Cada um tem, ao longo de sua vida,Um pedacinho de felicidade,Ele vem em fase indefinida,Dá seu recado e volta pra saudade.
O resto é só mais um sobreviver,Um calejar que vai até o fim,Essa lembrança feliz para o ser,É o orvalho que cai no jardim.
É a certeza que existe o paraíso,Que o perdemos, mas que vale encontrá-lo,Mesmo que seja em um breve sorriso,E por Deus, neste momento, louvá-lo.
Viver é desbravar mata cerrada,Tropeços, espinhos e desencontros,Pilotar águas turvas, luta armada,É cruz que cada um carrega nos ombros.
Olhando ao redor, vê-se a oscilação,Olhando ao redor, vê-se a oscilação,Uns têm sua glória mais no início,Uns têm sua glória mais no início,Outros, só pro fim, louvam seu quinhão,Outros, só pro fim, louvam seu quinhão,Caminham mirando o precipício.Caminham mirando o precipício.
Quando estiver longe o seu calvário,Viva o seu pedacinho em plenitude,São contas de ave-marias do rosário,É fresta do céu, nessa negritude.
Autora do texto:Izabel Sadalla GrispinoFormatação:Francisco Graciano Grispino