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26
CAPITULO II
EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO
LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS DE 1 A 4 SEMANAS DE
IDADE COM RAÇÕES FARELADA E TRITURADA
27
RESUMO
SILVA, Edson Lindolfo da. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas de 1 a 4 semanas de idade com ração farelada e triturada. In: ______. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas com ração farelada ou peletizada. 2007. Cap. 2, p.26-53, 2007. 159p. Tese (Doutorado em Nutrição de Monogástricos), Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG¹. Um experimento foi realizado com o objetivo de avaliar as exigências de metionina+cistina total em função da forma física da dieta (farelada e triturada) e da linhagem de pintainhas leve (LV) ou semipesada (SP), de 1 a 4 semanas de idade. Foram utilizadas 1.600 aves, sendo 800 da Linhagem Dekalb White e 800 da Linhagem Bovans Goldline, com peso vivo médio inicial de 34,52±0,26 g e 36,41±0,22 g, respectivamente. As aves foram alojadas em boxes de 1,0 m x 1,5 m. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x2x2 (0,65; 0,70; 0,75; 0,80 e 0,85% Met+Cys total x duas linhagens x duas formas físicas), com vinte tratamentos, quatro repetições de vinte aves cada. A ração basal foi suplementada com DL-metionina (99%) para proporcionar cinco níveis de Met+Cys total, segundo recomendações da literatura nacional e do manual da linhagem, e mantida isonutritiva para EM (2.900 kcal/kg), PB (21%), Ca (0,94%) e P disponível (0,44%). As variáveis consumo de ração total (CRT), diário (CRD), ganho de peso total (GPT), diário (GPD) e conversão alimentar (CA) foram avaliadas aos 28 dias de idade. Não houve efeito de interação entre os níveis de Met+Cys, a linhagem e a forma física da dieta. Porém, os níveis de Met+Cys afetaram de forma quadrática (P≤0,001) o CRT, CRD, GPT, GPD e CA, de acordo com as equações seguintes: CRT = - 3168 + 15810x - 10333x2, (R2=0,89); CRD = - 19,865 + 100,3x - 64,909x2, (R2=0,83); GPT = - 7862 + 23480x - 14836x2, (R2=0,88); GPD = - 32,312 + 103,19x - 64,396x2, (R2=0,81) e CA = - 32,312 + 103,19x - 64,396x2, (R2=0,81), respectivamente. A linhagem SP apresentou melhor CRT, CRD, GPT, GPD e CA (P≤0,01). A ração triturada promoveu melhor GPT, GPD e CA para as duas linhagens (P≤0,01). Houve interação dos níveis de Met+Cys com a linhagem para o PP e PPN; aves semipesadas apresentaram maior PP e PPN. Recomenda-se 0,78% de Met+Cys para pintainhas LV e SP de 1 a 4 semanas de idade ou consumo médio diário de M+C de 146 e 160 mg, respectivamente. As aves SP apresentam melhor desempenho que as LV. A ração triturada melhora o GPT, GPD das SP e a CA das LV, de 1 a 4 semanas de idade. _________________________ ¹Comitê Orientador: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
28
ABSTRACT
SILVA, Edson Lindolfo da. Methionine+cystine requirement for light and semi-heavily pullets from 1 to 4 weeks of age fed with rations mash and tritured. In: ______. Methionine+cystine requirements for light and semi-heavy replacement birds fed either mashed or pelleted rations. 2007. Cap. 2, p.26-53, 2007. 159p. 2007. Thesis (Doctorate in Monogastric Nutrition), Federal University of Lavras, Lavras, MG1. An experiment was carried out with the objective of evaluating the requirements of total methionine+cystine as related to the physical form of the diet (mashed and ground) and of the strain of light (L) and semi-heavy pullets of 1 to 4 weeks of age. 1,600 pullets one day old were used, 800 of them being of Dekalb White strain and 800 Bovans Goldline, averaging 34.52±0.26 g and 36.41±0.22 g, respectively. The birds were housed in boxes of 1.0 m x 1.5 m. The experimental design was completely randomized in a factorial scheme 5x2x2 (0.65; 0.70; 0.75; 0.80 and 0.85% total Met+Cys x two strains x two physical forms), with twenty treatments, four replicates of twenty birds each. The basal diet was supplemented with DL-Met (99%) to provide five levels of total Met+Cys according to the recommendations of the national literature (Rostagno et al. (2005) and of the strain handbook (2006). The experimental rations were isonutritive for ME (2,900 kcal/kg), CP (21%), Ca (0.94%) and available P (0.44%). The total feed intake (TFC), daily feed consumption (DFC), total weight gain (TWG), daily weight gain (DWG) and feed conversion (FC) were evaluated till 28 days of age. The means were assessed the F test (P<0.05) and regression model. SH strain presented better TFC, DFC, TWG, DWG and FC (P <0.01). The ground ration provided better TWG, DWG and FC for the two strains (P <0.01). The levels of Met+Cys affected TWG, DWG and FC in a linear fashion according to the following equations: TFC = 463.350+1238.33X (R2=0.95); DFC = 2.71086+8.31592X (R2=0.95); TWG = 3.60392-1.98187X (R2=0.92), respectively. The SH strain presented better CRT, CRD, GPT, GPD and CA (P<-0.01). The ground ration promoted better TWG, DWG and FC for the two strains. There was an interaction of the levels of Met+Cys with strain for PP, PPN; SH birds presented increased PP and PPN. 0.78% of Met+Cys for the L and SH pullets of 1 to 4 weeks of age or an average intake of Met+Cys of 146 and 160 mg, respectively . The SH birds perform better than the L ones. Ground ration improves CPT, GPD of the SH birds and the CA of the L ones of 4 weeks of age. ____________________________ ¹Guidance committe: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
29
1 INTRODUÇÃO
A produção bem sucedida de ovos depende da forma como as frangas
foram criadas durante as fases de crescimento, pois o peso ótimo ao início da
postura e sua manutenção condicionam o desempenho da galinha poedeira por
toda a fase de postura (Albuquerque, 2004).
De acordo com Silva et al. (2000), os processos anabólicos em aves de
postura em crescimento são altamente dependentes do nível de ingestão de
alimentos e de nutrientes disponíveis para garantir adequada deposição de tecido
corporal, devendo-se considerar que o atendimento das exigências dos
aminoácidos para as aves de reposição é uma etapa crítica na otimização do
desempenho subseqüente, podendo ser afetado por fatores dietéticos, genéticos e
ambientais.
Segundo Albuquerque (2004), o desenvolvimento corporal no período
de recria abrange a formação da estrutura óssea e muscular das frangas até
aproximadamente 12 a 13 semanas de idade. Posteriormente, desenvolvem-se os
órgãos de reprodução, ocorre aumento do peso das vísceras como o fígado e a
reserva energética das frangas na forma de tecido adiposo deve estar formada até
18 semanas. Desta maneira, torna-se importante garantir nutrientes suficientes
na ração inicial de frangas para assegurar os aportes protéico (aminoácidos) e
energético adequados até 8 semanas de idade, permitindo o crescimento normal
e a deposição de nutrientes na carcaça, especialmente no período que antecede a
postura. Também, é imprescindível fazer o ajuste de nutrientes das rações
considerando as condições de temperatura, a troca das rações e as alterações dos
níveis nutricionais para atingir as metas de peso corporal, não se observando
apenas a idade da ave.
De acordo com Silva et al. (2000), os ganhos genéticos de poedeiras
comerciais nos últimos vinte e cinco anos, com redução do peso corporal, do
30
consumo de ração e da conversão alimentar e aumento da massa de ovos,
requerem estudos periódicos de atualização das exigências nutricionais para a
obtenção da máxima taxa de produção.
Embora os aminoácidos sulfurados sejam reconhecidos como os mais
limitantes nas rações para aves no hemisfério ocidental, escassas pesquisas têm
sido realizadas para atualizar as exigências de frangas em todas as fases de
crescimento. Na última edição publicada pelo National Research Council, NRC
(1994), os níveis de metionina+cistina total recomendados para frangas leves e
semipesadas de 1 a 4 semanas de idade foram, respectivamente, de 0,62 e de
0,59%. Portanto, o NRC (1994) considera que as frangas semipesadas são menos
exigentes em aminoácidos sulfurados do que as frangas leves.
No Brasil, Rostagno et al. (2000) recomendavam valores mais elevados
de metionina+cistina para as duas linhagens. Na mais recente publicação,
Rostagno et al. (2005) revisaram para cima as especificações da tabela anterior,
sem alterar a tendência de recomendar valores mais elevados de
metionina+cistina para as frangas leves (0,71 %) em relação às frangas
semipesadas (0,69%), na fase inicial.
Desta forma, este trabalho foi realizado com o objetivo de estimar as
exigências de metionina+cistina total para frangas leves e semipesadas de 1 a 4
semanas de idade, considerando a forma física da ração e a linhagem da ave.
31
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Local de realização do experimento
O experimento foi realizado no Setor de Pesquisas em Nutrição de Aves
do Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba,
SPNA/CFT/UFPB, situado na cidade de Bananeiras-PB, de 15 de março a 12 de
abril de 2006.
2.2 Aves e instalações
Foram utilizadas 1.600 aves, sendo 800 pintainhas da linhagem leve
(PL) Dekalb White e 800 pintainhas da linhagem semipesada (PSP) Bovans
Goldline, com um dia de idade e peso vivo médio inicial de 34,52±0,26 g e
36,41±0,22 g, respectivamente, vacinadas e sexadas no incubatório da Granja
Planalto, Uberlândia – MG. Cada fase experimental contou com um grupo
distinto de aves.
Após identificadas por tratamento, as aves foram pesadas e alojadas em
boxes de 1,0 x 1,5 m dispostos em duas fileiras, totalmente fechados com tela
plástica à prova de pássaros; o piso foi coberto com cama de maravalha e cada
boxe continha uma lâmpada incandescente de 100 Watts para aquecer as aves
nas primeiras semanas de vida, um comedouro tubular e um bebedouro pendular
infantil.
As pintainhas foram debicadas no décimo dia de vida e aplicou-se, às
aves, um programa de vacinação convencional sugerido pelo manual da
linhagem.
O galpão onde o experimento foi realizado era de alvenaria, medindo 24
m de comprimento por 9 m de largura, apresentando orientação Leste-Oeste,
32
laterais fechadas com telas de arame, muretas laterais de 0,40 m de altura, pé
direito de 2,80 m, sem lanternim, e cobertura de telha de barro, apoiada em duas
águas, com beirais de 1,50 m. As cortinas do galpão permitiam abertura lateral,
em movimento de cima para baixo, e eram reguladas de acordo com a
temperatura ambiente exigida pelas aves em crescimento.
As condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar foram
registradas duas vezes ao dia, utilizando-se um aparelho termohigrômetro digital
pré-fixado no centro do galpão, na altura dos boxes. As médias de temperatura e
de umidade relativa do ar mínimas e máximas foram, respectivamente, de 24,73
e 28,62ºC e 75,31 e 97,18 %, registradas às oito e às dezesseis horas,
respectivamente.
2.3 Delineamento experimental
Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, em esquema
fatorial com 20 tratamentos (5x2x2), sendo cinco níveis de metionina+cistina
total duas formas físicas da ração e duas linhagens, em que cada tratamento foi
composto por quatro repetições de 20 aves cada.
33
2.4 Dietas experimentais
Uma ração basal foi formulada para atender as exigências das aves em
todos os nutrientes, segundo recomendações de Rostagno et al. (2005) e dos
manuais das linhagens Dekalb White e Bovans Goldline (Granja Planalto,
2005ab) (Tabela 2), exceto em metionina, que foi suplementada com DL-
metionina (99%) em substituição ao amido (0,000; 0,050; 0,101; 0,151 e
0,202%), resultando em cinco níveis de metionina+cistina total (0,65; 0,70; 0,75;
0,80 e 0,85%), o que correspondeu aos níveis de 0,57; 0,62; 0,67; 0,72 e 0,77%
de Met+Cys digestível.
Para a estimativa da metionina+cistina total e digestível foram tomados
como base os valores totais e digestíveis desses aminoácidos nos ingredintes de
acordo com Rostagno et al. (2005). O nível intermediário de Met+Cys total
utilizado era o recomendado pelo manual da linhagem. As dietas experimentais
foram isonutritivas para energia metabolizável (2.900 kcal/kg de EM), proteína
bruta (21%), cálcio (0,94%) e fósforo disponível (0,44%). Antes de os peletes
serem triturados, à ração foram adicionados 5,5% de caulim (inerte) como
ligante.
As rações foram fornecidas às aves na forma farelada ou triturada. A
ração triturada era inicialmente peletizada em prensa peletizadora equipada com
motor de 6 HP, com temperatura média na saída do equipamento de 80 ºC,
seguida de resfriamento dos peletes durante 20 minutos. Posteriormente, os
péletes eram quebrados e fornecidos às aves na forma triturada.
34
TABELA 2. Composição em ingredientes e química da ração basal utilizada no período de 1 a 4 semanas para pintainhas leves e semipesadas1
Composição Alimentar
Ingrediente Dieta Basal (%) Milho 49,723 Farelo de soja 35,299 Soja extrusada 1,672 Calcário 0,831 Fosfato bicálcico 2,003 Amido 0,400 DL-Metionina 0,000 L-Lisina HCl 0,010 L-Treonina 0,032 Cloreto de colina 0,100 Óleo de soja 4,000 Sal 0,289 Premix vitamínico2 0,100 Premix mineral3 0,050 Promotor de crescimento4 0,015 Anticoccidiano5 0,005 Antioxidante6 0,010 Inerte7 5,461 Total 100,000
Composição Química Proteína bruta (%) 21,000 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.900 Cálcio (%) 0,950 Fósforo disponível (%) 0,664 Metionina+cistina total (%) 0,650 Metionina total (%) 0,322 Lisina total (%) 1,150 Treonina total (%) 0,850 Triptofano total (%) 0,267 Sódio (%) 0,154 1Recomendaçoes dos manuais das linhagens, Granja Planalto (2005) e Rostagno et al (2005). 2Composição por kg do produto: Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg; Vit. B12 11.000 mg; Niacina 25.000 mg; Ácido fólico 400 mg; Ácido pantotênico 10.000 mg; Selênio 300 mg; Antioxidante 30 g; Veículo q.s.p. 3Composição por kg do produto: Mg - 150.000 mg; Zn - 100.000 mg; Fe - 100.000 mg; Cu - 16.000 mg; I -1.500 mg; Veículo q.s.p. 4Baccitracina de zinco (150g/ton de ração). 5Coxistac (50g/ton de ração). 6Etoxiquim (100g/ton de ração). 7Caulim.
35
As pintainhas foram alimentadas à vontade e submetidas a um programa
de luz contínuo.
Os valores de composição química analisados, tabelados e calculados da
matéria-prima utilizada na fabricação das dietas durante o período experimental,
bem como da dieta basal fornecida na fase de 1 a 4 semanas, são apresentados na
Tabela 3.
TABELA 3. Composição química do farelo de milho, do farelo de soja e da dieta basal utilizados no período de 1 a 4 semanas para poedeiras leves e semipesadas
Nutriente Milho moído Farelo de soja Dieta basal A1 T2 A1 T2 A1 C3 Proteína bruta (%) 8,35 8,26 44,67 45,32 19,92 21,00 Gordura bruta (%) 3,19 3,61 1,71 1,66 6,29 6,20 Matéria seca (%) 88,33 87,11 86,73 88,59 89,79 89,13
1Analisado (Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos do CFT/UFPB). 2Tabelado (Rostagno et al. 2005). 3Calculado.
2.5 Variáveis estudadas
O desempenho das pintainhas de 1 a 4 semanas de idade foi avaliado
quanto a consumo de ração total (CRT), consumo de ração diário (CRD), ganho
de peso total (GPT), ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar (CA),
semanalmente. A cada 7 dias, o consumo de ração (g/ave/dia) foi calculado pela
diferença entre a ração fornecida e a sobra de ração nos baldes; o ganho de peso
diário foi obtido pelo peso final menos o peso inicial e a conversão alimentar foi
determinada pela divisão do consumo de ração pelo ganho de peso diário.
A porcentagem do peso padrão das aves em experimento foi calculada,
ao final da quarta semana, com base no peso médio sugerido nos manuais das
36
linhagens leve e semipesada. A porcentagem de uniformidade (%U) foi
calculada pela seguinte fórmula:
Ao final da primeira, segunda e quarta semanas, duas aves de cada
parcela experimental foram selecionadas pelo peso vivo e abatidas, e suas penas
foram retiradas e pesadas. Um grupo controle de quarenta pintainhas, vinte da
linhagem Dekalb White e vinte da linhagem Bovans Goldline, com peso médio
de 33,52±0,94 e 37,16±0,97g, respectivamente, foram abatidas com um dia de
idade para estimar o peso de penas (PP), a porcentagem de penas (PPN) e o
ganho de penas (GPN).
Para se obter o peso de penas, as aves foram totalmente depenadas
manualmente, a carcaça limpa (sem penas) foi pesada e, por diferença, obteve-se
o peso de penas (PP = ave com penas – aves sem penas). O ganho de penas foi
estimado pela diferença entre o PP das aves do grupo do abate referência e o PP
das aves abatidas no final das 4 semanas.
2.6 Procedimentos e análises estatísticas
Nas análises estatísticas, não havendo interação entre os fatores
estudados, o resultado do teste F para forma física da ração e a linhagem da
pintainha foi considerado conclusivo. As exigências de metionina+cistina para
pintainhas de 1 a 4 semanas de idade foram estimadas por regressão,
considerando-se o nível de significância, o coeficiente de determinação e a
resposta biológica esperada das aves.
Para maior objetividade da informação, apenas os efeitos de interação
simples foram considerados na interpretação dos resultados. O desempenho
%U Nº de aves dentro do PM ± 10% do PM
Nº total de aves da amostra = X 100
37
produtivo foi analisado conforme o procedimento REGREAMD 1 do SAEG,
versão 5.0. Para processamento das análises utilizou-se o programa SAEG –
Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas, desenvolvido pela Universidade
Federal de Viçosa, UFV (1993).
38
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Desempenho das aves em função dos níveis de metionina+cistina total
Os percentuais de peso padrão foram 93,32; 83,33; 75,22; 76,81 e
78,24% para as leves e 83,33; 90,12; 77,29; 83,41 e 81,29% para as
semipesadas, nos níveis de 0,65; 0,70; 0,75; 0,80 e 0,85%, respectivamente. Não
foi observado efeito significativo (P > 0,05) dos níveis de Met+Cys sobre o peso
padrão das aves em experimento.
Os resultados obtidos com pintainhas leves e semipesadas de 1 a 4
semanas de idade, em função dos níveis de metionina+cistina total e da forma
física da ração, são apresentados na Tabela 4.
Não houve interação (P > 0,05) entre os níveis de metionina+cistina
total, a linhagem e a forma física da ração. Entretanto, os níveis de
metionina+cistina total afetaram o consumo de ração total, o consumo de ração
diário, o ganho de peso total, o ganho de peso diário e a conversão alimentar das
pintainhas de forma quadrática (P ≤ 0,001).
39
TABELA 4. Consumo de ração total (CRT), consumo de ração diário (CRD), ganho de peso total (GPT), ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar (CA) de pintainhas de 1 a 4 semanas de idade em função dos níveis de metionina+cistina (Met+Cys), da linhagem e da forma física da ração.
% Met+Cys CRT CRD GPT GPD CA (g) (g/d) (g) (g/d) (kg/kg) 0,65 2750,1 17,9 215,0 7,7 2,4 0,70 2810,6 18,4 223,0 7,1 2,1 0,75 2903,3 19,1 259,0 9,3 2,0 0,80 2857,1 18,6 248,6 8,9 2,0 0,85 2805,3 18,6 248,6 8,9 2,0 Linhagem (Lin) Leve (LV) 2861,1b 18,7b 233,2b 8,3b 2,2a Semipesada (SP) 3125,5a 20,5a 267,7a 9,6a 2,1b Forma física (FF) Farelada 2999,5 19,6 243,0b 8,7b 2,3a Triturada 2987,0 19,5 257,9a 9,2a 2,1b ANOVA Met+Cys (%) Q *** Q *** Q *** Q *** Q *** Lin (L) ** ** ** ** ** FF (FF) ns ns ** ** ** Met+Cys*LIN ns ns ns ns ns Met+Cys*FF ns ns ns ns ns LIN*FF ns ns ns ns ns Met+Cys*L*FF ns ns ns ns ns CV (%) 2,115 2,556 2,283 3,206 3,721 ns = não significativo; Q = Efeito quadrático; *(P ≤ 0,05); **(P ≤ 0,01); ***(P ≤ 0,001).
Um maior consumo de ração total foi constatado no nível de 0,77% de
metionina+cistina (Figura 1), conforme a equação de regressão (ŷ = - 3168 +
15810x – 10333x2; R2=0,89).
40
y = - 3168 + 15810x -10333x2 (R2=0,89)
2700
2750
2800
2850
2900
2950
0,65 0,70 0,75 0,80 0,85Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
sum
o de
raçã
o to
tal
FIGURA 1 – Consumo de ração total (grama/ave) em função do nível
de metionina+cistina total na dieta.
O consumo de ração diário também foi influenciado de forma quadrática
(P ≤ 0,001) pelos níveis de metionina+cistina total da dieta, com consumo
máximo observado no nível de 0,77% de acordo com a equação de regressão (ŷ
= - 19,865 + 100,3x – 64,909x2; R2 0,83).
Como observado, os níveis de metionina+cistina total influenciaram (P
≤ 0,001) o consumo de ração total e diário em pintainhas leves e semipesadas,
corroborando a afirmação de Cieslak & Benevenga (1984) de que a variável
consumo de ração é importante na avaliação do efeito do imbalanço de
aminoácidos. Esta afirmação pode explicar os menores consumos de ração das
aves nos níveis marginais do aminoácido estudado, sendo o imbalanço
aminoacídico, possivelmente, o principal fator envolvido com esta depressão no
consumo nos níveis extremos de Met+Cys.
Segundo Klasing (1998), a deficiência de um aminoácido essencial se
manifesta com a redução no consumo da ave, tornando a deficiência ainda mais
severa. Desta forma, os níveis extremos de Met+Cys total utilizados nesta fase
0,77%
41
de criação tiveram influência negativa sobre o consumo de ração, corroborando
a hipótese de D’Mello (1994) sobre o desenvolvimento de anorexia nas aves
consumindo rações imbalanceadas.
O ganho de peso total (Figura 2) e diário diminuíram nos níveis mais
baixo e alto de metionina+cistina total da dieta (P ≤ 0,001). O nível de
metionina+cistina total que proporcionou o maior ganho de peso foi 0,80% para
as duas variáveis, conforme o modelo de regressão quadrático e as equações: ŷ =
- 893 + 2856,5x – 1780,6x2; R2=0,81 para o ganho de peso total; e ŷ = - 32,312 +
103,19x – 64,396x2; R2=0,81 para o ganho de peso diário.
y = - 893 + 2856,5x -1780,6x2 (R2 = 0,81)
160
200
240
280
320
0,65 0,70 0,75 0,80 0,85
Níveis de metionina+cistina total (%)
Gan
ho d
e pe
so to
t
FIGURA 2 – Ganho de peso total (grama/ave) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
A conversão alimentar foi influenciada de forma quadrática (P ≤ 0,001)
pelos níveis de metionina+cistina da ração, com piores conversões alimentares
para as aves que foram alimentadas com dietas suplementadas com níveis mais
baixos e mais altos de DL-metionina (Figura 3), sendo estimada uma exigência
0,80%
42
de 0,79% de Met+Cys para a fase de 1 a 4 semanas, independentemente da
linhagem e da forma fisica da ração.
y = 13,009- 27,714x + 17,42x2 (R2 = 0,97)
1,90
2,00
2,10
2,20
2,30
2,40
0,65 0,70 0,75 0,80 0,85
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
vers
ão a
limen
tar
FIGURA 3 – Conversão alimentar (kg/kg) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
A exigência média de metionina+cistina total para as aves das duas
linhagens, obtida no presente estudo, foi de 0,79%, com base nas variáveis
ganho de peso (total ou diário) e conversão alimentar. Este resultado aproxima-
se da exigência recomendada pelos manuais das linhagens Dekalb White e
Bovans Goldline de 0,75% de metionina+cistina para a fase inicial de 1 a 4
semanas de idade, mas é superior aos valores de metionina+cistina total
recomendados por Rostagno et al. (2005) para as aves leves e semipesadas, no
período de 1 a 6 semanas de idade, de 0,71 e 0,69%, e pelo NRC (1994), de 0,62
e 0,59% de metionina+cistina, respectivamente. Estas diferenças podem ser
atribuídas às diferenças na faixa etária das aves, mais jovens no presente estudo,
em relação às aves usadas nos experimentos que deram origem as sugestões do
NRC (1994) e Rostagno et al. (2005), que foram avaliadas de 1 a 6 semanas de
0,79%
43
idade. Ainda, há que se considerar que as exigências recomendadas no NRC
(1994) referem-se a aves de linhagens de mais de uma década atrás.
O maior teor de proteína da ração também pode ter influenciado a maior
exigência em Met+Cys neste trabalho em relação aos níveis sugeridos pelo NRC
(1994) e Rostagno et al. (2005), com valores mais reduzidos de proteína bruta na
dieta.
3.2 Desempenho das linhagens leves e semipesadas
A linhagem semipesada apresentou maior consumo de ração total,
consumo de ração diário, ganho de peso total, ganho de peso diário e conversão
alimentar (P ≤ 0,01) em comparação com a linhagem leve (Tabela 4). Os
resultados do presente trabalho discordam em parte dos obtidos por Silva et al.
(2000), que observaram maior consumo e ganho de peso para as aves leves em
relação às semipesadas, de 0 a 6 semanas, mas concordam em relação à
conversão alimentar das aves semipesadas, que também foi melhor que a das
leves.
Rodrigueiro et al. (2007), estimando as exigências nutricionais de lisina
para aves leves e semipesadas de 1 a 3 e 4 a 6 semanas de idade, também
observaram que as pintainhas da linhagem semipesada apresentaram melhor
desempenho na fase inicial, comparadas às da linhagem leve. De acordo com
Leeson & Summers (1997), as aves semipesadas podem apresentar maiores
exigências nutricionais em virtude da maior exigência de mantença em relação
às leves.
No presente trabalho, a conversão alimentar das aves semipesadas foi de
aproximadamente 4,5% melhor. Com base nesse resultado, pode-se inferir que
as frangas da linhagem semipesada continuam a apresentar desempenho superior
ao das frangas leves. Os achados do presente estudo apóiam as afirmações do
44
NRC (1994) de que aves semipesadas consomem 10% a mais de ração em
comparação com aves leves.
Comparando os resultados de consumo médio diário e conversão
alimentar para as aves leves, de 18,71g e 2,24kg/kg, e para as aves semipesadas,
de 20,46g e 2,14kg/kg, obtidos no presente trabalho, com os valores dos manuais
das linhagens leve, 16,75g e 3,21kg/kg, e semipesada, 22,50g e 2,72kg/kg,
observa-se que as aves leves tiveram um consumo diário de ração 12% superior
ao estimado pelo manual da linhagem. No entanto, as aves semipesadas
apresentaram consumo diário 9% menor que o estipulado pelo manual de
manejo da poedeira Bovans Goldline.
As conversões alimentares observadas no presente estudo, no período de
1 a 4 semanas, foram cerca de 30% e 21% melhores que as conversões
alimentares sugeridas pelo manual das linhagens leves e semipesadas,
respectivamente. Estes resultados reforçam a idéia de que as informações
técnicas para aves de postura comercial devem ser reavaliadas periodicamente.
3.3 Desempenho das aves em função da forma física da ração
Não houve efeito significativo (P > 0,05) da forma fisica da dieta sobre
o consumo de ração total e diário. Entretanto, a dieta triturada proporcionou às
pintainhas leves e semipesadas de 1 a 4 semanas de vida melhor ganho de peso
total, ganho de peso diário e melhor conversão alimentar (P ≤ 0,01) (Tabela 4).
Avaliando o desempenho e a biometria de órgãos digestórios de poedeiras
semipesadas em diferentes idades, Stringhini et al. (2005) concluíram que o uso
de dietas pré-iniciais micropeletizadas até a segunda semana de idade favorece
positivamente estas variáveis.
No presente trabalho, a ração triturada melhorou o ganho de peso das
aves em 6,4% e a conversão alimentar em 6% em comparação com a dieta
45
farelada, resultados que concordam com os obtidos por Nagano et al. (2003),
Teixeira et al. (2007) e Bernardino et al. (2007) com pintos de corte. A melhora
em 6% na conversão alimentar para as aves alimentadas com dieta triturada
representa uma diminuição de 140g de ração/ave em relação à farelada até 4
semanas de idade.
O melhor desempenho das aves recebendo a dieta triturada em
comparação com as aves alimentadas com ração farelada ocorreu devido a
vários fatores, entre eles a melhor disponilidade dos nutrientes numa fase em
que o sistema digestório das pintainhas ainda não se encontra completamente
desenvolvido, propiciando uma vantagem econômica com o uso de dietas
peletizadas para frangas nas primeiras idades.
Segundo Falk (1985) e Moran Jr. (1987), a peletização (triturada)
melhora a eficiência alimentar das aves devido à combinação da umidade, calor
e pressão, que gelatinizam o amido ou rompem a estrutura das partículas dos
alimentos, melhorando o aproveitamento dos nutrientes. Nos carboidratos,
ocorre à desagregação dos grânulos de amilose e amilopectina, facilitando a ação
enzimática, e nas proteínas ocorre uma alteração das estruturas terciárias,
facilitando a sua digestão.
Os valores de peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de
penas (PPN) e ganho de penas (GPN) de pintainhas leves e semipesadas ao final
da 4ª semana de vida, em função dos níveis de metionina+cistina na ração, da
linhagem e da forma física, são apresentados na Tabela 5.
46
TABELA 5. Peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de penas (PPN) e ganho de penas (GPN) de pintainhas leves (LV) e semipesadas (SP) na quarta semana de idade, em função dos níveis de metionina+cistina total (Met+Cys), da linhagem (Lin) leve (LV), semipesada (SP) e da forma física da ração (FF) farelada (FAR) e triturada (TT).
(%) Met+Cys PV (g) PP (g) PPN (%) GPN (g) 0,65 258,3±19,8 25,4±1,5 9,9±0,8 23,9±1,3 0,70 275,1±27,7 27,0±3,6 9,8±0,9 23,1±1,8 0,75 299,3±22,3 32,7±5,1 10,9±1,4 23,8±2,1 0,80 298,9±25,1 33,5±4,7 11,3±1,3 27,0±2,6 0,85 307,2±20,5 32,2±8,3 10,4±1,3 25,8±1,7 Lin LV 269,6±22,3b 27,7±3,8b 10,3±1,2b 24,5±2,3 SP 305,8±23,2ª 32,6±6,7ª 10,7±1,9ª 24,9±2,5 FF FAR 281,6±28,8b 29,5±5,1b 10,5±1,7 25,0±2,4ª TT 293,9±28,4ª 30,8±6,0ª 10,5±1,6 24,4±2,4b ANOVA Met+Cys *** *** *** *** Lin (L) *** *** *** ns FF (FF) *** *** ns *** MC*LIN ns *** *** ns MC*FF ns *** *** ns LIN*FF ns ns ns ns MC*L*FF ns *** *** *** CV (%) 4,382 2,334 5,133 2,848 (a,b) = Letras minúsculas distintas na coluna diferem pelo Teste F (P 0,05). *(P ≤ 0,05); **(P ≤ 0,01); ***(P ≤ 0,001). ns = não significativo.
Exceto para o peso vivo e ganho de penas, houve efeito de interação
entre os níveis de Met+Cys e a linhagem e entre os níveis de Met+Cys e a forma
física da dieta (P ≤ 0,001). Os níveis de Met+Cys afetaram de forma linear o
peso vivo das aves (P ≤ 0,001), conforme a equação PV = 105,17 + 243,42x
R2=0,89. As pintainhas semipesadas apresentaram maior peso vivo, peso e
porcentagem de penas (P ≤ 0,001). A dieta triturada influenciou de forma
positiva o peso vivo e o peso de penas das aves (P ≤ 0,001). Os níveis de
47
Met+Cys influenciaram de forma linear (P ≤ 0,001) o ganho de penas, conforme
a equação: ŷ = 13,286 + 15,239x; R2 = 0,55, e a dieta farelada proporcionou
maior ganho de penas (P ≤ 0,001) para as aves leves e semipesadas.
Os efeitos resultantes das interações entre os níveis de Met+Cys e a
linhagem são apresentados na Tabela 6.
TABELA 6. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e da linhagem leve (LV) e semipesada (SP) sobre o peso (PP) e a porcentagem de penas (PPN) ao final da quarta semana de vida.
PP (g) PPN (%)
Linhagem Linhagem Met+Cys (%) LV SP LV SP
0,65 24,6 26,1 10,1 9,6 0,70 24,7b 29,3a 9,7 9,8 0,75 29,7b 35,8a 10,5 11,3 0,80 31,9 35,0 11,4 11,0 0,85 27,5b 36,8a 9,4 11,4 Efeito Q L Q L
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
As aves da linhagem semipesada apresentaram maior peso de penas nos
níveis de metionina+cistina de 0,70; 0,75 e 0,85% que as aves leves, o que
caracteriza que as aves semipesadas têm maior volume de penas, característica
que pode estar relacionada às raças ancestrais, que deram origem tanto à
linhagem SP quanto à Rhode Island Red.
Os efeitos dos desdobramentos das interações entre Met+Cys e a
linhagem, com o abate das aves na quarta semana de idade, são apresentados nas
Figuras 4 e 5.
48
y = -331,88x2 + 524,01x - 177 R2 = 1
y = 54,293x - 8,0708 R2 = 1
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
0,65 0,70 0,75 0,80 0,85
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
pena
(g)
FIGURA 4 – Peso de penas em função do nível de Met+Cys na ração
y = 9,7147x + 3,3793R2 = 1
y = -91,917x2 + 138,58x - 41,504 R2 = 1
8,8
9,3
9,8
10,3
10,8
11,3
11,8
0,65 0,67 0,69 0,71 0,73 0,75 0,77 0,79 0,81 0,83 0,85
Níveis de metionina + cistina total (%)
Pena
(%)
FIGURA 5 – Porcentagem de penas em função do nível de Met+Cys na
ração
0,79%
ŷLV = - 177 + 524,01x - 331,88x2 R2=0,66 ŷSP = - 8,0708 54,293x R2=0,85
0,75%
ŷLV = - 41,504 + 138,58x – 91,917x2 R2=0,75 ŷSP = - 3,3793 + 9,7147x R2=0,81
49
Os níveis de Met+Cys afetaram de forma quadrática (P ≤ 0,05) as
variáveis peso e porcentagem de penas das aves da linhagem leve. A exigência
média estimada com base nestas variáveis foi de 0,77% de Met+Cys, o que é
semelhante às recomendações do manual da linhagem Dekalb White (Granja
Planalto, 2005b).
A média estimada a partir das variáveis PP e PPN para a linhagem leve
de 0,77% de Met+Cys se aproxima da estimativa média obtida para o
desempenho (0,79% de Met+Cys) e apóia a hipótese da influência que os
aminoácidos sulfurados têm na síntese da proteína das penas, conforme
sugeriram Leeson & Summers (1997).
Os níveis de Met+Cys afetaram de forma linear (P ≤ 0,05) o peso e a
porcentagem de penas da linhagem semipesada.
Os efeitos resultantes das interações entre os níveis de Met+Cys e a
forma física da dieta são apresentados na Tabela 7.
TABELA 7. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e a forma física farelada (FAR) e triturada (TT) sobre o peso (PP) e a porcentagem de penas (PPN) ao final da quarta semana de vida
PP (g) PPN (%)
Forma Física Forma Física
Met+Cys (%) FAR TT FAR TT
0,65 24,9 25,8 9,8 9,8 0,70 24,7b 29,2ª 9,2b 10,3ª 0,75 31,8 33,6 10,8 11,0 0,80 37,2ª 29,7b 12,9ª 9,6b 0,85 28,6 35,7 9,4 11,4 Efeito Q L Q ns
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
Os níveis intermediários de Met+Cys afetaram (P ≤ 0,05) o peso e a
porcentagem de penas independentemente da forma física da dieta. Houve efeito
quadrático (P ≤ 0,05) dos níveis de Met+Cys sobre o peso e a porcentagem de
50
penas dentro da forma física farelada. Os níveis de Met+Cys influenciaram de
forma linear o peso de penas na dieta triturada, não sendo verificado efeito
significativo (P > 0,05) dos níveis de Met+Cys para a porcentagem de penas na
dieta triturada.
As equações resultantes dos efeitos dos desdobramnetos das interações
entre Met+Cys e a forma física da dieta, com o abate das aves na quarta semana
de idade, são apresentadas na Tabela 8.
TABELA 8. Equações para estimar as exigências de metionina+cistina total pelo peso de penas (PP) e porcentagem de penas (PPN), em função da dieta farelada e triturada
Equação R2 Exigência Variável
Farelada PP (g) ŷ = - 296,05 + 835,43x - 530,45x2 R2 = 0,59 0,79 PPN (%) ŷ = - 77,015 + 229,66x – 149,37x2 R2 = 0,31 0,77
0,78 Média Triturada PP (g) ŷ = 0,287 + 40,727x R2 = 0,68 -
A exigência média estimada foi de 0,78% de Met+Cys, resultado
superior à exigência de 0,75% recomendada pelo manual das linhagens Dekalb
White e Bovans Goldline (Granja Planalto, 2005ab). Com base nos resultados
obtidos pode-se inferir que a demanda em aminoácidos sulfurados para as aves
apresentarem um bom desenvolvimento de penas é superior às recomendações
dos manuais das linhagens e às estimativas obtidas pelo desempenho mostrados
anteriormente portanto, as variáveis peso e porcentagem de penas talvez sejam
bons indicadores do status nutricional da ave em relação ao atendimento das
exigências em Met+Cys.
51
4 CONCLUSÕES
Recomenda-se 0,79% de metionina+cistina total na dieta de pintainhas
leves e semipesadas de 1 a 4 semanas de idade, ou 148 e 162 mg de Met+Cys
total/dia para aves leves e semipesadas, respectivamente. A exigência estimada
de Met+Cys digestível é de 0,71% para as duas linhagens ou 133 para as leves e
145 mg de Met+Cys digestível para as semipesadas, com base nas variáveis de
desempenho, considerando uma ração com 2.900 kcal/kg de energia
metabolizável.
As pintainhas semipesadas têm melhor desempenho que as leves no
período inicial de criação.
A ração triturada influencia o ganho de peso total, o ganho de peso
diário e a conversão alimentar de pintainhas leves e semipesadas de 1 a 4
semanas de idade.
52
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, R. Tópicos importantes na produção de poedeiras comerciais. Avicultura Industrial, n.3, p.53-56, 2004. BERNARDINO, V.M.P.; SILVA, C.R.; PEREIRA, C.M.C.; PENA, G.M.; ALBINO, L.F.T.; ROSTAGNO, H.S. Efeito da forma física da ração sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Santos, p.65, 2007. (Suplemento, 9). CIESLAK, D.G.; BENEVENGA, N.J. The effect of amino acid excess on utilization by the rat of the limiting amino acid – lysine. Journal of Nutrition, v.114, p.1863-1870, 1984. D’MELLO, J.P.F. Amino acid imbalances, antagonisms and toxicities. In: D’MELLO, J.P.L. (Ed.). Amino acids in farm animal nutrition. Edinburgh: The Scottish Agrigultural College/CAB Internacional, 1994. p.63-97. FALK, D. Pelleting cost center. In: Feed Manufacturing Technology. Book III. AFIA. 1985. Cap. 17. p.167-190. GRANJA PLANALTO. Guia de manejo de poedeiras da linhagem bovans goldline. Uberlândia, MG, 2005a. 37p. GRANJA PLANALTO. Guia de manejo de poedeiras da linhagem dekalb White. Uberlândia, MG, 2005b. 35p. KLASING, K.C. Comparative avian nutrition. California: CAB Internacional, 1998. 350p. LEESON, S.; SUMMERS, J.D. Commercial poultry nutrition. Guelph: University Books, 1997. 350p. MORAN Jr., E.T. Pelleting affects feed and its consumption. World’s Poultry Science, Baltimore, v.5, n.3, p.30-31. 1987. NAGANO, F.H.; FERNANDES, E.A.; SILVEIRA, M.M.; MARCACINE, B.A.; BRANDEBURGO, J.H. Efeito da peletização e extrusão da ração pré-inical sobre o desempenho final de frangos de corte. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, p. 35, 2003. (Suplemento, 5).
53
NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriments of poultry. 9thver.ed. Washington: National Academy, 1994. 155p. RODRIGUEIRO, R.J.B.; ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; GOMES, P.C.; NUNES, R.V.; NEME, R. Exigência nutricional de lisina para poedeiras leves e semipesadas nos períodos de 1 a 3 e de 4 a 6 semanas de idade. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.36, n.5. p.1365-1371, 2007. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para suínos e aves: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV/DZO, 2000. 141p. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para suínos e aves: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2.ed. Viçosa: UFV/DZO, 2005. 186p. SILVA, J.H.V.; ALBINO, L.F.T.; ROSTAGNO, H.S.; GOMES, P.C.; EUCLYDES, R.F. Exigência de lisina para aves de reposição de 0 a 6 semanas de idade. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.29, n.6. p.1777-1785, 2000. STRINGHINI, J.H.; PEDROSO, A.A.; CAFÉ, M.B.; BARBOSA, C.E.; LIMA, F.G.; BARBOSA, V.T. Desempenho e biometria de órgãos digestórios de poedeiras vermelhas alimentadas com dieta pré-inicial peletizada por diferentes períodos. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Santos, p.44, 2005. (Suplemento, 7). TEIXEIRA, E.N.M.; SILVA, J.H.V.; COSTA, F.G.P.; RIBEIRO, M.L.G.; ARAUJO, D.M.; JORDÃO FILHO, J. Inclusão do ovo desidratado em rações peletizadas ou fareladas para frangos de corte. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.36 n.5, p.1372 -1381, 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Central de Processamento de Dados. SAEG – Sistema de análise estatística e genética. Viçosa, MG, 1993. 59p.
54
CAPITULO III
EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO
LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS DE 5 A 11 SEMANAS DE
IDADE COM RAÇÃO FARELADA E PELETIZADA
55
RESUMO SILVA, Edson Lindolfo da. Exigência de metionina+cistina para frangas leves e semipesadas alimentadas de 5 a 11 semanas de idade com ração farelada e peletizada. In: ______. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas com ração farelada ou peletizada. 2007. Cap. 3, p.54-103. Tese (Doutorado em Nutrição de Monogástricos), Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG¹. Um experimento foi realizado para reavaliar as exigências em metionina+cistina (Met+Cys) de frangas leves (LV) e semipesadas (SP), de 5 a 11 semanas de idade, em função da forma física das rações posteriormente, o efeito residual dos tratamentos da fase de cria foi avaliado no período de 22 a 40 semanas, na fase de postura. Foram utilizadas 1.120 frangas, metade de cada linhagem. O delineamento foi inteiramente cazualizado, com 20 tratamentos em esquema fatorial 5x2x2, sendo cinco níveis de Met+Cys total, duas formas físicas da ração e duas linhagens, com quatro repetições de 14 aves cada. Durante a fase de produção, 480 poedeiras, metade de cada linhagem, foram alojadas ao acaso em quatro repetições por tratamento, constituindo seis aves em cada repetição. As rações basais foram suplementadas com DL-metionina (99%) para proporcionar cinco níveis de M+C total segundo recomendações da literatura nacional e o manual da linhagem. As rações experimentais do período de cria foram isonutritivas em EM (2.900 kcal/kg), PB (17%), Ca (1,00%) e P disponível (0,45%), contendo níveis crescentes de Met+Cys total (0,56; 0,60; 0,64; 0,68 e 0,72), enquanto, no período de produção, foi fornecida uma dieta única com 2.850 kcal/kg de EM, 16% PB, 3,70% de Ca e 0,34% de P disponível. As variáveis consumo de ração total (CRT), diário (CRD), ganho de peso total (GPT), diário (GPD) e conversão alimentar (CA) na fase de recria foram avaliadas aos 77 dias de idade. Na fase de produção, as variáveis consumo de ração (CR), produção (PR), peso de ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão por massa (CMO) e gravidade específica (GE) foram avaliadas em quatro períodos de 28 dias. A linhagem SP apresentou melhor desempenho comparado à LV (P<0,01). A dieta peletizada influenciou melhores CRT e CRD (P<0,01) em relação à dieta farelada. Avaliando o efeito residual na fase de postura, os níveis de Met+Cys afetaram (P<0,01) a PR, PO, MO e a CMO, PO. Os níveis de M+C e a FF da dieta utilizados durante o período de cria afetaram o desempenho subseqüente das aves no período de produção e a linhagem LV apresentou melhor performance. Recomendam-se 320 e 364mg diárias de Met+Cys para as aves leves e semipesadas, respectivamente. __________________________ ¹Comitê Orientador: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
56
ABSTRACT SILVA, Edson Lindolfo da. Requirement of methionine+cystine for light and semi-heavy pullets from 5 to 11 weeks fed either mashed and pelleted rations. 2007. In: ______. Methionine+cystine requirements for light and semi-heavy replacement birds fed either mashed and pelleted rations. 2007. Cap. 3, p.54-103. thesis (Doctorate in Monogastric Nutrition), Federal University of Lavras, Lavras, MG1. An experiment was conducted with the objective of reevaluating the requirements of Methionine+cystine (M+C) of light (L) and semi-heavy (SH) pullets of 5 to 11 weeks of age as related to the physical form of the rations and afterwards, the residual effect of the treatments of the growing phase was evaluated in the period of 22 to 40 weeks in the laying phase. 1,120 laying pullets were used, a half of each strain. A completely randomized design was used with 20 treatments in a factorial scheme 5x2x2, namely, five levels of total Met+Cy, two physical forms of the ration and two strains with four replicates of 14 birds each. During the laying phase, 480 laying hens, half of each strain, were housed at random into four replicates per treatment, constituting six birds each. The basal rations were supplemented with DL-Met. (99%) to provide five levels of total Met+Cy according to the recommendations of the national literature and strain handbook. The experimental rations of the growing period were isonutritive in ME (2,900 kcal/kg), CP (17%), Ca (1,000) and available P (0.450), containing growing levels of total Met+Cys: (0.56; 0.60; 0.64; 0.68 and 0.72), while in the laying period, a single diet with 2,850kcal/kg of ME, (16%) CP, (3.70%) of Ca and (0.340%) of available P was fed. The variables total feed intake (TFI), daily intake (DFI), total weight gain (TLW), daily weight gain (DLW) and feed conversion (FC) in the growing phase were evaluated at 77 days of age. In the laying phase, the variables feed intake (FI), laying (EP), egg weight (EW), egg mass (EM), conversion per mass (CMO) and specific gravity (GE) were evaluated in four periods of 28 days. The Sp strain performed better as compared with the L one (P <0.01). The pelleted diet provided better TFI, DFI (P <0.01) for L strain and better FC (P <0.01) for the SH strain. By evaluating the residual effect in the laying phase, the levels of Met+Cys affected (P<0.01) PR, EW, EM and CMO. The levels of Met+Cys and FF of the diet used over the laying period affected the subsequent performance of the birds in the laying period. 320 and 364 mg of Met+Cys daily are recommended for light and semi-heavy birds, respectively. ____________________________ ¹Guidance committe: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
57
1 INTRODUÇÃO
A atualização das exigências nutricionais de metionina+cistina para
frangas no período de recria justifica-se pelo melhoramento genético contínuo e
o conseqüente surgimento de novas linhagens com características de produção
superiores às já existentes no mercado. As novas linhagens de postura
apresentam, como principais características, baixo consumo de ração, alta
eficiência alimentar e ínicio precoce de postura, que coincide com o crescimento
final da franga.
Os planos de nutrição para aves em crescimento têm o desafio de
garantir a oferta de rações equilibradas nutricionalmente, formuladas com
ingredientes de alta qualidade e processadas adequadamente, visando otimizar a
deposição de nutrientes no corpo, os quais, convencionalmente serão
mobilizados para garantir o desempenho máximo durante todo o ciclo de
postura.
Segundo Silva et al. (2000b), a composição corporal das frangas é fator
de destaque que afeta o desempenho na produção de ovos. Novamente Silva et
al. (2000b) comentaram que o atendimento das exigências dos aminoácidos para
aves de reposição é considerado etapa crítica na otimização do desempenho
subseqüente, sendo afetado por fatores dietéticos, genéticos e ambientais.
Para atingir pico expressivo de produção de massa de ovos, é necessário
que a dieta atenda a exigência da ave em qualidade e quantidade de nutrientes.
Segundo Silva et al. (2000b), a dificiência de nutrientes nos estágios iniciais do
crescimento deve ser crítica para o desenvolvimento de tecidos específicos do
corpo de uma ave.
Na última edição do National Research Council, NRC (1994), os níveis
de metionina+cistina recomendados para frangas leves e semipesadas na fase de
7 a 12 semanas de idade foram, respectivamente, de 0,52% e 0,49%. Portanto, o
58
NRC considera que as frangas semipesadas sejam menos exigentes em
aminoácidos sulfurados do que as frangas leves. No Brasil, Rostagno et al.
(2000) recomendavam valores mais elevados de metionina+cistina para as duas
linhagens. Os autores seguiram a mesma tendência do NRC (1994) de
especificar níveis destes aminoácidos mais elevados para frangas leves na fase
de 7 a 12 semanas (0,55%) em relação às frangas semipesadas (0,53%).
Na mais recente publicação, os mesmos autores (Rostagno et al., 2005)
revisaram para baixo as especificações da tabela anterior, sem alterar a tendência
de recomendar valores mais elevados de metionina+cistina para frangas leves
(0,497%), comparadas às semipesadas (0,489%). Entretanto, percebe-se que a
diferença entre as duas linhagens passou a ser menor.
Outras pesquisas com aminoácidos para poedeiras jovens parecem
indicar menor diferenciação entre frangas de diferentes grupos genéticos. Silva
et al. (2000b) encontraram pequenas diferenças nas exigências de lisina entre
frangas leves e semipesadas na fase de 7 a 12 semanas de idade. Posteriormente,
Vargas Jr. (2004a,b) estimaram as exigências de cálcio e fósforo disponível para
as duas linhagens nas fases de 7 a 12 e 13 a 20 semanas e não encontraram efeito
do genótipo da ave sobre as estimativas.
Por outro lado, a peletização é um processo de prensagem da ração
farelada submetida à temperatura média de 80º C, e ainda são escassos os
trabalhos na literatura avaliando a alimentação de frangas com rações
peletizadas. Stringhini et al. (2005) obtiveram melhores resultados para peso
vivo e conversão alimentar quando forneceram dieta pré-inicial peletizada até 11
dias de idade versus dieta inicial farelada para frangas. Os lotes que receberam
dieta pré-inicial peletizada apresentaram maior peso vivo e melhor conversão
alimentar aos 35 dias. Os autores sugeriram que o efeito positivo na fase de
crescimento pode se refletir no desempenho da futura poedeira.
59
Portanto, o presente trabalho foi conduzido para reavaliar as exigências
em metionina+cistina para frangas leves e semipesadas de 5 a 11 semanas de
idade, alimentadas com rações farelada e peletizada, e avaliar o efeito dos
tratamentos da fase de cria sobre o desempenho produtivo no período de 22 a 40
semanas de idade.
60
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Local de realização do experimento
O experimento foi conduzido no Setor de Pesquisas em Nutrição de
Aves do Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da
Paraíba, SPNA/CFT/UFPB, situado na cidade de Bananeiras-PB, microrregião
do brejo paraibano, no período de 12 de abril a 20 de dezembro de 2006.
2.2 Fase de crescimento
2.2.1 Aves e instalações
Foram utilizadas 1.120 aves, sendo 560 frangas da linhagem leve (FL)
Dekalb White e 560 frangas da linhagem semipesada (FSP) Bovans Goldline,
com cinco semanas de idade e peso vivo médio inicial de 288,45±7,45 g e
337,63±6,84 g, respectivamente, tendo sido vacinadas para controle das
principais enfermidades em aves de postura e sexadas no incubatório da Granja
Planalto, Uberlândia – MG. Durante a fase inicial até a quarta semana, as aves
foram criadas de acordo com as práticas convencionais de manejo e alimentadas
com uma dieta única segundo recomendações do manual da linhagem.
Após identificadas por tratamento, as aves foram pesadas e alojadas em
boxes de 1,0 x 1,5 m dispostos em duas fileiras, totalmente fechados com tela
plástica à prova de pássaros; o piso era coberto com cama de maravalha e cada
boxe continha uma lâmpada incandescente de 100 Watts, um comedouro tubular
e um bebedouro pendular infantil. O galpão onde o experimento foi realizado era
de alvenaria, medindo 24 m de comprimento por 9 m de largura, apresentando
orientação Leste-Oeste, laterais fechadas com telas de arame, muretas laterais de
61
0,40 m de altura, pé direito de 2,80 m, sem lanternim, cobertura de telha de
barro, apoiada em duas águas, com beirais de 1,50 m. As cortinas do galpão
permitiam abertura lateral, em movimento de cima para baixo, e eram reguladas
de acordo com a temperatura ambiente exigida pelas aves em crescimento.
As condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar foram
registradas duas vezes ao dia, utilizando-se um aparelho termohigrômetro digital
pré-fixado no centro do galpão, na altura dos boxes. As médias de temperatura e
umidade relativa do ar mínimas, médias e máximas foram, respectivamente, de
23,12; 25,09; 26,99º C e, 79,61; 91,92 e 97,98% para o período de crescimento
(12 de abril a 31 de maio de 2006).
2.2.2 Delineamento experimental
Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com 20
tratamentos em esquema fatorial 5x2x2, sendo cinco níveis de metionina+cistina
total duas formas físicas da ração e duas linhagens; cada tratamento foi
composto de quatro repetições com 14 aves cada.
2.2.3 Dietas experimentais
Uma dieta basal foi formulada para atender as exigências das aves em
todos os nutrientes, segundo recomendações de Rostagno et al. (2005) e dos
manuais das linhagens Dekalb White e Bovans Goldline (Granja Planalto,
2005ab) (Tabela 9), exceto em metionina, que foi suplementada com DL-
metionina (99%) em substituição ao amido (0,000; 0,040; 0,081; 0,121 e
0,162%), resultando em cinco níveis de metionina+cistina total (0,56; 0,60; 0,64;
0,68 e 0,72%), o que correspondeu aos níveis de 0,50; 0,54; 0,58; 0,62 e 0,66%
de Met+Cys digestível.
62
TABELA 9. Composição em ingredientes e química da ração basal utilizada no período de 5 a 11 semanas para frangas leves e semipesadas1
Composição Alimentar
Ingrediente Dieta Basal Milho 69,270 Farelo de soja 24,290 Calcário 1,131 Fosfato bicálcico 1,883 Amido 0,400 DL-Metionina 0,000 Cloreto de colina 0,100 Sal 0,189 Bicarbonato de sódio 0,177 Premix vitamínico2 0,100 Premix mineral3 0,050 Promotor de crescimento4 0,015 Anticoccidiano5 0,005 Antioxidante6 0,010 Inerte7 2,380 Total 100,000
Composição Química Proteína bruta, (%) 17,00 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.900 Cálcio, (%) 1,000 Fósforo disponível, (%) 0,450 Metionina+cistina total, (%) 0,560 Metionina total, (%) 0,275 Lisina total, (%) 0,848 Treonina total, (%) 0,660 Triptofano total, (%) 0,199 Sódio, (%) 0,160
1Recomendaçoes dos manuais das linhagens Granja Planalto (2005) e de Rostagno et al (2005). 2Composição por kg do produto: Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg; Vit. B12 11.000 mg; Niacina 25.000 mg; Ácido fólico 400 mg; Ácido pantotênico 10.000 mg; Selênio 300 mg; Antioxidante 30 g; Veículo q.s.p. 3Composição por kg do produto: Mg - 150.000 mg; Zn - 100.000 mg; Fe - 100.000 mg; Cu - 16.000 mg; I -1.500 mg; Veículo q.s.p. 4Baccitracina de zinco (150g/ton de ração). 5Coxistac (50g/ton de ração). 6Etoxiquim (100g/ton de ração). 7Caulim
Para a estimativa da metionina+cistina total e digestível foram tomados,
como base, os valores totais e digestíveis desses aminoácidos nos ingredintes de
63
acordo com Rostagno et al. (2005). O nível intermediário de Met+Cys total
utilizado era o recomendado pelo manual da linhagem. As dietas experimentais
foram isonutritivas para energia metabolizável (2.900 kcal/kg de EM), proteína
bruta (17%), cálcio (1,00%) e fósforo disponível (0,45%). Foram adicionados
2% de caulim (inerte) à dieta para melhorar a qualidade dos péletes.
Os valores de composição química, analisados e tabelados, da matéria-
prima utilizada na fabricação das dietas durante o período experimental, bem
como da dieta basal, analisados e calculados, fornecida na fase de 5 a 11
semanas, são apresentados na Tabela 10.
TABELA 10. Composição química do farelo de milho, farelo de soja e da dieta basal utilizados no período de 5 a 11 semanas para poedeiras leves e semipesadas
Nutriente Milho moído Farelo de soja Dieta basal A1 T2 A1 T2 A1 C3 Proteína bruta (%) 8,35 8,26 44,67 45,32 17,12 17,00 Gordura bruta (%) 3,19 3,61 1,71 1,66 2,20 2,73 Matéria seca (%) 88,33 87,11 86,73 88,59 87,31 87,87
1Analisado (Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos do CFT/UFPB). 2Tabelado (Rostagno et al. 2005). 3Calculado.
As rações foram fornecidas às aves na forma peletizada ou farelada. A
peletização das rações foi realizada em prensa peletizadora equipada com motor
de 6 HP, seguida de resfriamento dos peletes durante 20 minutos. Os peletes
apresentaram 5 mm de diâmetro e, em média, 5 mm de comprimento.
Foi realizado o teste de índice de durabilidade de pélete (IDP), o qual foi
determinado submetendo-se os peletes a um aparelho com rotação de 50 rpm
durante 10 minutos, perfazendo um total de 500 voltas, em um equipamento à
prova de pó, com uma cuba em aço inox que girava em um eixo centrado
perpendicular. Os finos foram medidos peneirando o produto com tyler menor
64
que o diâmetro dos peletes. Para se obter o índice de durabilidade de peletes
utilizou-se a seguinte fórmula:
O valor médio de IDP obtido no teste foi de 83,08%, cujo resultado
refere-se à porcentagem de peletes íntegros, e é semelhante aos obtidos em nível
de campo, determinados pelas fábricas de rações. De acordo com Langhout &
Wijtten (2005), peletes de boa qualidade para frangos têm índice de durabilidade
superior a 80%.
As frangas receberam alimentação à vontade e foram submetidas a um
programa de luz contínuo.
2.2.4 Variáveis estudadas
O desempenho das frangas em crescimento no período de 5 a 11
semanas de idade foi avaliado quanto ao consumo de ração total (CRT),
consumo de ração diário (CRD), ganho de peso total (GPT), ganho de peso
diário (GPD) e conversão alimentar (CA). A cada 7 dias, o consumo de ração
(g/ave/dia) foi calculado pela diferença entre a ração fornecida e a sobra de
ração existente nos baldes; o ganho de peso diário foi obtido pelo peso final
menos o peso inicial e a conversão alimentar, determinada pela divisão do
consumo de ração pelo ganho de peso diário. Os dados obtidos semanalmente
foram agrupados, quando as aves completaram 77 dias de idade, e encerrou-se a
fase de cinco a onze semanas.
A porcentagem do peso padrão das aves em experimento foi calculada
ao final da décima primeira semana, com base no peso médio sugerido nos
IDP Peso dos peletes após o teste
Peso dos peletes antes do teste = X 100
65
manuais das linhagens leve (Dekalb White) e semipesada (Bovans Goldline). A
porcentagem de uniformidade (%U) foi calculada pela seguinte fórmula:
Ao final da 7ª e da 11ª semana, duas aves de cada parcela experimental
foram selecionadas pelo peso vivo, pesando-se todas as aves da parcela e
retirando duas aves ± 5% da média da parcela, as quais foram, em seguida,
pesadas e abatidas, depenadas e pesadas. Um grupo controle de quarenta aves,
vinte da linhagem Dekalb White e vinte da linhagem Bovans Goldline, com peso
médio de 253,99±14,76 e 316,64±16,94g, respectivamente, foram abatidas com
cinco semanas de idade para estimar o peso de penas (PP), a porcentagem de
penas (PPN) e o ganho de penas (GPN) no ínicio do experimento, em
comparação com as aves em experimento.
Para se obter o peso de penas, as aves foram totalmente depenadas
manualmente, a carcaça limpa (sem penas) foi pesada e, por diferença, obteve-se
o peso de penas (PP = ave com penas – aves sem penas). O ganho de penas foi
estimado pela diferença do PP das aves do grupo do abate referência e o PP das
aves abatidas no final das onze semanas.
2.3 Fase de postura
2.3.1 Aves e instalações
Após a 11ª semana as aves foram criadas seguindo as recomendações do
manual da linhagem, até que atingissem o início de postura.
Durante a fase de produção, para se avaliar um possível efeito residual
acarretado pelos tratamentos a que foram submetidas as aves durante a fase de
%U Nº de aves dentro do PM ± 10% do PM
Nº total de aves da amostra = X 100
66
crescimento (5 a 11 semanas), utilizaram-se 480 aves, remanescentes do período
de recria, 240 poedeiras da linhagem leve (PL) Dekalb White e 240 poedeiras da
linhagem semipesadas (PSP) Bovans Goldline, com vinte e duas semanas de
idade e peso vivo médio de 1,45 kg e 1,79 kg.
Após serem selecionadas pelo peso vivo e identificadas por tratamento,
as aves foram alimentadas com uma dieta única, até atingirem 50% de produção
de ovos, quando foram novamente pesadas em grupo por parcela e, finalmente,
iniciado o experimento. As aves foram alojadas em gaiolas de arame
galvanizado medindo 33 x 45 cm, cada uma contendo um bebedouro nipple para
cada quatro aves alojadas e um comedouro tipo calha na parte frontal das
gaiolas. As gaiolas eram dispostas em fileiras duplas em galpão medindo 7 x 16
m, pé direito de 2,8 m e cobertura de telhas de barro em duas águas. As duas
fileiras duplas de gaiolas eram divididas por um corredor de 3,0 m de largura.
As condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar foram
registradas duas vezes ao dia, utilizando-se um aparelho termohigrômetro digital
pré-fixado no centro do galpão, na altura das baterias de gaiolas, no período de
produção (30 de agosto a 20 de dezembro de 2006). As médias de temperatura e
umidade mínimas, média e máximas, foram, respectivamente, de 20,08 e 23,84,
29,60º C e 49,12; e 71,36 e 91,75%, registradas às oito e às dezesseis horas,
respectivamente.
Durante a fase de produção utilizou-se um fotoperíodo de 17 horas por
dia (luz natural + luz artificial).
67
2.3.2 Delineamento experimental
O experimento foi realizado num delineamento inteiramente casualizado
em esquema fatorial 5 x 2 x 2 (cinco níveis de metionina+cistina, duas formas
física de ração e duas linhagens de postura comercial), perfazendo um total de
20 tratamentos, compostos por quatro repetições de seis aves cada, durante o
período de postura.
2.3.3 Dieta basal
Uma ração de produção, na forma farelada (Tabela 11), foi fornecida à
vontade a todas as aves com o propósito de permitir a avaliação do efeito
residual dos níveis de metionina+cistina do período de 5 a 11 semanas, sendo
formulada para atender ou exceder as exigências das aves em energia
metabolizável (2.850 kcal/kg) de EM, (16,34%) de proteína bruta, (3,70%) de
cálcio e (0,34%) de fósforo disponível, segundo as recomendações de Rostagno
et al. (2005).
68
TABELA 11. Composição em ingredientes e química da ração basal utilizada no período de produção para poedeiras leves e semipesadas1
Composição Alimentar
Ingrediente Quantidade Milho 64,997 Farelo de soja 23,233 Calcário 8,540 Fosfato bicálcico 1,318 Óleo de soja 0,970 DL-Metionina 0,223 L-Lisina HCl 0,068 Cloreto de colina 0,050 Sal comum 0,441 Premix vitamínico2 0,100 Premix mineral3 0,050 Antioxidante4 0,010 TOTAL 100,000
Atendimento das exigências nutricionais Nutriente Atendimento Proteína bruta, (%) 16,34 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.849 Cálcio, (%) 3,700 Fósforo disponível, (%) 0,340 Metionina+cistina total, (%) 0,756 Metionina+cistina digestível, (%) 0,690 Metionina total, (%) 0,482 Metionina digestível, (%) 0,458 Lisina total, (%) 0,862 Lisina digestível, (%) 0,772 Treonina total, (%) 0,628 Triptofano total, (%) 0,190 Sódio (%) 0,210
1Recomendaçoes de Rostagno et al (2005). 2Composição por kg do produto: Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg; Vit. B12 11.000 mg; Niacina 25.000 mg; Ácido fólico 400 mg; Ácido pantotênico 10.000 mg; Selênio 300 mg; Antioxidante 30 g; Veículo q.s.p. 3Composição por kg do produto: Mg - 150.000 mg; Zn - 100.000 mg; Fe - 100.000 mg; Cu - 16.000 mg; I -1.500 mg; Veículo q.s.p. 4Etoxiquim (100g/ton de ração).
69
2.3.4 Variáveis estudadas no período de produção
Os dados do período de postura foram obtidos em quatro períodos de 28
dias (24 a 40 semanas). No início e final de cada período, as aves e rações foram
pesadas. A produção de ovos foi anotada diariamente e os ovos produzidos nos
últimos cinco dias de cada período foram pesados nos dias das coletas. As
variáveis estudadas foram o consumo de ração (CR), a produção de ovos (PR), o
peso de ovo (PO), a massa de ovos (MO), a conversão por massa de ovos
(CMO) e a gravidade específica (GE).
O consumo de ração foi obtido pela diferença entre a ração fornecida e a
sobra; a produção de ovos, em porcentagem/ave/dia; e o peso médio dos ovos
considerando o peso de todos os ovos produzidos nos últimos cinco dias de cada
um dos subperíodos de 28 dias. A massa de ovos foi obtida pelo produto da
porcentagem de ovos produzidos e o peso médio dos ovos, enquanto a conversão
alimentar por massa de ovos foi calculada pela relação entre a ração consumida
e a massa de ovos produzida (kg/kg). A gravidade específica da casca dos ovos
foi estimada pelo método de flutuação dos ovos, em dezessete soluções salinas,
com densidade variando de 0,0025, iniciando em 1,060 até 1,100 g/cm3 (Baião,
1994).
Os pesos e porcentagens de gema (PG), albúmen (PA) e casca (PC)
também foram obtidos em três períodos: aos 56, 84 e 112 dias de experimento.
Os ovos produzidos nos últimos cinco dias, depois de pesados, foram quebrados
e seu conteúdo (gema e albúmen), pesados separadamente. As cascas foram
secas com papel toalha fino e levadas a estufa a 55º C durante seis horas e,
posteriormente, pesadas à temperatura ambiente.
70
2.4 Procedimentos e análises estatísticas
As somas de quadrados dos tratamentos foram desdobradas nos efeitos
lineares, quadráticos, cúbicos e quadráticos, conforme procedimento do SAEG –
Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas, desenvolvido pela Universidade
Federal de Viçosa, UFV (1993). Não tendo sido observado efeito de interação
entre os níveis de metionina+cistina, forma física da ração e linhagem das aves,
os fatores forma física da ração e linhagem foram excluídos e as exigências de
metionina+cistina para frangas de 5 a 11 semanas de idade foram estimadas
considerando o nível de significância, o coeficiente de determinação e a
interpretação biológica dos parâmetros.
71
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Desempenho no período de crescimento
A porcentagem de peso padrão foi de 91,57; 90,62; 83,31; 80,57 e
81,26% para as leves e 66,32; 58,31; 60,44; 62,25 e 63,12% para as
semipesadas, nos níveis de 0,56; 0,60; 0,64; 0,68 e 0,72%, respectivamente. Não
houve efeito significativo (P > 0,05) dos níveis de Met+Cys sobre o pesos
padrão das aves em experimento.
Os resultados das variáveis estudadas com frangas no período de 5 a 11
semanas de idade, em função dos níveis de metionina+cistina total, da linhagem
e da forma física da dieta, além do resumo da análise de variância, são
apresentados na Tabela 12.
72
TABELA 12. Consumo de ração total (CRT), diário (CRD), ganho de peso total (GPT), diário (GPD) e conversão alimentar (CA) de pintainhas, de 5 a 11 semanas, em função dos níveis de metionina+cistina (Met+Cys), da linhagem (Lin) e da forma física da ração.
% Met+Cys CRT (g) CRD (g) GPT (g) GPD (g) CA (kg/kg) 0,56 4211,2 47,1 1105,8 12,0 3,7 0,60 4274,0 48,8 1233,4 13,1 3,6 0,64 4402,3 49,4 1311,3 14,4 3,5 0,68 4328,5 49,6 1249,3 13,9 3,6 0,72 4266,9 48,4 1144,5 12,8 3,7 Linhagem (Lin) Leve (LV) 4416,9b 49,3b 1129,7b 12,5b 3,9a Semipesada (SP) 5012,8a 56,0a 1405,1a 15,5a 3,5b Forma física (FF) Farelada 4874,5a 54,4a 1258,7 14,0 3,8a Peletizada 4555,1b 50,9b 1276,1 14,1 3,5b ANOVA Met+Cys Q *** Q *** Q *** Q *** Q *** Lin (L) ** ** ** ** ** FF (FF) ** ** ns ns ** MC*LIN ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns LIN*FF ns ns ns ns ns MC*L*FF ns ns ns ns ns CV (%) 2,970 2,181 3,967 2,302 3,023 (a,b) letras minusculas distintas na coluna diferem pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = Efeito Quadrático; *(P ≤ 0,05), **(P ≤ 0,01), ***(P ≤ 0,001).
Não houve efeito de interação (P > 0,05) entre os níveis de
metionina+cistina total, a linhagem e a forma física da dieta. Porém, ao se
analisar o efeito dos fatores principais, observa-se que os níveis de
metionina+cistina influenciaram (P ≤ 0,001) o desempenho das aves. Constatou-
se efeito significativo, pelo modelo de regressão polinomial (P ≤ 0,001), dos
níveis de Met+Cys sobre as variáveis consumo de ração total, consumo de ração
diário, ganho de peso total, ganho de peso diário e conversão alimentar. Os
73
maiores consumos de ração total e diário foram verificados no nível de 0,65%
(Figura 6), conforme as equações de regressão do CRT (ŷ = - 4149,7 + 26181x –
20130x2; R2=0,83) e do CRD (ŷ = - 15,577 + 173,19x – 132,94x2; R2=0,94),
independentemente da linhagem e da forma física da ração usada no período de
5 a 11 semanas de idade.
y = - 4149,7 + 26181x -20130x2 (R2 = 0,83)
4150
4200
4250
4300
4350
4400
4450
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Cons
umo
de ra
ção
tota
l
FIGURA 6 – Consumo de ração total (grama/ave) em função do nível
de metionina+cistina total na dieta.
O nível estimado de 0,65% de Met+Cys que influenciou os maiores
consumos de ração total e diário é semelhante àquele de 0,65%, sugerido pelos
manuais das linhagens Dekalb White e Bovans Goldline (Granja Planalto,
2005ab), mas é inferior ao estimado anteriormente para as mesmas linhagens, de
0,79% na fase de 1 a 4 semanas de idade. Nesta fase de 5 a 11 semanas, a
0,65%
74
exigência dietética de Met+Cys é menor, principalmente porque já houve boa
formação das penas.
Os ganhos de peso total (Figura 7) e diário foram afetados pelos níveis
de metionina+cistina total da dieta (P ≤ 0,001), sendo observados máximos
ganhos com 0,64% de metionina+cistina total na ração, segundo os modelos
quadráticos para ganho de peso total (GPT = - 9909,9 + 34783x – 26993x2;
R2=0,98) e para o ganho de peso diário (GPD = - 103,44 + 357,29x – 277,37x2;
R2=0,94).
y = - 9909,9 + 34783x - 26993x2 (R2=0,98)
1050
1100
1150
1200
1250
1300
1350
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Gan
ho d
e pe
so to
tal (
FIGURA 7 – Ganho de peso total (grama/ave) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
Os níveis extremos de metionina+cistina total afetaram o ganho de peso
das aves e o declínio simultâneo no consumo de ração (P ≤ 0,001) observado
nestes níveis (Figura 7) são as possíveis explicações para estes resultados.
Efeitos semelhantes foram observados para frangas leves e semipesadas em
0,64%
75
crescimento (Silva et al., 2000b), poedeiras leves e semipesadas (Goulart, 1997)
e frangos de corte (Barboza, 1998), em estudos com lisina total.
De acordo com Silva et al. (2000b), os efeitos negativos, causados por
níveis extremos de lisina na ração sobre o consumo, sugerem relacionamento
complexo, envolvendo basicamente três processos simultaneamente: imbalanço,
antagonismo e toxidez. Portanto, a redução no consumo das frangas nos níveis
extremos de Met+Cys do presente estudo foi causada, a princípio, pelo
imbalanço aminoacídico da dieta, mas é provável que o excesso de 10% dos AA
sulfurados, acima da exigência das aves, tenha provocado uma leve toxidez das
aves em virtude de a metionina ser considerada, segundo Koelkberg et al.
(1991), um dos três aminoácidos mais tóxicos para as aves.
Portanto, o efeito depressivo dos níveis extremos de metionina sobre o
consumo de ração e o ganho de peso foi, provavelmente, influenciado pelo
imbalanço e por uma leve toxidez aminoacídica das aves. De acordo com
Murray et al. (1994), o excesso de qualquer aminoácido no plasma é
rapidamente removido para ser catabolizado. Segundo Silva et al. (2000b), a
adição de doses de lisina na forma pura reduziu o imbalanço e o catabolismo
protéico, melhorando o consumo e o ganho de peso até certo limite, quando o
excesso de lisina passou a inibir o consumo e o crescimento das aves. As
observações de Murray et al. (1994) e Silva et al. (2000b) corroboram os
achados do presente trabalho, pois foram constatados comportamentos
semelhantes com adição crescente de Met+Cys às rações das frangas.
A conversão alimentar foi influenciada de forma quadrática (P ≤ 0,001)
pelos níveis de metionina+cistina na ração (Figura 8) e observou-se melhor
conversão alimentar para as aves que foram alimentadas com a dieta contendo o
nível intermediário do aminoácido estudado. A exigência em metionina+cistina
total, estimada com base na conversão alimentar, foi de 0,64% para frangas
leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade.
76
y = 14,868 - 35,234x + 27,549x2 (R2=0,95)
3,55
3,60
3,65
3,70
3,75
3,80
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
vers
ão a
limen
tar
FIGURA 8 – Conversão alimentar (kg/kg) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
A exigência média de metionina+cistina total, para as aves das duas
linhagens, obtida no presente estudo, foi de 0,64%, com base nas variáveis de
ganho de peso total e diário e conversão alimentar no período de 5 a 11 semanas
de idade. Este resultado difere dos valores de exigência em metionina+cistina
total para aves leves e semipesadas no período de 7 a 12 semanas de idade
preconizados por Rostagno et al. (2005), de 0,55 e 0,54%, e pelo NRC (1994),
no período de 6 a 12 semanas, de 0,52 e 0,49% de metionina+cistina,
respectivamente. As recomendações dos autores citados anteriormente são
inferiores às encontradas no presente trabalho para as duas linhagens. Esta
diferença não pode ser justificada pelo teor de proteína usado na ração neste
trabalho, pois o nível utilizado foi de 17%, 1% abaixo do recomendado por
Rostagno et al. (2005) e acima dos 16% sugeridos pelo NRC (1994).
0,64%
77
Acredita-se que os valores preconizados pelo NRC (1994) estejam
subestimando, não reflitindo as condições brasileiras de clima
predominantemente tropical, que podem elevar as estimativas percentuais de
exigências nutricionais por reduzir o consumo de ração das aves.
O valor médio de exigência de metionina+cistina total para aves de
reposição leves e semipesadas, estimado no presente estudo, aproxima-se da
exigência preconizada pelos manuais das linhagens Dekalb White e Bovans
Goldline (Granja Planalto, 2005ab), de 0,65% para frangas no período de 4 a 8
semanas de vida, sendo inferior ao estimado na fase de 1 a 4 semanas (0,79%).
3.2 Desempenho das linhagens leves e semipesadas
A linhagem semipesada apresentou maiores consumo de ração total e
diário e ganho de peso total e diário, além de melhor conversão alimentar (P ≤
0,01) (Tabela 12). Os resultados do presente trabalho corroboram os obtidos por
Silva et al. (2000b), que ao estimarem a exigência de lisina para aves de
reposição leves e semipesadas de 7 a 12 semanas de idade, observaram que as
aves semipesadas apresentaram melhor desempenho em relação às leves, sendo
que o consumo de lisina não foi afetado pela linhagem da ave.
Rodrigueiro et al. (2007), estimando as exigências nutricionais de lisina
para aves leves e semipesadas de 1 a 3 e 4 a 6 semanas de idade, também
observaram que as aves da linhagem semipesada apresentaram melhor
desempenho nas fases de 4 a 6 semanas, comparadas às da linhagem leve.
No presente estudo, o consumo de ração diário das aves semipesadas foi
aproximadamente 12% superior ao consumo das leves, mas a conversão
alimentar foi 8,5% melhor. Com base nesses resultados, pode-se inferir que as
novas linhagens de poedeiras comerciais semipesadas mantêm a tendência de
apresentar maior consumo que as aves de linhagens leves, podendo este fato ser
78
atribuído a um menor peso corporal das linhagens leves em relação às
semipesadas nos programas de melhoramento genético.
Comparando os resultados de consumo médio diário de ração de 49,32 e
56,08g, e de conversão alimentar, de 3,92 e 3,59kg/kg, para aves de reposição
leve e semipesada, respectivamente, obtidos no presente trabalho, com os
valores dos manuais das linhagens (Granja Planalto, 2005ab) leve, 41,71g e
1,95kg/kg, e semipesada, 46,14g e 1,73kg/kg, observa-se que as aves leves e
semipesadas mostraram consumo diário de ração 15 e 18%, respectivamente,
superior ao estimado pelos manuais da linhagem leve e semipesada.
A conversão alimentar observada no presente trabalho, no período de 5 a
11 semanas, para frangas de reposição leve foi cerca de 50% maior que a
conversão apresentada pelo manual da linhagem (Granja Planalto, 2005b) e, para
as aves semipesadas, cerca de 52%. Estes resultados reforçam a necessidade de
reavaliação dos índices de produção das linhagens periodicamente.
Os resultados observados no presente trabalho corroboram as afirmações
de Neme et al. (2006), segundo os quais existem diferenças significativas no
desempenho de aves leves e semipesadas no decorrer da idade, as quais vão se
acentuando após as primeiras semanas de vida.
3.3 Desempenho das aves em função da forma física da ração
A ração farelada contribuiu para maior consumo de ração total e diário
(P ≤ 0,01). Entretanto, a dieta peletizada proporcionou melhor conversão
alimentar (P ≤ 0,01). Os ganhos de peso total e diário não foram afetados pela
forma física da dieta (P > 0,05) (Tabela 12).
O menor consumo de ração total e diário das aves alimentadas com a
ração peletizada no presente trabalho pode ser justificado pelo efeito
glicostático, devido à melhora da digestibilidade do amido da ração, em função
79
de o efeito do calor durante o processo romper organelas, aumentando o
aproveitamento dos carboidratos e proteína. É provável que a troca de ração
triturada para peletizada possa, também, ter contribuído para o menor consumo
observado para ração peletizada.
De acordo com Yo et al. (1997), a forma física da dieta também parece
interferir no padrão de consumo das aves, Trabalhando com aves de 1 a 14 dias
de idade em situação de livre escolha para balanceamento da dieta, os autores
avaliaram o efeito da troca repentina da forma física de um concentrado
protéico. Quando houve a troca da forma física da ração (farelada por
peletizada), as aves reduziram o consumo durante as primeiras 24 horas,
equilibrando o consumo depois de três dias de adaptação. Este período foi
necessário para que o mecanismo mecanoreceptores do bico da ave se adaptasse
à nova partícula.
A redução no consumo de ração também foi observada por Portella et al.
(1998) quando se trocou uma dieta com partículas de 1,18 mm por outra de 2,36
mm para poedeiras, obtendo-se a redução no consumo de ração, que perdurou
por quatro dias.
No presente trabalho a ração peletizada melhorou a conversão alimentar
das aves em 7,7% em relação à dieta farelada no período de 35 a 77 dias de
idade, resultados que concordam com os obtidos por Teixeira et al. (2007) e
Bernardino et al. (2007) com pintos de corte e reforçam a teoria glicostática,
pois a conversão alimentar confirma a maior eficiência de utilização dos
nutrientes, especialmente o amido da ração.
A diferença diária de 3,58g de ração por ave entre os consumos de ração
farelada e peletizada pode representar uma redução de 15.036 toneladas de ração
para um plantel de 100.000 aves no período de 35 a 77 dias, o que pode justificar
o investimento inicial com a compra de equipamentos de peletização de rações
para criação de frangas. De acordo com Wondra et al. (1995) e Moran Jr. (1987),
80
as dietas peletizadas melhoram a digestibilidade da matéria orgânica, da energia,
das cinzas e da proteína dietética e, por isso, permitem maior aproveitamento
dos nutrientes.
Os dados de peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de penas
(PPN) e ganho de penas (GPN) de aves de reposição, no período de 5 a 11
semanas de idade, em função da linhagem e da forma física da ração, são
apresentados na Tabela 13.
Exceto para o peso vivo e o ganho de penas, houve efeito de interação
dos níveis de Met+Cys com a linhagem (P ≤ 0,001) sobre o peso e a
porcentagem de penas. O peso vivo das aves foi afetado positivamente pelos
níveis de Met+Cys na dieta (P ≤ 0,001), conforme a equação: y = 774,35 +
294,05x; R2=0,78. O mesmo efeito foi verificado com a interação dos níveis de
Met+Cys e a forma física da dieta, para as mesmas variáveis (P ≤ 0,001). O peso
vivo foi afetado pelos níveis de Met+Cys na dieta, conforme a equação de
regressão qudrática, PV = - 327,95 + 3765,8x - 2712,3x2; R2=0,92, com maior
peso vivo verificado no nível de 0,69% de Met+Cys da dieta.
81
TABELA 13. Peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de penas (PPN) e ganho de penas (GPN) de frangas leves (LV) e semipesadas (SP) na décima primeira semana de idade, em função dos níveis de metionina+cistina total (Met+Cys), da linhagem (Lin) leve (LV), semipesada (SP) e da forma física da ração (FF) farelada (FAR) e peletizada (PEL).
(%) Met+Cys PV (g) PP (g) PPN (%) GPN (g) 0,56 926,6±107,4 80,8±4,2 8,7±0,6 74,7±3,1 0,60 962,5±97,1 89,2±10,9 9,2±0,9 73,9±2,5 0,64 971,3±115,7 89,3±12,2 9,1±0,5 73,5±2,1 0,68 971,1±93,56 92,1±10,2 9,4±0,5 73,5±2,6 0,72 981,1±115,1 87,7±7,4 9,0±0,7 74,2±3,1 Lin LV 867,1±38,1b 81,0±7,1b 9,3±0,7ª 74,3±2,9a SP 1057,9±42,7ª 94,6±7,3ª 8,9±0,6b 73,6±2,3b FF FAR 952,1±109,2b 86,0±12,2b 9,0±0,6b 74,5±2,4a PEL 972,9±99,8ª 89,6±6,6ª 9,2±0,7ª 73,5±2,8b ANOVA Met+Cys *** *** *** ns Lin (L) *** *** *** * FF (FF) * *** *** ** MC*LIN ns *** *** ns MC*FF ns *** *** ns LIN*FF ns *** *** ns MC*L*FF ns *** *** ns CV (%) 3,575 2,764 3,479 3,820
(a,b) = Letras minúsculas distintas na coluna diferem pelo Teste F (P 0,05); *(P ≤ 0,05); **(P ≤ 0,01); ***(P ≤ 0,001); ns = não significativo.
As aves da linhagem semipesada apresentaram maior peso vivo e maior
peso de penas (P ≤ 0,001), o que confirma os resultados observados na fase de 1
a 4 semanas, quando as aves semipesadas também apresentaram maior peso de
penas (Tabela 13). No entanto, as aves leves apresentaram maior ganho de penas
que as semipesadas (P ≤ 0,05). A dieta farelada influenciou o ganho de penas
das frangas (P ≤ 0,01).
82
A ração peletizada influenciou positivamente (P ≤ 0,001) o peso vivo
das aves às 11 semanas de vida.
O peso e a porcentagens de penas das aves semipesadas foram
influenciados de forma quadrática pelos níveis de Met+Cys da ração (P ≤ 0,05),
conforme mostrado na Tabela 14.
Os máximos pesos e porcentagens de penas na linhagem SP foram
constatados, respectivamente, com 0,65 e 0,64% de Met+Cys na ração, o que
sugere que os níveis ótimos dos aminoácidos sulfurados para ganho de peso e
conversão alimentar também são adequados para crescimento e rendimento
máximos do empenamento.
TABELA 14. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e da linhagem leve (LV) e semipesada (SP) sobre o peso e porcentagem de penas ao final de onze semanas de idade
PP (g) PPN (%)
Linhagem Linhagem
Met+Cys (%) LV SP LV SP
0,56 76,9b 84,7ª 9,2a 8,3b 0,60 81,3b 97,0ª 9,3 9,2 0,64 79,1b 99,5ª 9,1 9,2 0,68 84,3b 99,9ª 9,5 9,4 0,72 83,4b 92,1ª 9,5 8,4 Efeito ns Q ns Q
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
O peso e a porcentagem de penas das frangas semipesadas, em função
dos níveis de Met+Cys, são representados pelas Figuras 9 e 10.
A média de exigência para as frangas semipesadas foi de 0,65%, com
base nos resultados de peso e porcentagem de penas.
83
y = - 700,97 + 2461,2x -1888,4x2 R2 = 0,98
828486889092949698
100102
0,56 0,6 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
pena
(g)
FIGURA 9 – Peso de pena de frangas semipesadas em função do nível
de Met+Cys na ração
y = - 54,225+ 197,77x - 153,57x2 R2 = 0,91
8,2
8,4
8,6
8,8
9,0
9,2
9,4
9,6
0,56 0,6 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Pena
(%)
FIGURA 10 – Porcentagem de pena de frangas semipesadas em função
do nível de Met+Cys na ração
0,65%
0,64%
84
O peso de penas foi influenciado de forma quadrática (P ≤ 0,05) pelos
níveis de Met+Cys, dentro da ração peletizada, conforme se observa na Tabela
15.
TABELA 15. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e a forma física farelada (FAR) e peletizada (PEL) sobre o peso (PP) e a porcentagem de penas (PPN) ao final da décima primeira semana de idade
PP (g) PPN (%)
Forma Física Forma Física Met+Cys (%) FAR PEL FAR PEL
0,56 81,9 79,7 9,0 8,5 0,60 82,7b 95,6ª 8,4b 10,0ª 0,64 88,0 90,6 9,2 9,1 0,68 94,2 89,9 9,6 9,3 0,72 83,2b 92,2ª 8,7 9,2 Efeito ns Q ns ns
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
A interação dos níveis de Met+Cys e a forma física da dieta apenas
afetou de forma quadrática (P≤0,05) o peso de penas com o uso da dieta
peletizada, conforme a equação PP = - 356,2 + 1354,9x - 1020,6x2; R2=0,53, com
exigência estimada em 0,66% de Met+Cys para as duas linhagens, utilizando-se dieta
peletizada. Este valor é semelhante às recomendações dos manuais das linhagens
leve e semipesada (Granja Planalto, 2005ab). O uso de dietas peletizadas para
aves de reposição parece ser uma estratégia a ser repensada principalmente se
estas tiverem peletes com alto índice de durabilidade, como visto no presente
estudo.
Os efeitos das linhagens e da forma física da ração sobre o peso e a
porcentagem de penas são apresentados na Tabela 16.
85
TABELA 16. Efeito da interação entre as linhagens leve (LV) e semipesada (SP) e forma física da ração sobre o peso (PP) e porcentagem de penas (PPN) ao final da décima primeira semana de idade
PP (g) PPN (%)
Linhagem Linhagem
Forma Física LV SP LV SP
Farelada 75,76bB 96,36ªA 8,93bB 9,14ªA Peletizada 86,31bA 92,97ªB 9,76aA 8,77bB
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05). (A,B) = letras maiúsculas distintas, na coluna, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05).
Houve efeito de interação entre a forma física da ração e a linhagem da
ave, proporcionando, assim, maior porcentagem de penas às aves leves (Tabela
16).
O nível ótimo de Met+Cys obtido com base nas variáveis citadas
anteriormente foi de 0,65%, resultado que corrobora as recomendações do
manual da linhagem (Granja Planalto, 2005ab) de 0,65% de Met+Cys para a fase
de cria.
3.4 Efeito residual sobre o desempenho das frangas no período de postura
Os níveis de metionina+cistina influenciaram a postura do primeiro ovo,
que ocorreu aos 113 dias de idade, início da 16ª semana, das aves no nível de
0,64%. As aves que receberam a ração com o nível de Met+Cys de 0,56%
atrasaram a maturidade sexual em aproximadamente dez dias, em comparação
com as aves alimentadas com o nível de 0,64% de Met+Cys. Este resultado
sugere que aves melhor nutridas na fase de crescimento iniciam a postura mais
cedo que aves submetidas a restrição nutricional e confirma as afirmações de
Silva et al. (2000a;b;c) e Vargas Jr. (2002), segundo os quais, com o avanço do
melhoramento genético, as frangas de reposição tornaram-se mais precoces,
86
reduzindo a idade ao primeiro ovo, e níveis reduzidos de aminoácidos na
alimentação durante o crescimento podem retardar o início da produção de ovos.
A concentração de metionia+cistina total da dieta não influenciou a
idade das aves ao atingir em 50% de produção, o que aconteceu, em média, aos
120 dias nas aves leves e 121 dias nas semipesadas. Estes resultados diferem dos
observados por Silva et al. (2000b), os quais concluíram que poedeiras leves e
semipesadas atingiram 50% de produção aos 160 e 162 dias de idade,
respectivamente. Essa diferença de sete semanas para as poedeiras atingirem
50% de produção, em um período de 9 anos entre os achados de Silva et al.
(2000b) e os do presente trabalho, comprova a influência positiva do
melhoramento genético na evolução do desempenho das linhagens atuais de
postura, concomitante com os avanços na sanidade, nutrição e manejo.
Os valores de consumo de ração (CR), produção de ovos (PR), peso de
ovo (PO), massa (MO), conversão por massa de ovos (CMO) e gravidade
específica da casca de ovo (GE) de poedeiras leves e semipesadas submetidas a
diferentes níveis de metionina+cistina total no período de recria são
apresentados na Tabela 17.
87
TABELA 17. Efeito residual sobre consumo de ração (CR), produção (PR), peso de ovo (PO), massa (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CMO) e gravidade específica da casca de ovo (GE) de poedeiras leves e semipesadas submetidas a rações farelada e peletizada contendo diferentes níveis de metionina+cistina total durante o período de cria (5 a 11 semanas de idade)
%Met+Cys CR(g/a/d) PR(%) PO(g) MO(g) CMO(kg/kg) GE(g/cm3) 0,56 101,5 80,3 62,5 50,6 1,6 1,086 0,60 101,5 84,1 63,2 51,3 1,5 1,086 0,64 103,1 89,1 64,8 52,5 1,5 1,087 0,68 101,1 87,3 62,8 51,8 1,5 1,086 0,72 101,8 80,7 60,2 50,1 1,6 1,085 Linhagem (Lin) Leve 101,4 86,5ª 61,7b 53,3ª 1,6ª 1,095 Semipesada 101,9 75,7b 65,8ª 49,8b 1,5b 1,092 Forma física (FF) Farelada 101,5 81,7 63,7 51,9 1,6 1,092 Peletizada 101,8 80,4 63,9 51,2 1,6 1,095 ANOVA Met+Cys Q ** Q *** Q *** Q *** Q *** ns Lin ns ** ** ** ** ns FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin ns ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns ns Lin*FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin*FF ns ns ns ns ns ns CV (%) 2,779 2,560 2,706 2,411 3,789 0,257
ns = não significativo; Q = Efeito Quadrático; *(P ≤0,05), **(P ≤0,01), ***(P ≤0,001).
Não foi observado efeito de interação (P > 0,05) dos níveis de
metionina+cistina com a linhagem e a forma física da dieta.
Os níveis de metionina+cistina da ração oferecida às aves de 5 a 11
semanas afetou de forma quadrática (P ≤ 0,01) o consumo de ração, a produção,
o peso de ovo, a massa de ovo e a conversão alimentar por massa de ovo (P ≤
0,001) de poedeiras leves e semipesadas no período de postura. Apenas a
88
gravidade específica da casca dos ovos não foi afetada pelos níveis de
metionina+cistina da dieta (P > 0,05).
O consumo de ração máximo das poedeiras foi observado com 0,64% de
Met+Cys na ração das frangas de 5 a 11 semanas, conforme a Figura 11.
y = - 9,9081+ 353,8x -275,91x2 (R2 = 0,87)
101
102
102
103
103
104
104
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de Metionina + Cistina total (%)
Con
sum
o de
raçã
o
FIGURA 11 – Consumo de ração (grama/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total no período de 5 a 11 semanas de idade.
A produção e o peso dos ovos também foram influenciados (P ≤ 0,05)
pelos níveis de metionina+cistina da dieta oferecida às frangas de 5 a 11
semanas de idade, sendo as exigências estimadas, respectivamente, em 0,64 e
0,63% (Figuras 12 e 13) pela regressão quadrática.
0,64%
89
y = - 422,63 + 1586,9x -1232,2x2 (R2 = 0,92)
78
80
82
84
86
88
90
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina + cistina total (%)
Prod
ução
de
ovos
(
FIGURA 12 – Produção de ovos (%/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total no período de 5 a 11 semanas de idade.
0,64%
90
y = - 115,79 + 575,21x -459,3x2 (R2 = 0,90)
59
60
61
62
63
64
65
66
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina + cistina total (%)
Peso
de
ovo
FIGURA 13 – Peso de ovos (grama) de poedeiras leves e semipesadas
submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total no período de 5 a 11 semanas de idade.
Os resultados do presente trabalho são diferentes daqueles observados
por Silva et al. (2000b), que não encontraram efeito residual de lisina, e também
diferem das afirmações de Vargas Jr. (2002), que não observou diferenças no
desempenho de poedeiras submetidas a diferentes níveis de Ca e P no período de
crescimento. Este resultado pode estar relacionado a diferenças entre a genética
das poedeiras atuais e a daquelas usadas nos trabalhos dos autores acima citados.
De acordo com Summers & Lesson (1993), o peso corporal tem sido
considerado a principal variável a influenciar o peso dos ovos. Entretanto, o
ganho de nutrientes no corpo, sobretudo proteína e gordura, deve ser mais
importante que o peso corporal por estar mais relacionado ao atendimento das
demandas nutricionais da futura poedeira para o desenvolvimento do ovário e do
oviduto (Neme et al., 2006) e consequente garantia de maior produção de massa
de ovos.
0,63%
91
Níveis reduzidos e/ou elevados de metionina+cistina total na fase de cria
(5 a 11 semanas) afetaram negativamente a massa de ovos, e o nível de 0,64%
de metionina+cistina proporcionou melhor massa de ovos (Figura 14).
Melhor conversão alimentar por massa de ovos foi obtida com o nível de
0,63% de metionina+cistina da ração (Figura 15), valor próximo ao nível médio
de metionina+cistina (0,65%) estimado pelo ganho de peso e pela conversão
alimentar da fase de crescimento das frangas. Silva et al. (2000b) também
constataram efeito quadrático dos níveis de lisina da fase de cria sobre a
conversão alimentar de poedeiras leves e semipesadas.
y = - 68,745 + 379,33x - 297,31x2 (R2 = 0,88)
50,0
50,5
51,0
51,5
52,0
52,5
53,0
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina + cistina total (%)
Mas
sa d
e ov
os (g
FIGURA 14 – Massa de ovos (grama/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas submetidas a dietas com diferentes concentrações de metionina+cistina total no período de 5 a 11 semanas de idade.
0,64%
92
y = 8,0644 - 20,832x + 16,593x2 (R2 = 0,78)
1,501,521,541,561,581,601,621,641,661,681,70
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
vers
ão p
or m
assa
de
ovo
FIGURA 15 – Conversão alimentar por massa de ovos (kg/kg) de
poedeiras leves e semipesadas submetidas a dietas com diferentes concentrações de metionina+cistina total no período de 5 a 11 semanas de idade.
Avaliando o desempenho das poedeiras Dekalb White (leve) e Bovans
Goldline (semipesada) durante o período de produção, observa-se que a
linhagem leve produziu mais ovos e maior massa de ovos (P ≤ 0,01); entretanto,
as poedeiras semipesadas produziram ovos mais pesados e apresentaram melhor
conversão alimentar por massa de ovos (P ≤ 0,01). No período de produção, não
houve diferença significativa (P > 0,05) no consumo de ração entre as duas
linhagens e a diferença em porcentagem foi menor que um por cento (0,5%).
Esta semelhança de consumo entre as duas linhagens discorda da diferença
preconizada nos manuais, de 6% a mais de consumo para as aves da linhagem
semipesada, o que é reflexo da aproximação do peso corporal das aves
semipesadas em relação às leves.
A forma física da ração utilizada no período de 5 a 11 semanas de idade
não teve influência (P > 0,05) sobre o desempenho subseqüente das poedeiras
0,63%
93
leve (Dekalb White) e semipesada (Bovans Goldline) para nenhuma das
variáveis avaliadas. O peso de albúmen (PA), gema (PG), casca (PC),
porcentagem de albúmen (%AB), gema (%GM) e porcentagem de casca (%CC)
das poedeiras leves e semipesadas também foram avaliados quanto ao efeito dos
níveis de metionina+cistina total (M+C) das duas linhagens e da forma física da
ração, de 5 a 11 semanas de idade (Tabela 18).
TABELA 18. Efeito residual sobre a qualidade interna dos ovos de poedeiras leves e semipesadas submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total e forma física de ração durante a fase de cria
M+C (%)
PA (g)
PG (g)
PC (g)
AB (%)
GM (%)
CC (%)
0,56 43,3 15,8 6,4 65,9 24,1 9,8 0,60 43,7 16,2 6,6 65,7 24,3 9,9 0,64 43,6 16,4 6,7 65,2 24,6 10,1 0,68 41,7 15,8 6,5 65,0 24,7 10,1 0,72 41,6 15,8 6,5 65,0 24,8 10,1 Linhagem (Lin) Leve 42,4 16,2 6,5 65,0 24,9 10,0 Semipesada 43,2 15,8 6,5 65,8 24,1 10,0 Forma Física (FF) Farelada 42,7 16,0 6,5 65,3 24,6 10,0 Peletizada 42,9 16,0 6,5 65,4 24,4 10,0 ANOVA Met+Cys Q* Q* Q* L** L* L** Lin ns ns ns ns ns ns FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin ns ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns ns Lin*FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin*FF ns ns ns ns ns ns CV(%) 3,500 2,683 2,332 3,805 1,572 2,869
Q = Efeito Quadrático; L = Efeito Linear; CV = Coeficiente de variação. *(P≤0,05), **(P≤0,01), ***(P≤0,001).
94
Não houve efeito de interação (P > 0,05) entre os níveis de Met+Cys e
com a linhagem e a forma física da dieta para as variáveis de peso e
porcentagens de albúmen, gema e casca dos ovos.
Os pesos de albúmen (P ≤ 0,01), gema (P ≤ 0,05) e casca (P ≤ 0,01)
foram afetados de forma quadrática, enquanto as porcentagens destas mesmas
frações do ovo foram afetadas de forma linear pelos níveis de M+C usados na
fase de 5 a 11 semanas de idade, conforme as Figuras 16, 18 e 20, 17, 19 e 21.
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, verifica-se que
o peso e a porcentagem de albúmen pioraram quando as frangas foram
alimentadas de 5 a 11 semanas de idade com níveis mais elevados de
aminoácidos na dieta (Figuras 16 e 17). Mesmo na fase de postura, Jordão Filho
et al. (2006) não observaram efeitos dos níveis de Met+Cys (0,61; 0,68; 0,75;
0,82 e 0,89%) sobre o peso de albúmen. O peso máximo da casca foi estimado
com 0,64% de Met+Cys na ração de 5 a 11 semanas, entretanto a porcentagem
de casca foi melhor com 0,72% de Met+Cys na ração de 5 a 11 semanas (Figura
21), o que coincide com a produção de ovos menores pelas aves, conforme a
Figura 12.
Entretanto, mesmo havendo diferenças na porcentagem de casca, a
gravidade específica não variou em função dos tratamentos utilizados na fase de
cria.
95
y = - 1,7888+ 154,32x -131,18x2 (R2 = 0,80)
41,0
41,5
42,0
42,5
43,0
43,5
44,0
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de al
bum
e
FIGURA 16 - Peso de albúmen (grama) em função dos níveis dietéticos
de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
A estimativa indireta de exigência de Met+Cys da fase de 5 a 11
semanas para o máximo peso de albúmen foi menor que a exigência para o
ganho de peso e a conversão alimentar no referido período.
0,59%
96
y = + 69,422 - 6,2666x (R2 = 0,92)
64,80
65,00
65,20
65,40
65,60
65,80
66,00
66,20
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Alb
úmen
(
FIGURA 17 – Porcentagem de albúmen (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
y = - 11,352 + 87,131x - 68,69x2 (R2 = 0,63)
15,7
15,8
15,916,0
16,1
16,2
16,316,4
16,5
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
gem
a
FIGURA 18 - Peso de gema (grama) em função dos níveis dietéticos de
metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
0,63%
97
y = 21,754 + 4,3492x (R2 = 0,95)
24,1024,2024,3024,4024,5024,6024,7024,8024,9025,00
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Gem
a (%
FIGURA 19 - Porcentagem de gema (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
O nível máximo do peso e porcentagem de gema foram estimados,
respectivamente, em 0,63 e 0,72% de Met+Cys na ração de 5 a 11 semanas de
idade das frangas (Figuras 18 e 19). A maior porcentagem de gema verificada
com o aumento dos níveis de Met+Cys pode estar relacionada à formação da
colina a partir de metionina, somada aos fosfolipídios para formar as
lipoproteínas da gema.
98
y = - 6,336 + 40,908x - 32,143x2 (R2 = 0,61)
6,406,456,506,556,606,656,706,756,80
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
casc
a
FIGURA 20 - Peso de casca (grama) em função dos níveis dietéticos de
metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
O nível máximo do peso e porcentagem de casca foram estimados,
respectivamente, em 0,64 e 0,72% de Met+Cys na ração de 5 a 11 semanas de
idade das frangas (Figuras 20 e 21). Estes resultados são semelhantes aos
obtidos para as variáveis peso e porcentagem de gema, como visto
anteriormente, para a fase de 5 a 11 semanas de vida das aves leves e
semipesadas.
0,64%
99
y = 8,8239 + 1,9174x (R2 = 0,83)
9,859,909,95
10,0010,0510,1010,1510,2010,25
0,56 0,60 0,64 0,68 0,72
Níveis de metionina+cistina total (%)
Cas
ca (%
FIGURA 21 - Porcentagem de casca (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 5 a 11 semanas de idade
Os resultados da fase de produção mostraram que o pico de postura
também é afetado pelos níveis de Met+Cys utilizados na ração de 5 a 11
semanas de idade, de modo que as frangas que têm crescimento normal
apresentam pico mais alto de produção de 22 a 40 semanas de idade que as aves
recebendo rações deficientes ou com excesso dos aminoácidos sulfurados.
100
4 CONCLUSÕES
As linhagens leve e semipesada exigem 0,65% de Met+Cys total de 5 a
11 semanas de idade, ou 320 e 364 mg de Met+Cys total/dia, respectivamente. A
exigência estimada de Met+Cys digestível é de 0,59% para as duas linhagens ou
291 para as leves e 331 mg de Met+Cys digestível para as semipesadas,
considerando uma ração com 2.900 kcal/kg de energia metabolizável.
A linhagem semipesada tem melhor ganho de peso e conversão
alimentar que a linhagem leve no período de crescimento e melhor conversão
alimentar na fase de postura, mas as poedeiras leves produzem maior número de
ovos que as semipesadas.
O uso de dietas peletizadas melhora o desempenho e reduz a quantidade
de ração fornecida às frangas leves e semipesadas de 5 a 11 semanas, mas não
tem efeito residual sobre os resultados da fase de postura.
101
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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104
CAPITULO IV
EXIGÊNCIA DE METIONINA+CISTINA PARA AVES DE REPOSIÇÃO
LEVES E SEMIPESADAS ALIMENTADAS DE 12 A 16 SEMANAS DE
IDADE COM RAÇÃO FARELADA E PELETIZADA
105
RESUMO
SILVA, Edson Lindolfo da. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas de 12 a 16 semanas de idade com ração farelada e peletizada. In: ______. Exigência de metionina+cistina para aves de reposição leves e semipesadas alimentadas com ração farelada ou peletizada. 2007. Cap.4, p.104-147. Tese (Doutorado em Nutrição de Monogástricos). Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG¹. O experimento foi realizado com o objetivo de reavaliar as exigências em metionina+cistina (Met+Cys) de frangas leves (LV) e semipesadas (SP) alimentadas com rações farelada e peletizada de 12 a 16 semanas de idade e o efeito residual dos tratamentos de fase de recria sobre o desempenho do início ao pico de postura (22 a 40 semanas). Um total de 800 frangas, metade de cada linhagem, foi distribuído em um delineamento inteiramente casualizado, com 20 tratamentos em esquema fatorial 5x2x2 (cinco níveis de Met+Cys total, duas formas físicas da ração e duas linhagens), com quatro repetições de 10 aves. Na fase de produção, 480 poedeiras, metade de cada linhagem, foram alojadas em gaiolas de arame, em quatro repetições de seis aves por tratamento. Na fase de recria, a ração basal foi suplementada com DL-metionina (99%) para proporcionar cinco níveis de M+C total (0,50; 0,55; 0,60; 0,65 e 0,70%), segundo recomendações da literatura nacional e manual da linhagem. As rações experimentais, exceto Met+Cys, foram isonutritivas para EM (2.850 kcal/kg), PB (15%), Ca (0,86%) e P disponível (0,35%). Na fase de postura avaliou-se o efeito residual dos tratamentos da recria, com a oferta de uma dieta única com 2.850 kcal/kg de EM, 16% PB, 3,70% de Ca e 0,34% de P disponível. As aves foram alimentadas à vontade e submetidas a um programa de luz de 17 horas no período de postura. Na recria, as variáveis consumo de ração total (CRT), diário (CRD), ganho de peso total (GPT), diário (GPD) e conversão alimentar (CA) foram avaliadas aos 112 dias de idade. Na fase de produção, o consumo de ração (CR), produção (PR), peso de ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão por massa de ovos (CMO) e gravidade específica (GE) foram avaliados em quatro períodos de 28 dias. Os níveis de M+C e a FF da dieta utilizados na recria afetaram o desempenho subseqüente. As frangas SP obtiveram melhor desempenho comparadas às LV (P<0,01). A dieta peletizada proporcionou melhores CRT e CRD (P<0,01) para linhagem LV e melhor CA (P<0,01) para a linhagem SP. Avaliando-se o efeito residual, a linhagem afetou (P<0,01) a PR, o PO e a CMO, tendo as poedeiras LV obtido melhor desempenho que as SP. ____________________________ ¹Comitê Orientador: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
106
ABSTRACT SILVA, Edson Lindolfo da. Requirement of methionine+cystine for light and semi-heavy replacement birds fed mashed and pelleted rations from 12 to 16 weeks. In: ______. Methionine+cystine requirements for light and semi-heavy replacement birds fed either mashed or pelleted rations. 2007. Cap.4, p. 104-147. Thesis (Doctorate in Monogastric Nutrition), Federal University of Lavras, Lavras, MG1. With the objective of reevaluating the requirements in methionine+cystine (Met+Cys) of light (L) and semi-heavy (SH) pullets of 12 to 16 weeks of age fed mashed and pelleted rations and the residual effect of the levels of the treatments of the recria phase on the performance from early to peak laying (22 to 40 weeks). A total of 800 pullets, half of each strain, was allocated into a completely randomized design with 20 treatments in a factorial scheme 5x2x2, (five levels of total Met+Cys, two physical forms of the feed and two strains) with four replicates of 20 birds each. During the laying phase, 480 laying hens, half of each strain, were housed in wire cages with four replicates of six birds per treatment. In the growing phase, the basal diet was supplemented with DL-methionine (99%) to provide five levels of total Met+Cys according to recommendations of the national literature and of the strain handbook. The experimental diets, except Met+Cys were isonutritive in ME (2,850 kcal/kg), CP (15%), Ca (0.86%) and available P (0.35%). In the laying phase, the residual effects of the growing phase , with the feeding a single diet with 2.850 Kcal/kg of ME, (16%) CP, (3.70%) of Ca and (0.34%) of available P. The birds were fed at libitum and submitted to a program of light of 17 hours in the laying period. In the growing period, the variables total feed intake (TFI), daily feed intake (DFI), total weight gain (TWG), daily weight gain (DWG) and feed conversion (FC) were evaluated at 112 days of age. In the laying phase, feed intake (FI), yield (EY), egg weight (EW), egg mass (EM), conversion per (EMC) and specific gravity (EG) were evaluated in four periods of 28 days. The levels of Met+Cyst and FF of the diet utilized in growing phase affected the subsequent performance. The SH pullets performed better as compared with L strain (P< 0.01). The pelleted diet provided better CRT, CRD (P< 0.01) for L strain and better Ca for SH strain. Evaluating the residual effect, the strain affected (P<0.01) PR, PO and CMO. The L layers having performed better than SH ones. ____________________________ ¹Guidance committe: Prof. Antônio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador). Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA; Prof. José Humberto Vilar da Silva – UFPB.
107
1 INTRODUÇÃO
A produção bem sucedida de ovos depende da forma como as frangas de
reposição são criadas, pois o peso ótimo ao início da postura e sua manutenção
condicionam o desempenho por toda a fase de postura (Albuquerque, 2004). O
desenvolvimento corporal no período de recria abrange do período de pré-
postura ao término da formação da estrutura óssea, com o surgimento do tecido
medular. Em seguida, ocorre rápido desenvolvimento dos órgãos associados à
reprodução, simultaneamente ao aumento do peso de vísceras e de órgãos como
o fígado.
O ganho de peso inicial da futura poedeira é mínimo e, ao redor de 8 a
10 semanas, torna-se muito rápido, mas à medida que a franga amadurece, a taxa
de ganho de peso diminui. Uma vez que a franga alcança a maturidade
esquelética, o crescimento torna-se mais lento e novamente volta a aumentar
apenas quando a massa de ovos começa a se desenvolver. Assim, de acordo com
Albuquerque (2004), é muito importante que se conheça a taxa de ganho de peso
corporal em qualquer programa de alimentação de frangas para que se possa
estabelecer um programa com o objetivo de maximizar o potencial para ganho
de peso corporal. Segundo Faria & Junqueira (1998), o conhecimento da curva
de crescimento das aves de reposição tem mostrado que 70% do peso adulto de
uma poedeira deve ser atingido até as 12 semanas, 82% até as 15 semanas e 92%
até as 22 semanas; de acordo com Kwakkel (1992), os 8% restantes devem ser
obtidos posteriormente.
Segundo Garcia (2003), é importante salientar que a fase final da recria
(pré-postura) é caracterizada por mudanças fisiológicas como aumento no
tamanho da crista e da barbela; aumento no tamanho e atividade do fígado,;
aumento na deposição de cálcio medular; hipertrofia dos tecidos que formam o
oviduto e formação dos primeiros ovos. Para atender as exigências das aves
108
nesta fase de constantes mudanças fisiológicas, em que a poedeira chega a
sustentar um aumento de peso de 400 a 500g aproximadamente em duas
semanas, justificam o uso de dietas para pré-postura com níveis adequados de
aminoácidos, cálcio e fósforo.
Como as principais mudanças fisiológicas do sistema reprodutivo das
frangas de reposição ocorre no desenrolar da fase de recria, a nutrição da franga
na recria deve ser considerada cuidadosamente para que a ave possa expressar
todo o seu potencial genético de produção na fase de postura.
Segundo Bertechini (2006), o preparo fisiológico das frangas de
reposição na recria requer cuidados especiais na formulação da ração, pois a ave
passa por um estresse metabólico com variações hormonais e nas necessidades
nutricionais, principalmente de cálcio. De acordo com Silva et al. (2000c), os
recentes avanços genéticos proporcionaram às aves de postura redução do
consumo de ração e melhor conversão alimentar, fazendo com que seja
necessário atualizar as exigências nutricionais das mesmas periodicamente,
devendo ser levadas em consideração as fases de criação e as diferenças entre as
linhagens das aves.
Por outro lado, sérias discordâncias são encontradas na literatura sobre
as recomendações dos aminoácidos e definições do início e término das fases de
crescimento, tornando a formulação de ração para poedeiras em crescimento
uma tarefa difícil (Silva et al., 2000c).
Segundo Albuquerque (2004), é importante acatar recomendações
alimentares na recria de frangas, ajustando o nível de nutrientes de acordo com a
linhagem, a temperatura e o manejo das aves. Os aminoácidos essenciais e a
proteína em níveis adequados asseguram satisfatória oferta de nitrogênio para
uso na síntese de ovos pela ave no período de produção.
109
Desta forma, os objetivos com a realização deste trabalho foram
reavaliar as exigências em metionina+cistina total de frangas leves e
semipesadas alimentadas de 12 a 16 semanas de idade com dietas farelada e
peletizada, e avaliar o efeito dos tratamentos utilizados na fase de recria sobre o
desempenho produtivo das aves no período de 22 a 40 semanas.
110
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Local de realização do experimento
O experimento foi realizado no Setor de Pesquisas em Nutrição de Aves
do Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba,
SPNA/CFT/UFPB, situado na cidade de Bananeiras-PB, microrregião do brejo
paraibano, no período de 31 de maio a 20 de dezembro de 2006.
2.2 Fase de crescimento
2.2.1 Aves e instalações
Foram utilizadas 800 aves, sendo 400 frangas da linhagem leve (FL)
Dekalb White e 400 frangas da linhagem semipesada (FSP) Bovans Goldline,
com doze semanas de idade e peso vivo médio inicial de 881,25±22,5 g e
1058,75±31,45 g, respectivamente, vacinadas para controle das principais
enfermidades em aves de postura. As aves foram debicadas aos 10 e aos 100
dias e aplicou-se um programa de vacinação ao plantel, sugerido pelo manual da
linhagem. No período de um dia até o final das onze semanas de idade as aves
foram criadas com uma dieta única, de acordo com as recomendações
nutricionais e de manejo do manual da linhagem.
Após identificadas por tratamento, as aves foram pesadas e alojadas em
boxes de 1,0 x 1,5 m dispostos em duas fileiras, totalmente fechados com tela
plástica à prova de pássaros (pardais); o piso era coberto com cama de
maravalha e, cada boxe continha uma lâmpada incandescente de 100 Watts, um
comedouro tubular e, um bebedouro pendular infantis. O galpão onde o
experimento foi realizado era de alvenaria, medindo 24 m de comprimento por 9
111
m de largura, apresentando orientação Leste-Oeste, laterais fechadas com telas
de arame, muretas laterais de 0,40 m de altura, pé direito de 2,80 m, sem
lanternim, cobertura de telha de barro, apoiada em duas águas, com beirais de
1,50 m. As cortinas do galpão permitiam abertura lateral, em movimento de
cima para baixo.
As condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar foram
registradas duas vezes ao dia, utilizando-se um aparelho termohigrômetro digital
pré-fixado no centro do galpão, na altura dos boxes. As médias de temperatura e
umidade relativa do ar mínimas, médias e máximas foram, respectivamente, de
22,14; 24,48; 25,99º C e 78,23; 85,59 e 97,49% para o período de recria (31 de
maio a 05 de julho de 2006).
2.2.2 Delineamento experimental
Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com 20
tratamentos em esquema fatorial 5x2x2, sendo cinco níveis de metionina+cistina
total, duas formas físicas de ração e duas linhagens. Cada tratamento foi
fornecido a quatro repetições de 10 aves cada.
2.2.3 Dietas experimentais
Uma dieta basal foi formulada para atender as exigências das aves em
todos os nutrientes, de acordo com as recomendações preconizadas por
Rostagno et al. (2005) e pelos manuais das duas linhagens Dekalb White e
Bovans Goldline Granja Planalto (2005ab), visto na Tabela 19, exceto em
metionina, que foi suplementada com DL-metionina (99%) em substituição ao
amido (0,000; 0,050; 0,101; 0,151 e 0,202%), resultando em cinco níveis de
112
metionina+cistina total (0,50; 0,55; 0,60; 0,65 e 0,70%), o que correspondeu aos
níveis de 0,44; 0,49; 0,54; 0,59 e 0,64% de Met+Cys digestível.
TABELA 19. Composição em ingredientes e química da ração basal utilizada no período de 12 a 16 semanas para frangas leves e semipesadas1
Composição Alimentar
Ingrediente Dieta Basal Milho 62,550 Farelo de soja 21,147 Calcário 4,067 Fosfato bicálcico 1,404 Amido 0,400 DL-Metionina 0,000 L-Lisina HCl 0,007 Cloreto de colina 0,100 Óleo de soja 2,818 Sal comum 0,295 Premix vitamínico2 0,100 Premix mineral3 0,050 Promotor de crescimento4 0,015 Anticoccidiano5 0,005 Antioxidante6 0,010 Inerte7 7,032 Total 100,000
Composição Química Proteína bruta, (%) 15,000 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.850 Cálcio, (%) 0,856 Fósforo disponível, (%) 0,350 Sódio, (%) 0,150 Metionina+cistina total, (%) 0,500 Metionina total, (%) 0,243 Lisina total, (%) 0,750 Treonina total, (%) 0,582 Triptofano total, (%) 0,175 1Recomendaçoes dos manuais das linhagens Granja Planalto (2005) e de Rostagno et al (2005). 2Composição por kg do produto: Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg; Vit. B12 11.000 mg; Niacina 25.000 mg; Ácido fólico 400 mg; Ácido pantotênico 10.000 mg; Selênio 300 mg; Antioxidante 30 g; Veículo q.s.p. 3Composição por kg do produto: Mg - 150.000 mg; Zn - 100.000 mg; Fe - 100.000 mg; Cu - 16.000 mg; I -1.500 mg; Veículo q.s.p. 4Baccitracina de zinco (150g/ton de ração). 5Coxistac (50g/ton de ração). 6Etoxiquim (100g/ton de ração). 7Caulim
113
Para a estimativa da metionina+cistina total e digestível foram tomados
como base os valores totais e digestíveis desses aminoácidos nos ingredintes de
acordo com Rostagno et al. (2005). O nível intermediário de Met+Cys total
utilizado era o recomendado pelo manual da linhagem. As dietas experimentais
eram isonutritivas para energia metabolizável (2.850 kcal/kg de EM), proteína
bruta (15%), cálcio (0,85%) e fósforo disponível (0,35%). Foram adicionados
7% de caulim (inerte) a dieta basal para que fosse melhorada a consistência dos
peletes.
Os valores de composição química, analisados, tabelados e calculados,
da matéria-prima utilizada na fabricação das rações durante o período
experimental, bem como a composição da dieta basal (analisado e calculado)
fornecida às aves na fase de 12 a 16 semanas, são apresentados na Tabela 20.
TABELA 20. Composição química do farelo de milho, farelo de soja e da dieta basal utilizados no período de 12 a 16 semanas para frangas leves e semipesadas
Nutriente Milho moído Farelo de soja Dieta basal A1 T2 A1 T2 A1 C3 Proteína bruta (%) 8,35 8,26 44,67 45,32 15,11 15,00 Gordura bruta (%) 3,19 3,61 1,71 1,66 5,29 5,25 Matéria seca (%) 88,33 87,11 86,73 88,59 90,62 89,11
1Analisado (Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos do CFT/UFPB). 2Tabelado (Rostagno et al. 2005). 3Calculado.
As rações foram fornecidas às aves na forma peletizada ou farelada. A
peletização das rações foi obtida em prensa peletizadora equipada com motor de
6 HP, seguida de resfriamento dos peletes por um período de 20 minutos.
Os péletes apresentaram 5 mm de diâmetro e, em média, 6,2 mm de
comprimento. Foi realizado o teste de índice de durabilidade de pélete (IDP), o
qual foi determinado submetendo-se os péletes a um aparelho com rotação de 50
114
rpm durante 10 minutos, perfazendo um total de 500 voltas, em um equipamento
à prova de pó, com uma cuba em aço inox que girava em um eixo centrado
perpendicular. Os finos foram medidos peneirando o produto com tyler menor
que o diâmetro dos peletes. Para se obter o índice de durabilidade de péletes
utilizou-se a seguinte fórmula:
O valor médio de IDP obtido no teste foi de 84,89%, cujo resultado
refere-se à porcentagem de péletes íntegros. De acordo com Briggs et al (1999),
frangos de corte requerem péletes com IDP acima de 80% e, possivelmente, este
valor também pode ser considerado para frangas de reposição.
As aves receberam alimentação à vontade e foram submetidas a um
programa de luz contínuo.
2.2.4 Variáveis estudadas
O desempenho das frangas em recria no período de 12 a 16 semanas de
idade foi avaliado quanto ao consumo de ração total (CRT), consumo de ração
diário (CRD), ganho de peso total (GPT), ganho de peso diário (GPD) e
conversão alimentar (CA). A cada 7 dias, o consumo de ração (g/ave/dia) foi
calculado pela diferença entre a ração fornecida e a sobra de ração existente nos
baldes; o ganho de peso diário foi obtido pelo peso final menos o peso inicial e a
conversão alimentar, determinada pela divisão do consumo de ração pelo ganho
de peso diário. Os dados obtidos semanalmente foram agrupados quando as aves
completaram 112 dias de idade e encerrou-se a fase de doze a dezesseis
semanas.
IDP Peso dos peletes após o teste
Peso dos peletes antes do teste = X 100
115
A porcentagem do peso padrão das aves em experimento foi calculada
ao final da décima sexta semana, com base no peso médio sugerido nos manuais
das linhagens leve (Dekalb White) e semipesada (Bovans Goldline) (Granja
Planalto, 2005). A porcentagem de uniformidade (%U) foi calculada pela
seguinte formula:
Ao final da 13ª e da 16ª semanas, duas aves de cada parcela
experimental foram selecionadas pelo peso vivo quando todas as aves da parcela
foram pesadas e foi obtida a média da parcela; selecionaram-se duas aves ±5%
dentro da média, as quais posteriormente foram abatidas e, em seguida, pesadas,
depenadas e pesadas novamente. Um grupo controle de quarenta aves, vinte da
linhagem Dekalb White e vinte da linhagem Bovans Goldline, com peso médio
de 848,67±20,32 e 880,83±19,93g, respectivamente, foram abatidas com doze
semanas de idade para estimar o peso de penas (PP), a porcentagem de penas
(PPN) e o ganho de penas (GPN) no ínicio do experimento, em comparação com
as aves em experimento.
Para se obter o peso de penas, as aves foram totalmente depenadas
manualmente, a carcaça limpa (sem penas) foi pesada e, por diferença, obteve-se
o peso de penas (PP = ave com penas – aves sem penas). O ganho de penas foi
estimado pela diferença entre o PP das aves do grupo do abate referência e o PP
das aves abatidas no final das dezesseis semanas.
%U Nº de aves dentro do PM ± 10% do PM
Nº total de aves da amostra = X 100
116
2.3 Fase de postura
2.3.1 Aves e instalações
O ensaio da fase de produção foi realizado com o objetivo de avaliar se
os tratamentos aplicados às aves durante a recria podem afetar de forma residual
o desempenho das aves durante a fase de postura (22 a 40 semanas).
Para isto, 480 aves remanescentes do período de recria, 240 poedeiras da
linhagem leve (PL) Dekalb White e 240 poedeiras da linhagem semipesadas
(PSP) Bovans Goldline, foram selecionadas pelo tratamento da recria, peso,
produção de ovos e estado sanitário às 22 semanas de idade.
Após serem selecionadas, as aves com peso vivo de 1,44±0,11kg e
1,78±0,13kg, respectivamente para a linhagem leve e semipesada, foram
alimentadas com uma dieta única farelada até atingir em 50% de produção de
ovos, quando foram novamente pesadas em grupo por parcela e, finalmente, o
período de coleta foi iniciado. As aves foram alojadas em gaiolas de arame
galvanizado medindo 33 cm de largura e 45 cm de profundidade, cada uma
contendo um bebedouro nipple para cada quatro aves alojadas e um comedouro
tipo calha na parte frontal das gaiolas. As gaiolas eram dispostas em fileiras
duplas em galpão medindo 7 x 16 m, pé direito de 2,8 m e cobertura de telhas de
barro em duas águas no sentido Leste-Oeste. As duas fileiras duplas de gaiolas
eram separadas por um corredor central de 3,0 m de largura.
As condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar foram
registradas duas vezes ao dia, utilizando-se um aparelho termohigrômetro digital
pré-fixado no centro do galpão, na altura das baterias de gaiolas. As
temperaturas e umidade, mínima, ambiente e máxima, foram de,
respectivamente, 20,08; 23,84 e 29,60º C e, 49,12; 71,36 e 91,75%, registradas
às oito e às dezesseis horas, respectivamente. Durante a fase de produção as aves
117
foram expostas a um programa de luz de 17 horas de duração (luz natural + luz
artificial).
2.3.2 Delineamento experimental
O experimento foi realizado num delineamento inteiramente ao acaso
em esquema fatorial 5 x 2 x 2 (cinco níveis de metionina+cistina, duas formas
física de ração e duas linhagens de postura comercial), perfazendo um total de
20 tratamentos, e composto por quatro repetições de seis aves cada durante o
período de postura.
2.3.3 Dieta basal
Uma ração farelada, para poedeiras em produção (Tabela 21), foi
fornecida ad libitum a todas as aves com a finalidade de permitir a avaliação do
efeito residual dos níveis de metionina+cistina do período de 12 a 16 semanas,
sendo formulada para atender ou exceder as exigências das aves em energia
metabolizável (2.850 kcal/kg), 16,34% de proteína bruta, 3,70% de cálcio e
0,34% de fósforo disponível, com base nas recomendações de Rostagno et al.
(2005).
118
TABELA 21. Composição em ingredientes e química da ração basal utilizada no período de produção para poedeiras leves e semipesadas1
Composição Alimentar
Ingrediente Quantidade Milho 64,997 Farelo de soja 23,233 Calcário 8,540 Fosfato bicálcico 1,318 Óleo de soja 0,970 DL-Metionina 0,223 L-Lisina HCl 0,068 Cloreto de colina 0,050 Sal comum 0,441 Premix vitamínico2 0,100 Premix mineral3 0,050 Antioxidante4 0,010 TOTAL 100,000
Atendimento das exigências nutricionais Nutriente Atendimento Proteína bruta, (%) 16,34 Energia metabolizável (kcal/kg) 2.849 Cálcio, (%) 3,700 Fósforo disponível, (%) 0,340 Metionina+cistina total, (%) 0,756 Metionina+cistina digestível, (%) 0,690 Metionina total, (%) 0,482 Metionina digestível, (%) 0,458 Lisina total, (%) 0,862 Lisina digestível, (%) 0,772 Treonina total, (%) 0,628 Triptofano total, (%) 0,190 Sódio, (%) 0,210
1Recomendações de Rostagno et al (2005). 2Composição por kg do produto: Vit. A 10.000.000 UI; Vit. D3 2.500.000 UI; Vit. E 6.000 UI; Vit. K 1.600 mg; Vit. B12 11.000 mg; Niacina 25.000 mg; Ácido fólico 400 mg; Ácido pantotênico 10.000 mg; Selênio 300 mg; Antioxidante 30 g; Veículo q.s.p. 3Composição por kg do produto: Mg - 150.000 mg; Zn - 100.000 mg; Fe - 100.000 mg; Cu - 16.000 mg; I -1.500 mg; Veículo q.s.p. 4Etoxiquim (100g/ton de ração).
119
2.3.4 Variáveis estudadas no período de produção
Os dados do período de postura foram obtidos em quatro subperíodos de
28 dias (22 a 40 semanas). No início e no final de cada período, as aves e rações
foram pesadas. A produção de ovos foi anotada diariamente e os ovos
produzidos nos últimos cinco dias de cada período foram pesados nos dias das
coletas. As variáveis estudadas foram consumo de ração (CR), produção de ovos
(PR), peso de ovos (PO), massa de ovos (MO), conversão por massa de ovos
(CMO) e gravidade específica (GE).
O consumo de ração foi obtido pela diferença entre a ração fornecida e a
sobra; a produção de ovos, em porcentagem/ave/dia; e o peso médio dos ovos,
considerando o peso de todos os ovos produzidos nos últimos cinco dias de cada
um dos subperíodos de 28 dias. A massa de ovos foi obtida pelo produto da
porcentagem de ovos produzidos e o peso médio dos ovos, enquanto a conversão
alimentar por massa de ovos foi calculada pela relação entre a ração consumida
e a massa de ovos produzida (kg/kg). A gravidade específica da casca dos ovos
foi estimada pelo método de flutuação dos ovos, em dezessete soluções salinas,
com densidade variando de 0,0025, de em 1,060 a 1,100 g/cm3 (Baião, 1994).
Os pesos e porcentagens de gema (PG), albúmen (PA) e casca (PC)
também foram obtidos em três períodos: aos 56, 84 e 112 dias de experimento.
Os ovos produzidos nos últimos cinco dias, depois de pesados, foram quebrados
e seu conteúdo (gema e albúmen) foi pesado separadamente. As cascas foram
secas com papel toalha fino, e levadas à estufa a 55º C durante seis horas e,
posteriormente, pesadas à temperatura ambiente.
120
2.4 Procedimentos e análises estatísticas
As somas de quadrados dos tratamentos foram desdobradas nos efeitos
lineares, quadráticos, cúbicos e quadráticos, conforme procedimento do SAEG –
Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas, desenvolvido pela Universidade
Federal de Viçosa, UFV (1993). Não tendo sido observado efeito de interação
entre os níveis de metionina+cistina, forma física da ração e linhagem das aves,
os fatores forma física da ração e linhagem foram excluídos e as exigências de
metionina+cistina para frangas de 12 a 16 semanas de idade foram estimadas
considerando o nível de significância, o coeficiente de determinação e a
interpretação biológica dos parâmetros.
121
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Efeitos dos tratamentos na fase de recria
A porcentagem de peso padrão foi de 92,10; 90,71; 89,17; 91,12 e
90,07% para as leves e de 83,37; 78,76; 81,26; 76,68 e 78,71% para as
semipesadas, nos níveis de 0,50; 0,55; 0,60; 0,65 e 0,70%, respectivamente. Não
foi observado efeito significativo (P > 0,05) dos níveis de Met+Cys sobre os
pesos padrão das aves.
Os resultados das variáveis de desempenho obtidos com frangas no
período de 12 a 16 semanas de idade, em função dos níveis de metionina+cistina
total, da linhagem e da forma física da ração, são apresentados na Tabela 22.
122
TABELA 22. Consumo de ração total (CRT), consumo de ração diário (CRD), ganho de peso total (GPT), ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar (CA) de frangas de 12 a 16 semanas de idade em função dos níveis de metionina+cistina (Met+Cys), da linhagem e da forma física da ração
% Met+Cys CRT CRD GPT GPD CA (g) (g/a/d) (g) (g/d) (kg/kg) 0,50 4224,3 67,1 613,1 9,6 6,9 0,55 4352,3 68,8 656,5 10,4 5,9 0,60 4464,4 69,3 705,3 11,0 5,8 0,65 4383,3 67,9 662,2 10,5 6,4 0,70 4306,4 67,4 617,2 10,3 6,8 Linhagem (Lin) Leve (LV) 4256,8b 67,4b 645,3b 10,2b 6,5b Semipesada (SP) 4602,6a 73,0a 767,3a 12,2a 5,9a Forma física (FF) Farelada 4560,1a 72,1a 698,7 11,1 6,5a Peletizada 4299,2b 68,3b 713,9 11,3 5,9b ANOVA Met+Cys Q *** Q *** Q *** Q *** Q *** Lin (L) ** ** ** ** ** FF (FF) ** ** ns ns ** MC*LIN ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns LIN*FF ns ns ns ns ns MC*L*FF ns ns ns ns ns CV (%) 2,095 3,101 3,190 4,380 5,587
ns = não significativo; Q = Efeito Quadrático; *(P ≤ 0,05); **(P ≤ 0,01); ***(P ≤ 0,001).
Não houve efeito de interação (P > 0,05) entre os níveis de
metionina+cistina total, a linhagem e a forma física da dieta. Todavia ao se
analisar o efeito dos fatores principais, observa-se efeito (P ≤ 0,001) dos níveis
de metionina+cistina e da linhagem sobre o consumo de ração total e diário e o
ganho de peso total e diário, além da conversão alimentar, enquanto a forma
física da ração afetou os consumos de ração e a conversão alimentar (P ≤ 0,05).
123
Independentemente da linhagem da franga e da forma física da ração, os
maiores consumos de ração total e diário foram verificados no nível de 0,61% de
metionina+cistina (Figura 22), conforme as equações de regressão do consumo
total (CRT = - 2003,7 + 21063x – 17228x2; R2=0,93) e de consumo diário (CRD
= 4,5302 + 218,13x – 179,38x2; R2=0,82).
y = - 2003,7+ 21063x -17228x2 (R2 = 0,93)
4160
4240
4320
4400
4480
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina (%)
Cons
umo
de ra
ção
tota
l
FIGURA 22 – Consumo de ração total (grama/ave) em função do nível
de metionina+cistina total na dieta.
Os ganhos de peso total (Figura 23) e diário máximos foram
encontrados nos níveis de 0,60 e 0,62% de Met+Cys, respectivamente, conforme
as regressões quadráticas de ganho de peso total (GPT = - 2090,9 + 9239,2x –
7676,1x2; R2=0,91) e ganho de peso diário (GPD = - 23,496 + 111,46x –
90,334x2; R2=0,89). Comportamento semelhante foi reportado por Silva et al.
(2000c) ao estimarem exigências de lisina para frangas leve e semipesada.
0,61%
124
y = - 2090,9 + 9239,2x -7676,1x2 (R2 = 0,91)
600
620
640
660
680
700
720
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Gan
ho d
e pe
so to
tal (
FIGURA 23 – Ganho de peso total (grama/ave) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
De acordo com Silva et al. (2000b), os efeitos negativos, causados por
níveis extremos de lisina na ração sobre o consumo, sugerem relacionamento
complexo, envolvendo basicamente três processos simultâneos: imbalanço,
antagonismo e toxidez. Portanto, a redução no consumo das frangas nos níveis
extremos de Met+Cys do presente estudo foi causada, a principio, pelo
imbalanço aminoacídico da dieta. Posteriormente, com o excesso de 10% dos
aminoácidos sulfurados, acima da exigência das aves, ocorreu uma leve toxidez
das aves em virtude de a metionina ser considerada, segundo Koelkberg (1991),
um dos três aminoácidos mais tóxicos para as aves.
Portanto, o efeito depressivo dos níveis extremos de metionina sobre o
consumo de ração e o ganho de peso foi, provavelmente, influenciado pelo
imbalanço aminoacídico nas aves.
0,60%
125
A conversão alimentar foi influênciada de forma quadrática (P ≤ 0,001)
pelos níveis de metionina+cistina na ração (Figura 24), em que a melhor
conversão alimentar foi observada no nível de 0,60% dos aminoácidos
sulfurados.
y = + 41,068 - 117,96x + 98,96x2 (R2 = 0,90)
5,80
6,00
6,20
6,40
6,60
6,80
7,00
7,20
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
vers
ão a
limen
tar
FIGURA 24 – Conversão alimentar (kg/kg) em função do nível de
metionina+cistina total na dieta.
Comportamento semelhante foi observado para a fase de 5 a 11 semanas
de idade para esta mesma variável, quando a exigência estimada foi de 0,64%,
que é superior ao valor estimado nesta fase pela conversão alimentar pelos
manuais das duas linhagens (Granja Planalto, 2005ab). Portanto, as exigências
nutricionais para aves de postura em crescimento estimadas no presente trabalho
corroboram as sugeridas pelos manuais das duas linhagens para a fase de cria (5
a 11 semanas) e recria (12 a 16 semanas).
0,60%
126
A exigência média de metionina+cistina total para as aves das duas
linhagens estimada neste trabalho foi de 0,60%, com base nas variáveis ganho de
peso total, diário e conversão alimentar no período de 12 a 16 semanas de idade,
e é superior à recomendação de Rostagno et al. (2005) de metionina+cistina total
para aves leves e semipesadas no período de 13 a 18 semanas de idade, de 0,45 e
0,43%, respectivamente e do NRC (1994), de 0,42 e 0,39% de
metionina+cistina. Estas diferenças não podem ser justificadas pelo teor de
proteína da ração, pois o nível utilizado foi de 15% de proteína bruta, 1% acima
do recomendado por Rostagno et al. (2005), de 14%. Uma possível explicação
para este menor valor recomendado pelas tabelas é a maior extensão da fase (13
a 18 semanas) destas publicações em relação à recria de 12 a 16 semanas,
sabendo-se que a exigência média tende a cair mais à medida que as aves
amadurecem fisiologicamente.
Outro fator que pode ter contribuído para as maiores estimativas de
exigências de Met+Cys neste trabalho em relação as tabelas foram as diferenças
existentes entre as linhagens. Frangas de linhagens modernas têm consumo mais
baixo que aquelas de dez anos atrás (Silva et al., 2002c), exigindo níveis mais
elevados de aminoácidos com o efeito compensatório para satisfazer suas
necessidades em quantidades de nutrientes ingeridas diariamente.
A exigência de 0,60% de metionina+cistina estimada no presente estudo
sugere um consumo diário de 405 e 439mg para frangas leves e semipesadas,
respectivamente, no período de recria. O presente estudo corrobora as
afirmações de Silva et al. (2000c) de que é necessário atualizar as
recomendações, em especial das aves semipesadas, em virtude de as aves leves
apresentarem exigências de lisina próximas àquelas recomendadas pelo NRC
(1994), enquanto as exigências das frangas semipesadas foram bem superiores.
A exigência média de metionina+cistina total para aves de reposição
leves e semipesadas, estimada no presente estudo, é semelhante e corrobora
127
aquela preconizada pelos manuais das linhagens Dekalb White e Bovans
Goldline (Granja Planalto, 2005ab), de 0,60% para período de 13 a 18 semanas
de idade.
3.2 Efeito da linhagem da franga
A linhagem semipesada mostrou maior consumo de ração total e diário,
ganho de peso total e diário e melhor conversão alimentar (P ≤ 0,01) (Tabela 22)
em comparação com a linhagem leve. Os resultados do presente trabalho
discordam parcialmente dos resultados obtidos por Silva et al. (2000c), que não
observaram diferenças no consumo e conversão alimentar entre as linhagens,
concordando em relação ao ganho de peso diário das semipesadas, que foi
superior ao das leves.
No presente estudo, o consumo de ração diário das aves semipesadas foi
aproximadamente 7,7% superior ao consumo das leves, mas a conversão
alimentar foi 9% melhor. Com base nestes resultados, a linhagem semipesada
apresenta desempenho superior ao da leve. A conversão alimentar pode ser
usada como indicador desta situação, em que as aves da linhagem semipesada
demonstrou resultado 9% melhor desta variável na fase atual de 12 a 16 semanas
de idade.
Comparando os resultados de consumo médio diário de ração, 67,42 e
73,09g/dia para aves de reposição leve e semipesada, respectivamente, obtidos
no presente trabalho, com os valores descritos nos manuais das linhagens leve
60,00g e semipesada 65,00g, observa-se que as aves leves e semipesadas
apresentaram consumo diário de ração cerca de 11% superior ao preconizado
pelos manuais das duas linhagens (Granja Planalto, 2005ab). Estes resultados
reforçam a idéia de que as informações técnicas para aves de postura comercial
devem ser reavaliadas periodicamente, pois a cada nova linhagem lançada no
128
mercado, as exigências nutricionais e o desempenho tendem a ser modificados
em detrimento do melhoramento genético aplicado às novas linhagens.
Os resultados observados no presente trabalho apóiam as afirmações de
Neme et al. (2006), que observaram diferenças significativas no desempenho
produtivo de aves semipesadas com a evolução na idade, concluindo que essas
variações tornam-se mais acentuadas após as primeiras semanas de vida e nas
semanas sebseqüentes.
3.3 Efeito da forma física da ração de recria
Enquanto a dieta farelada aumentou o consumo de ração total e diário (P
≤ 0,01), a dieta peletizada influenciou melhor conversão alimentar (P ≤ 0,01). Os
ganhos de peso total e diário não foram afetados pela forma física da dieta (P >
0,05) (Tabela 22).
O menor consumo de ração total e diário das aves alimentadas com a
ração peletizada pode ser justificado pelo efeito glicostático com o aumento da
digestibilidade do amido da ração, em função do efeito do calor durante o
processo de peletização, que rompe organelas celulares aumentando o
aproveitamento dos carboidratos e proteína.
De acordo com Yo et al. (1997), a forma física da dieta também parece
interferir no padrão de consumo das aves. Trabalhando com aves de 14 dias de
idade em situação de livre escolha para balanceamento da dieta, os autores
avaliaram o efeito da troca repentina da forma física de um concentrado
protéico, quando houve a troca da forma física da ração (farelada por
peletizada), e constataram que as aves reduziram o consumo durante as
primeiras 24 horas, equilibrando o consumo depois de três dias de adaptação.
Este período foi necessário para os mecanoreceptores do bico se adaptarem à
nova partícula.
129
A redução no consumo de ração também foi observada por Portella et al.
(1998). Quando se trocou uma dieta com partículas de 1,18 mm por outra de
2,36 mm para poedeiras, a redução no consumo de ração perdurou por quatro
dias. O tamanho do pélete da fase de 12 a 16 semanas pode ter influenciado o
menor consumo de ração pelas aves.
No presente trabalho, a ração peletizada melhorou a conversão alimentar
das aves em 7,8% em relação à dieta farelada. Desta forma, observa-se que aves
de postura em crescimento aproveitam melhor os nutrientes das dietas
peletizadas.
3.1.1 Peso vivo e peso de penas
Os dados de peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de penas
(PPN) e ganho de penas (GPN) de aves de reposição, no período de 12 a 16
semanas de idade, em função da linhagem e da forma física da dieta, são
apresentados na Tabela 23.
Exceto para o peso vivo, houve efeito de interação entre os níveis de
Met+Cys e a linhagem e a forma física (P ≤ 0,001) para o peso e a porcentagem
de penas.
130
TABELA 23. Peso vivo (PV), peso de penas (PP), porcentagem de penas (PPN) e ganho de penas (GPN) de frangas leves (LV) e semipesadas (SP) na décima sexta semana de idade, em função dos níveis de metionina+cistina total (Met+Cys), da linhagem (Lin) leve (LV), semipesada (SP) e da forma física da ração (FF) farelada (FAR) e peletizada (PEL).
(%) Met+Cys PV (g) PP (g) PPN (%) GPN (%) 0,50 1308,7±146,0 121,8±10,7 9,3±0,7 34,8±2,2 0,55 1335,2±129,9 124,5±10,4 9,3±0,6 35,8±3,0 0,60 1311,2±114,6 128,2±9,0 9,8±0,5 33,6±1,6 0,65 1328,3±149,3 125,2±18,8 9,4±0,6 33,6±3,1 0,70 1321,0±133,3 126,2±13,8 9,5±0,7 34,2±2,8 Lin LV 1205,0±51,1b 115,0±7,0b 9,5±0,6 34,5±2,8 SP 1436,8±67,0a 135,4±8,2a 9,4±0,7 34,3±2,5 FF FAR 1320,5±139,7 124,6±14,6b 9,4±0,6 34,6±2,5 PEL 1321,3±123,9 125,8±10,8a 9,5±0,6 34,3±2,8 ANOVA Met+Cys ns *** ns ns Lin (L) *** *** ns ns FF (FF) ns *** ns ns MC*LIN ns *** *** ns MC*FF ns *** *** ns LIN*FF ns ns ns ns MC*L*FF ns *** *** ns CV (%) 4,560 2,687 4,662 4,012
(a,b) = Letras minúsculas distintas na coluna diferem pelo Teste F (P 0,05); *(P ≤ 0,05); **(P ≤ 0,01); ***(P ≤ 0,001); ns = não significativo.
Pela Tabela 24 observa-se que os níveis de Met+Cys não tiveram efeito
sobre o peso e a porcentagem de penas de cada linhagem, mas as semipesadas
apresentaram maior peso de penas que as leves em todos os níveis de Met+Cys e
maior porcentagem no nível de 0,65% de Met+Cys (P ≤ 0,05). A falta de efeito
dos aminoácidos sulfurados no peso, porcentagem e ganho de penas das
linhagens contraria a teoria de que, sendo as penas ricas em aminoácidos
131
sulfurados, a adição crescente destes aminoácidos estimularia o crescimento de
penas nas duas linhagens.
TABELA 24. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e da linhagem leve (LV) e semipesada (SP) sobre o peso e porcentagem de penas ao final das dezesseis semanas de idade
PP (g) PPN (%)
Linhagem Linhagem
Met+Cys (%) LV SP LV SP
0,50 113,1b 130,6ª 9,5 9,1 0,55 115,3b 133,6ª 9,4 9,2 0,60 121,4b 134,9ª 10,0 9,5 0,65 108,6b 141,9ª 9,0b 9,8ª 0,70 116,6b 135,8ª 9,7 9,4 Efeito ns ns ns ns
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
Enquanto os níveis de 0,60% de Met+Cys proporcionaram a máxima
porcentagem de penas na ração farelada, inexplicavelmente o nível de 0,65% de
Met+Cys na ração peletizada influenciou a menor porcentagem de penas,
sugerindo que a porcentagem de penas pode ser influenciada pela forma física da
ração (Tabela 25).
132
TABELA 25. Efeito da interação entre os níveis de metionina+cistina (Met+Cys) e a forma física farelada (FAR) e peletizada (PEL) sobre o peso (PP) e porcentagem de penas (PPN) ao final da décima sexta semana de idade
PP (g) PPN (%)
Forma Física Forma Física Met+Cys (%) FAR PEL FAR PEL
0,50 118,4 125,2 8,8b 9,8a 0,55 128,5 120,5 9,7a 8,9b 0,60 129,5 126,8 10,1 9,5 0,65 125,2 125,2 9,3 9,5 0,70 121,4 131,0 9,1 9,9 Efeito ns ns Q Q
(a,b) = letras minúsculas distintas, na linha, diferem entre si pelo Teste F (P ≤ 0,05); ns = não significativo; Q = efeito quadrático (P ≤ 0,05); L = efeito linear (P≤0,05).
Os efeitos dos desdobramnetos das interações entre os níveis de
Met+Cys e a forma física da dieta são ilustrados na Figura 25.
8,8
9,0
9,2
9,4
9,6
9,8
10,0
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Pena
s (%
)
FIGURA 25 – Porcentagem de penas com o uso de dietas farelada e
peletizada em função do nível de Met+Cys na dieta
O nível de Met+Cys para máxima porcentagem de penas utilizando a
dieta farelada foi de 0,60% (Figura 25), valor que corrobora as recomendações
ŷFAR = - 22,702 + 108,34x – 90x2 R2=0,76
ŷPEL = 30,315 - 71,974x + 61,429x2 R2=0,62
0,60%0,59%
Farelada Peletizada
133
do manual da linhagem (Granja Planalto, 2005ab), de 0,60% de Met+Cys para
frangas leve e semipesada na fase de recria. Entretanto, pior percentual de penas
foi verificado no nível de 0,59% de Met+Cys, com o uso da dieta peletizada
(Figura 25).
3.5 Desempenho das aves no período de produção
A idade ao primeiro ovo foi observada para as aves leves e semipesadas,
sendo que os níveis de metionina+cistina na dieta não tiveram influência sobre a
idade ao primeiro ovo, a qual foi de 116 dias (16 semanas) para as aves das duas
linhagens, independentemente do tratamento a que foram submetidas no período
de recria. A idade ao atingir 50% de produção, de 121 dias (17 semanas),
também não foi influenciada pelos níveis de metionina+cistina total avaliados no
período de recria. Estes resultados diferem dos observados por Silva et al.
(2000c), que avaliando as exigências de lisina para aves de reposição, afirmaram
existir influência dos diferentes níveis do aminoácido sobre o desempenho na
fase de produção.
Os valores de consumo de ração (CR), produção de ovos (PR), peso de
ovo (PO), massa (MO), conversão por massa de ovos (CMO) e gravidade
especifica da casca de ovo (GE) de poedeiras leves e semipesadas submetidas a
diferentes níveis de metionina+cistina total no período de recria são
apresentados na Tabela 26.
134
TABELA 26. Efeito residual sobre o consumo de ração (CR), produção (PR), peso de ovo (PO), massa (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CMO) e gravidade específica da casca de ovo (GE) de poedeiras leves e semipesadas submetidas a dietas farelada e peletizada contendo diferentes níveis de metionina+cistina total durante o período de recria (12 a 16 semanas)
% Met+Cys
CR (g)
PR (%)
PO (g)
MO (g)
CMO (kg/kg)
GE (g/cm3)
0,50 101,2 78,3 60,6 49,9 1,6 1,086 0,55 102,3 80,1 62,0 51,7 1,5 1,086 0,60 103,3 81,3 62,9 54,1 1,5 1,087 0,65 102,8 80,1 61,8 52,2 1,5 1,087 0,70 101,2 79,5 60,7 50,7 1,6 1,087 Linhagem (Lin) Branca 102,0 82,9ª 62,8b 52,1 1,6ª 1,089 Vermelha 102,6 78,9b 65,6ª 51,8 1,5b 1,092 Forma física (FF) Farelada 102,5 81,6 64,4 52,5 1,5 1,093 Peletizada 102,1 80,2 64,1 51,4 1,6 1,088 ANOVA Met+Cys Q *** Q *** Q *** Q *** Q *** ns Lin ns ** ** ns ** ns FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin ns ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns ns Lin*FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin*FF ns ns ns ns ns ns CV (%) 2,680 2,918 2,595 2,245 3,973 0,293
ns = não significativo; Q = Efeito Quadrático (P <0,001).
Não foram observados efeitos de interação (P > 0,05) entre os níveis de
metionina+cistina e a linhagem e a forma física da ração.
A concentração de metionina+cistina total utilizada na dieta da aves no
período de 12 a 16 semanas afetou de forma quadrática (P ≤ 0,001) o consumo
de ração, a produção, o peso de ovo, a massa de ovo e a conversão alimentar por
massa de ovos de poedeiras leves e semipesadas no período de produção.
135
Apenas a gravidade específica da casca dos ovos não foi afetada pelos níveis de
metionina+cistina da ração.
O maior consumo de ração foi observado no nível de 0,60% de
metionina+cistina para poedeiras leves e semipesadas, considerando o efeito
residual dos níveis do aminoácido utilizado no período de recria (12 a 16
semanas) das aves (Figura 26).
y = 30,777 + 240,28x -199,23x2 (R2 = 0,96)
101
101
102
102
103
103
104
104
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
sum
o de
raçã
o (g
/
FIGURA 26 – Consumo de ração (grama/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas, submetidas a diferentes niveis de metionina+cistina total no período de 12 a 16 semanas de idade.
A produção e o peso dos ovos também foram influenciados pelos níveis
de metionina+cistina na dieta utilizados durante a fase de 12 a 16 semanas,
sendo a exigência para produção de ovos (Figura 27) estimada em 0,61% e
0,60% para peso de ovos (Figura 28), pelo modelo de regressão quadrático. Os
0,60%
136
resultados do presente trabalho são diferentes dos observados por Jordão Filho et
al. (2006) que, ao avaliarem o desempenho de poedeiras, do início até o pico de
postura, submetidas a níveis crescentes de metionina+cistina na ração,
constataram um efeito linear decrescente dos níveis de metionina+cistina sobre a
produção de ovos e estimaram a exigência para peso de ovo em 0,73% de
metionina+cistina total. Uma possível explicação para esse comportamento
adverso aos do presente trabalho pode ser os níveis de Met+Cys utilizados pelos
autores (0,61; 0,68; 0,75; 0,82 e 0,89%) em relação aos utilizados no presente
estudo (0,50; 0,55; 0,60; 0,65 e 0,70%) na fase de 12 a 16 semanas.
y = 6,1546 + 244,34x -199,62x2 (R2 = 0,90)
78
79
79
80
80
81
81
82
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Prod
ução
de
ovo
FIGURA 27 – Produção de ovos (%/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas submetidas a diferentes niveis de metionina+cistina total no período de 12 a 16 semanas de idade.
As aves leves apresentaram maior (P ≤ 0,01) produção de ovos
(82,96%) em relação às semipesadas (78,97%), sendo esta uma característica
inerente às poedeiras de linhagens leves. Entretanto, as semipesadas produziram
0,61%
137
ovos mais pesados (65,69 x 62, 89g), e vários estudos têm mostrado que as aves
mais pesadas produzem ovos de maior tamanho (Keshavarz & Nakajima, 1995;
Leeson & Summers, 1997 e Silva et al. 2000c).
y = - 8,7123 + 237,53x -197,72x2 (R2 = 0,93)
60,5
61,0
61,5
62,0
62,5
63,0
63,5
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
ovos
FIGURA 28 – Peso de ovos (grama) de poedeiras leves e semipesadas,
submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total no período de 12 a 16 semanas de idade.
Níveis reduzidos e/ou elevados de metionina+cistina total afetaram
negativamente a massa de ovos, sendo a exigência estimada em 0,61% (Figura
29).
A exigência de metionina+cistina para se obter uma melhor conversão
alimentar por massa de ovos foi pouco inferior ao nível intermediário de
metionina utilizado durante o período de recria das poedeiras leves e
semipesadas, estimado em 0,59% de Met+Cys (Figura 30) pelo modelo
quadrático de regressão. Mais uma vez, as exigências preconizadas por Jordão
0,60%
138
Filho et al. (2006) diferem dos resultados deste experimento, sendo as
recomendações estabelecidas pelos referidos autores superiores às do presente
estudo. Essa diferença pode ter sido ocasionada pelo fato de os autores terem
avaliado as exigências apenas para aves semipesadas.
y = - 63,297 + 384,48x -316,83x2 (R2 = 0,88)
49,550,0
50,551,0
51,552,0
52,553,0
53,554,0
54,5
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Mas
sa d
e ov
os (g
/a
FIGURA 29 – Massa de ovos (grama/ave/dia) de poedeiras leves e
semipesadas submetidas a dietas com diferentes concentrações de metionina+cistina total no período de 12 a 16 semanas de idade.
0,61%
139
y = 5,0007 - 11,771x + 9,9566x2 (R2 = 0,95)
1,50
1,52
1,54
1,56
1,58
1,60
1,62
1,64
1,66
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Con
vers
ão p
or m
assa
de
ovo
FIGURA 30 – Conversão alimentar por massa de ovos (kg/kg) de
poedeiras leves e semipesadas, submetidas a dietas com diferentes concentrações de metionina+cistina total no período de 12 a 16 semanas de idade.
Avaliando o desempenho das poedeiras Dekalb White (leve) e Bovans
Goldline (semipesada) durante o período de produção, observa-se que as aves da
linhagem leve obtiveram maior produção de ovos (P ≤ 0,01). Entretanto, as
poedeiras semipesadas produziram ovos mais pesados e apresentaram melhor
conversão alimentar por massa de ovos (P ≤ 0,01). Durante o período de
produção, não houve diferença significativa (P > 0,05) sobre o consumo de
ração, a massa de ovos e a gravidade específica para as duas linhagens de aves
estudadas. No entanto, ao se calcular a diferença em porcentagem do consumo
de ração das aves leves e semipesadas, observa-se que ela é menor que um por
cento (0,6%), uma diferença mínima; porém, observando essa diferença com
base nos manuais das duas linhagens, atinge-se um percentual de 6% entre o
consumo de ração das leves e semipesadas. Esse fato pode estar relacionado às
0,59%
140
mudanças existentes nas exigências nutricionais ocorridas desde o lançamento
dessas duas linhagens no mercado brasileiro, no ano de 2005.
A forma física da ração utilizada no período de 12 a 16 semanas de
idade não teve influência (P > 0,05) sobre o desempenho subseqüente das
poedeiras leve (Dekalb White) e semipesada (Bovans Goldline) para nenhuma
das variáveis avaliadas.
O peso do albúmen (PA), peso de gema (PG), peso de casca (PC),
porcentagem de albúmen (%AB), porcentagem de gema (%GM) e porcentagem
de casca (%CC) das poedeiras leves e semipesadas também foram avaliados
quanto ao efeito dos níveis de metionina+cistina total (M+C) na dieta fornecida
às aves durante a fase de 12 a 16 semanas de idade, de acordo com a Tabela 27.
141
TABELA 27. Efeito residual sobre a qualidade interna dos ovos de poedeiras leves e semipesadas submetidas a diferentes níveis de metionina+cistina total durante a fase de recria
M+C (%)
PA (g)
PG (g)
PC (g)
AB (%)
GM (%)
CC (%)
0,50 45,3 15,9 6,4 66,9 23,5 9,5 0,55 44,2 16,0 6,5 66,2 23,9 9,7 0,60 43,6 16,4 6,5 65,5 24,6 9,8 0,65 42,0 16,1 6,4 65,0 24,9 10,0 0,70 41,4 15,6 6,4 65,2 24,6 10,0 Linhagem (Lin) Leve 43,1 16,1 6,4 65,5 24,6 9,8 Semipesada 43,5 15,8 6,4 66,0 24,0 9,8 Forma Física (FF) Farelada 43,3 16,0 6,4 65,7 24,3 9,8 Peletizada 43,3 16,0 6,4 65,8 24,3 9,8 ANOVA Met+Cys L*** Q*** Q* Q* Q* L*** Lin ns ns ns ns ns ns FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin ns ns ns ns ns ns MC*FF ns ns ns ns ns ns Lin*FF ns ns ns ns ns ns MC*Lin*FF ns ns ns ns ns ns CV(%) 2,836 2,483 3,265 1,498 3,164 3,699
Q = Efeito Quadrático; L = Efeito Linear; CV = Coeficiente de variação. *(P≤0,05), **(P≤0,01), ***(P≤0,001).
O peso de albúmen e a porcentagem de casca foram afetados
linearmente pelos níveis de Met+Cys na dieta de recria (P ≤ 0,001). O peso da
gema foi afetado de forma quadrática (P ≤ 0,001), bem como o peso da casca e
as porcentagens de albúmen e gema (P ≤ 0,05).
O peso do albúmen também foi afetado de forma linear pelos níveis de
Met+Cys utilizados nas dietas das aves no período de crescimento, conforme a
Figura 31.
142
y = -19,942x + 55,31 (R2 = 0,98)
41
42
43
44
45
46
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
albú
me
FIGURA 31 - Peso de albúmen (grama) em função dos níveis dietéticos
de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, verifica-se que
o peso do albúmen torna-se pior quando as aves são submetidas a níveis mais
elevados de aminoácidos na dieta; os resultados do efeito residual provocado
pelos níveis utilizados na fase de 5 a 11 semanas também confirmam essa
observação. Jordão Filho et al. (2006) não observaram diferenças no peso de
albúmen dos ovos de poedeiras semipesadas alimentadas com níveis crescentes
(0,61; 0,68; 0,75; 0,82 e 0,89%) de metionina+cistina na dieta.
O peso da gema foi afetado de forma quadrática (Figura 32), sendo o
nível ótimo estimado em 0,59% de Met+Cys para se obterem ovos com maior
peso de gema.
143
y = - 2,2431 + 62,407x - 52,53x2 (R2 = 0,83)
15,60
15,80
16,00
16,20
16,40
16,60
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
peso
de ge
ma
FIGURA 32 - Peso de gema (grama) em função dos níveis dietéticos de
metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
O peso da casca foi afetado de forma quadrática (Figura 33), sendo o
nível ótimo estimado em 0,59% de Met+Cys para se obter uma casca de ovo de
melhor qualidade. Porém, foi observado que a gravidade específica dos ovos não
teve influência dos níveis de Met+Cys utilizados na fase de recria.
0,59%
144
y = 2,0174 + 15,327x -12,964x2 (R2 = 0,98)
6,35
6,40
6,45
6,50
6,55
6,60
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Peso
de
casc
a
FIGURA 33 - Peso de casca (grama) em função dos níveis dietéticos de
metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
A porcentagem de albúmen foi afetada de forma quadrática pelos níveis
de Met+Cys total, avaliados nas dietas de poedeiras leve e semipesada durante o
período de recria, sendo a exigência em Met+Cys total estimada em 0,68% para
se obterem ovos com uma melhor quantidade de albúmen (Figura 34).
0,59%
145
y = + 92,9 - 81,881x + 60,34x2 (R2 = 0,98)
64,5
65,0
65,5
66,0
66,5
67,0
67,5
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Alb
úmen
(
FIGURA 34 – Porcentagem de albúmen (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
A porcentagem de gema (Figura 35) foi afetada de forma quadrática
pelos níveis de Met+Cys total na dieta, com exigência estimada em 0,66% de
Met+Cys total.
0,68%
146
y = 1,8348 + 69,23x - 52,103x2 (R2 = 0,96)
23,0
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Gem
a (%
FIGURA 35 - Porcentagem de gema (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
A porcentagem de casca dos ovos (Figura 36) de poedeiras leve e
semipesada submetidas a dietas contendo níveis crescentes de Met+Cys durante
a fase de recria foi afetada de forma linear (P ≤ 0,001).
0,66%
147
y = 8,1899 + 2,7661x (R2 = 0,94)
9,49,59,69,79,89,910
10,110,2
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Níveis de metionina+cistina total (%)
Cas
ca (%
FIGURA 36 - Porcentagem de casca (%) em função dos níveis
dietéticos de metionina+cistina utilizados para poedeiras leves e semipesadas na fase de 12 a 16 semanas de idade
Com base nos resultados do presente trabalho, verifica-se uma exigência
média de metionina+cistina total para poedeiras leve e semipesada de 0,63%
para se obterem ovos de melhor qualidade, com base nas variáveis peso de
gema, peso de casca, porcentagens de albúmen e gema.
148
4 CONCLUSÕES
Recomenda-se 0,62% de metionina+cistina total para aves de reposição
leve e semipesada de 12 a 16 semanas de idade, ou 418 e 453 mg de Met+Cys
total/dia para aves leves e semipesadas, respectivamente. A exigência estimada
de Met+Cys digestível é de 0,56% para as duas linhagens ou 378 para as leves e
409 mg de Met+Cys digestível para as semipesadas, considerando uma ração
com 2.850 kcal/kg de energia metabolizável.
A linhagem semipesada tem melhor desempenho, comparado à
linhagem leve, no período de recria.
Frangas na fase de recria têm melhor conversão alimentar quando
alimentadas com rações peletizadas, mas a forma física da ração de recria não
afeta, de forma residual, a produção de ovos das aves no período de 22 a 40
semanas de idade.
149
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151
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152
6 CONCLUSÃO GERAL
Na Tabela 28 são apresentadas as recomendações estimadas em
percentual e em miligramas/ave/dia de metionina+cistina digestível com base
nos resultados obtidos dos experimentos avaliando diferentes níveis de Met+Cys
em rações farelada, triturada e peletizada para aves de reposição leves e
semipesadas nas fases de 1 a 4, 5 a 11 e 12 a 16 semanas de idade e
considerando o possível efeito residual das fases de 5 a 11 e de 12 a 16 semanas
sobre o início de produção até o pico de postura.
TABELA 28. Recomendações nutricionais estimadas de met+cys digestível para aves de reposição leves e semipesadas nas fases inicial (1 a 4), cria (5 a 11) e recria (12 a 16 semanas)
Fase (semanas) Aves 1 a 4 5 a 11 12 a 16 Met+Cys (%) 0,71 0,59 0,56 Met+Cys (mg) Leves 133 291 378 Semipesadas 145 331 409
153
7 ANEXO
155
QUADRO 1A – Quadro de registro diário de temperatura e umidade obtidos no interior das instalações experimentais durante a fase inicial (1 a 4 semanas)
Período 8:00 hs 16:00 hs Data T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6
15/mar/06 25,60 26,00 29,20 76,00 90,00 97,00 26,30 27,30 30,20 76,00 77,00 97,00 16/mar/06 24,50 25,90 28,50 75,00 92,00 98,00 25,30 28,50 30,10 75,00 78,00 96,00 17/mar/06 25,40 26,20 28,40 75,00 92,00 98,00 25,70 29,00 30,20 76,00 78,00 96,00 18/mar/06 26,20 25,80 27,90 76,00 94,00 97,00 24,50 28,50 29,50 75,00 79,00 98,00 19/mar/06 25,90 25,90 27,60 76,00 93,00 96,00 23,60 29,20 29,20 75,00 78,00 97,00 20/mar/06 25,50 25,50 25,20 76,00 92,00 98,00 23,40 28,50 29,40 74,00 77,00 98,00 21/mar/06 21,60 24,70 25,50 75,00 91,00 97,00 23,60 29,30 29,20 74,00 77,00 97,00 22/mar/06 25,20 26,10 28,40 76,00 92,00 98,00 23,40 27,60 29,50 75,00 79,00 97,00 23/mar/06 24,00 27,00 28,80 73,00 93,00 97,00 25,50 27,30 28,60 76,00 79,00 98,00 24/mar/06 23,00 26,10 29,30 72,00 92,00 99,00 26,20 27,60 29,10 76,00 78,00 97,00 25/mar/06 23,90 26,70 27,90 77,00 94,00 97,00 26,10 27,70 28,70 82,00 85,00 96,00 26/mar/06 24,60 27,00 28,80 82,00 94,00 96,00 26,30 27,00 28,40 84,00 87,00 96,00 27/mar/06 24,10 26,90 27,50 85,00 90,00 96,00 26,90 29,70 30,50 73,00 76,00 91,00 28/mar/06 24,50 27,50 30,10 75,00 84,00 94,00 27,60 29,60 31,20 62,00 62,00 84,00 29/mar/06 24,80 27,30 30,40 62,00 83,00 91,00 27,30 28,70 30,70 67,00 75,00 83,00 30/mar/06 24,60 26,30 29,70 71,00 87,00 92,00 26,30 30,20 31,70 63,00 66,00 87,00 31/mar/06 24,70 27,00 30,20 67,00 84,00 90,00 27,00 29,80 32,30 57,00 69,00 84,00 1/abr/06 24,20 27,40 29,90 69,00 81,00 90,00 27,50 27,80 32,10 51,00 74,00 82,00 2/abr/06 24,30 27,00 28,00 68,00 80,00 90,00 26,80 27,40 30,00 62,00 80,00 83,00 3/abr/06 24,50 27,20 28,00 77,00 84,00 90,00 27,40 30,80 31,10 57,00 61,00 85,00 4/abr/06 23,50 26,40 31,10 61,00 80,00 92,00 26,50 28,80 30,40 59,00 68,00 81,00 5/abr/06 24,90 25,90 29,30 68,00 92,00 92,00 26,10 27,20 30,20 68,00 73,00 93,00 6/abr/06 24,60 26,80 27,20 73,00 90,00 95,00 26,60 28,80 30,10 69,00 72,00 90,00 7/abr/06 23,70 25,80 29,40 72,00 93,00 99,00 25,90 26,80 28,30 82,00 89,00 95,00 8/abr/06 24,20 25,90 27,00 86,00 88,00 97,00 25,90 29,40 30,50 60,00 60,00 90,00 9/abr/06 24,30 25,00 30,00 61,00 95,00 95,00 24,60 28,40 29,10 74,00 78,00 95,00
10/abr/06 24,30 26,00 30,80 82,00 91,00 96,00 24,40 28,30 29,00 60,00 76,00 96,00 11/abr/06 24,20 25,90 30,00 77,00 90,00 97,00 24,20 27,50 29,60 65,00 78,00 98,00 12/abr/06 24,20 26,40 28,10 76,00 86,00 96,00 26,40 27,70 29,70 66,00 76,00 86,00
MD7 24,45 26,33 28,70 73,76 89,21 95,17 25,77 28,43 29,95 69,41 75,34 91,93 1Temperatura mínima; 2Temperatura ambiente; 3Temperatura máxima; 4Umidade mínima; 5Umidade ambiente; 6Umidade máxima; 7Média.
156
QUADRO 2A – Quadro de registro diário de temperatura e umidade obtidos no interior das instalações experimentais durante a fase de cria (5 a 11 semanas)
Período 8:00 hs 16:00 hs Data T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6
14/abr/06 24,10 27,20 27,20 83,00 83,00 96,00 26,90 27,00 30,60 68,00 82,00 85,00 15/abr/06 23,60 24,70 26,90 82,00 99,00 99,00 23,30 23,60 26,90 69,00 89,00 99,00 16/abr/06 23,00 24,50 24,50 86,00 96,00 99,00 24,50 26,20 28,60 75,00 80,00 97,00 17/abr/06 22,90 25,80 26,60 89,00 89,00 97,00 25,90 27,40 27,90 79,00 81,00 89,00 18/abr/06 23,70 26,00 27,80 81,00 94,00 99,00 25,00 26,70 28,00 78,00 86,00 98,00 19/abr/06 22,60 26,20 27,80 84,00 87,00 98,00 26,20 26,30 28,10 77,00 82,00 93,00 20/abr/06 22,50 25,70 25,80 83,00 95,00 99,00 24,70 24,80 27,70 83,00 83,00 95,00 21/abr/06 23,80 25,90 25,90 82,00 95,00 99,00 26,00 27,70 28,60 77,00 79,00 95,00 22/abr/06 24,10 27,70 27,90 78,00 81,00 98,00 26,60 28,40 29,80 71,00 75,00 85,00 23/abr/06 23,20 24,00 28,60 74,00 98,00 99,00 23,50 23,50 25,50 84,00 85,00 99,00 24/abr/06 22,90 24,10 24,10 78,00 89,00 99,00 23,40 24,30 26,30 83,00 89,00 99,00 25/abr/06 23,50 25,20 25,20 89,00 99,00 99,00 25,20 26,90 28,10 82,00 86,00 99,00 26/abr/06 23,40 25,30 27,10 85,00 95,00 99,00 25,40 27,40 28,60 81,00 87,00 96,00 27/abr/06 23,60 26,40 27,50 87,00 89,00 98,00 26,40 27,80 29,30 69,00 81,00 88,00 28/abr/06 24,00 25,50 27,90 81,00 95,00 98,00 25,10 25,50 29,40 74,00 82,00 95,00 29/abr/06 24,00 25,90 26,10 81,00 93,00 99,00 24,60 24,70 28,40 80,00 87,00 97,00 30/abr/06 23,80 25,10 25,10 86,00 98,00 99,00 23,50 25,50 25,90 89,00 84,00 99,00 1/mai/06 23,00 24,90 26,00 83,00 99,00 99,00 25,00 25,40 27,80 82,00 81,00 99,00 2/mai/06 23,80 25,10 25,70 81,00 96,00 98,00 25,00 27,30 28,70 70,00 73,00 97,00 3/mai/06 24,10 25,00 28,70 70,00 96,00 98,00 25,00 28,70 29,40 74,00 77,00 96,00 4/mai/06 23,80 26,70 28,80 70,00 85,00 98,00 23,50 27,60 28,10 73,00 80,00 96,00 5/mai/06 23,50 24,30 27,70 82,00 97,00 99,00 24,20 28,10 29,40 72,00 76,00 96,00 6/mai/06 23,70 25,00 27,50 85,00 95,00 99,00 25,10 26,60 28,30 76,00 80,00 93,00 7/mai/06 23,10 26,70 26,90 75,00 75,00 97,00 26,70 26,80 29,50 67,00 83,00 96,00 8/mai/06 23,50 25,10 26,80 83,00 88,00 97,00 25,20 27,30 29,80 71,00 82,00 95,00 9/mai/06 23,10 25,20 27,50 71,00 91,00 96,00 25,60 26,80 29,50 74,00 82,00 96,00 10/mai/06 22,80 26,70 28,20 76,00 82,00 96,00 25,70 27,10 29,40 73,00 81,00 76,00 11/mai/06 21,70 25,30 28,00 72,00 76,00 96,00 25,30 27,70 29,60 63,00 73,00 96,00 12/mai/06 23,00 26,10 27,90 72,00 87,00 99,00 25,40 27,60 29,60 64,00 72,00 99,00 13/mai/06 25,60 26,90 30,90 89,00 90,00 99,00 23,90 30,80 28,00 65,00 70,00 96,00 14/mai/06 25,90 23,00 30,80 65,00 87,00 99,00 24,30 28,00 29,70 64,00 72,00 99,00
157
QUADRO 2A – CONTINUAÇÃO... Período 8:00 hs 16:00 hs
Data T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 15/mai/06 23,20 26,30 28,50 70,00 87,00 96,00 23,00 28,50 30,80 65,00 71,00 95,00 16/mai/06 22,90 24,20 29,10 68,00 95,00 99,00 24,20 27,70 29,10 68,00 75,00 96,00 17/mai/06 21,60 23,80 27,90 75,00 91,00 96,00 24,10 28,10 29,00 68,00 74,00 99,00 18/mai/06 21,20 23,60 26,60 79,00 91,00 98,00 26,20 26,20 26,20 79,00 79,00 92,00 19/mai/06 21,30 25,70 26,30 79,00 84,00 97,00 25,20 26,70 28,00 72,00 76,00 96,00 20/mai/06 20,80 23,30 25,70 83,00 86,00 99,00 23,40 26,70 27,50 72,00 76,00 95,00 21/mai/06 24,60 26,90 21,70 84,00 95,00 94,00 21,70 28,60 29,30 65,00 79,00 99,00 22/mai/06 21,50 22,60 28,70 68,00 95,00 96,00 26,40 27,50 28,70 75,00 78,00 95,00 23/mai/06 22,70 25,90 27,90 87,00 98,00 99,00 22,40 26,60 27,40 75,00 82,00 96,00 24/mai/06 20,70 22,60 26,80 81,00 95,00 99,00 22,70 26,90 27,40 80,00 81,00 95,00 25/mai/06 22,60 23,10 27,10 81,00 97,00 99,00 22,60 26,80 27,30 80,00 81,00 96,00 26/mai/06 21,40 24,20 27,10 83,00 95,00 99,00 24,50 27,60 28,70 68,00 76,00 95,00 27/mai/06 21,70 23,70 27,40 84,00 97,00 99,00 22,50 26,70 27,30 80,00 81,00 96,00 28/mai/06 21,60 24,30 27,10 84,00 97,00 98,00 22,30 26,50 27,20 80,00 82,00 95,00 29/mai/06 23,60 24,60 27,30 84,00 98,00 99,00 22,30 26,40 27,20 81,00 82,00 96,00 30/mai/06 21,60 23,60 23,60 86,00 96,00 96,00 22,50 26,60 27,90 80,00 83,00 95,00 31/mai/06 24,40 24,10 27,20 69,00 96,00 99,00 22,30 26,40 27,80 81,00 82,00 96,00 1/jun/06 24,30 24,20 24,40 78,00 97,00 96,00 24,20 26,00 27,80 69,00 71,00 98,00 2/jun/06 23,70 24,20 24,60 79,00 96,00 99,00 24,30 26,20 27,50 63,00 79,00 98,00
MD7 23,09 25,04 26,97 79,70 92,10 98,02 24,46 26,84 28,33 74,16 79,76 95,22 1Temperatura mínima; 2Temperatura ambiente; 3Temperatura máxima; 4Umidade mínima; 5Umidade ambiente; 6Umidade máxima; 7Média.
158
QUADRO 3A – Quadro de registro diário de temperatura e umidade obtidos no interior das instalações experimentais durante a fase de recria (12 a 16 semanas)
Período 8:00 hs 16:00 hs Data T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6
3/jun/06 24,40 27,20 21,50 61,00 96,00 99,00 24,20 27,20 26,90 62,00 75,00 98,00 4/jun/06 21,50 28,30 22,40 62,00 98,00 99,00 24,20 27,20 26,00 62,00 82,00 99,00 5/jun/06 21,20 23,10 27,20 61,00 98,00 99,00 24,30 27,10 26,00 77,00 85,00 91,00 6/jun/06 22,10 24,30 25,30 91,00 98,00 99,00 24,30 26,00 27,10 78,00 84,00 92,00 7/jun/06 21,70 25,40 27,00 83,00 90,00 99,00 24,50 26,10 26,80 79,00 80,00 96,00 8/jun/06 21,00 24,70 27,80 77,00 85,00 99,00 24,90 25,90 26,50 77,00 82,00 99,00 9/jun/06 21,30 25,20 26,10 78,00 82,00 96,00 24,20 26,00 27,50 78,00 85,00 96,00
10/jun/06 23,70 22,70 27,40 71,00 96,00 99,00 22,30 26,60 26,90 63,00 82,00 99,00 11/jun/06 21,30 24,60 23,60 86,00 98,00 99,00 22,20 27,20 26,90 78,00 83,00 99,00 12/jun/06 20,70 23,00 28,10 85,00 98,00 99,00 22,30 27,10 26,70 78,00 83,00 98,00 13/jun/06 21,70 21,70 24,80 81,00 99,00 99,00 22,30 27,20 26,60 78,00 84,00 99,00 14/jun/06 21,70 24,20 24,20 86,00 86,00 99,00 22,50 27,50 26,30 77,00 81,00 99,00 15/jun/06 24,10 22,10 26,30 69,00 95,00 99,00 22,10 24,80 25,90 86,00 81,00 99,00 16/jun/06 23,20 22,00 26,50 83,00 94,00 99,00 21,50 27,10 27,50 85,00 71,00 99,00 17/jun/06 23,70 21,00 27,30 91,00 69,00 99,00 22,30 26,50 27,20 81,00 82,00 96,00 18/jun/06 23,30 21,00 27,30 98,00 69,00 99,00 21,00 25,00 27,30 69,00 91,00 99,00 19/jun/06 20,90 24,80 25,20 81,00 84,00 99,00 24,70 25,00 26,50 65,00 71,00 82,00 20/jun/06 20,60 22,40 25,50 69,00 93,00 98,00 22,40 25,90 26,80 64,00 66,00 93,00 21/jun/06 21,20 23,50 26,20 65,00 99,00 99,00 23,50 24,40 25,90 89,00 73,00 99,00 22/jun/06 20,90 22,50 24,40 93,00 98,00 99,00 22,50 24,60 23,60 84,00 83,00 98,00 23/jun/06 21,90 24,40 24,60 89,00 90,00 99,00 23,80 24,80 25,30 86,00 87,00 98,00 24/jun/06 20,40 21,60 25,20 89,00 97,00 98,00 22,40 24,70 25,80 89,00 85,00 96,00 25/jun/06 20,50 22,50 25,20 88,00 91,00 98,00 22,70 24,50 25,30 87,00 82,00 98,00 26/jun/06 20,40 22,30 25,50 88,00 90,00 99,00 21,90 24,80 25,90 89,00 84,00 98,00 27/jun/06 20,70 22,40 25,60 89,00 91,00 99,00 21,40 23,60 24,10 96,00 87,00 98,00 28/jun/06 20,60 23,10 25,30 88,00 90,00 99,00 21,50 25,30 26,40 85,00 88,00 99,00 29/jun/06 21,70 23,50 25,50 75,00 93,00 99,00 23,40 24,90 25,80 74,00 76,00 93,00 30/jun/06 20,50 22,60 25,60 77,00 96,00 99,00 22,70 25,50 26,00 79,00 79,00 99,00 1/jul/06 20,90 22,30 25,60 66,00 96,00 99,00 22,30 25,80 26,20 68,00 69,00 97,00 2/jul/06 20,40 24,50 26,40 64,00 88,00 99,00 23,10 25,70 26,10 65,00 67,00 98,00 3/jul/06 20,60 22,10 26,80 63,00 95,00 99,00 22,70 25,60 26,10 68,00 68,00 99,00
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QUADRO 3A – CONTINUAÇÃO... Período 8:00 hs 16:00 hs
Data T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 T MIN1 T AMB2 T MAX3 U MIN4 U AMB5 U MAX6 4/jul/06 20,50 22,30 26,90 75,00 94,00 99,00 23,00 25,00 26,30 70,00 75,00 91,00 5/jul/06 20,40 23,30 25,00 74,00 84,00 98,00 23,30 26,80 27,30 90,00 72,00 85,00 6/jul/06 21,00 21,60 26,80 76,00 85,00 98,00 21,60 23,00 25,00 81,00 86,00 99,00 7/jul/06 20,90 22,30 26,80 87,00 91,00 96,00 20,10 24,40 26,20 80,00 86,00 92,00
MD7 21,47 23,27 25,74 78,83 91,31 98,69 22,80 25,68 26,25 77,63 79,86 96,29 1Temperatura mínima; 2Temperatura ambiente; 3Temperatura máxima; 4Umidade mínima; 5Umidade ambiente; 6Umidade máxima; 7Média.