Download - COMPARTILHANDO SABERES E PRÁTICAS 2012
e
–
Santo
Compartilhando
Saberes e Práticas
2012
DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO
Rua Dr. Abelardo Vergueiro César, 370
Telefone: 3397 9200 DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SANTO AMARO
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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
SANTO AMARO
2012
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PREFEITO
Gilberto Kassab
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Alexandre Alves Schneider
DIRETORA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA/SME
Regina Célia Lico Suzuki
DIRETORA REGIONAL DE EDUCAÇÃO - SANTO AMARO
Silvana Ribeiro de Faria
ASSESSORIA DE GABINETE
Enilda Gama de Oliveira
Sonia Maria Silva dos Santos Pinto
EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA
Diretora: Terezinha Queiroz Godoy Daniel
Ana Maria Gonçalves Pravadelli, Carmen Pereira Iroza Alves, Cristina Dalva Van Berghem Motta, Cristina Marie Okida, Linéia Ruiz Trivilin, Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, Marta Maria de Araujo Macedo de Held, Neide Maria da Silva, Roseli Alves Ferreira, Thereza Cristina Chiaradia. Informática Educativa: Daniela Fonseca Costa, Maria Tereza Dantas de Santana dos Santos. CEFAI: Ana Cláudia de Paula Correia, Luciana Nascimento, Maria Tereza Azevedo Braga Roberto, Mariza Beranger Sardim, Rosangela de Almeida Canto Oliveira. Contratação de estagiários: Marli Aparecida Gabanini.
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DIRETORIA DE PLANEJAMENTO
Diretora: Rosana Monteiro de Sousa
Adamirian Ferreira Cruz Abellan Nadal, Adriana Delfino Ferreira, Ana Lourdes Braz Campos, Aparecida de Fatima Dias Barrella, Carmen Lucia Joppert Braga, Cecilia Ferreira Lauretti, Dalva Lopes dos Santos, Danilo Bezerra de Sousa, Elisabete Cani Vieira, Erica Cristina Garcia Netto Cruz, Erica Pereira do Nascimento, Estelita de Souza Barbosa, Fabiana Santos Cabral Meireles, Geovaldo Figueiredo Costa, Ionemi Nakasawa Ueno, Isamar Aparecida de Oliveira, Jaci Tavares Antunes, Jocelina Maria Manso, José Wagner Ferreira Baptista, Joyce Pontes da Silva, Judith Izabel Azevedo de Paula, Julia Albertina Afonso Monteiro, Katia Regin a Cavalcanti, Kely Paula da Silva Duarte, Lourdes Maria Yamasake, Luciana da Silva Vasconcelos, Lucilia Fraga, Magaly Avancini Fernandes, Marcia Rodrigues Valente, Maria Auxiliadora Soares, Maria Cecilia de Freitas Leão, Maria de Fatima Esteves, Maria Emilia Fonseca Moraes, Maria Helena Sudário, Maria Iracema Sodre Simões Prado, M arilda Coelho da Silva Pinto, Marilena de Araujo, Marina Caro, Nadir da Silva Gordinho, Nelson da Silva Junior, Patricia Fernanda Cruvinel, Priscila Santos Matos, Rogério Cezar de Carvalho, Sandra Aparecida Silva Dutra, Sandra Garcia Fosque, Silvana Cristina de Oliveira, Silvia Xavier Silva, Sueli Aparecida Lucilio, Vera Lucia Moreira Anselmo, Vitoria Maria dos Anjos de Oliveira, Xirliane Muniz Vasconcelos. Assessoria de engenharia: Roberto Carreiro Zanlorenzi. Assessoria jurídica: Cristiane Mandelbaum Voscaboinik.
DIRETORIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS
Diretora: Ayako Deola
Claudia Borges Carlacio Carrara, Elisa Yumiko Yoza Katto, Gizleine Dias, Graça Aparecida Calzolari Valverde Dias, Luciane Ale ssi de Almeida, Maria de Lourdes Santos, Maria José de Paiva Simões Peres Sala.
SUPERVISÃO ESCOLAR
Supervisora Técnica: Angela Maria Ramos de Baere
Altemira Maria Batista Marcilio, Angeli Matias Teixeira, Aparecida Eliane de Moraes, Eliana Aleixo Coli Viotti, Francisco Ani ldo de Sales, Halimi Sagraria Hanjoura, Hilda Martins Ferreira Piaulino, Iara Maria Cardoso da Silva, José Luis Feijo Nunes, Lêda de Castro Lapa, Lídia Ramalho Rocha, Marcelo Augusto Machado, Maria Carolina André Cícero de Sá, Maria Lucia Vidal, Maria Rodrigues Soares, Marinéia Nazaré Paranagua Duarte, Marisa da Costa Paulo, Olimpia Nil za Conte de Oliveira, Raquel Acosta Desenzi, Valeria Aparecida Durso Cabral, Vilma Lucia Miguel Custodio. Escolas particulares: Idajara Sandra Carvalho dos Santos e Marci a Bozza Gómez.
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SUMÁRIO
Apresentação……………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………….……………. 07
Índice das Escolas………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………………….………… 08
Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………….…………… 09
CAPÍTULO I – Percurso formativo
Educação Infantil………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………………………………….…….………….. 11
Ensino Fundamental………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..………………………………… 14
A narrativa de vida e a reflexão do educador acerca de seus registros……………………………………………………………………………………………………………………………………….................. 22
Interações sociais no ensino de matemática (para quê?)………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………….. 25
Ações de formação – 2011……………………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………………………………………….. 28
CAPÍTULO II – Gestão Pedagógica
Resgate da identidade: o papel de cada um – aluno / educador / família………………………………………………………………………………………………………………………………………………... 32
Gestão participativa…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………. 38
Gestão educacional………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. 42
Ação Supervisora……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………47
Convívio escolar…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………….……….…. 49
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CAPÍTULO III – Relatos de Práticas.
Biblioteca circulante – colcha de retalhos feita por muitas mãos…..……....53
Autorretrato..........................................................................................................58
Beleza não se põe na mesa? Desconstruindo estereótipos e promovendo a igualdade racial com bebês e crianças pequenininhas…………………..….…….60
Pequenas peripécias das crianças pequenas........................................................ 63
Arte e movimento................................................................................................. 67
A identidade dos bebês.........................................................................................71
Quem Katha-vento, espalha história.....................................................................74
Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar……………….…………… 77
Brincar para todos................................................................................................ 82
Dança em sala de aula.......................................................................................... 85
Transformação do pano....................................................................................... 90
Biblioteca circulante: compartilhe esta magia......................................................93
Alimentação saudável se aprende na escola – “É de pequenino que se come pepino”.................................................................................................................96
Autorretratos na Educação Infantil.....................................................................100
Brincando de cientista (com arte).......................................................................104
O ciclo de vida das borboletas/mariposas……………………………………………………….106
Era uma vez...Click!.............................................................................................108
A linguagem das tarjas – projeto de alfabetização de jovens e adultos…………..112
Strikbol................................................................................................................115
Falando sobre sexo.............................................................................................118
Cultura da paz.....................................................................................................120
Um texto -diversas releituras..............................................................................124
Os problemas ambientais urbanos...................................................................................127
O que fazer com o lixo?....................................................................................................130
A EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” em favor da Paz......................................................134
Mel – Momento de escolha livre......................................................................................137
Geometria com palitos.....................................................................................................140
Teatro na escola...............................................................................................................144
Resgate e vivência de brinquedos e brincadeiras populares...........................................148
Construindo saberes por meio do twitter........................................................................150
Boca com saúde, criança feliz...........................................................................................152
Fábrica de histórias...........................................................................................................155
Teatro de fantoches – recontando os três porquinhos....................................................159
O uso de recursos Tecnológicos e a Inclusão...................................................................163
Rádio Chiclet: aquela que gruda em você……………………………………………………………………..167
Histórias de vida................................................................................................................171
Ler e escrever com foco na Sala de Leitura – trabalhando com catálogos, resenhas e conto moderno............................................................................................................................175
Jornal “Figueiredo News”..................................................................................................180
Trouxeste a chave? Entrando no mundo dos Haicais........................................................183
Atlas almanaque da América............................................................................................186
EMEI e EMEF de mãos dadas.............................................................................................189
Dançar e escrever..............................................................................................................191
Prêmio professor destaque: acompanhando processos – letramento e autoestima........194
Sarau literário....................................................................................................................203
Cultura para a juventude negra.........................................................................................207
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APRESENTAÇÃO
É c o m i m e n s a a l e g r i a q u e a p r e s e n t a m o s e s t a p u b l i c a ç ã o , “ C o m p a r t i l h a n d o S a b e r e s e P r á t i c a s , 2 0 1 2 ” .
O s t e x t o s c o n t i d o s n e s t e v o l u m e r e p r e s e n t a m o s t r a b a l h o s d e e d u c a d o r e s q u e s e i n q u i e t a r a m c o m s u a s p r á t i c a s e d u c a t i v a s e
bu s c a r a m n o v a s f o r m a s p a r a a s s e g u r a r à s c r i a n ç a s , a d o l e s c e n t e s e a d u l t o s o p o r t u n i d a d e s d e u m a e d u c a ç ã o m a i s s i g n i f i c a t i v a ; e s t e s
t r a b a l h o s d e m o n s t r a m o p r a z e r d e s s e s p r o f i s s i o n a i s e m a p r e n d e r e e n s i n a r .
A g r a d e c e m o s a t o d o s o s e d u c a d o r e s d a D R E S a n t o A m a r o p e l a c o n t r i b u i ç ã o c o m o s p r o j e t o s e à s e s c o l a s p o r v i a b i l i z a r e m o
desenvolvimento d e s t a s a t i v i d a d e s n o â m b i t o d o e s p a ç o e d u c a c i o n a l .
A o o r g a n i z a r e s t e d o c u m e n t o , e s p e r a m o s c o n t r i b u i r c o m e s t a e c o m a s g e r a ç õ e s f u t u r a s d e e d u c a d o r e s , n o s e n t i d o d e
f o m e n t a r m o s i d e i a s e n o v o s c a m i n h o s v o l t a d o s a o s u c e s s o d o s a l u n o s .
Silvana Ribeiro de Faria
Diretora Regional de Educação
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Índice das Escolas da Diretoria de Educação Santo Amaro
CEI CEI Angela Maria Fernandes CEI Balneário Mar Paulista CEI CEU Alvarenga CEI CEU Caminho do Mar CEI Domingos Rufino Barbosa CEI Helena Iracy Junqueira CEI Jardim Cupecê CEI Jardim Luso CEI José Salvador Julianelli, Dep.·. CEI Onadyr Marcondes CEI Palmira dos Santos Abrantes
CEI Parque Sabará CEI Pequeno Seareiro
CEI Raul Tabajara Vidigal Leitão, Ver. CEI Rubens Granja, Ver. CEI Vila Ernestina CEI Vila Império CEI Vila Missionária
EMEI EMEI Alexandre Correia, Prof. EMEI CEU Alvarenga EMEI Anhanguera EMEI Arthur Baptista da Luz EMEI Ayrton Senna da Silva EMEI Borba Gato EMEI CEU Caminho do Mar EMEI Casimiro de Abreu EMEI Celso Ferreira da Silva, Prof.
EMEI Cidade Ademar I EMEI Cidade Ademar II EMEI Cidade Ademar III EMEI Cora Coralina EMEI Cruz e Souza EMEI Francisco Manuel da Silva EMEI Geloira de Campos
EMEI João de Deus Bueno dos Reis, Dr. EMEI Laudo Ferreira de Camargo EMEI Leonor Mendes de Barros, Da.·. EMEI Lourdes Heredia EMEI Machado de Assis
EMEI Neusa Maria Rossi EMEI Raul Joviano do Amaral EMEI Sylvio de Magalhães Figueiredo EMEI Vanda Coelho de Moraes EMEI Virgílio Távora
EMEF EMEE Anne Sullivan EMEF Aldo da Tofori, Pe. EMEF Alvarenga, CEU·. EMEF Amélia Rodrigues de Oliveira, Prof.ª·. EMEF Ana Maria Alves Benetti, Prof.ª EMEF Antenor Nascentes EMEF Antônio Carlos de Abreu Sodré, Dr. EMEF Antônio de Sampaio Dória, Prof. EMEF Armando Arruda Pereira, Eng. EMEF Ary Parreiras, Alm. EMEF Bernardo O´Higgins
EMEF Cacilda Becker EMEF Calógeras, Min. EMEF Caminho do Mar CEU EMEF Carlos Augusto de Q. Rocha EMEF Carlos de Andrade Rizzini EMEF Chiquinha Rodrigues, Dª·. EMEF Elza Maia Costa Freira, Prof.ª EMEF Habib Carlos Kyrillos, Dr. EMEF Isabel Vieira Ferreira, Prof.ª EMEF João de Souza Ferraz, Prof. EMEF João Gualberto do A. Carvalho EMEF João Sussumu Hirata, Dep.
EMEF Joaquim Candido de A. Marques, Des. EMEF Laerte Ramos de Carvalho EMEF Liliane Verzini Silva EMEF Manoel Carlos de F. Ferraz, Des.·. EMEF Maria Lucia dos Santos, Prof.ª EMEF Marina Vieira de Carvalho Mesquita EMEF Mario Schonberg EMEF Nelson Pimentel EMEF Pereira Carneiro, Conde·. EMEF Prestes Maia EMEF Sylvio Heck, Alm.·. EMEF Tiradentes, Alferes·. EMEFM Linneu Prestes, Prof.
CIEJA
GESTÃO CEU
DRE
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INTRODUÇÃO
Nosso livro, “Compartilhando Saberes e Práticas, 2012”, é resultado de um concurso interno de relatos de práticas educacionais realizadas em 2011, nas escolas da
Diretoria Regional de Educação - Santo Amaro. Na difícil tarefa de selecionar dentre muitos relatos bem escritos e bem fundamentados, a comissão se pautou pela
pertinência em relação aos pressupostos teóricos presentes nos documentos oficiais da Secretaria Municipal de Educação e pela coerência com os princípios que orientam,
fortemente, o trabalho desta Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica: clareza de propósitos, compartilhamento e articulação de ações, produção coletiva de
conhecimentos, protagonismo de educadores e alunos.
Agradecemos aos supervisores, diretores de escola, assistentes de diretores, coordenadores pedagógicos, professores, funcionários e estudantes, parceiros que
tornaram possíveis nosso caminhar e o avanço dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.
Desejamos que o presente instrumento cumpra seu objetivo: contribuir para novas práticas, maneiras de ver, sentir, entender e agir perante nossos educadores e
educandos.
Parabenizamos a todos!
Terezinha Queiroz Godoy Daniel Diretora da Divisão de Orientação Técnico-Pedagógica
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EDUCAÇÃO INFANTIL
A REDE EM REDE – A FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - FASE 6
"O aprender se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente,
e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente”. Antônio Nóvoa
Em 2011, dando continuidade aos anos anteriores, a Diretoria Regional
de Educação – Santo Amaro/DOT-P promoveu a formação na Educação Infantil
sob as orientações e assessoria da SME/DOT-P/Educação Infantil considerando a
seguinte meta da SME / DOT Educação Infantil:
“Promover a todas as crianças matriculadas na Educação Infantil a vivência experiências com as diferentes linguagens e saberes que circulam em nossa sociedade, baseadas pelos princípios básicos que norteiam as Orientações Curriculares e características dos tempos e espaços locais, considerada a ampliação da jornada”.
Têm-se como princípios básicos: o desenvolvimento da criança é um
Formação para Gestores: Diretor de Escola e Coordenador Pedagógico
em parceria com a Supervisão Escolar;
Formação para Coordenador Pedagógico e
Formação para Professores.
A dupla Gestora, Diretor de Escola
e Coordenador Pedagógico , participou da
formação em oito encontros, tendo adesão
de quarenta e quatro unidades. A formação
foi ministrada pelas Supervisoras Olímpia e
Maria Carolina com o objetivo de ampliar a
processo conjunto e recíproco; educar e cuidar são dimensões indissociáveis de
qualidade das vivências das crianças nas Formação Gestores
toda ação educacional; todos são iguais, apesar de diferentes: a inclusão de
crianças; o adulto educador é mediador da criança em sua aprendizagem e a
parceria com as famílias das crianças fundamental.
A formação se desenvolveu nas seguintes modalidades:
Unidades de Educação Infantil, tomando como referência os documentos da
Rede e apoio de uma bibliografia relacionada aos temas desenvolvidos.
A formação continuada de gestores é entendida como uma ação
permanente, necessária e fundamental para o exercício e a discussão da natureza
da gestão, sendo democrática, compartilhada e didática, aperfeiçoando
continuamente as ações de todos os envolvidos na educação das crianças
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pequenas e aprimorando a qualidade da Educação Infantil na Unidade
Educacional; cujos princípios podem ser resumidos em: o foco das ações da
gestão está sempre nas crianças; qualquer ação dos adultos na U.E. terá reflexo
na aprendizagem das crianças e todas as situações vividas pelas crianças na U.E.
geram, necessariamente, aprendizagens.
Os Gestores vivenciaram um espaço de ressignificação das discussões e
produções realizadas nos anos anteriores; de reflexão sobre a experiência das
jornadas de 6 horas, nas EMEI e de 10 horas no CEI, ajustando a rotina da
instituição para beneficiar a jornada das crianças e de reflexão e tomada de
decisão acerca de temas como: gestão de equipes de profissionais de Educação
Infantil na contemporaneidade, formação continuada desses profissionais dentro
da rede pública, participação real das famílias que são respeitadas e acolhidas
como parceiras pelas U.E. e gestão de tempos, espaços, materiais e interações
oriundas desses contextos.
Contaram também com a formação do Projeto Entorno - parceria da
Optou-se por desenvolver dois dos sete projetos apresentados pelo
Projeto Entorno: “Leitura para Bebês” e “Texto Informativo”. No processo de
avaliação foram apontadas como valiosas as seguintes ações: a valorosa
contribuição desse espaço de formação para o fortalecimento do papel da equipe
gestora como formadora de uma comunidade leitora; a importância da
estruturação de um plano de ação formadora a partir do planejamento das
etapas e ações a serem desenvolvidas para a implementação do Projeto Entorno
na Unidade Escolar; levantamento de espaços, além da sala de aula, para a
realização das Rodas de Leitura; planejamento e levantamento de
procedimentos, junto aos pais, para o
empréstimo de livros e análises dos livros
do acervo escolar para verificar como eles
se relacionam com os projetos escolhidos
e, principalmente, se dão condições para o
desenvolvimento dos mesmos.
SME e da Fundação Victor Civita, uma proposta de formação de leitores nas
Unidades Educacionais que, a partir de uma série de ações formativas, ajudou as
Quanto a formação para
COORDENADORES PEDAGÓGICOS foram oito
Visita ao MAM durante a Formação com Coordenadores Pedagógicos.
equipes escolares a identificar e a refletir sobre as práticas de leitura realizadas e
também sobre a formação de novos leitores. Este projeto propõe às escolas a
implementação e sistematização do trabalho com práticas de leitura em um
processo constante de aprimoramento e reflexão sobre a ação educativa. Esse
curso foi desenvolvido em oito encontros presenciais com a participação da
equipe gestora tendo a adesão de vinte unidades que foram representadas com
Diretor de Escola e/ou Assistente de Direção e Coodenador Pedagógico.
encontros mensais com a participação de trinta e sete CEI e EMEI da região. Essa
formação focou o papel do Coordenador Pedagógico como sujeito responsável
pela formação de professores e objetivou ampliar a qualidade das vivências dos
tempos e espaços nas Unidades de Educação Infantil, tomando como referência o
documento “Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagens e
Orientações Didáticas para a Educação Infantil” em que o Coordenador
Pedagógico pudesse apoiar o desenvolvimento das atividades didáticas
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desenvolvidas pelos professores com foco no campo de experiências das
linguagens artísticas e tendo como referência o curso para professores “Um
Olhar para o Desenho”, com o objetivo de divulgar aos Coordenadores
Pedagógicos a proposta realizada com os professores em 2011.
Para a formação dos professores, houve a continuidade do “Percursos
de Aprendizagem na Educação Infantil” com os Cursos: “Leitura e Reconto”, “Um
Olhar para o Desenho”, “Corpo e Movimento Criativo” e “Práticas Teatrais” , com
o objetivo de oferecer proposta de planejamento que orientasse a organização,
pelo professor, de experiências significativas de aprendizagens para as crianças;
criar referências para a organização de rotinas pedagógicas; subsidiar o trabalho
de planejamento do professor nas diferentes modalidades de organização do
tempo didático e ampliar o universo cultural e as vivências dos professores.
Enfim, os professores, em seu horário de trabalho, tiveram oportunidade de
aprofundar seus conhecimentos sobre o que as crianças podem aprender acerca
das linguagens e o que eles precisam asssegurar para que elas avancem, cada vez
mais, em suas aprendizagens.
Muitas práticas apresentadas neste livro demonstram o esforço e
trabalho de um percurso formativo e contínuo. Esperamos que todas as crianças
que freqüentam as Unidades da rede possam ter seus direitos garantidos para
vivenciar experiências que possibilitam seu pleno desenvolvimento integral com
garantia ao acesso de processos de construção de conhecimento, de
aprendizagens das diferentes linguagens e de saberes sobre o mundo e sobre si
mesma.
A todos que participaram desse processo formativo durante o ano de
2011, desejamos que novos espaços de reflexão crítica e coletiva continuem
como princípio de uma educação que está em constante modificação e ampliação
de saberes, pois a análise reflexiva da própria prática traz mudanças no modo de
pensar e fazer, levando-nos a uma prática pedagógica consciente.
Prof.ª Maria Carolina André Cícero de Sá
Prof.ª Olímpia Nilza Conte de Oliveira
Prof.ª Roseli Alves Ferreira
Prof.ª Thereza Cristina Chiaradia
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ENSINO FUNDAMENTAL
Desde o início de sua constituição, a equipe desta Diretoria de Orientação Técnico -Pedagógica se pautou pelo princípio da presença de suas formadoras nas
escolas, consolidando a parceria com os Coordenadores Pedagógicos, nos procedimentos que envolveram a organização das visitas de a companhamento às salas de aula, a
elaboração conjunta das pautas dos horários coletivos, a elaboração de materiais de apoio aos cursos dados na DRE - Santo Amaro, ao estudo dos materiais enviados pela
Secretaria Municipal de Ensino, que subsidiam, teoricamente, os Programas Educacionais implantados, à análise dos resultados das avaliações internas (Sondagens de
Língua Portuguesa e Matemática) e externas, para que o olhar sobre o planejamento fosse ampliado.
As ações de formação, no Ciclo I, para os professores – nos eixos Língua
Portuguesa, Matemática e Natureza e Sociedade – possuíam, como o objetivo o
atendimento às metas e princípios estabelecidos pelos documentos da Secretaria
Municipal de Educação em consonância com os Projetos Pedagógicos das
diferentes Unidades Educacionais.
Para os regentes oferecemos, ao longo do ano de 2011, cursos na
modalidade optativo, que contemplaram a concepção de uma abordagem de
aprendizagem entendida como um processo de construção individual e social,
mediado pelos professores. Para a ampliação do atendimento aos professores -
em parceria com os Coordenadores Pedagógicos - realizamos formações nas
escolas, nos horários coletivos. Também organizamos a Jornada Pedagógica –
encontro de formação dos regentes dos 3ºs e 4 ºs anos do Ciclo I – com o
objetivo de conhecer o trabalho realizado por eles - e apresentamos
possibilidades de atividades, em sala de aula, aliadas às propostas pedagógicas
constantes nos Cadernos de Apoio e Aprendizagem dos alunos.
Foi considerada a importância de Língua Portuguesa – que é, ao mesmo
tempo, ferramenta para construção de conhecimentos e conteúdo (quando
apresentada no eixo de conhecimento Língua Materna) de ensino e de
aprendizagem – e o trabalho realizado se pautou por um objetivo maior: o
alcance da excelência e da qualificação dos registros realizados pelos
Coordenadores Pedagógicos e pelos regentes do Ciclo I do Ensino Fundamental.
Estes registros possuem, como norte, conferir veracidade às ações que subsidiam
os trabalhos desenvolvidos, ao longo dos anos letivos, no interior das escolas
desta DRE – Santo Amaro.
Os cursos optativos de Matemática oferecidos aos professores do Ciclo I-
todos os anos - contemplaram conteúdos de diferentes blocos temáticos: 1- Os
números e as operações – Campo Aditivo; 2- Os números e as operações –
Campo Multiplicativo; 3- A construção do pensamento geométrico pelas crianças;
4- O ensino e a aprendizagem dos números racionais no Ciclo I.
Concomitantemente, discutimos os conteúdos desses cursos com os
Coordenadores Pedagógicos.
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Desde 2009, esta DOT – P, no eixo Natureza e Sociedade, ofereceu
cursos optativos para os Professores do Ciclo I, para que esses educadores
desenvolvessem estratégias que estimulassem a construção dos conhecimentos
científicos pelos alunos, nas diferentes áreas do conhecimento (Ciências,
Geografia e História), por meio da metodologia investigativa.
Durante o ano letivo, os professores tiveram a oportunidade de aplicar
A formação continuada – oferecida por esta DOT – P – se constituiu
como uma ferramenta a mais, para que nossos educadores avançassem na
constituição de seus conhecimentos didático – pedagógicos e curriculares
referentes aos conteúdos das diferentes áreas, de modo a garantir a apropriação
destes conhecimentos por parte dos alunos atendidos por esta modalidade
educacional.
esses conhecimentos na elaboração de suas aulas e apresentaram portfólios do
trabalho realizado, socializando com os colegas seus avanços e dificuldades.
Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli
Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin
Prof.ª Marta Leonor S.P.P. Vieira
A formação de Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e de EJA,
articuladores entre os trabalhos realizados nas salas de aula e os existentes na
Sala de Leitura, no Laboratório de Informática Educativa, na Recuperação
Paralela de Língua Portuguesa e de Matemática e nas SAAI das Unidades
Educacionais, buscou ampliar os conhecimentos destes profissionais, com relação
ao seu duplo papel de gestor e de formador de professores, tanto em relação à
abordagem metodológica quanto em relação aos conteúdos presentes nos
documentos da SME. O propósito foi de garantir a consolidação das
competências leitora e escritora dos alunos, atendidos nestas modalidades
educacionais, nas diferentes áreas do conhecimento.
Com este objetivo, foram trabalhadas, nos encontros de formação de
Coordenadores Pedagógicos de Ciclo II e EJA, a gestão e a implementação do
Programa de Orientação Curricular do Ensino Fundamental e das Orientações
Didáticas para a EJA, e a implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem
de Língua Portuguesa e de Matemática, com a qualificação dos registros de
planejamento, acompanhamento e avaliação do processo, utilizando da análise
dos resultados das avaliações externas e internas com vistas à melhoria do
processo de ensino aprendizagem.
Como contribuição para esta formação, no sentido de enriquecer o dia a
dia das relações interpessoais, nas diferentes esferas da Unidade Educacional,
foram reservados momentos de estudo e reflexão sobre como se trabalhar com
alunos da faixa etária atendida neste Ciclo e com a diversidade característica da
EJA.
Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli Prof.ª Cristina Dalva B. Motta
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O Programa “Recuperação Paralela de Língua Portuguesa” contemplou os
professores de Ciclo I que atuavam na Sala de Apoio Pedagógico com a formação
desta Diretoria voltada para ações que revertessem o quadro dos alunos com
dificuldade de aprendizagem, na perspectiva da consolidação das competências
leitora e escritora. As diretrizes do Programa “Ler e Escrever - prioridade na
escola municipal” estabeleceram que estes docentes atuariam na Recuperação
Paralela em Língua Portuguesa e Matemática, dando tratamento diferenciado
aos alunos que obtiveram resultado abaixo do Nível Básico na avaliação externa
“Prova São Paulo.” Para atender aos alunos do Ciclo II que estavam também
nestas condições, as formações incluíram os Professores de Língua Portuguesa do
Ciclo II.
A formação do Programa “Recuperação Paralela de Matemática”, em
2011, envolveu, simultaneamente, professores polivalentes dos anos iniciais e
professores especialistas de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental.
Estes professores participaram, inicialmente, de uma formação intensiva para
apresentação do Programa de Recuperação Paralela de Matemática, num total
de 16 (dezesseis) horas, no primeiro semestre, e de mais dois encontros, no
segundo semestre, para consolidar as ações de formação e acompanhar os
trabalhos realizados nas escolas. A formação buscou explicitar a metodologia de
ensino pela resolução de problemas presente nos materiais, especialmente
planejados para a recuperação paralela de Matemática e o papel do professor
como mediador das aprendizagens dos alunos, por meio da vivência de
sequências didáticas em que eram estabelecidas relações entre as atividades
O objetivo maior destes encontros foi de subsidiá-los quanto ao uso do
material, cuidadosamente, preparado e apropriado para esta demanda
apresentada por estes alunos. Estes subsídios se estenderam ao planejamento de
situações didáticas, para atuação em classe, nas avaliações das aprendizagens
dos alunos e nos módulos, com vistas à superação das dificuldades apresentadas
na sala de aula.
O resultado deste trabalho foi a ampliação do olhar de todos os envolvidos
para a utilização de uma metodologia diferenciada, eficaz e significativa aos
alunos, no âmbito do cotidiano da sala de aula regular.
Prof.ª Carmen Pereira Iroza Alves
propostas nesses materiais e os referenciais teóricos das Orientações
Curriculares de SME. Desta forma, os professores participantes da formação, a
partir de suas próprias culturas escolares e das interações com seus pares e com
a formadora, puderam ampliar seu repertório de ações de diagnóstico, de
qualificação de registros de aprendizagem e de reorganização do processo de
ensino, a partir das necessidades dos alunos. Além disso, outras ações
importantes para o avanço do Programa de Recuperação Paralela de Matemática
foram socializadas entre os professores: procedimentos para controle de
frequência nas aulas, critérios de agrupamentos de alunos, interação com o
professor da sala regular, a importância do apoio da equipe escolar e da família
para o êxito do aluno e aspectos referentes à legislação municipal sobre a vida
funcional.
Prof.ª Cristina Dalva B. Motta
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Durante o ano de 2011, os Professores Orientadores de Sala de Leitura
– POSL – puderam participar de alguns cursos de formação que tiveram como
objetivos: intensificar as ações de formação dos professores e bibliotecários dos
CEU envolvidos no Programa “Ler e escrever – prioridade na escola municipal”;
ampliar o repertório sobre os diferentes gêneros literários e capacitar os
professores, habilitando-os para atender às demandas. Destacamos as seguintes
ações:
A formação continuada “Leitura ao Pé da Letra – fase II” subsidiou os
POSL e os Bibliotecários dos CEU em momentos de socialização de práticas,
vivências de experiências, reflexão e planejamento de ações para atendimento
aos alunos.
Na Jornada Pedagógica “Encontro de Leitura” foram fomentadas as
ações de leitura literária para toda a comunidade educativa e indicaram-se
estratégias que contribuíssem para a gestão dos Espaços de Leitura Literária.
O Projeto “Livro Vivo – Leitura para a cidadania”, parceria entre a DRE –
Santo Amaro e a Paulus Editora, aberto a professores de outras áreas do
conhecimento dos Ciclos I e II teve como ações principais: ampliar o repertório
sobre os diferentes gêneros literários; incentivar a realização de projetos de
leitura e de concursos literários para alunos. O encerramento do projeto de seu
com a premiação e a entrega de mais de 13.000 (treze mil) conjuntos de livros
literários para os alunos dos 3ºs e 4ºs anos do Ciclo I e 7ºs e 8ºs anos do Ciclo II,
das 29 (vinte e nove) escolas participantes.
O curso optativo “Literatura na Sala de Aula”, ministrado pela professora
Norma Seltzer Goldstein, objetivou instrumentalizar os professores e levá-los a
pensar sobre uma metodologia que possibilite trabalhar diferentes gêneros
textuais, com a finalidade de apontar caminhos que permitam ampliar as
competências leitora e escritora dos alunos.
Na parceria entre a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São
Paulo e o Instituto C&A algumas Unidades Educacionais da DRE – Santo Amaro
participaram do Concurso “Escola de Leitores”. O CEI “Rubens Granja, Vereador”
e a EMEF “Bernardo O’Higgins” estão entre as sete ganhadoras da cidade de São
Paulo e a EMEF “Tiradentes, Alferes” classificou-se entre as finalistas.
Prof.ª Neide Maria da Silva
18
A equipe da Informática Educativa, no ano de 2011, desenvolveu
formações, em continuidade, visando à implementação das Orientações
Curriculares de Tecnologias de Informação e Comunicação – Proposições
de Expectativas de Aprendizagem, junto aos Professores Orientadores de
Informática Educativa - POIE e os demais educadores, proporcionando
momentos de reflexões sobre o planejamento das ações direcionadas às
novas formas de ensinar e aprender, no contexto digital, nas redes e
espaços virtuais de comunicação entre alunos, professores e formadores,
a fim de acompanhar a evolução e novas demandas provenientes da
Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC. Os laboratórios da
Informática Educativa e os demais espaços escolares são ambientes que
privilegiam o desenvolvimento e ampliação das competências e
habilidades do século XXI, oriundas desta evolução tecnológica.
Destacamos as formações presenciais e semipresenciais
desenvolvidas em ambientes virtuais de aprendizagem colaborativa,
voltadas para a comunicação, pesquisa e publicação na internet, autoria e
protagonismo:
A “Web Currículo – TIC” utilizou os recursos tecnológicos como
instrumento de protagonismo infanto-juvenil.
O “Educador Inovador” subsidiou a autoformação na modalidade
de ensino à distância.
A “Metrópole Digital” apresentou o conceito de educação digital
transmidiática, tendo como pano de fundo a cidade de São Paulo sob a
ótica do aluno.
A “Ciranda de Mídias” incorporou linguagens midiáticas nas
próprias rotinas da Educação Infantil.
A “Formadores de Agentes de Apoio às TIC” inseriu alunos e
educadores no contexto digital potencializando o uso de redes sociais
como ambientes inovadores de aprendizagens e reconhecimento das
diferentes e múltiplas linguagens na era da informação e da comunicação.
A “Implementação de uma Rádio Escolar” desenvolveu as
competências comunicativas dos alunos utilizando-se das linguagens
radiofônicas.
A “Produção em Rádio” exercitou a criatividade na organização de
programas radiofônicos visando à educação formal e informal.
A “Nas Ondas do Rádio: Aprender e Comunicar” promoveu o
protagonismo por meio do trabalho com as linguagens midiáticas e
recursos das tecnologias da Informação e da Comunicação;
A “Imprensa Jovem – Criando Agência de Notícias” formou os
educadores para produzir e divulgar conteúdo jornalístico, pedagógico e
19
informativo, juntamente com os alunos, e veiculá-lo nos meios de
comunicação, como blog, jornal mural e Rádio Escolar.
A “Gestores de Projetos Educomunicativos” implementou a
formação de gestores de projetos educomunicativos, de recurso humanos
e tecnológicos para a melhoria da comunicação dentro da escola e no
entorno.
A “Mestre de Cerimônia Juvenil” possibilitou ao aluno ser o
anfitrião dos eventos na escola, responsável pela comunicação durante os
mesmos e pela articulação entre o público e a atração apresentada.
A “Nas Ondas do Vídeo” estimulou a produção de vídeo escolar,
aproximando os interesses sociais dos alunos pelos meios de
comunicação e pela produção de conhecimento.
“... Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não
conseguíamos fazer. Aprender é desenvolver capacidades
– vale dizer, construir competências. E já nascemos com a
capacidade básica: a capacidade de aprender.” (IN:
Orientações Curriculares TIC – Proposições de
Expectativas de Aprendizagem – pág. 102)
Prof.ª Daniela Fonseca Costa
Prof.ª Maria Tereza D. S. Santos
20
O trabalho de implantação e implementação do documento
“Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagem para a Educação
Étnico – Racial para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio”, em
nossas Unidades Educacionais, teve como procedimento principal, sediar e
acompanhar, ao longo de 2010, o curso optativo, promovido pela Secretaria
Municipal de Educação, “Cultura e História da África”, que visava contemplar –
como público – educadores de todas as modalidades de ensino oferecidas no
âmbito da Rede Municipal de Ensino.
Nestes cursos foram abordados os seguintes temas: O continente
africano, O perigo da História única; Apresentação e debate sobre as Leis
Federais nº 10.639/03 e 11.645/08; África, o berço da humanidade; África e o
neocolonialismo; O lugar da mulher nas sociedades africanas; A África oficia e a
“outra África”; Bases da religião africana.
Em comemoração ao Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes foi
realizado, no auditório do CEU “Caminho do Mar”, seminário organizado pela
SME com palestras e apresentações de alunos que oportunizaram reflexões
acerca das questões étnico-raciais em nossas escolas. Tivemos a oportunidade de
ouvir relatos dos trabalhos desenvolvidos em nossas escolas, em relação aos
temas apresentados nos citados eventos.
Em agosto de 2011, durante o Seminário Regional de Educação de Santo
Amaro, “Saberes e Práticas”, o professor Walter Roberto Silvério, assessor da
DOT – Étnico Racial, participou da mesa redonda que abordava a temática étnica
nas nossas salas de aula.
A implantação do CEFAI – Centro de Formação e Apoio à Inclusão,
como estrutura regulamentada por Decreto Municipal, existe – na Diretoria
Regional de Educação – Santo Amaro, desde 2005. As formações mensais – em
serviço – prestadas pela equipe de Educação Especial da SME e o mapeamento
de alunos com quadro de deficiência, matriculados em nossas Unidades
Educacionais, tornaram a presença do CEFAI nas escolas uma forma de garantir o
processo educacional destas crianças. O propósito das visitas foi a realização de
avaliação pedagógica desses alunos visando à organização dos serviços de apoio
especializados. No início de 2009, o CEFAI apresentou um salto qualitativo
quando estabeleceu a rotina da itinerância nas Unidades Educacionais de nossa
DRE.
A partir de 2011, o CEFAI planejou suas formações - na modalidade de
cursos optativos - pautadas na corresponsabilidade de fortalecimento de todos
os profissionais da escola e no resultado do mapeamento dos alunos com quadro
de deficiência. As demandas apontaram a Deficiência Intelectual em primeiro
plano, seguida da Física, Visual, Múltipla e Transtornos Globais do
Desenvolvimento. O público contemplado era formado por Professores, Gestores
e integrantes do Quadro de Apoio.
Iniciamos nossas formações apresentando diferentes maneiras de se
trabalhar com o RAADI – Referencial de Avaliação de Aprendizagem na Área
Intelectual – no Ciclo I, do Ensino Fundamental, oferecendo subsídios aos
Professores e Coordenadores Pedagógicos, bem como aos Diretores de Escola e
Supervisores Escolares, para melhor assegurar a apropriação dos pressupostos do
documento, e garantir a avaliação do aluno com deficiência intelectual, dentro da
21
escola. Todos os cursos apresentaram a seguinte estrutura: embasamento
teórico e aplicação prática, com as necessárias adequações.
Na área da Deficiência Visual contamos com a assessora Drª Eliana Maria
Ormelezi. A palestrante alertou que, no contexto inclusivo, “os professores –
como mediadores do processo educacional – precisam estar amparados pelo
conhecimento, para atender, plenamente, às necessidades educacionais
especiais dos alunos com cegueira ou baixa visão.”
Para os educadores que atendiam aos alunos com Transtornos Globais
do Desenvolvimento /TGD recebemos a formação da Instituição “Lugar de Vida”,
oferecida por meio da Equipe de Educação Especial da SME. A Psicóloga Cristina
Keiko fez uma referência – no contexto educacional - sobre as crianças com
autismo e psicose sob a perspectiva da psicanálise, tendo a escola, um papel
terapêutico no desenvolvimento destes alunos.
Em agosto de 2011, realizamos o Seminário Regional de Educação de
Santo Amaro, “Saberes e Práticas”, no qual o CEFAI oportunizou a interlocução
com as demais modalidades educacionais de nossa DOT – P. Estiveram presentes
- entre outros – na Mesa Redonda de Educação Especial, a Psicóloga Marise
Bastos, integrante da Instituição “Lugar de Vida” e o Doutor Júlio Botelho,
Promotor Público responsável pela inclusão de pessoas com deficiência, no
município de São Paulo.
Os integrantes do Quadro de Apoio das escolas receberam atenção
diferenciada por estarem à frente das ações de recepção às famílias e auxilio na
socialização destas crianças no interior da escola, desde sua matrícula até o
acompanhamento realizado fora da sala de aula regular. Esta formação
desconstruiu mitos acerca da Educação Especial e colaborou com o
desenvolvimento global destes alunos, pois a educação não se limita à sala de
aula. Os encontros de formação foram realizados aos sábados, as tarefas eram
executadas durante a semana e compartilhadas no encontro posterior.
A formação também envolveu os regentes das SAAI – Salas de Apoio e
Acompanhamento à Inclusão, com encontros mensais, em que foram discutidos e
socializados os seguintes temas: estudos de caso, formas de estimulação, papel
do formador da SAAI, intermediação com a sala regular de aula, propostas de
atendimento educacional especializado, adequação de atividades e de materiais
para nossos alunos incluídos.
Ana Claudia de Paula, Prof.ª.
Luciana Nascimento Prof.ª
Maria Tereza Roberto Braga Prof.ª.
Mariza Beranger Sardin Prof.ª
Rosângela de Almeida Canto, Prof.ª
22
A NARRATIVA DE VIDA E A REFLEXÃO DO EDUCADOR ACERCA DE SEUS REGISTROS
A partir de 2009, passamos Carmen Pereira Iroza Alves e eu,
Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira, a substituir a formadora da
Secretaria Municipal de Educação, na formação de Língua Portuguesa,
que atendia aos nossos Coordenadores Pedagógicos, desde 2005. Este
mesmo trabalho de formação – para educadores – já era desenvolvido
por nós, desde junho de 2006.
Considerando a importância do trabalho com Língua Portuguesa -
que é, ao mesmo tempo, ferramenta para a construção de conhecimentos
e conteúdo (quando apresentada no eixo Língua Materna) de ensino e de
aprendizagem - o trabalho realizado, desta época até o presente
momento, se pautou por um objetivo: o alcance da excelência e da
qualificação dos registros dos Coordenadores Pedagógicos e dos regentes
do Ciclo I, que possuem como norte conferir veracidade às ações que
subsidiam os trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos letivos, no
interior das escolas desta DRE – Santo Amaro.
Como subsídio teórico e metodológico, para a execução deste
trabalho, foi escolhido o Projeto “Narrativas de Vida de Educadores”, nos
mesmos moldes do trabalho desenvolvido, na PUC – São Paulo, pelo
Professor Doutor João Antonio Telles, ao longo da década de 1990.
Em 2010, foi formado – entre nossos Coordenadores Pedagógicos
participantes – um grupo com dez - que, ao longo ano, a partir de
combinados, traria para ler para o grupo, trechos de sua vida, escritos em
forma de narrativa, escolhidos por cada um deles, no gênero textual de
sua preferência. Como nossas formações eram mensais, organizamos um
momento em que dois participantes apresentavam seus textos – em
capítulos – para os demais. Um dos focos deste trabalho centrou-se no
uso da linguagem escrita, com a indicação de que iniciássemos nossos
registros a partir de um texto pessoal (no qual cada autor, além de ser o
dono do próprio conteúdo – sua história de vida - teria total autonomia
para apresentar os trechos por ele selecionados). Desta forma, a
apresentação seria pautada na leitura de um texto escrito.
O desafio proposto para os ouvintes - cujo papel desempenhado
era o de ser “plateia”, de uma situação social organizada - a partir da
leitura em voz alta - foi o de se envolver no texto e comentá-lo, sempre
considerando os seguintes aspectos:
a) os elementos (recursos textuais ) que mais lhe chamaram a atenção;
b) a apresentação e o encaminhamento do conteúdo;
23
c) os elementos do conteúdo que mais lhe chamaram a atenção;
d) o gênero textual escolhido pelo (a) autor (a), suas características, a linguagem escrita utilizada, sua pertinência e adequação;
e) as emoções e os sentimentos que o trecho lido provocou no (a) ouvinte.
Outro foco de nossa proposta foi evidenciar que, diante de um
texto literário, a fruição é o aspecto que – em primeiro lugar – desperta o
leitor, fazendo com que, positivamente, ele se envolva no enredo e passe
a desempenhar o papel de co-autor: “torcendo” para alguns personagens,
modificando certas paisagens apresentadas, suavizando ou mesmo
intensificando certos conflitos apresentados pelos autores. Para tanto,
não foi preciso estar diante de um “medalhão” da literatura mundial para
que nossas emoções mais “escondidas” aflorassem: bastou apenas estar
diante de narradores competentes, que utilizaram as palavras escritas
criando conjuntos tão metafóricos quanto poéticos, que nos fizeram
“sonhar muito”, ao longo de nossos dez encontros.
À medida do possível, o grupo teve - como tarefa – envolver
docentes e alunos do Ciclo I (todos os anos) para que, no âmbito da
Unidade Educacional, o Projeto “Narrativa de Vida”, fosse difundido,
aceito e multiplicado. Isto aconteceu, por exemplo, com muita qualidade
e aceitação – graças ao envolvimento da Coordenadora Pedagógica (à
época) Francisca Fabiana dos Santos e das regentes Esther Maria
Freixedelo Martins e Lucilene dos Santos – na Escola Municipal de Ensino
Fundamental e Médio “Linneu Prestes, Professor”.
No ano seguinte, 2011, trabalhamos a vídeo narrativa – como
forma de utilizar outra linguagem, agora com a imagem aliada à
linguagem escrita – para em 2012, atingirmos nosso objetivo, ou seja, a
qualificação dos registros oficiais que circulam no âmbito escolar: horário
coletivo, horário individual, relatórios sobre os avanços obtidos pelos
alunos, focando nos procedimentos adotados pelos regentes, registros de
resultados obtidos nas Sondagens de Leitura e de Escrita e nas Planilhas
de Proficiência Leitora e Escritora, no caso específico do Ciclo I (todos os
anos).
Seguem pequenos trechos de alguns dos participantes deste
grupo, para apreciação dos leitores de nosso livro:
“... Enfim, no sábado um caminhão grande chegou, começaram a
carregar tudo, eu só ficava observando e brincando com meu cachorro
“Pelé”, que estava amarrado em uma corda para que não fugisse. Vi a
casa se esvaziando, o que foi me dando uma angústia, um nó na garganta
e uma tristeza enorme. Por fim, minha mãe dava as últimas olhadas pelos
cômodos da casa vazia. Chegou a hora da partida: não pude conter as
lágrimas ao ver minha mãe chorando e a abracei – me agarrando a um
porto seguro – e entramos na cabine do caminhão. Deixei para trás
muitas lembranças de minha infância...” (IN: BRAÇAROTTO, Flávio
Roberto, Narrativa de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Habib Carlos
Kyrillos, Doutor”, 2010)
““... – Uma tragédia! – respondeu o Diretor!
24
Dona Márcia jogou-se, novamente, em meus braços e disse: “Não
falei que coração de mãe não se engana? Agora há pouco recebi um
telefonema de uma mulher que se diz amante de meu marido. Disse que
está com a Stefânia e que, se eu me meter a besta e avisar a polícia, ela
mata minha filha! O que vai ser de mim? Disse também para que aguarde
um novo contato, e dirá o que será preciso fazer nas próximas horas!...”
(IN: FERREIRA, Maria da Conceição M., O sequestro, Narrativa de Vida,
DRE – Santo Amaro, EMEF “Pereira Carneiro, Conde” ,2010)
“ Ternamente despótica, essa mulher fazia cumprir suas leis em
casa: entre um safanão e um afago, me fez conhecer as primeiras letras e
com elas a liberdade para ler seus manuais de costura, zelosamente
guardados dos dedos infantis. A tabuada ficava para os domingos, os
livros da escola para todas as tardes, depois do almoço. Sobrava o sonho
da noite e, com ele, lobos e princesas que duelavam para saber quanto
era sete vezes oito...” (IN:SANTOS,Caroline C.S.dos,Sherazades, Narrativa
de Vida, DRE – Santo Amaro, EMEF “Bernardo O’Higgins”, 2010)
Chegar ao nosso objetivo – um registro institucional escrito com
qualidade e que reflita, de fato, o que ocorre nos diferentes segmentos da
escola – a partir da utilização da dupla conceitualização, foi o caminho por
nós escolhido. O contraponto, ou seja, a comparação com o registro
institucional realizado nas e pelas escolas pode, desta forma, ficar mais
claro para o grupo de participantes desta formação e ser desenvolvido,
qualitativamente, em cada escola sob nossa coordenação.
Finalizando esta breve exposição, afirmamos que, com a adoção
destes procedimentos, pudemos nos deparar, ao longo do ano, com
excelentes escritores, antes, por nós desconhecidos.
Profª. Marta Leonor Silva Pincigher Pacheco Vieira
25
INTERAÇÕES SOCIAIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA (PARA QUÊ?)
Quando os meios de comunicação divulgam resultados de avaliações
institucionais, promovidas por órgãos públicos de educação, o desempenho dos
alunos em matemática causa mal estar entre educadores, gestores, alunos e suas
famílias. Junto com esses índices surge, na sociedade, o debate sobre as causas e
os responsáveis por estes resultados.
Esse não é um debate recente, as chamadas “dificuldades de
aprendizagem” vêm sendo abordadas por pesquisadores ao longo das últimas
décadas. Observamos significativa ampliação de estudos que tratam de
diferentes aspectos relativos ao ensino-aprendizagem de matemática, na busca
de aportes teóricos e metodológicos que contribuam para uma aprendizagem
mais efetiva.
Dentre as diversas formas de compreensão, destacamos pesquisas
sobre o importante papel que o contexto social e relacional tem no desempenho
dos alunos. Hübner (2010) estudou o papel das interações sociais no processo de
resolução de problemas matemáticos com alunos do Ensino Fundamental em
situações reais de sala de aula, e aponta que as interações sociais revelam ser um
elemento facilitador na apreensão de conhecimentos e na aquisição de
competências matemáticas. As interações sociais estão sendo estudadas
recorrendo-se a uma análise profunda dos mecanismos nela envolvidos, com
atenção especial aos fatores psicossociais que explicam as suas potencialidades
na promoção de atitudes mais positivas e proativas na aprendizagem da
matemática e na promoção do sucesso escolar.
Realizar tarefas em pequenos grupos permite ao aluno expor,
argumentar, criticar e ouvir ideias, bem como colocar questões e discutir
estratégias de resolução. Mas, que tipo de interações os alunos vivenciam nas
aulas de matemática? Segundo Ponte e Serrazina (2000), há dois estilos
fundamentais de aula de matemática:
Num, o professor introduz os conceitos e o conhecimento matemático na sua forma acabada e os alunos têm essencialmente um papel de receptores de informação. Noutro, o saber é construído pelos alunos no decurso da própria atividade, assumindo assim uma participação ativa, e o professor tem essencialmente um papel de organizador e dinamizador da aprendizagem. (pág.111)
Para estes autores, os dois estilos imprimem dinâmicas diferentes às
aulas e estão relacionados às crenças e concepções do professor, da maneira
como ele introduz as diferentes tarefas e apoia os alunos na sua realização.
O jogo como potencializador de interações no ensino de matemática
O jogo é um recurso privilegiado para a promoção de interações sociais
entre alunos. O encanto natural que provoca nas crianças já justificaria a sua
utilização nas aulas de matemática, pois abre um leque de possibilidades de
aprender conceitos, como também, favorece o desenvolvimento da cooperação e
do respeito mútuo entre os alunos (SMOLE, 2001).
As crianças, principalmente nos grandes centros urbanos, estão
perdendo o espaço para brincar e interagir. Os professores, por sua vez,
26
reclamam que os alunos não conseguem se concentrar, são agitados,
desorganizados e desinteressados. Talvez a escola tenha esquecido do
importante papel que as brincadeiras e jogos exerceram no desenvolvimento das
crianças ao longo da história.
Ao jogar o aluno é incentivado a realizar contagens, comparar
quantidades, relacionar, confrontar suas estratégias com as de outros colegas, ou
seja, é incentivado a aprender ideias e procedimentos matemáticos, ampliando o
seu próprio repertório de soluções possíveis para um mesmo problema.
No planejamento de atividades que envolvam jogos, devemos
considerar alguns aspectos: o jogo deve constituir-se num desafio para os alunos;
todos devem estar envolvidos, assim é preciso considerar possíveis adaptações
em função dos conhecimentos do grupo; o jogo deve permitir que as crianças
utilizem diferentes estratégias, estabeleçam planos de ação, descubram
possibilidades e troquem informações; deve desencadear processos de
pensamento para que os alunos avaliem seu próprio desempenho; e, por fim,
prever a reflexão e o registro dos conhecimentos envolvidos no jogo.
Quando propomos uma atividade com jogos partimos do
conhecimento dos alunos e dos novos conteúdos que queremos que aprendam.
Em relação ao ensino das operações básicas, como identificar o repertório de
cálculo dos alunos? Quais jogos propor? Com que regularidade? Não são poucos
os desafios ao pensarmos as aulas de matemática na perspectiva do conceito da
Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, faz-se necessário um olhar
investigativo sobre os saberes da turma e sobre o que cada aluno sabe
individualmente.
Por exemplo, quando as crianças utilizam com eficiência a contagem
de um em um para resolver diferentes situações que envolvam somas e
subtrações, interessa-nos desenvolver um trabalho que auxilie na memorização
de fatos básicos da adição/subtração, ou seja, se as crianças, ao calcularem o
resultado de 5 + 4, estendem cinco dedos em uma mão e quatro em outra e
contam tudo para dar o resultado, queremos agora que digam “5 + 4 = 9” -
resultado já memorizado. Segundo PARRA (2001), os jogos utilizados em função
do cálculo mental podem servir de estímulo à memorização ou para aumentar o
domínio de determinados cálculos.
Podemos oferecer jogos em que procedimentos de contagem de um
em um ou de sobrecontagem se revelem pouco econômicos e discutir recursos
de cálculo por agrupamento, como os jogos que envolvem somas com dezenas
exatas. Enfim, o jogo deve ser planejado para que as crianças aprendam o que
ainda não sabem.
O trabalho em pequenos grupos permite ao aluno ouvir, expor,
argumentar e criticar. Ele pode arriscar-se na exposição de pontos de vista e
negociar significados. Ao verbalizarem os seus pensamentos, explicarem ou
justificarem as suas soluções, os alunos têm a oportunidade de
reconceitualizarem um problema e alargarem a sua estrutura conceitual,
incorporando métodos de solução alternativos.
A seguir, o conhecimento produzido nos pequenos grupos deverá ser
debatido por toda a classe. Nesta etapa de trabalho se desenvolvem a
argumentação sobre o problema, a comparação e validação de ideias e
27
procedimentos. Os conhecimentos dos alunos podem ser ampliados com o
objetivo de encontrar melhores soluções.
Os alunos trabalham diante de uma situação nova, utilizando o que
sabem e ao vencerem os obstáculos produzem conhecimentos que não são, por
vezes, reconhecidos como válidos em outros contextos. Por exemplo, ao
utilizarem a sobrecontagem para descobrirem os pontos no jogo de dados,
podem não reconhecer que este procedimento é útil em outras situações em que
precisem contar. Cabe ao professor discutir e explicitar que “ali” há algo novo,
importante, para ser recordado e utilizado em outras situações.
Todavia, não basta os alunos se encontrarem sentados lado a lado na
sala de aula para que tenham melhor desempenho escolar. Nas aulas de
matemática, o professor tem papel fundamental na promoção das interações
sociais, reconhecendo seu potencial na aprendizagem. É necessário definir
critérios para agrupar os alunos, propor tarefas que estimulem a interação e gerir
possíveis conflitos. É preciso reconhecer o que os alunos já sabem, propor os
jogos para ensinar/ampliar conceitos e procedimentos matemáticos, explicitar os
conhecimentos construídos e sistematizá-los para que possam ser utilizados em
outros contextos de resolução de problemas.
Considerando que o jogo pode se constituir em uma estratégia
metodológica para o enfrentamento dos desafios que hoje se apresentam no
ensino e na aprendizagem de matemática, no ano de 2011, nas formações de
coordenadores pedagógicos, analisamos sequências de atividades que utilizavam
os jogos para desenvolver o repertório de cálculo (adição, subtração,
multiplicação e divisão) com números naturais. A discussão do grupo sobre este
tema possibilitou a elaboração de pautas de formação que seriam desenvolvidas
nos horários coletivos de formação de professores, para os coordenadores
pedagógicos abordarem a gestão pedagógica de atividades com jogos, como
forma de favorecer a aprendizagem de conceitos e procedimentos matemáticos
de forma mais significativa, por meio das interações sociais que eles
potencializam.
Prof.ª Linéia Ruiz Trivilin
Bibliografia:
HÜBNER, M. C. S. Educação matemática: processo de resolução de problemas no contexto escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Passo Fundo, 2010. Orientação: Profª. Drª. Neiva Ignês Grando.
PARRA, C.. Cálculo mental na escola Primária. In: PARRA, Cecília; SAIZ Irmã; [et al] (Org.). Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas. Tradução por Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. p. 186-235.
PONTE, J. P.; SERRAZINA, M. L. Didáctica da matemática do Ciclo I. Lisboa: Ed. Universidade Aberta, 2000. SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; CANDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Artmed Editora. Coleção Matemática de 0 a 6, Vol.1, 2001.
28
AÇÕES DE FORMAÇÃO DO CICLO II DOS ÚLTIMOS ANOS
No documento da Secretaria Municipal de Educação: “Educação – Fazer
e aprender na cidade de São Paulo”, 2008, página 57, podemos encontrar uma
apresentação das concepções que embasam o Programa de Orientação
Curricular do Ensino Fundamental:
“... Na perspectiva do letramento, o processo de aquisição e
desenvolvimento da leitura e da escrita, mesmo quando bem
sucedido, não se esgota no Ciclo I, mas prolonga-se por toda a
vida.”
Além disso:
“ ...a leitura e a escrita perpassam a construção de conhecimento
em todas as áreas e seu trabalho transversal se justifica porque o
conteúdo e a forma de um texto são indissociáveis e, não raro,
a compreensão de um supõe o entendimento do outro...
Assim, tomar a leitura e a escrita como um compromisso de
todas as áreas é criar condições para que as demais
aprendizagens possam se dar.”
Em 2006 foi elaborada uma proposta de se investir no aprimoramento
da leitura e da escrita dos alunos do Ciclo II.
Inicialmente, houve a publicação do “Referencial de expectativas para o
desenvolvimento da competência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino
Fundamental”, 2006, pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e, em
seguida, os Referenciais de expectativas para o desenvolvimento da competência
leitora e escritora do ciclo II do Ensino Fundamental das diferentes áreas do
conhecimento.
Em 2007 foram publicadas as “Orientações curriculares - proposição de
expectativas de aprendizagem” e em 2010 os “Cadernos de apoio e
aprendizagem”, de Língua Portuguesa e Matemática.
Iniciamos, em 2006, na DRE Santo Amaro/SME um percurso de
formação e acompanhamento, tendo como objetivo fornecer subsídios para
ampliar as competências leitora e escritora dos alunos do ciclo II, com o
desenvolvimento das seguintes ações:
2006 e 2007 Formação de coordenadores pedagógicos, na DRE, com a
assessoria, em SME, da prof.ª Maria José Nóbrega;
2006 Formação dos grupos de referência, com professores das
diferentes áreas do conhecimento, com o objetivo de auxiliar na
construção do material das Orientações Curriculares
2007 Projeto 77 escolas ( Aprender os padrões da linguagem escrita de
modo reflexivo) Projeto aplicado em 77 escolas da SME consideradas
prioritárias, tendo em vista a necessidade de um apoio pedagógico para
os alunos que estavam iniciando o ciclo II - Formação em SME, de
professores dos 1º anos do ciclo II , com foco na escrita;
2008 “Sala dos professores” : constituição de grupos de trabalho por
área do conhecimento, com professores das unidade educacionais da
DRE, para estudo dos “Referenciais de expectativas para o
desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino
fundamental, 2006;
29
2008 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos, com
assessores de SME, um por mês, por área do conhecimento, para
implementação dos “Referenciais de expectativas para o
desenvolvimento da competência leitora e escritora no ciclo II do ensino
Fundamental, 2006”;
2009 - Formação na DRESA de coordenadores pedagógicos para a
implementação das “Orientações curriculares - proposição de
expectativas de aprendizagem, 2007”, com a parceria de especialistas
das áreas.
2009 Seminário de professores por área do conhecimento: estudo das
Orientações Curriculares, com assessores da SME.
2009, 2010 e 2011 Formação para professores em horário coletivo (JEIF)
nas escolas prioritárias, com assessores contratados pela DRE e com
formadores de DOT-P/DRESA;
2009, 2010 e 2011 Formação dos professores que atuavam nas Salas de
apoio pedagógico (SAP) (com ações, prioritariamente no ciclo II)
2010 e 2011
Formação de coordenadores pedagógicos – Implementação dos
”Cadernos de Apoio e Aprendizagem, e Língua Portuguesa e
Matemática”;
Curso, com convocação, para professores das áreas de Língua
Portuguesa e Matemática (um professor por unidade educacional)
para implementação dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem de
Língua Portuguesa e Matemática;
2011
Formação de coordenadores pedagógicos;
Cursos, com convocação, para professores de Língua Portuguesa e
Matemática para implementação dos Cadernos de apoio e
aprendizagem;
Cursos optativos para professores promovidos por SME nas
diferentes áreas do conhecimento;
Cursos para professores de recuperação paralela de
Língua Portuguesa e Matemática.
Seminário para coordenadores pedagógicos - implementação do
Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com
Deficiência ( RAADI CII).
As formações dos coordenadores e dos professores possibilitaram uma
interlocução entre estes dois segmentos, com vistas em ações desenvolvidas em
sala de aula, possibilitando uma articulação do programa de SME com o projeto
pedagógico das escolas e os avanços no processo de ensino e aprendizagens.
Na 1ª parte dos cadernos de Orientações Curriculares - Proposição de
Expectativas de aprendizagem, SME/DOT, 2007, encontramos indícios para a
realização dessa articulação:
“Na elaboração de seu projeto, cada escola parte da consideração
da realidade, da situação em que a escola se encontra, para
confrontá-la com o que deseja e necessita construir. Essa
“idealização” não significa algo que não possa ser realizado, mas
algo que ainda não foi realizado; caracterizando um processo
necessariamente dinâmico e contínuo.
Elementos constitutivos do projeto pedagógico da escola, como
registro de sua trajetória histórica, dados sobre a comunidade em
30
que se insere avaliações diagnósticas dos resultados de anos
anteriores relativas aos projetos desenvolvidos pela escola e aos
processos de ensino e aprendizagem são importantes para o
estabelecimento desse confronto entre o que já foi conquistado e
o que ainda precisa ser.”
Para aproximar as reflexões realizadas nos cursos de formação
com a prática de sala de aula, nas reuniões de coordenadores pedagógicos
de 2011, convidamos mensalmente professores das diferentes áreas para
que eles pudessem socializar suas boas práticas e, em seguida, houvesse
uma articulação entre a prática apresentada e as concepções indicadas
nas Orientações Curriculares de cada área do conhecimento.
Foram também apresentadas pelas regentes das formações
continuadas dos coordenadores pedagógicos atividades dos cadernos de
apoio, com os subsídios teóricos nos quais eles se baseiam,
complementando ainda esse estudo, com o recurso dos vídeos que
acompanham os cadernos.
Nos momentos de troca de suas práticas, os coordenadores
puderam pensar sobre as características comuns entre as escolas e as
características peculiares de sua realidade.
O tema “Convivência escolar” foi desenvolvido principalmente
nos anos 2010 e 2011, dando-se ênfase às características dos pré-
adolescentes e adolescentes dos dias atuais e relacionando seus perfis
com as ações mais efetivas em sala de aula, para que pudéssemos atender
esses alunos, de tal forma que eles valorizassem o papel da escola em sua
formação, privilegiando-a como lugar de aprendizagem. Durante esse
percurso, houve estudos de textos sobre esse tema, troca de experiências
de sucesso nas escolas e encaminhamentos para reflexões junto aos
professores, sobre as estratégias mais adequadas para o desenvolvimento
das aulas com alunos dessa faixa etária.
Durante os períodos de planejamentos, foi dado um destaque
especial na construção dos Planos de Ensino, tendo em vista a proposição
de expectativas de aprendizagem apresentadas nas Orientações
Curriculares de SME, com a elaboração de roteiros para os planos, que
indicassem os pontos de convergência da proposta, respeitando-se a
diversidade das unidades educacionais.
Com a reorganização das ações de recuperação paralela, houve
também a necessidade de que os coordenadores pedagógicos tomassem
conhecimento das concepções que embasam os cadernos de recuperação,
tanto de Língua Portuguesa como de Matemática, que foram
apresentadas em nossas reuniões.
Durante todos esses anos de formação, as análises das avaliações
internas e externas foram temas de reflexão, com o propósito de se
estabelecer um diagnóstico, na medida em que trouxeram indícios dos
avanços e dificuldades encontradas pelos alunos e encaminhamentos de
ações necessárias de formação. Durante as formações, houve também a
preocupação de se estabelecer vínculos entre o trabalho de sala de aula
com os professores de Sala de Leitura, com os de Informática educativa,
com os de Recuperação paralela e com os educadores do “Centro de
formação e acompanhamento à inclusão” (CEFAI) da Diretoria Regional de
Educação de Santo amaro.
Prof.ª Ana Maria Gonçalves Pravadelli
31
32
RESGATE DA IDENTIDADE: O PAPEL DE CADA UM – ALUNO / EDUCADOR / FAMÍLIA
CEI Jardim Cupecê
Escolhemos o tema “Resgate da identidade: o papel de cada
um – aluno / educador / família” para compor o livro da DRESA –
2012 porque este foi o eixo principal do Projeto Pedagógico de
2011, o “fio condutor” de todas as atividades que realizamos no
decorrer do ano letivo.
Objetivos:
O principal objetivo da dupla gestora ao desenvolver este
tema foi resgatar a importância do papel de cada um no cotidiano
do CEI, de forma a contemplar não só as expectativas da
comunidade educativa como também garantir desafios
pedagógicos significativos aos nossos alunos. Este tema começou a
surgir no cenário pedagógico do CEI Jardim Cupecê já em meados
de 2010, despontando como prioridade a partir do levantamento
das expectativas dos educadores acerca do trabalho que seria
realizado em 2011.
Período de realização do Projeto: Durante todo o ano letivo de
2011.
Desenvolvimento do Projeto:
Considerando que o trabalho pedagógico desenvolvido no
CEI Jardim Cupecê vem demonstrando, ano após ano, uma cadência
temática capaz de não estancar o trabalho findo cada ano letivo,
podemos dizer que o tema em questão não surgiu
momentaneamente, num momento pedagógico inspirador, mas
sim, é o resultado do crescente movimento da práxis pedagógica
desenvolvida neste CEI nos últimos anos. Por isso, a temática
“identidade” vem sendo alvo dos nossos estudos e base para a
organização dos projetos pedagógicos desenvolvidos.
A partir do 2º semestre de 2010, este tema foi abordado
com mais veemência, visto que nossos professores apontavam a
necessidade de maior investimento no desenvolvimento da
autonomia das crianças, pois ao longo dos anos este CEI passou,
cada vez mais, a atender crianças de menor faixa etária (houve
época em que as crianças permaneciam neste CEI até a época em
que completavam 7 anos, sendo encaminhadas diretamente para
as escolas de ensino fundamental). Por isso, a prática pedagógica
33
necessitou de constantes aperfeiçoamentos com relação à
pertinência das propostas para as novas faixas etárias atendidas.
Em contrapartida, os educadores também nos apontavam a
necessidade de se investir no desenvolvimento da linguagem
artística, realizando com as crianças um trabalho para além das
artes plásticas, especialmente por considerarem a expressão
artística um grande propulsor do pensamento simbólico das
crianças, capaz de marcar presença em todas as áreas do
conhecimento.
A equipe gestora, por usa vez, além de considerar todas as
preocupações apontadas por nossos professores, sentia também a
necessidade de aproximar mais os pais do trabalho pedagógico que
é desenvolvido no CEI, principalmente as famílias dos alunos novos.
Por isso, considerando este leque de expectativas, chegamos ao
consenso de que o eixo do Projeto de 2011 teria como foco a
identidade de cada um, partindo do resgate dos diferentes papéis
assumidos por todos no cotidiano escolar, com um olhar peculiar às
potencialidades individuais, especialmente a criatividade artística.
Atividades de releitura de Obras de Arte - Berçário I
A fim de facilitar a visualização do trabalho desenvolvido,
dividiremos esta apresentação em três unidades: ações
desenvolvidas junto aos professores, aos alunos e junto aos pais.
1) Com os Professores:
Como desde 2010 os professores vinham destacando que, em 2011,
o CEI comemoraria 30 anos de funcionamento, este dado se
apresentou de maneira muito forte e significativa. Por isso,
decidimos iniciar o ano com o resgate da identidade dos
educadores que, durante estes 30 anos, fizeram a história do CEI
Jardim Cupecê.
34
a) Pesquisa “Quem somos nós”: a partir desta pesquisa, pudemos
visualizar cada educador, sua formação acadêmica, sua
experiência profissional, sua realidade de vida. Os resultados
foram tabulados e transformados em gráficos, cuja análise foi o
primeiro ponto para resgatarmos a
identidade do CEI.
b) Nesta busca da identidade,
realizamos um trabalho com fotos
dos educadores (desde quando eram
crianças), organizando momentos de
trocas e de relatos de vivências.
Estes relatos se misturaram à história
c) Estudo da história da Arte a partir do resgate da identidade dos
artistas (estudo da bibliografia e da obra): o artista escolhido
pela Coordenadora Pedagógica para iniciar os estudos foi o
pintor Romero Brito por se tratar de um brasileiro renomado e
presente na mídia mundial, cujas
obras são alegres e de fácil leitura.
Assim, pudemos trabalhar a
identidade do artista ao mesmo
tempo em que resgatávamos a
cultura do povo brasileiro.
d) A partir deste artista, fomos
aprofundando o estudo de outros,
do CEI Jd. Cupecê, pois há muitos
professores que, além de iniciarem
Festa de Comemoração dos 30 anos do CEI
sempre procurando “casar” a
biografia de cada um com nossas
sua carreira há 30 anos neste CEI, participaram da luta da
comunidade pela construção e criação de uma creche no bairro
para seus próprios filhos, netos e demais familiares. Foram
momentos de profunda reflexão individual e coletiva, trazendo
à tona a importância do aspecto profissional e do papel de cada
um, bem como a formação dos vínculos ao longo dos anos.
histórias de vida (fotos e relatos das professoras), num “ir e vir”
que pudesse ressignificar a nossa identidade de educador e o
nosso papel junto aos alunos.
e) Relatos de práticas: a rotina de relatos das práticas ao final de
cada mês também favoreceram o fortalecimento dos vínculos e
a busca da identidade do grupo.
35
2) Com os Alunos:
O trabalho com os alunos foi realizado procurando preservar
o protagonismo infantil, partindo do resgate dos
conhecimentos que os alunos já tinham começado a
construir sobre o tema. Por exemplo, para iniciar o trabalho
de Romero Brito com os alunos, as professoras perceberam
o envolvimento que os alunos tinham com o advento do
carnaval e aproveitaram para contextualizar esta festa como
uma expressão da cultura alegre do povo brasileiro, alegria
esta presente (não por acaso) nas obras de Romero Brito. E
para nós, educadores, alunos e familiares do CEI Jardim
Cupecê, foi uma grande satisfação assistir à homenagem
realizada a este pintor no Carnaval do Rio de Janeiro, por
meio do desfile de uma das escolas de samba, já em 2012.
O trabalho com os alunos foi se desenvolvendo da
seguinte forma:
a) Roda de conversa: resgate da identidade de cada artista, conhecendo suas produções e história de vida (elementos mais básicos, adequados a cada faixa etária).
b) Vídeos: trabalho com vídeos diversos onde as crianças puderam interagir com diferentes artistas nos seus mais variados momentos de criação.
c) Trabalhos manuais e com pintura, e organização de exposições permanentes dos trabalhos, atualizadas sistematicamente.
d) Resgate da identidade: a história do nome próprio – relatos de vivências e identidade dos próprios familiares; trabalho com a imagem de cada um e autorretrato (uso de espelhos).
e) Interação com a história dos pais e familiares a partir dos relatos que permearam a comemoração dos 30 anos do CEI Jardim Cupecê.
3) Com os Pais e familiares:
Nosso desafio maior era aproximar a comunidade do
trabalho pedagógico desenvolvido pelos educadores, pois a
acolhida e o trabalho assistencial inerente ao nosso cotidiano já
era bem acompanhado e conhecido por todas as famílias.
Por isso, buscamos envolver os pais em todo o processo.
36
Apresentação teatral na Semana da Criança
a) Estudo da realidade – conhecendo melhor as famílias dos
nossos alunos: para que pudéssemos planejar em que
momentos os pais participariam do trabalho, era necessário
que conhecêssemos melhor suas vivências e expectativas.
Por isso, realizamos uma pesquisa cujos dados também
foram tabulados e transformados em gráficos. A partir da
socialização deste material com os próprios pais,
trabalhamos com eles o tema do Projeto Pedagógico para
2011 e apresentamos as atividades que pretendíamos
realizar e que os envolveria ao longo de todo o ano.
b) Pesquisa com os filhos: origem do nome próprio:
conhecendo a história do nome de cada um – registro
coletivo de pais e filhos.
c) Trabalho com fotos da família: contextualização /
identificação de todos que moram com a criança e o papel
de cada um na relação familiar.
d) Extensão da pesquisa a outros membros da família (avós,
tios ou parentes que moram longe – as crianças trouxeram
dados até de parentes falecidos).
e) Momentos da presença das famílias para garantir o
acompanhamento do projeto (reuniões, visitas constantes
às exposições permanentes, relatos / homenagens feitas
pelos pais por ocasião da Comemoração dos 30 anos do CEI;
comemoração dos aniversários das crianças na escola, bem
como outras datas significativas para as crianças e
comunidade).
f) Biblioteca circulante e registro coletivo.
g) Avaliação periódica dos pais com relação ao trabalho
pedagógico, com registro sistematizado no meio de cada
semestre (e não no final) para que possamos reorganizar a
37
continuidade dos trabalhos. A avaliação é tabulada e os
resultados organizados em exposição para
acompanhamento de todos os pais.
h) Mostra Cultural: momento de conclusão dos trabalhos.
Avaliação:
A avaliação que fazemos do trabalho desenvolvido em 2011 é
muito positiva, mas vamos destacar os pontos mais significativos:
a) Fortalecimento do vínculo a partir do resgate da identidade
do grupo.
b) Mudança de postura de muitos professores junto às crianças
no cotidiano escolar.
c) Desvelamento de um sentimento de pertença: quem não se
viu como parte da história deste CEI buscou o
fortalecimento dos vínculos, a parceria dos amigos e o
engajamento na proposta pedagógica do CEI. Percebemos
também que surgiu um sentimento de saudosismo em
alguns educadores, chegando a ocorrer a remoção para
outra unidade escolar, demonstrando uma busca às origens
profissionais e pedagógicas (voltar para outro CEI onde se
começou a carreira e assim resgatar laços e fortalecer os
vínculos com sua própria história).
d) Intersecção dos saberes: o grupo mais antigo de educadores
passou a ser mais valorizado pelo grupo mais novo à medida
que resgatamos a história e tudo o que estes educadores já
passaram ao longo destes 30 anos. Em contrapartida, o
grupo mais antigo revisou seu olhar junto aos funcionários
mais novos face o envolvimento de todos no resgate da
história e na valorização – por todos – da comemoração
destes 30 anos.
Aproximação dos pais que demonstram hoje fazer parte da
nossa equipe (as ações cotidianas revelam cumplicidade com a
escola).
Em 2012, continuaremos na perseverança da valorização da
parceria escola/ família, destacando sempre que a interferência dos
pais no nosso cotidiano é positiva e só tem a contribuir com nosso
trabalho.
Autoras: Equipe Gestora
Diretora: Sonia Aparecida Marcon de Barros
Coordenadora Pedagógica: Jaqueline Aparecia M. do Espírito Santo
38
GESTÃO PARTICIPATIVA
EMEF Mário Schonberg, Prof.
Os índices avaliativos de anos anteriores nos exigiram reflexão,
sistematização e tomada de decisões para o ano de 2011. Diante a
superação de tantos desafios, definimos como meta o investimento
em ações para uma educação significativa.
Acreditamos, enquanto gestores, na efetiva participação e
envolvimento de todos no processo educativo de nossas crianças e
jovens, potencializando ainda mais a parceria entre família e escola.
Apurar a escuta, valorizar as ações e atuar junto aos professores e
alunos são nossos princípios enquanto Projeto Pedagógico, e
consequentemente zelar por um ambiente favorável à
implementação do Programa Ler e Escrever - prioridade na escola
municipal onde pedagogicamente atuamos em parceria aos
formadores de DOT- Pedagógico e assessores da SME/DRESA.
Após avaliação, o coletivo da escola fez um levantamento das
prioridades para 2011, enfocando mudanças no cotidiano da escola
em todos os seus segmentos. Necessário foi situar a escola neste
novo milênio em toda sua real importância, fazendo assim,
efetivamente, diferença para toda a comunidade escolar.
DESENVOLVIMENTO
O trabalho realizado na EMEF Mário Schonberg, Prof., ocorreu em
diferentes instâncias e mobilizou a equipe como um todo,
envolvendo diretor, supervisor, coordenadores pedagógicos,
assistentes de direção, professores, ATE, estagiários e toda
comunidade escolar.
É importante ressaltar a contribuição de cada um destes segmentos
para que se possa compreender o percurso que transformou o
modo como a escola era vista.
A equipe gestora permaneceu a mesma por dois anos e durante
este período reunia-se com frequência para discutir assuntos
relevantes que envolviam tomadas
de decisões conjuntas. A postura de cada membro era sempre de
levar adiante as decisões tomadas conjuntamente.
39
Mostra Literária – Participação da Comunidade
Situações de depredação, evasão e agressividade dos alunos foram
fortemente combatidas por meio da busca pelo envolvimento dos
pais e responsáveis, sensibilizando-os para a participação na vida
escolar dos filhos e colocando a escola como parceira para a
resolução dos problemas. Além disso, lançamos mão da parceria
com a DRESA para implementar ações do projeto “Convívio
Escolar”, oportunizando momentos de escuta dos alunos e
reflexões sobre seus atos. Este interesse em conhecê-los trouxe o
fortalecimento de vínculos.
Paralelamente, a coordenação pedagógica e os professores
realizaram um trabalho para envolver os alunos e demais membros
da comunidade com o intuito de resgatar a autoestima e o respeito
pelo espaço escolar, dentre eles Projeto Enturmando, PROERD,
Jovens Construindo Cidadania (os dois últimos em parceria com a
Polícia Militar), Práticas Esportivas, Projeto Musicando, Jardinagem,
entre outros. Nesta etapa, muitos projetos se destacaram e a
postura dos alunos e comunidade mudou: eles passaram a
permanecer na escola, participar de eventos, levar seus familiares
para prestigiá-los e isso valorizou a visão que todos tinham da
unidade educacional.
Quanto ao desenvolvimento do trabalho pedagógico, houve
sistematização das formações dos Projetos Especiais de Ação - PEA
Projeto Musicando – Valorizando a participação dos alunos
40
- contemplando a elaboração de projetos, sequências didáticas,
estudo de casos e tematizações, de modo a garantir a
implementação do Programa Ler e Escrever – prioridade na escola
municipal. Tanto nos horários coletivos, como os horários
individuais para os que não participavam do PEA, além de Reuniões
Apresentação do Teatro de Leitores
e Jornadas Pedagógicas eram pautadas na melhoria da proficiência
leitora e escritora dos alunos, no estudo dos resultados das
sondagens e das provas externas e na discussão sobre o
desenvolvimento de habilidades dos alunos. Realizamos a
organização Letiva em projetos semestrais, primeiro semestre meio
ambiente, e segundo semestre Africanidade. Dentro das diversas
disciplinas, os professores foram planejando práticas a contemplar
o estudo da temática com recursos da diversificação de gêneros
textuais.
Houve também uma preocupação em ampliar a participação dos
alunos em eventos culturais, uma vez que a comunidade não
dispunha de recursos ou espaços de lazer e cultura. Sendo assim,
foram ampliadas as propostas de visitas pedagógicas à museus,
exposições, cinema, teatro, participação em campeonatos,
concursos de redação e de
Teatro no Pátio – Projeto de Arte articulado ao “Ler e Escrever”
41
bolsas de estudo e organizados eventos internos para
apresentações musicais, teatrais e mostras dos trabalhos
desenvolvidos durante o ano.
Com a demanda por melhores espaços para atendimento aos
alunos, foram investidos recursos financeiros para equipar as salas
de leitura, artes, informática, refeitório, biblioteca, pátio, criação de
espaços de lazer para as séries iniciais (casinha de bonecas e pátio
externo para brincadeiras), melhoria no acesso aos alunos,
comunidade e funcionários da escola.
AVALIAÇÃO
Com toda esta mudança, pais alunos e funcionários da escola
passaram a valorizar o espaço escolar. A convivência melhorou e
consequentemente os resultados pedagógicos acompanharam esta
evolução.
No entanto, ainda há muito o que fazer. É preciso garantir a
continuidade das ações e o acompanhamento sistemático do
trabalho pedagógico.
Direção: Regina Conceição Alexandre Silva,
Ana Lúcia da Silva e Josemir Pedro de Souza
Coordenação Pedagógica: Eneida Cristina de Faria Lário,
Fernanda Carvalho Hashizume Demori
42
EMEF “Pereira Carneiro, Conde”
GESTÃO EDUCACIONAL
“Uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade. A “cara da escola” decorre da ação conjunta de todos esses elementos.
(LUCKESI, 2007,p.15)
Nosso dia começa às 6h, quando a Equipe de limpeza chega
para os retoques finais em salas, corredores, banheiros e jardim,
para que a escola esteja pronta para receber seus alunos.
Assistentes, Coordenadores, ATE, Secretaria, Professores e
Segurança completam a organização, para receber os alunos do
primeiro período. Os Assistentes organizam a entrada, com um
horário em mãos, só para fazerem a última conferência da presença
de todos os professores. E como sempre, assim que o sinal nos
avisa, todos a postos, para mais um dia de aula.
Para chegar nesse estágio de bom funcionamento, de consciência e
compromisso profissional, não podemos esquecer que existe uma
coordenação, uma direção presente e competente. O Diretor de
Escola é responsável por tudo que acontece em sua Unidade
Educacional, portanto, é compreensível que nada fique fora da sua
visão, do seu conhecimento e parecer. Delegar bem é uma
habilidade estratégica dos gestores que sabem que nada pode ser
feito sem uma equipe competente, com professores motivados e
comunidade confiante no seu trabalho.
No caso específico da EMEF “Pereira Carneiro, Conde” são anos de
trabalho, de busca de parceria com a comunidade para trazê-la
para dentro dos muros da escola. Sabemos que uma escola só
cresce se tiver a confiança, a credibilidade e o aval daqueles a quem
servimos. Os funcionários são muito bem orientados a respeito da
importância da presença desta comunidade e da boa educação e
cortesia com que todos devem ser tratados. Acreditamos que esse
bom relacionamento seja um dos pontos fortes de nossa escola.
43
Olhar os muros externos pintados a cada dois anos, e mantidos em
excelente conservação, o uso das duas quadras nos finais de
semana, sem prejuízo ou danos para a escola, é a prova - mais que
consistente- de que estamos no caminho certo.
Escola bonita é fundamental para que todos fiquem bem em
seu interior. Salas limpas e arejadas, cortinas com cores variadas,
banheiros asseados, pintura impecável nas paredes e jardim bem
cuidado já é marca constante da escola, sempre sob o olhar da
Direção e da Comunidade presentes.
Nas reuniões dos colegiados - Conselho de Escola e
Associação de Pais e Mestres - são apresentadas as prestações de
contas das verbas recebidas e de maneira foram gastas (são
apresentadas as notas fiscais e os três orçamentos diferentes).
Nessas reuniões, são discutidas também as prioridades da escola,
visando sempre à uma escola de qualidade em todos os aspectos.
O trabalho realizado é o foco de atenção de toda a Equipe
Gestora. A Direção acompanha desde a elaboração da Sondagem
de Leitura e Escrita, até o seu resultado, assim como os
encaminhamentos sobre sua análise. Não mede esforços para que a
escola tenha tudo que necessita, para caminhar e alcançar suas
metas. Nas reuniões semanais com sua equipe, de pauta pronta,
analisa as ações realizadas ao longo da semana e programa as
prioridades para a próxima; orienta para que todos tenham a
mesma postura, que toda equipe saiba, exatamente, o que está
acontecendo no seu interior e que cada um realize suas funções
com competência, responsabilidade e compromisso.
A função da escola é a inserção social de pessoas que atuem
com autonomia, conhecimento e ciência do seu papel. Esse é o
foco do trabalho pedagógico realizado pela Direção, Coordenação,
Professores e toda Equipe de Apoio.
A atuação da Equipe Gestora é essencial para orientar e
trabalhar junto aos professores, todos os aspectos ligados ao
processo pedagógico, e às relações de convivência. Neste sentido,
também é essencial conhecermos a comunidade escolar a quem
servimos, para que possamos trabalhar com clareza, aspectos que a
incluam dentro dos muros da escola; para isto, em intervalos de
dois anos, fazemos uma coleta de dados com as famílias para
sabermos sobre: origem, poder aquisitivo, nível cultural, hábitos
familiares e de estudo, agrupamento familiar, sonhos, expectativa
de futuro.
44
A tabulação e a sistematização dos resultados do ano
anterior, somados aos estudos dos casos de alunos com
necessidades educacionais especiais, são o ponto de partida do
nosso trabalho, na Jornada de Organização Inicial da Unidade
Escolar. A síntese da avaliação final, realizada pelos professores,
na qual são levadas em consideração as questões pedagógicas e
humanas, também é apresentada, nesse momento.
Com esses dados em mãos, nasce o Projeto Pedagógico,
com dados da síntese da realidade, que permeia nosso fazer
pedagógico. Como fazer acontecer, com eficácia, tantas propostas
de acertos, planejamentos e evolução contínua do trabalho
pedagógico? Nesse momento, toma vida o Projeto Especial de Ação
- PEA. É fundamental que ele exista, para fazer acontecer todas as
ações que nos permitam alcançar nossas metas com sucesso.
A função da Equipe Gestora - em consonância com as
orientações da Secretaria Municipal de Educação - contribui para a
implementação dos Programas Institucionais. A parceria da nossa
Unidade Educacional com a Diretoria de Orientação Técnico-
Pedagógica, da DRE - Santo Amaro viabiliza as ações desenvolvidas,
como um todo. As demandas apresentadas pela SME/DRE, produto
de reflexão nos horários de estudo, permite que o aspecto
pedagógico, das atividades realizadas nos espaços de
aprendizagens, esteja sempre presente. É necessário um rigoroso
planejamento dos encontros nos horários coletivos, para que
possamos estudar muito e encontrar saídas para as dificuldades
naturais do dia a dia. Como alcançar todo corpo docente, se um
número razoável de professores não participa dos horários
coletivos? Na correria diária buscamos esses professores em suas
Horas de Trabalho Individual - H.I. - e procuramos mantê-los
informados sobre todos os movimentos existentes, visto que o
Projeto Pedagógico e o PEA foram organizados por todos e para
todos.
São realizadas Sondagens de Leitura e de Escrita bimestrais
abarcando desde o primeiro ano do Ensino Fundamental de 9 anos.
O planejamento e o replanejamento são realizados após cada
verificação de aprendizagem; um registro coerente é feito nos
diários, inclusive o que aponta o caminhar das recuperações
contínua e paralela. Essa orientação tem seu início em fevereiro,
nos dias de organização inicial da escola. Analisar os resultados
obtidos pelos alunos, no final do ano letivo, e compará-los com as
45
avaliações externas, é um momento muito esperado por todos. Já
não é mais surpresa para o Corpo Docente, a constatação que esses
resultados são idênticos. As avaliações externas e internas
detectam os mesmos problemas e é, justamente sobre esses, que
voltamos nossas atenções. Nos encontros iniciais e nas formações
subsequentes, orientamos como o professor deve abordar o
assunto para que o aluno avance no seu conhecimento e supere os
déficits aferidos nas avaliações. Esses resultados são esperados por
todos, com ansiedade, pois passou a ser um termômetro do nosso
fazer pedagógico.
Sempre alcançar a meta do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica – IDEB também é um objetivo claro para todos.
Graças a esse trabalho empenhado de cada educador, nos últimos
anos conseguimos alcançar as metas estabelecidas e superá-las. O
incentivo aos professores, para que busquem sua própria superação
e não fiquem na zona de conforto, e com isto, garantam boas aulas,
é uma constante nas formações, nos horários coletivos e nas
orientações feitas nas horas individuais. Os professores esperam
pelo momento em que a Coordenação vá assistir às suas aulas,
valendo-se do roteiro de observação. Alguns educadores até
solicitam esta presença, considerando que a devolutiva é
prontamente feita em particular, e que as contribuições são
pertinentes e de grande valia para o enriquecimento da aula. A
implantação de espaços diferenciados, como Brinquedoteca,
Parquinho, Laboratório de Ciências e de Matemática, demonstram
o cuidado da escola em apresentar possibilidades de construção de
aprendizagens. Além desses espaços, a escola incentiva o docente
para que procure, em espaços externos à escola - como teatros,
cinemas, museus, exposições e outros - ampliar oportunidades de
novos conhecimentos aos alunos.
Procuramos receber muito bem professores e famílias em
nossa escola. Os pequenos alunos dos primeiros anos entram, para
seu primeiro dia de aula, acompanhados por seus responsáveis e
são recebidos por Fadas, Princesas e muito aconchego, para que se
sintam confortáveis e seguros na sua nova escola. Os pais voltam
satisfeitos para casa, pois sabem que suas crianças ficarão bem e
em mãos de pessoas competentes e responsáveis.
Nossa forma de acolhimento aos estudantes proporciona a
sensação de pertencimento, de fazer parte de um grupo e de um
crescente “querer bem” a esse espaço chamado escola, com
46
características de extensão da família. Eles vão percebendo que
aqui, o aluno tem voz e é ouvido, com respeito. Também observam
que ouvimos e respeitamos professores e todos os demais que
fazem parte desse grupo de educadores. Todos são tratados com
respeito pois acreditamos que o exemplo é o principal fator
constituinte da Educação. Ouvir com respeito, orientar e explicar o
que ocorreu, é fundamental para que o aluno reflita. Não queremos
dizer com isso que nossos alunos são diferentes e que não erram.
Não é isso. Como toda criança e adolescente, eles vivem o
momento de aprendizagem e, entre erros e acertos, vão
construindo o seu eu, motivados e cercados pelos incentivos e
reforços positivos da escola e da família, parceiras neste mesmo
objetivo. Como acontece em qualquer agrupamento humano,
existem as exceções. Fazemos desses desafios motivos para nosso
crescimento e busca de soluções para incluirmos nossos alunos em
um mundo real, em que todos tenham condições para lutar por
uma vida digna, foi e sempre será nossa meta maior.
Erzsebet Schmuck Orui – Diretor
Iara Pucetti - Assistente de Diretor
Rogerio Athayde Barbosa – Assistente de Diretor
Maria Conceição Marques Ferreira – Coordenador Pedagógico
Rosangela Mattos Magro – Coordenador Pedagógico
...Aos poucos, fui constatando que nesta escola o pedagógico corre
nas veias de todos que aqui trabalham, começando e partindo, sem
dúvida da Equipe Gestora. Todos os anos, já na recepção e boas
vindas, percebe-se o quanto é pensado, pela equipe uma forma de
receber bem o seu professor, sua matéria prima, tão reconhecido e
valorizado. E o que dizer do acolhimento aos alunos do Primeiro
Ano, regado a Contos de Fadas? A Equipe reconhece que, quando se
recebe bem e se faz questão da presença, dando voz à comunidade,
o retorno acontece.
Professora Anna Fabíola Maranho Tucilho
EMEF “Pereira Carneiro, Conde”
47
DA AÇÃO SUPERVISORA
[...] "aumentar o saber significa aumentar as dúvidas. E a cada resposta, nova pergunta se segue.”
Herman Hesse
A Supervisão Escolar em seu papel de fortalecer o trabalho das
Equipes Escolares e servir de elemento de ligação entre as escolas,
a Diretoria Regional e a Secretaria Municipal de Educação, teve sua
ação facilitada em função do respeito das autoridades locais ao
processo histórico do Grupo de Supervisores, especialmente
mantendo e participando das reuniões semanais de reflexão e
discussão do grupo, possibilitando o trabalho coletivo, a interação e
a parceria entre as diversas Diretorias e Divisões da DRE.
Por sua vez, a autogestão do grupo em relação à estruturação de
seu trabalho, incluindo a organização e escolha de setores de
Supervisão, além da criação de frentes de trabalho, possibilitou a
parceria com as escolas, assim como intervenções qualificadas,
necessárias a assegurar que os espaços e as atividades
administrativas estivessem a serviço do trabalho pedagógico e da
valorização dos profissionais da escola.
Na organização do trabalho, o Grupo de Supervisores esteve atento
não só à melhoria da qualidade de educação das escolas
pertencentes à rede municipal, mas também com todas as que
integram o Sistema de Ensino. Além disso, assegurou envolvimento
da Supervisão nas diversas frentes de trabalho que apóiam os
Projetos Pedagógicos das unidades escolares como:
.condução das formações das Equipes Gestoras das Escolas de
Educação infantil; dos profissionais de apoio escolar , do Grupo do
Convívio Escolar, entre outros;
.participação nas formações desenvolvidas por DOTP;
.participação efetiva em reuniões promovidas por SME/DOT;
.autorização de funcionamento das escolas particulares e dos
Centros de Educação Infantis conveniados e indiretos que estavam
em processo, garantindo um trabalho de acompanhamento e
orientações articulados com outros setores da DRE. Hoje, dos
setenta e seis CEI conveniados e indiretos , sessenta e sete
48
obtiveram autorização de funcionamento ; das oitenta e três
escolas particulares , setenta e seis estão autorizadas nos termos da
legislação vigente:
.implementação das políticas de SME através da mediação no que
se refere à ampliação de vagas na Educação Infantil por meio da
reorganização e otimização dos espaços e ampliação de convênios,
o que gerou um significativo aumento de crianças atendidas;
.promoção de estudos e reuniões com as equipes Gestoras e
Comunidade escolar para a ampliação do número de escolas com
dois turnos diurnos e por conseqüência ampliação da jornada
discente;
.acompanhamento e monitoramento dos Programas Ler e Escrever
e Inclui;
.incentivo e acompanhamento na implantação do Programa
Ampliar.
Um aspecto que merece também destaque por ter assegurada a
coesão do grupo na condução dos trabalhos com as escolas, foi a
elaboração de pautas comuns, em consenso, nas reuniões semanais
com vistas a atingir o cumprimento das metas de acesso,
permanência e melhoria da qualidade de ensino.
Outro aspecto que destacamos é a sistemática de comunicação
estabelecida pela Equipe DRE, permitindo a transmissão de
informes em tempo real, facilitando o trabalho em loco. .
É certo que há desafios a serem superados, pois a complexidade da
ação supervisora exige formações teórico-práticas específicas,
revisitação de práticas, avaliações sistemáticas de trabalho e
continuidade de momentos de reflexão.
O grupo em face aos resultados já atingidos espera que o porvir
assegure o respeito aos Supervisores Escolares e ao seu trabalho
Ação Supervisora - visita na EMEF Profª Maria Lúcia dos Santos
Acompanhamento do Self-Service em 16/05/12
49
CONVÍVIO ESCOLAR
Programa “Convivência Escolar”
A preocupação com as relações interpessoais, no cotidiano
escolar, e a necessidade de se traçar novos caminhos que atendam
à dinâmica da diversidade em todos os aspecto da pessoa humana,
hoje posta dentro das Unidades Educacionais, muitas vezes fonte
de conflitos e até mesmo de violência, interferindo na
aprendizagem dos alunos, criando dificuldades e problemas para
todos os envolvidos no processo educativo, levou a Secretaria
Municipal de Educação, no início de 2011, a promover o Programa
“Convivência Escolar”, tendo como proposta criar uma nova
dinâmica para além da promoção e prevenção de situações de
conflito, estabelecendo também estratégias de intervenção a
serem efetivadas, em conjunto, com órgãos e instituições
específicos , especialmente os da rede local.
Com os objetivos de: a. reafirmar a escola como espaço
democrático, de exercício da cidadania no processo ensino-
aprendizagem; b. contribuir para a melhoria das relações sociais, do
exercício da convivência e da cooperação no âmbito da Rede
Municipal de Ensino, o Programa “Convivência Escolar” traz à tona
a necessidade de se solicitar o fator emocional em nossas
estratégias pedagógicas, como afirmam Daniel Chabot e Michel
Chabot (Pedagogia Emocional, Sá Editores, 2005,pp 28 e 29). Para
eles: “ ...estamos todos muito impregnados da abordagem cognitiva,
o que faz com que, diante de um aluno apresentando dificuldades
de aprendizagem, questionemos imediatamente suas capacidades
intelectuais ou ainda suas estratégias cognitivas, quando não
nossos próprios métodos pedagógicos.”
Na mesma obra, mais adiante, os autores apontam: A
primeira condição para aprender é sentir-se bem. Isto vale para
toda espécie de aprendizagem porque,...as emoções negativas
afetam todos os nossos processos mentais, desde a atenção mais
elementar até aqueles processos intelectuais e cognitivos mais
complexos.”( p.137)
É importante destacar que a demanda em se trabalhar as relações
interpessoais na escola, surgiu na DRE - Santo Amaro, em 2009, quando
começaram a ser abordados temas referentes a essas questões, em
50
reuniões de formação continuada dos Coordenadores Pedagógicos, que
acompanhavam as ações do ciclo II.
Em 2011, foi constituído um grupo de trabalho da DRE, com
os seguintes educadores: da DOT-P, Ana Maria Gonçalves
Pravadelli; de Projetos Especiais, Graça Aparecida Dias e Elisa Katto;
da Supervisão Escolar, Eliana Aleixo Coli Viotti e Maria Lúcia Vidal e
do Setor Jurídico, Cristiane Voscaboinick, com a finalidade de
implementação do referido programa.
Tendo em vista que o documento preliminar do Programa
fazia referência à formação de grupos de trabalho nas escolas,
constituídos por Assistente de Diretor , um representante do corpo
docente das Unidades Educacionais, Gestor e Coordenador de
Educação dos CEU, promovemos reuniões mensais com estes
profissionais.
Nas reuniões mensais, inicialmente, apresentamos a versão
preliminar do documento, depois passamos a trabalhar com a
reflexão sobre temas relevantes para o grupo, a partir de avaliação
diagnóstica: 1. Estudo do perfil dos alunos nos dias de hoje; 2.
reflexões sobre o papel da escola como agente educador; 3.
Educação e Valores; 4. Estatuto da Criança e do Adolescente; 5.
Bullying. O vídeo “Família, escola e cidadania”, do professor Mario
Sergio Cortella, constitui-se como subsídio para este estudo.
Na tentativa de fortalecer a rede local, trouxemos como
participantes, nas reuniões mensais: um articulador da Plataforma
de Centros Urbanos do Jabaquara que esclareceu como são
organizadas as parcerias e a importância do trabalho com o
protagonismo infanto-juvenil; um membro do Conselho Tutelar do
Jabaquara que informou sobre o âmbito de atuação do Conselho e
parcerias possíveis com as Unidades Educacionais. Além disso,
trabalhamos dinâmicas de grupo para mapeamento dos recursos
existentes nas microrregiões e socialização de ações desenvolvidas
nas escolas.
Por fim, a partir da socialização das ações desenvolvidas nas
escolas, passamos a trabalhar com a socialização de Projetos de
convivência escolar que tiveram êxito nas escolas: 1. “Assembleias
Escolares” – apresentado pela professora Rosangela Morgado, da
EMEF “CEU Caminho do Mar”; “Círculos Restaurativos” – pelo
51
Diretor Marcos Volpi, da EMEF “Nelson Pimentel Queiróz,
Professor” e “Escola de Pais” - pelo Diretor Paulo Gonçalo, da
EMEF “Maria Lúcia dos Santos, Professora”.
Durante as reuniões de formação do grupo de trabalho,
pudemos observar e concluir que as ações pedagógicas terão
sucesso, se houver boas relações interpessoais em todos os
segmentos da escola e apoio dos recursos locais para os casos que
extrapolam a ação educativa.
Não bastam boas relações entre professor-aluno, é
imprescindível que a Equipe Gestora promova um ambiente de
participação democrática, em que não haja tensões, mas uma
administração de conflitos saudável, visando à aprendizagem e a
toda a comunidade escolar. A exemplo disto, ficam os versos de
Drummond: O homem, as viagens. Só resta ao homem (estará equipado?) A dificílima dangerosíssima viagem De si a si mesmo: Pôr o pé no chão Do seu coração Experimentar Colonizar Civilizar Humanizar O homem Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas A perene, insuspeitada alegria De con-viver.
formação dos alunos.
Os alunos serão estimulados a conviver com respeito e
colaboração se presenciarem atitudes de respeito e colaboração e
Carlos Drummond de Andrade
Ana Maria Pravadelli Maria Lúcia Vidal
52
53
BIBLIOTECA CIRCULANTE
COLCHA DE RETALHOS FEITA POR MUITAS MÃOS
‘‘... O Professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir e criar situações-problema”
Jean Piaget
CEU CEI Caminho do Mar Leitura na colcha
Outro aspecto a salientar é resgatar a figura do professor de
educação infantil, tendo em vista que o mesmo atua como
educador e parceiro no desenvolvimento da criança nos aspectos:
social e cognitivo.
Nesse viés, foi proposto para as famílias o projeto
Biblioteca Circulante que, além de favorecer o contato
criança/família, permitia a vivência coletiva de histórias e contos
diversos, principalmente as histórias contatas ao longo da infância
dos pais. Outro aspecto a ser considerado é que no contato
semanal com livros de histórias diversificadas, a criança ampliaria o
O projeto surgiu a partir da necessidade de estabelecer a
parceria entre família e escola e o interesse das crianças em
manusear livros diversos. Nessa perspectiva, os professores
envolvidos discutiram a possibilidade de desenvolver nas crianças a
pseudo leitura de forma a contar com a participação da família.
repertório despertando a imaginação, a fala e a criatividade, pois
público alvo do projeto eram crianças de quatro anos incompletos,
que apresentavam a fala em desenvolvimento e relatavam na roda
de conversa as preferências por determinadas histórias contadas
pelos pais.
54
A partir desses aspectos o grupo de educadores viu a
necessidade de desenvolver um projeto que aclamasse todos os
pressupostos apresentados, tendo como estratégia principal, a
participação da família na construção e desenvolvimento coletivo
do projeto,chegando ao produto final que era a Colcha de
Retalhos.
Objetivos:
Estabelecer parceria entre escola e família;
Desenvolver comportamento leitor formando pequenos
leitores;
Ampliar repertório oral estimulando a criatividade e a
imaginação;
Enriquecer a relação família/criança através de
momentos de contato pessoal e aconchegante de pais e
filhos.
Desenvolvimento:
O projeto apresentou as seguintes etapas:
Divulgação do projeto "Biblioteca Circulante" na
primeira reunião de pais do ano;
Bilhete via agenda, convidando os pais a participarem do
projeto.
Após a adesão dos pais, a cada semana uma criança levava
uma pasta contendo: tintas de diversas cores, canetinhas, um
pedaço de tecido cânhamo de 15 cm x 25 cm, e um livro de
história diversificado.
A pasta era entregue aos pais na quinta-feira e devolvida
sempre na 2ª feira.
55
Os pais, em casa, liam a história para os filhos e depois,
juntos, filhos e pais ilustravam o tecido procurando
representar a história;
Devolução da pasta com todos os objetos, inclusive
com o tecido ilustrado.
Roda de história para que a criança, que levou a
pasta durante a semana, pudesse socializar a história
vivenciada e a confecção do tecido. Após a apreciação da
turma, a produção da família era afixada no painel
coletivo do CEI para observação de outros pais;
Construção da Colcha de Retalhos com a junção de
todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias;
Apresentação da colcha concluída na Mostra
cultural;
Relato dos visitantes da sala na Mostra cultural.
Avaliação:
Com a implantação do projeto, observamos ao longo do
semestre que:
Ampliou-se a relação professor / família favorecendo o
diálogo entre as partes de forma mais clara e concisa;
Aumentou o interesse das crianças em manusear os
livros selecionados para compreender as histórias
contidas;
Ocorreu a ampliação do repertório oral e imaginativo
através dos relatos na roda de conversa e reconto das
histórias trabalhadas;
Melhorou a comunicação no cotidiano, por meio das
relações estabelecidas pelas histórias lidas;
Construção da Colcha de Retalhos com a junção de todos os pedaços dos tecidos ilustrados pelas famílias
56
Houve maior cuidado com os pertences, uma vez que a
criança levava a pasta para casa e era “responsável”
durante aquela semana e, junto com a família, deveria
“cuidar” e organizar à mesma.
O resultado final causou aos visitantes da Mostra Cultural
e aos participantes do projeto um impacto positivo que
foi evidenciado por meio dos relatos escritos, em que
foram recordadas situações vivenciadas na infância e
muitos confirmaram a parceria que se estabeleceu entre
a escola e família. Em razão disso, optaram por deixar
registros em forma de relatos das impressões observadas
na sala. A partir dos registros
deixados selecionamos alguns:
Mural de registros
Parabéns professoras pelo seu trabalho e seus cuidados
para com as novas gerações. Estética e ética só existem
juntas e sua sala traz a beleza, a boniteza de aprender.”
Paulo Rico
“... Professoras adorei o trabalho do Gabriel e dos colegas. A
colcha está linda... Agradeço pelo empenho de todos e pelo
desenvolvimento do meu filho, a escola o ajudou muito.”
Angélica Klein (Mãe Gabriel)
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“... Educadores do CEI CEU Caminho do Mar: Parabéns pela riqueza
de trabalhos que denotam o compromisso e capacidade
profissional de vocês. Esta mostra cultural é um presente.”
Marineusa Medeiros (Gestão CEU)
“Professoras e lindas crianças”. Fiquei emocionada com as
atividades, lindas pinturas e montagens. Parabéns...Parabéns aos
pais pela participação e criatividade.
“São os primeiros passos de grandes artistas.”
Ana (mãe do Miguel - Sala quatro)
“Parabéns colegas!
“Ao ver coisas assim é que volto a ter orgulho da nossa difícil
profissão.”
Sérgio (Gestão CEU)
“Parabéns”, “crianças do MG II E e F, seus trabalhos estão lindos.”
Maria Lúcia - Supervisora
...“Parabéns pelo trabalho, o reconhecimento vem no sorriso e
olhar as crianças”.
“... Logo de cara me deparei com uma cama forrada e me lembrei
como a música marcou muito minha vida que foi: “a colcha de
retalho”.
(Visitante da Sala)
...”Parabéns! Dedicação e carinho dando frutos”.
Maria Bezerra (Professora CEU)
... Profªs., parabéns pelo lindo trabalho!
Isso só estimula as crianças a aprenderem e a criarem, e quem
sabe no futuro, alguns deles se tornarão um artista. Está
lindo!
Elaine (gestão CEU
Autoras:
Adealda Santos Silva
Solange Monteiro Peloso
Sara Alves de Oliveira
Sonia Maria Pontes Miranda
Cintia (visitante da sala) Colaboradoras: Irma H. P. Silva (Dir. Esc.); Sonia F.C.M. Prates
(Coord. Ped.); Regiane M. M. Coelho (Profª)
58
AUTORRETRATO
CEU CEI Caminho do Mar
“São várias as ocasiões em que cada criança aprende a saber de si. Em primeiro lugar, existem as situações cotidianamente criadas nas intera ções com o professor e com seus companheiros de idade. As maneiras como o professor comenta suas ações e avalia suas produções e a s demais crianças percebem e reagem às ações dos colegas, influem no fato de que cada criança está continuamente à auto aperfeiçoar-se, o que a fará ver-se como alguém importante, rejeitado, etc.” in Orientações Curriculares / Expectativas de Aprendizagem e Orientações Didáticas- SME/DOT – SP -2007
As crianças podem trabalhar seu autoconhecimento por
meio da leitura de imagem. Uma imagem tem muito a relatar, a ser
interpretada, pois carrega consigo inúmeras mensagens e desperta
o interesse das crianças. Desta forma, o trabalho com autorretrato
contribuiu para a construção da identidade, de uma maneira
significativa e prazerosa.]
Objetivos:
Ampliar o repertório visual;
Construir a identidade;
Favorecer a reflexão sobre valores e respeito às
diferenças;
Construir sua imagem pessoal em relação ao grupo.
Desenvolvimento:
Estabeleceu-se, na Roda de Conversa, o dia da Leitura de
Imagem e foram expostas, em um lugar acessível às crianças, as
imagens que mais despertaram interesse ou que remeteram a fatos
do cotidiano.
Oportunizaram-se conversas sobre as questões que
apareciam na Roda de Conversa.
Foram realizados desenhos, com interferência, com foco
nas diferentes partes do corpo humano. Também foram valorizados
a confecção do autorretrato livre e o desenho da autoimagem
refletida no espelho. A pintura, com tinta guache e pincel,
59
oportunizou a escolha da cor da pele, por parte das crianças. Para a
apresentação do auto-retrato foram confeccionadas caixas de
sapato, como suporte. Estes trabalhos foram apresentados na
Mostra Cultural de nossa escola.
Avaliação:
Desenvolveu-se o vínculo, entre professores, alunos e
família.
As crianças se tornaram mais sensíveis para perceber o outro,
serem mais colaborativas e mais seguras quanto à própria
aparência. Estimularam-se situações de diálogos para que as
crianças aprendessem a escutar e argumentar.
Houve significância no desenvolvimento do desenho.
O auto retrato surpreendeu de maneira positiva as crianças,
as famílias e o público presente em nossa Mostra Cultural. Nesta
ocasião, ficou evidente que muitos desconheciam o trabalho
Mural de registros
Desenhando seu auto retrato
Autoras:
Carla Geni Martins
Ivanuza Rodrigues
Márcia Ramos Ferreira Luiz
Maria Bezerra da Silva
Simone Fonseca Borges dos Santos.
Colaboradoras:
desenvolvido nos CEI. O resultado foi excelente pelos comentários e
observações emitidas durante a Mostra Cultural.
Irma Hilda P. da Silva; Sonia Ferreira da C. M. Prates
60
BELEZA NÃO SE PÕE NA MESA?
DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS E PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL COM BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENININHAS
CEI Onadyr Marcondes
A proposta de trabalharmos a promoção da igualdade racial
com crianças pequenininhas nasce daquilo que
observamos diariamente, quando colocamos
como princípio uma escuta atenta das vozes das
crianças, que nos revelam um contexto de
desigualdades permeado pela desvalorização das
diferenças.
A escuta atenta não significa apenas
constatação. Exige uma ação propositiva que
dialogue com o contexto histórico, cultural e
econômico que envolva as crianças e seus familiares.
Sabemos que as crianças não nascem com pré-conceitos, mas
aprendem a tê-los, a partir de diferentes vivências sociais e culturais.
Consideramos que o CEI, como um espaço de produção de
conhecimento e transformação social, com práticas conscientes e
intencionalmente planejadas, possibilita a re-construção de saberes
que favorecem a promoção da Igualdade Racial .
Com esse propósito, iniciamos o trabalho
com as crianças, lendo muitas histórias que
valorizassem a cultura negra e a história africana
como: Bruna e a Galinha de Angola, Princesas
Negras, Menina bonita do Laço de fita, Chuva de
manga, Ana e Ana, Tanto-Tanto dentre outras.
Logo que iniciamos essas leituras,
percebemos que o diálogo estabelecido era
permeado com falas como:
“O Thomaz é feio.” (referindo-se ao personagem negro do livro
Chuva de Manga)
“O cabelo dela, não é bonito, é feio” (referindo-se ao cabelo das
personagens negras do livro Ana e Ana)
“Eu queria que o meu cabelo fosse liso” (fala de uma criança de
cabelos encaracolados)
Apreciação
61
Considerando as vozes das crianças e procurando entender os
seus por quês buscamos uma prática consciente que desconstruísse
o padrão de beleza dominante, ou seja: branco, olhos claros, cabelo
liso. Padrão esse, que reflete a reprodução de uma cultura
disseminada nos diversos âmbitos da sociedade, na qual as crianças
estão inseridas, reveladores de um universo de preconceito e
discriminação.
Diante do que as crianças nos revelaram, partimos para
outras ações. Uma delas, foi de construirmos um brinquedo (móbile)
com imagens, utilizando prioritariamente imagens de pessoas
afrodescendentes, que procuramos (com muita dificuldade
encontramos algumas), em revistas. Acrescentamos às imagens,
fotos das crianças do grupo e, com elas, construímos vários móbiles
utilizando também, sucatas e elásticos. Os brinquedos que ficavam
pendurados dentro da sala começaram a fazer parte das brincadeiras
das crianças, que interagiram com o mesmo, se identificando com
suas imagens, que traduziam um outro padrão de beleza.
Com a intenção de desconstruir a visão que as crianças
traziam em suas falas e com o objetivo de valorizar as diferenças,
promovemos o dia da beleza para todos. Brincamos de pentear e
enfeitar todos os diferentes tipos de cabelos: lisos, crespos, curtos,
compridos de meninos e meninas, valorizando a boniteza que existe
nas diferenças. Os cabelos, foram soltos e adornados com laços e
fitas, fivelas, flores e alguns passaram gel para modelá-los.
A essa atividade seguiram-se muitas visitas, poses e brincadeiras no
espelho. Tiramos muitas fotos para registrar esse momento, que
envolveu a brincadeira, a valorização da imagem e a construção de
um sentimento de pertencimento a um mundo que nem sempre (ou
quase nunca) aparece nas revistas e nas mídias em geral. Vale
descrever algumas frases que povoaram a brincadeira:
“Agora nós somos princesas” (fala de menina negra para outra)
“O Gabriel é bonito” (fala de um menino negro)
Tais falas, bastante diferentes das registradas no inicio desse
trabalho, revelam a transformação das percepções das crianças
sobre sua própria imagem.
Dia da Beleza
62
Na sequência, as crianças foram convidadas a produzir um
autorretrato. Cada uma delas se olhava no espelho, explorando sua
imagem, admirando o seu jeito de ser e suas características. E assim,
cada um produziu um retrato, fruto da imagem criativa e positiva
que tem de si.
Esse relato é uma breve notícia, que faz parte de um trabalho
muito maior, que envolveu (e envolve) não só esse agrupamento,
mas todo o CEI que, em diferentes contextos educativos, busca
promover a igualdade racial por meio de: teatro abordando a
temática, receitas culinárias da cultura africana, filmes, roda de
samba com feijoada, histórias e exploração de sons e ritmos, dentre
outros.
Mas não parou por aí, o desejo de expressar essas ideias e
concepções a favor da igualdade racial não podia ficar limitado aos
muros do CEI. Fomos a ruas com as crianças (com todas as crianças
do CEI, incluindo os bebês) em uma passeata, em que as crianças,
sabedoras do sentido social daquele ato político, carregavam as
marcas que a própria cultura, de forma positiva traz: faixas,
bandeiras, músicas e instrumentos sonoros que chamaram a atenção
da comunidade para este movimento.
Vale destacar que o desenvolvimento desse trabalho (que
continua até os dias atuais) só foi possível pois está entremeado com
uma formação provocadora e consistente, que possibilita a (des)
construção de conhecimentos e nos permite refletir e transformar a
prática educativa, desvelando seus pré-conceitos e assim, lutando
para promover a Igualdade Racial.
Jacilene Ferreira de Lima
63
“PEQUENAS PERIPÉCIAS DAS CRIANÇAS PEQUENAS”
CEI PROFESSORA MARIA DO CARMO PAZOS FERNANDEZ
Desafiar as expressões corporais e ampliá-las para a
segurança da criança, seu bem estar e sua autonomia, justifica a
introdução e a ênfase deste nosso projeto do ano de 2011. O
trabalho com as experiências de Exploração da Linguagem Corporal
é sem dúvida a alavanca que propulsiona as propostas de
descobertas pelas crianças e oferece para isto oportunidades para
enfrentar desafios na construção de um mundo solidário, justo,
harmônico e pacífico que, além de desenvolver a capacidade física e
integral da criança pequena, tem uma real intenção de promover a
participação e envolvimento de todos da U.E..
OBJETIVOS
Favorecer a exploração de movimentos variados em espaços
e tempos diversos;
Estabelecer diálogos com as crianças e ressignificar gestos,
ações e sentimentos por meio das experiências de
exploração das Linguagens Corporal, Verbal e Artísticas;
Permitir às crianças conhecer e explorar o mundo através de
atividades coletivas;
Oportunizar atividades rotineiras que favoreçam a oralidade
e a corporeidade;
Propiciar momentos de descanso proveitosos;
Oportunizar as crianças nomear, conhecer e reconhecer as
partes do corpo, gesticular e dançar com ritmo e
desenvoltura;
Estimular as crianças à participação em situações que
envolvam solidariedade, companheirismo e identificação
com o outro;
Estimular os 5 sentidos através da propostas de vivências de
Experiências de Exploração Corporal
64
METODOLOGIA
Pesquisa e levantamento teórico sobre o tema de forma a
colher dados reais e organizá-los para elaborar as atividades.
Propostas de experiências voltadas a explorações de
aprendizagens, de maneira estratégica que auxiliem no
desenvolvimento integral das crianças para que construam posturas
adequadas e que entendam o trabalho focado na Linguagem
Corporal como incentivo às habilidades com novos movimentos e
diferentes peripécias.
Promoção de situações do cotidiano, delineando espaços de
convivência culminando num espaço de paz, harmonia e cidadania,
inclusiva e consciente dos princípios norteadores que movem as
ações intencionais de promoção do “bem estar”, voltado para uma
sociedade eficiente, eficaz e efetiva.
CONTEÚDOS:
Cantigas, parlendas, danças, ritmos e lengalengas;
Jogos com bolas, sucatas, garrafas plásticas,
penduricalhos;
Utilizar um manual de brincadeiras a serem
desenvolvidas com objetos e sucatas;
Cambalhotas e outros exercícios corporais;
Brincar em frente ao espelho.
AVALIAÇÃO
A avaliação do projeto foi continua, por meio de
observações diárias das crianças, de suas características e de seus
desempenhos nas atividades propostas, no relacionamento com os
colegas e com os adultos (educadores do CEI e família).
O instrumento de observação foi o registro frequente do
desenvolvimento da criança, com intervenções e replanejamento do
educador.
Roseli Costa Moreira Gomes dos Santos
65
Relato de Prática – Fuga da Teia de Aranha
(Projeto Pequenas Peripécias das Crianças Pequenas)
O objetivo de promover e identificar os mais variados movimentos
executados pelas crianças foi notório e observado de acordo com a
proposta previamente estabelecida pela educadora para as
crianças: “fugirem da teia de uma aranha gigante imaginária”. As
crianças mostraram novas habilidades e as ações executadas foram
de acordo com suas ideais e suas destrezas. Percebe-se que a
observação é primordial na atividade planejada.
Aproximar as crianças em torno de uma atividade coletiva
com intenção de fugir de um “emaranhado” feito com elásticos
amarrados e atados em pontos fixos (teia de aranha).
Ao planejar a proposta, elaborei várias etapas:
- roda de conversa enfocando como seria a atividade e também o
personagem
imaginário da
aranha gigante que
enrolava e trançava
sua teia tecendo o
elástico pra lá e pra
cá.
- roda cantada com
A construção da teia com elástico largo foi proposital para
maior segurança dos pequenos. As ações tiveram intenção lúdica e
a música: “A Dona
Aranha” que
Linguagem Corporal com movimentos específicos
interessante, na qual os objetivos foram pensados durante as
propostas da atividade e concluídos com muito significado pelas
crianças que demonstraram além de tudo uma desenvoltura
prazerosa durante a execução da atividade.
despertam a expressividade e ilustra o cenário específico.
- construção da teia de aranha juntamente com o auxilio de três
mesas e o portão do solário para apoio e altura necessária.
- registro fotográfico e construção de um portfólio.
66
A Linguagem Corporal com movimentos específicos foram
ampliadas e expressivas contemplando as expectativas,
considerando a faixa etária e o entendimento nos momentos do
desenvolvimento da atividade.
Na prática foram evidenciadas as peripécias das crianças
pequenas, o respeito à vez de cada um, o imaginário da aranha
gigante e a fuga no emaranhado da teia, como também a resolução
de problemas quando se enrolaram e como podiam variar e criar os
movimentos ao passar por baixo ou por cima do elástico. O
ambiente foi preparado de modo satisfatório na altura das crianças
e preparado para os desafios como a competência em resolver
pequenos problemas.
Durante todo o processo foram registrados momentos
significativos para as crianças e para o professor com ênfase na
participação das crianças nas diferentes etapas, por meio de fotos
que compôs os portfólios da sala, mostrado durante a Mostra
Cultural.
O imaginário da aranha gigante e a fuga no emaranhado da teia Exploração de movimentos variados em espaços e tempos diversos
67
“ARTE E MOVIMENTO”
CEI Palmira dos Santos Abrantes
Para garantir à criança diferente formas de expressão, por
meio do movimento, iniciamos este projeto.
Cabe à escola investigar as diversas culturas e promover às
crianças desafios, introduzindo diferentes experiências com
múltiplas linguagens.
Cada cultura tem a sua maneira de ver a Arte e o
Movimento. Na Educação Infantil esta visão depende de uma
combinação das habilidades motoras próprias a cada estágio de
desenvolvimento da criança, com as possibilidades oferecidas pela
escola.
OBJETIVOS
Estimular a percepção da expressão corporal e artística;
Movimentar-se e brincar de forma criativa;
Reconhecer a potencialidade de movimento do corpo, perceber o
próprio corpo como elemento expressivo e comunicativo.
Conteúdos desenvolvidos:
Dança Contemporânea;
Desenho Espacial;
Apreciação e imitação de imagens (pessoas que estão em
movimento) coladas sobre o piso da sala e parede;
Brincadeira de estátua com diversos ritmos musicais e
fotografar as diferentes posições;
Brincadeira com barangandã; Pintura com barangandã sobre
papel Kraft, utilizando tinta guache;
Percepção tátil, auditiva, olfativa (trilha sensorial);
Exploração com diversos materiais e suportes : carvão
vegetal e canetinha sobre caixas; com giz de lousa molhado;
caneta permanente em plástico transparente; desenho
sobre lixa com giz de cera; desenho com canetinha sobre
cartolina, papel Kraft e color set e desenho com obstáculos;
68
Brincadeiras folclóricas: corre-cutia, barangandã, empinar
pipa.
Avaliação
De início precisávamos ouvir as crianças e saber se estavam
dispostas a participarem desta atividade, em roda então realizamos
a conversa. Discutimos o trabalho e logo em
seguida montamos o cartaz de combinados.
Em uma próxima aula realizamos a dança
com os pincéis, onde se movimentaram
pintando o nada e ao mesmo tempo tudo (teto
da sala, parede, chão,), criando movimentos ao
som de uma música. As crianças se divertiram
muito e realizaram vários movimentos, neste
momento não fizemos nenhuma interferência,
porque o objetivo era este mesmo, que a criança
se soltasse produzindo o seu gesto livremente.
Em outros momentos ainda, proporcionamos às
crianças que dançassem
livremente sem nada nas mãos; sentindo a música.
Realizamos várias brincadeiras (duro ou mole, estátua, seu
lobo, soltamos pipa, brincamos com barangandã, corre - cutia) que
exigiam movimento e também participamos de brincadeiras (cama
de gato, circuito) com outras turmas.
Após brincarmos com o barangandã, utilizamos o mesmo
brinquedo, para fazermos a pintura sobre o
papel Kraft com tinta guache. Foram
superinteressante as possibilidades de pintura
que as crianças criaram com o barangandã:
umas faziam a impressão do mesmo sobre o
papel com tinta, outras o puxavam, faziam
movimentos circulares ou o sacudiam.
A brincadeira selecionada para dar
continuidade a este seguimento foi a da
“estátua”, em que , ao som de uma música
pulávamos, dançávamos e ao pará-la
congelávamos a imagem em uma posição. Após
69
esta atividade selecionamos em algumas revistas imagens de
pessoas fazendo poses. Nós, professoras organizamos as figuras,
colando - as sobre color-set colorido e passamos papel contact
transparente.
Em outro momento, colamos todas as figuras sobre o piso e
parede da sala de aula, e demos a comanda às
crianças: para circularem, olharem as figuras e
imitarem as poses. Filmando e tirando fotos para os
registros.
Na próxima etapa relembramos os
combinados, fomos para o solário (alunos,
professoras e coordenador) dar continuidade à
atividade. Organizamos todo o espaço, explicamos ao
grupo o que faríamos. Realizamos novamente a brincadeira da
“estátua” e logo em seguida quando a música parava, cada criança
deitava, encostava sobre uma folha de papel Kraft e fazia uma pose;
para desenharmos o contorno de seu corpo.
No decorrer das atividades foram montados murais, em que , as
crianças puderam observar as atividades realizadas anteriormente,
refletindo e interpretando suas experiências, comunicando suas
vivências.
Nossa próxima atividade foi “A Trilha Sensorial”. Vimos que
brincando de cabra-cega, as crianças sentiram-se cada vez mais
seguras para trabalhar de olhos vendados.
A nossa Trilha Sensorial era composta de diversos materiais e
objetos, plantas, folhas, pedras, areia, lã de vidro, plásticos, móbiles
variados, tecidos, terra, instrumentos musicais.
O percurso pela trilha, na companhia das educadoras, foi
tranquilo. Em suma, foi muito gratificante ver o prazer com que as
crianças realizaram a trilha sensorial, brincaram, exploraram tudo e
não queriam sair do espaço.
70
Após a trilha sensorial continuamos a explorar as sensações por
meio do desenho em diversos planos, materiais e recursos.
Percebemos que ao longo das atividades as crianças
aperfeiçoavam seus desenhos, suas criações, exploravam tudo. As
crianças foram protagonistas das suas aprendizagens, pois elas não
só interagiam, como reinventavam, criavam novas propostas, novos
meios de se comunicar, desenhar, pintar e transformar tudo em
brincadeira.
Erika Marta Muelher Couto Jacinta Fátima Araújo Dantas Ellen Cristina de Morais Pereira Bezerra Ivete de Lima
71
A IDENTIDADE DOS BEBÊS CEI Palmira dos Santos Abrantes
Trabalhar a Identidade da criança no CEI sempre nos faz pensar como
devemos fazer, já que são tão pequenos e este é o primeiro contato que estão
tendo fora da família.
Sabemos que é durante o primeiro ano de vida, aproximadamente
por volta dos seis aos oito meses, a criança percebe que é um ser separado da
mãe, com a interação da criança com o meio inicia o processo de construção
da própria identidade.
Assim sendo, temos o papel de estimular com atividades diversificadas
para que esta fase do desenvolvimento aconteça de forma tranquila.
A construção da identidade se dá por meio das interações da criança
com o seu meio social. A escola é um universo social diferente do da família,
favorecendo novas interações, ampliando desta maneira seus conhecimentos a
respeito de si e dos outros.
Mas não podemos esquecer que de acordo aos Referenciais
Curriculares para a Educação Infantil que a identidade tem a função de
distinguir e marcar as diferenças sejam elas físicas emocionais e
comportamentais.
Objetivos:
Estimular as crianças a conhecerem a sua história
Identificar as partes do corpo e os órgãos dos sentidos;
Trabalhar a socialização do grupo de crianças com respeito e harmonia;
Incentivar a imaginação e a criatividade;
Identificar suas preferências Desenvolvimento:
72
Iniciamos o projeto fazendo um crachá com fotos de cada criança, na hora da “roda de conversa” mostrávamos o crachá e cada um conseguia se identificar, apontando ou até mesmo pegando o crachá e se exibindo. Após uns dois meses já identificavam o colega falando o seu nome.
Na sala de aula o espelho é de grande valor
neste momento do aprendizado da IDENTIDADE.
Ver suas imagens refletidas no espelho, as
partes dos seus corpos, as diferenças que existem entre
eles (características físicas) é muito enriquecedor para
seu aprendizado.
Nós professores selecionamos algumas
atividades: expressões no rosto (triste, alegre, chorando,
sorrindo e cantando) e usamos acessórios
como (chapéus, bonés, perucas, colares, roupas). Quanto ao desenvolvimento
da autoestima ele se dá conforme as
crianças incorporam a afeição que os
outros têm por ela e a confiança da
qual é
alvo.
parceria com as famílias
pedindo a colaboração para
o envio de fotos, responder
aos questionários, e a
participar da Mostra dos
trabalhos.
Outra atividade
que eles gostaram muito foi o blocão das silhuetas, cada corpo é
desenhado em folhas de papel Kraft, e na roda de conversa vimos
o que esta faltando para completar (olhos, boca, nariz, cabelo e
roupas) cada criança se realiza ao ver seu corpo ali naquele
cartaz, poder participar da confecção
colando as partes e completando assim as silhuetas.
Conforme planejamento feito não podia faltar as canções que fazem
parte do repertório infantil e que contribui com a linguagem oral e corporal.
Como exemplo: a música “A Canoa Virou”, que é cantada colocando-se os nomes
de cada criança na música, para que possam identificar, e reconhecerem os
nomes dos colegas que estão na roda.
Blocão das silhuetas
Fazemos também uma
73
Utilizamos o recurso de contação de história e nela além dos contos,
incluímos histórias que tratam do corpo humano como a coleção do Ziraldo que
falam das partes do corpo (umbigo, mãos, pés, joelhos e da boca). A contação de
histórias na roda é feita com recursos diversos
como: fantoches, deboches, dramatização e livros.
Pensando na questão da afetividade trabalhar as sensações também faz
parte de nossa rotina, fazemos atividades que tratam das expressões de raiva,
amor e dor sendo assim as crianças vão aprendendo a convivência em grupo.
As crianças também são incentivadas a utilizar os cinco sentidos como:
olfato, paladar, tato, audição e a visão. Com a caixa surpresa podem tatear
objetos, apalpar coisas, ouvir sons diferenciados, ver imagens e gravuras
diversas.
Poder manipular materiais como: areia e pedrinhas coloridas, tinta
caseira, tintas, canetas hidrográfica. É um grande prazer e aprendizado para
os bebês, que se não estivessem em um espaço educacional talvez não
tivessem esta oportunidade de estímulos.
Sabemos que cada criança é um ser único e devemos respeitar as suas
diferenças e individualidades, pensando no seu desenvolvimento físico,
cognitivo, social e intelectual desenvolvemos essas sequências de
atividades para que todas
tenham a mesma
oportunidade de estimulação e de
aprendizado.
Avaliação: Aconteceu durante
todo o processo verificando
como cada criança se
desenvolve com relação ao aprendizado de sua identidade, nas atividades
propostas.
Corpo desenhado em folhas de papel Kraft
Ana Lúcia Lemes Maria Madalena Luna
74
EMEI Arthur Baptista Da Luz
“QUEM KATHA-VENTO, ESPALHA HISTÓRIA...”.
As histórias fazem parte da herança cultural da humanidade
desde que o homem passou a se comunicar, construindo sua
comunidade. O homem conta histórias para preservar, reviver,
relembrar, compreender o mundo, o sentido da vida. O encontro
do real e do imaginário, do concreto e do mítico.
O contato da criança com a contação de histórias propicia
esse encontro interno e externo, uma experiência única e essencial
para seu desenvolvimento no contexto atual. Uma experiência
poética que gera novas experiências culturais e cognitivas a quem
participa.
Em 2011, o objetivo principal do PEA da E.M.E.I. Arthur
Baptista da Luz focava no uso dos espaços e tempos escolares e
buscávamos oferecer novas possibilidades de vivências lúdicas a
nossas crianças. Como professora em complementação de jornada
(módulo), minha intenção foi a de contribuir com um projeto que
abarcasse todas as crianças da escola, nos 5ºs e 6ºs estágios. Para
tanto, apresentei a Kathavento, uma palhacinha contadora de
histórias que vinha às terças-feiras apresentar contos para todos os
grupos.
Objetivo geral: Propiciar às crianças momentos significativos de
contato com histórias.
Objetivos específicos:
Ampliação de repertório;
Valorização da cultura oral e literária;
Desenvolvimento da linguagem oral;
Contato com a literatura pelo prazer das histórias e pela
vivência em si, sem outros fins pedagógicos ou
escolarizantes;
Contato com a figura do palhaço, personagem lúdica;
Representação dessas vivências através das artes plásticas.
Estratégias:
Apresentação da personagem Kathavento;
75
Contação de histórias com e sem objetos, com e sem a
participação das crianças na história para todas as turmas da
escola;
Apresentação de Contos Clássicos, Modernos, Populares,
cumulativos, etc.;
Oficina de histórias com cada sala;
Representação através de desenhos individuais e coletivos
das histórias e da personagem lúdica (palhaço).
Desenvolvimento:
A Kathavento se prepara no banheiro, vestindo sua roupa e
maquiando o rosto. Quando se reúnem no pátio (três salas de cada
vez, no total de seis salas), as crianças já sabem que receberão a
visita da palhacinha e começam a chamá-la. Vai entrando no pátio
bem devagar, fazendo algum som ou soprando um apito,
estabelecendo algum tipo de contato com cada criança. Em
seguida, relembra o que veio fazer e destaca seu baú de histórias.
Com a ajuda das crianças ao repetirem as palavras mágicas, inicia
mais uma contação de histórias para o encanto de todos. Contos de
Surpresa e Encantamento
Início de uma contação de histórias
Contação de histórias
76
fadas, modernos, cumulativos, populares, fábulas, lendas,
parlendas... Toda história é bem-vinda neste baú cheio de objetos
reaproveitados que viram histórias...
Produto final: Vivências e experiências adquiridas por cada grupo,
coletadas por imagens e registros coletivos em cada sala que foram
expostos na sala da Kathavento da Mostra Cultural da escola.
Avaliação:
A primeira reação das crianças foi de surpresa e
encantamento, mostrando total envolvimento com a imagem da
personagem e com as histórias contadas, Depois, vem a vontade de
adivinhar quem é de fato essa figura tão diferente: “Professora
Natália, era você quem estava vestida de palhaça?” “Professora, a
Kathavento é você!”
Entre a dúvida e a magia, conversava com as crianças após
as apresentações e registrávamos o que haviam experenciado, e vi
estes registros como um ótimo instrumento de avaliação,
demonstrando os aspectos mais significativos para cada um: o
nome das histórias, as personagens, o baú, a imagem do palhaço, o
nariz colorido... e todas as visitas foram sempre muito esperadas e
recebidas com interesse e encantamento pelas crianças.
Com o grupo de professores, avaliamos que este deve ser
um projeto permanente dentro do currículo da escola e que deve
prosseguir em 2012.
Natália Tazinazzo Figueira
77
FOLHAS E GRAVETOS: UMA COMPOSIÇÃO POSSÍVEL PARA DESENHAR
CEU EMEI ALVARENGA
No ano de 2011, percebi em uma de minhas turmas de educação
infantil (5 anos), que o interesse por desenhar era algo muito
evidente. Todos os dias, as crianças vinham até a mim e pediam
lápis e papel, ou qualquer outro material estruturado para
desenharem.
Nesses constantes pedidos, notei que nunca solicitavam ou
utilizavam outros recursos. Foi então, que decidi mudar essa visão e
desenvolver um trabalho que mostrasse outras maneiras de
produzir um desenho e, consequentemente, ampliasse as
possibilidades de registro das mesmas.
Destaco que “As artes visuais são linguagens e, portanto,
uma das formas importantes de expressão e comunicação humanas
[...]” (RCNEI,1998, p.85). Então, nada mais oportuno que explorar a
organização de linhas e formas com outros materiais.
Sob esta ótica, compartilho que desenhar com
diferentes materiais permitem a criança expressar-se de forma
diferenciada; desenvolver a imaginação criadora; percepção e a
estética. Algo que é comum desde os nossos primórdios, e ainda
existe nos dias atuais.
Sendo assim, com o intuito de superar esse entrave, surgiu o
tema: “Folhas e gravetos: uma composição possível para desenhar”.
OBJETIVO GERAL:
Apropriar-se de diferentes materiais como meio de
expressão e comunicação.
78
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Selecionando material
desperdício de recursos;
Reconhecer diferentes
suportes para a
composição do desenho;
Selecionar matérias
disponíveis na natureza
para desenhar, sem
possível desenhar, fazer uma composição com folhas e gravetos. A
reação foi de espanto, surpresa, mas ao mesmo tempo eufórica.
Para convencê-los dessa proposta, mostrei desenhos e
composições feitos com diferentes materiais: tampinhas, barbante,
carvão, pedras, areia etc.. Após essa abordagem, seguimos para o
bosque da escola, para realizar a coleta do material.
As crianças se entusiasmaram com essa coleta, pois se
vinham desafiadas a ultrapassar uma visão de que só é possível
desenhar se fizerem o uso de papel e lápis.
Discutir com diferentes parceiros sobre as possibilidades de
produção;
Desenhar a partir do material selecionado.
DESENVOLVIMENTO:
O trabalho proposto iniciou-se com uma roda de conversa
em que solicitei que as crianças me relatassem quais materiais
geralmente usavam para desenhar. Como esperado, as respostam
se limitaram aos materiais convencionalmente usados para esse
fim. Ainda assim, procurei incitar alguma resposta diferenciada das
obtidas, mas não houve êxito. Dessa forma, desafiei se era
O passeio pelo bosque foi marcado por questionamentos:
essa folha serve; esse graveto é muito grande; posso arrancar essa
flor; e tirar da árvore; aqui tem um bichinho, posso levar para a sala
etc.. O diálogo entre elas ganhou outra configuração: refletir até
que ponto devo interferir na natureza para retirar recursos que
desejo.
Nesse momento, elas compreenderam que apenas folhas e
gravetos que estavam no chão poderiam ser utilizados por ela, e
que em hipótese alguma tinham o direito de retirar algum bichinho
do bosque, mas podiam observá-lo.
79
Ao final dessa etapa, as crianças levaram para sala o
material coletado e fizeram a exploração quanto: a textura, o
cheiro, a variação de cores e formas etc..
Formando desenho
Para dar continuidade ao trabalho,
organizei as crianças em seis grupos, de
mais ou menos 6 componentes. A cada
grupo, entreguei uma tela de 60 X 60
cm. Pedi para eles selecionarem folhas
e gravetos e colocarem sobre a tela, procurando formar um
desenho. Ainda, os membros do grupo deveriam discutir sobre: o
que desenhar; qual o papel de cada um nessa produção; qual
disposição das folhas e gravetos representa melhor o que se
pretende desenhar; qual cor usar para pintar etc..
Conforme os grupos terminavam sua composição, eu
registrava o tema de cada grupo. Pela pertinência de cada um
deles, segue:
Após a escolha do tema, houve a colagem do
material de acordo com as posições já definidas.
Com o devido intervalo de tempo para a secagem,
iniciaram a pintura. Momento esse de exploração, já
que houve a mistura de cores.
Com a finalização desses processos, surgiu uma
obra de arte. A mesma serviu para abrir espaço para
uma nova discussão: como foi desenhar com folhas
e gravetos e com parceiros diferentes?
As obras produzidas foram expostas em uma mostra
cultura da escola. As crianças puderam mostrar aos seus familiares
e amigos a sua produção.
80
AVALIAÇÃO:
As expectativas em relação a esse projeto didático foram de
sensibilizar as possibilidades em relação ao uso de materiais não
tão convencionais do espaço de educação infantil; a promover a
construção coletiva entre as crianças; a romper com paradigmas do
desenho infantil; ao incentivo do uso de recursos da natureza para
outros fins, de uma forma consciente em relação ao desperdício; a
promover o contanto com materiais diferenciados; a relacionar a
produção a um tema/título. Diante desse elenco, avalio que essa
atividade representa um processo de vários momentos, em que a
cada fase a obra vai se construindo e completando, rompendo com
o imediatismo. Ora, o desenvolvimento da atividade exigiu o
afastamento da obra, pois não foi uma sequência iniciada e
finalizada em um único dia. Mas, um trabalho de elaboração,
reflexão, ação e compreensão. Tal experiência evidencia o alcance
das expectativas acima, já que houve envolvimento, participação,
curiosidade e parceria durante todo o processo.
O CERCADO
“A TEIA”
“FLORES”
“CASTELOS FOGUEIRA “A ÁRVORE”
81
Obras finais
DULCIMARA PEREIRA FABEL
82
BRINCAR PARA TODOS
CEU EMEI Caminho do Mar.
O projeto “BRINCAR PARA TODOS”, foi desenvolvido em
consonância ao curso do Instituto LARAMARA (Associação Brasileira
de Assistência ao deficiente visual).
A escola já possuía ações desenvolvidas relacionadas ao
brincar em que as práticas de brincadeiras eram constantes com
espaços organizados como: a brinquedoteca, o parque, o pátio
onde ações de brincar também são propiciadas. Confeccionamos
brinquedos com sucatas e há diversidade dos mesmos.
Realizamos algumas adaptações em materiais para atender
aos alunos com necessidades especiais. Exemplo: o engrossamento
de lápis com o auxílio de E.V.A, plano inclinado, construção de
comunicação alternativa, rotina ilustrada. Todo material voltado a
necessidades dos alunos com necessidades especiais.
Objetivos:
Auxiliar a aprendizagem dos alunos tendo novas estratégias
aliadas ao prazer de brincar;
Subsidiar a aprendizagem atendendo todos os alunos
inclusive os de inclusão; adaptando a utilização dos
brinquedos a proposta de trabalho da escola;
Confeccionar brinquedos e sua utilização em sala de aula.
Desenvolvimento
As ações desenvolvidas foram iniciadas por meio
da participação da Professora Simone no curso “BRINCAR PARA
TODOS”, oferecido pela SME/DOT – Educação Infantil/DOT
Educação Especial em parceria com a Associação LARAMARA.
Os conteúdos e estratégias aprendidos foram
socializados em horário coletivo, dessa forma os grupos se
organizaram nas confecções de brinquedos. O grupo das professoras
Simone e Wilza optou por construir 4 brinquedos: Uni duni tê,Pé
ante pé, encaixando e caixinha de números.
83
Por serem construídos com sucatas, pedimos
colaboração às famílias , que enviaram latas de leite e Nescau,
potinhos de batata e potes de margarina.
Finalizada a construção demos inicio a aplicação
em sala de aula.
Pé ante pé
Com a utilização do brinquedo trabalhamos cores,
lateralidade, contagem, equilíbrio e agilidade.
Foram confeccionados dois conjuntos de
brinquedos assim dividimos o grupo de alunos e fizemos gincanas
com ganha quem percorrer o percurso primeiro.
Outras variantes colocar o pé (direito/esquerdo)
de acordo com a comanda na cor indicada posicionar-se no número
indicado.
Uni Duni tê
Ao brincar propomos a identificação de cores,
lateralidade, contagem, nomeação dos dedos e pequenas somas.
Cada criança confeccionou seu próprio material, a
partir de sua mão. Neste processo já trabalhamos a coordenação
motora para riscar as mãos e fazer o recorte. Cada aluno pintou sua
mão na cor desejada, brincando de mostrar a mão
direita/esquerda. A comanda utilizada foi: ”Chefinho mandou”;
levantar a mão indicando as diversas cores utilizadas para pintar.
Em dupla, juntaram as mãos e fizeram pequenas
somas: contar quantos dedos temos se juntarmos as duas mãos;
uma mão minha e duas do colega e assim por diante . Foram feitos
os registros das contagens realizadas.
Encaixando
Exploramos as várias texturas e nomeamos ,
contamos quantas latas pequenas e quantas grandes, exploramos
os encaixes fazendo pareamento. Propusemos novas composições
de encaixes possíveis e nomeamos os encaixes produzidos.
Exploramos o conteúdo dentro de cada lata ,
nomeamos e contamos.
Esse brinquedo também estimulou bastante a linguagem oral .
Caixinha de números.
84
Atividades desenvolvidas a partir do Curso Brincar para Todos (LARAMARA)
Em um primeiro momento, houve a exploração livre do material.
Foi enfatizado num segundo momento o numeral; fizemos
contagem e quantificamos o material de cada caixinha.
Em um outro momento, demos comandas para que o aluno
identificasse o número solicitado procurando-o na caixinha
correspondente, ao achar o número deveria separar a quantidade
de material necessária e guardar na caixa. Em seguida foi feito o
registro da atividade.
Avaliação.
A avaliação foi contínua, sendo possível observar os resultados
positivos ao final de cada atividade desenvolvida, podendo desta
forma observar a aprendizagem das crianças assim como a
evolução dos alunos de inclusão.
Também foi possível perceber a participação das
famílias, com a colaboração dos materiais possibilitando a
construção de algumas propostas.
85
Projeto: DANÇA EM SALA DE AULA
CEU EMEI Caminho do Mar
O ensino de Arte na escola abrange as linguagens: visual,
musical, corporal e cênica. Em consonância a um curso
proporcionado pela DRE-SA no ano de 2011 sobre Práticas Teatrais,
propus às crianças da educação infantil, uma proposta nesse
sentido de articulação dessas linguagens, visando o
aprofundamento nos conteúdos da linguagem da dança, trabalhado
em conjunto no Projeto Escolar.
Assim, estudando e experimentando, tentei fazer um
caminho, uma construção partindo do que as crianças conheciam
de seu corpo e da dança, tendo como base os temas básicos do
movimento, fundamentados nos princípios da dança criativa
segundo Rudolf Laban, que podem estimular e motivar uma
interação entre as crianças, facilitando o relacionamento
interpessoal e a exploração ambiental.
A dança é um desenho no espaço. Se eu administro essa
informalidade com a intenção de produzir algo que seja fruto da
experiência pessoal da criança, conjugada à sua criatividade;
acredito firmemente que podemos compor arte e conhecimento, a
partir disso.
Objetivos:
Oportunizar a percepção do diálogo entre linguagens
artísticas por meio de exercícios práticos, permitindo
estabelecer relações entre as composições corporal, sonora,
cênica e plástica;
Construir o corpo que dança, por meio de vivências lúdicas
para as crianças compreenderem diferentes visões de
mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar o corpo
86
na dança, na cultura e na sociedade, contribuindo para sua
socialização;
Propor uma vivência por meio da liberdade de movimento,
da livre-expressão de atividades que favoreçam o lúdico e a
educação, ampliando o conhecimento sobre o próprio
movimento na dança;
Estimular a auto confiança e auto estima; fazendo com que
a criança tenha uma melhor relação com ela própria e com
os outros; além de ampliar o repertório de movimentos,
pensar seu movimento e, conseqüentemente, gerar arte e
conhecimento.
Desenvolvimento:
As atividades foram realizadas em momentos diferentes,
mas se complementavam e se mostravam muito valiosas para a
construção do conhecimento do corpo.
Atividade 1- “O Espelho”: Esta atividade em duplas, consistia
ao som de uma música suave, imitar o colega como num espelho,
refletir suas expressões corporais, e quem fazia o papel de espelho
deveria pensar em movimentos que levassem o colega a dançar.
“O Espelho”
87
Atividade 2- “O Fio Condutor”: Novamente em duplas, e ao
som de uma música suave, uma criança deveria ser o “boneco” que
possuía fios invisíveis saindo de seus membros e principalmente
articulações do corpo (joelhos, cotovelos...) e deveria obedecer aos
comandos do “dono do boneco” da outra criança, que ao puxar o
fio, sem tocar no corpo do amigo, apenas induzir a um movimento
de dança.
Atividade 2- “O Fio Condutor”
Atividade 3 – “Preencher e perfurar espaços”: Aqui a
criança ao som de músicas, deveria tentar perfurar ou preencher os
espaços vazados dos objetos (cadeira e mesa), após isto, fariam o
mesmo exercício nos espaços vazados deixados por outras crianças,
(entre as pernas, braços...) As crianças iam se revezando, quando
uma compunha uma nova cena preenchendo os espaços vazios de
outra, esta outra ia saindo para outra cena ser composta, e assim
por diante.
Atividade 4 – “Fluência Controlada e liberada”: Utilizando
de imagens imaginárias sugeridas para que sentissem como o corpo
se comportaria numa determinada situação. Como uma cachoeira,
e outros elementos da natureza, ou de histórias e da fantasia da
criança que possibilitaram a criança pensar e usar o corpo para
dançar como se fosse um outro ser, (dando passos de formiga, de
gigante, pintar ou desenhar no espaço). Em seguida esta fluência foi
desafiada. Ao parar o som, a criança viraria estátua, e continuaria
seus movimentos ao iniciar a música. Logo mais, ao dominar o
controle do som e silêncio, a criança foi desafiada a dançar no
silêncio e ao iniciar a música virar estátua.
88
Atividade 5 – “Dançar nos níveis alto médio e baixo”: Nesta
atividade as crianças já soltas individualmente deveriam,
percebendo o ritmo de algumas músicas, explorar seus movimentos
nos níveis alto, (tudo que for de pé e leve o corpo para cima),
médio, (todos os movimentos que se concentram abaixo da altura
da criança), e baixo, (os movimentos que se concentram no chão ou
abaixo dos quadris). A idéia era, ao explorar as possibilidades do
corpo nos diversos níveis do espaço e nos diversos ritmos. Como
dançar nos três níveis com uma música lenta e que possibilite
movimentos arredondados? (exemplo de música usada:
“Bandolins” de Osvaldo Montenegro). Ou em outra com o ritmo
quebrado, ou seja, que possibilitem movimentos quadrados? (ex:
“Carmem” suitenº2 de Bizet). Ou ainda ao ritmo de uma música
muito rápida? (ex: “As bodas de Fígaro” de Mozart).
Atividade 6 - “Pintar nos níveis alto, médio e baixo”: A
partir do modelo de um pintor chamado Jakson Pollock
expressionista abstrato americano, pedi que as crianças, ao som de
músicas, dançassem pintando nas folhas coladas estrategicamente
pela sala: no chão (nível baixo), nas mesas, (nível médio) e nas
paredes, (nível alto). Em seguida ao mostrar as imagens dos
quadros de Pollock, os alunos comparavam seus desenhos ao do
pintor.
“A Pintura Dançada”
Atividade 7 - “A Pintura Dançada”: Propor uma vivência por
meio da liberdade de movimento usando tintas, pintar a sola dos
pés das crianças que ao som da música dancem sobre o pano
imprimindo a impressão dos passos, formando assim um painel
coletivo de uma pintura dançada.
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A música está em todas as atividades, ela permeia todo o
trabalho de dança e pintura. O critério de escolha do repertório é
feito segundo ritmos, intensidade, altura e melodia que ser
percebido pela criança, se tornem uma fonte para a expressão de
sentimentos e possibilite a comunicação por meio dela, isto é, a
criança exercita uma percepção auditiva pensada, e de forma lúdica
e criativa exercita o pensamento do movimento.
Avaliação:
A avaliação foi contínua, por observação e documentada em
registros e fotos.
Quando as crianças começam a desenhar, o trabalho com
espaço é fundamental. O desenho do corpo evoluiu muito, e
percebemos que dançar é como aprender a ler, precisamos saber o
que é o movimento para formarmos a dança, assim como
precisamos conhecer as letras para formarmos as palavras.
Bom mesmo é notar como foram produtivas e prazerosas as
aulas. E estas atividades desenvolveram incrivelmente o esquema
corporal e as crianças perceberam seu próprio corpo no espaço. A
cada atividade, foi observada uma melhora quanto à fluência dos
movimentos rítmicos.
Também verificamos um melhor aproveitamento e
utilização dos espaços internos e externos da escola, já que eles
começaram a aproveitar seus corpos dentro de um espaço físico.
Assim, a dança veio contribuir para a aquisição e melhora
dos domínios motores, foram evidentes os benefícios corporais e
psicológicos e que contribuíram inclusive para a evolução do
desenho da criança. Foi uma experiência enriquecedora para todos
os envolvidos.
Por estar apaixonada por este atividade que foi tão rica para
mim e para as crianças encerro me lembrando de uma frase de
Klaus Vianna, dançarino e coreógrafo da dança-teatro estudado em
teoria na escola: “Na Dança da Vida, não decore passos, aprenda
um caminho.” Eu aprendi e vou segui-lo por muito tempo.
Viviane do Nascimento Rodrigues
90
TRANSFORMAÇÃO DO PANO
EMEI CEU CAMINHO DO MAR
A prática descrita a seguir foi aplicada em consonância com
as orientações do curso “Práticas Teatrais”, ministrado no segundo
semestre de 2011 pela DRE-SA. O curso coincidiu com a proposta de
trabalhar o teatro como linguagem artística, sob um enfoque mais
lúdico de forma a priorizar a interação do brincar com as diversas
expressões artísticas. Por meio do jogo cênico, pode-se explorar a
criatividade e estabelecer, com o grupo, um contato de
proximidade diferenciado, porque todos interagiram e participaram
como protagonistas e coadjuvantes de um jogo teatral conceitual e
prático, que contemplou diversas áreas do conhecimento.
Objetivos:
Despertar a curiosidade e Imaginação;
Exploração do Objeto;
Socialização;
Construção de uma história continuada;
Desenvolvimento da criatividade dos sentidos, imaginação,
sequencia lógica e temporal.
Conteúdo:
Ação Dramática
DESENVOLVIMENTO :
A atividade foi realizada com uma turma do Infantil II. As
mesas foram afastadas deixando o centro da sala livre. Os alunos,
em roda ouviram atentamente a proposta apresentada, puderam
explorar o pano de diversas maneiras (inclusive usando no corpo
como quisessem).
Criando a história...
Apesar de certo tumulto, poucos não interagiram. Iniciei a história:
“Em lugar muito longe daqui corria um cavalo veloz. Surgiram:
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bruxa, feiticeira, borboleta,rainha má,princesa, príncipe, caçador,
lagoa encantada, arco e flecha e por fim um rio, cheio de
peixes(essa hora foi uma festa porque todo mundo adorou ser peixe
e entrar no rio)”.
Explorando os panos de diversas maneiras
Alguns brincaram apenas com o pano ou só balançaram,
mas não quiseram participar da história.
Os personagens que as crianças mais representaram foram: A
borboleta e bruxa, todos quiseram ser borboleta!
O último “personagem” foi o rio porque quando o aluno
falou “tinha um rio” eu sou o rio” todos ficaram eufóricos e
queriam ser peixes para nadar no rio foi muito rápido transformar o
tecido em peixe!
AS CONQUISTAS...
Houve uma interação proveitosa que oportunizou um
momento diferenciado , de uma forma que ainda não havíamos
explorado.
As crianças curtiram a atividade e queriam se ajudar (“Ah,
você agora é a rainha”, ” Ah, o cavalo não pode morrer agora! senão
não vai ter a bruxa!”,” Ah bruxa é diferente da feiticeira.”)
Ao final, a sensação era de expectativa para as próximas
práticas e possibilidades.
92
aspecto, um dos itens que pode ser destacado é a interação e
concentração do aluno em ouvir a comanda da atividade, bem
como a importância em dar um sentido á história criada, para que
esta tivesse um começo, um meio e um final.
Juliana Aparecida Martins de Oliveira e Dulce Salles
Indicação Bibliografia (Curso Práticas Teatrais – DRESA)
AVALIAÇÃO
Explorando os panos de diversas maneiras
FONSECA, Nayde S. G. linguagem Teatral na Educação Infantil. 2006.
129f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.
KOUDELA, Ingrid. Introdução: A escola alegre, In.: SPOLIN, VIOLA,
Jogos teatrais para a sala de aula: uma manual para o professor –
São Paulo: Perspectiva, 2007.
A avaliação foi processual e está inserida nas outras
atividades que são desenvolvidas conjuntamente, articulando o PEA
e os eixos de aprendizagem bem como os tempos e espaços. Neste
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EMEI Neusa Maria Rossi
BIBLIOTECA CIRCULANTE: COMPARTILHE ESTA MAGIA
Biblioteca não é depósito de livros, ela funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.
Márcio Ferrari
Partindo do princípio de que a cada dia que passa fica mais
difícil captar a atenção das crianças para a leitura, devido a
inúmeras formas de interações midiáticas e virtuais, desenvolver e
manter na infância o hábito e o prazer da leitura, bem como o uso
dos recursos da biblioteca ao longo da vida, se torna uma tarefa
árdua e em longo prazo.
Sabendo, portanto, desta dificuldade de inserção da leitura
entre os alunos, se faz necessário a produção de projetos especiais
para que o processo de leitura e consequentemente de escrita se
dê de maneira mais prazerosa. Lembrando Paulo Freire: “a leitura
não reside tão somente na leitura de um livro, mas em ler a
vida e saber do mundo.”
A criança irá apreciar, se deliciar e se surpreender com estas
atividades, percebendo que a leitura e a arte abrem caminhos, além
de fazer parte da bagagem necessária para comunicar-se e viver
bem.
Neste contexto, a Biblioteca Circulante oferece um espaço
estimulador e favorece o contato da criança com a literatura, a fim
de estimular a curiosidade e a imaginação.
A idéia de organizar o Projeto da Biblioteca Circulante, na
EMEI Neusa Maria Rossi, surgiu da percepção dos professores e de
toda a Equipe Escolar acerca da carência de hábitos de leitura dos
alunos. Durante o período de aula os alunos tiveram acesso a
diferentes portadores textuais, como livros, gibis, revistas, jornais,
textos informativos, receitas, bilhetes, comunicados, cartazes, com
a intenção de ampliar o contato com a leitura no ambiente familiar,
sendo a criança a protagonista deste movimento.
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Objetivos:
Estimular a curiosidade e a imaginação da criança;
Estimular a leitura de forma lúdica;
Promover o apreço e o hábito pela leitura;
Tornar a leitura presente no cotidiano familiar;
Desenvolver o vocabulário, o repertório e o senso estético
das crianças.
Atividades desenvolvidas:
O Projeto da Biblioteca Circulante consistiu em: toda a sexta
feira as crianças levavam um livro de sua escolha para ler junto à
sua família, no final de semana. A professora Fernanda, responsável
pela Biblioteca Circulante, realizava a atividade com os alunos dos
dois períodos, indo de sala em sala, apresentando a eles, de forma
lúdica, as histórias que poderiam ser levadas para casa. Esta
apresentação, realizada em forma de divulgação, estimulou as
crianças a conhecerem determinados livros e aguçou a curiosidade
de mostrá-los para casa e mostrar aos seus familiares.
O projeto foi elaborado tendo um carrinho de supermercado
como suporte para livros diversos disponibilizados aos alunos,
como: narrativas, histórias de repetição e movimento, de
encantamento, de fadas, de aventuras. Vale lembrar que estes
livros foram, criteriosamente, selecionados levando em conta seus
conteúdos.
Os procedimentos para o funcionamento da Biblioteca
Circulante foram:
Divulgação de alguns livros pela professora, para
estimular a curiosidade sobre as histórias (a professora mostra o
livro, conta uma parte dele e aguça a curiosidade das crianças);
Exposição dos livros (no chão em um tecido), para manuseio e escolha dos alunos, chamado “Mar de histórias”;
Roda de Leitura (as crianças conversam sobre os livros
escolhidos);
Conto e reconto das histórias levadas para casa, em
sala de aula.
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Registro da família
Mostra de produção dos alunos:
Avaliação:
O estímulo à leitura, de forma lúdica, e à criatividade da
criança ocorreram por meio da história contada e lida. O acesso à
literatura foi e continua sendo fundamental para o
desenvolvimento integral das crianças, por ser uma forma
recreativa, educativa, instrutiva e interativa de aprender a se
colocar no mundo e a expressar suas emoções e sentimentos.
Na EMEI percebemos o quanto este estímulo à leitura
melhorou a qualidade das interações entre os alunos, seu
vocabulário, sua forma de expressão, seu conhecimento em geral e,
o mais importante, o gosto e o prazer em ter um livro entre as
mãos, de poder compartilhar o momento da leitura com seus
familiares e amigos e de poder recontar a história, em sala de aula,
para seus colegas e para a professora.
O Projeto continuará em 2012, com ajustes necessários para
melhor atender às demandas das crianças e de seus familiares,
despertando o interesse e prazer de ler, desenvolvendo a leitura e a
comunicação em geral.
Trecho do livro: “A bruxa Onilda” contado para as crianças e recontado por elas mesma
Registro da criança
“Quando você chegou na sala começou tudo errado, você pegou o caldeirão e colocou naquela mesa, depois você pegou as crianças e transformou em bichinhos.”
“Quando você pegou a capa e jogou em cima de nós e ninguém queria virar bicho.”
“Você pegou a vassoura para voar e voou no céu e você caiu de ponta cabeça, porque você pegou tantas malas que ficou pesado e você caiu com tudo... ”
“Você transformou todos em um sapo e em uma barata e lagartixa. E pôs no caldeirão para comer.”
“Eu vou matar aquela bruxa!” “Não pode! É a prô Fernanda!” “Aí nunca mais teremos
livros para ler.”
Fernanda Gouvêa Santos
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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SE APRENDE NA ESCOLA “É DE PEQUENINO QUE SE COME PEPINO”
EMEI Neusa Maria Rossi
O projeto surgiu de uma necessidade da criança em sua
rotina diária de alimentar-se de forma saudável na escola e da
intenção de ampliarmos os conhecimentos desta criança
integrando as diferentes linguagens a partir de um tema
necessário, pertinente e de suma importância para o
desenvolvimento do ser humano integral.
Durante o 1º Semestre, percebemos que as crianças não
estavam alimentando-se bem. As crianças rejeitavam os alimentos
nas refeições, mostravam desconhecimento sobre o que estavam
comendo e recusavam-se a experimentar, mostravam hábitos
alimentares não condizentes com uma boa alimentação.
Como a alimentação faz parte do processo de educação e na
escola ele tem este caráter fundamentalmente educativo, vimos a
necessidade em realizar um projeto voltado para a questão da
alimentação focado na formação de hábito, que envolvesse não só
as crianças como também as famílias, pois alguns pais
manifestaram suas preocupações quanto a alimentação dos filhos,
através de questionamentos na agenda e outros sentiam-se
“perdidos” porque não conseguiam fazer com que os filhos
comessem “direito”.
As experiências e aprendizagens da infância fazem parte da
constituição da pessoa durante toda sua vida, os hábitos formados
na infância vão formar o ser humano, por isso a importância de se
trabalhar educação alimentar nesta faixa etária.
Objetivos:
Alimentar-se melhor na escola;
Ampliar o conhecimento sobre diferentes tipos de alimentos
e sua importância para o crescimento saudável;
Apropriar-se do espaço da horta, conhecendo sua função e
participando do processo de plantio e colheita;
97
Alim
entação saudável
asa
m casa
Perceber a função social da escrita através do trabalho com
os nomes dos alimentos e sua escrita.
Trabalhar com diferentes gêneros textuais: Vídeos,
palestras, texto informativo, poesia, música, texto coletivo,
revista passatempo sobre alimentação(doadas pela SP
Alimentos), receitas, cardápios da escola, histórias...
Etapas de desenvolvimento:
Roda de conversa sobre o Projeto Alimentação Saudável;
Vídeo informativo sobre a importância da alimentação
saudável desde quando o bebê nasce;
Roda de conversa comentando sobre o vídeo e a
importância dos alimentos;
Pesquisa com a família de alimentos que são consumidos
em casa (trazer recortes de figuras, reportagens...);
Vídeo do desenho Caillo: “Eu odeio vegetais” e roda de conversa.
Histórias sobre o tema: Verduras? Não!
Músicas do Palavra Cantada e do Cocoricó sobre
alimentação;
Palestra para as crianças com a nutricionista da SP
Alimentos;
Feirinha de legumes e verduras com a nutricionista;
Alimentação Saudável
Palestra para os pais com a nutricionista do Departamento de Merenda
Escolar
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Cenouras colhidas e levadas para a família preparar em casa
Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.
Dia da fruta: experimentar e compartilhar
Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta
Culinárias ( escrita da receita)
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Avaliação do Projeto:
O Projeto surgiu de uma necessidade da comunidade escolar.
Para formarmos hábitos alimentares saudáveis é fundamental o
trabalho em sala de aula, porém faz-se necessário a participação
concomitante da família maior responsável pela alimentação e
formação da criança.
O projeto teve esta dimensão, conseguimos envolver as famílias
desde a pesquisa sobre alimentação saudável, palestra com a
nutricionista, até o compartilhar das culinárias feitas na escola e em
casa.
A escola conseguiu ultrapassar seus muros e levar a reflexão
sobre a alimentação nas casas dos alunos.
Na escola, temos o projeto self-service e percebemos que o
consumo de verduras, frutas e legumes tem sido maior, as crianças
estão experimentando mais, até mesmo a soja que foi introduzida
no final do ano foi bem aceita pelos alunos.
Autoras: Clarice Rodrigues O. Nacarrato Maria Helena Cascino Repolho
Regina Célia Castelo Regina Célia Argemiro.
Preparo do Bolo de cenoura com as cenouras colhidas na horta pelas crianças.
Preparo do sanduíche natural pelas crianças com cenoura, beterraba e alface colhidas na horta
As famílias experimentam o bolo de cenoura e o sanduíche natural na Reunião de Pais
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EMEI Neusa Maria Rossi
AUTORRETRATOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Desde que nascem as crianças estão em contato com o seu
corpo e significam o mundo por meio dele. A compreensão de sua
imagem conduz à construção de uma identidade sólida, ampliando
seu repertório de gestos a partir de seus pontos de vista e,
consequentemente, legitima seu olhar infantil que práticas
centradas no adulto obscurecem.
Ao verificar que crianças tão pequenas se preocupam e tem
uma imagem negativa de si, este trabalho torna-se essencial para
que as mesmas expressem seus pensamentos e sentimentos e
possam comunicar suas opiniões no sentido de criar uma
autoestima integrada as suas experiências. (ORIENTAÇÕES
CURRICULARES-EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
2007)
Ao reconhecer a individualidade de cada criança, suas
características e a forma como se expressa oportuniza-se a
superação de estereótipos, familiarizando a criança com sua própria
imagem, valorizando seu modo de ser e estar no mundo.
Este projeto tem o intuito de encorajar as crianças a falarem
sobre si, utilizando diversas linguagens, principalmente a artística
de maneira interativa para que possam reelaborar significados
sobre si, sobre o mundo a sua volta e sobre a diversidade,
ganhando novas possibilidades de se colocar e participar
ativamente. Além disso, este projeto permitirá que as mesmas
conheçam autorretratos e ampliem seu repertório cultural a partir
de um trabalho centrado em sua imagem.
Objetivo:
Ampliar o repertório cultural das crianças a partir de suas
representações sobre si e sobre o outro, valorizando a diversidade e
considerando seus pontos de vista na construção de sua identidade.
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Etapas desenvolvidas Definição do trabalho e percepção de uma
autoimagem
Há sempre a necessidade, em qualquer inicio de trabalho,
de uma definição clara para as crianças, assim sempre que
tocarmos no assunto elas terão o mínino de referências para
interferir no trabalho desenvolvido e negociar suas etapas.
Atividades:
Levantamento de conhecimentos prévios sobre autorretrato.
Apresentação às crianças de imagens de pinturas rupestres, onde
aparecem impressões de mãos nas paredes das cavernas, explicando
que esta forma de pintura é um dos primeiros autorretratos da
humanidade. Após esta explicação propor que façam impressões de
mãos em folhas que imitem o fundo da caverna.
Exposição de imagens de autorretratos de Rembrant, um dos artistas
que mais se autorretratou, em diversos períodos de sua vida nas
paredes da sala.
Experiência em frente ao espelho realizando massagens em seu próprio
corpo.
Em seguida, incentivo para que se autorretratarem utilizando materiais
já conhecidos. Finalizando, foi proposto que as crianças se pintassem
ou fizessem desenhos nos rostos de seus colegas utilizando pintura de
rosto.
Pintura de rosto
Impressão de Mãos
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Contextos de criação
Após a primeira parte do projeto, onde se conceitua
autorretratos e incentiva as crianças a entrarem em contato com a
própria imagem iniciam-se atividades em que as produções, a partir
de uma autoimagem, são privilegiadas, assim pinturas em diversos
suportes e produções com diversos materiais, além de intervenções
que foquem a criatividade fazem parte destes contextos.
Atividades:
Autorretrato com tintas em uma folha de cartolina; propor outra
produção a partir de um fundo claro e outra a partir de um fundo escuro. Também criar um autorretrato a partir de colagem de tecidos e outros materiais.
A valorização da diversidade
Depois de trabalharmos a expressividade nas produções infantis,
a próxima etapa privilegiará um trabalho com a diversidade, com o
intuito de estabelecer relações respeitosas entre as crianças, além
de construir sua imagem pessoal dentro do grupo valorizando suas
características e dos demais colegas.
Proposta de atividade: Conhecer a obra da artista Frida Kahlo observando como a mesma se autorretratou, as cores e objetos utilizados e em seguida conversar a respeito da diversidade.
Proposta de atividade: Leitura do livro: Ainda bem que tudo é diferente (Fabio Gonçalves Ferreira) e conversa sobre o respeito às diferenças.
Pintando um autorretrato
103
Para a finalização foi proposto qu
em uma tela a partir do repertório
e as mesmas se autorretratassem
construído ao longo do tempo.
No decorrer do projeto as cri
produzir diversos autorretratos c
anças tiveram a oportunidade de
om diversos materiais e suportes.
Finalização do projeto com a produção de um autorretrato na tela
Autorretrato na tela
Avaliação
Este projeto foi desenvolvido nos meses de julho a novembro
do ano de 2011. As crianças desta turma, inicialmente,
apresentavam dificuldades em aceitar a própria imagem,
demonstrando uma postura negativa, ou tinham dificuldades em
considerar o outro em suas brincadeiras depreciando sua imagem.
A organização do projeto favoreceu a conquista da
expressividade como forma de soluções de conflitos e das formas
de sentir e pensar. Observei grandes avanços na autoestima de
várias crianças, principalmente das meninas que sempre achavam
que deveriam ser como as princesas da Disney e se consideravam
fora deste padrão estereotipado.
Quanto às produções, as crianças, na medida em que as
realizavam iam cada vez mais explorando cores e texturas
significando-as. Técnicas foram exploradas não no sentido
mecânico, mas para instrumentalizar as crianças ampliando as suas
capacidades expressivas. Seus desenhos, em relação à variedade e
diversidade de elementos se ampliaram e as posições do corpo,
cabelos e acessórios utilizados demonstraram sua própria forma de
expressão, sem comparativos.
Um dos elementos mais interessante deste projeto foi a
interação professor/crianças, no qual os mesmos participaram
ativamente na elaboração de atividades, que não estavam
previamente prontas, eram elaboradas de acordo com as
necessidades e sugestões das crianças.
Talita Pereira da Silva
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BRINCANDO DE CIENTISTA COM ARTE
Emei Raul Joviano do Amaral
O trabalho desenvolvido teve como objetivo: incentivar o
interesse e a curiosidade das crianças pelos elementos da natureza,
assim como confrontar as hipóteses levantadas a respeito do ar, da
terra, da água e do fogo, a partir de seu conhecimento, com
experiências concretas; desenvolver o respeito ao meio ambiente e
às formas de vida existentes, valorizando sua importância para a
preservação do ecossistema e para a qualidade da vida humana.
Planejamos práticas significativas para que, dentro do
universo infantil, a criança pudesse vivenciar experiências
científicas.
O Projeto foi criado a partir do interesse das crianças por
bichinhos encontrados no parque como formigas, joaninhas e
lagartas, dando origem a outro projeto: “Projeto Casulo”.
O início do trabalho com cada tema se deu com o
questionamento às crianças sobre o que e para que servia cada
elemento natural em questão. Após o levantamento do
conhecimento prévio das crianças, trouxemos para a sala de aula
experiências práticas para comprovar ou não as hipóteses
levantadas.
No tema Água, realizamos experiências com: Os estados
físicos da água: sólido, líquido e gasoso e a projeção do arco-íris e
no tema Terra, começam falando dos diferentes tipos de solo e
realizamos atividades denominadas: “A Corrida da Água”, “Solo
Permeável”, “Filtro Natural”, “O Ciclo da Água” e a “Formação das
Chuvas” ressaltando a importância da limpeza e dos cuidados com
o ambiente onde vivemos para evitar as enchentes.
105
O trabalho com a terra e a água possibilitou o plantio de
feijões e girassóis permitindo o acompanhamento e o registro do
desenvolvimento das plantas.
Como todos os seres vivos necessitam de ar para viver,
focamos as experiências como as atividades: “Pressão do Ar” e “A
Corrida do Ar”, sendo foi possível observar que a maioria das
crianças não sabia que o fogo também se alimenta do ar; assim,
realizamos a experiência com o copo e a vela e ressaltamos a
prevenção de acidentes.
Dando continuidade, introduzimos outras experiências
como: “Com água também se brinca” em que brincamos com
bolinha de sabão; “Com Terra também se brinca” em que foram
feitos túneis, desenhos no chão, além de misturar água com terra e
“Com Ar também se brinca” fizemos carrinhos de dobradura para
brincar, cata-vento e apitos.
Em Artes Visuais, realizamos pintura com terra e areia;
pintura com sopro; o processo do papel marchê e, num trabalho
alimentos da história: Camilo, Camilão o Comilão, para ilustrar o
Projeto Alimentação.
O Projeto Casulo, que deu início a todo este trabalho, foi
realizado na prática com a transferência das lagartas do parque
para os lagartários, com acompanhamento e registro da
metamorfose por meio de desenhos.
Ao final soltamos as borboletas na Natureza.
O resultado foi positivo, pois envolveu tanto as crianças das
salas em questão, como as de outras salas e turnos devido à
curiosidade, assim como os demais professores e os pais.
Oficina de arte
Experimentos
de permeabilidade do solo e de combustão
integrado com outras professoras, confeccionamos personagens e Elenice Fonseca
Judith Ferreira Vitoriano Patrícia Matos da Rocha Silva
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EMEI Vanda Coelho de Moraes
O CICLO DE VIDA DAS BORBOLESTAS/ MARIPOSAS
Durante o horário de parque, que é um momento de
exploração e descobertas, os alunos do Infantil IIF sempre
encontravam pedrinhas, folhas, galhos, sementes e a partir dessas
descobertas surgiam vários questionamentos. Certa vez
encontraram uma lagarta nas árvores do parque e questionaram à
professora: O que é isso? É mesmo uma lagarta? É verdade que ela
vira borboleta?
Tendo como ponto de partida essa curiosidade aguçada por
grande parte dos alunos, levamos esse assunto para a sala de aula,
abordando o tema por meio de leituras, observações e registros.
Objetivo:
- Possibilitar aos alunos a exploração do mundo da natural por meio
de observações, e investigações;
- Ampliar os conhecimentos sobre o ciclo de vida das borboletas e
mariposas;
- Despertar a consciência ecológica, desenvolvendo o respeito e a
consciência para a preservação da natureza.
Desenvolvimento:
O projeto teve início com a descoberta da lagarta no parque
devido aos questionamentos e à curiosidade dos alunos. Levamos a
lagarta para sala de aula para que todos pudessem observá-la.
Colocamos a lagarta num pote de sorvete para facilitar a
observação e a circulação pela classe. Os alunos puderam observar
a cor, tamanho, número de patas, cabeça e formato do corpo.
Conversamos um pouco sobre as questões surgidas no
momento de descoberta da lagarta. Resolvemos então deixá-la em
nossa sala para observarmos a transformação em uma bela
borboleta.
Com o auxílio da nossa coordenadora pedagógica, a lagarta
ganhou uma casa nova, um aquário transparente de vidro com
terra, galhos e folhas, coberto com tule para facilitar a ventilação.
No passo seguinte confeccionamos um cartaz com as
informações já conhecidas sobre a vida das borboletas: o que
107
comem, como nascem, onde vivem... Depois por meio de leituras e
pesquisas, confrontamos essas informações, aprendemos.
Todos os dias as crianças observaram a lagarta, registramos
as observações por meio de desenhos, numa planilha.
Outras classes da escola já sabiam, sobre a nossa
experiência , então foi decidido que a lagarta ficaria em um espaço
onde todos os alunos pudessem observá-la, o balcão da secretaria.
Os crianças acompanharam todo o processo, da lagarta ao
casulo. Depois de um período, duas semanas, aproximadamente ,
para nossa surpresa, a lagarta se transformou numa mariposa.
Todos vibraram, gostaram muito do resultado da nossa observação.
Nos organizamos para libertação da mariposa . Num dia
lindo de sol, fomos até o pátio aberto de nossa escola e com o
auxílio de nossa coordenadora pedagógica os alunos observaram
bem de perto. A mariposa estava em um galho de árvore.
Em seguida, soltamos e vimos que ela voou até uma árvore
que estava próxima.
Avaliação:
A realização deste projeto partiu da curiosidade e dos
questionamentos dos alunos, foi gratificante ver que durante a sua
execução eles foram protagonistas ativos neste processo.
Fatores importantes foram contemplados, como a
possibilidade de acompanhar, observar, analisar e registrar a
transformação da lagarta. A interação entre os parceiros, o
confrontamento de opiniões e informações, também estiveram
presentes.
Acreditamos que foram criadas condições para possibilitar
aos alunos o desafio de pensar sobre o que eles observaram,
favorecendo a apropriação de saberes em relação ao mundo que os
cercam.
Observação da lagarta na sala de aula
Dia de soltar a Mariposa
Roberta Aparecida da Trindade
108
EMEI Virgílio Távora
ERA UMA VEZ... CLICK!
Durante o ano de 2011, após participação nas formações:
Rede em rede: formação continuada na Educação Infantil e o curso
Ciranda de Mídias, ambos promovidos pela Diretoria Regional de
Educação Santo Amaro, sentimo-nos motivadas a desenvolver
atividades de fomento ao comportamento leitor na educação
infantil incorporado à linguagem midiática.
O projeto caracterizou-se por situações de aprendizagem
utilizando as diferentes mídias e a literatura infantil, reconhecendo
que a interação entre as crianças e a linguagem midiática
ampliando as possibilidades de exploração, vivência e
desenvolvimento sociocultural e consideramos a prática cotidiana
com o público da Educação Infantil, enquanto Professor Orientador
de Informática Educativa, o trabalho com as mídias e suas
diferentes linguagens, que oferecem à criança a possibilidade de
explorar outras formas de interagir, brincar, pesquisar, descobrir,
ler, escrever, comunicar-se de modo criativo, participativo e
divertido.
Objetivos:
Desenvolver as linguagens verbal, artística e midiática;
Promover a literatura infantil – Contos de Fada;
Motivar a autonomia dos alunos quanto ao reconto;
Favorecer a exploração de recursos midiáticos, como:
máquina fotográfica, rádio, filmadora, projetor e computador;
Desenvolver atividades, que explorem o uso das mídias
como meio para produção de um trabalho diferenciado
e prazeroso para a criança.
Desenvolvimento:
1º Momento: Apresentação da história em áudio
Para apresentação da história utilizamos o elemento
surpresa, uma caixa embrulhada como presente, contendo: CD e
109
rádio. As crianças, dispostas em roda, demonstraram curiosidade
quanto ao conteúdo da caixa e levantaram hipóteses sobre o que
fariam naquela aula utilizando os dois itens.
Na sequência, a aluna Emilly colocou o CD no rádio e
acionou os botões para que pudéssemos descobrir o conteúdo do
mesmo. Ouvindo os primeiros sons, as crianças permaneceram
atentas e rapidamente reconheceram se tratar de uma história,
porém sem saber o título. Seguimos ouvindo e ao longo desta
escuta alguns alunos identificaram a história do Pinóquio.
Apresentação da história em áudio
Após audição da história, as crianças se expressaram
oralmente, fazendo comentários relacionados à moral da história, á
mentira, às características dos personagens e à importância de não
falar com estranhos.
2º Momento: Jogo educativo
Proposta de jogo educativo desenvolvido pela POIE
utilizando o software livre JClic. O tema do jogo foi a história do
Pinóquio, apresentado em diferentes atividades para as crianças,
que brincaram com o jogo no computador trabalhando em duplas,
trocando ideias e auxiliando um ao outro quanto as suas
habilidades e dificuldades.
Tela do jogo educativo: Pinóquio
110
Crianças produzem desenhos no Paint Brush
3º Momento: Vídeo da história
Assistimos ao curta da história: Pinóquio, reproduzida no
telão. E ao final da reprodução, propomos que as crianças
identificassem as diferenças e semelhanças quanto à narrativa do
áudio e reprodução do vídeo, salientando como foi ouvir e depois
ver e ouvir a mesma história de modos diferentes.
As crianças
reconheceram algumas
diferenças entre o enredo
apresentado no áudio e na
apresentação do vídeo,
como o fato do personagem
Pinóquio na história em
áudio se transformar em
burro, enquanto que na
história reproduzida em vídeo o personagem, a cada mentira contada,
vê seu nariz crescer. Estas diferenças apontadas pelas crianças
possibilitaram reconhecer que, para os Contos de fada
existem diferentes versões, com detalhes e trechos que podem ser
acrescentados pelo narrador.
4º Momento: Roda de conversa e produção artística
Resgatamos as sensações de somente ouvir e imaginar a
história em contrapartida a assistir a história com áudio e imagem.
Percebemos que as crianças aprovaram ambas as experiências,
sendo que o primeiro momento da audição foi cercado pela
curiosidade e encantamento, salientando o interesse e atenção das
crianças nos dois momentos da história, indiferente dos recursos.
Concluímos esta sequência, com as crianças desenvolvendo
o seu desenho utilizando o aplicativo Paint Brush e com a
apreciação das produções das crianças expostas no telão.
111
Crianças realiza
m registro das atividades
Avaliação:
O projeto foi avaliado durante todo o desenvolvimento da
proposta, desde a apresentação da história, os momentos de
audição, reprodução e oralidade em roda de conversa, jogos
educativos e produção artística utilizando o computador. A
exploração e o envolvimento das crianças com as atividades, bem
como, a integração com os colegas e as mídias utilizadas
contribuíram para o desenvolvimento de habilidades quanto à
linguagem midiática e comportamentos leitores. Destacamos que
as crianças foram responsáveis pelo registro audiovisual de toda a
sequência aqui apresentada, cujos registros iconográficos foram
utilizados para apreciação das crianças e avaliação do aprendizado,
permitindo que a criança possa ver-se e reconhecer-se no
desenvolvimento das atividades.
“O uso da linguagem midiática possibilita à criança explorar o
seu potencial criativo, ressaltando o seu papel enquanto
aprendiz e produtora de conhecimento...”.
As Mídias no Universo Infantil – um diálogo possível. pág.73
Aprecie nossos registros realizados pela fotógrafa Amanda e
camara man Lucas – 6 anos:
Apresentação da história utilizando o rádio: http://migre.me/9LNlh
Apresentação do Projeto: http://migre.me/9LNnB
Daniela Fonseca Costa Profª Orientador de Informática Educativa
112
EMEF Padre Aldo da Tofori
A LINGUAGEM DAS TARJAS
Projeto de alfabetização de jovens e adultos
Tendo em vista que o curso da EJA tem um público
diferenciado e que todas as disciplinas são responsáveis pelo
desenvolvimento da competência leitora e escritora, escolhi um
conteúdo que tivesse relação com o cotidiano, fosse significativo e,
ao mesmo tempo, resgatasse as experiências dos alunos.
Objetivos
Desenvolver a competência leitora e escritora;
Conhecer diferentes tipos de textos;
Compreender a importância da leitura/interpretação da bula para
evitar prejuízo à saúde;
Orientar sobre os perigos da automedicação;
Identificar os diferentes tipos de tarjas e suas funções nos
medicamentos;
Esclarecer que um medicamento genérico contém o mesmo
princípio ativo de um medicamento de marca famosa;
Reconhecer que a química está presente no nosso cotidiano;
Localizar, na bula de um medicamento, informações como:
composto ativo, dosagem, reações adversas, posologia, indicações
e outros;
Associar sintomas a efeitos colaterais provocados por um
medicamento e descrevê-los para o seu médico durante o
tratamento;
Saber quando e como utilizar o serviço do SAC ou SIC.
Desenvolvimento
1ª etapa: Pedi aos alunos que trouxessem diferentes tipos de
bulas e embalagens de medicamentos. Em grupo, realizamos o
levantamento dos conhecimentos prévios:
1. Qual o perigo da automedicação?
2. Qual a função das tarjas nas embalagens dos
medicamentos?
3. Qual o significado do conceito genérico?
113
4. Um medicamento genérico tem a mesma eficácia de um
medicamento de marca?
5. O que é o composto ativo de um medicamento?
2ª etapa: Após a discussão dos conhecimentos prévios sobre o
assunto e a realização de registros pelos alunos, utilizamos a sala de
informática e a internet como recurso para as pesquisas.
Na sala de aula, questionei os alunos sobre a eficácia de
medicamento de tarja amarela, comparando-o com o mesmo
medicamento de uma marca famosa. A proposta foi que eles
identificassem a (s) diferença (s).
Posologia;
Laboratório;
Farmacêutico responsável;
Utilização do serviço de Sac ou Sic.
Avaliação:
Avaliei os registros
realizados pelos alunos e
os relatos que foram
apresentados durante as
3ª etapa: Para trabalhar com as informações descritas na bula,
aulas. Observei, durante as
Alunos da EJA fazendo a análise de bulas
os alunos leram e realizaram o registro em um relatório, tendo
como objetivo localizar informações em um texto utilizado
cotidianamente e compreendê-las.
As informações retiradas da bula foram:
Localização do composto ativo;
Dosagem;
Reações adversas;
Indicações;
atividades, que os alunos estavam relacionando as informações
obtidas com experiências vivenciadas por eles e por outras pessoas.
Um aluno relatou que sua mãe fazia o uso de um medicamento que
estava provocando inchaço no seu corpo. Ao aprender o que era
uma reação adversa, ele verificou que aquele medicamento
causava alterações no sistema renal e relatou ao médico as
alterações que estavam ocorrendo no corpo da mãe, sendo possível
fazer uma substituição do medicamento. Também pude observar
114
que muitos alunos da EJA achavam que um medicamento genérico
tinha eficácia inferior, por ser mais barato. Outro fator importante
neste trabalho foi conscientizar o cidadão(ã) dos seus direitos como
consumidor, uma vez que muitos desconheciam a função dos
serviços de SAC e SIC.
Nesta proposta, trabalhamos o desenvolvimento da
competência leitora e escritora para a formação do cidadão,
permitindo ao aluno relatar suas experiências, adquirir informação
e tornar-se um agente multiplicador e transformador da
comunidade onde vive.
Claudia Maria Ribeiro Santana
115
EMEF: Padre Aldo da Tofori
STRIKBOL
O Strikbol foi elaborado a partir do meu desconforto, como
professor de Educação Física, ao observar que alguns alunos se
recusavam a participar das aulas, e principalmente dos esportes
coletivos tradicionais, tão importantes para sua formação. O aluno
não era convidado a participar do voleibol por não dominar os
fundamentos de toque e manchete; do handebol, por não possuir
habilidade para receber e passar a bola; no basquetebol, por não
ter habilidade para driblar e fazer cestas; no futebol, por não ter
habilidade com os pés no trato da bola. Para mudar esta situação,
resolvi transformar uma atividade recreativa (queimada) em um
jogo de fácil assimilação e com aspecto lúdico e recreativo.
Objetivo:
Ressignificar a queimada, transformando-a em um jogo mais
elaborado.
Desenvolvimento:
Iniciei um processo de observação referente ao envolvimento dos
alunos em alguns jogos recreativos. Percebi que durante a
queimada todos os alunos envolviam-se com certa espontaneidade.
Aos poucos, fui criando regras a partir de situações vivenciadas nas
aulas de Educação Física. Assim nasceu o Strikbol.
Descrição do jogo:
O jogo desenvolve-se entre duas equipes compostas de oito
jogadores cada, com o objetivo de anular a equipe oponente por
meio da queima. O jogador queimado, atingido pela bola, entra em
um estado passivo de jogo (sentado com joelhos flexionados e
pernas cruzadas) e só poderá voltar ao jogo se resgatado (receber a
bola ou pegá-la durante o jogo) pela equipe. O Strikbol contribui
para desenvolver capacidades físicas como resistência, agilidade,
destreza, estratégias de ataque e defesa, velocidade de raciocínio,
espírito de equipe e solidariedade.
Regras do jogo:
116
1. A QUADRA: A área de jogo é a quadra poliesportiva, delimitada pelas paredes ou alambrados laterais e de fundos;
2. A BOLA: A bola é de borracha macia, com superfície não escorregadia, com medida nº 10 ou nº 12, usadas em diferentes categorias;
3. DURAÇÃO DA PARTIDA: Dois períodos de 12 minutos. Em caso de empate, prorrogação de 5 minutos, até que se obtenha um vencedor. OBS: 3 minutos de intervalo entre um período e outro;
4. TÉRMINO DE JOGO NO PERÍODO: O período termina quando uma das equipes conseguir o strik (quando todos os jogadores da equipe adversária forem levados a posição passiva de jogo) ou no final do tempo estabelecido para o período.
5. FINAL DE JOGO a. Quando uma das equipes vencer os dois períodos de 12 minutos, por strik ou soma de pontos; b. Quando uma das equipes vencer um período e empatar o outro, ou vice- versa. c. SINAL DE TÉRMINO DE JOGO: O tempo de jogo começa com o apito do árbitro para o tiro de saída inicial. Ele acaba com o sinal de término automático do placar eletrônico ou do cronometrista. Se o sinal não é dado, um dos árbitros apita para finalizar o jogo.
6. EQUIPE: Uma equipe é composta por 12 jogadores, sendo 8 (oito) titulares e 4 (quatro) reservas.
7. SUBSTITUIÇÃO DE JOGADORES: Os jogadores reservas podem entrar no jogo a qualquer momento, repetidas vezes, sem notificar, mas deve esperar que o jogador substituído saia da área de jogo.
8. EQUIPAMENTOS: Todos os jogadores de uma equipe devem usar uniformes idênticos, com numeração de 1 a 20. OBS: O capitão deve usar uma braçadeira ao redor do braço.
9. MANEJO DE BOLA 9.1. É permitido: a. Segurar a bola por quatro segundos; b. Dar três passos com a bola, com ou sem drible; c. Correr livremente pelo espaço do jogo, sem a bola, e sem ser tocado ou bloqueado pelo adversário;
d. Disputar a posse de bola a todo instante do jogo, sem cometer infração. 9.2. Não é permitido: a. Permanecer com a bola por mais de quatro segundos; b. Dar mais de três passos, estando com a posse de bola; c. Saltar para arremessar a bola no adversário; d. Entregar ou retirar a bola da mão do jogador da mesma equipe; e. Bater, arrancar ou puxar a bola da mão do jogador adversário; f. Tocar intencionalmente o corpo do jogador adversário em qualquer situação de jogo; g. Fazer barreira ou bloquear o deslocamento do jogador adversário que estiver em movimento (impedir o deslocamento do jogador); h. Passar a bola para si mesmo; i. Tocar em qualquer parte do corpo do jogador adversário em estado passivo de jogo; j. Rolar a bola no chão e pegá-la à frente; k. Lançar a bola por cima do adversário e pegá-la do outro lado; l. Tocar a bola intencionalmente com o pé; m. Em qualquer situação de passe, a bola não deve ser entregue ou colocada nas mãos, e sim passada; n. Não é permitido o jogo passivo; Obs: jogo passivo é quando a equipe troca passes entre si, com o objetivo de gastar o tempo e com isso ser beneficiada; o. Se movimentar ou se deslocar, estando na postura passiva de jogo;
p. Deitar ou ajoelhar para marcar o jogador em estado passivo de jogo. 10. QUEIMA
a) A queima pode ser feita em qualquer parte do corpo do adversário, exceto na cabeça e palma das mãos; b) A queima tem que ser direta; c) A mão é livre, mas se a bola tocar na mão e resvalar em qualquer parte do corpo, a queima será efetivada; d) Quando a bola tocar o antebraço, a queima é efetivada. Somente a palma da mão é livre para a defesa; e) Não é considerada a queima, quando o jogador segurar ou encaixar a bola, sem que ela caia.
117
11. POSTURA PASSIVA DE JOGO a) Quando o jogador sofrer a queima, ele deve sentar-se imediatamente no mesmo local, com joelhos flexionados e pernas cruzadas, mantendo uma distância mínima de dois metros em relação a outro jogador em estado passivo de jogo; b) Estando na postura passiva, o jogador não poderá se movimentar; c) Na posição passiva de jogo (joelhos flexionados e pernas cruzadas), quando tocado pelo adversário, sofrerá a falta. O mesmo jogador, na posição passiva, estando com as pernas estendidas e sendo tocado pelo adversário, estará cometendo falta.
12. RETORNO DO JOGADOR
a) Para sair do estado passivo e voltar ao jogo, o jogador deve receber a bola através de passe ou pegar a bola em jogo; b) O jogador só poderá voltar para o jogo, se receber ou pegar a bola, estando com os glúteos tocando no chão.
13. FALTAS a) Todos os itens 9.2 são considerados faltas; gerando com isso a perda da bola; b) Além da perda da posse de bola, poderá ocorrer advertência verbal, cartão amarelo ou vermelho; c) Falta cometida pelo jogador da equipe sem a posse de bola será advertido verbalmente, dependendo da gravidade, cartão amarelo ou vermelho; d) Falta considerada grave pelo árbitro, o jogador receberá o cartão vermelho; e) Arremesso com força desproporcional, na direção do rosto do jogador é falta grave, deve ser avaliada pelo árbitro a intencionalidade ou não do jogador, que poderá ser punido com cartão amarelo ou vermelho; f) Substituição obrigatória deverá ocorrer quando o jogador receber o segundo cartão amarelo ou quando o jogador receber o cartão vermelho; g) Toda paralisação de jogo, a bola deve passar pela mão do árbitro; h) Toda e qualquer tipo de agressão física ou verbal a qualquer participante do jogo, incluindo jogadores, técnicos, arbitragem e organização será considerada falta grave.
14. ARBITRAGEM a) O jogo deve ser acompanhado por dois árbitros e um mesário; b) A decisão do árbitro é irrevogável; 14.1. SINAIS OFICIAIS DA ARBITRAGEM a) Quando houver a queima, indicar com a palma da mão para o chão; b) Quando não houver a queima elevar uma das mãos acima da cabeça, autorizando a continuidade do jogo; c) Quando há falta de contato, bater um antebraço ao outro; d) Quando houver jogo passivo, movimentar o braço à frente do corpo; e) Quando o jogador andar (dar mais de três passos), girar um braço em torno de outro; f) Quando houver falta de bloqueio, colocar as duas mãos espalmadas para frente na altura do peito; g) Para receber a bola, elevar os dois braços acima da cabeça; h) Final de jogo, cruzar os braços à frente do tórax.
Avaliação:
O resultado dessa atividade esportiva pode ser considerado
bastante satisfatório. Em 2011, foi possível realizar um torneio
interclasses. Os alunos envolveram-se ao strikbol, demonstrando
facilidade de assimilação das regras, bem como participação
coletiva desse importante jogo cooperativo. Foi observado pelo
professor que os alunos já estão praticando o jogo na comunidade.
Valdir Carlos da Fonseca
118
EMEF Padre Aldo da Tofori
FALANDO SOBRE SEXO
O trabalho foi realizado para direcionar a educação sexual
entre os educandos no período da vida em que se têm mais dúvidas
e inseguranças sobre a sexualidade, diante de uma sociedade
desencontrada nas informações de conteúdos apelativos e
superficiais. A abordagem sobre sexualidade com as turmas nesta
faixa etária desperta curiosidades e interesses, pois observamos
uma baixa autoestima, dúvidas sobre as mudanças do próprio
corpo, informações distorcidas e um tabu qualificado no sítio
familiar (na grande maioria dos educandos). Outro ponto
importante diz respeito ao conhecimento compartilhado e trocas
de ideias entre os próprios educandos, possibilitando que sejam
multiplicadores dos resultados adquiridos na dinâmica de trabalho.
Desenvolvimento
No primeiro momento foram levantados conhecimentos
prévios sobre gravidez precoce, devido ao grande número de
relatos de amigas que estavam grávidas aos 13 anos. Outros passos
foram dados, todos direcionados a assuntos ligados ao sexo como
doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais, etc.
Após as discussões sobre as dúvidas suscitadas pelos alunos,
houve um levantamento dos temas mais significativos: métodos
contraceptivos, gravidez na adolescência, legislação do aborto no
Brasil e em alguns países orientais e ocidentais, doenças
sexualmente transmissíveis e ponto de vista das religiões sobre o
aborto.
Os alunos foram divididos em grupos de quatro a seis
alunos. Realizamos um sorteio dos temas e das datas para as
apresentações, de tal forma que num espaço de trinta minutos
fossem apresentados os trabalhos e nos últimos quinze minutos da
aula houvesse um debate com a turma.
Para aprofundar os conhecimentos, os alunos pesquisaram
sobre os temas elencados acima em livros, na internet, com
119
profissionais da área e em vídeos. Após as pesquisas, a elaboração
do material e a apresentação dos seminários (os grupos utilizaram
cartazes, power point e movie maker), os alunos socializaram com
os demais grupos os conceitos pesquisados.
Período: Um bimestre – agosto e setembro de 2011.
Avaliação: A avaliação foi processual. Em todos os momentos os
educandos foram avaliados: resultados de pesquisa, organização de
grupo, montagem dos trabalhos, rodas de discussão e seminários.
Seminário
trabalho sobre gravidez na adolescência
André de Albuquerque Miranda
120
CULTURA DA PAZ
EMEF Padre Aldo da Tofori
O cotidiano escolar deve favorecer o desenvolvimento da cultura de
paz em seu interior, para impedir que a violência que rodeia os
nossos jovens adentre o ambiente escolar. Para tanto, devemos
buscar um convívio harmonioso, promovendo o respeito e a
solidariedade humana, respeitando direitos, trabalhando deveres,
tonando o ambiente escolar cada vez mais atraente, seguro,
acolhedor e preventivo para todos os envolvidos no processo
educacional, valorizando a pessoa humana antes que a rua recrute
nossos jovens para a marginalidade.
“A prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver
quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo
os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o
interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente
liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de
executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar;
aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o
respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do
entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o
mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de
viver.”
Jacques Delors. “Educação: Um Tesouro a Descobrir” de 1999.
121
Objetivos
Sensibilizar e conscientizar os alunos sobre a convivência
harmoniosa com os colegas, professores e demais membros
da comunidade escolar;
Ampliar a participação dos estudantes nos projetos
desenvolvidos no laboratório de Informática Educativa,
através da plataforma ThinkQuest;
Ampliar a utilização dos recursos tecnológicos existentes na
escola;
Favorecer a atuação dos alunos, através de uma
participação construtiva e envolvente nas questões relativas
à violência na escola e no meio em que vivem e convivem.
Propiciar condições de acesso e uso das tecnologias voltadas
para a pesquisa e produção do conhecimento;
Promover ações de cunho pedagógico que contribuam para
o desenvolvimento das competências e habilidades
necessárias ao contexto digital do século XXI;
Produzir Jornal, levando-se em conta o conhecimento
adquirido sobre o tema. “Cultura da Paz”.
Desenvolvimento
Os alunos assistiram aos vídeos de sensibilização,
previamente selecionados pelo professor e disponibilizados
na plataforma do ThinkQuest (uma plataforma de
aprendizagem on-line que ajuda alunos a desenvolverem
habilidades de comunicação, pensamento crítico e
tecnologia);
Pesquisaram em livros e na internet sobre a Cultura da Paz;
Pesquisaram em duplas sobre a solidariedade, respeito e
amizade;
122
Participaram da enquete sobre a paz: Você acha que é
possível implantar uma cultura de paz na sua escola?
Discutiram sobre a produção do jornal, formatação,
manchetes;
Produziram um jornal com o Tema: “Cultura da paz” e
compartilharam com seus colegas de classe em ambiente
on-line e disponibilizando no Site da escola;
As atividades foram publicadas na plataforma do
ThinkQuest, seguindo as etapas abaixo:
Enviaram as produções e comentaram sobre a experiência:
123
Período de realização
O projeto foi desenvolvido em oito aulas –
aproximadamente dois meses.
Avaliação
Os alunos realizaram autoavaliação, utilizando os seguintes critérios
de observação (rubrica), pontuando de 0 a 05 o seu desempenho:
Acesse os links abaixo para apreciar as produções:
ThinkQuest: http://migre.me/9LMUm
Jornal Cultura da Paz: http://migre.me/9LMQq "Educar é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem
escolher. E só podem escolher quando conhecem alternativas. Sem informação
não há alternativa, e, portanto, sem alternativa não há liberdade.”
Gilberto Dimenstain, jornalista
Ester Alves de Oliveira Profª Orientador de Informática Educativa
124
UM TEXTO, DIVERSAS RELEITURAS... “... escola onde estudei até a antiga 8ª série.”
EMEF Antenor Nascentes
O projeto “Um texto, Diversas Leituras...” nasceu a partir da
necessidade de se entender que textos não consistem apenas em
impressos nos livros, revistas ou jornais. Uma música, um poema,
uma pintura, uma maquete, bonecos ou dramatizações fazem parte
do universo textual, já que podem ser lidos e relidos e cada um
pode fazê-lo de diferentes maneiras, de acordo com suas
sensações, desejos, intenções.
Os alunos do 7º ano, o público alvo, deveriam fazer leituras do
texto escolhido, para a elaboração de um seminário. Para tanto,
não era necessário seguir à risca documentos pesquisados,
aprendidos em aula ou anotações nos cadernos; nem tão pouco
ficarem inibidos no momento da apresentação e poderiam utilizar-
se de linguagem coloquial para explicar os conteúdos.
Em abril de 2011 o projeto foi apresentado aos alunos. Inicialmente
ficaram bastante assustados, uma vez que assumiriam grande parte
das responsabilidades. Democraticamente, constituíram-se em
grupos, com no máximo cinco integrantes, cujo propósito era
exercitar a autonomia.
Vencida esta etapa, o próximo passo consistiu em registrar numa
folha, os nomes dos componentes de cada grupo, informações
sobre o desenvolvimento do trabalho, o tema escolhido, os
comentários surgidos, as data das apresentações e sobre as
avaliações dos mesmos.
Como modelo foi utilizado o conto “Sebastião e Danilo” de Maurilo
Andreas, publicado na Revista Nova Escola, nº 217, de novembro
de 2008.
125
Colocado o texto na lousa e registrado nos cadernos de cada aluno,
a próxima tarefa foi a consulta no dicionário das palavras cujo
significado desconheciam e, assim, ampliar o vocabulário.
Cada grupo escolheu, livremente, o tema a ser desenvolvido e com
a finalidade de clarear as ações, colocaram suas dúvidas, ensaiaram
as apresentações e receberam orientações quanto à confecção de
relatórios (nome dos membros do grupo de trabalho, série/ ano,
custos, materiais utilizados, comentários, avanços e dificuldades
durante o desenvolvimento do trabalho e autoavaliação do
trabalho, do relatório e da apresentação).
Observação: Durante as apresentações, deveriam fazer anotações
em seus cadernos, visando à autoavaliação e às dos outros grupos.
A apresentação dos trabalhos aconteceu em junho e apesar do
nervosismo inicial, todos puderam questionar, comentar e relatar
os avanços e dificuldades no feitio do relatório. As temáticas
escolhidas, a partir do texto modelo “Sebastião e Danilo”, os
materiais e o método foram:
a) Maquete: produção de cenário, com material reciclado, a
partir da escolha de uma cena;
b) Artesanato: produção de cartaz confeccionado com bonecos
de argila e outros materiais recicláveis (moldura de
papelão);
c) Reescrita com ilustrações;
d) Poesia: produção de texto poético com representação
pictórica em cartolina;
e) Música: representação pictórica em cartolina da letra da
música de autoria dos membros do grupo de trabalho;
f) História em quadrinhos: produção de HQ;
g) Dramatização com bonecos: utilizando bonecos
confeccionados com diferentes materiais;
h) Dramatização com pessoas: com confecção de cenários e
figurinos.
Após as falas, analisamos assuntos tais como: “Palco italiano”,
“Avalon – lendas do Rei Arthur” (assistido anteriormente pelos
alunos do 7º ano), leituras e possibilidades de releituras de um
texto e como se deve proceder à uma apresentação em seminário;
noções de perspectiva de desenho e espacialidade na produção
126
pictórica; variedades linguísticas entre palavras similares (exemplo:
trabalho baseado e fumar um baseado) e regionalismos; adaptação
de textos literários para as artes audiovisuais; estrutura (versos e
estrofes) e a função social do subgênero literário poesia;
semelhanças e diferenças entre estrutura poética e letra de música
(refrão, licença poética e outras diferenças); técnicas de
representação de teatro de bonecos e possibilidades materiais
Ao final, os alunos apresentaram mudanças significativas.
Tornaram-se mais autônomos, mais questionadores e mais críticos
em relação às suas produções e às dos colegas.
para produção de fantoches e marionetes.
Os instrumentos de avaliação utilizados foram:
1) Anotações e comentários nos cadernos dos alunos;
2) Questões originadas ao longo do processo (antes, durante e
depois das apresentações);
3) Relatórios individuais;
4) Apresentações dos grupos;
5) Autoavaliação;
6) Reflexões sobre o processo;
7) Avaliação escrita (individual) – questões sobre todo o
processo;
Maquete
Produção de texto poético
Representação Pictórica
Apresentação do Seminário
Reescrita com ilustrações
Bonecos confeccionados
com diferentes materiais
Profª Adenilza Almeida Lira
127
EMEF Armando de Arruda Pereira
OS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS
Para evidenciar as consequências da impermeabilização do
solo em nossa cidade, os alunos dos 8º e 9º anos do Ensino
Fundamental criaram um jornal ambiental para ampliar
informações e conhecimentos e possibilitar a leitura por meio da
exploração de conceitos próprios do conhecimento geográfico. Na
cidade de São Paulo, por causa da impermeabilização, quando
chove o volume de água que fica na superfície pavimentada (ruas,
calçadas, quintais e estacionamentos) aumenta, dirigindo-se para
rios e córregos. Este aumento provoca inundações.
Objetivos
Favorecer as formas de compreensão do espaço no
atendimento às necessidades humanas;
Conhecer a relação sociedade e natureza;
Propiciar o reconhecimento das diversidades de regiões
geográficas brasileiras, estabelecidas pela vegetação, clima;
e da interação da ação humana com o ambiente;
Identificar os problemas ambientais urbanos;
Analisar a situação do bairro onde moram;
Resgatar a história do bairro;
Aprender sobre a importância da água para a sobrevivência
do humanidade;
Conhecer o por quê da impermeabilização das ruas da
cidade e o que isto provoca para o ser humano;
Saber o que provocam as enchentes;
Estabelecer a relação entre os problemas ambientais
urbanos e sua importância para o meio ambiente,
despertando a consciência ecológica nos alunos;
Criar um Jornal Ambiental Virtual;
Pesquisas em sala de aula com os Professores de Geografia e
História;
Escrever e Reescrever para Aprender.
128
Materiais
Computadores da Escola;
Datashow;
Papel sulfite;
Cartolina;
Lápis e Giz de Cor.
Desenvolvimento
Considerando os recursos disponíveis no Laboratório de
Informática Educativa, como principal ferramenta deste trabalho,
desenvolvido em parceria entre professores e alunos do Ciclo II do
Ensino Fundamental, as etapas descritas a seguir nortearam o seu
desenvolvimento:
1) Fazer uma pesquisa com a classe - para saber se alguém já realiza
ações para tornar o meio ambiente mais humano - e se alguma
pessoa poderia ministrar uma palestra e/ou ajudar durante as
aulas, de forma a introduzir o assunto;
2) Levar alguns dados sobre os temas e o tempo necessário para
que as informações fossem apreendidas pelos alunos;
3) Destacar a importância de se reciclar as diferentes embalagens,
bem como reutilizar os recursos de consumo;
4) Retomar a importância de saber as cores de cada tipo dos cestos
de lixo: plástico, metal, papel e vidro;
5) Orientar as pesquisas realizadas no Laboratório de Informática
Educativa, que tinham como temas: resíduos perigosos, resíduos
radioativos, resíduos gerais não recicláveis, resíduos laboratoriais,
resíduos orgânicos e projetos ambientais.
Recursos utilizados:
. Produção Coletiva (Narrativa);
. Roteiro e mapa de localização e Itinerário (Google Maps) -
informações sobre o bairro e a rua em que mora – relacionando as
imagens do Mapa aos conhecimentos sobre o bairro e a rua;
. Escrita de e-mail para o colega da outra classe mostrando o mapa
e a localização da rua onde mora;
. Criação de um jogo “Como ter um ambiente mais saudável”.
. Confecção de um panfleto conscientizando a população do bairro
quanto à preservação do ambiente onde moram.
129
. Criação de apresentação utilizando os recursos do Power Point
sobre Reciclagem e Preservação do Ambiente.
. Entrevistas com os moradores do bairro sobre os cuidados
dispensados ao ambiente em que moram; nova pesquisa – dos
alunos - sobre informações do bairro e da rua em que moram;
. Criação do “Jornal Ambiental”.
Avaliação e Auto avaliação
Neste projeto pretendeu-se construir novas formas de
aprender e de avaliar. O processo de aprendizagem foi observado
por meio da interação e colaboração entre os professores e os
alunos, quando estudam e aprendem juntos ou sozinhos,
interagindo com a máquina, o texto e as multimídias ( texto, áudio
e vídeo ).
O Professor, a qualquer momento e em qualquer espaço,
pôde avançar e promover o avanço de seus alunos, qualificando os
conhecimentos de todos.
Desenho de Warlley – 8ª A
Acesse o link e navegue nas nossas produções:
Jornal: “Os problemas ambientais urbanos” -
http://migre.me/9LN27
Maria Angela Perone Marques Rossetti
Profª Orientador de Informática Educativa
130
O QUE FAZER COM O LIXO?
EMEF “Bernardo O’Higgins”
Desenvolver, junto aos alunos, a proposta de trabalho –
contida no documento “Orientações Curriculares Proposição de
Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I” – referente
ao eixo “Natureza e Sociedade”, de forma significativa para a faixa
etária das crianças envolvidas.
Objetivos Alcançar – de maneira significativa para os alunos - os
objetivos propostos para este ano do Ciclo I, a saber:
-C1 Reconhecer cuidados com a higiene em diferentes lugares de
vivência para a promoção da saúde;
-C2 Identificar responsabilidades para a manutenção do ambiente
saudável em locais de uso individual e coletivo;
-H2 Identificar algumas normas culturais relacionadas a cuidados
pessoais e os do grupo de convívio sobre higiene;
-H3 Identificar as formas de convívio social compartilhadas nas
brincadeiras e festas em diferentes tempos.
Conteúdos Conceituais
1. Como reutilizar alguns materiais jogados nos lixos;
2. A importância de se viver num ambiente limpo;
3. Como era no tempo da vovó (normas culturais relacionadas a
cuidados pessoais e do grupo de convívio sobre higiene e
brincadeiras em diferentes tempos).
Conteúdos Procedimentais
1. Leitura de textos informativos;
2. Leitura de notícias;
3. Escrita de listas;
4. Pesquisas;
5. Entrevistas (com os avós ou parentes mais velhos);
6. Comparar; Elaborar conclusões.
Conteúdos Atitudinais
131
1. Saber ouvir e falar;
2. Respeitar o outro e sua opinião (mesmo que diferente da sua);
3. Mudar alguns hábitos (em relação ao lixo produzido em casa e na
escola, na hora do lanche/ hábitos de higiene pessoal e do
ambiente).
Contextualização/Sensibilização
Conversamos sobre o “problema lixo”, depois de trabalhar
hábitos de higiene e saúde pessoais e coletivos. Assistimos a alguns
vídeos no YOUTUBE (“Recicla Kids - A gente salva o mundo
brincando” e Turma da Mônica em “Um plano para salvar o
planeta”).
Cantamos a música “Reciclagem” de Alexander Medalhas Gomes.
Questionamento: “Tudo que está no lixo, não tem mais proveito?
Não pode ser utilizado para mais nada?”
Levantamento de Hipóteses
Alguns alunos disseram que muitos materiais poderiam ser
utilizados: papel, latinhas, garrafas pet; outros achavam que se já
estava no lixo não servia para mais nada e um terceiro grupo disse
que algumas pessoas catavam o lixo e vendiam para viver.
Anotamos o que foi falado no caderno (individualmente) e num
cartaz, para retomarmos mais tarde.
Vivências e Experiências
Solicitei, como lição de casa, uma lista do que há no lixo de
nossa casa (conversamos sobre o cuidado ao analisarmos esse lixo,
com a ajuda de um adulto). Fizemos a leitura das várias listas. Da
lista inicial, destacamos o que poderia ser reutilizado e fizemos uma
nova seleção (uma outra lista).
Nossa próxima tarefa foi conversar com os avós (ou pessoas mais
velhas da família) e perguntar se eles se lembravam do que havia
no lixo da casa deles, quando eram crianças. Comparamos as listas
e notamos que não havia garrafas pet, que a quantidade de
embalagens era bem menor.
132
Voltamos para nossa 2.ª lista (o que poderia ser reutilizado e que
havia sido encontrado no lixo) e começamos a dizer como
poderíamos reutilizar cada item. Várias ideias foram sugeridas e
combinamos que, a partir daquele momento, guardaríamos aquele
material (da lista), para construção do que havia sido sugerido
(nova lista com as sugestões).
Depois que as crianças escolheram o que fazer, de acordo com o
material reunido, iniciamos a construção dos objetos.
No dia marcado, cada um apresentou sua criação para a sala,
dizendo qual sua utilidade e o material utilizado na confecção. No
dia seguinte, arrumamos nossa sala e convidamos os alunos dos 1.º
anos A e B e do 2.º ano A para a nossa exposição. Foi um sucesso! O
2.º ano B falou um pouco sobre o trabalho, leu algumas listas e
apresentou o produto final.Os convidados foram extremamente
participativos, perguntaram, anotaram, tocaram...
Síntese
Depois de toda a euforia da exposição, voltamos ao nosso
1.º cartaz e refizemos a mesma pergunta: “Tudo que está no lixo,
não tem mais proveito? Não pode ser utilizado para mais nada?
Desta vez foi difícil conter tantas mãos levantadas. Lembramos das
regras e anotamos coletivamente:
-Não. A maioria pode ser utilizada. Podemos construir vários brinquedos de
sucata, enfeites, até mesmo cadeiras, mesas e outros objetos.
-Aquilo que a gente não souber usar, pode dar no lixo seco (aquele que o moço da
carrocinha pega para vender).
-Também pode colocar no dia do caminhão da reciclagem (alguns disseram que o
caminhão passa na sua rua).
-Podemos levar ao supermercado que tem os latões coloridos.
Então é possível diminuir o lixo que irá para o aterro sanitário (pesquisamos o que
era na sala de informática)?
-Sim.
-Claro.
133
E o lixo que encontramos nas ruas?
-Também.
-Ninguém pode jogar lixo na rua.
-Temos que ensinar todas as pessoas.
-Até os adultos.
Combinamos de confeccionar cartazes explicativos sobre o
assunto para serem espalhados pela escola.
Avaliação Realizar essa sequência foi interessante e produtivo. Os alunos
passaram a ler textos informativos com mais autonomia,
adquiriram o hábito de ler (algumas) notícias e aprenderam a fazer
entrevistas. E, principalmente, mudaram seus hábitos (em casa e na
escola) em relação ao que deve ser jogado no lixo (cobrando esta
mudança inclusive de pais e familiares). Aprenderam a respeitar o
trabalho de quem recolhe "lixo" (como os carroceiros) e passaram a
se interessar pela reciclagem. Esta consciência era o meu objetivo
principal.
Adriana Guedes Medeiros
134
A EMEF “CARLOS DE ANDRADE RIZZINI” EM FAVOR DA PAZ
EMEF “Carlos de Andrade Rizzini”
Sendo a escola um espaço em que se exerce a cidadania, é
importante que todos conheçam os seus direitos e deveres
fundamentais como pessoas, a fim de que possamos criar, entre
nós, um ambiente saudável e de respeito mútuo. Só assim
construiremos, de fato, a verdadeira comunidade.
"Tolerar que aluno viva sem disciplina, deixá-lo que cresça com
seus defeitos e permitir-lhe que faça o que quer, não é amá-lo
nem respeitá-lo, é abandoná-lo à própria sorte." (Marcelino
Champagnat)
O Projeto “O Rizzini em favor da paz” tem em sua essência,
tomar para si esse desafio atual: a busca incansável pela paz no
convívio escolar. Para enfrentar este desafio vê como ponto
primordial retomar e trabalhar o tema valores, na intenção de
procurar, tanto nas questões práticas do cotidiano, quanto no
confronto com a realidade social excludente, desenvolver o senso
de respeito, justiça, solidariedade e responsabilidade social.
Acreditando que a aproximação da família com a escola seja um
fator indispensável neste processo, o projeto teve como iniciativa
essencial, além da interdisciplinaridade, a inclusão da comunidade
como protagonista nas ações desenvolvidas durante sua aplicação.
Objetivos
- Facilitar e promover a socialização da criança e da família no
âmbito da escola;
- Envolver o conjunto de atividades pensadas e elaboradas a favor
da interação aluno-aluno, aluno-professor, família-professor, tendo
em vista o respeito à pessoa humana, ao espaço, ao tempo, às
normas de convivência e a tudo que complementa a rotina da
escola como um todo;
135
- Promover o protagonismo do aluno valorizando a iniciativa, o
talento e a competência de cada um;
- Promover o envolvimento e a interação da comunidade escolar;
- Promover o desenvolvimento e o incentivo pelos estudos;
- Promover o respeito e a valorização do patrimônio publico;
- Promover o desenvolvimento pessoal e social, a autonomia e a
auto-estima dos alunos;
- Promover a boa convivência, a solidariedade e,
consequentemente, a redução da violência.
Desenvolvimento
- Rodas de conversas - semanal. Foram oportunizados momentos
para o aluno falar e ouvir relatos do seu cotidiano familiar, de forma
espontânea;
- Roda da leitura- semanal. O aluno contribuiu trazendo e fazendo
leituras para o grupo;
- Semana do vídeo: bimestral. O grupo dos professores e
coordenadores ficaram responsáveis pela seleção de vídeos
educativos exibidos para todas as séries, de acordo com a faixa
etária e a área de conhecimento escolhida; durante três dias, em
espaços disponibilizados para o evento, aconteceram as
apresentações, simultaneamente;
- Sarau Literário- anual. Alunos e professores fizerma
apresentações, recitações, jograis, contação de histórias e
representações. A escola se organizou para o evento em grande
estilo, com montagem de palco e de som que valorizaram a
iniciativa e participação dos alunos. A leitura de textos literários foi
incentivada, para que se preparassem para o evento;
- Show de Talentos- anual. Este evento envolveu toda escola. Os
alunos tiveram oportunidade de ser protagonistas, extravasando e
expressando seus talentos, na música, no teatro, no uso de
instrumentos, na dança, na contação de histórias.
- Mostra Cultural- anual. Montagem de exposição de trabalhos
realizados pelos alunos e de oficinas abertas para a comunidade.
136
- Campeonato de esportes entre as turmas- coordenado pelos
especialistas de Educação Física.
- Apresentação teatral - com parceria da Organização Não
Governamental PAIDEIA.
Avaliação
Deu-se por meio da observação diária, contando sempre
com a participação de todos. Como se tratou de um Projeto anual,
que envolveu mudanças de atitudes e comportamento, os
resultados apareceram em longo e médio prazo, quando foram
perceptíveis as mudanças na vida diária dos alunos e da escola. Este
projeto visou à promoção da paz entre os homens, independente se
dentro ou fora da escola.
Livro feito pelos alunos “Paz nas torcidas de futebol”
Alunos do Ciclo II jogando “Na trilha contra o Bulliyng” (criação da profª Renilda D.Viana). Obs: ao fundo cartaz com a árvore das virtudes
Renilda Duraes Viana
137
“MEL – MOMENTO DE ESCOLHA LIVRE”
EMEF “Carlos de Andrade Rizzini” e “Joaquim Cândido de A. Marques, Desembargador”.
Este Projeto surgiu da necessidade de se trabalhar a brincadeira
como recurso para explorar conteúdos de caráter procedimental e
atitudinal – junto às crianças dos anos / Ciclo citados na
identificação do presente Projeto - e estabelecer um momento que
possibilite ao professor, destas salas, um olhar diferenciado em
relação ao aluno e em relação ao grupo/classe.
O MEL/Momento de Escolha Livre é um dos momentos em que
professor/aluno e aluno/aluno estabelecem uma relação estreita de
confiança, respeito e um olhar voltado às singularidades, onde cada
um desenvolve suas potencialidades, um encontro com as
diferenças, mediado pelo professor.
Este trabalho teve início no ano de 2007, na EMEF “Carlos de
Andrade Rizzini”, com as professoras de 1º e 2º anos do Ciclo I do
Ensino Fundamental e seus respectivos alunos. Posteriormente,
está se desenvolvendo – também com grande aceitação – neste
ano, na EMEFM “Linneu Prestes, Professor”, na qual estou lotada,
desde 2011.
Objetivos Específicos
Apresentar à criança a possibilidade de escolha livre, diante
de atividades organizadas em diferentes espaços da sala de
aula, envolvendo situações de trabalho individual e em
grupo;
Favorecer a introdução da criança ao grupo e sua percepção
individual e do coletivo, o que permite o reconhecimento e
acolhimento de seus desejos e necessidades;
Criar condições para colocar a criança em contato com os
próprios limites e pelos limites impostos pela atividade e
pela escolha do colega, que atuará como parceiro;
Material Utilizado no MEL
138
Carrinho de Feira; Arara de Roupas;
Quebra-cabeça, Pirâmide do Palhaço, Lousa, Jogos de Dama,
Mico, Dominó;
Caixa de texturas, Ábaco, Alinhavo, casinha de boneca,
letras móveis;
Blocos Lógicos, Fantoches, papel em geral (sulfite, espelho,
crepon) revistas;
Jogo da velha, Blocos de construção, jogo da memória,
sucatas.
Esta atividade foi desenvolvida nos 1ºs, 2ºs e 3ºs anos, do
Ciclo I, do Ensino Fundamental de 09 anos.
Desenvolvimento:
1) O professor na Roda de Conversa tira as normas do MEL com
os alunos;
2) Em seguida, leva o carrinho de feira para a sala de aula com os
materiais, apresenta todos os materiais para a classe, quando
necessário joga primeiro com os grupos;
3) A sala é arrumada em grupos de carteiras vazias, geralmente,
nas carteiras são colocados os materiais;
4) Em seguida, o aluno tem à sua disposição várias atividades e
escolhe uma delas para desenvolver individualmente, em duplas ou
em grupo;
5) Ao final, todos colaboram na arrumação do material no
carrinho e este é devolvido à Coordenação Pedagógica;
6) As salas/classes de 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos já
possuem o material do MEL em sala de aula;
7) As escolas que possuem Brinquedoteca, desenvolveram o
projeto neste espaço.
Avaliação:
O MEL tornou-se enriquecedor, uma vez que possibilitou ao
professor e alunos escolhas, trocas de experiência e observação em
relação às atitudes e comportamentos demonstrados nas relações
que se estabelecem no momento da escolha dos jogos e
brincadeiras.
139
O MEL possui um papel fundamental no processo de leitura e
escrita, pois é nesse momento que a criança começa a entender a
relação entre o objeto e o seu significado.
Observamos no grupo:
Respeito às singularidades;
Interesse pelas diferentes atividades;
Respeito às regras e à organização;
Respeito aos colegas e aos seus trabalhos;
Contato com atividades de diferentes tipos;
Possibilidade de aprender a ganhar e a perder;
Maior concentração na atividade escolhida;
Independência e autonomia no momento da organização do
trabalho;
Mais organização individual: pegar/cuidar/guardar;
Desenvolvimento da coordenação motora fina;
Colaboração de todos na arrumação da classe ao final.
Valéria Rodrigues Faria Coordenadora Pedagógica
140
EMEF Cacilda Becker
PROJETO GEOMETRIA COM PALITOS
O ato intencional leva ao aprendizado, precisamos instigar o
aluno a ser protagonista em sua aprendizagem, levá-lo a ter
curiosidade, a explorar, a reconhecer, a comparar, relacionar
agrupamentos, identificar quantidades e elementos e resolver
situações problemas. Com este projeto buscamos, por meio de
atividades lúdicas intencionais, incorporar novas práticas ao
processo de ensino aprendizagem, para que o aluno desenvolvesse
a observação e o pensamento lógico matemático, construindo e
estabelecendo relações entre distintas formas geométricas
bidimensionais (planas) e reconhecendo-as no cotidiano.
Objetivos:
Promover discussões sobre a utilização de problemas não convencionais como recurso metodológico para o ensino da matemática;
Vivenciar e discutir possibilidades de explorar situações- problema para desenvolver conceitos e procedimentos matemáticos;
Desenvolvimento:
1ª atividade: Apresentação da professora e dos alunos e
explicação sobre o projeto, momento em que os alunos falaram
sobre suas hipóteses a respeito do que seria a geometria e tiveram
seus olhares direcionados à observação das formas existentes na
sala de aula. Surgiu a discussão de outros lugares onde poderiam
existir formas e saímos da classe em busca de diferentes formas
que compõe o espaço escolar. Observamos os corredores, os
azulejos, fomos ao pátio e observamos diferentes formas no chão,
no teto, nas luzes. Como os alunos não estão acostumados a
explorar diferentes espaços, pedi para andarem sobre as linhas da
quadra e assim, por meio do movimento, eles foram percebendo as
diferentes formas. Após a exploração, fizemos o primeiro registro,
utilizando desenhos para representar as vivências e depois os
socializamos. Muitos alunos desenharam figuras arredondadas e
tridimensionais, sendo assim, pedi para eles formarem conjuntos
141
Observação e representação de formas do espaço escolar de figuras
arredondadas, figuras tridimensionais e figuras formadas por
segmentos de reta. Após a atividade, fizemos uma reflexão e os
alunos puderam perceber que mesmo as formas possuem
características diferentes umas das outras. Foi dada ênfase às
formas com as características dos polígonos.
2ª atividade: Retomamos os passos da primeira atividade, assim, se
houvessem dúvidas essas seriam esclarecidas naquele momento. A retomada de
conteúdo, feita no início de cada atividade, é um momento de reflexão das
vivências e, a partir dessa troca, percebemos o que se transformou em
aprendizado. Por meio das reflexões e colocações dos alunos, percebi que
precisava retomar alguns conceitos sobre as características de algumas formas
geométricas. Entreguei aos alunos
Alunos criando figuras
folhas de EVA para que recortassem figuras formadas por segmentos de
retas e assim criassem paisagens, figuras, formas. Alguns alunos utilizaram o
registro da atividade anterior como apoio para realizar esta tarefa e, neste
momento, foi importante verificar se os conceitos apresentados na primeira
atividade foram interiorizados. Eles tinham que utilizar o material que foi
entregue com criatividade. Observei que os alunos estavam inseguros ao realizar a
atividade, queriam que eu desse um modelo pronto para que eles pudessem
copiar e conversei com eles sobre a importância de ser criativo, diferente, de
explorar um novo material e de superar este desafio. Não existe feio ou bonito e
sim representações de uma vivência feita pelo grupo e que para cada um foi
interpretada de uma forma diferente. Entreguei palitos ao grupo e eles foram
desafiados a criar novamente, com um material diferente. Em conjunto,
montaram robôs, formas e outras figuras. Neste momento,
142
pude perceber o crescimento daquelas crianças, pois não ficaram com medo
de experimentar, o fizeram com prazer e alegria.
3ª atividade: A aula foi iniciada com alguns
questionamentos. O que eles recordavam da atividade anterior?
Qual o material utilizado? Houve dificuldade em utilizar os palitos?
este momento o grupo respondeu que não conseguiu fazer curvas,
porque os palitos eram “retos”. Esta foi uma colocação interessante
e sendo assim a registramos na lousa. A primeira etapa desta
atividade foi a de exploração do material, mas desta vez entreguei
apenas 12 palitos por aluno e eles teriam que formar figuras
fechadas, que não se cruzassem e tivessem fim. Na segunda etapa
solicitei que formassem figuras com três palitos, quatro palitos,
etc.. Fomos nomeando as figuras e observando as características de
cada uma, o número de lados, a medida de cada lado e a medida do
contorno, entre outras questões colocadas para que eles
solucionassem. Por meio desta brincadeira, eles perceberam as
características de cada forma geométrica e foram construindo o
conceito de polígonos. Na terceira etapa os alunos fizeram
montagens específicas que exigiam habilidades de comparar,
relacionar agrupamentos, identificar quantidades e elementos e
resolver situação problema, desenvolvendo a observação e o
pensamento lógico matemático. Foi um momento muito divertido e
construtivo para todos.
4ª atividade: Este foi o dia dos desafios, os alunos teriam
que por em jogo não apenas suas habilidades, mas também a
rapidez em solucionar os diferentes problemas que eram colocados
diante de todos. Utilizando novamente os palitos, realizamos as
atividades.
5ª atividade: Fizemos a retomada de conteúdos, eles
queriam muito ter novamente a aula dos desafios, mas ao
apresentar o material desta aula eles mudaram de ideia: o grupo
utilizou palitos e massinha para
representar os polígonos
aprendidos. Após montarem
alguns polígonos, fiz algumas
intervenções: questionei o que
representava os palitos e eles
143
logo responderam que eram os lados do polígono; perguntei o que
eram aquelas bolinhas de massinha e eles disseram que elas
ligavam os palitos. Prossegui nas intervenções fazendo mais
perguntas: O que está se ligando? E assim, eles foram construindo
outros conceitos necessários para a aquisição dos próximos
conteúdos.
6ª atividade: Com o elástico, fiz uma sondagem para saber
se os conteúdos haviam sido aprendidos, eles tinham que se
organizar e montar a figura solicitada. Nesta brincadeira, eles
teriam que colocar em jogo todos os seus conhecimentos e
trabalhar em grupo para chegar ao resultado o mais rápido que
pudessem. Foi muito divertido, uns usaram os pés, alguns grupos
utilizaram as mãos, experimentarem diferentes maneiras e
encontraram a mais adequada para a atividade proposta. Desta
forma, percebi que eles interiorizaram os conteúdos que envolviam
os polígonos e assim fomos para a próxima etapa.
7ª atividade: Nesta atividade, trabalhamos o conceito de
perímetro. Por meio dos palitos, eles formaram diferentes
polígonos e puderam compreender rapidamente. Fizemos, na
prática, algumas situações que envolviam quarteirões e número de
voltas, mostrando que o conteúdo aprendido faz parte do cotidiano
de todos.
8ª atividade: retomamos os conteúdos aprendidos e
iniciamos o conceito de área do quadrado e retângulo, sempre
usando os palitos para validar as soluções. Por fim, apresentamos
nosso projeto aos pais, por meio de uma palestra onde todos
puderam contribuir ajudando a organizar, confeccionando o
material e participando efetivamente da finalização do projeto.
Avaliação: A avaliação processual foi realizada ao longo do
projeto. A cada nova turma, as atividades eram repensadas e
adequadas às necessidades do grupo. A avaliação contínua foi feita
ao longo do projeto por meio da observação da realização das
atividades propostas, do comportamento diante dos desafios, da
busca de diferentes soluções, da agilidade no raciocínio, da
organização do pensamento e sua socialização, da representação. O
trabalho em grupo foi fator fundamental na composição do
processo.
Profª Beatriz Cristina Gonçalves
144
“TEATRO NA ESCOLA”
“As práticas corporais e artísticas, pelas suas características expressivas, levam-nos a perceber que é a cultura que permite a configuração e socialização das diversas
manifestações. Por meio das produções culturais são estabelecidas relações comunicativas com a sociedade. Isto implica o ente ndimento de que as produções e manifestações culturais são textos que podem ser lidos e, portanto, interpretados”.
(IN: Orientações Curriculares Proposta de Expectativas de Aprendizagem Ensino Fundamental I, São Paulo, SME, 2007p. 187)
EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor”
Por meio da arte teatral a criança entra em contato com o
objeto de referência, estudo, identificação e representação que a
cerca: o ser humano e a sociedade. Neste contexto ela se
desenvolve, compreendendo melhor a nossa complexidade, o
mundo em que vivemos e sua importância nele, assumindo um
papel de protagonista em seu aprendizado, cultura e sociedade.
As potencialidades do jogo teatral são inúmeras. Importante
no processo de ensino e aprendizagem instiga e faz emergir a
energia do coletivo, ativa constantemente a consciência de si, a
autonomia intelectual e emocional por meio do conflito com o
outro e com as regras (lógicas e morais) construídas, coletivamente;
os focos na cooperação e colaboração oportunizam o resgate do
patrimônio cultural pertencente à memória coletiva, sem
mencionar o desenvolvimento corporal, emocional e sinestésico.
A realidade educacional e social atual nos apresenta muitos
alunos com dificuldades de aprendizagem, apatia, baixa
participação, falta de autonomia, pouco acesso à cultura, baixa
autoestima, ausência dos pais e que sofrem, constantemente,
bombardeios de informações sem criticidade para operá-las em seu
benefício. A partir dessas análises encontramos um mote para
realizarmos o presente Projeto e nele depositamos esperanças para
modificar uma realidade que necessita, urgentemente, ser alterada.
Objetivos Gerais
O jogo, a brincadeira e o lúdico fazem parte da nossa vida,
desde o nascimento e durante todas as etapas do desenvolvimento.
Brincamos representando cenas do nosso cotidiano, “inventando e
reinventando” sentimentos e emoções, capazes de nos transportar
145
para outro mundo, para outra vida. A arte de representar é mágica
e capaz de nos transformar como pessoas, como cidadãos.
Acreditando nas potencialidades da Arte, esse projeto produziu
manifestações artísticas e culturais, com foco sempre em:
a) despertar para o protagonismo estudantil;
b) resgatar a auto-estima;
c) superar obstáculos e dificuldades presentes na aprendizagem e
desenvolvimento integral do aluno;
d) mobilizar pais e responsáveis para a participação nos processos
de desenvolvimento dos alunos;
e) instigar discussões e reflexões sobre atualidades e
questionamentos do grupo;
f) buscar da criticidade;
g) aflorar a parceria entre aluno e professor;
h) construir o senso coletivo e valores de convivência como
respeito, compreensão e cuidado;
i) e, como objetivo principal, o desenvolver das capacidades de
todos os alunos com autonomia e prazer.
Objetivos Específicos
Neste projeto o aluno desenvolveu as seguintes habilidades,
competências e conhecimentos:
Comunicações verbais, corporais e escritas;
Atenção, observação, concentração, foco e percepção;
Consciência e expressão corporal e vocal;
Sentidos: visão, audição e tato;
Compreensão, reflexão e interpretação de textos trabalhados
em sala de aula e do acervo da escola;
Produção de textos sobre a cultura;
Uso eficaz da linguagem oral e da linguagem escrita;
Criação, desenvolvimento e produção de uma peça teatral
(Texto, interpretação, cenografia, produção e divulgação);
Noções de cenografia;
Noções da História do Teatro mundial e brasileiro;
Formação de público em espaços e manifestações culturais e
artísticas do circuito paulistano.
146
Desenvolvimento
O público era formado pelos alunos do Ciclo II, Ensino
Fundamental de 8 anos.
Estes alunos participaram e assistiram a apresentações, tais
como: Performance, no Dia das Mães; Cena “Carvões para Lareira
do Diabo”, no Show de Talentos e Mês do Folclore; Peça “Sonho de
uma noite de verão”, de William Shakespeare, no CEU “Caminho do
Mar”.
Participaram dos seguintes eventos, cujo foco era a formação
de público: Apresentação de Capoeira e Maculelê com o Grupo
Cordão de Ouro, na própria escola; Espetáculo “Coppélias?!”, com
direção de Cristiane Paoli-Quito, no Centro Cultural São Paulo;
Visitação ao Centro Cultural São Paulo; Evento “Revelando São
Paulo”, no Parque do Trote – Vila Guilherme.
O projeto foi dividido em três etapas:
A primeira iniciou-se com o trabalho de integração e construção
do coletivo na criação de uma dinâmica própria, a partir das
necessidades apresentadas por cada indivíduo. Em seguida,
vivências com os jogos teatrais e os devidos fundamentos para
o desenvolvimento das técnicas teatrais, postura e pensamento
crítico, criativo e artístico;
A segunda etapa se estabeleceu, organicamente, pelo grupo, a
partir da vontade de produzir uma peça teatral completa,
iniciando estudos, pesquisas e experimentos na busca de um
tema ou texto para a realização da peça;
A terceira etapa se deu pela criação da peça. Desde a
adaptação, escrita e reescrita de texto, até a construção das
cenas, trilha sonora, iluminação, cenário, figurino e maquiagem.
Com a estrutura da peça pronta iniciou-se o processo de
produção e divulgação, que culminou na apresentação que
compilou todo o processo de desenvolvimento e esforços,
realizados para a finalização de um ciclo, sem a
descaracterização de seu teor didático e experimental.
Avaliação
No Projeto “Teatro na Escola” aluno e professor foram
parceiros na construção de um projeto artístico, em
desenvolvimento progressivo de colaboração. O aluno atuante
147
percebeu a transformação constante da subjetividade em
objetividade em seu trabalho, como por exemplo, ao fisicalizar um
objeto - que pode ser uma emoção ou personagem - ele largou
modelos e padrões e deu espaço para o jogo e sua relação com os
acontecimentos, com os outros e com as emoções presentes.
Nesse momento, constituiu-se o conceito da criança como
artesã de sua aprendizagem e o foco no jogo teatral lhe permitiu
ingressar em uma realidade cênica que mobilizou imaginação,
habilidades e competências diversas para construir o concreto e
vivenciá-lo de maneira efetiva consigo, com o outro, com o espaço
e com a história. Dessa maneira, as formas simbólicas tornaram
concretas e manifestas as experiências, desenvolvendo novas
percepções, a partir da construção artística e esse aprendizado foi
transformado em processo de produção de conhecimento.
É necessário compreender que o projeto estruturado da
maneira como se encontra, onde o aluno é o termômetro, objeto e
ator de toda a ação educacional e artística só conseguiu chegar à
sua etapa final porque o grupo assim o desejou, pensou, criou e
desenvolvimento, que é respeitado e compreendido pelo grupo,
este estabeleceu uma dinâmica própria e específica que se
diferenciou, em cada grupo de alunos, apresentando resultados
diferentes, mas não menos eficientes.
Portanto, foi a partir do processo de desenvolvimento
orgânico, e até por vezes não harmônico, em seu caos artístico, que
os obstáculos individuais e grupais se apresentaram e foram,
delicadamente, superados. O prazer em cada representação, em
cada final de ensaio, a felicidade estampada no sorriso em um
simples jogo, erro ou grande apresentação, o elogio de um
professor à mudança de postura e participação do aluno ou a
melhora em alguma deficiência de aprendizagem foram algumas
das provas de que o projeto foi realizado a contento e teve
resultados concretos.
produziu. E, por cada participante apresentar seu tempo próprio de Performance Dia das Mães “Sonho de uma noite de verão”
Carvões para a lareira do diabo Show de Talentos da escola
Nathalia de Azevedo Marques
148
“RESGATE E VIVÊNCIA DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS POPULARES”
EMEF “Habib Carlos Kyrillos, Doutor”
Observa-se, cada vez mais, que o contato das crianças com
jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais vem perdendo espaço
para equipamentos de alta tecnologia, entre esses, se destacam:
vídeo-games, computadores, televisores e brinquedos de controle
remoto. Tendo em vista a importância dos brinquedos e
brincadeiras populares no desenvolvimento das potencialidades das
crianças e na preservação da identidade e cultura da comunidade
foi elaborado este projeto, com o objetivo de que as crianças atuais
entrassem em contato com brincadeiras e brinquedos populares e,
a partir dessa apropriação, construíssem repertório para conhecer
os contextos em que essas brincadeiras ocorriam, notadamente, o
espaço físico da rua.
Objetivo
O objetivo central foi resgatar antigos brinquedos e brincadeiras
populares, junto aos pais ou responsáveis e familiares,
oportunizando:
-Troca de experiências com seus pares e com a comunidade escolar;
-Resolução de situações problema, priorizando sempre o diálogo;
- Construção do pensamento crítico;
- Organização de ideias a respeito das brincadeiras e brinquedos
antigos e populares;
-Valorização das brincadeiras populares;
- Colaboração e aprendizado para trabalhar em equipe;
-Favorecer o diálogo entre familiares;
-Ser solidário com os colegas.
Desenvolvimento
Os alunos elencaram as brincadeiras de que mais gostavam
de fazer em suas horas livres e, posteriormente, pesquisaram quais
as brincadeiras que seus familiares brincavam quando crianças.
Feito isso, foram propostas algumas brincadeiras para serem
desenvolvidas nas aulas de Educação Física e durante o intervalo
149
Avaliação
Como resultados, observamos a participação, cada vez mais
intensa, dos alunos conforme foi ocorrendo o desenvolvimento da
programação das brincadeiras e dos brinquedos. Outra observação
diz respeito ao comportamento mais cooperativo e menos
competitivo que foi se constituindo entre os alunos, a partir do
momento da aceitação das limitações dos colegas.
Brincadeira Cama de Gato Brincadeira Barra Manteiga
Maria Reginalda de Sá Santos Colaboração da Equipe Gestora da Unidade Educacional
150
EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”
“CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER”
Tendo em vista a inclusão digital dos alunos do Ciclo II, do
Ensino Fundamental de 8 anos, a utilização da Rede Social Twitter,
surge como uma ferramenta para viabilizar a construção de
conhecimentos – por parte destes alunos – e a utilização social da
mesma.
Objetivos
O interesse dos alunos pela inovação tecnológica e a
necessidade de inserir as mídias na Educação, oportunizaram:
a) a valorização da educomunicação;
b) a utilização da Rede Social Twitter para viabilizar a
construção de projetos;
c) a garantia da qualificação do processo de ensino-
aprendizagem.
Desenvolvimento
O uso do Twitter surgiu da necessidade de realizar o Projeto
“Comunidade Escolar e Trabalho”, no Portal EDUCAREDE, ao longo
do ano de 2009. Dada que a dificuldade de acesso era constante, a
maneira encontrada para solucioná-la foi utilizar o Twitter para
viabilizar o processo de ensino e aprendizagem e contemplar o
calendário solicitado. Foi criado um manual apresentando o passo a
passo sobre o uso do Twitter. Os alunos monitores utilizaram o
Twitter para comunicar e direcionar ações com uso das TIC
(Tecnologia da Informação e Comunicação) e cumprir o
cronograma. Com o sucesso do uso da Rede Social Twitter o
Projeto continuou, no ano de 2010, para viabilizar a comunicação e
propiciar a execução das ações, de acordo com o “Programa Ler e
Escrever” e continua propiciando o protagonismo estudantil até
hoje. A socialização propiciou a construção de mural, socialização
de roteiros de entrevistas e de excursões.
151
Avaliação
O uso da Rede Social Twitter e de outras mídias propiciou a
inclusão digital, o uso de novas tecnologias e viabilizou a
comunicação e a realização dos projetos ao longo desses anos.
Observou-se a melhora da auto-estima, do rendimento escolar e
maior coerência e coesão nos textos escritos. Outro resultado
importante deste Projeto foi a Oficina “Construindo Saberes por
meio do Twitter”, no Seminário da DRE- Santo Amaro, realizada sob
minha coordenação, no ano de 2010. Este trabalho suscitou mais
acessos entre os colegas educadores, no Twitter, e maior interesse
pela utilização das mídias na educação.
EMEF “Isabel Vieira Ferreria, Profª” Projeto “CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DO TWITTER”
Figura 1: Entrevistas realizadas pelos Alunos Monitores, mural e exemplo de uso do Twitter.
Fotos: POIE Patrícia
Patrícia Lopes Profª Orientador de Informática Educativa
152
EMEF “Isabel Vieira Ferreira, Professora”
“BOCA COM SAÚDE, CRIANÇA FELIZ”
Constatamos que os alunos do 1ºA, do ano letivo de 2011,
em sua maioria, apresentavam problemas com dentes cariados,
quebrados ou má escovação, considerei importante ampliar o
estudo sobre um tema que possuía sentido e significado para a
classe, atendendo ao Programa “Ler e Escrever – prioridade na
escola municipal”. Para tanto, inscrevi a referida sala no Programa e
Concurso “A Saúde Bucal”, parceria entre a SME e Conselho
Regional de Odontologia de São Paulo na modalidade: a) 1º e 2º
anos: colagens em cartolina, de qualquer cor e tamanho, relativa ao
sub-tema: “A Importância do Sorriso”. Atendendo ao disposto no
Comunicado nº 1050 DOC de 23/07/2011, que divulgou as normas
do Concurso “A Saúde Bucal- 3ª edição” e regulamentou a forma de
participação dos alunos e escolas. Seguir os critérios estabelecidos
para a modalidade escolhida com a finalidade de facilitar o
julgamento, não usar plágios, imagens, personagens, marcas
comerciais ou qualquer forma que viole a LEI Nº 9.610, DE 19 DE
FEVEREIRO DE 1998, que Altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Manter
a fidelidade, qualidade e amplitude do conteúdo em relação a
modalidade escolhida, colagens em cartolina, com criatividade e
originalidade. Tendo como 1ª Fase: Unidade Escolar –
encaminhamento para Diretoria Regional de Educação; 2ª Fase –
Seleção dos trabalhos em nível regional para encaminhamento ao
CROSP até o dia 21/10/2011; 3ª Fase – seleção de três trabalhos de
cada modalidade até o dia 11/11/2011. COMUNICADO Nº 1.703, de
06 de dezembro de 2011.
Objetivos
- apresentar noções de higiene bucal para os alunos da sala
envolvida;
153
- contextualizar atitudes e comportamentos que propiciem a saúde
bucal, por meio de hábitos de higiene;
- promover a auto-estima dos educandos e de seus familiares, por
meio dos resultados obtidos pela boa escovação e pela ingestão de
alimentos saudáveis;
- apresentar modelos de qualidade e confeccionar com os alunos
um cartaz;
- trabalhar leitura de mundo e leitura por ajustes, no momento em
que os alunos escolheriam o conteúdo para integrar cada cartaz
confeccionado.
Desenvolvimento
Os alunos assistiram a vídeos educativos que faziam parte
do concurso. Foram realizadas pesquisas sobre imagens, vídeos,
leitura, jogos educativos, listas de palavras e textos coletivos sobre
a importância da saúde bucal para saúde geral do corpo, a
importância da mastigação, saúde do dente, alimentação saudável,
orientação para família, fratura do dente e higienização.
Os alunos pesquisaram, fizeram cartazes e multiplicaram o
processo de ensino- aprendizagem com as famílias, em suas casas.
O cartaz premiado, em segundo lugar no Município de São Paulo,
foi confeccionado pela aluna Maria Luiza da Silva Santos, desta sala
envolvida. Ela registrou fotos, com a câmera digital, das bocas dos
colegas da classe, durante a higienização para compor o trabalho,
complementou com letras recortadas de revistas para grafar as
palavras e mais uma escova e o fio dental para mostrar os motivos
para ser uma criança feliz, com saúde.
Avaliação
Quanto aos avanços na aquisição do sistema de escrita
alfabético pudemos acompanhar a evolução dos alunos envolvidos,
por meio dos seguintes dados:
1. no momento da adesão ao concurso, os alunos se apresentavam
como:
1.1. 09 alunos Pré-Silábicos;
1.2. 17alunos silábicos sem valor sonoro;
1.3. 04 alunos silábicos com Valor Sonoro;
No final do ano letivo foi obtido o segundo resultado: 18 com
Valor Sonoro, 7 Silábicos Alfabéticos e 5 Alfabéticos. Sendo que 12
alunos superaram a meta, de todos os alunos Silábicos com Valor
154
Sonoro, no final do 1º ano do Ensino de 9 Anos. Os alunos
apresentaram melhora da auto-estima e na participação em
trabalhos em grupo.
O projeto foi avaliado segundo o Programa e Concurso
“Saúde Bucal” e o resultado foi divulgado no Diário Oficial do
Município de São Paulo: O Secretário Municipal de Educação,
usando de suas atribuições legais e, Considerando: - o parecer da
Comissão Julgadora que avaliou os trabalhos; Resolve: Divulgar a
relação nominal dos vencedores do Concurso “A Saúde Bucal – 3ª
edição”, na seguinte conformidade: Premiação divulgada no Diário
Oficial do Município de São Paulo, do dia 07/12/2011, pág. 56 – “A
premiação dos vencedores ocorrerá no dia 14 de dezembro, às
15h00, em solenidade a ser realizada no Edifício Matarazzo –
GABINETE DO PREFEITO, Viaduto do Chá nº 15 – 7º andar.”
Título do Trabalho: “Boca com Saúde, Criança Feliz!” Nome completo, endereço e telefone da Escola: EMEF “Professora Isabel Vieira Ferreira”, Rua das Orquídeas, 130, CEP: 04467-210, Jardim Primavera, 5612-3509/5615-5222. Diretoria Regional de Educação: Santo Amaro – DRE-SA Nome completo do aluno e ano que cursa: “Maria Luiza da Silva Santos, 1º ano A
Maria Luiza e o cartaz premiado
Patrícia Lopes
155
FÁBRICA DE HISTÓRIAS
“...os saberes individuais são valorizados e contribuem para a construção, que é do grupo.”
Caderno de orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação – pág. 06
EMEF Joaquim Cândido de Azevedo Marques
http://amagiadeeducar.spaceblog.com.br/994896
O uso da informática no
âmbito escolar permite novas
formas de construir e elaborar o
cognição”, assim, trás luz ao que chamamos de letramento digital,
que permita uma leitura de mundo – compreensão do que é visto e
capacidade de mostrar aos outros como o vemos.
conhecimento, características próprias das novas tecnologias. A
tentativa e erro no mundo virtual permitem a reprodução, o
controle, a problematização de situações e a verificação dos
resultados, possibilitando a ampliação da capacidade criativa dos
usuários.
Pierre Lévy (1993) em “As tecnologias da inteligência”
realiza um estudo sobre as tecnologias intelectuais a partir da
escrita e destaca o computador como “máquina de produção da
A inclusão digital é um desafio metodológico para promoção
da leitura e da escrita. Em geral, o fracasso na leitura e na escrita,
não está na incapacidade de dominar os recursos das novas
tecnologias e sim, na dificuldade em se transmitir ideias,
sentimentos e sensações. Esse é um dos desafios da Informática
Educativa: promover o letramento digital sem esquecer que, em
primeiro lugar, nosso aluno deve construir sua competência leitora
e escritora e assim compreender e interagir no mundo, com
autonomia.
Objetivos:
Exercitar a capacidade criativa;
156
Despertar o prazer pela leitura e escrita por meio de
recursos digitais;
Contribuir para a reflexão crítica e na socialização, por meio
das produções apresentadas,
Potencializar o processo de leitura e escrita com relação a
educação e multimídias;
Utilizar a informação para despertar o interesse pelo
conhecimento;
Contribuir para a formação de cidadãos melhor preparados
para a ciência tecnológica.
Desenvolvimento:
A atividade foi desenvolvida utilizando o aplicativo Word
Microsoft Office, no período de abril a maio de 2011.
Cada aluno ou dupla recebeu o trecho inicial de uma história
fictícia, de textos diferentes para escrever a continuação, e em
determinado momento desta produção trocar com os colegas. Feita
a troca deveriam continuar e ilustrá-los (parágrafo a parágrafo),
com imagens do Google.
Inseriram as imagens de acordo com as instruções sobre
formatação de texto, para que cada um criasse o layout de suas
produções. Ao final foram socializados por meio das produções
projetadas e fizeram um resumo da escuta.
Produziram um texto com as suas impressões sobre o
desenvolvimento do projeto e as novas ferramentas.
Avaliação:
Na análise das produções escritas, pela POIE, observou-se que além
de apresentarem uma melhora na capacidade criativa, foi
importante a socialização dos resultados realizados por meio dos
recursos disponíveis no laboratório de informática educativa.
Produções dos alunos da 3ª A:
SÃO OS SAPATOS QUE MANDAM?
“Estava tudo muito tranquilo dentro do meu armário de
sapatos, quando de repente os meus tênis e as minhas sandálias
saíram correndo em minha direção.
Então eu peguei meu taco de beisebol aí eu comecei a dar
batidas nos meus sapatos, e quanto mais eu batia mais eles
cresciam.
157
Depois eu acordei e percebi que era apenas um sonho, mas
tinha algo errado e eu disse: - Mas...aha! Eram meus sapatos
fora do armário!
Na noite seguinte eu tive o mesmo sonho e quando acordei
tinha sapatos até em cima da cama.
Todos os dias eram iguais e cada vez mais eu me assustava.
Até que uma noite eu fiquei acordado! Pelo menos nada me
aconteceu nos cinco minutos que estava acordado. De repente eu
dormi e acordei de novo. Vi que tudo o que tinha falado o que tinha
acontecido foi um sonho dentro de um sonho que eu vivi, mas para
finalizar eu vou contar tudo o que aconteceu mesmo.
Eu dormia feito uma criança quando ouvi passos, os passos
de saltos-altos. Levantei e fui ver na cozinha, vi meu salto batendo
os pés como se falasse:- Vai dormir, menina!
Eu olhava com uma cara de assustada, mas eu disse: -
Quanto mais medo eu tiver, mais sustos vou levar durante a hora
de dormir!
Então fui devagar ao meu quarto, quando cheguei, os meus
sapatos dominavam meu quarto como se fosse o reino deles.
Para que tudo saísse bem eu teria que me arriscar muito!
Então eu entrei no reino de sapatos e me deu muito medo na hora.
Eu teria que tentar pegar o sapato rei e fazer um jogo. Se eu
perdesse ficaria lá para sempre como escrava. Se eu ganhasse eles
nunca mais me perturbariam!
Bom para resumir eu ganhei e fechei o mundo deles para
sempre.
Eu vou dar uma dica para quem tem armário de sapatos no
quarto: - cuidado por que eles podem te pegar!”
SER VOCÊ MESMO
“Era uma vez uma cidade em que todo mundo vestia coisas
vermelhas. A camisa era vermelha, a calça era vermelha, o sapato
era vermelho. Até a cueca dos homens era vermelhinha,
vermelhinha.
Até que um dia o Carlinhos deixou cair tinta azul sem querer
na roupa dele e saiu de azul para passear.
O Presidente viu e falou para todo mundo usar, então todo
mundo jogou um pouco de tinta azul na roupa. Depois de algum
158
tempo todo mundo estava cansado de ter sempre a mesma e foram
reclamar com o Governador que reclamou com o Presidente que
deveria mudar de cor.
O Presidente então mandou:- Todo mundo agora vai vestir
amarelo para variar. Mas o Carlinhos foi o único que não pintou
nada de amarelo e todo mundo olhava para ele com cara de nojo.
O Presidente viu que ele era o único que não estava de
amarelo. Então o Presidente chamou ele e disse: - Por que você não
está de amarelo? E o Carlinhos disse: - Porque eu sou eu mesmo. Eu
sou uma pessoa. Assim todo mundo ouviu a conversa deles e
aprendeu a ser o que é. FIM”
Egléa Guinezi Nardi Profº Orientador de Informática Educativa
159
TEATRO DE FANTOCHES - RECONTANDO OS TRÊS PORQUINHOS
EMEF. Laerte Ramos de Carvalho, Prof.
A iniciativa da proposta partiu do interesse por teatro de um dos
alunos que freqüentava nossa sala de Sala de Apoio e
Acompanhamento à Inclusão – SAAI -, que em determinado
momento, numa roda de conversa, perguntou se não poderíamos
fazer uma atividade de teatro na escola. Avaliamos que sendo uma
dupla seria difícil encontrarmos um texto que apenas dois alunos
conseguissem apresentar. Deste modo, refletimos e chegamos à
conclusão que seria interessante se pudéssemos apresentar para as
primeiras séries do ciclo inicial, um teatro de fantoches, onde
poderiam ser diferentes personagens e a professora fosse a
narradora.Como educadora avaliei que por meio do processo de
criação e execução do teatro de fantoches para os alunos das
primeiras séries, seria possível desenvolver vários aspectos ligados à
cognição, à comunicação, à leitura, à escrita, à criatividade, bem
como a desinibição, a desenvoltura e a auto estima dos alunos,
fatores estes,extremamente importantes para a eliminação de
barreiras na aprendizagem e melhora do desempenho escolar. A
motivação dos alunos foi a fonte mobilizadora das ações propostas
na atividade.
Objetivos:
-Possibilitar ao aluno a reflexão sobre as ações necessárias para a
realização de uma apresentação;
-Refletir sobre várias versões do texto a ser dramatizado,
reescrevendo-o de acordo com suas possibilidades;
-Desenvolver a argumentação e a exposição de seus conhecimentos
e ideias;
-Desenvolver sua competência comunicativa;
-Vivenciar e participar de momento de revisão de texto;
-Ler e dramatizar o texto lido;
Teatro de Fantoches
160
-Construir cenário e material adequado à apresentação, utilizando
diferentes recursos materiais;
-Trabalhar cooperativamente com o parceiro;
-Enfrentar os desafios do inesperado e da apresentação;
-Avaliar a atividade e sua participação na mesma, suas dificuldades,
suas superações.
Desenvolvimento: O projeto foi desenvolvido entre os meses de
setembro e novembro de 2011, por iniciativa dos alunos, o que
favoreceu o envolvimento dos mesmos no processo de criação,
desenvolvimento, execução e avaliação do trabalho.
A partir do desejo esboçado por um dos alunos de fazer teatro,
sugeriu-se a dupla a montagem de uma atividade que envolvesse
como produto final a apresentação de um
teatro de fantoches aos dois grupos de
primeiro ano inicial, no final do semestre.
Prontamente os alunos aceitaram o desafio e
começamos a pensar nas formas de
estruturação da atividade.
Começamos a propor rodas de conversa onde abordaríamos os
passos de nosso projeto. A princípio determinamos que uma vez
por semana dedicaríamos nossos encontros para o
desenvolvimento do projeto, porém nas últimas duas semanas
antes da apresentação, nossas atividades ficaram voltadas apenas
para este trabalho.
Traçamos o percurso a ser percorrido:
Apresentação da proposta para as professoras do primeiro ano, a
fim de levantar a receptividade para o trabalho;
Escolha da história, Os três Porquinhos, levando em consideração o
grupo que assistiria a apresentação;
Leitura de três versões da história, apreciação sobre diferenças e
semelhanças para posterior reescrita
coletiva da história a ser apresentada;
Reescrita coletiva dos Três Porquinhos;
Revisão do texto;
Digitação do mesmo no computador;
Leitura do texto e escolha de quem
assumiria as personagens;
161
Leituras dramatizadas;
Criação do cenário, já que possuíamos os fantoches;
Pintura e colagens a partir de materiais diversos (caixas de papelão,
palha, palitos de sorvete, giz de cera, tintas, cola, etc.) para a
construção do cenário;
Ensaios utilizando
todos os recursos
construídos;
Apresentação para os
grupos de primeiro ano
Cópia em DVD para os alunos como forma de registro da atividade.
Avaliamos o trabalho como extremamente positivo, já que
mobilizou nossa dupla possibilitando a integração de ambos na
realização de atividades capazes de fazê-los planejar, refletir,
antecipar ações, resolver
problemas, criar,
argumentar, criticar, ler,
escrever, comparar,
cooperar e principalmente
superar suas inseguranças e
angústias frente a um
desafio bastante
inicial (Atividades filmadas)
Oficina de pintura para composição dos cenários
significativo que é o de se
Apresentação dos filmes para os alunos que realizaram a
apresentação;
Avaliação da apresentação pela dupla com intervenções da
professora;
apresentar para outras pessoas, mesmo que estas sejam crianças.
Neste trabalho foram respeitados ritmos, sugestões, formas de
expressão, levando nossos alunos a realizarem um trabalho
bastante integrado, que necessitou de poucas adaptações durante
a apresentação para as crianças. Fomos direcionando nossas ações
162
de forma a respeitar características pessoais e a condição de
superação dos desafios. Conversamos onde seria apresentado,
adequamos o cenário de modo que ambos se sentissem seguros
para apresentar o teatro e terem acesso ao texto caso
necessitassem, o que os deixou mais tranquilos.
Além disso, pudemos juntos assistir ao vídeo e cada um
deles pode se colocar avaliando seu desempenho e guardando um
registro da finalização de seu trabalho. Pude analisar que cada
aluno demonstrou habilidades específicas e que de certo modo
foram complementares durante o processo.
Cabe ao professor observar o processo procurando adequar
suas ações as necessidades específicas de cada aluno, dando
suporte , revendo e repensando caminhos de forma a dirigir e
explorar as potencialidades de cada um favorecendo a tomada de
consciência de suas capacidades.
Acredito que tal projeto nos proporcionou uma gama de
possibilidades de intervenções junto aos nossos educandos,
destacando sempre suas potencialidades e não suas deficiências.
Ana Lúcia Alvim Coelho Zangaro
163
EMEF Laerte Ramos de Carvalho, Profº
O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS E A INCLUSÃO
Atendendo às legislações vigentes, dentro da perspectiva de
educação inclusiva, a criança e o jovem com deficiência tem o
mesmo direito que qualquer outro educando, de ser matriculado
em classe regular. Cabe à escola proporcionar formas adequadas e
disponibilizar recursos, sejam eles desde adequações curriculares
ou materiais específicos, que viabilizem aos alunos a aprendizagem
e a participação em todas as atividades desenvolvidas no âmbito
escolar.
O projeto teve como meta possibilitar a inclusão, dos alunos
com deficiência, utilizando recursos tecnológicos para a construção
de conhecimento. Inicialmente, fizemos um mapeamento dos
alunos portadores de necessidades especiais na escola, para que as
atividades fossem adequadas. O trabalho coletivo foi de
fundamental importância, para que os docentes e discentes, se
responsabilizassem por todas as etapas do projeto.
As atividades iniciais foram elaboradas em parceria com os
educandos visando à sensibilização, discussão e expressão de
suas opiniões, para posterior elaboração e criação de jogos
educativos.
Plataforma TinkQuest - Pagina inicial do Projeto
O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com
uma turma do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.
164
Recursos utilizados:
Plataforma TinkQuest; Aplicativo Power Point e
Internet.
Atividades de reflexão favorecendo a participação de todos,
tendo como proposta a expressão oral e opinião quanto à seguinte
frase:
Objetivos
Sensibilizar, discutir e registrar a opinião dos alunos a
respeito da inclusão;
Refletir sobre a inclusão dentro do cotidiano da nossa
escola;
Exercitar o protagonismo juvenil;
Desenvolver a competência de pesquisar, elaborar e
publicar uma informação;
Desenvolvimento:
Primeira etapa:
Apresentação da Plataforma ThinkQuest e cadastramento
digital dos alunos;
Segunda etapa:
"Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra
"deficientes”... apenas educação, porque chegará o dia que
educação será uma coisa só". Autor desconhecido.
Terceira etapa:
Nesta etapa, foram apresentados aos alunos seis desafios:
Desafio I - "Todas as crianças são bem-vindas à escola.”.
Reflita...
Você concorda com essa frase?
Ferramenta Painel de Mensagem
165
Desafio II – “Nossa escola”
Nossa escola aceita todos os alunos?
Pense e comente...
"Na nossa escola há inclusão e participação dos alunos com
deficiência”.
Você concorda com esta frase? Por quê?
Ferramenta Brainstorn
O projeto foi desenvolvido no 2º semestre de 2011, com uma turma
do 6º ano do Ciclo II do Ensino Fundamental.
Desafio III – “Vamos contribuir...”.
Que tal você elaborar atividades para os alunos com
necessidades especiais?
Vamos contribuir para aprendizagem dos alunos com algum
tipo de deficiência? Sugira uma forma.
Elabore atividades com o recurso Power Point, construindo
um hiperlink para os alunos com deficiência. Para isso, você deve
escolher um tema, pesquisar e elaborar uma apresentação.
Para escolha do tema lembre-se do que você esta
aprendendo em outras áreas, como: Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências,...
Não se esqueça de usar a criatividade...
Desafio IV – Publicação das apresentações elaboradas.
Desafio V – Comentar as atividades elaboradas pelos colegas
e escolher a mais interessante.
Desafio VI – Auto avaliação.
Os alunos realizaram a avaliação respondendo a três questões:
- O que você achou da atividade desenvolvida?
- Você teve dificuldades para realização?
- Qual seria a sua sugestão para outras atividades?
166
Durante o desenvolvimento do projeto, foi visível o
envolvimento de todos os alunos. Eles elaboraram as seguintes
produções: 1) apresentações de Power Point; 2) o Jogo dos
Números (destaque), elaborado pelo aluno Guilherme Bernardo
auxiliado pelo aluno monitor Murilo. Um desenvolveu a ideia e o
outro a construção.
“... a colaboração é fator importante para o sucesso de uma criança que depende do outro para executar qualquer atividade, sendo que o professor que deve estimular atividades nas quais predomine o espírito de equipe, em que cada um
possa colaborar para que os objetivos sejam atingidos.” Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais –
pág. 53
Acesse os links para visitar nossos registros e compartilhar
conosco os jogos criados:
ThinkQuest: http://migre.me/9LNcf
Produto final:
Mateus - http://migre.me/9LNeD
Guilherme e Murilo - http://migre.me/9LNgR
Luana e Barbara - http://migre.me/9LNio
Cristina Afonso Mendonça Nunes Profª Orientador de Informática Educativa
167
EMEF Liliane Verzini Silva, Profª
RÁDIO CHICLET: AQUELA QUE GRUDA EM VOCÊ!
Objetivos:
Os meios de comunicação exercem influências marcantes na
vida das pessoas. As crianças passam grande parte do tempo vendo
televisão, ouvindo rádio ou utilizando a internet. Faz-se necessário
realizar uma leitura positiva desse fato e incorporar as mídias na
educação de forma crítica e criativa, a fim de formar cidadãos
capazes de transformar informação em conhecimento.
Considerando que a educação e a comunicação são
necessidades humanas e que são processos inseparáveis e
complementares, a possibilidade de promovermos atividades que
envolvam essas áreas se justifica amplamente já que ambas são
inerentes ao processo de humanização/socialização. A rádio escolar
é uma ferramenta que coloca à disposição dos educandos uma
multiplicidade de meios para seu desenvolvimento, sobretudo nas
competências leitora e escritora, bem como da sua expressão
comunicativa e o uso das tecnologias em favor da informação.
Desenvolver a expressão comunicativa;
Ampliar as competências relacionadas à leitura e escrita por
meio de pesquisas e produção de diferentes programas de
rádio;
Desenvolver suas competências para o uso das tecnologias
na comunicação;
Ampliar o universo cultural e intelectual por meio de
pesquisas em variadas fontes de textos e informações;
Participar de atividades voltadas para a inclusão midiática e
tecnológica.
Metodologia:
Pesquisa e leitura de diferentes modalidades de textos;
Reescrita de textos pesquisados;
168
Construção coletiva de diferentes gêneros e formatos
radiofônicos;
Exposição e vivências práticas na utilização dos programas
de edição e transmissão de áudio;
Realização de pesquisas e entrevistas com colegas,
professores e funcionários da escola;
Elaboração de pautas e programação;
Utilização das tecnologias envolvidas no projeto
(microfones, mesa de som, softwares de edição e
transmissão de áudio).
Relato do desenvolvimento do Projeto:
Iniciamos o projeto da Rádio Escolar na EMEF Profª Liliane
Verzini Silva, no mês de março de 2011 e logo percebemos o grande
entusiasmo dos alunos para participar de mais uma atividade
oferecida no contra turno escolar. A escola está localizada no bairro
de Cidade Julia, local que oferece poucas opções de lazer para a
comunidade. Vimos então, nesse projeto mais um espaço de
entretenimento e aprendizagem a ser oferecido para os alunos.
Como a escola atende somente estudantes do ciclo I, o
desafio foi transformar a leitura e a escrita, ainda em processo de
desenvolvimento, em mais uma ferramenta de trabalho na
produção da rádio escolar. Os alunos sentiam-se estimulados a ler e
a identificar os comandos dos programas utilizados para a edição;
escrever, mesmo que coletivamente as pautas das programações e
confeccionar cartazes para a divulgação dos trabalhos realizados na
rádio.
Começamos realizando uma enquete e confeccionando uma
urna para que as pessoas pudessem depositar sugestões de nomes
para nosso veiculo de comunicação. A participação de todos foi
bastante empolgante já que alunos, professores e demais
funcionários contribuíram criando nomes que identificavam nossa
rádio escolar.
Dentre todos os nomes sugeridos, escolhemos os cinco que
mais chamavam a atenção pela criatividade e semelhança com o
grupo envolvido no processo e a partir daí foram elaboradas
vinhetas para todos os títulos selecionados. A criação das vinhetas,
o trabalho elaborado em grupos e a campanha realizada na eleição
169
do nome oportunizaram o desenvolvimento da expressão
comunicativa e o protagonismo dos alunos.
Após a realização do processo democrático de eleição, o
nome Rádio Chiclet foi apoderado por todos e os programas
começaram a discutir os acontecimentos importantes da escola.
Cada entrevista, cada programa de notícia ou capítulo da
radionovela que era produzido transformava-se em rica e, acima de
tudo divertida, oportunidade de aprendizado.
Até que, um dia começaram a surgir questionamentos sobre
como seria uma rádio de “verdade”. Os alunos ficavam imaginando
um grande laboratório de informática nos estúdios das rádios
comerciais e se perguntavam como os repórteres sabiam das
notícias que seriam veiculadas na programação. Foi aí que surgiu a
ideia de visitarmos uma rádio de “verdade”.
Tentamos contato com várias mídias, mas muitos alunos
citavam a rádio Capital como a mais interessante por causa do
programa Eli Corrêa. Então, para nossa surpresa e felicidade fomos
autorizados pela Rádio Capital a visitar seus estúdios e conhecer o
grande comunicador que nos recebeu com muito carinho e
atenção.
Nossos repórteres tiveram a oportunidade de entrevistar o
radialista Eli Corrêa ao vivo e de expor no ar suas opiniões em
relação ao trabalho com a rádio escolar. Foi uma tarde inesquecível
em que todos nós pudemos aprender como é o funcionamento de
uma rádio, conhecer seus estúdios e acima de tudo perceber a
importância da comunicação e do uso das tecnologias no ambiente
escolar para a nossa vida.
170
“...esse é um assunto que engaja os alunos e os motiva a trabalhar, fazendo Clique nos links abaixo para percorrer nos nossos registros:
produções individuais ou coletivas, e publicando-as na internet, em ambientes
especialmente construídos para esse fim. Assim, a SME-SP amplia as
oportunidades de protagonismo juvenil na área da autoria, levando as produções
dos alunos para o público leitor que está além dos muros da escola.”
Orientações Curriculares TIC – Proposições de Expectativas de Aprendizagem – pág. 48
Avaliação e acompanhamento
A avaliação aconteceu de forma contínua, através da
observação da evolução dos alunos em relação aos conteúdos
trabalhados, ao desenvolvimento da expressão comunicativa e ao
domínio das competências para o uso das tecnologias na
comunicação.
No que se refere à leitura e escrita e a ampliação do
universo cultural e intelectual, foram observadas as produções dos
alunos, bem como sua participação e interesse no projeto.
Blog: http://radiochiclet.blogspot.com.br/ Álbum de fotos: http://migre.me/9LPIE
Shirley Aparecida Pereira
171
EMEFM “Linneu Prestes, Professor”
“HISTÓRIAS DE VIDA”
Para marcar, de modo significativo, a passagem do Ciclo I
para o Ciclo II, os alunos e professores do 4º ano (do Ensino
Fundamental de 8 anos) foram convidados a contar sua própria
história, produzindo um registro escrito de suas lembranças e dos
fatos marcantes de sua vida.
Este registro foi realizado na forma de Autobiografia e as
histórias produzidas deram origem a um livro, que foi entregue aos
alunos e suas famílias, durante a Mostra Cultural de nossa escola,
realizada em 26 de novembro de 2011.
Objetivos
compartilhar histórias de vida;
reconhecer e valorizar as diferenças;
promover a autoestima dos alunos e o respeito pelo outro;
promover o envolvimento das famílias e da comunidade
escolar com a Unidade Educacional;
fazer uso social da linguagem escrita, de forma significativa;
desenvolver a competência leitora dos educandos;
desenvolver a competência escritora dos educandos,
levando-os a escrever, reler e revisar os próprios textos;
trabalhar as diversas áreas do conhecimento de forma
interdisciplinar e contextualizada, por meio de outras
atividades relacionadas ao Projeto como, por exemplo: o
gráfico das origens das famílias; a identificação no Mapa dos
locais de nascimento; a confecção da linha do tempo e do
autorretrato.
Desenvolvimento
O projeto foi realizado em várias etapas, a saber:
1ª) Leitura de diversos textos do gênero Autobiografia
Nessa etapa, os alunos realizaram leituras compartilhadas,
individual e em duplas; foram utilizados diversos textos do gênero
Autobiografia, previamente selecionados pela professora.
172
Desse modo, puderam ampliar seu repertório textual e se
apropriar das principais características do gênero e do seu contexto
de produção:
- texto narrativo; escrito em 1ª pessoa; o protagonista da
história é, obrigatoriamente, o próprio autor;
- na autobiografia, o autor informa seu nome, data e local de
nascimento, filiação e os fatos mais importantes de sua vida,
geralmente, em ordem cronológica; revela, também, seus
sentimentos, emoções e medos com o compromisso de relatar
fatos que, realmente, aconteceram;
São textos destinados a perpetuar a história de vida das
pessoas, escritos para leitores em geral.
2ª) Planejamento da produção escrita: pesquisa de dados pessoais
e anotações feitas no caderno.
Nessa etapa, os alunos foram orientados a planejar a
elaboração do seu texto, pois escrever não é simplesmente
transpor ideias para o papel.
A cada semana, eles realizavam uma Lição de Casa
relacionada ao Projeto e foi necessário contar com a participação
efetiva das famílias.
Primeiro, os alunos consultaram documentos pessoais
(Certidão de Nascimento, de Casamento, de Batismo, Registro Geral
e outros) e mais Guias de Ruas e Mapas. Eles anotaram datas,
nomes de pessoas e de lugares que seriam utilizados em sua
autobiografia, com a preocupação de escrevê-los, corretamente.
Depois, perguntaram aos pais, avós e outros familiares,
sobre seus primeiros anos de vida ou sobre fatos, que guardavam,
vagamente, na memória; registraram no caderno as informações
mais importantes. Essas anotações foram consultadas para escrever
a autobiografia.
3ª) Produção do texto e revisão concomitantes
Semanalmente, os alunos desenvolveram uma etapa do seu
texto: apresentação, primeira infância, após os quatro anos,
finalização e planos para o futuro.
173
Antes da produção escrita discutíamos os elementos que o
texto básico deveria conter e aqueles que poderiam enriquecê-lo,
tornando-o mais interessante.
Por exemplo, na apresentação, os elementos do texto básico
seriam: nome completo do aluno, idade, local e data de
nascimento, nome dos pais.
Um texto mais elaborado poderia conter, ainda, um breve
relato sobre os pais (onde nasceram, quando e como se
conheceram); uma breve referência à posição que o aluno ocupa na
família (filho mais velho, do meio ou caçula); uma explicação sobre
a escolha ou significado do nome ou sobre algum apelido.
Desse modo, a produção do texto autobiográfico poderia
atender tanto às necessidades dos alunos mais avançados como
daqueles com dificuldade. (O aluno não alfabético ditou seu texto e
eu atuei como escriba). Na sala também havia uma aluna NEE –
necessidades educacionais especiais - e eu organizei seu texto, a
partir de conversas que tivemos e de informações passadas pela
mãe.
A cada etapa desenvolvida, os alunos faziam a releitura das
anteriores, para verificar se faltou alguma informação importante e
se as ideias estavam compreensíveis para os leitores.
Todo o tempo, o aluno era incentivado a se preocupar com a
formatação do seu texto, fazendo letra legível, usando parágrafos e
pontuação; essa atividade se desenvolveu ao longo de várias
semanas e o texto inicial foi retomado e modificado várias vezes.
Além disso, até a versão final, foram realizadas atividades
em duplas e apresentações orais, buscando aperfeiçoar o texto
produzido, com o objetivo de aproximá-lo, o máximo possível, de
seus “modelos” que circulam socialmente, com sugestões dos
colegas e da professora.
4ª) Versão final do texto e digitação
Na etapa final, acompanhei os alunos ao Laboratório de
Informática Educativa e eles digitaram seus textos. Depois, foi
inserida uma foto e organizado o livro “Histórias de Vida do 4º ano C”.
174
5ª) Lançamento do livro
Durante a Mostra Cultural de nossa escola, fizemos o
“lançamento” do livro, com apresentação com músicas e poesias.
Também ficaram expostos os outros trabalhos realizados:
linha do tempo com fotos dos alunos, desde o nascimento até o 4º
ano, autorretratos, Mapa do Brasil indicando os locais de
nascimento dos pais.
Avaliação
O Projeto atingiu, plenamente, os seus objetivos, o que pode
ser comprovado pelo seu produto final: textos bem escritos,
comoventes, engraçados, cheios de esperança.
Também foram percebidos avanços atitudinais: a classe se
tornou mais amiga, os alunos aprenderam a se valorizar e a
valorizar suas famílias.
E, o mais importante, todos nós nos sentimos felizes e
realizados: alunos, professora, familiares, comunidade escolar.
PROJETO “HISTÓRIAS DE VIDA”
Esther Maria Freixedelo Martins
175
“LER E ESCREVER COM FOCO NA SALA DE LEITURA” “Trabalhando com catálogos, resenhas e Conto Moderno”
EMEF “Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador”
O trabalho com a leitura – no espaço da Sala de Leitura – é
parte integrante do Programa “Ler e escrever – prioridade na escola
municipal”, portanto, seu planejamento deve ser elaborado em
conjunto com os demais regentes da unidade escolar e seguir as
Orientações Didáticas encontradas no documento “Orientações
Curriculares – Proposição e Expectativas de Aprendizagem Ensino
Fundamental I”.
Objetivos
Conhecer as características dos gêneros textuais Conto
Moderno, Conto de Fadas, Texto Narrativo, Texto Científico;
Reconhecer e distinguir Conto Moderno do Conto de Fadas
ou Encantamento de outros gêneros narrativos;
Identificar o texto contido em catálogos e sua função social
utilizando-os como instrumentos para aquisição de
informações sobre gêneros textuais e livros de escolha
pessoal;
Buscar informações nos textos “Resenhas” colocados no
painel da Sala de Leitura, como meio para adquirir
informações e sugestões para empréstimos de livros na Sala
de Leitura;
Reconhecer e construir texto do gênero “resenha”;
Identificar as características que compõem um texto
científico e o uso de Ficha Técnica para coleta de dados;
176
Identificar e reconhecer a função social contida no uso de
catálogos;
Identificar animais em extinção e reconhecer a necessidade
de agir para preservar as espécies.
1.1. Conteúdo
Gênero Literário - Literatura Infantil e Conto Moderno
Gênero Informativo / Expositivo – Textos Científicos
1.2. Conteúdo trabalhado
Utilização dos Catálogos;
Elaboração de Resenhas na sala de aula;
Utilização dos Textos Científicos;
Construção do conceito de Intertextualidade entre os textos
”A Bela Desardomecida” (Conto Moderno) e “A Bela
Adormecida” (Conto de Fada).
Material utilizado
1. Livro: Conto Moderno “A Bela Desadormecida”
Autor:Frances Minters
Ilustrações: G.Brian Karas
Editora: Companhia das Letrinhas ; Ano da publicação:
2. Livro: “Uma viagem de Tamar a tartaruga-verde do mar”
Autor: Angelo Machado
Ilustrações:Raquel Lourenço Abreu
Editora: Lê; Ano da publicação:
3. Catálogos das Editoras: FTD, Ática, Companhia das Letrinhas, Lê;
4. Jogos contendo fichas de leitura de resenhas de livros do acervo
da Sala de leitura;
5. Livro de pesquisa de animais em extinção e animais marinhos
(3D);
6. Vídeo do Projeto Tamar.
Desenvolvimento:
1ª aula
Apresentação de livros pré-selecionados, do próprio acervo
da Sala de Leitura, no espaço físico Cantinho da Leitura;
177
Conversa com os alunos para descobrir suas expectativas
em função do título, das ilustrações dos textos, da capa, da
quarta-capa, da orelha;
Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustrações) e o
corpo do texto;
Relacionar a época da publicação ao seu contexto de
produção( interlocutores, finalidade, lugar e momento em
que se dá a interação);
Após estes questionamentos sem dizer o nome “Catálogo”,
foram lidas, em voz alta, as resenhas dos livros que estavam
no Cantinho da Leitura; foi solicitado aos alunos que
indicassem “a qual título o texto está se referindo”; desta
forma, esgotaram-se todos os títulos que estavam expostos
no espaço citado anteriormente, utilizando os textos
apresentados nos “catálogos”.
Pedi aos alunos então que dissessem que tipo de exemplar
se encontrava em minhas mãos e o que foi lido nele; se
havia alguém que sabia dizer o nome para este instrumento
utilizado na aula e qual sua função ela. Esperava-se que os
alunos concluíssem que se tratava de um exemplar que
apresentava textos sobre os livros do mostruário além da
imagem da capa de cada livro.
2ª aula
Apresentação do livro “A viagem de Tamar, a tartaruga-
verde do mar” - leitura em voz alta e utilização de recurso
de imagens de espécies de tartarugas como a tartaruga-
verde e a tartaruga-gigante no painel da sala em destaque.
Apresentação do livro “A Bela Desadormecida –
Primeiramente ocorreu a contação da história Bela
Adormecida e, posteriormente a realização da leitura em
voz alta do livro “A Bela Desadormecida”, conto moderno, e
como desafio, os alunos deveriam identificassem as
semelhanças e diferenças entre os dois textos;
Roda da Conversa - momento para apontar as similaridades
e diferenças entre os textos Conto Modernas e Conto de
Fadas;
Estabelecimento das conexões entre os textos e os
conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores, de cada
178
aluno participante destes procedimentos; estabelecimento
dos aspectos temporais de ambos os textos;
Apresentação do Catálogo com sua identificação, função
social e apresentação; foi solicitado que os alunos
nomeassem o texto expresso neste veículo de comunicação
e propaganda - Texto Resenha;
Manuseio dos catálogos e os livros do Cantinho da leitura;
Distribui envelopes contendo fichas de catálogos recortadas
imagem (capa) de sua resenha. O jogo foi: identificar “qual
imagem de livro corresponde a resenha apresentada?” Uma
variação do jogo, foi desafiar os alunos para que, no tempo
marcado pela ampulheta, conseguissem identificar as cinco
resenhas para cada grupo.
3ª aula
Roda da Conversa sobre o livro lido na aula passada para
resgate da sequência da história e os fatos mais
importantes;
Elencamos as características do texto resenha utilizando os
jogos e os catálogos.
Organização dos fatos para a construção da resenha,
utilizando as características apontadas e destacadas pelo
grupo;
A proposta de um produto final, feito em classe com a
colaboração da professora, foi a de construir um texto
resenha para ser colocado no quadro mural da Sala de
Leitura, em que todos os usuários buscam informações,
opiniões e sugestões de novas leituras. Também foi
confeccionada uma lista de livros sugeridos: “TOP 40: Que
delícia de leitura” que ficou à disposição dos usuários da
Sala de Leitura, em todos os períodos da Unidade
Educacional.
Avaliação
As classes envolvidas nesta atividade fizeram as
produções de texto em sala de aula com a colaboração da
professora. As resenhas selecionadas foram expostas no Quadro
179
Mural da Sala de Leitura para socialização de livros indicados
pelos alunos. Foi possível constatar o interesse dos alunos em
conhecer os livros sugeridos e verificar que o mesmo se
encontrava na caixa do TOP 40 (caixa expositora com os livros
prediletos da turma) para todos os alunos da Unidade Escolar.
RESENHA
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LIVRO : A BELA DESADORMECIDA
AUTOR: FRANCES MINTERS
ILUSTRAÇÕES: G. BRIAN KARAS
EDITORA:COMPANHIA DAS LETRINHAS
Isabel Cristina Alves Fabiano
180
JORNAL “FIGUEIREDO NEWS”
EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz, Desembargador
O jornal surgiu inicialmente, com a intenção de registrarmos
todas as práticas pedagógicas que ocorrem na EMEF Manoel Carlos
de Figueiredo Ferraz, Des., sobretudo as transformações e o
envolvimento de toda comunidade escolar (direção, docentes,
técnicos, alunos, outros), como forma de mantermos viva a história
de nossa escola, por meio dos registros que passariam então a ser
armazenados em forma de artigos, notícias, curiosidades.
Objetivos
- Envolver toda a comunidade escolar;
- Aproximar a prática ao interesses dos estudantes;
- Registrar as práticas ocorridas em nossa escola;
- Oportunizar novos conteúdos e práticas de modo que os
alunos sintam-se valorizados e se apropriem da
relevância para tornar-los cidadãos críticos;
- Compreender que o gênero jornalístico é de
fundamental importância para a formação de cidadãos
críticos, capazes de compreendermos a sociedade como
um todo.
DESENVOLVIMENTO
O Histórico do Jornal – da ideia à efetivação
O trabalho com os Cadernos de Apoio e Aprendizagem do 6º
ao 9º Ano do Ensino Fundamental II apresenta o gênero jornalístico
na 2ª unidade; reforça os conteúdos de Língua Portuguesa.
Trabalhamos as intencionalidades com atividades claras e
objetivas que culminaram com o Jornal Escolar como produto final.
Ao retornar à EMEF Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz,
Des. em 2010, como ex-aluna, constatei que existiam poucos
registros da história da escola desde sua inauguração, sobretudo
entre 1984-1992, período em que estudava nesta escola.
181
A Unidade Educacional foi inaugurada no de ano de 1959, e
à época oferecia cursos vocacionais que atendiam a comunidade.
Além do acervo de registros administrativos (livros, atas, etc.)
existentes, não havia outra fonte de informação (fotografias,
artigos, imagens). Desta forma, a história da escola se perderá com
o tempo e ficará na lembrança dos que por ela passaram e,
transmitidas somente pela oralidade.
Em 2010, refleti de que forma poderia resgatar e registrar a
história de nossa escola, envolver os alunos do Fundamental II, criar
um elo entre os alunos do Ciclo I, Ciclo II e EJA, torná-los parte
dessa história, valorizá-los e demonstrar a importância dos registros
como processo histórico.
Pela dificuldade em elaborar um objetivo pedagógico,
utilizei como subsídios as Propostas Curriculares e o material
disponibilizado pela Secretaria de Educação deste município, e
assim surgiu um primeiro esboço do Projeto Jornal.
Em um segundo momento, após amplo debate com a
Coordenação Pedagógica da Unidade Educacional, refleti junto aos
alunos do Ciclo II, sobre os objetivos do projeto com cunho
pedagógico. Depois de pronto, o encaminhamos à Supervisão de
Ensino da nossa EMEF, que aprovou para o mesmo ano. Quando a
proposta foi aceita, as atividades de produções jornalísticas já
aconteciam.
Outras atividades importantes foram realizadas, tais como:
1) A escolha do nome para o jornal escolar (10 nomes sugeridos
pelas turmas do Ciclo II), que contou com a participação maciça dos
alunos dos três períodos, e por expressiva margem de votos, sagrou
vencedor o nome “Figueiredo News”; 2) A criação de logotipo para
o jornal, escolhido por concurso - organizado na escola - e que
aparece já na 1ª edição do nosso jornal, publicada em novembro de
2011.
Ficou estabelecido que as publicações seriam semestrais
(Junho e Novembro), exceto as edições especiais, como por
exemplo, o que aconteceu em abril, “as relações interpessoais e
convívio social na escola”, que surpreendentemente envolveu
alunos de todos os turnos.
Um enorme ganho para o desenvolvimento de projeto em
2012 foi a integração dos alunos da EJA com suas produções.
182
Assim, a passos curtos, cuidadosamente, estamos tirando o
jornal do plano das ideias e intencionalmente, transformando-o em
Projeto Pedagógico de forma clara e objetiva, valorizando as
especificidades de cada grupo de alunos, sem deixar de lado o
motivo inicial do projeto: o desejo de construir uma escola na qual
e da qual nos orgulhamos e nos traga boas lembranças.
Fonte: Arquivo projeto Jornal
Seção do Jornal – Aconteceu no Figueiredo - Edição inaugural – Novembro de
2011 – Valorização das práticas pedagógicas na unidade escolar.
Fonte: Arquivo projeto Jornal
AVALIAÇÃO
Para avaliar, partimos da organização em grupos de alunos
dos 6º, 7º, 8º e 9º anos, e frequentes nas reuniões que ocorrem as
terças, quintas e sextas-feiras, com a finalidade de desenvolver as
atividades previstas no Caderno de Apoio e Aprendizagem de
acordo com os respectivos anos do ensino fundamental.
Avaliamos o envolvimento dos participantes na realização
das atividades propostas; a compreensão e elaboração dos
diferentes gêneros textuais - sobretudo do gênero jornalístico; a
capacidade de diagramação dos materiais elaborados e
selecionados no Laboratório de Informática; a produção de
gravuras, charges, cruzadas (atividade adequada à série/ano de
cada aluno) e consideramos todos os itens muito satisfatórios.
O principal instrumento de avaliação efetiva deste projeto é
a produção de um jornal de qualidade com bons conteúdos e
valores.
Profª Alessandra S. Souza
183
EMEF Prof. Mario Schönberg
TROUXESTE A CHAVE? ENTRANDO NO MUNDO DOS HAICAIS....
O vento soprou Sinta o seu aroma
Colha uma flor Thayna – 8ªD
Segundo os dicionaristas, haicai significa: pequena
composição poética japonesa, em que se cantam as variações da
natureza e sua influência na alma do poeta. É composta de
dezessete sílabas divididas em grupos de cinco, sete, cinco.
Tendo como indicadores os resultados das avaliações
externas e internas e atender as expectativas de aprendizagens dos
alunos deste ano final do ciclo, os trabalhos de Língua Portuguesa
foram voltados a promover a aquisição de habilidades que
colaborassem para o desenvolvimento da competência leitora e
escritora desses alunos. Tomando como ponto de partida os
gêneros presentes no Caderno de Apoio e Aprendizagem para o 9º
ano do Ensino Fundamental, o trabalho com “Poemas” foi iniciado
no primeiro bimestre, tendo como justificativa aprofundar as
práticas de leitura e escrita dos alunos, bem como ampliar suas
perspectivas de criação de textos literários. A escolha de haicais
para produção dos alunos se deu pela possibilidade que essa forma
poética privilegia: a apreensão dos sentidos que o mundo oferece e
o poder de sintetização impresso em suas construções, resgatando
a sensibilidade do ser humano.
Objetivos:
É pela linguagem que as pessoas expressam ideias,
pensamentos, intenções e se relacionam com o mundo. Dessa
forma, o ensino de Língua Portuguesa tem por objetivo propiciar
aos alunos o desenvolvimento da competência discursiva para
184
escutar, falar, ler e escrever nas diversas situações de interação,
possibilitando assim o domínio da competência leitora e escritora,
ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da
cidadania.
Desenvolvimento:
O trabalho com o gênero foi iniciado com a questão do
Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa para o 9º
ano do Ensino Fundamental – “Trouxeste a chave?”. Elaboramos
uma seqüência de leituras e discussões, intercaladas com outros
gêneros, para que os alunos pudessem se apropriar do gênero ao
compará-lo com os demais e assim construíssem um repertório de
poemas e autores, incorporando suas características. A partir daí,
pudemos responder a outra questão que aparece no Caderno de
Apoio e Aprendizagem: “O que cabe no poema?”. Optamos então
por aprofundarmos um pouco mais na construção dos “Haicais”.
Depois de conhecermos um pouco mais sobre a história dessa
construção poética originária do Japão e lermos autores como:
Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mario Quintana, entre outros, demos
início à produção escrita, apoiada em imagens trazidas pelo
professor de Artes e pelos próprios alunos.
As produções foram lidas e corrigidas (em dupla) com a
intervenção da professora, quando necessário. Alunos que tinham
facilidade para digitar, o fizeram. Em seguida, os trabalhos foram
apresentados para toda a turma. Retomamos a conversa inicial:
apresentação na Mostra de trabalhos da escola. Os “Haicais” foram
recortados em formatos diferentes – sugerindo figuras – e
entregues ao professor de Artes, que montou um espaço com o
objetivo de envolver o público em uma atmosfera de integração da
construção poética e sua cultura original. O período de realização
do trabalho foi de maio a julho de 2011.
Avaliação:
Foram considerados como critérios avaliativos:
Frequência;
Interesse e contribuições no desenvolvimento das
atividades;
Avanços na fluência leitora e escritora;
Domínio do gênero literário.
185
Bibliografia:
Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de
Aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II – Língua
Portuguesa.
Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da
Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino
Fundamental, 2006.
Ruiz S., Alice, Conversa de passarinho: Haikais / Alice Ruiz S.,
Maria Valéria Rezende; São Paulo: Iluminuras, 2008;
Ruiz S., Alice, Dois em Um – Reimp. São Paulo: Iluminuras,
2008;
Leminski, Paulo. Melhores Poemas de Paulo Leminski – 7ª
Ed. – São Paulo: Gaia, 2006;
Caderno de Apoio e Aprendizagem de Língua Portuguesa –
9º ano do Ensino Fundamental – SME/PMSP;
Sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Haikai; http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/; http://www.kakinet.com/caqui/antojapo.shml.
Rosa da Gloria Oliveira Colaborador Prof° Giulio Savi Scarponi Vasconcellos
186
ATLAS ALMANAQUE DA AMÉRICA
EMEF PROF. NELSON PIMENTEL QUEIROZ
Quando trabalhamos o Continente Americano na 7ª série (8º ano)
do Ensino Fundamental, nos deparamos com uma enorme
quantidade de informações, que vão desde o estudo da formação
geológica, passando pela ocupação territorial, colonização,
diversidade natural, cultural e econômica. A proposta de estudo
disponível nos livros didáticos nem sempre atinge a necessidade de
entendimento do aluno e desperta a curiosidade e interesse pelo
assunto. O aluno precisa sentir um desafio frente a uma situação
problema para que possa aprender a perceber que as atividades
propostas atendem uma organização que otimiza tempo, espaço,
materiais e formas de agrupamento. Há, portanto, a necessidade de
adaptações e elaborações de pesquisas, trabalhos e atividades
lúdicas que possam complementar e enriquecer as aulas. Foi nesse
momento que iniciei uma pesquisa na WEB, sobre “como melhor
trabalhar de forma prazerosa e lúdica a América” e adaptei uma
sugestão de trabalho sobre a África, com o estudo em questão –
América. A ideia de criar com os alunos um Atlas Almanaque do
Continente Americano, une temas estudados nas aulas expositivas
e no livro didático (mapas, características gerais do continente,
cultura etc.), com atividades lúdicas diversificadas (caça-palavras,
mapa mudo, palavras embaralhadas, curiosidades dos países, o que
é o que é, culinária, arte, cruzadinha, brincadeiras típicas e música),
proporcionando assim uma dinâmica de envolvimento dos alunos
no processo de construção do Almanaque.
Objetivos
Desenvolver a prática de pesquisa sistemática em diversas fontes
(Web, livros, revistas, etc.). Identificar os aspectos relevantes em
textos, imagens, fotos, etc. Ampliar o conhecimento prévio sobre o
187
tema, focalizando a diversidade humana/cultural/natural do
Continente Americano. Compreender que esta diversidade está
intrínseca ao processo de colonização e a dinâmica do capital.
Desenvolver a leitura e a escrita, a organização do pensamento
racional, a criatividade e autonomia. Utilizar a organização e
estruturação da metodologia do trabalho científico. Compartilhar e
socializar o conhecimento através do trabalho em equipe.
Compreender a divisão política e econômica da América.
Desenvolvimento
O trabalho se desenvolveu na sala de aula com os alunos agrupados
em equipe. O projeto foi apresentado, explicitando os objetivos,
etapas e produto final da pesquisa. Foi montado um cronograma
por etapas visando um melhor rendimento e registro das aulas. As
etapas se dividiram da seguinte forma:
1. Contato com o Almanaque da Ruth Rocha (conhecendo como é um almanaque) e o Atlas Geográfico, um dos referenciais de pesquisa. Foi feito o levantamento das fontes bibliográficas (revistas, livros e sites). Organização das pastas/arquivos etiquetadas de cada equipe.
2. Elaboração das atividades com mapa mudo (Planisfério Político e da América), para possibilitar ao aluno a percepção do contorno e do formato do continente e países.
3. Construção de quadro resumo das características gerais do continente.
4. Pesquisa da ficha de dados econômicos, políticos e sociais de pelo menos dois países americanos.
5. Elaboração das atividades lúdicas relacionadas aos países americanos (caça-palavras, cruzadinha, palavras embaralhadas, o que é o que é, etc.).
6. Pesquisa da Arte, Culinária, Brincadeiras, Cultura, Música e Curiosidade dos países americanos.
7. Organização e montagem da pesquisa.
8. Estruturação e formatação do trabalho. Organização da ficha
técnica da escola, dedicatória e bibliografia. Elaboração de
uma pesquisa de opinião para o leitor do Almanaque.
Revisão dos trabalhos.
9. Exposição dos trabalhos com manhã de autógrafos com os
alunos e responsáveis.
10. Avaliação do projeto: as várias etapas do projeto foram
registradas em planilhas, o que permitiu um melhor
188
acompanhamento dos avanços, dificuldades,
questionamentos, dúvidas dos alunos no processo de
construção do Almanaque.
Período
A duração do projeto foi de aproximadamente 15 aulas, ou seja,
mais de um mês de trabalho, pesquisa, organização, registro,
conclusão e avaliação.
Avaliação
A Avaliação do projeto Atlas Almanaque América, se dividiu em
duas etapas:
1ª Foi realizada em todas as etapas da pesquisa e da elaboração das
atividades junto às equipes, sendo observados e registrados em
planilha: participação, realização das atividades propostas,
interesse e socialização dos conhecimentos.
2ª Feita após a finalização do trabalho. Realizamos uma roda de
conversa com registro da fala dos alunos sobre: proposta e
elaboração do Almanaque (mapas e atividades lúdicas), dificuldade
de compreensão das etapas, acompanhamento do educador nas
aulas, estímulo, interesse, assimilação do conhecimento,
sistematização dos dados e formatação do trabalho.
De acordo com os registros das avaliações, foi possível observar que
o trabalho com projeto é um meio facilitador para ampliar as
possibilidades de um melhor aproveitamento e entendimento do
conteúdo, pois proporciona ao aluno situações desafiadoras que
estimulam o levantamento e confronto de hipóteses, busca de
soluções e autonomia.
Cleusa Tonarchi
189
EMEF “Tiradentes, Alferes”
“EMEI E EMEF DE MÃOS DADAS”
Com o intuito de desenvolver o protagonismo de nossos
alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental de 8 anos, pensamos em
incentivá-los a realizar uma experiência fundamentada na leitura
para os alunos do Ensino Fundamental I de nossa escola e também
para os alunos da EMEI “Sylvio de Magalhães Figueiredo,
Almirante”, situada ao lado de nossa Unidade Educacional,
oportunizando, desta forma, um primeiro contato de nossa Sala de
Leitura para as crianças da EMEI.
Objetivos
1. Estimular o protagonismo dos alunos do Ensino Fundamental II,
por meio de uma experiência leitora;
2. Ampliar a utilização da Sala de Leitura, para fora dos muros da
EMEF envolvendo os alunos da EMEI;
3. Oportunizar experiências de mediação de leitura realizadas pelos
jovens, no ambiente aconchegante e acolhedor da Sala de Leitura.
Desenvolvimento
Os alunos das 6ªs e 7ªs séries tiveram contato com a leitura
do texto “Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora
Moderna. Prepararam e ensaiaram a entonação adequada, o tom e
o timbre de voz. Foram divididos em grupos como forma de
organização para a realização da leitura. Para que a leitura fosse
feita para os alunos da EMEI, um primeiro contato foi estabelecido
entre os Coordenadores Pedagógicos das duas Unidades
Educacionais, a fim de combinar cronograma de horários e turmas
para realização da visita. Combinados dias e horários, a
coordenação da EMEI providenciou as autorizações para as visitas.
Uma turma por semana foi recebida e acomodada para que os
alunos das 6ªs e 7ªs séries realizassem a leitura. Outras leituras
foram feitas pelas Professoras Orientadoras da Sala de Leitura para
as crianças da EMEI, como “O caso do bolinho”, de Tatiana Belinky,
e “Dona Baratinha”, de Ana Maria Machado.
190
Os alunos das 6ªs e 7ªs séries também realizaram a leitura
“Os três porquinhos”, de Lais Carr Ribeiro, da Editora Moderna para
os alunos das 1ªs e 4ªs séries na própria EMEF, com dias e horários
previamente combinados com os professores das turmas.
Avaliação
Os alunos envolvidos mostraram bastante interesse e
carinho para realizar a atividade, uma vez que tiveram a
oportunidade de se preparar, com antecedência e no momento da
leitura contaram com a participação dos alunos (tanto os da EMEI
quanto os da EMEF), aplaudindo-os. Durante os momentos de
preparação foi possível perceber a preocupação em desenvolver
um bom trabalho, melhorando a cada dia. Foi interessante
perceber como a leitura é valorizada, tanto por aqueles que lêm
com competência e fluência, quanto por aqueles que a recebem. O
carinho que os alunos menores demonstraram se traduziu pelos
aplausos dados, como forma de gratidão. Após essa primeira leitura
realizada, outras situações leitoras já foram sugeridas pelos jovens
e para o ano de 2012, já estão em fase de preparação. Percebemos
assim, que a ideia veiculada por nós, Professoras Orientadoras de
Sala de Leitura, foi aprovada e merece que a dose seja repetida.
Práticas assim só são possíveis quando temos a participação e
colaboração de todos.
Elisangela Simone Galeazzi de Quadros e Vera Marini
191
CIEJA
“DANÇAR E ESCREVER”
A música é um poderoso recurso de estimulação cognitiva,
propiciando integração entre as esferas do pensamento, da emoção
e do movimento. Movimento este que é identificado como dança, e
assim como a música, é uma das mais antigas formas de expressão
humanas.
Algumas propostas de dança pressupõem que mesmo o
indivíduo com algum distúrbio motor, cognitivo ou psicológico pode
interagir com a música e expressar- se por meio do movimento,
inclusive interagindo com parceiros ou grupo, como na abordagem
de movimento chamada Danceability, que aproveita conceitos da
técnica Contato Improvisação para instrumentalizar vivências de
dança de caráter inclusivo.
A Dança de Salão pode ser entendida como um exemplo de
dança de contato, a partir de um código de movimentos pré-
estabelecido, que permite a interação do movimento com
diferentes estilos musicais. A Dança de Salão pressupõe, ainda, uma
série de conhecimentos e normas de convívio social, reproduzindo,
no microcosmo do salão, uma série de conceitos de cidadania.
Uma oficina de movimento com dança nestes moldes vem
ao encontro das caraterísticas transdisciplinares e inclusivas do
Projeto CIEJA, mas não estaria completa se não fizesse vínculo com
a construção das competências de leitura e escrita, não só porque é
prioridade da Secretaria Municipal de Educação, mas porque é na
linguagem verbal que temos oportunidade de organizar nossas
ações e nossos pensamentos. Por isso, a oficina estimulou seus
participantes à produção e leitura de textos, em forma de carta ou
diário, criando uma descrição das atividades realizadas no dia.
No atendimento aos alunos com Necessidades Educacionais
Especiais / NEE, o registro escrito das atividades do dia foi
substituído por registro com desenhos e pelos relatos orais. Além
disso, as atividades de dança puderam ser feitas com atividades não
192
coreografadas, para melhor adequação às condições motoras
destes alunos.
Foram trabalhados os seguintes conteúdos de Língua
Portuguesa, com foco na linguagem escrita e na leitura em voz alta
Gênero textual: carta, diário;
Organização do texto em parágrafos;
Regras de acentuação;
Entonação e pausas na leitura em voz alta;
Características sonoras do samba, forró e tango;
As variações de movimento no indivíduo com necessidades
especiais;
O movimento corporal em contato com o outro.
Objetivos
Estimular a produção e leitura de textos;
Estimular a vivência inclusiva;
Aprimorar noções de cidadania e convivência com o outro e
com as diferenças;
Conhecer sequências de passos de Dança de Salão em
estilos musicais como; samba, forró e tango;
Identificar diferentes gêneros musicais associados a estilos
de dança.
Desenvolvimento
1. Seleção de alunos com dificuldades de leitura e escrita,
considerando as avaliações diagnósticas e as observações dos
desempenhos em sala de aula;
2. Comunicação e envolvimento dos alunos selecionados;
3. Aplicação das atividades em oficinas, realizadas em horário
diferenciado do horário regular de aula do aluno;
3.1. Sequência de aula
3.1.1. Aquecimento: conscientização por alongamentos e exercícios
de respiração;
3.1.2. Ensaio de passos, separadamente;
3.1.3. Ensaio de passos e movimentos em duplas, com adaptações
de movimentos para os alunos NEE;
3.1.4. Registro escrito e lido das vivências do dia em forma de
carta, diário ou outro gênero;
3.1.5. Observações de ortografia e gramática a partir das dúvidas
do grupo.
193
Avaliação
1. Observação e avaliação das produções de textos
realizadas durantes as atividades da Oficina;
2. Observação do avanço do desempenho das competências
leitora e escritora dos alunos durante as atividades de sala de aula.
Por meio deste Projeto foi possível perceber que a utilização
da música e da dança promoveu um contexto facilitador da
expressão escrita dos alunos, seja por permitir uma maior
desinibição para se expressarem, ou por associar ao texto
produzido uma experiência significativa, neste caso, enriquecida
pela vivência estética da música e pela prática corporal da dança.
Os alunos
envolvidos apresentaram
progresso em relação à
fluência da escrita e em
alguns casos maior
segurança na expressão
verbal durante as aulas
de Língua Portuguesa,
conforme relataram os professores desta área de conhecimento.
Alunos com Necessidades Educacionais Especiais e pessoas
da comunidade, como parentes e amigos, frequentaram a Oficina.
Estes aspectos indicam que este Projeto pode influenciar políticas
públicas para a Educação, devido à sua potencial característica
inclusiva, com relação a públicos especiais e pessoas da
comunidade.
Acreditamos ainda que este é um Projeto inovador, por
associar o estímulo da dança e da música à competência leitora e
escritora, e que deve ser complementado por melhores pesquisas e
conclusões mais aprofundadas.
José Carlos Tonhaçolo Colaboradora: Rita de Cássia Alves dos Santos
194
EMEF Antenor Nascentes
PRÊMIO PROFESSOR DESTAQUE 2011 ACOMPANHANDO PROCESSOS – LETRAMENTO E AUTOESTIMA
RELEASE
De fevereiro de 2007 a dezembro de 2010
O projeto “Acompanhando processos – letramento e
autoestima” iniciou-se em 2007 e foi concluído em 2010 na
EMEF Antenor Nascentes. Esse projeto teve como propósito o
acompanhamento dos alunos de 5a série (6o ano) durante todo o
seu processo de letramento, ou seja, a conclusão do Ciclo II (até
a 8a série ou 9o ano), além de proporcionar não somente a eles,
mas também a seus familiares, um resgate da autoestima. Para
isso, recorri a pequenos projetos.
BIOGRAFIA
Adenilza Almeida Lira é professora de Língua Portuguesa
formada pela USP – Universidade de São Paulo. Trabalha como
professora de Português há 9 anos na EMEF Antenor Nascentes,
mesma escola em que estudou desde o antigo pré até a 8a série
(hoje 9o ano). Ministra aulas também em uma escola do ensino
estadual (EE Profª Maria Petronila L. M. Monteiro). Acredita na
educação e sabe do potencial de seus alunos.
JUSTIFICATIVAS
Quando iniciei o trabalho, em 2007, com os alunos de 5a
série, percebi a dificuldade de aprendizagem deles. Muitos não
sabiam ler nem escrever. Haviam feito a Prova São Paulo na 4a série
(em 2006), os resultados foram ruins e nossa escola indicada para
participar do Projeto 77 Escolas durante dois anos. Essa foi uma das
principais razões que me fizeram acompanhar e investir no
letramento e na autoestima desses alunos.
Permaneci com as turmas de 5a série até o ano de 2010,
quando posso dizer que tenha concluído minha tarefa. Foram
195
quatro anos de um projeto que fez com que os alunos avançassem,
conforme poderá ser observado pelos resultados.
OBJETIVOS
Acompanhar os processos de leitura e de escrita, de forma a
atender não apenas aos alunos com dificuldades, mas
também fazer avançar os que já tenham as noções básicas.
Chegar ao final do Ciclo II com os alunos desenvolvendo de
forma independente a leitura e a escrita, vencendo os
obstáculos de alfabetização e do que se considera como
letramento.
Reduzir o número de alunos não alfabéticos até o final do
Ciclo II.
Possibilitar aos alunos, não apenas aos não alfabéticos, uma
maior autoestima, de forma que possam acreditar em si
mesmos como produtores de conhecimento e que suas
famílias também passem a vê-los como tal.
Desenvolver pequenos projetos ao longo dos quatro anos
que contribuam para o letramento e a autoestima.
Desenvolver o potencial crítico dos alunos até o final do
Ciclo II.
DESENVOLVIMENTO E METODOLOGIA DO PROJETO
Para o desenvolvimento desse projeto maior, no primeiro
ano dos quatro em que ele foi colocado em prática, contei
inicialmente com a ajuda do Projeto 77 Escolas, que me forneceu
subsídios para o trabalho com os alunos alfabetizados e os que
eram considerados não alfabéticos. Obtive, durante os dois anos de
curso, material com textos e atividades que possibilitavam o
trabalho em duplas produtivas, de forma que os que tivessem
maior conhecimento sobre o assunto pudessem orientar os que
ainda não tinham. Além disso, contei com a ajuda fundamental das
professoras de 1a a 4a séries que me orientaram quanto a alunos
alfabéticos e os não alfabéticos e me forneceram mais atividades.
Juntamente a esse projeto, na época também trabalhava com as
professoras de Sala de Leitura. Nós desenvolvemos pequenos
projetos que auxiliaram no processo da leitura e da escrita dos
alunos com dificuldades: propaganda de livros lidos; alunos que
196
liam e contavam as histórias para colegas que não conseguiam
desenvolver esse processo; leitura de histórias com paradas em
alguns trechos e perguntas em seguida, para se verificar a atenção e
o raciocínio; brincadeiras de leitura, que se transformavam em
brinquedos expostos na Feira Cultural. Além disso, havia o
Concurso de Poesia Falada que provocava a curiosidade nos alunos
que estavam iniciando o processo de leitura e incentivava os que já
haviam ultrapassado o processo inicial. Posso dizer que em 2007
tenha colhido bons frutos, porque de um universo com 20 alunos
não alfabéticos nas quatro 5as séries, ao final do ano letivo restavam
apenas 4 alunos, cujos problemas eram de ordem intelectual e que
necessitavam de um acompanhamento mais individualizado que o
antigo SAP proporcionava.
Quando o ano de 2008 iniciou-se, encontrei novamente meus
alunos em processo de formação para o letramento, mas percebi
que a autoestima deles ainda era baixa, já que se consideravam
incapazes de aprender ou não tinham o apoio de seus familiares.
Resolvi, então, voltar ao Projeto 77 Escolas, resgatando e
ampliando algumas atividades. Continuei o trabalho com as
professoras de Sala de Leitura e, ao final do ano, percebi que
começaram a se desenvolver melhor. Também dei continuidade
ao projeto “Jornal escrito e falado”, que mantinha mensalmente
a escrita de um jornal (Folhinha 7 do Antenor) com textos
trazidos pelos alunos e depois a transformação desse em um
jornal falado, com apresentação de notícias e de comerciais
produzidos pelos alunos. Ainda conversava sempre
individualmente com os que apresentavam grandes dificuldades
de aprendizado e também com os que tinham comportamentos
inadequados. Tivemos resultados melhores na Prova São Paulo,
mas ainda não era suficiente. Por essa razão continuei meu
trabalho no ano seguinte.
A EMEF Antenor Nascentes teve em 2009 um ano bastante
difícil. Passamos por grandes alterações: tivemos que acomodar um
número maior de alunos, porque uma escola da região não havia
ficado pronta. No entanto, eu acreditava que um bom trabalho
poderia trazer bons resultados e foi o que aconteceu. A essa altura,
meus alunos estavam um pouco mais maduros, muitos já tinham
avançado em conhecimento de leitura e de escrita, mas ainda
197
faltava desenvolver melhor o processo de autoestima. Por essa
razão, comecei a adotar muito mais o protagonismo juvenil.
Surgiram, então, dois pequenos projetos: “Cidadania e meio
ambiente” e “Um texto, diversas releituras”. O primeiro teve por
objetivo a produção de cartazes sobre o que os alunos
consideravam de importante para o seu dia a dia, como eles
gostariam de enxergar o mundo e como este interferia em suas
vidas. Percebi que muitos alunos realmente conseguiram passar
para as cartolinas a imagem de seu universo, de sua realidade e
conversamos muito sobre o que eles gostariam de ver ao seu redor.
Após a produção dos cartazes, fizemos a exposição dos trabalhos,
que agradaram a toda a escola e os alunos puderam perceber seu
valor enquanto produtores e críticos. Já o projeto “Um texto,
diversas releituras”, teve como ponto de chegada trabalhos feitos
pelos alunos e eu era a orientadora de todo o processo. Comecei
por conversar com eles sobre o que seria a leitura de um texto, se
somente aqueles que viam escritos ou se até mesmo um quadro ou
uma figura poderiam ser textos, já que deles se podiam fazer
leituras. Depois, li e coloquei na lousa dois textos da Revista Nova
Escola: um deles era o conto Sebastião e Danilo, de Maurilo
Andreas; e o outro era o conto Amplexo, de Marcelo Alencar.
Então, dividi a sala em grupos que deveriam desenvolver releituras
a partir dos textos, produzindo materiais diversos a respeito e
fazendo a exposição dos trabalhos na Mostra Cultural. Os alunos
faziam comentários e perguntas durante as apresentações, e
passaram a entender também como poderiam fazer um seminário,
sem que ficassem expostos ou nervosos. Os trabalhos
desenvolvidos foram: maquete; dramatização com bonecos;
história em quadrinhos; reescrita do texto com ilustrações; música;
artesanato; adaptação do texto; dramatização com pessoas. Após
as apresentações em sala de aula, os grupos das dramatizações com
bonecos fizeram apresentações para os professores, alunos das 1as
séries e também durante a Feira Cultural. Posso dizer que ao final
de 2009 os alunos que estavam na 7a série tenham apresentado
resultados ainda melhores que no ano anterior, já tinham os
processos de letramento e autoestima muito mais desenvolvidos.
Agora, uma das coisas que mais me marcou nesse ano foi o que um
dos meus alunos (que em 2007 era não alfabético e que em 2009 já
198
se tornara alfabético e produtor de alguns textos de forma
independente) me disse quando lhe ensinava como fazer um
currículo e quais seriam seus objetivos: “Quero ser um traficante”.
Aquilo a princípio me chocou, mas ao contrário do que ele
esperava, disse-lhe que seria interessante para ele seguir profissões
como metalúrgico (fazendo cursos na área), mecânico de
automóveis ou outras tantas que lhe garantissem uma qualidade de
vida melhor. Bom foi saber depois em 2010, quando conversei com
ele novamente sobre o assunto, que “ser traficante” não passava
mais por sua cabeça, mas que queria seguir a profissão de mecânico
de automóveis, como estava aprendendo em uma oficina.
Em 2010, ano de conclusão do projeto, continuei no
processo de acompanhamento dos processos de letramento e de
autoestima. Os alunos encontravam-se muito mais maduros e, além
dos materiais que já possuía, passei a contar com mais um aliado
diário: o Caderno de Apoio e de Aprendizagem de Língua
Portuguesa. Posso dizer que com ele pude obter parâmetros e um
complemento para o meu trabalho. Além disso, a partir dele
surgiram dois pequenos projetos que valorizaram ainda mais o
potencial de escrita de meus alunos: os projetos “Sarau Literário no
Antenor” e “Concursos Literários”. O primeiro veio a partir da ideia
de um sarau literário solicitado pelo próprio Caderno de Apoio, mas
acabei fazendo algumas alterações e obtendo um produto final que
agradou não apenas aos alunos, mas também a pais, professores e
demais funcionários da escola. Os alunos escreveram poemas em
duplas para o sarau, fizeram a leitura interpretativa dos textos
produzidos que depois foram digitados e encadernados em uma
gráfica (livro com capa dura e letras douradas). Os alunos sentiram-
se muito mais reconhecidos quando viram seus textos digitados
num livro. Quanto ao outro projeto, “Concursos Literários”, este
surgiu a partir da produção do livro de poemas, o Caderno de
Poemas 2010, que trouxe poemas produzidos pelos próprios
alunos, digitados e encadernados em gráfica. Resolvi inscrever os
alunos em dois concursos de poesia, um da Prefeitura de Salto (XX
Prêmio Moutonée de Poesia), interior de São Paulo, e outro
proporcionado pela Casa do Novo Autor Editora, localizada na
capital paulista. Solicitei aos alunos a escrita de poemas feitos de
forma individual. Como já haviam passado pela experiência de
199
escrita e perceberam que tinham potencial para tal, vários alunos
se colocaram como poetas e escreveram belíssimos textos.
Conforme ia recebendo os poemas, fazia a correção e orientação
para modificações dos mesmos e depois os devolvia para que os
alunos fizessem as alterações para me entregarem novamente e
enviá-los para os locais de inscrição. Quatro alunos foram
escolhidos para participar do concurso da prefeitura de Salto e
outros treze alunos conseguiram passar para finalistas do concurso
da editora paulista. Resultados? Promissores. Em Salto não fomos
classificados, mas doze dos treze alunos inscritos no concurso da
Casa do Novo Autor Editora foram convidados a participar da
edição do livro “Letras da Paixão”, publicação que ocorreu ao final
do ano, entre os meses de novembro e dezembro de 2010. Após o
convite da editora, solicitei aos alunos a presença de seus pais para
poder explicar a eles como seriam os trâmites de publicação dos
poemas: o preenchimento dos contratos, o envio dos textos finais
para a editora, a cerimônia de entrega dos livros aos interessados e
as questões de autoria (ISBN e outros cadastros nos órgãos
literários). Os pais, em geral, ficaram bastante felizes com as
produções de seus filhos, mas alguns se admiraram com a
capacidade deles e passaram a reconhecê-los como produtores de
textos e mais do que isso, “enxergaram” seus filhos, porque alguns
ainda não acreditavam no potencial e na capacidade que tinham.
Houve dois casos a se comentar: a mãe de um de meus alunos
perguntou-me se ele realmente tivera a capacidade de escrever o
texto, se não o copiara, e eu lhe respondi que a produção era dele
mesmo, que ela acreditasse no garoto, que ele era muito mais
capaz do que ela poderia imaginar; o segundo caso foi o de uma
aluna, que me relatou que o pai brigara com ela quando pediu para
que fosse conversar comigo, ele foi o último pai a chegar para a
reunião, e, ao conversar com ele sobre o poema da filha,
perguntou-me onde o havia exposto para que pudesse lê-lo, e, no
dia seguinte, a aluna comentou que o pai gostara muito do texto e
estava feliz e reconhecia a capacidade dela. Poderia, então, me
considerar satisfeita ao final de 2010 com os resultados obtidos,
mas ainda teria surpresas maiores. Uma das alunas da 8a série B, a
Ingrid da Silva, participou do Concurso de Saúde Bucal fazendo um
jogo que conseguiu classificação pela Diretoria de Ensino de Santo
200
Amaro e eu, como orientadora, também acabei sendo classificada.
Mas não foi somente isso, algo maior estava por vir. Meus meninos,
como acabei carinhosamente chamando-os depois de tantos anos
de convívio, escreveram mensagens para mim e algumas delas
foram lidas durante a formatura deles, que iniciou para eles uma
nova etapa: o Ensino Médio...
“Sempre tive amigos, mas alguns não serviam, como os da
6ª série. Eu estava indo para um caminho ruim, bagunçava, não
fazia nada, mas uma pessoa, que conheço há 4 anos me deu um
toque, me chamou a atenção. Depois daquele dia, eu pensei e
resolvi mudar, melhorei em tudo. Essa pessoa é uma das que eu
acredito e confio, é a professora Adenilza, uma pessoa que sabe
quando algo está certo ou errado, quando está na hora de parar, eu
a considero a melhor pessoa que conheci nesses últimos anos, não
tenho nada a reclamar dela, só tenho a agradecer, pois foi ela quem
me ensinou a conviver direito”. (Jean Paz Pereira Tavares – 8ªB)
AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO
Ao final de todo o projeto em 2010, percebi o quanto ensinei e o
quanto aprendi com os alunos que participaram de todo o
processo, porque apesar de apresentarem inicialmente dificuldades
para a leitura e a escrita, não eram somente eles que as
apresentavam, mas eu também superei obstáculos e os venci.
Barreiras foram ultrapassadas, como não saber a princípio
alfabetizar e me assustar, mas aceitar que precisaria aprender para
ensinar, e foi isso que fiz, não desisti em nenhum momento,
acreditei, mudei meus conceitos e hoje, em 2011, estou com novas
turmas de 8a série que acompanho há quatro anos, sempre
obtendo bons frutos, acreditando no potencial dos alunos,
chamando-os para o futuro, não deixando que nenhum deles se
perca pelo caminho.
Gostaria de relatar um caso que aconteceu nos quatro anos
iniciais do projeto. Uma aluna, quando iniciou a 5a série, era
bastante fechada e, ao longo dos quatro anos, foi se
transformando em uma garota bastante rebelde, era difícil de se
lidar e de aceitar regras, mas eu nunca desisti de conversar com
201
ela, de orientá-la em sala de aula e fora dela também, e, ao final
do ano de 2010, ela me agradeceu porque fui uma das únicas
que acreditou em seu potencial e principalmente nunca desistiu
dela. Esta aluna também foi uma das que publicou seu poema no
livro “Letras da Paixão” e sempre vem me visitar.
Isso tudo me faz confiar que dá certo reconhecer o valor que
esses meninos têm e fazê-los chegar cada vez mais longe...
Alguns momentos a se lembrar nos quatro anos...
202
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aprendendo os Padrões da Linguagem Escrita – Projeto 77 Escolas. Coord. Maria
José Nóbrega. São Paulo, 2007 e 2008. Sebastião e Danilo, conto de Maurilo Andreas. Revista Nova Escola, nº 217, nov. 2008. Amplexo, conto de Marcelo Alencar. Revista Nova Escola, nº 209, jan./fev. 2008. Cadernos de Apoio e de Aprendizagem de Língua Portuguesa – 9º ano, volumes 1 e 2.
Secr. Municipal de Educação, Prefeitura de São Paulo e Fundação Padre Anchieta, 2010. Antologia poética Letras da Paixão. Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2010. Concurso de Saúde Bucal – Manual do Professor. CROSP e Prefeitura de São Paulo –
Educação, 2010. Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para
o Ensino Fundamental: Ciclo II – Língua Portuguesa. São Paulo. SME. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e
Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. SME, São Paulo, 2006. Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escri-
tora no Ciclo II do Ensino Fundamental, 2006 – Língua Portuguesa. SME, São Paulo.
Adenilza Almeida Lira
203
SARAU LITERÁRIO
Gestão CEU Alvarenga
Este trabalho visou promover o encontro e o intercâmbio entre
artistas de diversas linguagens que atuam na região,
proporcionando uma atividade cultural local com qualidade para o
público.
Objetivo:
Proporcionar aos professores e alunos das escolas do entorno um
estímulo para trabalhar diversos temas relacionados à literatura e à
expressão artística de maneira geral, sendo um espaço para
mostrar o trabalho desenvolvido nas escolas.
Desenvolvimento:
Encontro de artistas, das mais diversas linguagens e interessados
em artes e poesia, com apresentações curtas e declamações em um
clima descontraído.
Público Alvo: Jovens, adultos, famílias, alunos do horário noturno
das escolas do CEU e entorno artistas da região e interessados em
arte em geral. As atividades ocorreram no último sábado de cada
mês a partir das 19h00.
Histórico do Sarau CEU Alvarenga “Chá da Raquel”
O que é o SARAU? Sarau é uma reunião noturna de caráter
quase sempre lítero-musical. Há séculos, congrega pessoas de
sensibilidade. Os trovadores deliciavam a nobreza e o povo com
suas cantigas de amor e de amigo. Camões, renascentista,
encantava a corte portuguesa e os nossos românticos, com seus
poemas e modinhas, provocando suspiros nas casas e alvoroço nas
tavernas.
204
No CEU Alvarenga, os primeiros saraus objetivavam um
espaço que estimulasse os talentos locais. Levava o nome de “Chá
da Rachel” em homenagem à Rachel de Queiroz, escritora
brasileira, que é patrona da biblioteca deste CEU. Desde os
primeiros encontros organizados e mediados pela Coordenadora
Jhaíra Rodrigues , havia um diálogo entre a palavra falada e a
palavra cantada.
Em 2004, casamos o sarau com o projeto “450 encontros na
Paulicéia Desvairada: O Escritor nas bibliotecas”. Foi quando surgiu
a proposta de seguirmos uma dinâmica. O plano de ação era o
seguinte: abertura do Sarau Chá da Rachel numa homenagem à
Rachel de Queiroz. Depois, apresentação dos convidados e
recitações de alguns textos da escritora. Os primeiros participantes
foram professores e alunos de teatro e música do Núcleo de Ação
Cultural.
No encontro de outubro de 2005 foram apresentados mais
de cinqüenta poemas produzidos pelos alunos da EJA (Educação de
Jovens e Adultos), muitos deles, estimulados pelo Sarau, estavam
escrevendo pela primeira vez. O tema trabalhado na ocasião foi:
“Se eu fosse uma poesia”.
Em 2006, com o coordenador Jackson Matos, tivemos
grandes produções que acabaram desencadeando em uma
seqüência temática. Em maio, houve o Sarau Gótico, apresentando
músicas e danças medievais, com cenário, roupas e ritos celtas. A
relação da poesia gótica com o trovadorismo nos remeteu às
entoadas graves de Zé Ramalho. Em junho do mesmo ano,
rendemos uma homenagem a esse poeta, cantor e compositor.
Músicas, performances e recitações reproduziram o lirismo, o
misticismo e questões ideológicas do mesmo. A musicalidade e as
inquietações refletidas nas composições desse artista revelaram o
gosto do público pela MPB. Em julho de 2006, veio o Sarau
Tropicalismo, com textos e músicas efervescentes dos anos 60. As
pessoas presentes puderam vivenciar uma proposição da Lígia Clark
(uma espécie de teia feita com elásticos) e curtir a esquete do
grupo Toca Oca do Teatro Vocacional. A coreografia “Divino
Maravilhoso” de Douglas Godoi (grupo Art’ê) trouxe um brilho
205
especial para a noite. A passagem do “Sarau Tropicalismo” para o
“Sarau Latino-americano” (em agosto, daquele ano) veio como
consequência. A contiguidade sociocultural dos outros países
latino-americanos com a produção artística brasileira é clara e
indissolúvel, as manifestações ultrapassam as fronteiras porque
nossas cicatrizes são resquícios da mesma ferida.
O Sarau do CEU Alvarenga foi palco para encontro de
artistas que juntos foram escrever novas histórias.
O Sarau CEU Alvarenga foi solicitado, também, pela
Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo para fazer
parte da programação cultural do VALEU PROFESSOR, nas edições:
2009 (Sarau Língua: textos de Camões a Caetano - na Casa Das
Rosas); Em 2010 (Sarau “Uma Rosa é uma Rosa” - Gertrude Stein)
na Casa Das Rosas; Em 2011 (Sarau Seresteiro – no Parque da Luz).
Além de fazer parte do Circuito de Saraus da Cidade de São Paulo.
Atualmente os saraus acontecem uma vez por mês, aos
sábados à noite. É frequentado por educadores, alunos, pais e
pessoas interessadas em artes, principalmente em literatura e
música. Os encontros são temáticos. A intenção é, a cada mês,
renovar conteúdos e abordagens, explorar diversas possibilidades
intertextuais e explorar novas dramaturgias. As leituras e releituras,
citações e recitações contemplam autores famosos e anônimos.
A linguagem é uma mistura de música, dança, teatro, cinema, artes
plásticas e multimeios. A produção é feita pelos coordenadores de
cultura com apoio de membros da comunidade (Agentes Culturais).
As representações teatrais, as execuções musicais,
cinematográficas ou coreográficas realizadas durante o sarau são
de caráter ilustrativo, poéticas, mecanismo sensibilizador para a
apreciação artística.
Todos artistas intérpretes ou executantes: atores, cantores,
músicos, bailarinos ou outras pessoas que representam um papel,
cantam, recitam, declamam, interpretam ou executam em qualquer
forma obras literárias, artísticas ou expressões do folclore – são
voluntários da comunidade e convidados.
206
O NAC – Núcleo de Ação Cultural do CEU Alvarenga; tem o
intuito de promover a pluralidade cultural e estimular a criação e o
desenvolvimento cognitivo do nosso público, ao apresentar
manifestações populares e eruditas.
O sarau procura evidenciar a “palavra” e suas “ramificações
estéticas”, enaltecendo a língua portuguesa e a universalidade da
poesia. Portanto, desperta, no indivíduo, canais ideológicos que
enriquecem o coletivo cultural da cidade.
O sarau do CEU Alvarenga vem proporcionando formação
de um público sensível e espontâneo, propiciando o envolvimento
da comunidade local, assim como dos artistas da região,
possibilitando um diálogo agregador. Percebemos um
empoderamento cultural do público por meio da apropriação dos
espaços, participação em eventos, a descoberta das possibilidades
de fazer arte, o despertar do gosto pela leitura e pela prática da
escrita criativa e a revelação de novos escritores e agentes
multiplicadores do CEU.
Gestora: Regina D’Ipolitto de Oliveira Sciré
Núcleo de Ação cultural: Jackson Matos
Radi Oliveira
207
CULTURA PARA A JUVENTUDE NEGRA
Com atividades culturais e socioeducativas, para os
moradores da região sul da cidade de São Paulo, o evento Cultura
para a Juventude Negra visa ampliar os espaços dedicados à
reflexão sobre a inserção dos afrodescendentes e da juventude em
diversas áreas sociais de atuação: cultura, educação, esportes,
entre outras. A proposta pedagógica – constante deste evento - foi
elaborada de modo a articular as ações realizadas com as
demandas da comunidade local, na qual nosso CEU está inserido. A
partir da institucionalização deste evento esperamos reconhecer e
valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira
em nosso País, em nossa cidade e em nossa região, por meio da
formação técnico-cultural da nossa juventude, que produz e
consome cultura nas periferias.
Desde a sua inauguração, o CEU “Caminho do Mar”
promove ações visando atender às demandas de atividades
educacionais, culturais e esportivas apontadas, naturalmente, pela
comunidade e construir ações que integrem a população local,
estimulando a construção do senso de pertencimento para além da
educação formal.
O bairro do Jabaquara, no qual este CEU está localizado,
pode ser definido por suas ações progressistas, luta da comunidade,
e união do povo. Com sua importância cultural e histórica
reconhecida, abriga a Casa do Sítio da Ressaca e o Axé Ilê Obá,
ambos tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo.
Possui ainda várias iniciativas culturais de matriz africana e afro-
brasileira. Localizado na zona sul de São Paulo, a 12 km do marco
zero da cidade, o extenso bairro caracteriza-se pelo seu contraste
populacional e desde a sua formação abrigou migrantes e
imigrantes japoneses, alemães, italianos e nordestinos. A cada ano,
a parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria
Municipal de Participação e Parceria, promovia atividades alusivas à
temática afrodescendente, que aconteciam no mês de novembro.
208
Nossa proposta - com a realização do referido evento - foi ampliar
os espaços dedicados à reflexão sobre a inserção dos
afrodescendentes, ampliando o tempo de sua abrangência,
tornando-o mensal e parte integrante de nosso Calendário Oficial
de Eventos.
Assim, desde março, firmamos parcerias com o poder
público, a Coordenadoria do Negro (CONE), a Agência de Cultura do
Estado de São Paulo, Instituições de notório conhecimento como a
UNEGRO - União de Negros pela Igualdade - e Instituições da região
do Jabaquara, com vistas a aproximar, ainda mais, a comunidade e
por fim, com as AME “Construindo Cidadania” e “Casa Leide das
Neves”.
Escolhemos o início no mês de março, por abrigar as
comemorações pelo Dia Internacional de Combate ao Racismo,
instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é
lembrar o “Massacre de Shaperville”, ocorrido na África do Sul, em
1960, quando policiais mataram 69 (sessenta e nove) negros que
participavam de uma manifestação contra o apartheid (regime
segundo o qual a população de brancos detinha o poder e os
povos restantes eram obrigados a viver separadamente). No Brasil,
onde os negros representam mais da metade da população, o
racismo ainda é um fator divisor e em evidência. Ao longo desses
anos, o dia vinte e um de março tem sido marcado pela constante
luta de organizações de Direitos Humanos, em combate à
discriminação racial. As mobilizações realizadas em torno desta
data têm o propósito de fazer com que a sociedade reflita sobre a
importância do combate ao racismo, à xenofobia e a todas as
formas de intolerância.
Para vivenciar a data, dentro dos propósitos pedagógicos do
CEU, foram oferecidas 3(três) atividades: 1. Show com canções que
abordaram o universo feminino e temas raciais, contando com a
participação das cantoras Verônica Ferriani, Grazzi Brasil e Graça
Braga, que interpretaram canções; a atriz Zezé Motta declamou
poesias; 2. Relançamento - com distribuição gratuita - da Cartilha
Negro Cidadão, elaborada pela UNEGRO, ilustrada pelo renomado
209
cartunista Maurício Pestana e reeditada pelo Gabinete da Deputada
Estadual Leci Brandão, como incentivo para população discutir a
cidadania e como estímulo à construção coletiva de uma
perspectiva cidadã; 3. Apresentação de manifestações culturais e
artísticas da região, como Break - com o grupo Aliens Break -,
exibição do curta metragem elaborado e protagonizado por
moradores do bairro, atendidos pelo Serviço de Assistência Social
às Famílias (SASF) da AME, intitulado “Maria que não vai com as
outras” e a apresentação do grupo Maracatu Ilê Alafia da ACM
“Leide das Neves”.
Nosso evento, Cultura para a Juventude Negra, encerrou o
mês de março oferecendo oficinas culturais de break, grafite,
capoeira, percussão e aula aberta de Inglês.
Dentro do eixo Educação, profissionais da área se reuniram
para debater o tema em uma Roda de Conversa, realizada na
Biblioteca do CEU, com relatos de práticas e propostas que tiveram
como embasamento o livro Menina Bonita de Laço de Fita, de Ana
Maria Machado. Este livro aborda questões da diversidade étnico –
cultural brasileira e apresenta situações para que as crianças se
apropriem de valores como respeito ao próximo e às diferenças,
mas principalmente, consegue elevar a auto estima do aluno negro.
Ideias foram socializadas e trocadas, contribuindo para a reflexão
sobre igualdade racial promovida desde a infância. Ao final, a
Professora Marta Leonor, da DRE- Santo Amaro, especializada em
contos africanos, brindou os presentes com lindas histórias sobre
cultura africana.
O evento Mãe Negra, realizado em maio, foi outro de nossos
focos, destacando o mês das mães e abordando o dia 13 de maio,
Dia da Abolição. O evento foi estruturado com a apresentação do
Coral Mix, seguida da palestra Mulheres negras na
contemporaneidade, que abordou o mercado de trabalho, saúde,
violência e as dificuldades das mulheres, em especial as negras,
com as palestrantes Rosa Anacleto e Flávia Costa, ambas da
UNEGRO. O evento também abriu espaço para a culinária, com
oficina e degustação do Caldinho das Pereirinhas, ministrada pelas
210
cozinheiras da ACM. Este caldo é servido durante as festividades de
Carnaval na Instituição. Tivemos ainda, ao longo deste mês - a
produção de curta metragem, grafitagem e break, ministrados pelo
projeto Graffiti com Pipoca - responsável pelas artes gravadas nos
muros do CEU - desde a sua inauguração. Finalizando, com um
histórico de sucesso na década de 1970, o Baile Nostalgia,
focalizando a Black Music e o Samba-Rock, num trabalho de resgate
da musicalidade cultural negra.
As ações tiveram continuidade com o evento Agosto Negro,
semana dedicada à Roda de Debates, tendo como público
educadores, no geral, trazendo para o encontro dúvidas,
dificuldades e êxitos obtidos no ambiente escolar, levando-se em
consideração a Lei nº 10.639/08.
As atividades do Cultura para Juventude Negra finalizaram-
se no mês de novembro intensificando as ações, repetindo a
experiência do ano anterior, com o Sarau AfroCEU, mostra cultural
das atividades oferecidas dentro do Programa de Desenvolvimento
de Atividades no Contraturno Escolar, tais como percussão, dança
afro, artesanato, capoeira e maculelê, protagonizado pelos alunos
da EMEF “CEU Caminho do Mar”.
Reforçando a participação nas ações da comunidade -
cidadania posta em prática - mobilizamos os protagonistas
envolvidos ao longo ano para integrar a III Marcha da Consciência
Negra do Jabaquara, cujo objetivo é contribuir para a construção da
identidade racial, fortalecer as relações étnico-raciais, evidenciando
e valorizando a contribuição da cultura africana e afro-brasileira. A
participação na III Marcha concretizou as ações desenvolvidas, ao
longo do ano, em consonância com o Projeto Pedagógico de nossa
escola.
O CEU “Caminho do Mar”, desde 2008, tem apresentado o
potencial necessário para uma ação central na articulação entre –
de um lado, o poder público - e do outro, a comunidade, as
instituições e associações da sociedade civil e o sistema produtivo
local, num convite à construção de um Projeto Ético de Educação e
211
Cidadania para todos. Assim, oferece espaço para reflexão sobre
ações afirmativas e de igualdade racial na sociedade brasileira, em
conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
/ Lei 9.394/1996, complementada pela Lei 10.639/2003.
Gestora: Kátia Maria Vergne Vicente
Coord. do Núcleo de Ação Educacional-NAE: Marineusa Medeiros
Coord. Projetos NA: Teresa Cristina dos Santos Martins
Coord. Projetos do Núcleo de Ação Cultural: Maria Claudia da Silva
Reis
Coord. de Projetos – NAC: Rodolfo Henrique Simões Morais