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17 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho
24 | Matobra assinala 45 anos de actividade
30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular
38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon
De coração 025DEZEMBRO 2011 AnoVII
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Carta aberta ao Primeiro-Ministro
Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro,
As notícias adensam-se e agravam-se. Que o contexto nacional é de recessão já todos sabemos, mas o que parece ser cada vez mais nebuloso é o seu real impacto.Sentimos o país em queda livre, mas ainda não percebemos a quantos metros do chão iremos ficar, ou mesmo se evitaremos o impacto.Na análise dos peritos, o tom das previsões vai piorando e o governo tem reagido com o agravar das medidas de austeridade.Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que a herança que recebeu é pesada e não deixa margem para experimentar estratégias, pelo que, cortar na despesa pública e aumentar a receita fiscal é, à primeira vista, a solução mais óbvia. E também sabemos que será, com certeza, o Primeiro-Ministro que assume funções em condições mais difíceis da história da democracia portuguesa.Mas ainda assim, salvaguardando a ausência de responsabilidade sobre o passado, o presente é gerido por si e, pelo rumo que vai traçando, corre o risco de ficar para o futuro como o coveiro deste país.Não é na austeridade que está a resposta para a crise, mas no desenvolvimento económico.O estrangulamento aos cidadãos e às empresas com uma sobrecarga fiscal incomportável, diminuição de salários reais e inevitável perda de poder de compra são uma combinação assassina da economia real.Quebrar o consumo e o investimento só poderá ter um resultado: encerramento de empresas, aumento do desemprego e uma economia colapsada.Sem medidas de estímulo às PME, o verdadeiro motor da economia, e a toda a indústria exportadora, as hipóteses de sobrevivência do mercado são muito poucas.Demagogias à parte, há soluções, medidas concretizáveis e cujos resultados seriam imediatos.Desde logo, é preciso ajudar as empresas exportadoras na obtenção de financiamento. Se considerarmos que entre a produção e o pagamento da mercadoria pelo cliente decorrem, habitualmente, entre 8 a 12 meses, facilmente se compreende como a falta de liquidez é um problema recorrente.Ainda como incentivo, sobretudo no caso da indústria exportadora, não aumentar o IVA na energia faria toda a diferença. Se é certo que, do ponto de vista contabilístico, não tem significado, em termos de tesouraria o IVA representa um impacto substancial, privando as empresas, durante um longo período, de um valor que acabarão por receber do Estado.Acresce que o aumento deste imposto representa um forte incentivo a que a energia passe a ser adquirida a empresas não portuguesas, porque tratando-se de uma transição intracomunitária o IVA é regularizado sem esforço de tesouraria.No que concerne ao apoio às PME, decretar o encerramento das grandes superfícies ao Domingo seria uma ajuda directa ao pequeno comércio, protegendo postos de trabalho e muito provavelmente reduzindo o consumo de bens importados.Também a meia hora de acréscimo diário à jornada de trabalho só interessará às grandes superfícies. As PME ganhariam mais em dispor de um banco de horas a utilizar em períodos de maior necessidade produtiva.Finalmente, e porque a construção e o imobiliário são sectores chave para a Economia, é importante tornar o mercado de arrendamento mais seguro para os investidores, garantindo que o inquilino incumpridor seja despejado rapidamente e sem recurso a tribunais. O não pagamento da renda acordada deve ser um caso de polícia e não mais um processo para acumular durante anos nos serviços dos tribunais.Outras medidas poderiam ser enunciadas, mas a aplicação das que aqui são sugeridas teria por si só o mérito de injectar dinheiro no mercado, uma condição sine qua non para o funcionamento da Economia.Antes de terminar, gostaria de lhe lembrar, Sr. Primeiro-Ministro, a importância da palavra esperança.Os portugueses são um povo de brandos costumes, que ao longo de quase nove séculos de história suportou com relativa serenidade toda a espécie de dificuldades que o país foi atravessando. Mas porque souberam manter a esperança no futuro. No momento em que vivemos, essa volta a ser uma noção fundamental.É preciso voltar a acreditar.
Presidente do Conselho de Administração da Matobra
FICHA TÉCNICA
Entidade proprietária | Matobra - materiais de construção e decoração, S.A.
Coordenação | Marta Rio-Torto
Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto
Fotografia | Danilo Pavone
Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva
Tiragem | 2000 exemplares
Periodicidade | Trimestral
Impressão | FIG - Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020 Coimbra
Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)
Índice
3 Editorial
7 Entrevista De coração | Paulo Júlio
17 Com assinatura Matobra
18 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho 24 | Matobra assinala 45 anos de actividade
26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: uma cozinha de configuração estranha
28 | Mais Smart do que as outras 30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular
32 Entrevista |Mário Baptista 38 Estilus
38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon 40 | Urban Signs nas cidades do futuro 42 | Ilotech traz mais calor humano 47 Entrevista | Carlos Pereira
54 Galeria Matobra
54 | Line Cascade: tecnologia e design
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ENTREVISTA 07
Paulo Júlio é um homem de desafios, uma característica fundamental para as
suas actuais funções.
Enquanto Secretário de Estado cabe-lhe o penoso dossier da Reforma da
Administração Local, que mexerá com um modelo organizacional com quase
40 anos e em questões tão sensíveis como o ordenamento do território, cuja
consequência mais mediatizada será a redução do número de freguesias.
Sobretudo entre os governantes locais, a polémica instalou-se, mas a decisão
está tomada: todos os contributos são bem-vindos, mas a reforma é para se
fazer.
Tratando-se da única voz de Coimbra no governo, a que associa a experiência
como autarca no distrito, a pergunta impunha-se: o que falta à cidade e qual
a melhor estratégia para ultrapassar o contexto de recessão?
A resposta, extensível afinal a todo o país, parece estar mais próxima do que
se possa pensar: a atitude certa.
Secretário de Estado da Administração Local e Reforma AdministrativaEng. Paulo Júlio
“Os portugueses estão cansados de ver este país ser adiado.”
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08 ENTREVISTA
Neste contexto de crise económica e
financeira, para além do desafio de
resolução de problemas de natureza
local, as autarquias podem ter um
papel importante para resolver
problemas mais estruturais do país?
Na verdade, os problemas estruturais do
país resolvem-se em cada uma das partes
do seu território. Não tenho dúvidas que
a Administração Local já tem, mas terá
ainda mais nas próximas décadas, um
papel preponderante no desenvolvimento
social e económico das suas comunidades,
nomeadamente pela atracção de
investimento, diálogo com os jovens
empreendedores e, consequentemente,
com todos os mecanismos de trabalho em
rede a que isso obriga. Ou seja, o autarca
do futuro vai ter que ser capaz de sair
das suas fronteiras e captar actores de
desenvolvimento para o seu território. A
liderança, o trabalho em rede e a visão
estratégica formam aqui um triângulo
essencial.
De que forma é que esses desafios são
concretizados na visão do governo
para a Reforma da Administração
Local?
Temos uma equação para resolver,
por um lado, temos menos recursos
disponíveis e uma necessidade de reduzir
o endividamento e por outro, serviços
públicos que têm de responder às
exigências das comunidades locais.
Isto leva a que seja necessário mexer no
modelo da Administração Local, que
tem 35 anos, isto é, o tempo do poder
local democrático. Daí que tenhamos
apresentado um documento estratégico -
com eixos bem designados, metodologias
e cronogramas - que é a base da discussão
pública que desde há dois meses tem
dominado o tema.
Trata-se de uma reforma que acaba por
tocar em todos os aspectos do modelo
de gestão local, desde sector empresarial
local, reorganização administrativa do
território (que é o ponto mais mediatizado),
gestão municipal e inter-municipal e o seu
financiamento e ainda um 4º eixo, que
toca com as leis eleitorais autárquicas.
Um dos pontos mais polémicos
da Reforma Administrativa é o do
ordenamento do território, com o
Governo a assumir o objectivo de
redução do número de municípios
e freguesias. Estava à espera das
reacções contrárias ao Documento
Verde que surgiram por parte de
muitos autarcas?
Estava, acho até natural que haja alguma
resistência à mudança. A organização
administrativa que temos é do final do
século XIX e, durante todos estes anos,
com certeza que houve portugueses que
reflectiram sobre este tema e quiseram
fazer algo diferente. Todavia, porventura
pela dificuldade que representa, não o
fizeram.
Mas os portugueses estão cansados
de ver este país ser adiado.
Costumo dizer que se fizermos tudo da
mesma maneira, inevitavelmente, os
resultados vão ser os mesmos. Ora, se
queremos mudar os resultados, temos
necessariamente de alterar o modelo
actual.
De acordo com o compromisso
assumido com a Troika, terão de ser
reduzidas as transferências do Estado
Central para as autarquias. Numa
altura em que crescem os pedidos de
apoio, que consequências perspectiva
face a estes cortes?
São uma dificuldade acrescida,
sendo certo que também serão uma
oportunidade, porque se há mais dinheiro,
o rigor e a preocupação pela definição de
prioridades é menor. Portanto, é também
essa dificuldade financeira que deve servir
de estímulo para mudar, adaptando os
“A organização administrativa
que temos é do final do século XIX
e, durante todos estes anos, com
certeza que houve portugueses
que reflectiram sobre este tema
e quiseram fazer algo diferente.
Todavia, porventura pela
dificuldade que representa, não o
fizeram.”
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ENTREVISTA 09
“Somos um país em que se
diagnostica muito, se discute
bastante, mas quando passamos
à fase da implementação temos
grandes dificuldades.”
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serviços a menos recursos e ainda assim
fazendo tudo o que tem que ser feito
para que as comunidades locais não sejam
prejudicadas. Eu acredito que é possível
fazer o mesmo e até melhor com menos
recursos.
Podemos então concluir que o Estado
português sofre menos de falta de
recursos do que de uma má organização
estrutural (nomeadamente na forma
como as competências das diversas
estruturas estão organizadas)?
Não digo que seja má organização mas,
se reparar no modelo de gestão actual, as
boas ideias foram sempre acrescentadas.
Nunca uma boa ideia substituiu outra.
Tendo em conta que os recursos públicos
não são infinitos é preciso fazer uma
análise corajosa, naturalmente atenta,
ouvindo quem tem que ser ouvido, mas
fazendo uma coisa diferente do que é
habitual em Portugal. Somos um país
em que se diagnostica muito, se discute
bastante, mas quando passamos à
fase da implementação temos grandes
dificuldades. Portanto, este debate, que
está a ser feito a partir do Documento
Verde da Reforma, tem que ser um ponto
de partida para o que se irá realmente
fazer e disso o governo não abdica.
Relativamente ao Sector Empresarial
Local, como vivemos num período
em que é preciso poupar, o objectivo
é diminuir o número de empresas
municipais ou torná-las mais eficientes
e sólidas financeiramente?
O que se pretende fazer é legislar de
maneira a que esse sector seja eficiente
e eficaz. Se são empresas têm que ter
indicadores económicos e financeiros para
o serem, isto é, têm que ser sustentáveis.
Ora, um estudo muito recente constata
que 30% deste sector apresenta
indicadores muito débeis.
É por isso que é necessário criar uma
nova legislação que, por sua vez, tem
de conduzir, dentro de cada município,
à análise do sector empresarial local, o
que necessariamente implicará situações
várias de fusões, extinções, concessões…
Até porque se existem 142 municípios que
têm sector empresarial local, há outros
166 que não o têm.
Onde há dinheiro público tem que haver
transparência total e a verdade é que,
se tudo o que está dentro da esfera
do município é altamente controlado e
fiscalizado, quando estamos no sector
empresarial local a fiscalização durante os
últimos anos foi muito menor. Esta questão
da fiscalização é outro ponto em que nos
vamos focar, nomeadamente alargando
a esfera de actuação da Direcção Geral
de Autarquias Locais a todos estes anéis
direccionados para fins públicos.
Já afirmou que a Reforma das
autarquias persistirá depois de 2013.
Em que medida e em que aspectos?
Algumas destas acções vão persistir. É
muito importante que não se pense na
reorganização administrativa de forma
condicionada pelo que vai acontecer
em 2013, nomeadamente as eleições
autárquicas. Tem que haver sempre
um momento em que a mudança não
é para os anos seguintes, mas para as
décadas seguintes. É isso que se pede
sobretudo aos eleitos locais, que têm
especial responsabilidade neste processo.
A mudança tem que ser feita, o desafio é
fazê-la bem, e não há dúvida que para isso
é importante que os governantes locais
não se demitam de a construir.
Tem uma experiência política ligada
ao distrito de Coimbra. Antes de
integrar o governo, foi Presidente
da Câmara de Penela. É aliás o único
representante de Coimbra no Governo
(esquecendo a circunstância de termos
um Primeiro Ministro nascido cá).
“A dificuldade financeira deve
servir de estímulo para mudar,
adaptando os serviços a menos
recursos e ainda assim fazendo
tudo o que tem que ser feito para
que as comunidades locais não
sejam prejudicadas.”
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Concretamente, no caso de Coimbra e
de forma mais abrangente da Região
Centro, que estratégia vê como melhor
para ultrapassar esta fase?
A Região Centro tem a particularidade
de ser policêntrica, temos aqui um
conjunto de cidades – Leiria, Coimbra,
Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco
– que elas próprias são polarizadoras de
desenvolvimento económico associado e
entendo que devemos alavancar muito a
estratégia da Região neste policentrismo.
Pela sua diversidade, as potencialidades da
Região não hão de andar muito longe das
potencialidades do país. Temos portos, um
sistema científico e tecnológico de grande
referência nacional e até mundial, temos
boas incubadoras de empresas, temos um
património diversificado (natural, histórico,
arqueológico), temos sol e mar, um sector
florestal importante, boa gastronomia,
dos melhores vinhos do mundo…
A primeira atitude a tomar é olhar
para aquilo que temos e aproveitá-lo o
melhor possível, trabalhando com todos
os actores em rede. Este é o grande
segredo da política hoje. Universidades,
empresários, instituições particulares de
solidariedade social, administração pública
local, órgãos centralizados do Estado,
estão todos convocados para pegar nas
potencialidades da Região e materializar
essas oportunidades.
Mas focalizando-nos mais em Coimbra,
que mais-valias vê como estratégicas
para a cidade?
Evidentemente, que é uma cidade
muito especial. Tem, desde logo, uma
Universidade de referência e uma
incubadora de empresas reconhecida e
que é uma alavanca muito importante
para o empreendedorismo de base local.
E isto é uma questão fundamental para
fixar os jovens ao território local, sem os
quais não conseguimos desenvolvimento
a prazo. Essa massa crítica precisa de ser
fixada.
A somar a isto, em termos de
potencialidades, tudo aquilo com que eu
acabei de caracterizar a Região, Coimbra
tem. Do que precisamos é de juntar as
lideranças e assumir uma visão estratégica
baseada na inovação, que não é só
tecnológica, tem também de ser aplicada
às organizações e aos produtos.
Temos massa crítica para criar
desenvolvimento económico. O que
falta para compor todo este puzzle de
desenvolvimento é a atracção de novos
investidores privados. Porque apesar de
Coimbra ter muitos serviços públicos, não
podemos pensar que é nesses serviços
que está a solução para a fixação dos mais
novos.
O empreendedorismo de base local e
regional tem de ser agarrado de forma
mais forte por Coimbra e naturalmente
que, se soubermos fazer isso, as outras
variáveis estão cá todas para acrescentar
valor ao território.
Focalizando-nos mais no tecido
empresarial do distrito, para além
de algumas excepções ligadas à
área tecnológica, nomeadamente
associadas ao IPN, Coimbra tem tido
uma indústria pouco dinâmica. O que
é que falta ao tecido empresarial da
Região para se tornar mais rentável?
Coimbra tem um problema, que é o
preço do solo e se formos ver áreas de
localização empresarial estruturadas para
receber novos investimentos até há pouco
nem sequer existiam. Temos agora o
IParque, que está numa fase inicial.
Mas quando pensamos em Coimbra, não
devemos pensar só a nível do Concelho.
Há o território envolvente – Cantanhede,
Figueira da Foz, etc – um conjunto de
municípios neste anel de 30 a 40 km.
Quando olhamos para o território,
cada parte dele pode acrescentar
para o desenvolvimento colectivo.
“As políticas municipais não
podem continuar a tendência
de individualismo que tem
sido seguida, tem que haver
complementaridade para que
os objectivos da Região sejam
atingidos.”
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As políticas municipais não podem
continuar a tendência de individualismo
que tem sido seguida, tem que haver
complementaridade para que os objectivos
da Região sejam atingidos.
Apesar da austeridade, será possível
dar um salto qualitativo em termos de
funcionalidade e vivência urbana nos
próximos tempos em Coimbra?
Sim, penso que sim. O mais importante
é tomarmos consciência de que não há
soluções mágicas, mas a resposta para a
recessão é a atitude.
Há um conjunto de valores: a ética,
a disciplina, o rigor, a assiduidade, a
pontualidade, que não custam dinheiro.
Ter esta atitude não tem custos e significa
toda a diferença, seja nas famílias, nas
organizações privadas ou públicas.
Cada cidadão, por mais simples que seja
a sua tarefa, deve concretizá-la bem, com
rigor, com disciplina.
Há aqui uma cultura de cidadania que tem
também de ser reflectida. Cada um de nós
tem que se preocupar menos com aquilo
que os outros têm e mais com o que
pode fazer para melhorar a sua própria
vida e a dos outros: na sua rua, no seu
bairro, na sua comunidade local, no seu
emprego. Esta crise é também um desafio
de cidadania.
Tem um percurso de sucesso ligado ao
sector privado, onde foi, por exemplo,
administrador da Marcopolo em
Portugal. Sabendo-se que os políticos
em Portugal, os membros do governo
inclusive, têm em muitos casos
vencimentos inferiores aos de quadros
superiores de grandes empresas, o que
o fez tomar a decisão de optar pela
causa pública, assumindo o destino de
uma Câmara de pequenas dimensões,
como a de Penela?
É uma pergunta que não terá uma
resposta racional. Em primeiro lugar, eu
gosto de desafios. Mesmo o meu percurso
dentro da organização Marcopolo foi um
percurso de desafio.
A esta característica associou-se um
conjunto de circunstâncias, desde logo o
gostar de política e estar ligado à política
local em Penela. Até lhe posso dizer que
fui candidato numa altura em que era
mais provável perder do que ganhar.
Claro que quando falamos de dinheiro
cada um de nós tem mínimos, mas os
meus nunca foram muito altos.
Tendo ganho as eleições e abraçado o
desafio de ser Presidente da Câmara,
hoje olho para trás e acho que foi uma
experiência pessoal extremamente
enriquecedora.
O desafio era recuperar tempo e deixar
claro que nenhum território tem de estar
condenado ao fracasso, seja porque tem
pouca gente, é um concelho de matriz
rural, ou não tem massa crítica. Pequenos
territórios podem dar o seu contributo
para aquilo que é o equilíbrio nacional,
enquanto pequena comunidade que se
pretende de referência de desenvolvimento
social e económico. E acho que isso ficou
claro.
Nas suas funções actuais, mais uma
vez, abraçou uma pasta que o obriga
a ultrapassar uma série de resistências
e dificuldades…
Tenho desafios difíceis pela frente, mas
apesar de todas as contestações de alguns
pontos, sinto-me claramente útil ao país.
E isso é essencial em todas as funções
que desempenhamos. Se nos sentirmos
úteis, o estímulo e a motivação para as
podermos concretizar é muito superior.
“Cada um de nós tem que se
preocupar menos com aquilo que
os outros têm e mais com o que
pode fazer para melhorar a sua
própria vida e a dos outros. Esta
crise é também um desafio de
cidadania. “
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ENTREVISTA 13
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De perfil…
Uma referência?O meu avô materno.
Aquilo que o deixa feliz…Estar com a minha família.
O que mais o irrita…A desonestidade intelectual.
A música que não se cansa de ouvir? Rodrigo Leão.
O filme que o marcou? A vida é bela.
Um livro? Os Maias.
Um objecto de que não se separa? Blackberry.
Quando tem tempo gosta de…? Contemplar o mar.
O prato a que não resiste? Leitão à bairrada.
Uma bebida? Água.
Destino de férias?Paris.
Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Como qualidade destaco a responsabilidade e como defeito a falta de paciência.
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Sector de decoração da Matobra apresentaNOVA LINHA DE MOBILIÁRIO COM ACABAMENTO EM ALTO BRILHO
Realçar as qualidades naturais de uma madeira nobre com um acabamento em alto brilho. Esta é a proposta
que temos para si e o resultado não o poderá deixar indiferente: mobiliário contemporâneo, mas ao mesmo
tempo intemporal, que se impõe pela extrema qualidade de acabamento.
É um novo olhar sobre as peças, que passam a impor-se tanto pelo design, como pela beleza natural da
madeira, um material que, pelo brilho, adquire uma nova nobreza e um estatuto acrescido.
Para esta edição, a equipa de decoração da Matobra seleccionou duas propostas para sala e uma de quarto..
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Desconstruir para criar ritmo
As tendências actuais fogem às decorações puras e assentam na fusão de estilos.
Um ambiente excessivamente perfeito torna-se monótono, é necessário criar alguns pontos de desconstrução, que gerem um efeito
surpresa.
Por exemplo, numa sala de mobiliário clássico, onde estão combinados os sofás, a mesa e as cadeiras, poderá acrescentar uma peça ultra
moderna. Uma cadeira, uma mesa ou uma pintura contemporânea poderão ser o elemento necessário para quebrar a monotonia da sua
divisão.
O ambiente seleccionado é um exemplo de um clássico-moderno. Neste caso, o elemento dissonante é o licoreiro lacado a preto e ouro,
que acrescenta um toque de extravagância ao espaço.
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Serenidade e requinte
Uma proposta pensada para um ambiente neoclássico.
A paleta de cores oscila entre o cinza prata e diferentes tonalidades de castanho, sintetizadas,
desde logo, no papel de parede escolhido.
O objectivo é a criação de um espaço sereno e requintado, mas sem abdicar de uma noção
de ritmo e impacto.
Para alcançar este efeito, o elemento chave está no contraste. Diferentes padrões e
texturas, nomeadamente nos tecidos - pele, veludo e cetim - aumentam o interesse visual
da composição.
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COM ASSINATURA MATOBRA 23
Puro luxoÉ uma opção para quem não se convence com as tendências minimalistas e
assume o gosto pelos ambientes de inspiração barroca.
A forma é usada em todo o seu esplendor, recriando um cenário quase palaciano
em que o olhar se prende naturalmente ao pormenor. Como elementos chave
para criar este estilo destacam-se as peças estofadas e acolchoadas e a
diversidade de texturas e materiais, como metal, madeira e veludo.
Detalhes como as incrustações em prata sobre a moldura preta que contorna o
mobiliário criam um ambiente que apela ao lado sensual e teatral.
No entanto, ainda que este estilo seja uma das tendências actuais na
decoração, é importante ter algum cuidado com os excessos, para não criar
uma sobrecarga visual.
Uma boa estratégia será introduzir algumas peças de linhas mais estilizadas.
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24 COM ASSINATURA MATOBRA
MATOBRA ASSINALA 45 ANOS DE ACTIVIDADE
No passado dia 31 de Outubro, a Matobra assinalou a passagem de mais um ano de
actividade, comemorando o seu 45º aniversário.
Numa fase em que o tecido empresarial da Região tem sofrido o impacto da recessão que o
país atravessa, a empresa tem mantido a sua vitalidade, pela aposta em novas soluções de
aproximação ao mercado.
“A Matobra orgulha-se de ser um exemplo de longevidade, 45 anos de experiência garantem-
nos a confiança dos nossos clientes, porém, a melhor forma de respeitar essa herança, é
manter uma dinâmica de melhoria contínua e adaptação à procura e à evolução do sector.”
afirma José Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da empresa.
Nos últimos tempos, a Matobra tem apostado num novo posicionamento de mercado - a
criação de ambientes de vida - desenvolvendo esforços para ultrapassar o conceito da mera
venda de produtos e oferecer aos seus clientes uma solução integrada e harmoniosa para
os diversos ambientes da sua casa.
Para apoiar este objectivo, foi lançado o gabinete de projectos IN9espaço, constituído por
uma equipa com formação em arquitectura, design de interiores e decoração.
Entre as iniciativas mais recentes destaca-se ainda o Menu banho, uma espécie de serviço
“buffet” que torna o processo de escolha de uma casa de banho mais fácil, rápido e
cómodo: basta seleccionar o ambiente de banho que melhor se adapta ao seu caso, entre
um conjunto de 8 propostas pensadas para soluções integrais de renovação/construção de
uma casa de banho.
Cada opção inclui a totalidade de materiais e equipamentos que precisará para completar
a obra e tem associado um preço final que varia a partir dos 500€, correspondendo a
diferentes gamas de escolha.
De notar que a Matobra é membro fundador da Emacor, a mais importante central de
compras nacional no sector de materiais de construção, o que lhe permite ganhar dimensão
junto dos fornecedores e, desta forma, garantir preços mais competitivos junto dos seus
clientes.
A empresa tem também uma ligação à indústria do revestimento cerâmico, sendo accionista
da Cliper, fábrica sedeada na Figueira da Foz. “Esta participação na indústria é uma mais-
valia importante, que nos traz um conhecimento mais abrangente e aprofundado do
sector, desde logo, porque nos permite, não só acompanhar, mas participar na concepção
e selecção do produto, mas também ter uma experiência de internacionalização, já que, a
Cliper exporta a maioria da sua produção” afirma José Carlos [email protected]
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… o design é eterno.
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26 IDEIAS E SOLUÇÕES
Correio do leitor:Uma cozinha de configuração estranha
Adquiri recentemente um apartamento e estou com algumas dúvidas sobre a melhor forma de organizar a cozinha. Trata-se de um espaço amplo, com cerca de 25m2, mas que inclui um pilar bastante volumoso e duas paredes em diagonal, formando um ângulo de 45o.Somos seis pessoas em casa, pelo que preciso de muita arrumação. Habitualmente, jantamos na sala mas, ao almoço, como temos horários diferentes, é mais prático comer na cozinha, pelo que é necessário prever uma zona de refeições. Dada esta configuração, como devo distribuir o mobiliário e electrodomésticos no espaço?
Joana Santos, Coimbra
Cara leitora,Em situações como esta, em que há um ou mais elementos arquitectónicos que se impõem - um pilar, uma configuração sinuosa, etc - é particularmente importante optar por uma solução de mobiliário personalizado, que permita tirar o melhor partido do espaço.Na proposta que apresentamos para a sua cozinha, atendendo às necessidades que expressa, foi prevista uma extensa área para arrumação, com destaque para a parede coberta na totalidade com mobiliário. Para apoiar a confecção das refeições, para além da bancada de trabalho habitual, foi incluída uma ilha, uma opção que lhe permite um desenvolvimento facilitado de todas as tarefas inerentes à preparação dos cozinhados, permitindo guardar todos os utensílios junto à placa de indução, assim como dispor de uma zona de trabalho confortável.Apesar de ser uma família numerosa, as refeições feitas na cozinha são para situações rápidas e em que não costumam estar mais do que 2 ou 3 pessoas em simultâneo, o que permitiu substituir a mesa habitual por um balcão entre o pilar e a parede. Esta escolha permite tornar uma configuração aparentemente desvantajosa numa solução bem integrada e visualmente interessante. Paralelamente, o formato mais amplo deste ângulo torna mais fácil a circulação dos diversos utilizadores, sendo por isso o sítio mais adequado para as refeições.
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28 IDEIAS E SOLUÇÕES
Mais uma inovação que a Frasa traz ao mercado,
através da Smart Table, uma mesa frigorífica com
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30 IDEIAS E SOLUÇÕES
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IDEIAS E SOLUÇÕES 31
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32 ENTREVISTA
Asas para voar
Mário Baptista apostou na Marinevil
num momento em que muitas
empresas saíram do mercado. Esse
espírito de estar sempre presente nos
momentos difíceis acompanhou-o
na procura de um futuro cada vez
melhor.
Emigrou para o Canadá ainda
muito jovem e trouxe de lá um
diploma para a vida, que o ensinou
a não se lamentar, porque sermos
realistas também é acreditar num
futuro melhor para todos nós, com
transparência e seriedade.
Continua a acreditar no mercado da
construção civil e na capacidade de
trabalho dos portugueses e confessa
ter orgulho na obra que está a
executar, na Quinta da Portela, a
única fora da Figueira da Foz.
Por vezes, é nos momentos difíceis
que mais queremos voar, sobretudo
tratando-se de alguém que gostaria
de ter sido piloto de avião.
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ENTREVISTA 33
Está no ramo da construção civil desde quando?
Como empresário em nome individual, desde 1981. Sou
natural de Ourém, mas já tinha fixado residência na Figueira
da Foz, o que me deu uma perspectiva do mercado da cidade.
A Marinevil aparece em 2005, vocacionada para a construção de habitação.
Actualmente, estarmos a construir, pela primeira vez, em Coimbra, na
Quinta da Portela.
O que é que sentiu que podia dar a esta actividade, ainda para mais
num momento em que o sector já estava em declínio?
A experiência em nome individual que tive ao longo do tempo deu-me
alguma segurança porque sabia que o meu trabalho era valorizado pelos
clientes, de modo que esse factor facilitou a tomada de decisão. O meu
objectivo era dar continuidade ao trabalho que tinha vindo a fazer, com um
espírito de atenção permanente à evolução do mercado, através de uma
atitude de dar e fazer o melhor que se pode e sabe, apostando sempre
numa permanente actualização.
Na sua infância já sentia o desejo de fazer parte deste sector?
Comecei bastante novo a aprender este ofício e estive em todas as fases
da obra, o que se traduziu numa escalada sustentada. Foi uma segurança
para o meu percurso, sempre ambicionei desempenhar esta profissão
porque sentia que dominava o seu processo. Mas houve um momento que
interrompi este percurso e emigrei.
Para que país?
Em 1975, a situação social e política no país era extremamente
difícil, pelo que decidi emigrar para o Canadá, onde estive três
anos à procura de melhores condições de vida. Devo dizer que
considero essa experiência como um curso no ensino superior porque
encontrei um país totalmente diferente do nosso, tanto a nível da
organização como na disciplina, como na evolução de mentalidades.
Se não fosse empresário de construção civil gostaria de ter sido o
quê?
Quando a minha professora primária me fazia essa pergunta eu mentia-lhe
porque respondia-lhe que queria ser médico, mas confesso que sempre
tive um grande fascínio por exercer a profissão de piloto de aviação civil.
O facto de olharmos o mundo de cima para baixo encanta-me em todos
os aspectos.
Em que é que este mercado tem transformado a sua personalidade?
Ensinou-me que a transparência, a honestidade e a seriedade são os nossos
melhores cartões de visita o que, aliado a uma atitude de dar o nosso
melhor através de uma aprendizagem profissional e pessoal constantes,
vai permitir que a actividade seja vantajosa e rentável. Claro que também
é importante uma estratégia dinâmica na relação com os clientes e
fornecedores que este mercado exige.
A empresa é especializada em que trabalhos?
Com mais significado, na construção e promoção de imóveis para a
habitação, mas também já executamos compra, venda e revenda de
imóveis, mas é uma situação residual.
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34 ENTREVISTA
Qual o segredo da empresa para se manter forte no mercado?
Não há segredo, para conseguirmos ultrapassar esta fase somos obrigados
a gostar do que fazemos, só assim sentimos a motivação necessária para
apostar em continuar a desenvolver este mercado. Foi com esse espírito
que resolvi avançar para o projecto na Quinta da Portela. É importante
termos a capacidade de sofrimento indispensável, respondermos com
disciplina e rigor e trabalharmos sempre com um considerável grau de
exigência para que estejamos preparados para as mudanças constantes da
economia e sociedade actuais.
Porque é que é importante a escolha dos materiais?
Tanto a nível estrutural como a nível decorativo, apostamos numa
permanente actualização, para estarmos informados sobre as tendências
da moda e sobre os materiais que garantam maior eficácia e qualidade
num determinado tipo de edifício. A nossa filosofia é a de seguir os passos
da simplicidade e da qualidade, sempre com a garantia de um design e
decoração que permitam a atenção dos nossos clientes. Os clientes já
estão demasiado informados, o que pode levar à confusão, de modo
que é importante estarmos presentes com os nossos conhecimentos e
experiência para os ajudar e aconselhar sobre a qualidade dos materiais e
a intemporalidade dos mesmos.
A seu ver, em que ponto está a construção civil nacional?
No que diz respeito ao imobiliário, está a atravessar a fase mais difícil desde
que eu me lembro, ainda mais grave do que a dos anos oitenta, já que
essa centrava-se mais no nosso país e na nossa economia. A que vivemos
actualmente tem uma característica global e não se percebe muito bem
até onde pode ir, ninguém pensou que pudéssemos atingir um ponto tão
dramático e trágico, sem termos as mínimas perspectivas de um futuro
mais seguro.
A minha opinião é a de que os próximos cinco anos vão ser de enorme
dificuldade, tanto socialmente como no caso específico do sector da
construção civil, o que nos vai obrigar a uma atenção permanente ao
minuto.
O volume de construção tem vindo a decrescer desde 2001, mas o estrondo
acontece em 2008 de uma forma brutal. Estamos a viver uma fase critica,
com uma redução no volume de construção, nos últimos três anos, na
ordem dos 60%.
Acredita que a construção civil vai continuar a ser a alavanca das
economias ocidentais?
É verdade que uma grande percentagem da economia gira à volta deste
sector, mas essa filosofia vai ser diferente porque muitas variáveis mudaram,
tal como o recurso ao crédito fácil, o que vai obrigar as empresas e os bancos
a optarem por outras estratégias. Acredito que os níveis de construção
podem subir, mas jamais se atingirão valores como os verificados nas
décadas anteriores. Vai existir um forte controlo das autoridades, das
empresas e dos bancos entre as necessidades do mercado e o número
de casas a construir, que é o que acontece nos outros países. Durante
muito tempo, os níveis altíssimos no volume da construção permitiram que
entrasse muita gente neste sector, o que desvirtuou a realidade e agravou
o próprio mercado.
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ENTREVISTA 35
Concorda que ainda existem demasiadas empresas de construção
civil?
Já desapareceram bastantes mas é uma avaliação difícil de fazer, o que é
factual é o volume de casas excedentárias no mercado. Mas não tenho
a certeza se isso terá uma relação directa com as empresas existentes no
sector.
O mercado da reconstrução pode dar um novo alento às empresas?
Não me seduz, o que sinto é que as pessoas quando adquirem uma
casa pensam ter um conjunto de condições que os centros da cidade
não proporcionam, como os acessos ou a existência de garagens. Neste
momento é uma situação inviável, a não ser que se revolucione o modelo
de reconstrução. Na maioria dos casos, o mais vantajoso seria demolir
as casas existentes e pensar-se noutro tipo de construção, claro que
obedecendo a uma filosofia arquitectónica, mas com o intuito de se trazer
para os centros das cidades mais conforto e segurança. Por outro lado,
enquanto se mantiver as exigências das autarquias, a nível de impostos,
bem como as dificuldades de espaço para se trabalhar nesses projectos,
esse mercado não vai avançar.
Quais as obras mais relevantes efectuadas pela Marinevil?
Todas as obras que executámos são importantes mas posso destacar a que
estou a construir actualmente, na Quinta da Portela, em Coimbra, num
prédio com dezoito apartamentos e duas lojas exteriores, com um design
e arquitectura que garantem uma originalidade impar aos clientes, para
além das áreas e da localização.
Já tiveram alguma experiência no mercado exterior?
Tenho recebido algumas propostas mas eu continuo a acreditar no nosso
país e temos o dever e a responsabilidade de voltar a desenvolver este
mercado.
Como é que a empresa tem encarado esta crise?
Temos efectuado ajustes nos serviços administrativos, já na parte da
construção é mais difícil reduzir custos porque se aposta na qualidade dos
produtos e serviços, mas estamos num momento em que o controlo e o
rigor tem de ser levado muito a sério. Todos somos culpados do momento
actual, de modo que somos nós que temos de voltar a impulsionar o
mercado, respondendo com mais trabalho e mais profissionalismo.
Quer comentar as recentes medidas avançadas no mercado de
trabalho?
Podem ser vantajosas no sector industrial e nas grandes empresas, pois
vão tornar a mão-de-obra mais barata mas não penso que o facto de se
trabalhar mais horas seja sinónimo de maior produtividade. Dá a sensação
de estarmos a percorrer um caminho inverso aos últimos anos porque
lembro-me que, antes do 25 de Abril, trabalhava-se dez horas por dia,
mais os Sábados. Numa fase posterior passou-se para as quarenta e oito
horas mais os Sábados de manhã, mais tarde veio a semana inglesa,
de quarenta horas semanais, agora parece haver um retrocesso. É uma
situação grave que vivemos e que obriga a decisões muito ponderadas.
Sou a favor de se abolirem os subsídios de ferias e natal e apostar-se em
ordenados mais fortes, porque isso seria um incentivo ao trabalho. Nesse
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36 ENTREVISTA
Breves
A ementa preferida...Naco de Vitela à Mirandesa.
Uma voz...Teresa Salgueiro.
Um empresário que admira...Belmiro de Azevedo.
Um livro...Leio jornais, prefiro o Expresso.
Uma cidade de sonho...Figueira da Foz.
Uma obra que gostaria de ter feito...A Casa da Musica, no Porto.
Uma viagem que fez...Açores.
A notícia que quer ouvir...Que os lideres europeus se deixassem de divisões.
sentido, a minha experiência, no Canadá,
foi muito proveitosa, já que existia uma total
disciplina, rigor e organização a cada dia de
trabalho, nomeadamente no tempo que
se podia tomar um café ou na meia hora
de almoço, que chegava perfeitamente. O
resultado era que as pessoas tinham mais
tempo fora do trabalho e desempenhavam
as suas funções com eficácia e motivação e
eram recompensadas por isso.
Como é que nós, sociedade civil,
podemos construir um mundo melhor?
Sermos mais realistas, não vale a pena
sonhar com o que não podemos ter. Depois
devemos empenhar-nos num espírito de
solidariedade, os que mais têm devem estar
presentes num momento destes, porque é
nestes comportamentos que pode estar a
mudança, para melhor, de uma sociedade e
da economia, por acréscimo.
Como prevê que a nossa economia se vá
comportar a médio prazo?
Em termos de resultados não prevejo
grandes mudanças nos próximos cinco anos.
Mas acredito que entretanto surjam políticas
e medidas que melhorem a nossa condição,
de modo a que haja um esforço conjunto de
todos os países para que exista mais rigor
e mais justiça social. Se o conseguirmos
vamos ter uma realidade mais sustentável.
Uma empresa gere um conjunto de
relações entre clientes, fornecedores e
colaboradores. Qual é a mensagem que
passa a todos eles?
Que sirvam e que se apliquem na empresa
com o máximo de rigor, qualidade e
honestidade.
Um princípio que incute na empresa?
Nunca devemos dizer que não somos
capazes.
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38 ESTILUS
Em exclusivo para a Região Centro
MATOBRA TORNA-SE REPRESENTANTE DOS SANITÁRIOS
JACOB DELAFON
A Matobra iniciou recentemente uma parceria com a Jacob Delafon,
uma marca de sanitários francesa, reconhecida no mercado
internacional pelo elevado grau de exigência tecnológica e excepcional
nível de acabamento.
A Matobra torna-se assim a única representante na Região Centro desta
marca.
Para além da qualidade, as colecções Jacob Delafon destacam-se
pelo design e multifuncionalidade, com peças que oferecem soluções
engenhosas e versáteis de arrumação, mas também de comodidade
para os seus utilizadores.
Séries como Formilia são um bom exemplo destas características,
destacando-se como peça mais surpreendente a banheira que incorpora
um painel frontal que esconde um banco e um pequeno móvel.
O banco, com um comprimento de 25 cm, é particularmente útil para
apoiar os pais no banho das crianças, garantindo uma posição mais
cómoda, ou até mesmo para facilitar a entrada e saída da banheira.
A zona de armazenamento permite guardar champôs, sabonetes ou o
tapete de casa de banho.
E nenhuma destas vantagens relegou para segundo plano o conforto do
banho.
As dimensões generosas, assim como o fundo largo desta peça,
proporcionam toda a comodidade. A ampla margem da banheira, com
os seus 13 cm permite, quando necessário, sentar confortavelmente.
Para outros gostos ou funcionalidades, a Jacob Delafon oferece uma
ampla gama de alternativas.
Surpreenda-se com a inovação do design aplicada a sanitários,
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ESTILUS 39
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40 ESTILUS
Urban Signs nas cidades do futuro
Porto e Nova Iorque serviram de inspiração à nova colecção da Revigrés, Urban Signs.
É um conceito que parte para a reflexão sobre o impacto causado pelo crescimento
acelerado dos grandes centros urbanos no nosso quotidiano para que surjam
novas ideias e respostas inovadoras sobre o chão que vamos pisar nas cidades do
futuro. A marca portuguesa explica que “o desenvolvimento sustentável na área da
construção e do planeamento das cidades do futuro traz desafios urgentes, para os
quais temos de reinventar soluções”. Urban Signs inclui séries inspiradas na cidade
do Porto – Cais, em grés porcelânico e Invicta, em revestimento cerâmico vidrado –
e também na cidade de Nova Iorque – Manhattan e Fusion em grés porcelânico. À
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42 ESTILUS
Ilotech traz mais calor humano
Os toalheiros eléctricos ILO são fabricados em porcelanato de reduzida espessura, de
forma a favorecerem ao máximo a transferência de calor para o ambiente.
Dispensando as tradicionais resistências eléctricas, que promovem a convecção, o calor
que libertam de forma homogénea tem origem no circuito impresso aplicado na superfície
posterior da placa de Porcelanato, apresentando desta forma uma elevada eficiência
energética.
Da mesma casa, surgem os Vidros Aquecedores ILO que foram concebidos de forma a
favorecer a transmissão de calor por radiação térmica, conseguindo-se assim um ambiente
muito mais confortável e saudável.
Para além de representarem uma alternativa mais económica, relativamente aos sistemas
tradicionais, são também uma interessante solução decorativa.
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necessidades.
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ENTREVISTA 47
À velocidade que o tempo obriga
Carlos Pereira é um engenheiro mecânico que tenta estar preparado para tomar decisões à velocidade de um Formula 1. A formação académica pode ter pouco a ver com o facto de hoje ser gestor de um dos maiores grupos cerâmicos do país, mas a verdade é que gere a sua vida profissional de uma forma mecanicamente emocional, como um piloto que quer chegar primeiro à meta. O grupo Aleluia junta quatro marcas nacionais de grande história, mas é no mercado francês e alemão que vê reconhecido o seu real valor, porque para crescer é preciso ter dimensão, daí que admita chegar aos 85% de facturação no mercado exterior. Fala da reabilitação no mercado nacional como um balão de oxigénio para muitas empresas e acredita que a conjuntura actual vai obrigá-las a unir esforços para que a sua voz seja mais forte. Vê o momento actual com preocupação e destaca a importância dos políticos serem mais transparentes, para que sejam melhor percebidos.
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48 ENTREVISTA
A área da gestão está de acordo com o
seu percurso escolar?
Tirei o curso de engenheiro mecânico por
uma enorme paixão pelos automóveis. O
meu pai era contabilista de uma empresa
que distribuía automóveis e eu cresci nessa
realidade, sempre com a ambição de fazer
parte daquele mundo. Inclusivamente,
cheguei a fazer as provas de aferição
para o curso de Engenharia Automóvel,
de Brighton, em Inglaterra. Mas como
estávamos na altura do 25 de Abril e as
possibilidades financeiras não permitiram
que eu seguisse esse rumo, não dei
continuidade ao sonho. Fui para Coimbra
e fiz Engenharia Mecânica na Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra. No final do curso, fui trabalhar para
Lisboa, numa oficina de máquinas agrícolas
industriais, onde desempenhei funções
ligadas ao meu percurso académico, isto em
1980. Entretanto casei-me na zona centro e,
como achava que Lisboa não era sitio para
se criar uma família, respondi a um anúncio
do Expresso, de uma empresa da terra da
minha mulher que estava a precisar de um
engenheiro mecânico. Comecei a trabalhar
nessa cerâmica em Dezembro de 1983.
Para além dessa, vieram outras empresas
antes da Aleluia…
Estive nessa cerâmica cerca de dez anos e, a
meio desse percurso, passei a ser responsável
pela produção do grupo. Saí em 1993, para
outra empresa, onde fui responsável por
uma das unidades de produção e, passados
seis meses, passei a responsável industrial
desse grupo, funções que desempenhei
durante cinco anos. A experiência posterior
foi ligada ao mercado das matérias-primas
para cerâmica, altura em que recebo um
convite de um grupo de cerâmicas para ser
Director Comercial. Mais tarde, aceitei uma
proposta de colaborar com outra empresa,
como responsável pela área operacional, já
como Administrador, com responsabilidade
na área de produção e comercial. Na Aleluia,
entrei como Administrador Delegado.
O ensino actual prepara bem os nossos
jovens?
O ensino tem que ser responsável por dar
as bases e os conceitos porque depois as
funções profissionais desempenham o
papel da especialização. É preciso ensinar
e habituar as mentes a pensar, aliás, as
universidades fazem bem esse papel. Noto
que existe uma aproximação das empresas
às universidades que, no meu tempo,
não existia. Os empresários sentem essa
necessidade porque é garantia de inovação
e actualização, pelo que nós aceitamos a
maioria dos estagiários propostos pelas
universidades e penso que a maior parte das
empresas já têm essa filosofia.
Depois de todas as experiências
profissionais passadas, o que o cativou
mais na altura de aceitar este projecto?
Pela diversidade, enquanto gama de oferta
de produtos, e pela dimensão, enquanto um
dos grandes grupos nacionais, com capital
100% português.
O que tem de diferente o grupo Aleluia?
É um grupo com algumas particularidades,
penso que é o único grupo nacional neste
sector, feito por aquisições sucessivas,
inclusivamente, de empresas maiores que a
adquirente e, depois, através de empresas
complementares. No caso da Viúva Lamego,
fomos à procura de uma referência num
sector muito especifico. Deve ser a produtora
mais antiga de cerâmica a nível nacional,
muito ligada a alguns trabalhos específicos
da arquitectura e das artes, tem uma cultura
assente na arte publica, que trabalha com
azulejos tradicionais. O que numa altura de
desinvestimento, tem o seu peso, mas é por
esta diversidade na gama de produtos e nas
tecnologias de produção que a Aleluia se
afirma.
O grupo engloba quatro marcas: a
Aleluia Apolo, Ceramic, Keratec e Viúva
Lamego, que estão direccionadas para
alvos diferentes…
A Aleluia Apolo e a Ceramic são marcas
semelhantes em termos de perfil de
produtos, se bem que a Ceramic se
destina a um mercado alvo mais elevado
através de produtos com outro cuidado de
desenvolvimento e que está virada para
a reconstrução, ao contrario da Apolo
Aleluia que incide sobre um mercado de
volume, de uma gama mais baixa e com
um objectivo mais comercial. A Keratec
aponta para o mercado industrial, em
que desenvolveu um cerâmico extrudido,
com características de porcelânico técnico.
A Viúva Lamego engloba produtos de alto
design, de arte publica, de decoração e de
arquitectura. Esta diversidade é importante
se queremos estar no topo da pirâmide e,
em termos de qualidade, não há outra forma
senão com investimento na tecnologia dos
processos de produção e na aposta no
design em produtos que estão dependentes
do factor moda, pelo que é essencial a
existência de uma equipa criativa que esteja
permanentemente actualizada.
O que representa a Aleluia, em termos
dimensionais, no mercado dos cerâmicos
português?
Estamos entre os cinco maiores produtores
nacionais de cerâmica, de referir que neste
sector as empresas têm de ter dimensão
para exportar para serem rentáveis. O
sector exporta cerca de 50% da produção
e penso que tem de exportar mais, porque
o mercado nacional ainda vai decrescer. E
devo dizer que temos excelentes condições
para que isso aconteça e para que tenhamos
um lugar de destaque no mercado externo,
nomeadamente pelas excelentes matérias-
primas, qualidade de mão-de-obra e
tecnologia existente.
Como é que a Aleluia olha hoje para o
mercado português, tendo em conta
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ENTREVISTA 49
que assume que quer exportar 85% da
facturação?
O mercado nacional passou durante anos
por uma crise de abundância, o que fez que
as empresas se dimensionassem para um
volume de mercado que era errado, porque
esta é a dimensão real do mercado, só se o
objectivo fosse o de existir quatro habitações
por família é que poderíamos continuar a
crescer. A questão tem de passar pela aposta
na reabilitação, o que não tem acontecido
porque é um mercado ínfimo em relação ao
que se passa em França, nas obras públicas,
talvez 1/5 ou 1/6 em termos comparativos.
Para além de serem necessários mecanismos
fiscais para que se avance com essa reforma
e não é possível impulsionar este mercado
sem alterar a lei do arrendamento, que tem
de partir do poder político.
Mas o mercado tem a dimensão que
tem, e o que pretendemos é continuar
a apoiar a nossa rede de distribuição
porque continuamos a vender
exclusivamente aos nossos distribuidores.
Pretendemos ainda continuar a apostar na
diversidade e qualidade da gama dos produtos,
para que tenham maior valor acrescentado.
O mercado cerâmico português está
a comportar-se de acordo com o
que se passa no resto da Europa,
nomeadamente em França que é o país
para onde mais vendem?
França é dos maiores consumidores europeus
de cerâmica, com um forte predomínio
tradicional português. Talvez pela emigração,
mas as empresas nacionais souberam
posicionar-se bem e começaram a ser players
importantes na abordagem do mercado.
Mas é importante referir que para que isto
aconteça é porque se trabalhou bem, tanto
ao nível do produto como do serviço porque
quem consegue estar no mercado francês,
que é muito exigente, consegue estar em
qualquer outro.
O mercado europeu é o objectivo
nº 1 para aumentar os valores de
exportação?
A Alemanha é o nosso segundo maior
mercado, no qual crescemos cerca de 25%,
nos últimos dois anos, o que nos obriga a
reafirmar essa aposta. Se a França consome
mais de cem milhões de m2 por ano e nós
temos um certo nível de penetração, então
devemos estar presentes no mercado alemão
com mais intensidade. É uma questão de
volume, se vendemos cerca de dois milhões
de m2 para França teremos de vender um
milhão e meio de m2 para a Alemanha.
O ano de 2011 é, para a Aleluia, um
ano de viragem. Que números querem
alcançar na facturação?
Vamos no quinto ano após a fusão do grupo,
pelo que é um ano de estabilidade, pelo
que gostava de atingir a facturação do ano
anterior. Pode não ser impossível mas não
vai ser fácil atingir essa fasquia porque toda
esta turbulência dos mercados europeus
afecta-nos muito, já que a construção
está muito dependente do credito, pela
incapacidade de investimento.
E como tem o grupo encarado esta crise
global?
Penso que as empresas que estão a suportar
melhor foram aquelas que já exportavam
mais, para o mercado tradicional europeu
e que foram mercados que apresentaram
alguma estabilidade. Vamos ver se, no
futuro, se vão comportar assim, porque
esta é uma crise que ninguém consegue
prever. Talvez no fim do primeiro semestre
de 2012, tenhamos a real dimensão desta
crise porque estamos dependentes de vários
factores exteriores que não sabemos como
vão acabar.
É fundamentalmente ser muito rápido
a reagir porque os acontecimentos
ultrapassam-nos muito rapidamente. Pior
do que uma má decisão é uma não decisão
porque o cenário muda permanentemente e
se ficamos à espera somos atropelados.
Como empresário, como analisa
as medidas que se anunciaram,
nomeadamente no aumento das horas
de trabalho e da possível congelação
dos subsídios no sector público?
O poder politico tem falhado,
fundamentalmente, em não explicar às
pessoas a realidade do país porque quando
perceberem a verdadeira situação da
economia, vão aceitar, mais facilmente,
algumas decisões tão dramáticas, porque
baixar cerca de catorze ou 15% um salário
é um drama. O certo é que ainda não ouvi
nenhuma alternativa, o que talvez queira
dizer que o caminho não deve andar muito
longe do traçado.
Numa empresa com quatrocentos e
trinta trabalhadores, qual a mensagem
que a Aleluia lhes passa, neste
momento?
Tenho a sorte de contar com uma equipa de
trabalho que se tem adaptado muito bem
a todas estas situações. Fundamentalmente
em termos de flexibilidade, todos os pedidos
que têm surgido pela administração da
Aleluia têm sido respondidos de forma
total pelos seus colaboradores, o que é
muito confortável, o facto de as pessoas
estarem presentes quando solicitadas.
Também temos tido o cuidado de não
pedir impossíveis, daí que os colaboradores
percebam todo o esforço que tem sido
desenvolvido pelos gestores e accionistas
para garantir uma tranquilidade, num
momento de grande intranquilidade.
Concorda que o poder político está
totalmente refém da nossa economia?
Toda a economia ocidental está baseada
na dívida e, portanto, criaram-se todas
as condições para a existência de uma
economia assente na especulação e o
resultado que estamos a viver é fruto disso
mesmo.
Destaca algum objectivo que gostasse
De
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50 ENTREVISTA
Breves
Com quem aprende muito?
Avô paterno.
Onde gostaria de viver?
Numa qualquer vila sossegada no interior de Portugal.
Uma voz que o embala?
Amália Rodrigues.
O filme da sua vida?
Les Uns et les Autres, de Claude Lelouch.
O escritor preferido?
Morris West.
A melhor viagem que fez?
Viagem a Creta, nos meus 25 anos de casado.
A refeição dos deuses?
Com a companhia da família e dos amigos.
O melhor vinho?
Da Bairrada.
Um provérbio ou uma frase feita?
Senão fizer nada diferente não acontece nada diferente.
Uma noticia que gostaria de ouvir?
Que a zona euro se unisse porque o mundo precisa urgentemente da sua
visão no domínio da segurança social.
de alcançar, como responsável da
Aleluia?
Gostaria de encontrar e descobrir mercados
para conseguir tirar o máximo partido de
toda a capacidade instalada nas nossas
unidades de produção, o que hoje não
acontece. Esse objectivo garantiria uma
estabilidade à força de trabalho que a
Aleluia tem e aos investidores e accionistas
o retorno do capital investido.
Qual é o lugar que o grupo quer atingir
no mercado europeu?
Cada vez mais o céu é o limite e acredito que
é nestas alturas de recessão que as grandes
empresas podem juntar esforços numa
abordagem diferente ao mercado, pelo que
acredito na formação de grandes grupos. É
um movimento que ainda não aconteceu
em Portugal mas que se vai verificar, porque
é uma característica das industrias maduras,
até porque só com empresas de maior
dimensão poderemos ter uma intervenção
mais forte nos mercadores internacionais.
Porque é que gosta do que faz?
Quando comecei a trabalhar, em 1980,
naquela empresa de máquinas industriais,
com cerca de trinta trabalhadores, entre
os quais mecânicos, pintores, electricistas,
percebi que o que era motivador era a
possibilidade de gerir pessoas tão diferentes
e de saber lidar com elas. Tenho tido a sorte
de não ter dificuldade de me levantar de
manhã para vir trabalhar, porque gosto do
que faço, também porque os desafios foram
aparecendo e foram sempre uns acima dos
outros. Devo dizer que as minhas decisões
são tomadas mais pelo lado emocional do
que pelo racional e não me tenho dado mal.
Porque quando se esta ligado às coisas pelo
lado emocional desfruta-se e goza-se mais
com o que se faz e até se é mais responsável.
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54 GALERIA MATOBRA
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