Download - Aula 3 - Temperatura Do Ar e Do Solo e as Plantas Cultivadas Agrometeorologia UFRPE UAST Prof
10/04/2011
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Temperatura do ar e do solo e plantas cultivadas
Profo. Thieres George Freire da SilvaEng. Agrônomo, Agrometeorologista
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE / Unidade Acadêmica de Serra Talhada - UAST UFRPE / UAST
1. Introdução2. Considerações de temperatura3. Amplitude térmica e média4. Variação temporal da temperatura5. Variação espacial da temperatura6. Medidas7. Estimativas8. Temperatura e desenvolvimento das espécies
Estrutura da Aula
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1. Introdução• Influência sobre a resposta fisiológica das plantas
Crescimento e desenvolvimento das plantas (efeito
sobre a velocidade de reações químicas e dos
processos internos de transporte).
Plantas tropicais são mais sensíveis às baixas
temperaturas, enquanto que as plantas de clima
temperado necessitam de um período de repouso
para produzirem bem (vernalização).
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Figuras. Evolução do desenvolvimento do ramo secundário da videira cv. SuperiorSeedless, em parreirais sem cobertura plástica (T1 SCP) e com cobertura plástica (T2CCP_100), no Submédio São Francisco, Petrolina-PE, 2008.
Dias após a poda (DAP)
20 40 60 80 100
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Núm
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Dias após a poda (DAP)
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Área
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0,6
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1,0AF T1 SCP AF T2 CCP
G
Cobertura plástica da videira: evolução do crescimento de ramos e cachos e da área foliar no Submédio São Francisco
Figura. Temperatura média do ar ao longo dodia durante o ciclo produtivo da videira: Nível N3- acima da folhagem da videira, para ostratamentos: SCP_sem cobertura plástica;CCP_80 - com cobertura plástica instalada a 80cm acima do dossel da videira; CCP_100 - comcobertura plástica instalada a 100 cm acima dodossel e CCP_120 cm . com cobertura instaladaa 120 cm acima do dossel, Petrolina - PE.
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• Ferramenta de planejamento agrícola
Permite a delimitação de zonas termicamente aptas para as
culturas (faixa de temperatura ótima, número de horas de
frio, risco de geadas, entre outras) – definição das melhores
espécies, instalação de ambientes protegidos, períodos de
vernalização, época de plantio, entre outras etapas do
sistema de produção.
1. Introdução
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• Tomada de decisão- Plantio
- Proteção do solo
- Irrigação
- Definição do momento de
pulverização
- Indução ao florescimento
- Polinização
- Momento de maturação e colheita
dos frutos
- Acionamento do sistema de
ventilação de ambientes protegidos
1. Introdução
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• Exigências das culturas (Exemplo: temperatura do ar)
1. Introdução
Tabela. Temperatura do ar ótima de culturas (Várias fontes)Mínima (°C) Preferencial (°C)
Feijão 8-10 16-30Beterraba 4 10-30repolho 4 7-35Milho 10 16-32Curcubitáceas 16 16-35Alface 2 4-27Cebola 2 10-35Tomate 10 16-30Trigo 4 20Cevada 3-5 20canola 5 15-20
“As plantas também apresentam faixa ótima ou preferencial para a temperatura do solo”
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Suínos
• Exigências térmicas dos animais
1. Introdução
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Bovinos
Aves
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2. Temperatura2.1. Considerações:
Temperatura: é um índice que expressa a quantidade de calor
sensível de um corpo, ou seja, a quantidade de energia térmica ou
o grau de agitação das moléculas do mesmo (>temperatura, >
energia cinética). É uma medida indireta e simples da energia
interna de um sistema, proporcional ao seu estado vibratório;
Observação: a temperatura é uma grandeza intensiva, isto é,
independe da quantidade de matéria, volume ou massa, o que
permite a comparação entre sistemas com diferentes estruturas ou
extensões.
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2.2. Fonte da energia para as variações de Temperatura 2.2. Fonte da energia para as variações de Temperatura
Atmosfera
Espaço
OceanoContinente
100%
CO2H2ONH4O3 N2O
4%20%
6%
51%
Refletida pela atmosfera
Refletida pelas nuvens
Refletida pela Superfície da
Terra
Radiação solar direta e difusa
19%
Radiação absorvida pela
atmosfera
-23%`(LE) -7% (H)
Radiação absorvida na superfície
-6%
-111%
-117%
CO2H2ONH4O3 N2O
-64%
+96%
-160%
-70%
Infravermelha perdida pela
Terra
Infravermelha perdida pela Atmosfera
Infravermelha perdida pela superfície
A energia utilizada para o aquecimento da água, do ar e do solo é resultante do próprio balanço de radiação em superfície, em que há um saldo energético de calor sensível (H)
A energia utilizada para o aquecimento da água, do ar e do solo é resultante do próprio balanço de radiação em superfície, em que há um saldo energético de calor sensível (H) UFRPE / UAST
2.3. Processos de transferência de calor no ar e no solo
Condução molecular: Processo lento de troca de H,
ocorrendo pelo contato entre as moléculas de ar. Assim, esse
processo tem extensão espacial limitada, ficando restrito à camada limite superficial.
Difusão Turbulenta: Processo rápido de troca de energia, em que
parcelas de ar aquecidas pela superfície entram em movimento
convectivo desordenado, transportanto calor (H), vapor (LE), etc, para camadas superiores da
atmosfera.
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2.4. Fatores determinantes da temperatura
Fatores intrínsecos:Cobertura vegetal (fator microclimático)Relevo (topoclimático)Tipo do solo (estrutura, textura e composição)
Fatores externos:Elementos meteorológicos que afetam o balanço deenergia e sua partição(Radiação global, nebulosidade, vento e chuva)
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Influência dos fatores externos sobre a temperatura
Rn
LEH
VentoRn
LEH
G
Vento
T1
T2
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solo
Temperatura do ar ou do solo
Altu
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Prof
und.
do
solo
Temperatura do ar ou do solo
Altu
ra
T1
T2
T3
T4
T3
T4
G
Ar
Solo Água Solo
Ar
Período diurno Período noturno
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Fatores intrínsecos
Cobertura do solo (fator microclimático): solosdesnudos ficam sujeitos a grandes variaçõestérmicas diárias nas camadas superficiais, em diasde alta irradiância solar. A existência de umacobertura do solo ou presença de resíduos modificamo balanço de energia, pois intercepta a radiaçãoantes de atingir a superfície do solo.
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No gráfico ao lado pode serobservada a influência dacobertura do solo sobre oregime de temperatura abaixoda superfície em um cultivo decafé, onde próxima asuperfície a temperatura dosolo (Tsolo) é muito maior naausência de cobertura. Poroutro lado, a medida queaumenta a quantidade decobertura, o valor de Tsolodiminui. Analogamente, sobausência de cobertura, osvalores de Tsolo tendem a sermenores nos horários demenores magnitudes do quena presença de cobertura.
Cobertura do solo
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20 25 30 35 40 45 50Temperatura do solo (oC)
Prof
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)
0t/ha(6h) 14t/ha(6h) 28t/ha(6h)0t/ha(14h) 14t/ha(14h) 28t/ha(14h)
Pezzopane et al. (1996)
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Fatores intrínsecos: Relevocondiciona a incidência de radiação solar sobre a superfície do solo
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Tipo de solo
-solos com maior teor de umidadepossuem maior condutividade térmica;
-solos argilosos possuem maiorcondutividade térmica, assim as ondas decalor são conduzidas a profundidadesmaiores, resultando em menor amplitudetérmica, quando comparado a solosarenosos;
Considerando:Solo argiloso e, ou, solo menos poroso, e, ou,solo com maior teor de umidade.
-solos com maior teor de umidade tambémpossuem maior capacidade volumétrica,necessitando com isso de maior energiapara aquecer.
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- solos de textura arenosa possuem maioramplitude térmica diária nas camadassuperficiais (devido a menor condutividadetérmica);
-solos mais porosos e, ou, com maiorconteúdo de matéria orgânica possuemmenor condutividade térmica;
-solos com menor teor de umidadepossuem capacidade térmica menor, porisso solos secos tendem a aquecer maisrápido do que solos úmidos
Considerando:Solo arenoso e, ou, solo mais poroso, e, ou,solo com menor teor de umidade.
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Tem
pera
tura
do
solo
(oC)
Arenoso Argiloso
A Figura acima mostra a variação horária da temperatura de um solo arenoso e de outro argiloso. Observe amenor amplitude diária no solo argiloso, o que se deve ao fato deste solo ser mais eficiente em transportarcalor para seu interior
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3. Amplitude térmica e Média
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Tem
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do
ar (o
C)
Data/Horário
TempAr
Variação dos valores de Temperatura do ar em Serra Talhada entre o período de 26/02/2010 a 05/03/2010
REPRESENTA UMA CONDIÇÃO INSTANTÂNEA
05/Mar 04/Mar 03/Mar 02/Mar 01/Mar 28/Fev 27/Fev 26/Fev
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4. Variação da temperatura
Oscilações quase instantâneas:
Tem
pera
tura
(o C)
Tempo (em segundos)
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A Figura ao lado demonstra avariação diária da temperatura doar e do balanço de energiapróxima a superfície.
Observa-se uma defasagementre a ocorrência da temperaturamáxima e a maior incidência deirradiância solar. Destacatambém o período de ocorrênciade valores mínimos datemperatura do ar, que ocorreantes do amanhecer do dia.
Figura. Variação diária da temperatura do ar
Oscilações diárias:
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Oscilações anuais:
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Defasagem entre a incidência de radiação e a temperatura
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Figura.Temperatura média doar e o total de precipitação emalguns localidade do Brasil.
Em geral, os maiores valores de temperatura ocorrem nos meses de verão, enquanto que a menor temperatura nos
meses de inverno, independentemente dos períodos de ocorrência
da precipitação.
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Efeito da latitude sobre os valores anuais da temperatura
“Quanto maior a distância do equador, ou seja, maior a latitude, maior será a amplitude térmica (diferença entre a temperatura do mês mais quente e do mês mais frio)”
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Outro exemplo da influência da latitude
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Efeito da continentalidade (longitude) sobre a temperatura
“O oceano atua como regulador da temperatura, de modo que quanto mais próxima a localidade do oceano menor as flutuações da temperatura, reduzindo sua amplitude anual”
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Outro exemplo do efeito da continentalidade (longitude)
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Efeito da altitude sobre os valores anuais de temperatura
“A altitude influência na magnitude dos valores de temperatura, sendo menores quanto maior a altitude do local”
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Outro exemplo do efeito da altitude sobre a temperatura
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Comportamento anômalo dos padrões de temperatura
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Temperatura Mínima Anual Temperatura Máxima Anual Temperatura Média Anual
A variabilidade espacial (horizontal): definida pelos fatores determinantes do clima, como latitude, altitude, continentalidade, correntes oceânicas, massas de ar, entre outros.
As Figuras acima destacam a variabilidade espacial das temperaturas mínima, máxima e média anuais no Brasil, de acordo com as normais climatológicas de 1931-1990.
5. Variação espacial da temperatura
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Variação temporal e espacial da Temperatura do ar no Submédio São Francisco
Figura . Espacialização da temperatura do ar mensal normal sobre a Bacia do Submédio São Francisco: a – janeiro, b –fevereiro, c – março, d – abril, e – maio, f – junho, g – julho, h – agosto, i – setembro, j – outubro, k – novembro, l – dezembro.
UFRPE / UAST
Figura . Espacialização da temperatura do ar anual normal sobre a Bacia do Submédio São Francisco.
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A temperatura do ar apresenta uma variação vertical. Como tanto o aquecimento como o resfriamento do ar se dão a partir da superfície, durante o dia a tendência é da temperatura do ar ser maior próxima à
superfície e menor com a altura. Já de madrugada, essa situação se inverte, sendo a temperatura menor próxima à superfície e maior com o aumento da altura.
Gradiente vertical da temperatura do ar durante o período diurno
Gradiente vertical da temperatura do ar durante o período noturno
Variação vertical da temperatura do ar:
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Temperatura do solo
Período diurno
Período Noturno
As Figuras acima destacam a variação da temperatura do solo ao longo do dia, mostrandoque durante o período diurno os valores próximos a superfície são elevados, invertendo operfil durante o período noturno. A ocorrência de valores máximos é após ao meio-dia. Alémdo mais, observa-se que existe uma profundidade que essa variação é desprezível.
-50
-45
-40
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-5
015 20 25 30 35 40 45
Temperatura do solo (oC)
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undi
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do
solo
(cm
)
13h
19h
23h
5h
9h
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Figura. Marcha diária da temperatura do solo em diferentes profundidades.
Na Figura abaixo pode ser observada a defasagem de ocorrência da temperatura máximaentre as profundidades, bem como a atenuação da onda de variação da temperatura dosolo ao longo do dia com a profundidade.
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Variação da temperatura do ar e do solo em um cultivo de cana-de-açúcar irrigada na região do semi-árido brasileiro
Figura. Amplitude dos valores de temperatura do ar (a 2,50 metros de altura acima do dossel dacultura) e da temperatura do solo (a duas profundidades (5 cm e 15 cm) e as suas defasagensem relação a radiação solar global em um cultivo de cana-de-açúcar irrigada.
Em profundidades maiores (15 cm)
amplitude térmica é menor e a
defasagem em relação a
temperatura do ar e a radiação é maior quando comparado aos valores medidos
em profundidades menores (5 cm)
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6. Medidas da temperatura
Estação Meteorológica AutomáticaEstação Meteorológica Convencional
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Os sensores utilizados para a medida da temperatura do ar podem serdivididos conforme o princípio de medida, em: dilatação dos sólidos,dilatação dos líquidos e termoelétricos.
Dilatação dos sólidos: são instrumentos que se baseiam no princípio de que um sólido ao seaquecer sofre dilatação proporcional ao aquecimento. Os mais comuns são aqueles denominadostermógrafos, os quais têm o elemento sensor um arco metálico, que se dilata e contrai com atemperatura. Essa variação de dilatação é proporcional à variação de temperatura. Eles medem atemperatura do ar continuamente, com o registro sendo feito por meio de um sistema de alavancasconectado a uma pena que se encontra sobre um diagrama. Esses equipamentos são utilizados emestações meteorológicas convencionais, onde ficam instalados dentro do abrigo meteorológico.
Figura. Termógrafo
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Dilatação dos líquidos: são aqueles equipamentos utilizados em estações meteorológicasconvencionais, onde ficam instalados dentro do abrigo meteorológico. Consistem de um capilar de vidroonde uma coluna líquida (álcool ou mercúrio) se dilata ou contrai com o aquecimento ou resfriamento.Dois termômetros são destinados a medir as temperaturas máxima (Tmáx) e mínima (Tmín) e outrosdois se destinam a medir a temperatura do bulbo seco (Ts) e do bulbo molhado (Tu), os quais constituemo conjunto psicrométrico, utilizado para estimativa da umidade relativa do ar.
Figura. Termômetros de máxima e mínima Figura. Termômetros de bulbo seco e molhado
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Figura. Geotermômetros
Geotermômetros são termômetros instalados a 2, 5, 10, 20, 40 e 100 cm de profundidade emsuperfície gramada ou de solo desnudo com o objetivo de mediar a temperatura do solo.
Figura. Ilustração do posicionamento de instalação
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Pares termoelétricos: são aqueles equipamentos que possuem o princípio físicode um termopar, em que consiste de junções de dois metais diferentes. A diferençade temperatura entre as duas junções (uma no abrigo e outra numa temperatura dereferência) gera uma força eletromotriz proporcional.
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Termistores: são aqueles equipamentos constituídos por semicondutoressensíveis a temperatura.
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Radiação infravermelho: são aqueles equipamentos que se baseiam na detectação daradiação eletromagnética emitida pelos corpos (Lei de Stefan Boltzman). São equipamentosde pouca aplicação em estações meteorológicas.
Figura. Termômetro de radiação infravermelho
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7. Estimativa da temperatura
Tmédia = (T9h + Tmáx + Tmín + 2.T21h) / 5
Tmédia = ( Ti) / n
INMET
IAC Tmédia = (T7h + T14h + 2.T21h) / 4
Valores Extremos Tmédia = (Tmáx + Tmín) / 2
Real
Termógrafo Tmédia = ( Ti) / 24
Temperatura do ar : VALORES DIÁRIOS
em que: Tmédia = temperatura média diária, T9h = temperatura das 9:00 hs, T21h =temperatura das 21:00 hs, Tmáx = temperatura máxima do dia, Tmín = temperaturamínima do dia, Ti = temperatura de um determinado instante.
em que: n = número de observações no dia.
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Temperatura do ar : VALORES MENSAIS
> Latitude < Temperatura média do ar
> Altitude < Temperatura média do ar
Longitude < ou > proximidade dos oceanos
em que: ti = temperatura máxima, média ou mínima de um referido mês i; ALT =altitude, em metros; LAT = latitude e LONG = longitude, ambas em minutos (graus x60); a0, ..., a9 = coeficientes da equação, obtidos estatisticamente.
Na ausência de dados de temperatura, os mesmos podem ser estimados utilizandoos dados geográficos do local, sendo:
A seguir são demonstrados os valores do coeficientes de entrada da equação acima
LAT.ALTaLONG.ALTaLONG.LATaALTaLATaLONGaALTaLATaLONGaait 987
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6
2
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2
43210
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UFRPE / UAST UFRPE / UAST
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Temperatura do solo
Profundidade Equação
2 cm Ts2cm = -4,56 + 1,38.Tar
5 cm Ts5cm = -3,61 + 1,33.Tar
10 cm Ts10cm = -2,59 + 1,28.Tar
20 cm Ts20cm = -1,70 + 1,22.Tar
40 cm Ts40cm = 0,62 + 1,12.Tar
100 cm Ts100cm = 7,27 + 0,81.Tar
A temperatura do solo tem sido estimado por meio da temperatura do ar utilizando relações diretas entreos seus valores. Alfonsi & Sentelhas (1997) propuseram equações de estimativa da temperatura do solomensal em diferentes profundidades de um solo Latossolo roxo desnudo em Campinas, SP:
Essas equações são válidas para esse tipo de solo não-revolvido por aeração e gradeação, de modo que devemser utilizadas com cautela para outros tipos de solo, logo que perfil da temperatura do solo depende das características do mesmo.
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8. Indicadores térmicos e suas aplicações agronômicas
8.1. Graus dias
8.2. Número de horas de frio
8.3. Índice de conforto térmico animal
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Taxa
de
dese
nvol
vim
ento
Temperatura do ar (oC)
Tb TB
30 342610 40
Temperatura ótima
Taxa de desenv. máxima
Esse indicador baseia-se no fato de que a taxa de desenvolvimento de uma espécie está relacionada com a temperatura domeio, pressupondo-se que, quando a temperatura está abaixo e acima de das temperaturas basais inferior – Tb e superior –TB, respectivamente a espécie não se desenvolve.
Representa a quantidade de energia que a espécie necessita para atingir um determinado estádio de crescimento, sendo umindicador bastante utilizado para fins de planejamento da atividade.
I) Se Tbase < Tmin:
GD = (Tmédia – Tbase)
II) Se Tbase Tmin:
GD = (Tmax – Tb)2 / 2(Tmax – Tmin)
III) Se Tbase > Tmax:
GD = 0
Condições para cálculo dos GD (oC dia):
GDA = GD
Cálculo dos graus dias acumulados (GDA)para um determinado período:
Extraído de Sentelhas & Angelocci (2007)
8.1. Temperatura e desenvolvimento das plantas
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Exigência térmica (graus-dia) e caracterização fenológica para uvas de vinho “Cabernet sauvignon e Syrah (Vitis vinífera) para a região do Submédio vale do São Francisco
Figura. Temperatura durante o períodopoda - colheita relacionada com ointervalo em dias para cada subperíodospara variedade Syrah no ano de 2006,Casa Nova – BA.
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Cioclo fenológico em dias
Tem
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ar °(
C)
Tar (°C) Tar (Max) (°C) T ar (Min) (°C)
Poda
-Iní
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atur
ação
- Fi
nal d
e m
atur
ação
Cultivar Ano. semestre
Períodos fenológicoPO – BR BR – FL FL – MA MA – CL PO – CO Prod. Kg.ha-
1
Exigências térmicas (graus-dia)
Cabernet sauvignon
2006.1 SGD 140,9 398,3 865,1 732,7 2137 2.200,49
2006.2 SGD 198,9 294,6 848,1 864,9 2207 4.074,07
MediaSGD 169,90 346,45 856,60 798,80 2172,00 3.137,28
DESPAD 41,01 73,33 12,02 93,48 49,50
Syrah
2006.1 SGD 193,30 371,80 766,90 826,60 2158,60 4.382,70
2006.2 SGD 164,30 377,60 810,90 722,30 2075,10 6.543,20
Media
SGD 178,80 374,70 788,90 774,45 2116,85 5.462,95
DESPAD 20,51 4,10 31,11 73,75 59,04
Tabela. Exigência térmica da videira cabernet sauvignon noVale São Francisco, Brasil.
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caracterização térmica do feijão caupi e milho em sistema de plantio consorciado nas condições do semi-árido no Nordestino
Tabela. Graus dias acumulados e número de dias correspondente a cada subperíodo fenológico dasculturas do milho e do feijão caupi.
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Cultura Variedade/Cultivar Período/Sub-período Tb (oC) GDA(oCd)
Soja UFV-1 Semeadura-Maturação 14,0 1340
Paraná Semeadura-Maturação 14,0 1030
Viçoja Semeadura-Maturação 14,0 1230
Cafeeiro Mundo Novo Florescimento-Maturação 11,0 2642
Videira Niagara Rosada Poda-Maturação 10,0 1550
Itáli/Rubi Poda-Maturação 10,0 1990
Tabela. Valores de temperatura base e graus dias acumulados (GDA) para algumas culturas
Extraído de Sentelhas & Angelocci (2007)
UFRPE / UAST
8.2. Número de horas de frio (NHF)
Temperatura do ar e NHF
02468
101214161820
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Horário
Tem
p. d
o ar
(o C)
NHF<13oC = 17
NHF<7oC = 9
O NHF é definido como o número de horas em que a temperatura do ar permanece abaixo de determinadatemperatura crítica durante certo período, durante o inverno. Essa temperatura crítica é considerada igual a7oC por ser aplicável à maioria das espécies criófitas, mais exigentes em frio. Para as espécies menosexigentes, pode-se considerar a temperatura crítica de 13oC. É uma informação importante, pois muitasplantas necessitam de horas de frio para entrar em repouso (balanço hormonal) ou para iniciarem um novociclo vegetativo ou reprodutivo.
a) Queda de gemas frutíferas;
b) Atraso e irregularidade na brotação e floração;
c) Ocorrência de florescimento irregular e prolongado.
O resultado dessas anomalias é a redução do rendimento e da
longevidade da cultura
A ausência de NHF poderá resultarem anomalias nas plantas:
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Algumas equações de estimativa de NHF médio normal. Exemplo para o Estado de São Paulo:
NHF<7oC = 401,9 – 21,5 Tjulho
NHF<13oC = 4482,9 – 231,2 Tjulho
Frutífera NHF < 7oC
Maçã 250 a 1.700 h
Amora Preta 100 a 1.000 h
Kiwi 250 a 800 h
Pêssego 0 a 950 h
Figo 0 a 200 h
Uva 0 a 1.300 h
Cereja 500 a 1.400 h
Pêra 200 a 1.500 h
Ameixa 300 a 1.800 h
Noz Pecã 300 a 1.000 h
Tabela. Valores de Número de Horas de
Frio (NHF) para algumas culturas
O NHF varia entre espécies e variedades, equanto mais exigente for a espécie/variedademaior o valor de NHF, como pode-se observarno quadro ao lado
Fonte: www.citygardening.net/chilling
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41,50,36ttITU pom Thom (1959)
tm - temperatura média do ar, ºC; e,
tpo - temperatura do ponto de orvalho, expressa em ºC e calculada apartir das equações psicrométricas citadas por Vianello & Alves(2000).
Índice de Temperatura e Umidade (ITU)
8.3. Índice de conforto térmico animal
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Outras equações do Índice de Temperatura e Umidade (ITU)
(1) ITU = ts – 0,55(1-UR)(ts-58)
(2) ITU = 0,72(ts+tu) + 40,6
(3) ITU = ts+0,36to + 41,2
Kelly e Bond (1971)
McDowell e Johnston (1971)
Baccari et al. (1983)
(4) ITU = 0,8Ta + UR(Ta-14,6)/100 + 46,3 Buffington et al. (1982)
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Berry et al. (1964)
ITU NP 0,02474 NP 1,736 - 1,075 -DPL
Declínio da Produção de Leite (DPL)
DPL - expresso em kg animal-1dia-1;
NP - nível normal de produção de leite, dado em kg animal-1dia-1.
Ex.: 10, 15, 20, 25, 30 e 35 kg animal-1dia-1
Berry et al. (1964)
ITU 0,39128,23RCA
Redução do Consumo Alimentar (RCA)
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Até a próxima aula...