De Par em Par na U.PortoO que é que o De Par em Par já nos disse?
Seminário Interinstitucional de Partilha PedagógicaFPCE-UP
Ana Mouraz e João Pedro Pêgo
6 de fevereiro de 2015
Índice
• Panorama que torna lógico o De Par em Par.
• As virtualidades da observação de pares multidisciplinar.
• E os cuidados éticos necessários.
• De Par em Par - Resenha Histórica.
• O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• Mudanças em curso.
• Desafios futuros.
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Problema de partida
Qual é o esquema organizativo da observação de paresque contribui para aumentar o potencial da peerobservation, capaz de transformar efetivamente aspráticas de ensino e promover o desenvolvimentoprofissional dos professores
(Bell & Mladenovic, 2008)?
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Panorama que torna lógico o De Par em Par
• Mudanças das universidades devidas à maior diversidade doseu público, e aos novos desafios que as sociedades lhescolocam.
• A importância das questões pedagógicas por se associaremàs finalidades da sociedade do conhecimento e daaprendizagem ao longo da vida que o Horizonte 2020estabeleceu para os países europeus.
• Crescimento significativo do interesse e das medidasdestinadas a apoiar a aprendizagem e o desenvolvimentoprofissional dos docentes ao nível institucional.
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Panorama que torna lógico o De Par em Par
• Efeitos da mudança do foco do ensino para aaprendizagem:
– Maior exigência feita aos professores do ensino superior,que até agora não viam as suas práticas pedagógicasinterrogadas;
– Maior pressão de outras variáveis como a diversidade dosestudantes, as taxas do sucesso escolar na organizaçãodas práticas pedagógicas;
– Maior pressão institucional para se ser inovador, criativo ecompetente.
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As virtualidades da observação de pares multidisciplinar
• O foco é colocado
– na compreensão das práticas de ensino;
– na mudança pessoal ;
– e no crescimento (auto-conhecimento) do professor através da reflexão própria e partilhada.
• A observação é feita por quem é igualmente professor, embora de áreas científicas diferentes, para
– Enfatizar a dimensão pedagógica;
– conhecer outras formas de se ser professor;
– Promover uma visão complexa da aprendizagem.
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E os cuidados éticos necessários
Para prevenir o risco da perda de poder sobre o trabalho próprio:
• liberdade de se envolver ou não na observação de pares;
• escolha do observador;
• escolha do que está em foco na observação;
• escolha das formas e métodos de feedback;
• o anonimato da devolução dos dados;
• controlo do uso dos dados;
• controlo dos passos a dar no futuro.
(McMahon, Barret & O’ Neill ,2007)
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De Par em Par - Resenha Histórica
XIE 2011 (Univ. Vigo) UCP (Maio 2012) CLME 2014 CIDU 2015 (Cabo Verde)
2009/10–2SObservação de aulas
FEUP/FPCEUP.
2010/11-2SInício do DPEP UP
Pares da mesma UO.
2011/12-2SInício do DPEP UP
Prioridade aos pares da mesma.
2010/11-1SApresentação do
DPEP UP aos CPOut 2010.
2011/12-1SEscolha da UO a
visitar.
2012/13-1SGuião de
observação.Identificação da UO
do observado(r).Organização em
módulos.
2013/14-1SDuas observações
por quarteto.Código para observado.
Projeto FCG.
2014/15-1SMetodologia/
estratégiapedagógica
Projeto FCT/DGES.SIPAR 2015
Observa e Aprende(IST)
CISPEE 2013
ECER 2014XII Congresso SPCE
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
Ano Letivo
2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
2S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S
Participantes 18 60 47 36 31 24 24 16 21
UO 2 11 12 7 11 9 9 6 6
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• São sempre os mesmos voluntários?
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• Quais as áreas científicas mais participantes?
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Participantes por UO
U.Porto (2013) DPEP % Docentes da UO no DPEP
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• E quais as categorias profissionais?
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Participantes por Categoria Profissional
U.Porto (2013) DPEP DPEP
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• Assuntos que fomos estudando:
• A relação entre a atitude do professor e o comportamento dos estudantes na aula;
• O papel da observação de pares multidisciplinar nos observados e nos observadores;
• As perceções sobre a questão da multidisciplinaridade;
• A participação dos estudantes na aula e suas formas;
• As mudanças nas práticas pedagógicas.
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2009/2010 ( 2 Faculdades, 18 participantes)– Há uma relação entre os aspectos negativos relacionados
com o comportamento desatento dos estudantes e as aulas centradas no professor.
– Da igual modo, há uma relação entre o comportamento mais interactivo do professor e a participação dos estudantes na aula.
– Esta interpretação é reforçada pelas questões mais abrangentes colocadas pelos observadores: como envolver os estudantes na aula, é o grande desafio.
– É possível concluir que a experiência de participação do projecto “De par em par” deu aos professores participantes a oportunidade de reflectir sobre as suas práticas, numa extensão da observação que fizeram dos seus pares. Quer dizer, a observação de pares tem um potencial formativo que interessa aprofundar
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2010/2011 ( 11 Faculdades, 60 participantes)– A grelha de observação tem limitações pedagógicas e
epistemológicas.– O impacto da experiência de observação de pares não
reside tanto no efeito imediato das práticas melhoradas dos professores intervenientes que já são boas, mas no facto de acharem que podem sempre melhorar e de aceitarem o escrutínio dos pares como um contributo para o desiderato.
– Constatou-se uma semelhança entre aspetos que caracterizaram as aulas observadas e as práticas do observador, porquanto se evidenciaram preocupações semelhantes, bem como metodologias e formas de organização das aulas, mesmo se pertenciam a áreas científicas diferentes.
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2011/2012 ( 12 Faculdades, 83 participantes)– Deu-se ênfase ao modelo de observação de pares multidisciplinar.– A totalidade dos participantes daquele ano letivo considerou que, por
razões diversas e com diferentes objectivos, a observação de pares multidisciplinar é uma mais-valia na melhoria das práticas pedagógicas dos envolvidos e contribui para a criação de um espírito universitário comum.
– Dois fatores parecem ser importantes:– O alargamento dos horizontes curriculares em que os professores se
movem e definem as suas práticas pedagógicas – As práticas reflexivas, isto é,o re-enquadramento conceptual da
atividade pedagógica a partir de outros eixos referenciais. • o contacto com outras culturas epistémicas e outros modos de funcionamento
de diferentes Unidades Orgânicas (1); • a experiência pedagógica revisitada pelo olhar alheio (e respectivos
artefactos)(2); • a observação do exemplo de outros profissionais (3), • ou a experiência de fazer auto-avaliação e aprender na primeira pessoa (4).
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2012/2013 ( 11 Faculdades, 55 participantes)– (Mudou-se o instrumento de registo de observações)
– A tendência geral dos níveis de importância dos descritores atribuídos pelos observadores às aulas que presenciaram é muito positiva.
– As referências tratadas qualitativamente são sobretudo de tendência positiva.
– Os descritores mais valorizados absolutamente, indiciam que os professores observados dão um grande relevo às dimensões de estruturação da aula e do seu alinhamento com a exploração dos conteúdos em presença.
– Os descritores que tiveram menor importância relativa e foram menos vezes assinalados dizem respeito a uma participação ativa dos estudantes.
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2013/2014 ( 9 Faculdades, 40 participantes)– Continua a verificar-se uma tendência positiva dos níveis de
importância dos descritores atribuídos pelos observadores às aulas que presenciaram .
– Parece haver uma ligeira inflexão da importância dos itens relacionados com um atitude de maior controle do professor, que estará a dar lugar a uma valorização dos aspetos relativos à contextualização do currículo e das aprendizagens.
– Os descritores que continuam a ter menor importância relativa e foram menos vezes assinalados dizem respeito a uma participação ativa dos estudantes.
– Continua a verificar-se e a crescer a ideia que a formação de professores no ensino superior é cada vez mais colaborativa e marcada pela interdisciplinaridade.
Cada vez gosto mais de ir às aulas dos outros colegas de outras Faculdades e não só pela dimensão social da ida. O que gosto cada vez mais é descobrir aspetos das aulas dos outros colegas que fazem todo o sentido numa Universidade que deve ser cada vez mais interdisciplinar. Devia ser "obrigatório" realizar aulas conjuntas interfaculdades, do género vai a colega da FL dar uma aula na minha UC porque o assunto "encaixa" e pode ser uma expansão do conhecimento que a minha UC pretende mobilizar.
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Mudanças em curso
• Trata-se de aprofundar o programa de formação,tornando-o mais focado nas diferentes metodologiasque os professores põem em prática nas suas aulas.a) Assim, organizam-se os quartetos multidisciplinares a
partir do interesse em partilhar aulas onde se aplicammetodologias específicas, ficando a observação centradano desenvolvimento dessas metodologias.
Exemplificando, alguns professores pretendem aprofundarmelhor a metodologia dos debates, ou do ensino por pares,ou da avaliação síncrona, ou do trabalho laboratorial, etc...
a) A organização dos quartetos especificamente centradosnuma metodologia permite o aprofundamento prático eteórico sobre aquela.
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O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• 2014/2015 – 1º semestre ( 7 Faculdades, 21 participantes)
• Mudou-se o esquema de organização dos quartetos centrando-se a observação em metodologias específicas
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Resultados – visão global
N MédiaDesvio Padrão
[Identificam-se os objetivos de aprendizagem a atingir na aula] ESTRUTURA
38 4,66 ,627
[Uso do equipamento disponível] ORGANIZAÇÃO 38 4,66 ,781
[A estrutura da aula evidencia um fio lógico entre princípio, meio e fim.] ESTRUTURA
38 4,71 ,515
[Existência de colaboração entre estudantes] CLIMA DE TURMA
37 3,92 1,233
[Participação dos estudantes na contextualização do conteúdo] CONTEÚDO
36 3,92 1,105
[Existência de participação previamente preparada pelos estudantes] CLIMA DE TURMA
33 3,58 1,415
Os melhores…… e os menos bons
Resultados – visão global
NMissing
N %
[Adequação da intervenção face à existência de comportamentos disruptivos que dificultam a aula] CLIMA DE TURMA
19 19 50,0
[Habilidade para mudar estratégias se os estudantes não mostram compreensão esperada] ATITUDE DO PROFESSOR
30 8 21,1
[Existência de sistematizações que contribuem para a aprendizagem] ATITUDE DO PROFESSOR
32 6 15,8
Descritores com maior número de “missing values”
Resultados (ANOVA)
Factor DescritorFator
explicativo
Tamanho da
amostra
Significado estatístico
p< 0.05
Estrutura A estrutura da aula evidencia um fio lógico entre princípio, meio e fim.
Tipo de aula 37 0,024
Organização Controlo e gestão das atividades de aprendizagem Nº de estudantes
37 0,010
Clima de turma
Existência de participação previamente preparada pelos estudantes
Nº de estudantes
32 0,014
Clima de turma
Existência de feedback, dado aos estudantes, acerca da compreensão de conceitos ou mestria de competências
Nº de estudantes
35 0,025
Clima de turma
Existência de um ambiente estimulante de aprendizagem
Tipo de aula 37 0,001
Resultados (ANOVA)
Factor Descritor Fator explicativoTamanho
da amostra
Significado estatístico
p< 0.05
Atitude do professor
Interação individualizada com estudantes Nº de estudantes 36 0,003
Atitude do professor
Atenção à dinâmica global da turma Tipo de aula 36 0,028
Atitude do professor
Interação individualizada com estudantes] Tipo de aula 36 0,020
O que é que o projecto de par em par já nos disse?
• Dados de 2013/1014• Recortes de 24 entrevistas realizadas a professores participantes no
De Par em Par.• Análise de conteúdo ( programa N-Vivo, v.10)• Categorias de análise:
– Mudanças nas práticas pedagógicas • Estrutura• Organização• Conteúdo• Clima de turma• Atitude do Professor
– Justificações discursivas da multidisciplinaridade• Pedagógicas• Científicas• Institucionais• Pessoais
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Justificações discursivas da multidisciplinaridade
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• Pedagógicas:
• Aumento da sensibilidade pedagógica ( e maior importância dada aos estudantes)
• Contacto com diferentes modelos pedagógicos e estratégias de ensino.
• Comparação do comportamento dos estudantes e do seu envolvimento na aula.
• Pessoais:
• Contacto com diferentes colegas e estabelecimento de novas relações.
• Institucionais
• Contacto com diferentes ambientes institucionais e condições de trabalho e de ensino.
• Aumento da colaboração académica.
• Fortalecimento de pertença à comunidade da U. Porto.
• Científicas
• Contacto com diferentes culturas epistémicas
• Aumento da colaboração académica
• Alargamento dos horizontes concetuais a outros campos.
• Renovação do campo científico próprio a partir dos olhares externos (conceptuais e metodológicos).
• Estabelecimento de mais relações interdisciplinares.
Mudanças nas práticas pedagógicas
• Mudanças no clima da aula:– Mais interação com os estudantes;– Mais ocasiões de promoção da participação dos estudantes e da
interação entre estes.
• Mudanças na organização:– Ritmo da aula, sequência e gestão do tempo– Identificação clara dos objetivos a atingir nas aulas.– Novas estrategias para promover a motivação dos estudantes.– Novos modos e dispositivos de avaliação.– Maior recurso às novas tecnologias de informação e comunicação.
• Mudanças no conteúdo:– Mais frequentes abordagens interdisciplinares ( global ou
contextualizada)
• Mudanças na atitude dos professores:– Voz e ritmo.– Maior movimentação durante a aula.– Maior atenção prestada às dificuldades dos estudantes.
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Desafios futuros
• Depois do sucesso do DPEP específico para as metodologias pedagógicas, aplicar a outrascomponentes do processo de ensino-aprendizagem (p.e. métodos de avaliação, FUC).
• DPEP para estudantes, nomeadamente para discernir as diferenças emergentes dos resultadosdos inquéritos pedagógicos em função do curso/UO do estudante.
• DPEP para as empresas/escolas?
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DPEP – A equipa
• João Pedro Pêgo, Faculdade de Engenharia
• Ana Mouraz, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
• Amélia Lopes, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
• José Martins Ferreira, Faculdade de Engenharia
• José Fernando Oliveira, Faculdade de Engenharia
• Isabel Ferreira, Faculdade de Farmácia.
• Ana Reis, Faculdade de Ciências
• Maria do Rosário Sinde Pinto, Faculdade de Ciências
• Zulmira Santos, Faculdade de Letras
• Jorge Valente, Faculdade de Economia.
• Ana Cristina Torres ( FPCEUP)
• Vítor Marinho (FEUP)
• Daniela Pinto (FPCEUP)
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www.deparempar.pt
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Ana Mouraz João Pedro Pêgo