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CAPÍTULO 10- REGÊNCIAS: A UNIDADE AMEAÇADA
(AULA 2: Revoltas regenciais/provinciais)
Prof. Rafael Nascimento
8º ano- FRENTE: HISTÓRIA DO BRASIL
MOMENTO DÉJÀ VU
PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)
O período regencial foi
relativamente curto: durou de
1831 a 1840. Apesar disso,
foi também um dos períodos
mais agitados da nossa
história. Naqueles nove anos
ocorreram intensas disputas
políticas, entre o “centro” e
as províncias, e revoltas
sociais armadas, de norte a
sul do país. Esses episódios
ameaçaram a unidade
nacional e, ao mesmo
tempo, foram decisivos na
formação do Estado
brasileiro.
Grupos políticos das Regências
Nome e apelido do grupo político
O que defendiam Líderes
RESTAURADORES ou caramurus
A volta de D. Pedro I ao poder.Eram contrários a reformas sociais.
Vicente Ferreira de Paula
MODERADOS ou chimangos
A manutenção dos privilégios das elitesprovinciais e a Monarquia Constitucional.
Padre Diogo Antônio Feijó eBernardo Pereira de
Vasconcelos
EXALTADOSou farroupilhas
Defendiam o federalismo (a garantia de autonomia política e econômica para as províncias); parte deles era favorável à
República.
Cipriano Barata eBorges da Fonseca
Regência provisória
(1831)
Regência Trina
Permanente (1831-1834)
Regência Una Feijó
(1834-1837)
Regência Una de
Araújo Lima (1837-1840)
Regências: um período movimentado
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REGÊNCIAS (1831-1840): a unidade ameaçada
Regência Trina Permanente
Figura de destaque: Diogo Antônio Feijó
Período de intensos conflitos políticos no
Parlamento, na imprensa e de manifestações
populares
Criação da Guarda Nacional e concessão da patente de coronel aos fazendeiros mais
ricos
Ato Adicional de 1834: maior
autonomia para as províncias e
instituição da Regência Una
Regência Una de Feijó
Representante dos Moderados
Cabanagem, Farroupilha, Malês
Necessidade de recursos, mas
oposição na Câmara
Renuncia em 1837 por dificuldades de
governar e conter as tensões sociais
Regência Una de Araújo Lima
Regresso: interesses dos cafeicultores do
Vale do Paraíba e dos grandes comerciantes
do Rio de Janeiro
Garantir a unidade do Império e a ordem
escravista
Lei Interpretativa do Ato Adicional: retirava
autonomia das províncias e dava maior poder ao governo central
Cabanagem, Farroupilha, Sabinada,
Balaiada
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REGÊNCIAS (1831-1840)
REGÊNCIAS (1831-1840)
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ATO ADICIONAL DE 1834
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O ATO ADICIONAL DE 1834
REVOLTAS REGENCIAIS
• Agitações de rua, revoltas escravas e rebeliões republicanas.
• Manifestações relacionadas ao alto custo de vida nas cidades brasileiras, ao escravismo e ao autoritarismo dos regentes.
• Pobres e ricos, peões e fazendeiros, indígenas, mestiços, negros e brancos se uniram para combater o governo central.
• Enquanto as elites provinciais lutavam pela autonomia das províncias, os oprimidos batalhavam por liberdade e uma vida melhor.
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REBELIÕES REGENCIAIS
Local
Grão-Pará
(1835-1840)
Contexto
População majoritariamente pobre; 15% de brancos e 85% de índios, negros e mestiços
Aspirações dos cabanos
Terras para plantar e o fim da escravidão
Aspirações dos fazendeiros: escolher os presidentes da província
Tomam o poder e proclamaram uma república em agosto de 1835
Divergências entre os líderes e inferioridade bélica
Repressão brutal: o governo matou cerca de 40% da população
Cabanagem
Farrapos
Malês
Local
RS e SC
(1835-1845)
Contexto
Região produtora de charque para o mercado interno
Reclamações
O governo não favorecia as atividades econômicas locais
Revoltam-se em 1835 e, em 1836, proclamam a República Rio--Grandense
Em 1839 conquista SC e proclamam a República Juliana
Em 1842, o governo envia 12 mil homens para combater os farroupilhas
Tratado do Poncho Verde: “paz honrosa” (1845)
Local
Salvador
(1835)
Revolta escrava: a mais importante já ocorrida no Brasil
Aspirações
A libertação dos escravos e a garantia de liberdade de culto
Os principais líderes eram malês e 70% dos rebeldes eram de etnia nagô
Lutaram durante uma madrugada com espadas, facas e lanças
A revolta foi brutalmente reprimida
Centenas de africanos foram enviados para a África e outros tantos, expulsos da Bahia
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REBELIÕES REGENCIAIS
Local
Bahia
(1837-1838)
Motivações
Imposição de governantes e temor de serem convocados a lutar contra os farroupilhas
Militares se unem ao Dr. Sabino, que conclamava o povo a lutar pela República
Tomam o forte de São Pedro, em Salvador, e proclamam a República até a maioridade de Pedro de Alcântara
Prometem liberdade aos escravos que lutassem com eles e perdem apoio dos proprietários de escravos envolvidos
São derrotados pelas forças governamentais com ajuda de senhores de engenho do Recôncavo baiano
Repressão brutal: 1,2 mil mortos, 3 mil presos e os líderes sobreviventes foram expulsos da Bahia
Sabinada
Balaiada
Local
Maranhão e Piauí (1838-1841)
Contexto
Desigualdade social e péssimas condições de vida para a maior parte da população
Composição
Revolta popular, formada por desempregados, vaqueiros, quilombolas e indígenas
Bandos populares atacam fazendas, atemorizando os proprietários
Exigem a substituição do presidente da província, a expulsão dos comerciantes portugueses e o fim da escravidão
Liberais e conservadores, antes em disputa, se unem para ajudar na repressão ao movimento
Repressão violenta: cerca de 11 mil balaios foram assassinados
Com o fim das rebeliões regenciais e a ascensão do café no Vale do Paraíba, o governo central foi se firmando no poder e garantindo a unidade do imenso Império brasileiro.
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REBELIÕES REGENCIAIS
CABANAGEM
CABANAGEM
GUERRA DOS FARRAPOS
REVOLTA DOS MALÊS
BALAIADA
SABINADA
BALAIADA
EM SÍNTESE
MOMENTO EXERCÍCIO
Agora é hora de testar nossos conhecimentos.
MOMENTO EXERCÍCIO
QUESTÃO 1- O texto a seguir refere-se ao período da política regencial no
Brasil.
A Câmara que se reunia em 1834 trazia poderes constituintes para realizar a reforma
constitucional prevista na lei de 12 de outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato
Adicional publicado a 12 de agosto de 1834 (...) O programa de reformas já fora
estabelecido na lei de 12 de outubro, o Senado já manifestara sua concordância em
relação ao mesmo e só havia em aberto, questões de pormenor. No decorrer das
discussões poder-se-ia fixar o grau maior ou menor das autonomias provinciais, mas
já havia ficado decidido que não se adotaria a monarquia federativa, o que marcava
como que um teto à ousadia dos constituintes.
CASTRO, P. P. de. A experiência republicana, 1831-1840. In: HOLANDA, S. B. de.
"História Geral da Civilização Brasileira." v. 4. São Paulo: Difel, 1985, p. 37.
Com base no texto, cite duas reformas instituídas pelo Ato Adicional de 12 de
agosto de 1834.
RESOLUÇÃO
RESPOSTA:
Extinção do Conselho de Estado, substituição da Regência Trina pela Regência Una, criação de Assembleias Legislativas nas províncias.
MOMENTO EXERCÍCIO
QUESTÃO 2- A "estabilidade" do Segundo Reinado e a consolidação de
um Estado nacional dependente mal esconderam tumultos, conflitos,
levantes e movimentos revolucionários, como a Cabanagem, a Praieira,
a Farroupilha, que seriam, cada um a seu tempo, fatigados pelos
mecanismos políticos e culturais criados nessa longa história de
formação do patronato político brasileiro, detentor da ideia
desmobilizadora de um Brasil "estável", unido, denso.
Adaptado de MOTA, C. Guilherme. Ideias de Brasil. In: "Viagem
Incompleta. Experiência Brasileira (1500-2000)". Formação: histórias.
São Paulo: SENAC, 2000, p. 236.
A partir das afirmações transcritas, responda: Que
motivações foram comuns aos conflitos e movimentos
revolucionários ocorridos no período Regencial no Brasil?
RESOLUÇÃO
RESPOSTA:
- a indiferença dos governos regenciais frente às demandas
regionais, apesar da aprovação do Ato Adicional de 1834 que
instaurou uma espécie de "federalismo" na monarquia.
- a acentuada crise econômica que atingia os produtos
tradicionais da economia brasileira, incluindo o charque
gaúcho.
MOMENTO EXERCÍCIO
QUESTÃO 3- As revoltas provinciais ocorridas durante o período imperialda História do Brasil tiveram uma característica em comum. Qual é estacaracterística?
RESOLUÇÃO
GABARITO:
A característica comum a todas as revoltas provinciais foi a luta contra a estrutura
centralizada do poder político na figura do imperador. Apesar de algumas serem mais radicais, pedindo a constituição de uma
república, e outras mais moderadas, todas de certa forma lutavam por autonomia política
frente ao governo central.
MOMENTO EXERCÍCIO
QUESTÃO 4- As revoltas provinciais lutavam contra a estruturacentralizada do poder político, buscando mais autonomia para asprovíncias. Entretanto, essas revoltas iam contra os interesses daantiga oligarquia brasileira, que via no poder centralizado do Impérioa garantia de seus privilégios. Sobre as revoltas provinciais pode-sedizer que o principal resultado da repressão a elas foi:
A) A unidade territorial do país.
B) O fim da escravidão no Brasil.
C) A instauração de um regime federativo.
D) A perda de território no Sul do país.
E) O fortalecimento do liberalismo contra as políticas conservadoras.
RESOLUÇÃO
GABARITO:
Letra A.
A repressão às revoltas provinciais garantiu a unidade territorial do Brasil, com o
fortalecimento da estrutura centralizada de poder do Império.
MOMENTO EXERCÍCIO
QUESTÃO 5- Iniciada como conflito entre facções da elite local, a Cabanagem, no Pará (1835-1840),
aos poucos fugiu ao controle e tornou-se uma rebelião popular. A revolta paraense atemorizou até
mesmo liberais como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gentalha, crápula, massas brutas. Em
outras revoltas, o conflito entre elites não transbordava para o povo. Tratava-se, em geral, de
províncias em que era mais sólido o sistema da grande agricultura e da grande pecuária. Neste caso
está a revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul, que durou de 1835 a 1845.
Adaptado de José Murilo de Carvalho. "A construção da ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a
política imperial". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 252-253.
Com base no texto acima, responda:
a) O que diferenciava a Cabanagem da Farroupilha?
b) Quais os significados das revoltas provinciais para a consolidação do modelo político
imperial?
c) O que levava as elites agricultoras e pecuaristas a se rebelarem contra o poder central do
Império?
RESOLUÇÃO
GABARITO:a) A Cabanagem foi uma revolta de caráter popular, realizada pelas camadas despossuídas,
representadas pelos cabanos, populações ribeirinhas do Pará. Já a Revolução Farroupilha teve
caráter elitista, por ter sido conduzida pelos estancieiros ligados à grande propriedade rural.
b) As revoltas provinciais puseram em risco a unidade do Brasil, na medida em que representaram
a defesa de interesses localizados, representados pelas proposições federalistas e/ou separatistas
presentes nos movimentos. Assim sendo, a derrota desses movimentos significou a consolidação
do centralismo/unitarismo e dos interesses da aristocracia fundiária e escravista que marcaram a
política do Segundo Reinado.
c) Essas elites provinciais rebelavam-se fundamentalmente contra o excessivo centralismo do
Império, pois aspiravam à autonomia de suas províncias. No caso da Revolução Farroupilha, deve-
se acrescentar o descontentamento com as altas taxas cobradas sobre o charque e outros
produtos sul-rio-grandenses.
OBRIGADO!
Bons estudos!
Cuidem-se!
Abraços à distância.
Prof. Rafael Nascimento
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