ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DANÇA CRIATIVA NA ESCOLA SO BRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE DOS ALUNOS
Autora: Maria de Lourdes Dias Orientador: Vanildo Rodrigues Pereira
Resumo
A Dança Criativa que contempla uma nova proposta das Diretrizes Curriculares foi trabalhada a partir de uma reflexão pedagógica sobre a criatividade na dança, seus benefícios na vida escolar do aluno e suas vivências corporais, sendo explorado o potencial do aluno centrado na criatividade, sobre novas coreografias criadas pelos alunos, sem a colagem de movimentos influenciados pela mídia. Houve a necessidade de se trabalhar a criatividade na dança, em busca de novos movimentos onde o aluno é o construtor de todas as suas ações. É de extrema necessidade hoje na escola, buscar esse desafio quando lançamos a dança como conteúdo, levando o aluno a experimentar e vivenciar todas as formas de movimento, através de vários materiais entre eles o bastão como forma de criar e dançar. O artigo relata experiências de como inserir a dança, na escola, facilitando todo um aprendizado do aluno, através de dinâmicas, que levem a uma interação, socialização, e a seguir a expressão corporal, que engloba toda uma linguagem corporal, sensibilização, e conscientização corporal, para que se possa chegar aos movimentos de ginástica com bastão em busca da criatividade, criando movimentos e coreografias com a música, hoje conhecida na escola como a dança do bastão.
Palavras-Chave: dança; escola; criatividade; aprendizagem.
1 Introdução
1-Graduada em Educação Física pela UEM/1985, Pós Graduação Didática e Metodologia do Ensino, 1997, e Administração, Supervisão e Orientação Educacional, 1999 Pela Unopar Londrina Pr. Professora de Educação Física do Colégio Theobaldo Miranda Santos, e Colégio Rodrigues Alves, Maringá, Pr. 2-Graduado em Educação Física pela UEM/1975. Doutor em Ciências do Desporto pela Univ. do Porto-Portugal/1991. Pós Doutorado em Desenvolvimento Motor Humano pela Univ. de Coimbra-Portugal/1997
A Educação Física na escola no decorrer de sua história vem ganhando
espaço através de estudos realizados para que a mesma reforce sua identidade
enquanto conteúdo essencial a vida escolar do aluno, em busca da Cultura Corporal.
E é através das Diretrizes Curriculares da Educação Básica que sua
importância caminha em direção ao conhecimento visando não somente o físico
mais também o que a disciplina poderá através dos anos de escolaridade
proporcionar ao aluno, trabalhando de forma integrada, oferecendo inúmeras
possibilidades de aprendizagem referentes aos conteúdos nela inseridos.
A Educação Física, hoje no seu âmbito mais abrangente, atrelada a um
projeto político pedagógico construído pela comunidade escolar, busca entender a
Cultura Corporal, em sua totalidade humana, visando o aluno não em partes mais
como um todo, sua existência e realidade num contexto histórico do qual a
sociedade se insere, e ele participe ativamente deste contexto em busca do
conhecimento necessário a sua sobrevivência.
Nesse sentido, procura-se possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto histórico, político, econômico e social. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p, 51.)
O mesmo autor refere-se. “ Significa, também, reconhecer a gênese da
cultura Corporal, que reside na atividade humana para garantir a existência da
espécie” p. 51
Assim a valorização do aluno vem de encontro com os estudos realizados
sobre a importância da dança “Dança Criativa” e o que ela tem a oferecer através de
seus conteúdos, levando a refletir sobre suas necessidades na escola. Segundo
Marques (2005, p. 17) “seria interessante lançarmos um olhar mais critico sobre a
dança na escola”.
Sendo o ensino médio onde a dança foi lançada como um desafio para
adolescentes, com suas exigências físicas e conceitos sobre o corpo, como
relacionar este corpo e o com os demais no momento da dança. Dorin (1982, p. 44),
afirma como uma das tarefas mais importantes “Aprender a conviver com suas
próprias exigências físicas”.
Tal exigência física implica em mudanças corporais, levando a se preocupar
com suas aparências, e conceitos sobre o seu corpo. O mesmo autor fala de Uma
segunda exigência “Aprender relações novas com seus companheiros da mesma
idade”, p. 44 seria o momento onde eles já escolhem suas amizades seleciona seus
amigos, passam ter sua independência quanto aos grupos que freqüentam.
Partindo das exigências que cada um busca em seu corpo inclusive suas
aparências, deve-se levar o aluno a novas descobertas corporais, dos quais ele
desconhece, dificultando seu próprio aprendizado e aceitação em relação a
determinados movimentos, implica em sua descoberta corporal, que muitas vezes o
torna reprimido para alguns movimentos no tempo e no espaço.
Para que haja toda uma interação o professor deve levar o aluno a um
autoconhecimento, de si para que os movimentos se tornem mais livres, buscando
sua imaginação, criação, e ao mesmo tempo sendo respeitado em suas limitações
para que não seja desestimulado, durante o momento da experiência corporal,
valorizando toda uma comunicação verbal e corporal, voltada para construção e
socialização, imaginação, criação, valorizando e respeitando toda uma diversidade.
(BARRETO, 2005, p.17).
A construção e a socialização de conhecimentos pela liberação da imaginação, a criação, respeitando a diversidade e preservando as particularidades de cada um destes conhecimentos, fornecendo estímulos á expressão e à comunicação entre as pessoas, valorizando a experiência humana no mundo.
Partindo do principio da criação que envolve todo um esquema corporal, a
dança na escola implica em inúmeras dificuldades encontradas, tanto no que se
refere aos alunos como a própria escola, que não oferece um espaço adequado
onde se possa trabalhar mais profundamente, quando o trabalho implica em
objetivos da cultura corporal, ou seja, o corpo como um todo, e os diferentes corpos
que nos deparamos quando se busca a criatividade através da dança, sendo este
corpo a ser explorado em busca de se trabalhar o medo, timidez vergonha. Marques
(2005, p.17) nos alerta em relação a esse corpo na escola: “Talvez não estejamos
falando do fim da escola, mas fim desta escola, que tantos séculos negligenciou o
corpo, a arte e , portanto, a dança”.
Buscou-se através do PPP da escola que nos relata sobre a comunidade
escolar, e um plano docente, tendo como conteúdo estruturante Dança e como
conteúdo básico a “Dança Criativa”, que não nos oferece ainda nenhuma
fundamentação teórica nas diretrizes curriculares, mais a necessidade de sua
aplicação na escola é de suma importância quando o objetivo é a criatividade do
aluno, nas aulas de Educação Física oferecendo oportunidades de se vivenciar e
criar seus próprios movimentos, levando a um conhecimento teórico e prático sobre
“dança e criatividade” em busca de um trabalho corporal. Assim nos orienta as
(DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 72).
Que a dança se constitui como elemento significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois contribui para desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a cooperação, entre outros aspectos.
A criatividade na dança consiste na apropriação de novas formas e
estruturas que o corpo assume em sua totalidade, em busca da criatividade
facilitando todo processo continuo de vivencias corporais dando um significado a
cada movimento.
Criatividade envolve a pessoa em sua totalidade. No ato criar se entrelaçam as emoções, as capacidades cognitivas e os processos corporais, que são inseparáveis e se manifestam durante a realização de algo significado. (Berman, apud Ferreira, 1985, p. 8).
Sendo aplicada nas aulas Educação Física, é um dos meios que o educador
deve se apropriar, por que ao longo de sua trajetória na escola, busca-se sua
participação integração socialização para que a construção de suas atividades
sejam elas teóricas ou práticas se tornem valiosas no decorrer de sua vida escolar
As atividades realizadas na dança em busca de uma expressão corporal
onde a sensibilização, expressão, conscientização foram trabalhadas, facilita todo
um aprendizado em busca de superações quanto ao que se propõe em criar seus
movimentos com liberdade e segurança durante todo o tempo em que se movimenta
e ao mesmo tempo comunica consigo e com o outro. Ferreira (2009.p.19) afirma:
“É no esquema corporal que o ser humano gera todos seus movimentos e estes atendem aos mais variados fins que vão desde as formas primárias de expressão, ás lúdicas, as competitivas, á laboral, até a simples necessidade de movimentar-se”.
Trabalhar o corpo em busca de um esquema corporal se fez necessário,
uma vez que o comportamento dos adolescentes nesta fase se torna mais difícil,
quando o corpo é a abordagem e com ele nos comunicamos.
Desenvolve-se de uma consciência corporal, compreende-se uma seqüência
de atividades expressivas motoras e perceptivas durante os seus movimentos;
torna-se importante possibilitar neste momento algumas experiências, levando-o a
sentir cada movimento, e aprimorar-se ao mesmo tempo de toda uma comunicação
verbal e corporal com os demais, através de gestos e olhares com atitudes de prazer
e realização pessoal, é o momento de explorar todas as possibilidades que o corpo
possa realizar.
Temos que sentir, vivenciar esse corpo com os demais, para que possamos
educá-lo através de um trabalho coletivo. Calazans et al ( 2008, p. 72) afirma: “Para
uma educação do corpo há uma referência básica que se apóia nas seguintes
instâncias: ter um corpo, sentir o corpo e saber que se tem um corpo. Pg. 72.
Quando se explora este corpo e suas capacidades de movimento, novas
oportunidades vão se abrindo em busca de improvisações, que fortalece toda uma
construção de confiança naquilo que pretende realizar para a criação de
determinadas coreografias, gerando autonomia quando o processo criativo é criar
coreografias próprias de cada grupo, com o uso do bastão em busca de movimentos
dando liberdade, ritmo, expressão e prazer quando se vivência a dança,
acompanhada de música, levando a imaginação do que se pretende realizar naquele
momento. “Educar o sentido rítmico implica prazer, memória, liberdade de
movimento, vivência, domínio do movimento. (FERREIRA, 2009, p. 22).
Considerando a Dança como uma das atividades que atualmente mais se
expressa dentro das aulas de Educação Física, questiona-se por que será que nas
escolas e nas aulas de educação física é tão difícil de trabalhar essa modalidade?
Ainda o que impede os alunos de dançar, expor, criar, movimentar se manifestar nas
atividades proposta durante as aulas?
Para tal questionamento foram formulados os seguintes objetivos em busca
de um Estudo da Influência da dança criativa na escola sobre o desenvolvimento da
criatividade dos alunos, e para tal houve a necessidade de estimular a criatividade
por meio de estratégias pedagógicas ao longo da realização do programa proposto,
promover reflexões sobre a importância da dança como forma de expressão do
corpo em movimento, identificar quais os aspectos que negam a participação e a
aceitação do aluno de ensino médio em dançar nas aulas de educação física,
avaliando por meio de questionário os antecedentes da prática ou não prática da
dança entre os alunos; avaliar de modo somativo por meio da observação
participação e criatividade, realizar um festival focado na criatividade dos alunos.
2 Metodologia
No decorrer do projeto foram abordados alguns conteúdos a serem
desenvolvidos dentro de um programa voltado para a criatividade do aluno por meio
de metodologias que orientassem, de forma organizada, todas as ações com
critérios definidos em busca de um aprendizado e seus resultados.
Uma nova compreensão da Educação Física implica considerar certos critérios pelos quais os conteúdos serão organizados, sistematizados e distribuídos dentro de tempo pedagogicamente necessário para a sua assimilação. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 64).
Levando em consideração a individualidade dos alunos, num processo de
aprendizagem onde o coletivo também foi trabalhado em busca do conhecimento
sobre a dança, seus benefícios na vida escolar do aluno.
Explorar a criatividade do aluno através da dança é um dos caminhos dos
quais educadores poderão se apropriar, levando a um aprendizado de experiências,
sendo estimulados a uma enorme variação de movimentos com objetivos
pedagógicos que capacitem o aluno quanto a sua autonomia em tudo que realiza no
seu dia a dia, e a organizar interpretar, suas ações para que o momento da criação
seja de crescimento e satisfação, onde suas habilidades se manifestarão de forma
intencional tornando o ato criativo uma superação para que determinados bloqueios
sejam superados em busca de um autoconhecimento, em que suas capacidades
físicas e mentais e corporais sejam exploradas. Conforme Taffarel, (1985, p. 4).
Do ponto de vista da pessoa humana, o ato criativo integra, em um esforço único de busca de inédito, todas as capacidades da conduta humana-afetiva, cognitiva e corporal.
Percebeu-se a necessidade de novas metodologias envolvendo todo um
estudo sobre a historia da dança, como também os diferentes tipos de dança
inseridos nas aulas de Educação Física. O trabalho sobre criatividade na dança foi
desenvolvido sobre vários enfoques: desde o conceito da dança, o que é
criatividade, expressão corporal e ginástica, servindo como forma de se avaliar
durante o processo de aplicação e assimilação, para que se obtivessem os devidos
resultados.
O projeto aconteceu na Colégio Estadual Theobaldo Miranda Santos em
Maringá PR com os alunos do 1°ano do ensino médio, totalizando 40 alunos, em
32 sessões.
Antes de iniciarmos o trabalho sobre dança foi aplicado um questionário
tornando possível uma investigação sobre o que os alunos pensam sobre a dança,
seus conceitos, experiências vividas na escola o que a dança representa em sua
vida, além das dificuldades enfrentadas para se dançar na escola. O mesmo
questionário também foi aplicado ao final do festival de dança, realizado na escola.
A criatividade na dança foi observada e acompanhada pelo professor
durante todas as ações, desde o comportamento, sua aceitação, participação,
criação, com as dinâmicas realizadas, e ao final um festival sobre a dança criativa
com bastão.
A avaliação buscou atender os objetivos propostos de acordo com as
metodologias aplicadas foram trabalhados os conteúdos específicos, a saber:
• Elaborar um programa de dança que possa evoluir para a criatividade
do aluno relacionado aos passos, deslocamentos e coreografia.
• Estimular a criatividade por meio de estratégias pedagógicas ao longo
da realização do programa.
• Promover reflexões sobre a importância da dança como forma de
expressão do corpo em movimento.
• Avaliar de modo somativo, por meio da observação quanto á
participação e criatividade, bem como pela auto-avaliação.
• Avaliar o processo e os resultados finais em seus pontos positivos e
negativos com a ampla participação dos alunos (avaliação formativa).
• Identificar quais os aspectos que negam a participação e a aceitação
do aluno do ensino médio em dançar nas aulas de Educação Física.
Ao aplicar os conteúdos sobre as dinâmicas nas aulas buscou-se a
interação, com os demais para que durante as práticas a socialização fosse
construída aos poucos, por meio das vivencias corporais, sendo observada e
questionada cada ação frente à metodologia aplicada.
Barreto (2005, p. 69) orienta em como ensinar dança na escola: “É preciso
esclarecer que, nos momentos das discussões em aula, a principal questão era
saber “como”, isto é, qual a metodologia de ensino de Dança mais adequada”.
A metodologia aplicada nos orientou em relação aos objetivos através de um
processo descritivo, servindo de referencia para dar início ao que se propôs
trabalhar a dança criativa, explorando o potencial do aluno.
No decorrer de todas as ações foi utilizada uma rotina de registros com
observações feitas pelo professor, quanto às dificuldades em criar novos
movimentos, atuar coletivamente, facilidade de expressão corporal, e de atuar com o
parceiro até os movimentos criativos.
Nessa perspectiva, não foram estipulados números de aulas para cada
ação, mas de acordo com o desenvolvimento de cada grupo. Ao término de cada
ação os alunos tiveram seus resultados aferidos nos parâmetros de bom, normal,
regular e baixo rendimento criativo.
As aulas tiveram como foco incentivar o aluno a novas práticas com o
conteúdo dança na escola, possibilitando seu conhecimento teórico prático sobre
diversas danças, no decorrer de todas as ações.
Além do incentivo em dança na escola, o projeto teve como objeto principal
a criatividade na dança, e através dela explorar o potencial dos alunos com
dinâmicas que se fizessem necessárias para que os alunos pudessem vivenciar
diferentes situações de movimentos com o bastão, o qual resultou em várias
coreografias criadas por eles, ao mesmo tempo foi um grande desafio e estimulo
para que inúmeros movimentos com o bastão fossem criados, por meio do ritmo
imposto pela música, pois de acordo com Fux (1983, p. 52). “A vivência musical se
amplia e se enriquece quando se estende ao corpo.”
Dessa forma a música aliada aos movimentos favorece todo um trabalho do
qual o aluno possa desenvolver-se no cognitivo, afetivo, motor além das diferentes
emoções que se vivenciou durante os movimentos, trazendo a sensação de
liberdade.
Para cada ação desenvolvida houve o momento de pesquisa com leitura e
debate sobre os temas teóricos, como também as atividades desenvolvidas na sala
de informática serviram, de avaliação para os alunos. Além do que foi proposto
como metodologia, houve a necessidade de se divulgar o projeto através do jornal
mural, para toda comunidade escolar, sendo apresentado a cada conteúdo uma
proposta pedagógica.
Assim, a valorização do aluno veio de encontro com os estudos realizados
sobre a importância da dança e o que ela tem a oferecer através de seus conteúdos.
“Para que isso ocorra, devemos analisar a origem do conteúdo e conhecer o
que determinou a necessidade de seu ensino”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.
63.)
Durante a realização das aulas o professor foi o mediador de todas as
ações, e ao mesmo tempo por meio através das dinâmicas oportunizava e
estimulava os alunos a participarem e questionarem as tarefas que realizavam.
Para Calazans et al(2008, p. 105) “A dinâmica da dança é determinada pela
interação dos elementos condicionantes como podem ser, de maneira inversa,
condicionados pelo movimento”.
O projeto foi desenvolvido em busca também de sua inserção no PPP da
escola servindo de orientação para que todos os professores possam ter acesso a
esse conteúdo.
Desta forma buscou-se através de novas metodologias e um plano docente
organizado, levar o conhecimento necessário através da dança e seu aprendizado,
perante a Cultura Corporal oportunizando o aluno a outras possibilidades que
busquem de forma crítica a sua participação nas atividades escolares.
Os conteúdos são os conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e á explicitação das suas significações objetivas. (COLETIVO DE AUTORES, p. 64).
As aulas de dança hoje inseridas nas aulas de Educação Física buscam não
só uma proposta de criatividade na dança, mas como Laban (1990, p. 9) menciona
“a pergunta que surge é: como proceder.
Segue o quadro como modelo de todas as ações que foram trabalhadas
para que o projeto tivesse seus resultados.
Conteúdo Objetivo
Ação n° 01 Apresentação do projeto aos
alunos.
Levar a conhecer o
projeto e seus objetivos.
Ação n° 02 Questionário Conhecer as
expectativas do aluno em
relação à dança.
Ação n° 03 Texto sobre a dança Oportunizar o aluno
quanto ao conhecimento da
dança sua história e conceito,
Ação n° 04 Diferentes Danças Estimular o aluno
em busca de outras danças.
Ação n° 04 Jornal Mural Divulgar o projeto
através do Jornal Mural a
comunidade escolar.
Ação n°05 Criatividade Pesquisar sobre
criatividade seu conceito e sua
aplicação no dia a dia.
Ação n° 06 Dança Pen drive Incentivar o uso da
TV pen drive e sua
importância.
Ação n° 07 Criatividade
Prática
Oferecer
oportunidades aos alunos na
criação dos próprios
movimentos.
Ação n° 08 Criatividade
Coreografia
Dar oportunidades
de criarem suas próprias
coreografias.
Ação n° 09 Jornal Mural Divulgação do
Jornal Mural sobre o que é
criatividade.
Ação n° 10 Dança Filmagem Dar oportunidade
aos alunos se auto avaliarem
nas filmagens.
Ação n° 11 Expressão Corporal Trabalhar diferentes
exercícios em busca de auto
conhecerem perante o copo.
Ação n° 12 Jornal Mural Divulgar sobre a
expressão corporal
Ação n° 13 Ginástica Criar diferentes
movimentos com o bastão
Ação n° 14 Ginástica criativa Apresentar em
forma de coreografia os
exercícios de ginástica com
bastão criado pelos alunos.
Ação n° 15
Ginástica Vivenciar a ginástica
com outros materiais, corda,
arco e bola.
Ação n° 16 Ginástica Criar diferentes
movimentos com diferentes
materiais.
Ação n° 17 Jornal Mural Divulgar o que é
ginástica.
Ação n/ 18 Dança Dar continuidade ao
processo de auto avaliação
sobre as filmagens das
atividades.
Ação n° 19 Vídeo No Balanço do Amor
Dois.
Observar quais os
momentos de criação das
coreografias.
Ação n° 20 Dança Criativa Oportunizar todos os
alunos a criarem sua própria
coreografia.
Ação n° 21 Dança criativa Realização de um
festival com montagem da
coreografia com bastão, criada
pelos alunos.
Ação n° 22 Dança
Questionário
Os alunos irão
responder o mesmo
questionário inicial.
Ação n° 23 Dança Criativa Dar continuidade ao
processo da filmagem sobre o
festival.
3 Resultados e Discussão
O projeto foi apresentado a todos os professores na semana pedagógica, e
teve uma excelente aceitação,
Pode-se perceber o quanto alguns professores gostavam de dança e
dançar, mais isso nem sempre é real na vida de cada um, por que gostar e vivenciar
são práticas diferentes, e precisam a longo prazo serem trabalhadas em busca dos
benefícios que a dança pode oferecer.
Justificando a dança como um meio do aluno refletir, pensar, agir, vivenciar
e criar foi o caminho básico para se dar início ao trabalho, em busca da Cultura
Corporal, onde a Dança Criativa propicia benefícios a vida escolar do aluno, de
forma a ensinar através de uma atividade criadora, novos movimentos na dança,
sobre a orientação do professor quando se propôs o que ensinar e a quem ensinar.
Foi um meio de dar consciência do que se buscou realmente dentro da dança,
quando alguns professores desconhecem sua real vitalidade, que implica numa
interação entre os alunos e professores.
O trabalho desenvolvido teve como iniciativa a apresentação do projeto aos
40 alunos do 1° ano do ensino médio que foi de extrema importância para que todas
as ações fossem desenvolvidas.
Na primeira ação os alunos não mostraram muito interesse, pois a aula de
educação Física naquele momento não englobava nem o projeto e tão pouco o tema
a ser trabalhado.
Foi repassado para os alunos um vídeo com algumas atividades realizadas
pelos professores que participaram do PDE, qual seriam os objetivos da dança
criativa naquele momento, o que o professor vivenciou, ficando afastada de suas
atividades docentes. Puderam observar e fazer alguns questionamentos; por que a
dança e não outro conteúdo? Somos obrigados, a participar? Qual o tempo exato
do início e término do projeto?
Após foi entregue o questionário, enfocando o conhecimento sobre dança,
levando o aluno a refletir sobre suas experiências e vivências de cada um, sobre
esta prática. Conforme Vianna (1900, p. 61). “A dança deve Ser abordada a partir da
sensibilidade, da verdade de cada um”
Na segunda e terceira ação, fez-se entrega de um texto sobre a história da
dança e um debate sobre a mesma. Foi uma aula bastante difícil, pois os alunos não
se concentravam na leitura e não tinha argumentos teóricos para que acontecesse o
debate. Houve a necessidade de se mudar de ambiente. Foi à sala de informática,
como meio de se trabalhar o projeto, que resultou numa melhora na pesquisa, e
participação nos debates.
Os meios tecnológicos foram de extrema importância para que todas as
ações fossem realizadas com bons resultados, indo de encontro com as novas
metodologias, que nos orientou quanto ao aprendizado do aluno; foi o momento de
interesse, iniciativas próprias, a novas descobertas.
O aprendizado da história da dança permite ao professor rediscutir e fundamentar sua prática docente – montagem da “rede de saberes” (conteúdos inter-relacionados) ás metodologias e propostas de avaliação em dança. (MARQUES, 2007, p, 196).
Na quarta ação houve a pesquisa sobre diferentes danças, relatando sua
história, sendo as mais pesquisadas street, funk, e hip hop. Esta ação serviu como
parâmetros para se inserir a dança criativa, possibilitando todo um estudo sobre a
mesma, levando o aluno a ter uma melhor compreensão, sobre o conteúdo.
Foi o momento da busca do conhecer o antes e o depois sobre as diferentes
danças, conscientizando aos poucos o que é criatividade na dança em busca de se
expressar através do corpo. Cunha (1992, p. 12), afirma:
Uma das principais características da dança criativa é a identificação da estrutura corporal, através dos mecanismos senso-psicomotrizes que condicionam a descoberta da formação de uma imagem corporal.
A pesquisa teve sua continuidade sobre o que é Jornal Mural, como
confeccionar, quais os requisitos para a sua exposição, foi um dos meios de
comunicação para que o projeto fosse divulgado para toda a comunidade escolar.
A sala foi dividida em grupos, sendo o primeiro grupo responsável em divulgar
sobre o que é dança sua história, e diferentes tipos de dança.
Figura 1: - Jornal Mural, Maringá, Paraná Fonte: Dias, 2011
Na quinta ação também em forma de pesquisa na sala de informática,
sobre o que é Criatividade, e dança criativa, através de um texto entregue pelo
professor, para melhor direcionar o tema.
Após leitura e debate, os alunos divididos em grupos fizeram uso da TV
Pendrive com várias danças criativas, servindo de um referencial para a sexta ação
pelo grande repertório de danças que foram apresentadas pelos grupos.
Neste momento, observaram e questionaram as danças, que foram
apresentadas em sala de aula. “A observação e o questionamento são importantes
em todo lugar, em toda a vida inclusive em uma sala de aula de dança”. (VIANNA,
1990, p. 57).
A partir da sétima e oitava ação, os alunos iniciaram suas práticas e
vivências corporal sendo o professor mediador, oferecendo oportunidades de
práticas corporais através das dinâmicas. “Se um movimento é vivenciado profunda
e conscientemente, ele passa a nos pertencer e a nos identificar”. Cunha (1992, p.
12).
A seguir os alunos foram divididos em grupos, para criarem seus próprios
movimentos, foi o momento de realizar com prazer cada gesto de acordo com a
expressividade de cada um, o professor estipulou um tempo, cada grupo apresentou
a sua coreografia, foi o momento de conquista em relação ao que se propôs durante
todo o projeto, depois se uniu os grupos e formou-se uma grande coreografia, neste
momento de construção e criação. A esse respeito, afirma Cunha (1992, p. 12).
Tanto as aulas quanto o desenvolvimento de coreografias devem refletir prazer, que certamente advém pela conquista, ainda que lenta, do controle corporal, na busca de uma identidade expressiva.
Os movimentos eram livres sem o uso de material, houve socialização,
interação, criatividade, noção de espaço, tempo que eles mesmos no ato de se
expressarem impunham sua individualidade, expressividade, e uma linguagem
corporal, explorando seu próprio corpo, ocupando os espaços em busca de uma
relação corporal com os demais, facilitando sua capacidade criadora, em busca de
uma conscientização, percepção e suas inter-relações.
Para ir de encontro da linguagem do corpo é preciso desenvolver todas as possibilidades do movimento corporal, o que exige a descoberta do próprio corpo pela via da sua sensibilização, vivência e conscientização, ou seja, perceber os aspectos físicos e psíquicos do corpo e suas inter-relações. (BRIKMAN, 1975, pg.13).
Através de toda uma conscientização corporal, apresentaram um ótimo
desempenho nas atividades, com os grupos. A nona ação confecção do Jornal
Mural sendo divulgado o que é criatividade, e dança criativa.
Figura 2 – Jornal Mural, Maringá, Pr.
Fonte, Dias, 2011.
Décima ação , Durante todo o momento de construção das atividades os
alunos passaram por filmagens, o que enriqueceu muito todas as dinâmicas, se auto
avaliaram, não só no ato de criar, mas perceberam todas as suas atitudes,
relacionamentos, comentários, movimentos, a aparência do corpo, sua postura, os
detalhes dos cabelos, e a roupa. “Na dança e em toda parte vivemos em função da
forma, da aparência, da negação da essência. Vivemos o império da forma”.
(VIANNA, 1990, p. 63).
Pôde notar quanto à comunicação verbal fez parte da construção, sem se
darem conta de que falavam muito e ao mesmo tempo.
Nesta ação observaram e questionaram sobre os movimentos criados, e a
maneira como se expressavam, durante as aulas, todas as observações foram feitas
depois de oferecidas inúmeras oportunidades e possibilidades de se criar.
Esse foi um momento de incentivo tornando suas ações mais
comprometidas para as outras atividades, neste momento houve um maior
empenho, e busca da auto correção de cada um, frente às avaliações que fizeram ,
levando o grupo a assumir as atividades com mais empenho.
Partindo para uma maior concentração em busca da expressão corporal na
décima primeira ação o professor direcionou todas as atividades, pois o ambiente
não favorecia, por ser um campo aberto, muito ruído, de outros ambientes, havendo
um pouco de distração, levando a certos comportamentos como medo vergonha,
timidez insegurança, esse momento de extrema importância para que todo o
trabalho fosse se superando aos poucos, pela necessidade de concentração da
busca interior, onde o movimento é vivenciado de dentro para fora, são as
sensações, sentidas naquele momento, que deve gerar prazer harmonia,
sentimentos, sendo explorados toda a noção de espaço tempo e ritmo que cada um
impôs dentro de suas possibilidades. “O movimento é o tema da expressão
corporal". (BRIKMAN, 1975, p. 29).
A expressão corporal foi divulgada na décima segunda ação através do
jornal mural.
Nesta ação o professor aplicou aulas de ginástica com bastão,
primeiramente todos os movimentos foram construídos por ele, oferecendo inúmeras
possibilidades para que os alunos pudessem criar seus próprios movimentos, que
foram construídos na décima terceira ação em forma de coreografias, os alunos em
grupos de seis criaram uma série de 30 movimentos, foi um sucesso.
Para esta ação houve o momento do dialogo justificando a importância sobre
novos desafios em se criar, com matérias novas coreografias. Ferreira (2009, p.29)
justifica a importância de se organizar um trabalho dividindo em fases:
“A primeira de diálogo a segunda com materiais, onde é o momento de
refletir e questionar, a terceira de contração muscular e a quarta são a
sistematização mais elaborada do conhecimento.
Por meio de uma organização, o professor passa a conhecer melhor o aluno,
suas atitudes e preferências, para que haja um entendimento das atividades, com
suas etapas de ação e criação, refletindo sobre suas experiências de vida, para que
ele entenda que o corpo é o caminho a ser explorado.
Portanto, uma aula de Dança na escola permite ao professor conhecer melhor o seu aluno, ou seja, saber suas preferências sobre o que gosta de brincar, de cantar, de ouvir; discutir suas experiências; fazer fluir sua imaginação e verificar a influência dela na realidade e nas atitudes da criança. (FERREIRA, 2009, p. 15).
Esta ação foi o início de se apropriar do ato de dançar, as dinâmicas
favoreceram toda uma construção deixando os alunos mais soltos comunicativos e
inteirados com seus grupos para que a criatividade fosse construída aos poucos.
Nesta ação o uso do bastão foi à base para que os alunos pudessem sentir
seu corpo diante de vários exercícios numa seqüência com ritmos e deslocamentos,
dando conta de um todo sobre o movimento, e as pessoas com que se
comunicavam através de uma comunicação corporal para que as atividades fossem
acontecendo, e uma atenção voltada para o comando do professor.
Notou-se que o aluno muitas vezes não se da conta do que pode realizar e
construir, por meio de um ambiente favorável, todas as suas capacidades criadoras,
sendo desafiados a uma construção corporal, dando um valor e sentido ao seu
corpo, através do que ele possa expressar. “Os exercícios e seqüências em geral
são realizados de forma lenta, para uma melhor incorporação perceptiva de cada
procedimentos motor expressivo. (CUNHA, 1992, p. 12). Na décima quarta ação ,
foram avaliados e após houve a junção de seis para três grupos, formando-se assim
três coreografias com diferentes exercícios.
Foram oferecidos na décima quinta e sexta ação outros materiais, como
bola, arco, corda, fita, mais os alunos não se identificaram muito, sendo o bastão
mais acessível a todos e de fácil manipulação e criação. O Jornal Mural foi exposto
na décima sétima ação sobre o que é ginástica.
Dando continuidade aos grupos quanto à apresentação das atividades com
o bastão, seguindo para a décima oitava ação todas as ações até aqui foram
filmadas, e repassadas novamente para os alunos, que desmontaram mais maduros
quanto aos vídeos passados, pois o desafio de realizar coreografia de ginástica com
bastão foi de grande estimulo, puderam fazer dos movimentos uma dança, com
ritmo, deslocamento, e diferentes movimentos com bastão. “Educar o sentido rítmico
implica prazer, memória, liberdade de movimento, vivência, domínio do movimento”.
(FERREIRA, 2009, p, 22).
Foi à grande motivação para o festival, vários comentários e correções foram
feitas por eles.
Para motivá-los na realização do festival, foi passado um vídeo “no Balanço
do amor 2 na décima nona ação, com debate sobre o conteúdo do filme, que
contava a história de uma jovem em busca de um sonho, que era ser bailarina,
tornando-se realidade, mais acabou sendo direcionada a outros ritmos diferentes do
balé.
Houve algumas perguntas feitas pelo professor, sobre criatividade; qual o
momento em que o sonho da jovem tornou-se para ela a criatividade na dança num
trabalho coletivo. A vigésima ação, montagem sobre uma dança com bastão, onde
a sala foi dividida em três grupos, foram montadas gerando alguns conflitos em
função da escolha de seus grupos, por que a partir do momento que os grupos já
estavam em fase de construção e criação, os alunos acabam em atritos discussão e
até mesmo em desistência e mudança de grupos, dificultando toda uma construção
de meses de trabalho.
Este foi o momento mais difícil do projeto, ficou evidenciado o tempo todo o
quanto o relacionamento entre eles se torna difícil, neste momento não existe amigo
e nem parceiro, por que passam por comportamentos arredios, discutem, com
agressão verbal, e ao mesmo tempo são egoísta, não levando em conta muitas
vezes a opinião do outro.
As dificuldades passaram a aparecer quando os grupos já tinham suas
individualidades para construírem e também para escolher suas músicas, é o
momento de escolhas e preferências de cada um que resultou quanto ao
relacionamento, e também a rivalidade entre eles por acusarem uns aos outros pela
cópia de alguns movimentos
Durante todo o tempo de construção, procurou-se no decorrer das
dinâmicas, trabalhar o aluno quanto a vergonha, medo timidez insegurança, todos
esses comportamentos não foram tão evidentes, quanto ao que se esperava, devido
o professor estar atento a todas as ações pelas observações que se fazia durante
todo o tempo, onde as dinâmicas foram de grande valor ajudando a superar esses
preconceitos.
Vários relatos foram feitos pelos alunos: eu sou uma pessoa tímida, para
mim me ver dançando achei feio, poderia ter melhorado, sou muito vergonhosa, foi
bom o projeto, me ajudou a expressar, adorei as dinâmicas, foi um tempo bom para
o meu corpo, gosto de dançar, poderia ter me soltado mais, poderia explorar mais os
meus movimentos, gostei do desempenho do meu grupo, foi ótima a experiência,
achei essa dança muito estimulante, me arrependo de não ter me soltado mais, o
papel da professora foi muito bom, a dança foi divertida, eu tive um grande avanço,
eu acho a dança muito importante, gostei de ter me visto nas filmagens.
Vigésima ação, a apresentação final do projeto, sendo fotografado e
filmando, na vigésima primeira ação os alunos responderão novamente o
questionário para que se obtivesse uma melhora nos resultados, após fizeram
comentários, pois estava mais fácil responder, por que tinham vivenciado toda uma
construção de movimentos que envolvia a dança, finalizando com a vigésima
terceira ação passando o vídeo das apresentações, momento de grande realização
dos alunos.
Figura 3 – Dança do Bastão, Maringá, Pr Fonte: Dias, 2011
4 Conclusão
Durante as atividades realizadas, foi possível perceber e entender que a
criatividade na dança representa uma necessidade frente a um processo educativo,
onde buscar novas metodologias leva a outros meios de como ensinar e aplicar a
dança na escola, possibilitando levar o conhecimento necessário em busca do que
ensinar e a quem ensinar. Observou-se que a pesquisa teve seus resultados mais
claros a partir do momento que se buscou a sala de informática, pois os alunos se
mostraram mais interessados, realizando todas as atividades e ao mesmo tempo
debatendo a cada pesquisa.
Durante todo o processo de construção as dinâmicas foram à base para que
o aluno pudesse aos poucos se adaptar ao ambiente, e aos colegas, participando de
forma organizada das atividades, ficando evidente durante todo o trabalho, que as
dinâmicas ajudam na aceitação da dança como também induz o aluno a
determinados movimentos que ele passa a realizar de forma natural e espontânea,
onde cada um de acordo com sua individualidade e ritmo próprio passa pelas
experiências e vivencias, para se chegar à dança.
No decorrer das ações o professor acompanhou e observou de forma geral
como os alunos gostaram das dinâmicas, sendo incentivados a cada atividade num
trabalho coletivo.
Buscar novas metodologias, para que a dança fosse aceita, foram de
extrema importância durante o projeto, levando o professor a mediar continuamente
todas as ações, sendo a sua ação perante os alunos, o começo de uma interação,
liberdade e incentivo para que eles sentissem mais seguros e dispostos na
execução das dinâmicas.
Foi o que aconteceu ao longo do projeto, a escola se envolveu como um
todo foi desenvolvido em todas as turmas do ensino médio, atingindo as demais
disciplinas que ajudavam no sentido de incentivar os alunos.
Foram feitos vários comentários sobre a mudança de comportamento dos
alunos, melhorando toda uma comunicação entre professor aluno, e aluno e
professor.
O jornal Mural contribui para este fim, levando as informações do projeto
sobre o que estava sendo desenvolvido naquele momento na escola.
A filmagem veio de encontro com os resultados, pois foi o momento de se
auto avaliar, de se conhecerem sobre todas as formas de expressão e comunicação,
foi o feedback, com avaliações próprias de cada um, quando puderem observar seus
movimentos, que eram executados ao mesmo tempo em que falavam.
Pudera vivenciar realmente toda uma construção, por que não se dão conta
que além de si outros estão tentando movimentar, falar, por que querem a atenção
primeira para si.
Durante as observações feitas pelo professor, notou-se como dificuldade
entre eles o relacionamento, mas o relato final era de vergonha medo e timidez, que
durante as ações os alunos não desmontavam com tanta nitidez, por que as
dinâmicas foram de encontro com as superações que crescia e desenvolvia aos
poucos, sem que eles percebessem, já tinham vivenciado certos movimentos, tudo
isso em função de um trabalho docente organizado e construído com os alunos, num
processo que aconteceu desde o ato criativo até o festival.
Para muitos que não conhecem a dança e seus valores, ousaram em dizer
que a dança tem o seu lugar próprio, a escola não está preparada para tal conteúdo,
mais responder também a essa pergunta foi deixar claro o que aluno deixa de
aprender, desenvolver, relacionar, crescer, raciocinar, criar, expor quando a dança
não é trabalhada. Deixou-se claro que a escola é uma oportunidade para diferentes
aprendizados principalmente para aqueles cujas oportunidades lhes são limitadas.
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