JANICE FERREIRA DO NASCIMENTO
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA
DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL RAIMUNDO IRINEU SERRA EM RIO BRANCO - ACRE
RIO BRANCO
2009
JANICE FERREIRA DO NASCIMENTO
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA
DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL RAIMUNDO IRINEU SERRA EM RIO BRANCO - ACRE
Monografia apresentada ao Curso de Graduação de Engenharia Florestal, Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, Universidade Federal do Acre, como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro Florestal. Orientador: D.Sc. Evandro J. L. Ferreira Co-Orientador: Dr. Edmilson Santos Cruz
RIO BRANCO
2009
Aos meus pais,
Eunice Ferreira do Nascimento e
João Adgmir Gonçalves do Nascimento,
pelo amor, carinho, apoio e incentivo em todas as etapas da minha vida,
Dedico
AGRADECIMENTOS
Dentre as pessoas, instituições e órgãos que direta e indiretamente
contribuíram para a realização deste trabalho:
À Universidade Federal do Acre que nestes 5 anos se tornou minha segunda
casa.
À Prefeitura Municipal de Rio Branco, em especial à coordenadora do ZEAS,
Nádia Pereira, pelo apoio financeiro para a realização deste trabalho.
À Coordenação do curso de Engenharia Florestal, e em especial à Darlene
pela preocupação em nos atender sempre de forma eficiente, educada e atenciosa.
A todos os docentes pela dedicação e conhecimentos transmitidos.
Ao meu orientador, Dr. Evandro Ferreira, pela capacidade demonstrada de
saber discutir, incentivar e apoiar novas idéias, além da paciência e das
oportunidades oferecidas durante todos esses anos.
Ao co-orientador, Prof. Edmilson Cruz, por estar sempre disposto a contribuir
para o andamento deste trabalho.
Ao Prof. Elder Morato pela paciência em esclarecer dúvidas e contribuir com
seus conhecimentos na realização deste trabalho.
Aos técnicos Tonico, Frank, Ermelino e Ribamar (Kó) que me ajudaram nos
trabalhos de campo.
Às minhas amigas e irmãs do coração, Kamilla e Adriana pelos inesquecíveis
e maravilhosos momentos e, principalmente pela paciência e tolerância nas horas
difíceis.
À amiga Anelena pela ajuda na coleta dos dados deste trabalho.
A todos os amigos da UFAC que compartilharam bons e maus momentos da
vida universitária.
Aos amigos do geoprocessamento do IMAC que juntos proporcionaram a
existência de bons e inesquecíveis momentos dentro e fora do ambiente de trabalho.
A minha família por sempre me apoiar e incentivar em todos os momentos da
vida.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
“Nunca o homem inventará nada mais simples nem mais belo do que uma
manifestação da natureza. Dada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais
breve em que pode ser produzido.”
Leonardo da Vinci
RESUMO
A perda de florestas naturais devido à pressões antrópicas levou as florestas
secundárias a ocupar grandes áreas da Amazônia. Este estudo foi realizado em um
fragmento florestal na Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra (APARIS),
localizada no perímetro urbano no município de Rio Branco, Acre, com o objetivo de
analisar a composição florística e a estrutura fitossociológica do referido fragmento.
Foram alocadas seis parcelas de 20 x 250 m dentro do maior fragmento florestal
existente na APARIS, onde foram analisadas a composição florística, estrutura
horizontal e vertical dos indivíduos arbóreos com DAP > 10 cm. Dentro das parcelas
estudadas, foram identificados 856 indivíduos, classificados em 143 espécies, 98
gêneros e 43 famílias botânicas. As famílias com maior riqueza específica foram
Moraceae, Mimosaceae, Fabaceae, Rubiaceae e Meliaceae. Os gêneros que
apresentaram maior riqueza de espécies foram Inga, Cordia, Ficus, Trichilia, Ceiba,
Spondias e Ocotea. As espécies com maior número de indivíduos foram Erythrina
verna, Sapium glandulosum, Cordia sp., Calycophyllum spruceanum e Guazuma
crinita. As espécies encontradas na APARIS revelaram que o fragmento florestal
levantado é heterogêneo, composto por floresta secundária, porém com manchas de
floresta primária. O índice de Shannon-Wiener (H’) encontrado foi de 4,25 e a
equabilidade (J) 0,85. Em relação ao padrão de distribuição, a APARIS apresentou a
maioria das espécies com distribuição uniforme, seguida de distribuição agregada e
com tendência a agrupamento. As espécies com maior Valor de Importância (VI)
foram Schizolobium amazonicum, Erythrina verna, Sapium glandulosum, Cordia sp.
e Guazuma crinita. A densidade total da área amostrada foi de 285,33 indivíduos por
hectare e a área basal total foi de 13,60 m²/ha. Os indivíduos arbóreos, de uma
forma geral, posicionaram-se nas classes iniciais de diâmetro e altura, indicando que
a área em estudo encontra-se em estágio inicial de sucessão.
Palavras-chave: Fragmentação. Floresta secundária. Estrutura da floresta.
ABSTRACT
The loss of native forests due to human activities resulted in large areas of the
Amazon region being currently occupied by secondary forest. This study was carried
out in a secondary forest fragment within the Area of Proteção Ambiental Raimundo
Irineu Serra (APARIS), located in the urban perimeter of the city of Rio Branco, Acre,
to analyze its floristic composition and phytosociologic structure. Six forests transects
of 20 x 250 m were installed in different areas of the forest fragment for the study of
floristic structure, horizontal structure and population structure of all trees with
diameter at breast height (dbh) > 10 cm. The inventory resulted in 856 individual
trees, in 43 botanical families, 98 genera and 143 species. The families with the
highest number of species were Moraceae, Mimosaceae, Fabaceae, Rubiaceae and
Meliaceae. The more diversified genera were Inga, Cordia, Ficus, Trichilia, Ceiba,
Spondias and Ocotea. The species with bigger number of individuals were Erythrina
verna, Sapium glandulosum, Calycophyllum spruceanum and Guazuma crinita. The
tree species found in the APARIS indicates the fragment forest is heterogeneous,
mostly secondary with a few remnants of primary forest. The Shannon-Wiener index
of diversity (H') found was of 4,25 and the equitability of Pielou (J) 0,85. In relation to
the distribution standard, the APARIS fragment forest presented the majority of the
species with distribution uniform, followed of by an aggregate distribution and the
less common trend to the grouping type. Schizolobium amazonicum, Erythrina verna,
Sapium glandulosum, and Guazuma crinita were the species with bigger value of
importance (VI). The total density found in the area was 285,33 individuals/hectare
and the total basal area was 13,60 m²/ha. Most trees surveyed are included in the
smaller stages of diameter and height, suggesting that most of the forest fragment is
in the initial stage of succession.
Key-words: Forest fragmentation. Secondary forest. Forest structure.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Número de espécies encontradas na APARIS, Rio Branco, AC ....... 28 GRÁFICO 2 - Número de indivíduos arbóreos em cada família encontrada na
APARIS, Rio Branco, AC .................................................................. 29 GRÁFICO 3 - Índices de agregação de McGuinnes (IGA) das espécies
amostradas na APARIS, Rio Branco, AC .......................................... 38 GRÁFICO 4 - Número de indivíduos por estrato de altura encontrado na APARIS,
Rio Branco, AC .................................................................................. 46 GRÁFICO 5 - Estrutura diamétrica por classe de diâmetro dos indivíduos
amostrados na APARIS, Rio Branco, AC .......................................... 52
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Imagem da Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra -APARIS, Rio Branco, AC ...................................................................... 17
FIGURA 2 - Fragmento florestal selecionado para estudo na APARIS, Rio Branco,
AC ......................................................................................................... 19 FIGURA 3 - Tamanho e distância das parcelas no fragmento florestal selecionado
na APARIS, Rio Branco, AC ................................................................. 19 FIGURA 4 - Localização do Igarapé São Francisco em relação às parcelas
alocadas na APARIS, Rio Branco, AC .................................................. 36
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC ............... 30 TABELA 2 - Valores dos números de indivíduos por parcela (N), dos índices de
diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equitabilidade de Pielou (J) dos indivíduos arbóreos com DAP > 10,0 cm da APARIS, Rio Branco, AC ......................................................................................................... 37
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio
Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância ........................................................................................... 41
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC,
ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa .................................................................................................. 47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA E DO ESTADO DO ACRE .......................... 13
2.2 FRAGMENTOS FLORESTAIS NA AMAZÔNIA .................................................. 14
2.3 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE FLORESTAS TROPICAIS ... 15
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 17
3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 17
3.2 SELEÇÃO DO FRAGMENTO E PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM ........... 18
3.3 INFORMAÇÕES COLETADAS ........................................................................... 20
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 20
3.4.1 Composição florística ....................................................................................... 20
3.4.2 Análise de agregação das espécies ................................................................. 22
3.4.3 Estimativas dos parâmetros fitossociológicos .................................................. 23
3.4.3.1 Estrutura horizontal ....................................................................................... 23
3.4.3.2 Estrutura vertical ........................................................................................... 25
3.4.4 Análise da distribuição diamétrica .................................................................... 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 28
4.1 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA .............................................................................. 28
4.2 DIVERSIDADE .................................................................................................... 36
4.3 AGREGAÇÃO DE ESPÉCIES ............................................................................ 37
4.4 ESTRUTURA HORIZONTAL .............................................................................. 39
4.5 ESTRUTURA VERTICAL .................................................................................... 45
4.6 ESTRUTURA DIAMÉTRICA ............................................................................... 50
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
10
1 INTRODUÇÃO
A floresta amazônica, uma das maiores florestas tropicais do planeta, tem
aproximadamente 5 milhões de km², sendo que sua porção brasileira corresponde a
60% do território nacional (ARAÚJO et al., 1986). É um dos biomas mais importantes
em termos de diversidade biológica, além de seu enorme potencial genético, porém
toda essa biodiversidade tem sido ameaçada pelo processo de desenvolvimento,
resultando na formação de diversos fragmentos florestais (BIERREGAARD et al.,
1992).
Estudos atuais mostram que a fragmentação do habitat altera a dinâmica
florestal, ocasionada pelo aumento significativo das taxas de mortalidade de árvores
e conseqüente formação de clareiras em função das mudanças microclimáticas e do
aumento da intensidade de ventos próximo às bordas dos fragmentos (FERREIRA;
LAURANCE, 1997; LAURANCE et al., 1998). Segundo Pereira (2004), quando se
modifica um ambiente o seu equilíbrio ecológico é alterado, o que pode trazer uma
redução na densidade de indivíduos e de espécies, ficando apenas aquelas mais
resistentes ao estresse ambiental.
Mesmo com o avanço significativo nos estudos descritivos das comunidades
de florestas tropicais, os resultados ainda são incipientes frente à grande quantidade
de espécies e à extensão das áreas florestais. O conhecimento sobre a
biodiversidade e o potencial de aproveitamento das espécies florestais em seu
ambiente natural pode ser usado como uma estratégia para a preservação, pois
quando comprovado o valor da floresta em pé, ela se torna menos suscetível a
ações predatórias, como o desmatamento.
Segundo WRI (1992), caso seja mantido o atual ritmo de desmatamento,
aproximadamente 35% das espécies das florestas tropicais estarão extintas nos
próximos 50 anos. Neste contexto as Unidades de Conservação (UCs) representam
uma importante alternativa para minimizar os impactos desse desmatamento e a
conseqüente perda da biodiversidade.
Criado em 2000, o Sistema Nacional de Unidades de Conversação - SNUC
tem como principais objetivos contribuir para a manutenção, preservação e
restauração da diversidade dos ecossistemas naturais (BRASIL, 2008).
11
No SNUC, as UCs são divididas em duas categorias, ou seja, de proteção
integral e de uso sustentável. Estas últimas têm como objetivo a conservação da
natureza, mas viabilizando o uso direto dos recursos naturais, e é onde estão
inseridas as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que será a área de estudo desta
pesquisa. As APAs têm como objetivos proteger a biodiversidade, as paisagens e
belezas cênicas, os rios, nascentes e igarapés, além de promover o uso equilibrado
dos recursos naturais, estimulando o desenvolvimento regional e preservando as
espécies animais e vegetais locais.
No estado do Acre, 47,8% do seu território são de áreas legalmente
protegidas, incluindo as unidades de conservação e as terras indígenas (SOUZA et
al., 2003), sendo que as APAs representam 0,22% deste estado (ACRE, 2000).
Esse alto índice de áreas protegidas contribui para que o Acre seja um dos estados
da Amazônia Legal onde sua cobertura florestal está mais preservada.
A Área de Proteção Integral Raimundo Irineu Serra (APARIS) foi criada em 29
de junho de 2005, porém essa região foi colonizada há mais de 50 anos, tendo sido
originalmente doada pelo ex-governador José Guiomard dos Santos ao mestre
Raimundo Irineu Serra, fundador do “Centro de Iluminação Cristã Luz Universal”,
considerado o berço da doutrina do Daime. Com o passar dos anos a área onde
está localizada a APARIS foi dividida em lotes menores e doados para membros da
comunidade daimista; conseqüentemente, a cobertura vegetal original foi
gradualmente substituída pelo plantio de culturas anuais (arroz, feijão, milho,
mandioca) e pelo estabelecimento de pastagens para a criação de gado e pequenos
animais.
Mesmo com as diversas alterações sofridas na vegetação, a área da APARIS
ainda abriga o maior fragmento florestal do perímetro urbano do município de Rio
Branco. Ele possui aproximadamente 200 ha de floresta em diversos estágios
sucessionais, sendo que apenas uma estreita faixa, localizada às margens do
igarapé São Francisco, é composta de floresta primária.
Uma forma de avaliar a diversidade biológica contida nestes fragmentos
florestais é por meio da análise de sua composição florística e da estrutura da
vegetação. Tais estudos permitem compreender a organização espacial da
comunidade florestal nos fragmentos e a direção das mudanças nos processos
ecológicos, determinando estratégias tanto para a preservação como para a
12
utilização dos recursos naturais sem produzir grandes impactos na floresta, o que é
um grande desafio para a sustentabilidade ambiental (PINHEIRO et al., 2007).
Algumas pesquisas têm mostrado que um dos principais fatores que atuam na
composição florística e na estrutura das florestas é a heterogeneidade ambiental,
cujos efeitos podem ser observados mesmo no interior de pequenos fragmentos
(OLIVEIRA FILHO et al., 1994; DURIGAN et al., 2000). Essa heterogeneidade é
resultado da diversidade de fatores que interagem nas comunidades florestais e a
resposta das espécies a esses fatores faz com que cada local tenha algumas
características próprias e, também, outras que são comuns a outros locais.
Esta pesquisa tem como objetivo conhecer a composição florística e a
estrutura fitossociológica de um fragmento florestal da Área de Proteção Ambiental
Raimundo Irineu Serra - APARIS, gerando informações inerentes a composição
florística e diversidade do fragmento, determinando a estrutura horizontal e vertical
deste, além da distribuição espacial e a estrutura diamétrica da comunidade arbórea.
Este estudo também irá contribuir para o enriquecimento de informações a respeito
da flora do estado do Acre. Ele servirá para subsidiar a elaboração do plano de
manejo da unidade e contribuir para o zoneamento ecológico e econômico do
município de Rio Branco.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nesta seção serão abordados aspectos da biodiversidade e da fragmentação
da floresta amazônica, além da importância de estudos sobre composição florística e
estrutura fitossociológica em florestas tropicais.
2.1 BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA E DO ESTADO DO ACRE
Estima-se que o Brasil possua de 15% a 20% da biodiversidade mundial em
seu território e que boa parte dela encontra-se na Amazônia (LEWINSOHN; PRADO,
2002). Ela é composta por diversas formações vegetais caracterizadas pela alta
diversidade florística, alto número de espécies raras e ausência de dominância de
uma ou algumas espécies na comunidade, principalmente em relação ao seu
componente arbóreo (LIMA FILHO et al., 2004; OLIVEIRA; AMARAL, 2005).
Aproximadamente 280 espécies de árvores com DAP > 10 cm podem ser
encontradas em um único hectare de floresta, sendo que cerca de 85% destas
espécies apresentam menos que 1 indivíduo/ha (NASCIMENTO, 2008). Alguns
fatores como a diversidade de clima e solos, além da grande extensão territorial,
podem explicar essa grande quantidade de espécies (LEITÃO FILHO, 1987).
Existem vários estudos de composição florística que indicam essa elevada
diversidade (GONÇALVES; SANTOS, 2008; LIMA FILHO et al., 2004; OLIVEIRA;
AMARAL, 2005; SILVA et al., 2008; LEITÃO FILHO, 1987; SOUZA et al., 2006;
TRINDADE et al., 2007; PINTO et al., 2007; FOTOPOULOS et al., 2007; KUNZ et
al., 2008). De acordo com esses levantamentos, as principais famílias botânicas
encontradas na região amazônica são: Sapotaceae, Caesalpinaceae,
Lecythidaceae, Moraceae, Chrysobalanaceae, Burseraceae, Mimosaceae,
Apocynaceae, Annonaceae, Lauraceae e Fabaceae. No estado do Acre, além das
famílias citadas, há também grande quantidade de Myrtaceae, Araceae terrestres e
Pteridófitas (SOUZA et al., 2003).
14
O território acreano, assim como os estados da Amazônia Legal, é
considerado uma área importante para a conservação, em função dos diversos
ecossistemas e hábitats, da alta diversidade florística e da elevada taxa de
endemismo (DALY; SILVEIRA, 2000); no entanto, os esforços para aumentar o
conhecimento dessa grande diversidade ainda são pouco representativos.
Para Souza et al. (2003), a alta diversidade biológica na região amazônica
pode ser resultante da interação de um conjunto de fatores bióticos e abióticos,
como a origem e a história geológica da região, as mudanças climáticas do passado,
a heterogeneidade ambiental e as características das condições climáticas atuais
(pluviosidade, umidade, temperatura e sazonalidade).
2.2 FRAGMENTOS FLORESTAIS NA AMAZÔNIA
Os ecossistemas amazônicos podem ser afetados pelo processo de
desenvolvimento que a região vem sendo submetida, resultando na formação de um
mosaico de fragmentos florestais de diversas formas e tamanhos (BIERREGAARD
et al., 1992). No ano de 2007, mais de 11 mil km² foram desmatados em toda
Amazônia Legal (INPE, 2008), sugerindo que grandes áreas de florestas têm sido
afetadas, desencadeando o processo de fragmentação florestal deste bioma.
Mudanças no padrão do uso do solo através do desmatamento têm efeitos diretos e
negativos sobre a biodiversidade (BIERREGAARD et al., 1992). A fragmentação de
florestas tropicais é a maior ameaça à biodiversidade.
Dentro dos fragmentos florestais ocorrem mudanças estruturais e
microclimáticas que afetam a mortalidade e o recrutamento de plântulas de
diferentes espécies e, portanto, a estrutura e a dinâmica dos ecossistemas (VIANA;
PINHEIRO, 1998). De acordo com Laurance et al. (1998), essas mudanças podem
diminuir o tamanho das populações de algumas espécies e favorecer o aumento de
outras, ocasionando a diminuição de espécies tardias e o aumento de espécies de
início de sucessão. Os principais fatores que afetam a dinâmica de fragmentos
florestais são o tamanho, a forma, o grau de isolamento, o tipo de vizinhança e o
histórico de perturbações (VIANA et al., 1992).
15
Segundo Bierregaard et al. (1992), as alterações na cobertura florestal podem
resultar no isolamento de populações e até a extinção de espécies, reduzindo a
biodiversidade local em função, principalmente, da perda de hábitats. A resposta da
população de uma determinada espécie à fragmentação depende do tamanho
relativo de fragmentos do hábitat (DOAK et al., 1992; FAHRIG; MERRIAN, 1994).
2.3 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE FLORESTAS TROPICAIS
As florestas tropicais podem ser vistas como um grande mosaico formado por
comunidades de diferentes idades, tamanhos e composição de espécies. Como
essas florestas contêm trechos em vários estágios sucessionais, é de grande
importância entender a sua diversidade e a sua estrutura, para elaborar estratégias
para a sua conservação (KAGEYAMA, 1987).
O conhecimento da fitossociologia, dos estoques e da dinâmica das florestas
tropicais é de grande importância, tanto para a utilização dos recursos florestais
como para definir estratégias de proteção para os mesmos (PINTO et al., 2007).
Além disso, ao se conhecer as espécies que compõem a flora de determinada área
fica mais fácil o planejamento e o estabelecimento de processos chave na
manutenção da floresta, bem como a condução de estratégias adequadas para a
conservação da biodiversidade e a elaboração de práticas ecológicas mais eficazes
(CARVALHO, 1992; FOTOPOULOS et al., 2007; TRINDADE et al., 2007; SOUZA et
al., 2006).
Trindade et al. (2007), afirmam que os estudos fitossociológicos contribuem
para identificar os estágios sucessionais de uma comunidade e para avaliar
adequadamente as influências de fatores como clima, solo e ação antrópica. Aliado
a isso, estes estudos vêm sendo realizados em florestas tropicais com o objetivo de
retratar a estrutura de determinados trechos de matas e de compará-los com outros
trechos em diferentes condições de solo, clima, altitude e estágio sucessional
(FONSECA; RODRIGUES, 2000), assim como entender os processos que implicam
na continuidade desses grupamentos vegetais e sua mudança ao longo do tempo
(MARTINS, 1991).
16
A composição florística fornece informações essenciais para se conhecer o
grau de desenvolvimento da vegetação. Muitas medidas de diversidade são
encontradas na literatura especializada, porém todos os autores são unânimes em
afirmar que a mais simples medida de diversidade é dada pelo número de espécies
em uma área amostrada de tamanho conhecido (BARROS, 1986).
De acordo com Rodrigues et al. (1997), os inventários florísticos e
fitossociológicos são utilizados como ferramenta para demonstrar a alta diversidade
de uma região, além de destacar a importância que algumas espécies exercem
sobre a estrutura da floresta. Ferreira e Webber (2008) afirmam que são necessárias
muitas informações para que se possa compreender a dinâmica de uma floresta
tropical, como a Amazônia.
Bourgeron (1983) propõe que o conceito de estrutura se relaciona com o de
diversidade, principalmente quando se procura uma explicação para o grande
número de espécies existentes nas florestas tropicais naturais.
Somente com um conhecimento mais detalhado de composição florística
natural de determinada área, assim como das características ecológicas das
espécies, será possível o sucesso em ações mitigadoras de danos ambientais
(RODRIGUES; LEITÃO FILHO, 2000).
A realização de estudos florísticos na floresta amazônica é uma tarefa imensa
e difícil de ser realizada em função de diversos fatores, tais como: a extensão
territorial, a diversidade florística, o acesso às áreas de amostragem, a altura das
árvores, a dificuldade de coleta de material botânico, a enorme sinonímia vulgar
existente e a escassez de taxonomistas (LEITÃO FILHO, 1987).
17
3 MATERIAL E MÉTODOS
A seguir será descrita a metodologia utilizada na realização deste trabalho.
3.1 ÁREA DE ESTUDO
O presente estudo foi realizado na Área de Proteção Ambiental Raimundo
Irineu Serra - APARIS, localizada no Bairro Irineu Serra, na região noroeste do
perímetro urbano de Rio Branco, distante cerca de 7 km do centro deste município.
A APARIS possui uma área de 843 ha (oitocentos e quarenta e três hectares), sendo
que cerca de 30% são cobertos por fragmentos florestais em vários estágios de
regeneração (FIGURA 1).
FIGURA 1 - Imagem da Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra -
APARIS, Rio Branco, AC. Fonte: SEMA (2008)
18
Segundo ACRE (2006), a temperatura média anual varia entre 24,7ºC e
25,1ºC e a precipitação média anual, entre 1.877 mm e 1.982 mm. Geologicamente,
a área está localizada na Formação Solimões Inferior. O relevo é classificado como
Depressão do Rio Branco, que é uma unidade com padrão de drenagem angular,
refletindo controle estrutural e varia, na altimetria, de 140 m a 270 m.
Os solos são classificados como Luvissolo hipocrômico órtico, de acordo com
o mapa de solos na escala de 1:250.000. Esse tipo de solo está normalmente
associado a relevo mais movimentado e a solos pouco profundos, conferindo-lhes
relativo grau de suscetibilidade à erosão, o que, aliado ao fato de apresentarem
drenagem deficiente, restringe seu uso agrícola, apesar da elevada fertilidade
natural. A vegetação original é classificada como floresta ombrófila aberta de terras
baixas com bambus e floresta ombrófila aberta de terras baixas com palmeiras
(ACRE, 2006).
3.2 SELEÇÃO DO FRAGMENTO E PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM
Foi selecionado o maior fragmento florestal existente na APARIS, com base
no exame de imagem de satélite da área urbana de Rio Branco (FIGURA 2). Dentro
deste fragmento foram alocadas seis parcelas utilizando o procedimento de
amostragem sistemática. Este método de amostragem apresenta menor erro padrão
quando comparado com a distribuição aleatória (SOUZA, 1989).
As parcelas foram dispostas em linhas de amostragem (transectos)
eqüidistantes entre si de 250 m. Em cada transecto foram alocadas as parcelas,
distantes 200 m umas das outras, conforme a FIGURA 3. Cada parcela apresentou
medidas de 20 m de largura por 250 m de comprimento, totalizando uma área de 0,5
ha. Segundo Souza (1989), as parcelas retangulares possibilitam uma maior
representatividade da área.
19
FIGURA 2 - Fragmento florestal selecionado para estudo na APARIS, Rio Branco, AC.
FIGURA 3 - Tamanho e distância das parcelas no fragmento florestal selecionado na
APARIS, Rio Branco, AC.
20
3.3 INFORMAÇÕES COLETADAS
Foram marcados com placas de alumínio (número seqüencial da árvore e
parcela), avaliados e medidos todos os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do
peito (DAP) igual ou superior a 10 cm. Para cada um deles foram obtidas as
seguintes informações:
a) Nome vulgar e família, realizada com o auxílio de um identificador botânico
prático com grande experiência na realização de trabalhos similares na
região;
b) Diâmetro à 1,30 m do solo (DAP), em cm, medido com trena diamétrica;
c) Altura comercial e total, em metros, estimadas pelo identificador botânico
prático.
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise dos dados de composição florística, de agregação de
espécies, dos parâmetros fitossiológicos e da estrutura diamétrica foi utilizado o
software Mata Nativa versão 2.0, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa,
sendo que a tabulação dos dados foi feita no Microsoft Office Excel® 2007.
3.4.1 Composição florística
Os nomes científicos e a família das plantas foram identificados de acordo
com duas listas de espécies da flora do Acre, uma do herbário da UFAC e outra da
Embrapa-Acre, além da larga experiência e conhecimento prático do identificador
botânico que acompanhou o inventário.
21
A diversidade abrange dois conceitos: riqueza e uniformidade. A riqueza
refere-se ao número de espécies em uma determinada área, enquanto a
uniformidade refere-se ao grau de dominância de cada espécie em uma área.
Existem vários índices de quantificação da diversidade de um ecossistema, os
quais possibilitam a comparação entre os diversos tipos de vegetação. Para este
estudo foram utilizados os seguintes índices:
a) Índice de Shannon-Wiener (H’)
O índice de diversidade de Shannon-Wiener considera igual peso entre as
espécies raras e abundantes (MAGURRAN, 1988). É calculado de acordo com a
seguinte fórmula:
N
)nln(n)Hln(NH
S
1iii
Em que:
N = número total de indivíduos amostrados;
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
S = número de espécies amostradas;
ln = logaritmo de base neperiana (e).
Quanto maior for o valor de H′, maior será a diversidade florística da
comunidade em estudo.
b) Índice de equitabilidade de Pielou (J)
Esse índice é calculado pela equação:
maxH
HJ
Em que:
Hmax = ln (S);
H´ = índice de diversidade de Shannon-Wiener.
22
O índice de equabilidade de Pielou varia de 0 a 1, onde 1 representa a
máxima uniformidade e homogeneidade, ou seja, todas as espécies são igualmente
abundantes.
3.4.2 Análise de agregação das espécies
Neste trabalho, foi utilizado o índice de agregação de McGuinnes. Este índice
estima o grau de agregação da espécie, em termos das densidades observada (Di) e
esperada (di), da seguinte forma:
i
ii
d
DIGA
Sendo:
t
ii
u
nD )f1ln(d ii
t
ii
u
uf
Em que:
IGAi = índice de McGuiness para a i-ésima espécie;
Di = densidade observada da i-ésima espécie;
di = densidade esperada da i-ésima espécie;
fi = freqüência absoluta da i-ésima espécie;
ni = número de indivíduos da i-ésima espécie;
ui = número de unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre;
ut = número total de unidades amostrais.
Segundo Souza et al. (2001), a classificação do padrão de distribuição dos
indivíduos das espécies é analisada da seguinte forma:
a) IGAi < 1,0 = distribuição uniforme;
b) IGAi = 1,0 = distribuição aleatória;
c) 1,0 < IGAi ≤ 2,0 = tendência de agrupamento;
d) IGAi > 2,0 = distribuição agregada.
23
3.4.3 Estimativas dos parâmetros fitossociológicos
Os parâmetros fitossociológicos das comunidades florestais se dividem em
estrutura horizontal e estrutura vertical (VAN DEN BERG; ZANZINI, 2001). A análise
fitossociológica envolve as estimativas dos parâmetros dessas estruturas, com o
objetivo de se conhecer a importância de cada espécie na comunidade (SOUZA et
al., 2001).
3.4.3.1 Estrutura horizontal
As estimativas dos parâmetros da estrutura horizontal incluem a freqüência, a
densidade, a dominância, e os índices do valor de cobertura e do valor de
importância de cada espécie amostrada. Foram calculados segundo Lamprecht
(1964).
a) Freqüência
O estimador da freqüência absoluta (FAi) e relativa (FRi) da i-ésima espécie,
é obtido pelas seguintes expressões:
100u
uFA
t
ii
100FA
FAFR
S
1ii
ii
Em que:
FAi = freqüência absoluta da i-ésima espécie na comunidade vegetal;
FRi = freqüência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal;
ui = número de unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre;
ut = número total de unidades amostrais;
24
S = número de espécies amostradas.
b) Densidade
O estimador da densidade absoluta (DAi) e relativa (DRi) da i-ésima espécie,
é obtido pelas seguintes expressões:
A
nDA i
i
100DT
DADR i
i
Em que:
DAi = densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por hectare;
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
A = área total amostrada, em hectare;
DRi = densidade relativa da i-ésima espécie;
DT = densidade total, em número de indivíduos por hectare (soma das densidades
de todas as espécies amostradas).
Maiores valores de DAi e DRi indicam a existência de um maior número de
indivíduos por hectare da espécie na comunidade vegetal estudada.
c) Dominância
Maiores valores de DoAi e DoRi indicam que a espécie exerce dominância no
povoamento amostrado em termos de área basal por hectare. Ela é obtida por meio
das seguintes expressões:
A
ABDoA i
i
100DoT
DoADoR i
i
A
ABTDoT
25
Em que:
DoAi = dominância absoluta da i-ésima espécie, em m²/ha;
ABi = área basal da i-ésima espécie, em m², na área amostrada;
A = área amostrada, em ha;
DoRi = dominância relativa da i-ésima espécie;
DoT = dominância total, em m²/ha (soma das dominâncias de todas as espécies);
ABT = área basal total, em m²/ha, das espécies amostradas.
d) Valor de importância (VIi)
Este parâmetro é o somatório dos parâmetros relativos de densidade,
dominância e freqüência das espécies amostradas, informando a importância
ecológica da espécie em termos de distribuição horizontal, dado pela seguinte
expressão:
iiii FRDoRDRVI
3.4.3.2 Estrutura vertical
O parâmetro utilizado neste trabalho para realização da análise da estrutura
vertical foi a posição sociológica.
Para o cálculo da posição sociológica, é necessária a definição dos estratos
de altura no fragmento estudado. Normalmente, são distinguidos três estratos:
inferior, médio e superior. Para a definição dos estratos, foi utilizado o procedimento
descrito por Souza e Leite (1993):
a) Estrato inferior: árvores com hj < (h - 1S);
b) Estrato médio: árvores com (h – 1S) < hj < (h + 1S);
c) Estrato superior: árvores com hj < (h + 1S).
Em que:
h = média das alturas dos indivíduos amostrados;
S = desvio padrão das alturas totais (hj);
hj = altura total da j-ésima árvore.
26
Com a estratificação, as estimativas de Posição Sociológica Absoluta (PSAi) e
Relativa (PSRi), por espécie, são obtidas por meio das seguintes expressões
(FINOL, 1971):
ijjij nVFVF
100N
NVF
j
j
m
1iijji nVFPSA
100PSA
PSAPSR
S
1ii
ii
Em que:
VFij = valor fitossociológico da i-ésima espécie no j-ésimo estrato;
VFj = valor fitossociológico simplificado do j-ésimo estrato;
nij = número de indivíduos de i-ésima espécie no j-ésimo estrato;
Nj = número de indivíduos no j-ésimo estrato;
N = número total de indivíduos de todas as espécies em todos os estratos;
PSAi = posição sociológica absoluta da i-ésima espécie;
PSRi = posição sociológica relativa da i-ésima espécie;
S = número de espécies;
m = número de estratos amostrados.
Aquelas espécies que possuírem maior número de indivíduos representantes
em cada um desses estratos, certamente apresentarão uma maior importância
ecológica na comunidade vegetal (SOUZA et al., 2001).
3.4.4 Análise da distribuição diamétrica
A análise da distribuição diamétrica é considerada, juntamente com a
estrutura vertical e horizontal, como de grande relevância para o conhecimento de
27
uma floresta. Ela é definida como a distribuição do número de árvores por hectare
da comunidade florestal por classe de diâmetro. A estrutura diamétrica da espécie é
a distribuição do número de árvores por hectare, por espécie e por classe de DAP.
Para a análise da distribuição diamétrica, os indivíduos foram distribuídos em
classes a partir de 10 cm, que foi o diâmetro mínimo de inclusão; foi utilizada uma
amplitude de classe de 10 cm, conforme Machado e Figueiredo Filho (2006).
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir serão apresentados e discutidos os resultados obtidos neste estudo.
4.1 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA
Foram inventariados 856 indivíduos arbóreos com mais de 10 cm de DAP,
classificados em 143 espécies, 98 gêneros e 43 famílias botânicas. Cabe ressaltar
que duas (0,23%) das 856 árvores não tiveram qualquer reconhecimento em campo,
sendo consideradas desconhecidas. Assim o número de árvores identificadas em
campo totaliza 854. Das 143 espécies reconhecidas em campo, 76 foram
identificadas botanicamente ao nível de espécie, 54 somente ao nível de gênero, 13
somente pela família.
As famílias com maior riqueza específica foram Moraceae (14 spp.);
Mimosaceae (13 spp.); Fabaceae (9 spp.); Rubiaceae e Meliaceae (8 spp. cada);
Euphorbiaceae (7 spp.); Caesalpinaceae, Bombacaceae e Annonaceae (6 spp.
cada). Foram encontradas 20 famílias representadas por apenas uma espécie
(GRÁFICO 1).
GRÁFICO 1 - Número de espécies encontradas na APARIS, Rio Branco, AC.
29
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram,
respectivamente, Mimosaceae, com 11% do total de indivíduos; Fabaceae e
Euphorbiaceae, com 9% cada; Caesalpinaceae, com 8%; Boraginaceae, com 7,4%;
Rubiaceae, com 7%; Moraceae, com 6%; Sterculiaceae, com 5%; Malvaceae e
Bombacaceae, com 3% cada. Essas 10 famílias representam 68,57% da população
amostrada. Foram encontradas sete famílias representadas por apenas um indivíduo
(GRÁFICO 2).
Esses resultados coincidem com outros estudos realizados em florestas de
terra firme na Amazônia (PEREIRA, 2004; OLIVEIRA; AMARAL, 2005; PINHEIRO et
al., 2007; SILVA et al., 2008) e no Estado do Acre (ARAÚJO, 2005), onde estas
famílias encontram-se entre as mais importantes, variando apenas a seqüência e o
percentual de ocorrência.
GRÁFICO 2 - Número de indivíduos arbóreos em cada família encontrada na
APARIS, Rio Branco, AC.
Os gêneros que apresentaram maior riqueza de espécies foram Inga (7 spp.);
Cordia, Ficus e Trichilia (4 spp. cada); e Ceiba, Spondias e Ocotea (3 spp. cada).
Estiveram representados por apenas uma espécie 96 gêneros. Em relação ao
número de indivíduos por gênero, Cordia foi o mais abundante, com 63 indivíduos,
seguido por Erythrina (54), Sapium (53), Calycophyllum (44) e Inga (36). Gêneros
representados por apenas um indivíduo totalizaram 30.
30
As espécies com maior número de indivíduos foram Erythrina verna (54),
Sapium glandulosum (53), Cordia sp. (50), Calycophyllum spruceanum (44) e
Guazuma crinita (34). Estas cinco espécies representam 3,74% do total de espécies,
porém 27% dos indivíduos amostrados.
Do total de 143 espécies, 24 estiveram representadas por 10 ou mais
indivíduos, as quais juntas representam 61% dos indivíduos amostrados. Estes
valores indicam um pequeno número de espécies dominantes na comunidade
(TABELA 1).
As espécies raras, ou seja, aquelas representadas por apenas um indivíduo
em cada hectare (ALARCÓN; PEIXOTO, 2007), somam 87, ou seja, 60% do total
das espécies.
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC (continua)
Família/Nome Científico Nome vulgar Parcela
ANACARDIACEAE
Astronium lecointei Ducke aroeira 3, 4
Spondias lutea L. cajá 2, 3, 4, 5, 6
Spondias mombin L. taperibá 6
Spondias sp. cajá-taperibá 4
ANNONACEAE
Annona sp. ata-branca 4
Annona sp. ata-brava 5
Duguetia macrophylla R.E. Fr. envira-canduru 2
Duguetia sp. envira 5, 6
Guatteria sp. envira-fofa 5
Rollinia sp. biribá-de-anta 1, 3
APOCYNACEAE
Aspidosperma megalocarpon Woodson carapanaúba 6
Himatanthus sucuba (Spruce ex Müll. Arg.) Woodson.
sucuuba 1, 4
Tabernaemontana heterophylla Vahl grão-de-galo 1, 6
ARALIACEAE
Schefflera megacarpa A. H. Gentry morototó 1, 2, 5
BIGNONIACEAE
Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. marupá 5
Tabebuia serratifolia (Vahl.) Niches ipê-amarelo 1, 2, 4, 6
Tabebuia sp. ipê-roxo 6
BOMBACACEAE
Cavanillesia sp. butijão 6
Ceiba pentandra (L.) Gaertn. samaúma-branca 4
31
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC (continuação)
Família/Nome Científico Nome vulgar Parcela
Ceiba samauma (Mart.) K. Schum. samaúma-preta 1, 2, 4, 5, 6
Ceiba sp. samaúma-barriguda 4, 6
ni18 samaúma-de-tabocal 4
Quararibea guianensis Aubl. sapotinha 6
BORAGINACEAE
Cordia sp. freijó 1, 2, 3, 4, 5, 6
Cordia sp. freijó-amarelo 1, 2, 4, 6
Cordia sp. freijó-branco 1, 2, 3, 4
Cordia sp. freijó-preto 5
BURSERACEAE
Crepidospermum goudotianum (Tul.) Triana & Planch.
breu-de-campina 3, 5, 6
Protium rhynchophyllum (Rusby) D.C. Daly breu-manga 2
CAESALPINIACEAE
Apuleia cf. leiocarpa (Vog.) M. Var. molaris Spruce & Benth .
cumaru-cetim 1, 2
Bauhinia ungulata L. mororó-vermelho 1, 5
Copaifera multijuga Hayne copaíba 6
ni13 ni13 2
ni16 pau-são-joão 1, 2, 5
Schizolobium amazonicum Hub. canafístula 1, 2, 3, 4, 5, 6
CAPPARACEAE
Capparis sp. pau-catinga 4, 6
CARICACEAE
Jacaratia spinosa Aubl. jaracatiá 5
CECROPIACEAE
Crecopia sp. embaúba-branca 6
Pourouma cecropiifolia Mart torém-embaúba 3, 5, 6
CHRYSOBALANACEAE
Licania arborea Seem. caripé-roxo 6
CLUSIACEAE
Vismia guianensis Pers. lacre 2
COMBRETACEAE
Terminalia oblonga (Ruiz & Pav.) Steud. imbirindiba-amarela 4, 6
EBENACEAE
Diospyros sp. sete-camadas 1, 2, 5
EUPHORBIACEAE
Allophylus sp. seringueirinha 4
Drypetes variabilis Vitt. angelca 4
Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Müll. Arg.
seringueira 4
Hura crepitans L. assacú 4, 6
ni15 ni15 1
32
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC (continuação)
Família/Nome Científico Nome vulgar Parcela
ni2 botãozinho 1, 4
Sapium glandulosum (L.) Morong burra-leiteira 1, 3, 4, 5, 6
FABACEAE
Clitoria sp. feijãozinho 1, 2, 5
Dalbergia sp. jacarandá-branco 2, 5
Erythrina verna Vell. mulungú 1, 2, 3, 4, 5, 6
Hymenolobium sp. angelim 2
Machaerium sp. macacaúba 1, 6
Myroxilon balsamum (L.) Harms bálsamo 6
ni7 fava-preta 3
Ormosia sp. tento 1
Pterocarpus rohrii Vahl. pau-sangue 2, 5
PHYTOLACCACEAE
Gallesia integrifolia (Spreng) Harms pau-alho 3, 4, 5, 6
FLACOURTIACEAE
Banara nitida Spruce ex Benth. cabelo-de-cutia 2
Casearia gossypiosperma Briq. laranjinha 2
ni4 botãozinho 6
LAURACEAE
Nectandra rubra Mez. louro-itaúba 6
Ocotea myriantha (Meisn.) Mez louro-abacate 2, 6
Ocotea sp. louro-preto 3, 6
Ocotea sp. louro 3
LECYTHIDACEAE
Cariniana sp. corrimboque-preto 6
Couratari macrosperma A. C. Sm. tauarí 3
Couratari sp. tauarí-branco 3
Eschweilera grandifolia (Aubl.) Sandw. matamatá-branco 3, 6
LYTRACEAE
Lafoensia punicifolia Bertero ex DC. copinho 5, 6
ni5 capitão-do-campo 5, 6
MALPHIGIACEAE
Byrsonima sp. murici 1
Byrsonima sp. murici-vermelho 2
MALVACEAE
Urena lobata L. malva-peluda 1, 2, 3, 4, 5
MELIACEAE
Cedrela odorata L. cedro-branco 1
Guarea pterorachis Harms. jitó-de-terra-firme 6
Guarea sp. jitó-casca-grossa 6
Swietenia macrophylla King. mogno 6
Trichilia pallida Sw. maraximbé-vermelho 6
33
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC (continuação)
Família/Nome Científico Nome vulgar Parcela
Trichilia poeppigii C. DC. maraximbé-branco 6
Trichilia quadrijuga Kunth breu-maxixe 3
Trichilia sp. maraximbé 4, 6
MENISPERMACEAE
Abuta sp. pitomba-dura 1, 2, 4, 6
MIMOSACEAE
Acacia pollyphylla A. DC. espinheiro-preto 1, 2, 3, 6
Calliandra sp. bordão-de-velho 1, 2, 3, 5
Chloroleucon mangense (Jacq.) J. F. Macbr. jurema 1
Inga alba (Sw.) Willd. ingá-vermelha 3
Inga microcoma Harms ingá-branca 1, 2, 5, 6
Inga punctata Willd. ingá-chata 1, 2, 3
Inga sp. ingá 4
Inga sp. ingá-ferro 4
Inga sp. ingá-peluda 1, 4, 5, 6
Inga sp. ingá-preta 2, 3, 5
Parkia nitida Miq. angico 1, 3
Piptadenia sp. fava-seca 4, 5, 6
Stryphnodendron guianensis (Aubl.) Benth. baginha 1, 2, 3, 5
MYRISTICACEAE
Virola sp. ucuúba 3, 6
MORACEAE
Brosimum guianense (Aubl.) Huber inharé-mole 5, 6
Brosimum sp. inharé 6
Castilla ulei Warburg. caucho 3
Clarisia sp. guariúba-roxa 6
Clarisia sp. guariubinha 6
Ficus sp. gameleira 1, 2, 3
Ficus sp. apuí 1
Ficus sp. apuí-branco 5
Ficus sp. apuí-preto 3
Maclura tinctoria (L.) stend. tatajuba 1, 2
ni12 ni12 5, 6
Perebea sp. pama-de-cacho 1, 2, 3, 6
Pseudolmedia laevis pama-preta 5, 6
Sorocea guilleminiana Gad. jaca-brava 3, 6
MYRTACEAE
ni11 ni11 1, 2
NI6
ni6 coca-branca 4
NYCTAGINACEAE
Neea sp. joão-mole 3, 4, 5, 6
34
TABELA 1 - Lista das espécies amostradas na APARIS, Rio Branco, AC (conclusão)
Família/Nome Científico Nome vulgar Parcela
OLACACEAE
Heisteria ovata Benth. itaubarana 2
POLYGONACEAE
Coccoloba peniculata Meissn coaçú 2, 3, 4, 6
Triplaris sp. taxi 4, 6
Triplaris surinamensis Cham. taxi-de-igapó 3, 4, 5, 6
RUBIACEAE
Alibertia edulis apuruí 5
Alseis sp. pau-de-remo 6
Calycophyllum spruceanum (B.T.H) Hook. F. mulateiro 1, 4
Jenipa spruceana Steyerm. jenipapo 1, 5
ni8 gema-de-ovo 5
ni9 laranja-brava 3
Pentagonia wurdackii Steyerm. pau-brasil 1, 6
Warscewiczia sp. língua-de-cachorro 6
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium Lam. limãozinho 2, 6
SAPINDACEAE
ni14 ni14 2, 3
ni17 pau-sapindaceae 3, 5, 6
Talisia sp. breu-pitomba 2
SCROPHULARIACEAE
Scoparia dulcis L. vassourinha-branca 6
SIMAROUBACEAE
Simarouba sp. maruparana 5
STERCULIACEAE
Guazuma crinita Mart. mutamba 2, 4, 5, 6
Sterculia pruriens (Aubl.) K. Schum. xixá 4, 6
Sterculia sp. xixá-amarelo 4, 5
Theobroma sp. cacauí 6
TILIACEAE
Apeiba sp. pente-de-macaco 1
Heliocarpus sp. malva-vermelha 6
ULMACEAE
Ampelocera edentula Kuhlm. iodo 6
Celtis schippii Trel. Ex Standl. farinha-seca 6
VERBENACEAE
Vitex triflora Vahl. tarumã 1, 2, 4 Nota: ni = Não identificado
35
As espécies encontradas na APARIS revelaram que o fragmento florestal
levantado é heterogêneo, composto por floresta secundária, porém com manchas de
floresta primária. Essa heterogeneidade fica mais evidente quando se analisa a
composição florística das parcelas separadamente. A parcela 1, por exemplo,
apresenta uma vegetação típica de floresta secundária, com um grande número de
espécies de rápido crescimento como a Bauhinia ungulata e o Cordia sp. De acordo
com Carvalho (2007), que realizou um estudo sobre a composição e estrutura das
comunidades de palmeiras da APARIS, a área onde a parcela 1 se encontra era
anteriormente utilizada para pastagem e foi abandonada proporcionando o
crescimento de espécies pioneiras. Uma evidência disto é a grande quantidade de
Attalea phalerata, uma palmeira que se destaca por sua alta densidade,
principalmente nas áreas de capoeiras mais jovens.
FIGURA 4 - Localização do Igarapé São Francisco em relação às parcelas alocadas
na APARIS, Rio Branco, AC.
Na parcela 6 ocorrem espécies que são mais frequentemente encontradas em
florestas primárias, como Copaifera multijuga e Swietenia macrophylla. Esta parcela
Igarapé São Francisco
Igarapé São Francisco
Pastagem
1
2
4
6
5
3
36
fica localizada próxima às margens do Igarapé São Francisco, onde existe um
remanescente de floresta primária (FIGURA 4). Outra diferença observada é a
grande quantidade de Erythrina verna, uma espécie adaptada a lugares úmidos
como baixadas próximos a rios e igarapés.
4.2 DIVERSIDADE
O índice de Shannon-Wiener (H’) encontrado foi de 4,25 e a equabilidade (J)
0,85 (TABELA 2). Para os valores do índice de diversidade de Shannon-Wiener, o
fragmento estudado apresentou alta diversidade, pois quanto maior os valores do
índice, maior é a diversidade. De acordo com um estudo sobre as florestas
periféricas à BR 364, no estado do Acre, os valores obtidos para o índice de
Shannon variam entre 4,69 e 5,48 (AMARO, 1996). Um estudo desenvolvido no
município de Lábrea, Estado do Amazonas e divisa com o Acre e Rondônia,
apresentou índice de H’ = 4,73 (PEREIRA, 2004). Na Floresta Estadual do Antimary,
também no Acre, foi encontrado um índice de H’ = 5,41 (OLIVEIRA, 2001). Em todos
os casos o DAP mínimo considerado foi de 10 cm.
Este estudo teve como base apenas as espécies arbóreas. Outro estudo
realizado na APARIS (CARVALHO, 2007), que considerou apenas as palmeiras,
mostrou um H’ variando de 0,35 a 1,65.
TABELA 2 - Valores dos números de indivíduos por parcela (N), dos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equitabilidade de Pielou (J) dos indivíduos arbóreos com DAP > 10,0 cm da APARIS, Rio Branco, AC
Parcela N H' J
1 161 3,18 0,84
2 144 3,31 0,88
3 100 3,20 0,88
4 194 2,95 0,80
5 100 3,54 0,93
6 157 3,98 0,93
Geral 856 4,25 0,85
37
Analisando a diversidade das parcelas separadamente, pode-se notar que
nas áreas onde a vegetação de floresta secundária predomina o índice é menor do
que aquela onde são encontradas manchas de floresta primária. As parcelas 1 e 4,
que tiveram os menores índices, 3,18 e 2,25, respectivamente, apresentaram
espécies mais freqüentemente encontradas em florestas secundárias. O maior
índice foi encontrado na parcela 6, onde se observa um remanescente de floresta
primária.
Deve-se ter cautela ao analisar trabalhos feitos em florestas secundárias, pois
não se sabe com certeza a idade dos fragmentos florestais, já que a prática de
“derruba e queima”, comum na região, leva a uma rotação no uso das áreas (LIMA
et al., 2007).
4.3 AGREGAÇÃO DE ESPÉCIES
Em relação ao padrão de distribuição para as espécies amostradas,
utilizando-se o índice de agregação de McGuiness, a APARIS apresentou 51% (74
spp.) com uma distribuição uniforme; 26% (38 spp.) de distribuição agregada; e 22%
(33 spp.) com tendência a agrupamento (GRÁFICO 3). Segundo o índice utilizado,
nenhuma espécie apresentou distribuição aleatória.
Dentre as espécies com agregação uniforme, destaca-se a Schizolobium
amazonicum, pois ela é encontrada em todas as parcelas. Esta espécie apresenta
uma dispersão anemocórica o que pode contribuir para que a sua distribuição seja
mais uniforme em uma área com características propícias ao seu crescimento
(SOUZA et al., 2005).
O Calycophyllum spruceanum apresentou uma distribuição agregada, o que é
uma característica da espécie. Almeida (2004) menciona que esta espécie é
encontrada em agrupamentos quase homogêneos e, por ser uma planta higrófita,
sua ocorrência está condicionada a dinâmica de rios e igarapés; por este motivo, foi
identificada grande quantidade desta espécie nas parcelas próximas ao igarapé São
Francisco.
38
GRÁFICO 3 - Índices de agregação de McGuinnes (IGA) das espécies amostradas
na APARIS, Rio Branco, AC.
A principal espécie que apresentou tendência ao agrupamento foi Spondias
lutea. Este fato se explica pela espécie ter uma semente relativamente pesada e não
ser dispersada pelo vento.
Os resultados encontrados na APARIS contrariam alguns autores que
afirmam que o padrão de distribuição uniforme é mais raro e o padrão agregado
mais freqüente na natureza (COLMA et al., 1986; SILVA; LOPES, 1982). Para esses
autores, as causas da agregação podem estar relacionadas com a variação nas
condições do habitat e o método de dispersão das espécies.
Jardim (1989), em um estudo sobre a distribuição espacial de espécies
arbóreas em uma floresta equatorial de terra-firme, encontrou resultados similares
aos obtidos na APARIS, onde o padrão de distribuição uniforme foi o mais
abundante. Porém este autor utilizou o índice de dispersão, diferente do índice
utilizado neste estudo.
Uma explicação para o fato de que a maioria dos estudos apresenta uma
distribuição agregada é que eles são realizados em florestas primárias, não
encontrando referências de trabalhos realizados em florestas secundárias, que
podem apresentar um padrão de agregação diferente.
A distribuição das espécies em uma área de floresta secundária pode ser
influenciada pelo banco de sementes existente na área, pois as espécies pioneiras
contidas neste banco germinam primeiro, criando condições para que as espécies
39
secundárias iniciais e tardias germinem e se desenvolvam. Outro importante fator
são as espécies presentes nas áreas vizinhas que assumem a função de porta-
sementes. Além disso, existe a influência do manejo da área. Não se sabe durante
quantos anos a área foi utilizada como pastagem cultivada, pois quanto mais longo o
tempo, as condições edáficas para a reconstituição da área ficam prejudicadas.
4.4 ESTRUTURA HORIZONTAL
De acordo com os resultados da TABELA 3, as 5 espécies com maior valor de
importância (VI) foram Schizolobium amazonicum, Erythrina verna, Sapium
glandulosum, Cordia sp. e Guazuma crinita, representando, juntas, 26% dos
indivíduos amostrados e 37% da área basal total. Observou-se que 20 espécies
(14% do total) representam 50% da soma total do VI; no entanto, apenas 4 espécies
apresentaram VI maior que 10.
S. amazonicum foi a espécie de maior VI devido à sua dominância, pois para
esta espécie há uma relação inversa entre densidade e dominância, já que ela foi
representada por menos indivíduos que a E. verna e, mesmo assim, destacou-se em
devido ao elevado diâmetro das árvores, onde contém indivíduos com até 95 cm de
diâmetro, enquanto as outras 4 espécies de maior VI atingem, no máximo, 55 cm. Já
a espécie Cordia sp. apresentou baixos valores de dominância, contudo ocupou o 4º
lugar em função da elevada densidade e freqüência relativa. A distinção observada
em relação à densidade e à dominância, entre as espécies, deve-se principalmente
ao fato de ocuparem diferentes estágios sucessionais, além de características
próprias de cada uma. S. amazonicum é uma espécie pioneira e de rápido
crescimento, enquanto Cordia sp., é uma espécie secundária inicial.
A densidade total da área amostrada foi de 285,33 indivíduos por hectare e a
área basal total foi de 13,60 m²/ha. Estes valores são baixos por se tratar de uma
floresta secundária, onde a grande maioria de seus indivíduos apresenta DAP baixo
e altura mediana. Um estudo feito em 1,5 ha de uma floresta secundária com cerca
de 30 anos de sucessão na Zona de Bragantina, Pará, mostrou uma densidade total
de 1961 ind/ha e área basal total de 17,7 m²/ha (ALVINO et al., 2005). A diferença
40
entre esse valor e o encontrado na APARIS é devido ao critério de inclusão para
medição das espécies, 5 cm e 10 cm de DAP, respectivamente.
Estudos de fitossociologia realizados em outros estados da floresta
amazônica, porém em florestas primárias, mostram resultados bem superiores ao
encontrados no fragmento da APARIS. Dois estudos realizados no Pará, um na
Floresta Nacional do Tapajós (GONÇALVES; SANTOS, 2008) e outro na Reserva do
Utinga em Belém (TRINDADE et al., 2007), mostram densidade de 369 ind/ha e área
basal de 22,5 m²/ha na primeira, e densidade de 490 ind/ha e área basal de 27,39
m²/ha na segunda. Em um trecho de floresta de terra firme em Caracaraí, Roraima
(ALARCÓN; PEIXOTO, 2007), foi encontrada uma densidade de 544 ind/ha e área
basal de 26,35 m²/ha.
No estado do Acre, um estudo realizado na Fazenda Nova Olinda, em Sena
Madureira (SILVA, 1999), apresentou uma densidade de 631 ind/ha, valor bem
acima do encontrado na APARIS. Na Floresta Estadual do Antimary (d’OLIVEIRA et
al., 2004) foi encontrada área basal de 27 m²/ha. As comparações relacionadas à
área basal devem ser analisadas com cautela, pois os valores encontrados são
diretamente influenciados pelo diâmetro mínimo escolhido para a amostragem. Nos
últimos cinco trabalhos citados anteriormente, as espécies foram amostradas com
DAP mínimo de 10 cm.
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância
(continua)
Espécies N AB DA DR FA FR DoA DoR VI
Schizolobium amazonicum 28 62,3 93,3 3,3 100,0 2,1 20,8 15,3 20,6
Erythrina verna 54 36,9 180,0 6,3 100,0 2,1 12,3 9,0 17,5
Sapium glandulosum 53 21,4 176, 7 6,2 83,3 1,8 7,1 5,2 13,2
Cordia sp. 50 13,5 166, 7 5,8 100,0 2,1 4,5 3,3 11,3
Guazuma crinita 34 16,4 113,3 4,0 66,7 1,4 5,5 4,0 9,4
Urena lobata 28 14,8 93,3 3,3 83,3 1,8 4,9 3,6 8,6
Calycophyllum spruceanum 44 0,8 146,7 5,1 33,3 0,7 2,8 2,1 7,9
Acacia pollyphylla 19 12,1 63,3 2,2 66,7 1,4 4,0 3,0 6,6
Ceiba sp. 7 2,0 23,3 0,8 33,3 0,7 6,8 5,0 6,5
Stryphnodendron guianensis. 18 10,6 60,0 2,1 66,7 1,4 3,5 2,6 6,1
41
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância
(continuação)
Espécies N AB DA DR FA FR DoA DoR VI
Spondias lutea 14 0,8 46,7 1,6 83,3 1,8 2,6 1,9 5,3
Abuta sp. 16 0,8 53,3 1,9 66,7 1,4 2,5 1,9 5,1
Bauhinia ungulata 26 0,4 86,7 3,0 33,3 0,7 1,3 1,0 4,7
Neea sp. 18 0,4 60,0 2,1 66,7 1,4 1,2 0,9 4,4
Tabebuia serratifolia 16 0,4 53,3 1,9 66,7 1,4 1,4 1, 0 4,3
Calliandra sp. 13 0,5 43,3 1,5 66,7 1,4 1,7 1,2 4,2
Cavanillesia sp. 2 13,6 6,7 0,2 16,7 0,3 4,5 3,3 3,9
Ceiba samauma 11 0,3 36,7 1,3 83,3 1,8 1,1 0,8 3,9
Inga sp. 9 0,5 30,0 1,0 66,7 1,4 1,8 1,3 3,8
Gallesia integrifolia 11 0,4 36,7 1,3 66,7 1,4 1,2 0,9 3,6
Maclura tinctoria 11 0,5 36,7 1,3 33,3 0,7 1,7 1,3 3,3
Crepidospermum goudotianum
11 0,3 36,7 1,3 50,0 1,1 0,9 0,6 3,0
Piptadenia sp. 5 0,5 16,7 0,6 50,0 1,1 1,8 1,3 2,9
Hura crepitans 9 0,5 30,0 1,0 33,3 0,7 1,6 1,1 2,9
Coccoloba peniculata 7 0,2 23,3 0,8 66,7 1,4 0,8 0,6 2,8
ni17 10 0,2 33,3 1,2 50,0 1,1 0,8 0,6 2,8
Inga microcoma 9 0,1 30,0 1,0 66,7 1,4 0,5 0,3 2,8
Vitex triflora 9 0,3 30,0 1,0 50, 0 1,1 0,9 0,7 2,8
Clitoria sp. 9 0,3 30,0 1,0 50, 0 1,1 0,9 0,7 2,8
Diospyros sp. 10 0,2 33,3 1,6 50,0 1,1 0,6 0,4 2,7
Cordia sp. 7 0,2 23,3 0,8 66,7 1,4 0,6 0,4 2,6
Pourouma cecropiifolia. 9 0,2 30,0 1,0 50,0 1,1 0,7 0,5 2,6
Triplaris surinamensis 7 0,1 23,3 0,8 66,7 1,4 0,4 0,3 2,5
ni5 10 0,3 33,3 1,2 33,3 0,7 0,9 0,6 2,5
Inga sp. 6 0,3 20,0 0,7 50,0 1,1 1,0 0,7 2,5
ni16 7 0,2 23,3 0,8 50,0 1,1 0,7 0,5 2,4
Dalbergia sp. 7 0,3 23,3 0,8 33,3 0,7 1,1 0,8 2,3
Terminalia oblonga 5 0,4 16,7 0,6 33,3 0,7 1,4 1,0 2,3
Perebea sp. 6 0,1 20,0 0,7 66,7 1,4 0,2 0,2 2,3
Pseudolmedia laevis 10 0,2 33,3 1,2 33,33 0,70 0,6 0,4 2,3
Heisteria ovata. 10 0,2 33,3 1,2 16,7 0,3 0,8 0,6 2,1
Ficus sp. 5 0,2 16,7 0,6 50,0 1,1 0,6 0,5 2,1
Brosimum guianense 2 0,5 6,7 0,2 33,3 0,7 1,5 1,1 2,1
Cordia sp. 4 0,1 13,3 0,5 66,7 1,4 0,2 0,1 2,0
Trichilia sp. 7 0,1 23,3 0,8 33,3 0,7 0,5 0,4 1,9
Capparis sp. 4 0,3 13,3 0,5 33,3 0,7 0,9 0,7 1,9
Sorocea guilleminiana 5 0,2 16,7 0,6 33,3 0,7 0,7 0,5 1,8
42
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância
(continuação)
Espécies N AB DA DR FA FR DoA DoR VI
Inga punctata 4 0,1 13,3 0,5 50,0 1,1 0,3 0,3 1,8
Astronium lecointei 3 0,3 10,0 0,3 33,3 0,7 1,0 0,7 1,8
Allophylus sp. 8 0,2 26,7 0,9 16,7 0,3 0,6 0,4 1,7
Apuleia cf. leiocarpa (Vog.) M. var. molaris
5 0,2 16,7 0,6 33,3 0,7 0,5 0,4 1,7
Ocotea neesiana 5 0,1 16,7 0,6 33,3 0,7 0,4 0,3 1,6
Schefflera megacarpa 3 0,1 10, 0 0,3 50,0 1,1 0,2 0,2 1,6
Jenipa spruceana. 4 0,1 13,3 0,5 33,3 0,7 0,5 0,4 1,5
Virola sp. 4 0,1 13,3 0,5 33,3 0,7 0,5 0,4 1,5
Machaerium sp. 2 0,2 6,7 0,2 33,3 0,7 0,7 0,5 1,5
ni12 3 0,1 10,0 0,3 33,3 0,7 0,5 0,4 1,4
Inga sp. 5 0,2 16,7 0,6 16,7 0,3 0,6 0,5 1,4
Lafoensia punicifolia 3 0,1 10,0 0,3 33,3 0,7 0,4 0,3 1,4
Pterocarpus rohrii 4 0,1 13,3 0,5 33,3 0,7 0,3 0,2 1,4
Eschweilera grandifolia 4 0,1 13,3 0,5 33,3 0,7 0,2 0,1 1,3
Sterculia sp. 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,5 0,3 1,3
Sterculia pruriens 3 0,1 10,0 0,3 33,3 0,7 0,3 0,2 1,2
Couratari macrosperma 1 0,3 3,3 0,1 16,7 0,3 1,0 0,7 1,2
Rollinia sp. 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,3 0,3 1,2
Heliocarpus sp. 4 0,1 13,3 0,5 16,7 0,3 0,5 0,4 1,2
Duguetia sp. 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,2 0,1 1,1
Triplaris sp. 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Guarea pterorachis 1 0,2 3,3 0,1 16,7 0,3 0,8 0,6 1,0
Alseis sp. 4 0,1 13,3 0,5 16,7 0,3 0,3 0,2 1,0
Ampelocera edentula 2 0,2 6,7 0,2 16,7 0,3 0,6 0,4 1,0
Zanthoxylum rhoifolium 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
ni14 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
ni11 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Pentagonia wurdackii 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
ni2 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Ocotea miriantha 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Himatanthus sucuba 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Parkia nitida 2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
Tabernaemontana heptanphyllum
2 0,1 6,7 0,2 33,3 0,7 0,1 0,1 1,0
ni18 2 0,2 6,7 0,2 16,7 0,3 0,5 0,4 1,0
Hevea brasiliensis 4 0,1 13,3 0,5 16,7 0,3 0,2 0,1 1,0
Talisia sp. 3 0,1 10,0 0,3 16, 7 0,3 0,3 0,2 1,0
43
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância
(continuação)
Espécies N AB DA DR FA FR DoA DoR VI
Cordia sp. 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,5 0,3 1,0
Ormosia sp. 3 0,1 10,0 0,3 16,7 0,3 0,3 0,2 1,0
Celtis schippii 3 0,1 10,0 0,3 16,7 0,3 0,2 0,2 0,9
Trichilia poeppigii 3 0,1 10,0 0,3 16,7 0,3 0,2 0,2 0,9
Inga alba 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,3 0,2 0,8
Jacaratia spinosa 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,3 0,5 0,4 0,8
Crecopia sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,3 0,5 0,3 0,8
Ceiba pentandra 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,3 0,5 0,3 0,8
Quararibea guianensis 3 0,1 10,0 0,3 16,7 0,3 0,1 0,1 0,9
Clarisia sp. 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,3 0,2 0,8
Nectandra rubra 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,2 0,1 0,7
Alibertia edulis 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,2 0,1 0,7
Tabebuia sp. 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,1 0,1 0,7
Warscewiczia sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,3 0,3 0,2 0,7
Casearia gossypiosperma 2 0,1 6,7 0,2 16,7 0,3 0,1 0,1 0,6
Annona sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,3 0,2 0,2 0,6
Byrsonima sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,2 0,6
Jacaranda copaia 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,1 0,6
Ficus sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,1 0,6
Annona sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,6
Aspidosperma megalocarpon 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,6
Simarouba sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni7 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Guarea sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Byrsonima sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Banara nitida 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Couratari sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Ficus sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Swietenia macrophylla 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Licania arborea 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Drypetes variabilis 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni13 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Ficus sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Guatteria sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Castilla ulei 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Apeiba sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Trichilia quadrijuga 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
44
TABELA 3 - Ordenação das espécies arbóreas amostradas na APARIS, Rio Branco, AC, em ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que N = número de indivíduos; AB = área basal; DA = densidade absoluta; DR = densidade relativa; DoA = dominância absoluta; DoR = dominância relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância
(conclusão)
Espécies N AB DA DR FA FR DoA DoR VI
ni15 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Spondias mombin 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Protium rhynchophyllum 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Byrsonima sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,2 0,6
Jacaranda copaia 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,1 0,6
Ficus sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,2 0,1 0,6
Annona sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,6
Aspidosperma megalocarpon 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,6
Simarouba sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni7 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Guarea sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Byrsonima sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Banara nitida 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Couratari sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Ficus sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Cedrela odorata 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Scoparia dulcis 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Duguetia macrophylla 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Eugenia feijoi 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Ni8 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Clarisia sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Hymenolobium sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Cariniana sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Brosimum sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni4 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Vismia guianensis 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Ocotea sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Spondias sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Theobroma sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Trichilia pallida 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Myroxilon balsamum 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni6 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
ni9 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Inga sp. 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Copaifera multijuga 1 0,1 3,3 0,1 16,7 0,4 0,1 0,1 0,5
Total 856 407,9 2853,3 100 4733,3 100 136,0 100 300 Nota: ni = Não identificada
45
4.5 ESTRUTURA VERTICAL
Em relação à distribuição vertical dos indivíduos dentro do fragmento
estudado, pode-se observar que no estrato inferior encontra-se 16,71% do total de
indivíduos (143); é no estrato médio que se concentra o maior número de indivíduos
(576), representando 67,29% do total; 16% (137) estão no estrato superior
(GRÁFICO 4). De um modo geral, é observado que o fragmento em questão
apresenta a maioria de seus indivíduos de porte médio, ou seja, com altura inferior a
17 m.
GRÁFICO 4 - Número de indivíduos por estrato de altura encontrado na APARIS,
Rio Branco, AC.
Observando o estrato de altura das 5 espécies com maior VI, apenas a
espécie Schizolobium amazonicum apresenta a maior parte de seus indivíduos (20)
no estrato superior. As espécies Erythrina verna, Sapium glandulosum, Cordia sp. e
Guazuma crinita obedecem a tendência apresentada pelo fragmento de um modo
geral, com a maior parte dos indivíduos no estrato médio (TABELA 4). Este fato,
como explicado anteriormente, é devido à S. amazonicum ser uma espécie de
rápido crescimento e de grande porte. A maior quantidade de indivíduos no estrato
médio pode ter sido resultado do critério de inclusão utilizado, pois com um diâmetro
de 10 cm as plantas já estão mais altas. Se fosse utilizado um diâmetro menor, 5
46
cm, por exemplo, o número de indivíduos no estrato inferior poderia ter sido maior do
que nos outros estratos. Além disso, só foram considerados indivíduos arbóreos,
excluindo o estrato herbáceo-arbustivo e lianas, que poderiam influenciar no
resultado final.
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC, ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa
(continua)
Espécie Estrato inferior H < 9,48
Estrato médio
9,48 ≤ H < 17,51
Estrato superior H ≥ 17,51
Total PSA PSR
Schizolobium amazonicum
2 6 20 28 757,2 1,8
Erythrina verna 2 33 19 54 2558,1 5,9
Sapium glandulosum 4 33 16 53 2543,5 5,9
Cordia sp. 4 37 9 50 2700,6 6,2
Guazuma crinita 3 24 7 34 1777,1 4,1
Urena lobata 5 23 0 28 1631,2 3,8
Calycophyllum spruceanum
1 22 21 44 1833,2 4,2
Acacia pollyphylla 0 13 6 19 970,8 2,2
Ceiba sp. 1 2 4 7 215,3 0,5
Stryphnodendron guianensis
0 18 0 18 1211,2 2,8
Spondias lutea 2 12 0 14 840,9 1,9
Abuta sp. 5 9 2 16 721,1 1,7
Bauhinia ungulata 6 20 0 26 1446,0 3,3
Neea sp. 10 8 0 18 705,4 1,6
Tabebuia serratifolia 4 12 0 16 874,3 2,0
Calliandra sp. 0 13 0 13 874,8 2,0
Cavanillesia sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
Ceiba samauma 1 10 0 11 689,6 1,6
Inga sp. 0 9 0 9 605,6 1,4
Gallesia integrifolia 5 5 1 11 436,0 1,0
Maclura tinctoria 0 11 0 11 740,2 1,7
Crepidospermum goudotianum
9 2 0 11 284,9 0,7
Piptadenia sp. 1 2 2 5 183,3 0,4
Hura crepitans 2 7 0 9 504,4 1,2
Coccoloba peniculata 3 4 0 7 319,3 0,7
ni17 2 8 0 10 571,7 1,3
Inga microcoma 2 7 0 9 504,4 1,2
47
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC, ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa
(continua)
Espécie Estrato inferior H < 9,48
Estrato médio
9,48 ≤ H < 17,51
Estrato superior H ≥ 17,51
Total PSA PSR
Vitex triflora 1 8 0 9 555,0 1,3
Clitoria sp. 2 7 0 9 504,4 1,2
Diospyros sp. 6 4 0 10 369,4 0,9
Cordia sp. 3 4 0 7 319,3 0,7
Pourouma cecropiifolia. 3 6 0 9 453,9 1,1
Triplaris surinamensis 0 2 5 7 214,6 0,5
ni5 2 8 0 10 571,7 1,3
Inga sp. 3 1 2 6 149,4 0,3
ni16 0 7 0 7 471,0 1,1
Dalbergia sp. 0 7 0 7 471,0 1,1
Terminalia oblonga 0 2 3 5 182,6 0,4
Perebea sp. 1 5 0 6 353,2 0,8
Pseudolmedia laevis 6 4 0 10 369,4 0,9
Heisteria ovata. 5 5 0 10 420,0 1,0
Ficus sp. 0 5 0 5 336,5 0,8
Brosimum guianense 0 1 1 2 83,3 0,2
Cordia sp. 1 3 0 4 218,6 0,5
Trichilia sp. 2 5 0 7 369,9 0,9
Capparis sp. 0 4 0 4 269,2 0,6
Sorocea guilleminiana 1 4 0 5 285,9 0,7
Inga punctata 0 4 0 4 269,2 0,6
Astronium lecointei 0 1 2 3 99,3 0,2
Allophylus sp. 1 6 1 8 436,5 1,0 Apuleia cf. leiocarpa (Vog.) M. var. molaris
0 4 1 5 285,2 0,7
Ocotea neesiana 0 5 0 5 336,5 0,8
Schefflera megacarpa 0 1 2 3 99,3 0,2
Jenipa spruceana. 1 3 0 4 218,6 0,5
Virola sp. 0 1 3 4 115,3 0,3
Machaerium sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
ni12 0 3 0 3 201,9 0,5
Inga sp. 0 5 0 5 336,5 0,8
Lafoensia punicifolia 0 3 0 3 201,9 0,5
Pterocarpus rohrii 3 1 0 4 117,4 0,3
Eschweilera grandifolia 0 4 0 4 269,2 0,6
Sterculia sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
Sterculia pruriens 0 3 0 3 201,9 0,5
Couratari macrosperma 0 0 1 1 16,0 0,0
48
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC, ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa
(continua)
Espécie Estrato inferior H < 9,48
Estrato médio
9,48 ≤ H < 17,51
Estrato superior H ≥ 17,51
Total PSA PSR
Rollinia sp. 0 2 0 2 134,6 0,3
Heliocarpus sp. 0 4 0 4 269,2 0,6
Duguetia sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
Triplaris sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
Guarea pterorachis 0 1 0 1 67,3 0,2
Alseis sp. 1 2 1 4 167,3 0,4
Ampelocera edentula 0 2 0 2 134,6 0,3
Zanthoxylum rhoifolium 0 2 0 2 134,6 0,3
ni14 1 1 0 2 84,0 0,2
ni11 0 2 0 2 134,6 0,3
Pentagonia wurdackii 1 1 0 2 84,0 0,2
ni2 0 2 0 2 134,6 0,3
Ocotea miriantha 0 2 0 2 134,6 0,3
Himatanthus sucuba 1 1 0 2 84,0 0,2
Parkia nitida 0 2 0 2 134,6 0,3
Tabernaemontana heptanphyllum
2 0 0 2 33,4 0,1
ni18 0 2 0 2 134,6 0,3
Hevea brasiliensis 1 2 0 3 151,3 0,4
Talisia sp. 1 3 0 4 218,6 0,5
Cordia sp. 0 1 1 2 83,3 0,2
Ormosia sp. 0 3 0 3 201,9 0,5
Celtis schippii 1 2 0 3 151,3 0,4
Trichilia poeppigii 0 3 0 3 201,9 0,5
Inga alba 0 2 0 2 134,6 0,3
Jacaratia spinosa 0 1 0 1 67,3 0,2
Crecopia sp. 0 0 1 1 16,0 0,0
Ceiba pentandra 0 1 0 1 67,3 0,2
Quararibea guianensis 1 2 0 3 151,3 0,4
Clarisia sp. 0 2 0 2 134,6 0,3
Nectandra rubra 1 1 0 2 84,0 0,2
Alibertia edulis 0 2 0 2 134,6 0,3
Tabebuia sp. 0 2 0 2 134,6 0,3
Warscewiczia sp. 2 0 0 2 33,4 0,1
Casearia gossypiosperma 0 0 1 1 16,0 0,0
Annona sp. 0 2 0 2 134,6 0,3
Byrsonima sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Jacaranda copaia 0 1 0 1 67,3 0,2
49
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC, ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa
(continua)
Espécie Estrato inferior H < 9,48
Estrato médio
9,48 ≤ H < 17,51
Estrato superior H ≥ 17,51
Total PSA PSR
Ficus sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Annona sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Aspidosperma megalocarpon
0 1 0 1 67,3 0,2
Simarouba sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
ni7 0 1 0 1 67,3 0,2
Guarea sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Byrsonima sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Banara nitida 0 1 0 1 67,3 0,2
Couratari sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Ficus sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Swietenia macrophylla 1 0 0 1 16,7 0,0
Licania arborea 0 1 0 1 67,3 0,2
Drypetes variabilis 0 1 0 1 67,3 0,2
ni13 0 1 0 1 67,3 0,2
Ficus sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Guatteria sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Castilla ulei 1 0 0 1 16,7 0,0
Apeiba sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Trichilia quadrijuga 0 1 0 1 67,3 0,2
ni15 1 0 0 1 16,7 0,0
Spondias mombin 1 0 0 1 16,7 0,0
Protium rhynchophyllum 0 1 0 1 67,3 0,2
Byrsonima sp. 1 0 0 1 16,7 0,0
Jacaranda copaia 0 1 0 1 67,3 0,2
Ficus sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Annona sp. 1 0 0 1 16,7 0,0
Aspidosperma megalocarpon
0 1 0 1 67,3 0,2
Simarouba sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
ni7 1 0 0 1 16,7 0,0
Guarea sp. 1 0 0 1 16,7 0,0
Byrsonima sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Banara nitida 0 1 0 1 67,3 0,2
Couratari sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Ficus sp. 0 1 0 1 67,3 0,2
Cedrela odorata 0 1 0 1 67,3 0,2
Scoparia dulcis 1 0 0 1 16,7 0,0
50
TABELA 4 - Estrutura vertical dos indivíduos da APARIS, Rio Branco, AC, ordenados por ordem decrescente de valor de importância (VI). Em que PSA = posição sociológica absoluta e PSR = posição sociológica relativa
(continua)
Espécie Estrato inferior H < 9,48
Estrato médio
9,48 ≤ H < 17,51
Estrato superior H ≥ 17,51
Total PSA PSR
Duguetia macrophylla 0 1 0 1 67,3 0,2
Eugenia feijoi 1 0 0 1 16,7 0,1
ni8 1 0 0 1 16,7 0,1
Clarisia sp. 1 0 0 1 16,7 0,1
Hymenolobium sp. 1 0 0 1 16,7 0,1
Cariniana sp. 1 0 0 1 16,7 0,1
Brosimum sp. 1 0 0 1 16,71 0,04
Total 143 576 137 856 43340,4 100
Nota: ni = Não identificado
4.6 ESTRUTURA DIAMÉTRICA
A distribuição diamétrica demonstra que 60,40% de todos os dos indivíduos
amostrados na área de estudo concentram-se no centro da primeira classe de
diâmetro, que é 15 cm; 23,83% dos indivíduos estão inseridos no centro de classe
25 cm; 9,11% no centro de classe de 35 cm; 3,39% no centro de classe de 45 cm;
os demais, totalizando 3,27%, dividem-se em classes diamétricas acima de 50 cm
(GRÁFICO 5).
A estrutura diamétrica do povoamento seguiu o padrão usual de florestas
tropicais inequiâneas (J-invertido), sugerindo a existência de um balanço entre o
recrutamento e a mortalidade de árvores. Foi possível visualizar uma alta
concentração de árvores nas primeiras classes de diâmetro, com uma redução
exponencial dessa concentração no sentido das classes de maior diâmetro.
Segundo Marangon et al. (2008), é esperado que ocorra com o incremento do
diâmetro dos indivíduos, pois a distribuição de classes de tamanho é conseqüência
da dinâmica da floresta.
51
GRÁFICO 5 - Estrutura diamétrica por classe de diâmetro dos indivíduos amostrados
na APARIS, Rio Branco, AC.
Na primeira classe de diâmetro a espécie com maior número de indivíduos foi
o Calycophyllum spruceanum (41 indivíduos), indicando que na APARIS esta
espécie, além de apresentar um padrão de distribuição agregado, seus indivíduos
são de pequeno porte.
Schizolobium amazonicum é a única espécie que tem representantes na
última classe de diâmetro (DAP > 130 cm). Isto pode ser decorrente do fato da
mesma ser de rápido crescimento, bem adaptada à região, ou pode tratar-se de
alguns poucos remanescentes de outros estádios de sucessão inicial que surgiram
pela abertura de clareiras usadas na exploração seletiva de outras espécies no
passado. Apenas um centro de classe não apresentou indivíduos, a classe > 125
cm.
52
5 CONCLUSÕES
Na área da APARIS foram inventariados 856 indivíduos arbóreos com mais
de 10 cm de DAP, que foram identificados em 143 espécies, 98 gêneros e 43
famílias. As famílias com maior riqueza de espécies foram Moraceae, Mimosaceae,
Fabaceae, Rubiaceae, Meliaceae, Euphorbiaceae, Caesalpinaceae, Bombacaceae e
Annonaceae. As espécies com maior número de indivíduos foram Erythrina verna,
Sapium glandulosum, Cordia sp., Calycophyllum spruceanum e Guazuma crinita. As
espécies encontradas revelaram que o fragmento florestal levantado é heterogêneo,
composto por floresta secundária, porém com manchas de floresta primária.
O fragmento apresentou uma diversidade alta (H’ = 4,25 e J = 0,85) quando
comparada com outros estudos realizados na Amazônia, embora seja uma área de
floresta secundária. Quando se analisa as parcelas separadamente, observa-se que
aquelas onde foram identificadas manchas de floresta primária obtiveram um índice
maior do que as demais.
Em relação ao padrão de distribuição, a APARIS apresentou a maioria das
espécies com distribuição uniforme, seguida de distribuição agregada e com
tendência a agrupamento.
As espécies com maior valor de importância (VI) foram Schizolobium
amazonicum, Erythrina verna, Sapium glandulosum, Cordia sp. e Guazuma crinita. A
densidade total da área amostrada foi de 285,33 indivíduos por hectare e a área
basal total foi de 13,60 m²/ha.
Os indivíduos arbóreos, de uma forma geral, posicionaram-se nas classes
iniciais de diâmetro e altura.
53
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