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CIÊNCIAS DOS MATERIAIS

Capítulo IIOrdenação atômica dos materiais

Prof. Maurício S. de Araújo Faculdade Católica Salesiana

Vitória - ES

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1. Estruturas cristalinas

• Materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade com que átomos ou íons se arranjam entre si.

• Um material cristalino é um material no qual seus átomos estão situados numa disposição repetitiva ou periódica ao longo de grandes distâncias atômicas.

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1. Estruturas cristalinas• Esta propriedade implica que existe uma

ordenação de grande alcance e que na solidificação os átomos deste material se posicionarão entre si num modo tridimensional repetitivo, onde cada átomo está ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos.

• Todos os metais, muitos materiais cerâmicos, e certos polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação.

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1. Estruturas cristalinas

atômica de longo alcance.

• Tais materiais não-cristalinos ouamorfossão discutidos ainda neste curso.

• Para aqueles materiais que nãose

cristalizam,não

existe esta ordenação

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1. Estruturas cristalinas• Algumas das propriedades dos sólidos cristalinos

depende da estrutura cristalina do material, que é a maneira na qual átomos, íons ou moléculas são espacialmente arranjados.

• Existe um número extremamente grande de estruturas cristalinas diferentes, todas elas tendo uma ordenação atômica de longo alcance.

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1. Estruturas cristalinas

• Estas estruturas variamdesde

estruturasrelativamente simples para metais, até estruturas excessivamente complexas, como exibidas por alguns materiais cerâmicos ou poliméricos.

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1. Estruturas cristalinas

• Quando se descreve estruturas cristalinas, pensa-se em átomos (ou íons) como sendo esferas sólidas tendo diâmetros bem definidos.

• Isto é denominado modelo atômico deesfera rígida noqual

as esferasrepresentando osátomos próximos se tocam entre si.

vizinhos mais

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1. Estruturas cristalinas

• Um exemplo do modelo de esfera rígida para o arranjo atômico encontrado em alguns dos metais elementares comuns é exposto na figura a seguir.

• Neste caso particular todos os átomos são idênticos.

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1. Estruturas cristalinas

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

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1. Estruturas cristalinas

• Algumas vezes o termo rede é usadonocontexto de estruturas cristalinas; sentido redesignifica um

neste arranjotridimensional de pontos coincidindo com

as posições dos átomos (ou seja, os centros das esferas).

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1.1. Células unitárias

• A ordenação atômica em sólidos cristalinos indica que pequenos grupos de átomos formam um modelo repetitivo.

• Assim, ao descrever estruturas cristalinas, émuitas estrutura

vezes conveniente em pequenas

subdividira

entidades derepetição denominadas células unitárias.

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1.1. Células unitárias

• As células unitárias paraa

maioriadasestruturas cristalinas são paralelepípedos ou

prismas tendo 3conjuntos paralelas.

de faces

que neste caso consiste de um cubo.

• Dentro do agregado de esferas (figuraanterior) está

traçadauma célula unitária,

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1.1. Células unitárias

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

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1.1. Células unitárias• Uma célula unitária é escolhida para representar

a simetria da estrutura cristalina, dentro do qual todas as posições dos átomos no cristal podem ser geradas por translações das distâncias integrais da célula unitária ao longo de suas arestas.

• Assim a célula unitária é a unidade estrutural básica ou o tijolo de construção da estrutura cristalina e define a estrutura cristalina em razão da sua geometria e das posições dos átomos dentro dela.

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1.1. Células unitárias

• A conveniência usualmentedita

que oscantos em paralelepípedo coincidamcom centros dos átomos de esfera rígida.

• Alémdisso,

mais que uma célula unitáriaindividual particular

pode ser estrutura

escolhida cristalina;

para uma entretanto

geralmente usa-se a célula unitária demais alto nível de simetria geométrica.

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1.1. Células unitárias

Estrutura cúbica de face centrada:(a) epresentação de uma célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida.

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1.1. Células unitáriasRaios atômicos e estruturas cristalinas para 16 metais.

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)

• A estrutura cúbica de face centrada (CFC) é a estrutura cristalina encontrada para muitos metais têm uma célula untaria de geometria cúbica, com os átomos localizados em cada um dos cantos e nos centros de todas as faces do cubo.

• Alguns dos metais mais comuns que possuem esta estrutura cristalina são cobre, alumínio, prata e ouro.

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)

Estrutura cúbica de face centrada:(a) epresentação de uma célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida.

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1.2. Estrutura cristalinacúbica de face centrada (CFC)• As esferas ou núcleos de íon se tocam entre

si ao longo de uma diagonal da face, sendo o comprimento da aresta do cubo a e o raio atômico R estão relacionados através da equação:

a 2R 2

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)• Para a estrutura cristalina CFC, cada átomo do

canto é compartilhado por 8 células unitárias, enquanto que um átomo de face centrada pertence a apenas duas células unitárias.

• Portanto, um oitavo de cada um dos oito átomos de canto e metade de cada um dos 6 átomos faciais, ou um total de 4 átomos inteiros, podem ser atribuídos a uma dada célula unitária.

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)• Duas outras importantes características de

uma estrutura cristalina são o número de coordenação e o fator de empacotamento atômico (APF, em inglês).

• Para metais, cada átomo tem o mesmonúmero de átomos vizinhos mais próximosou que se tocam,coordenação.

que é o número de

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)• Para estruturas cristalinas cúbicas de face

centrada, o número de coordenação é 12.

• Istopode

ser confirmado analisando a figura aseguir; o átomo da face frontal tem 4 átomos de vértice vizinhos mais próximo circundando-o, 4 átomos faciais que se encontram em contato com ele pela parte traseira, e 4 outros átomos faciais equivalentes que residem na próxima célula unitária à frente, que não está mostrada.

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)

Estrutura cúbica de face centrada apresentando um agregado de muitos átomos

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)• O APF é a fração do volume de esfera sólida

numa célula unitária, supondo o modelo de esfera rígida, ou seja:

APF volume de átomos numa célula unitária

volume da célula unitária

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1.2. Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)

máximo empacotamento possível esferas tendo todas o mesmo diâmetro.

para

• Metais tipicamente têm fatores de empacotamento relativamente grandes, afim de maximizar o escudo fornecido pela nuvem de elétrons livres.

• Para a estruturaCFC,

o fator de

empacotamento atômicoé

0,74, que é o

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1.3. Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC)

diagonais do cubo e comprimento da célula unitária a o raio atômico R estão relacionados através da equação:

a 4R

3

• Nesta estruturaátomos

do centroe

dos

cantos se tocamentre

si ao longo das

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1.3. Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC)

Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado:(a) epresentação de célula unitária de esfera rígida;

(b) uma célula unitária de esfera reduzida, e(c) um agregado de muitos átomos.

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1.3. Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC)• Dois átomos estão associados

comcada

célula unitária CCC: a equivalência de um átomo a partir dos 8 cantos, cada um dos quais é compartilhado entre 8 células unitárias, e o único átomo do centro, que está integralmente contido dentro da sua célula.

• Em adição, as posições dos átomos no canto e no centro são equivalentes.

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1.3. Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC)• O número de coordenação para a estrutura

cristalina CCC é 8; cada átomo do centro tem como vizinhos mais próximos seus 8 átomos dos cantos.

• Uma vez que o número de coordenação é menor do que para a estrutura CFC, também o é o fator de empacotamento, de 0,68, (CFC

• = 0,74).

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1.4. Estrutura cristalina Hexagonal Compacta (HC)

• Nem todos os metais têm células unitárias com simetria cúbica. Outra estrutura comumente encontrada denominada de hexagonal compacta (HC).

• As faces do topo e da base da célula unitária são formadas por 6 átomos, que formam hexágonos regulares e circundam um único átomo no centro.

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1.4. Estrutura cristalina Hexagonal Compacta (HC)

• Um outro plano que fornece3

átomosadicionais à célula unitária está situado entre os planos do topo e da base.

• A equivalência de 6 átomos está contida em cada célula unitária: 1/6 de cada um dos 12 átomos dos cantos das faces do topo e da base, 1/2 de cada um dos 2 átomos da face central, e todos os 3 átomos do plano intermediário interior.

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1.4. Estrutura cristalina Hexagonal Compacta (HC)

Estrutura cristalina hexagonal compacta: (a) uma célula unitária de esfera reduzida (a e c representam os comprimentos das arestas curta e longa,

respectivamente, e (b) um agregado de átomos.

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1.4. Estrutura cristalina Hexagonal Compacta (HC)

• Se a e c representarem, respectivamente, as dimensões curta e longa da célula unitária, a razão c/a deveria ser 1,633; entretanto, para alguns metais HC, esta razão se desvia do valor ideal.

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1.4. Estrutura cristalina Hexagonal Compacta (HC)

cristalina HC são os mesmos daqueles para a estrutura CFC: 12 e 0,74, respectivamente.

• Os metaisHC titânio, e zinco.

incluem cádmio, magnésio,

• O número de coordenaçãoe

o fatorde

empacotamento atômicopara

a estrutura

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2. Sistemas cristalinos• Para descrever a geometria externa ou

asimetria interna doscristais, sistemas decoordenadas com referência,

denominados cristalográficos.

adotam-seeixos de

eixos

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2. Sistemas cristalinos• Os eixos são, normalmente, paralelos

aarestas de interseção de facesde expressão do cristal.

maior

• Estãocondicionados

àsimetria

docristal,coincidindo com eixos de

simetria normais a planos de simetria.

oucom

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2. Sistemas cristalinos• Considerando-se a estrutura interna, os

eixos são paralelos às arestas da célula unitária e seus comprimentos são proporcionais às mesmas.

• Os três eixos cristalográficos são denomina- dos de a, b e c. Os ângulos entre os eixos (ou constantes angulares) são α, β e γ.

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2. Sistemas cristalinos• Alterando-se a relação

dasconstantes

angulares e eixos cristalográficos entre si, deduzem-se os sete sistemas de coordenadas (e de sistemas cristalinos).

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2. Sistemas cristalinos

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2.1. Sistema cúbico• Ou isométrico — fornece quatro eixos ternários

de rotação, o que permite um grande número de grupos espaciais (36).

• Produz estruturas simples e lineares e é aquele em que, além de todos os cristais possuírem quatro eixos ternários de simetria, os eixos cristalográficos possuem comprimentos iguais e são perpendiculares entre si.

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2.1. Sistema cúbico

Simples Centrado no volume Centrado na face

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2.1. Sistema cúbico

• Dá origem às seguintes formas:• Cubo (6 faces);

• Octaedro (8 faces);

• Rombododecaedro (12 faces losangulares);

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2.1. Sistema cúbico• Dá origem às seguintes formas:

• Pentadodecaedro (12 faces pentagonais);

• Trapezoedro (24 faces trapezoédricas);

• Hexaoctaedro (48 faces triangulares).

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2.2. Sistema tetragonal• Permite um eixo quaternário de rotação e

68 grupos espaciais (o maior número possível em qualquer sistema).

• Todos os cristais deste sistema têm a característica de possuírem, para além de um eixo quaternário de simetria, três eixos cristalográficos perpendiculares entre si, sendo os dois horizontais de igual comprimento e o vertical de comprimento diferente.

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2.2. Sistema tetragonal

Simples Centrado no volume

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2.2. Sistema tetragonal

• Dá origem às seguintes formas:• Prismas, pirâmides e

bipirâmides tetragonais (seção transversal quadrada);

• Prismas, pirâmides e bipirâmides ditetragonais (seção transversal octogonal).

Prisma Tetragonal

Bipirâmide

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2.3. Sistema ortorrômbico• Requer três eixos binários de rotação ou

um eixo de rotação binário e dois planos de imagem reflexa.

• Permite estruturas

59grupos de

grande

espaciais e complexidade

produz tendocomo característica comum a todos os

cristaisdeste sistema apresentaremao eixo binário de simetria.

menosum

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2.3. Sistema ortorrômbico• Possuem três eixos

cristalográficos perpendiculares entre si, todos com comprimentos diferentes.

• Dá origem às seguintes formas:• Prismas, pirâmides e bipirâmides

rômbicas (seção transversal losangular).

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Centrado no volume

Centrado na face

Simples

Centrado na base

2.3. Sistema ortorrômbico

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2.4. Sistema romboédrico

grupos espaciais.

• Tambémchamado

de trigonal,requer

um

eixo ternáriode

rotação, permitindo 25

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2.4. Sistema romboédrico

• Dá origem às seguintes formas:• Prismas, pirâmides e bipirâmides trigonais

(seção transversal triangular);• Romboedros;• Escalenoedros.

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2.5. Sistema hexagonal

• Permite um eixo de rotação senário e 27 grupos espaciais, mas é considerado por vezes como mera variante do sistema trigonal (por duplicação).

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2.5. Sistema hexagonal

• Neste sistema todos os cristais possuem ou um eixo ternário de simetria, ou um eixo senário (eixo de ordem seis) de simetria.

ângulos de 120°, e o quarto é o vertical, com comprimento diferente dos demais.

• Possuem quatroeixos

cristalográficos, dos

quais três são horizontais, comcomprimentosiguais

e cruzando-se em

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2.5. Sistema hexagonal

• Dá origem às seguintes formas:• Prismas, pirâmides e

bipirâmides (seção transversal hexagonal).

hexagonais

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2.6. Sistema monoclínico

Simples Centrado

• Requer um eixo de rotação binário eum plano reflexo. Permite 13 grupos espaciais.

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2.6. Sistema monoclínico

binário, ou um único plano de simetria, ou a combinação de ambos.

• Possuem três eixoscristalográficos, com comprimentos diferentes.

todos

• Oscristais

deste sistema em geral

apresentam apenas um eixo de simetria

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2.6. Sistema monoclínico

• Dois eixos formam um ângulo oblíquo entre si, sendo o terceiro perpendicular ao plano formado pelos outros dois.

• Dá origem às seguintes formas:• Pinacóide e prismas com

faces inclinadas.terminas

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2.7. Sistema triclínico

• Agrupa todos os casos que não podemseracomodados emqualquer dos sistemas,exibindo apenas

restantes simetriatranslacional ou inversão.

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2.7. Sistema triclínico

• Permite apenas 2 grupos espaciais. Os cristais com este sistema caracterizam-se pela ausência de eixos ou planos de simetria, apresentando três eixos cristalográficos com comprimentos desiguais e oblíquos entre si.

• Dá origem às seguintes formas:• Pinacóide e pédio.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Para um material cristalino, quando o arranjo periódico e repetitivo de átomos for perfeito ou se estende através de toda a amostra sem interrupção, o resultado é um monocristal.

• Todas as células unitárias encadeiam-se da mesma maneira e têm a mesma orientação.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Monocristais existem na natureza, mas eles podem ser também produzidos artificialmente.

• Elessão

dedifícil

crescimento, porqueo ser

cuidadosamenteambiente controlado.

deve

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Se as extremidades de um monocristal forem permitidas crescer sem nenhum constrangimento externo, o cristal assumirá uma forma geométrica indicativa de sua estrutura cristalina, tendo faces planas, tal como em algumas gemas.

• Recentemente monocristais cerâmicos têm se tornado extremamente importantes em produtos tecnológicos.

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Fotografia de um monocristal de granada encontrado em Tongbei, província de Fujian, China.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Muitos dos sólidos cristalinos são compostos de cristais muito pequenos ou grãos; tais materiais são denominados policristalinos.

• Vários estágios na solidificação de uma amostra policristalina estão representados esquematicamente na figura a seguir.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Inicialmente, pequenos cristais ou núcleos se formam em várias posições.

• Estestêm

orientações cristalográficas pelasmalhasaleatórias,

quadradas.comoindicadas

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Os pequenos grãos crescem por sucessiva adição a partir do líquido circunvizinho de átomos para a estrutura de cada grão.

• As extremidades dos grãos adjacentes colidem uns com os outros à medida em que o processo de solidificação se aproxima do término.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Existe também um certo desarranjo(ou

ondedesajuste) atômico dentro daregião dois grãos se encontram.

próximo capítulo do curso.

• Esta área é denominada de contorno degrão e será discutida

emdetalhes na

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Diagramas esquemáticos dos vários estágios da solidificação de um material policristalino (as malhas quadradas esboçam células unitárias): (a) Núcleos cristalinos pequenos; (b) Crescimento dos cristalitos, a obstrução de alguns grãos que estão adjacentes entre si também está mostrada;

(c) Ao término da solidificação, grãos tendo formas irregulares se formaram; (d) A estrutura do grão, como ela apareceria sob microscópio; linhas escuras estão nos contornos dos grãos.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• As propriedades físicas de monocristais de algumas substâncias dependem da direção cristalográfica na qual as medições sejam feitas.

• Por exemplo, omódulo

elástico, acondutividade elétrica, e o índice de refração podem ter valores diferentes nas direções [100] e [111].

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Esta direcionalidade das propriedades é denominada anisotropia e está associada com a variância do espaçamento atômico ou iônico de acordo com a direção cristalográfica observada.

• Substâncias nas quais as propriedades medidas são independentes da direção de medição são isotrópicas.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• A extensão e magnitude dos efeitos anisotrópicos em materiais cristalinos é função da simetria da estrutura cristalina.

• O grau de anisotropia aumenta com o decréscimo da simetriaestrutural(estruturas normalmente são anisotrópicas).

triclínicas altamente

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

Valores do módulo de elasticidade para vários metais e orientações cristalográficas.

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3. Materiais cristalinos e não- cristalinos

• Para muitos materiais policristalinos,as orientações cristalográficas dos grãosindividuais são totalmente aleatórias.

• Nestas circunstâncias, mesmo embora cada grão possa ser anisotrópico, uma amostra composta de agregados de grãos se comporta isotropicamente, sedo a magnitude de uma propriedade medida representará uma média dos valores direcionais.

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4. Difração de raios-X• A difração de raios-X é uma das ferramentas básicas

para caracterização de materiais.

• O método baseia-se na interação de ondas na freqüência de raios-X (geralmente entre 0,70 e 2,30 Å) com os planos de repetição sistemática do retículo cristalino, como pode ser visualizado esquematicamente na figura abaixo.

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4. Difração de raios-X

O fenômeno da difração

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• Pela própria definição,portanto, apenasa materiais

cristalinos, amorfos.

aplica-se e não

a

4. Difração de raios-X

Corte num retículo cúbico esquemático e representação

de diversosplanos de repetição

sistemática com respectivas distâncias interplanares di, detectáveis por difração de

raios-X.

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4. Difração de raios-X

fonte de raios-X

• A Lei de Bragg fornece a base teórica do método:

2d sin• Onde:

• λ é o comprimento deondada utilizado;

• d são as distâncias interplanares e• θ é o ângulo da reflexão.

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4. Difração de raios-X

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3.3. Difração de raios-X

Espaçamentos da ordem de ÅVários valores característicos de d para cada estrutura

Para difração, d e devem ser próximos

n = 2d sen RX

monocromático

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Espectro de difração de raios X (linha cheia) de amostra de quartzo, e posição e contagem relativa do padrão tabulado do mineral.


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