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CRISTO, O CENTRO – EXPOSIÇÕES EM COLOSSENSES.
Aula 05: Definindo nossa cosmovisão artística com base na
centralidade de Cristo.
... Semana passada, tivemos a oportunidade de
refletir, dentro do nosso tema maior que é “Cristo, o
Centro”, sobre o seguinte tema: “Definindo nossa
cosmovisão artística com base no evangelho”.
... O meu proposito foi o de levá-los a refletir na
realidade de que nada do que nós assistimos, ouvimos
ou lemos está desprovido de uma cosmovisão...
... Nada do que nós assistimos, ouvimos ou lemos está
desprovido de alguma ideologia...
... Ao lado desta verdade, refletimos sobre a realidade
de que Deus não nos libertou de algo apenas; mas
para algo...
... E este “algo”, entendemos como uma vida que
glorifique a Deus em todas as esferas da vida...
(PAUSA)
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... Desta forma, trouxemos a imagem de um filme que
tem feito sucesso nos últimos meses e que tem
influenciado gerações...
... E este filme foi “cinquenta tons de cinza”...
... Filme este produzido para alcançar aquele que seria
o último público da sociedade com erotismo...
... Que público foi este?...
... As mulheres acima de quarenta anos...
(PAUSA)
... Mas a questão principal que levantamos foi: qual
cosmovisão está por detrás dos “cinquenta tons de
cinza”?
... Resposta: O paganismo!
... E quando falamos em “paganismo”, nunca é demais
relembrarmos o que ele significa...
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... De forma que, como temos refletido a cada semana:
o paganismo é a negação total (ou parcial) da verdade
absoluta do evangelho...
(PAUSA)
... Em seguida nós refletimos sobre uma das principais
características do paganismo. Ou seja: o paganismo
tem um armário cheio de roupas!
... Como assim?
... Em outras palavras: o paganismo é capaz de se
apresentar de diversas maneiras (com diversas
roupagens) sem comprometer sua essência.
(PAUSA)
... Esta realidade nos levou à epistola do apóstolo
Paulo aos colossenses...
... De forma que, observamos que apóstolo Paulo
confrontou o paganismo enraizado no coração
daquela Igreja...
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... E ao fazer isto, nos apontou algumas das roupagens
pelas quais o paganismo se apresenta:
... A primeira foi o “gnosticismo”, isto é...
... A negação de que Cristo é o único caminho, verdade
e vida... Como também Ele é o Filho de Deus
encarnado!
(PAUSA)
... A segunda foi o “legalismo”, isto é...
... Alguns da igreja em colossos estavam negando que
a fé em Cristo era suficiente para a salvação...
(PAUSA)
... Porém há mais duas roupagens que o apóstolo
Paulo apresenta e que gostaria de verificar com vocês...
... A terceira: colossenses 2.18-19.
... Porque o apóstolo Paulo escreveu estas palavras
enfatizando a suficiência da revelação divina através
das Escrituras?...
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... A resposta é: Paulo estava combatendo uma
cosmovisão chamada “misticismo”, isto é...
... Uma forma distorcida de espiritualidade
caracterizada pelo emocionalismo e um apego ao
sobrenatural destituído de conteúdo bíblico!...
... Para o misticismo o que importa é a experiência...
... Não importa se a Bíblia é contrária ou não é clara.
A experiência determina toda verdade bíblica...
... Daí... Paulo faz uma defesa da fé cristã exaltando a
suficiência da revelação na Escritura...
... Ou a Escritura é suficiente ou não!... Ou a
espiritualidade do cristão é baseada em
contemplações e visões, ou na Escritura!
(PAUSA)
... Neste momento desejo abrir um parêntese para
fazermos uma reflexão importante:
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... Desejo refletir com vocês sobre a verdadeira
espiritualidade cristã...
(PAUSA)
... Vocês devem lembrar que, logo no inicio do estudo
do nosso tema, refletimos sobre a relação da fé com a
razão...
... De forma que, chegamos à conclusão bíblica de que
não podemos separar o que Deus uniu...
... E Deus uniu a fé à razão...
... Em outras palavras: “crer também é pensar”, como
diria o Dr. John Stott...
... Da mesma forma, não podemos excluir da vida
cristã (que está baseada numa fé racional) as
experiências, emoções e prazeres pertencentes à ela...
... Em outras palavras, parafraseando o Dr. Martin
Lloyd-Jones: “a vida cristã é a razão em chamas!... É
a razão saturada de emoções!”...
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... Portanto, não podemos excluir da vida cristã as
emoções e experiências que testificam a fé racional
que nos foi dada de forma graciosa...
(PAUSA)
... Muitas vezes somos inclinados a crer que ser
reformado é ter um coração frio e uma vida sem
experiências com Deus...
... Muitas vezes somos inclinados a crer que ser
reformado é cultuar ao Senhor com o coração privado
de emoções e experiências...
... Todavia, quando nós olhamos para a Escritura,
observamos que há uma convocação para que
cultuemos ao Senhor Deus com todo nosso coração,
alma, entendimento e com toda a nossa força!
(PAUSA)
... Portanto... Se você acha que de alguma forma a Fé
Reformada é "fria", leia as biografias dos grandes
avivalistas da história do cristianismo!...
(PAUSA)
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... Eu quero citar apenas o exemplo do Pr. Jonathan
Edwards, que incendiou os Estados Unidos no Grande
Avivamento ocorrido no século XVIII!...
... Os biógrafos do Pr. Jonathan Edwards relatam que
este período da história foi um tempo de abundantes
manifestações do Espírito Santo!...
... Seus biógrafos também relatam que o Pr. Jonathan
Edwards chegava a passar treze horas diárias entre
estudo das Escrituras e oração!...
... Ele também foi o teólogo reformado que mais
escreveu sobre emoções e espiritualidade...
... Inclusive ele escreveu uma obra que você não pode
passar desta vida sem ler...
... Esta obra se chama: “a genuína experiência
espiritual”...
... Há um trecho desta obra que eu gostaria de
destacar:
O cristão confirmado na fé tem uma convicção sólida e efetiva da
verdade do evangelho. Não hesita mais entre duas opiniões. O
evangelho deixa de ser duvidoso ou provavelmente verdadeiro,
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tornando-se estabelecido e indiscutível em sua mente. As coisas
grandes, espirituais, misteriosas e invisíveis do evangelho
influenciam seu coração como realidades poderosas. Ele não tem
simplesmente uma opinião que Jesus seja o Filho de Deus; Deus
abre seus olhos para ver que este é o caso. Quanto às coisas que
Jesus ensina sobre Deus, a vontade de Deus, a salvação e o céu, o
cristão também sabe que são realidades indubitáveis. Têm, assim,
uma influência prática em seu coração e em seu comportamento.
Está claro nas Escrituras que todos os verdadeiros cristãos têm
essa convicção sobre as coisas divinas. Existem muitas
experiências religiosas que falham em trazer essa convicção
Muitas das chamadas revelações são emocionantes, mas não
convincentes. Não produzem mudança duradoura na atitude e
conduta da pessoa. Existem pessoas que têm tais experiências,
todavia não agem sob influência prática de uma convicção das
realidades infinitas e eternas em suas vidas diárias. Suas emoções
urdem por algum tempo e depois morrem de novo, não deixando
atrás de si nenhuma convicção duradoura.
(PAUSA)
... Portanto, nossa vida cristã deve ser uma vida
baseada numa fé racional, porém saturada de emoções
e prazeres que reflitam a glória de Deus!...
(PAUSA)
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... A quarta e última: colossenses 2.20-23.
... Porque o apóstolo Paulo escreveu estas palavras
enfatizando a suficiência da união do crente com
Cristo pela fé?
... A resposta é: Paulo estava combatendo uma prática
chamada “ascetismo”, isto é...
... Trata-se da abstinência de alimentos e prazeres lícitos
e da promoção da autoflagelação, com o objetivo de
alcançar um nível superior de espiritualidade ou de
comunhão com Deus...
... Em outras palavras: é o ensino que diz que é preciso
abster-se e punir-se para crescer espiritualmente.
... Inclusive... Se nós observarmos, veremos que no
meio evangélico do século XXI há uma tendência para a
abstinência e autopunição como um caminho para se
alcançar uma espiritualidade mais profunda...
... Daí... Paulo faz uma defesa da fé cristã exaltando a
suficiência da união que há entre o crente e o Senhor
Jesus...
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... De forma que, em Cristo, o crente já morreu para
todo tipo de regra que se proponha a oferecer uma vida
mais próxima de Deus...
... Pois o crente sabe que em Cristo, e somente em
Cristo, ele é aperfeiçoado e santificado...
... Em outras palavras: ou a união do crente com Cristo
é suficiente para o seu aperfeiçoamento e santificação,
ou não!
(PAUSA)
... Ainda há muitas outras roupas pelas quais o
paganismo se apresenta...
... Além das que o apóstolo Paulo apontou na sua
carta aos colossenses, o Dr. James Sire aponta mais
algumas:
... “O deísmo... O naturalismo... O niilismo... O
existencialismo... O misticismo oriental... A nova
consciência da Nova Era... O relativismo... Mas,
principalmente... O Cristianismo”...
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... Não tenha dúvida de que o cristianismo é uma das roupas
preferidas do paganismo...
... Portanto... São algumas das roupas pelas quais o
paganismo continua se apresentando nos nossos
dias...
(PAUSA)
... Portanto, voltando lá atrás:
... A questão é: quais são os conceitos que estão por
detrás deste – como também de muitos outros
filmes?...
... Sabemos que é e sempre será o paganismo...
... Mas como o paganismo se apresenta especialmente
neste filme dos “cinquenta tons”?...
... Resposta: através do relativismo teológico e moral...
(Detalhe: o paganismo é bem eclético na forma de se
vestir)...
(PAUSA)
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... Portanto, a questão fundamental é e continuará
sendo: quais são as características do paganismo?...