Concha de Baptismo - Prata - 20 gramas | João Borges
Artes e Ofícios é uma actividade que tem por objectivocolocar as crianças e os jovens em contacto directo com
vários profissionais, de modo a conhecerem melhorprofissões de ontem e de hoje.
Nota biográfica de Manuel Santos | Pasteleiro
Manuel Augusto Ramos dos Santos,
nasceu a 22 de Maio de 1973, em Vila do
Conde, onde reside. É casado e tem 1 filho.
Estudou na Escola Primária da freguesia
de Touguinhó, Vila do Conde e concluiu o
2.º Ciclo na Escola EB 2/3 Frei João, em Vila
do Conde.
Prosseguiu os estudos até ao 12.º ano, na
Escola Secundária Rocha Peixoto, na
cidade da Póvoa de Varzim.
Aos 14 anos começou a trabalhar na arte de pasteleiro, na Pastelaria Regata,
sem saber o que era a profissão.
Ao longo do seu percurso, foi aperfeiçoando técnicas, com várias formações
na área, desenvolvendo cada vez mais o gosto desta profissão.
Tem várias formações na área realizadas entre 2007 e 2012, entre as quais:
HST: Higiene e Segurança no Trabalho e HSA: Higiene e Segurança Alimentar.
Há cerca de 27 anos que é Pasteleiro e pretende continuar, pois é uma arte
que adora confeccionar, e se
possível, criar o seu próprio
negócio.
Nota biográfica de Pedro Lucas | Gerente
Pedro Lucas Garcia de Oliveira, nasceu a 10 de
Maio de 1976, na cidade da Póvoa de Varzim.
Frequentou o Colégio Madre Matilde até aos 6
anos de idade, altura que ingressou na Escola
do Desterro para fazer a instrução primária.
Fez o 2º ciclo na Escola EB 2/3 Dr. Flávio
Gonçalves. Aos 17 anos prosseguiu os estudos
à noite, na Escola Secundária Eça de Queirós,
acumulando com o trabalho de dia, na ajuda
dos seus pais, no negócio da Pastelaria/ Confeitaria Regata.
Aos 20 anos, assume a gerência da Pastelaria Regata, na Póvoa de Varzim, um
legado que seus pais viram com naturalidade face à dinâmica e saber que já
demonstrava, para além de vários conhecimentos na área.
Desde os seus 12 anos que trabalhava aos fins‐de‐semana, no Verão e nas férias
escolares, na Pastelaria a ajudar naquilo que pudesse e onde passava a maioria do
seu tempo.
Tem várias formações na área que realizou entre 2006 e 2012, entre as quais:
Haccp: Hazard Analysis and Critical Control Points, em 2006; HSA: Higiene e
Segurança Alimentar, em 2008 e HST: Higiene e Segurança no Trabalho, em 2011,
promovidos pela Proandi. Realizou igualmente uma formação de primeiros
socorros, promovido pelo Hospital da Póvoa, em 2012. Entre outras formações e
seminários sobre gestão e aperfeiçoamento da actividade de gerência de uma
Pastelaria/Confeitaria.
Desde muito cedo, viu‐se agregado à Pastelaria o que fez dele, hoje, um gerente
competente, audaz e dinâmico com uma visão moderna para o negócio.
ENTREVISTA
1 – Pedro ‐ Como surgiu a ideia de trabalhar neste negócio? É um legado de
família?
O meu pai é pasteleiro desde os 14 anos, trabalhando por conta de outrem, mas
sempre almejou ter a sua própria pastelaria. Essa oportunidade surgiu em 1987,
altura em que adquiriu a pastelaria, confeitaria e salão de
chá “Regata”, e que mantemos até aos dias de hoje.
Temos fabrico próprio e podemos assegurar a qualidade
de todas as matérias‐primas o que, aliado às melhores e
mais tradicionais técnicas que nos permite garantir o
requinte da nossa pastelaria. Com 20 anos, assumi a
gerência do negócio, como tanto desejava.
2 – Pedro ‐ Que tipo de doçaria e outros produtos vendem?
A nossa pastelaria tem uma clientela fiel que nos procura não só nas ocasiões
festivas como o Natal e a Páscoa, em que se adquirem as especialidades próprias
da época, como o Bolo‐Rei e o Pão‐de‐Ló, mas também nos procuram para os
nossos famosos bolos de aniversário e, diariamente, para saborear um pastel,
como sejam o russo, a cassata, o pastel de nata e o poveiro, entre outros.
3 ‐ Pedro ‐ Teve necessidade de expandir e inovar o seu negócio, abrindo uma
nova casa, em que ano o fez e porquê?
Sim, de facto em 2007 surgiu a oportunidade de abrirmos uma nova pastelaria,
numa zona mais central e acessível da cidade e com ela também a possibilidade
de nos adaptarmos às novas necessidades da nossa clientela e de conquistar um
novo e mais abrangente público. Assim, além do conceito tradicional de
pastelaria, no nosso estabelecimento, na Praça Marquês de Pombal podemos
também oferecer aos nossos clientes pão quente, pizzas, sopas e refeições
ligeiras à hora do almoço.
4 ‐ Manuel ‐ Que tipo de utensílios, materiais e produtos são necessários para
produzir essencialmente a "gulodice" das pastelarias, que são os bolos?
Na arte da pastelaria, entre muitos utensílios, os
mais utilizados no fabrico de bolos e doces são:
espátulas, facas, varilhas, sacos pasteleiro,
boquilhas, formas cortantes, bacias inox e o
famoso rolo de massa.
Já os produtos para a confecção dos mesmos são diversos, tais como: farinhas,
ovos, fermentos, margarinas, sal, chocolates, geleias e como não podia faltar o
açúcar.
5 ‐ Pedro – Nas Pastelarias, um pormenor importante para quem passa é olhar as
montras decoradas com iguarias. Acha importante o facto de ter montras
atractivas?
De facto esta é uma grande aposta, a montra é a
forma mais eficaz de chamar a atenção do cliente,
de o deixar com “água na boca”. Assim, para além
de termos a montra recheada de iguarias,
apostamos também na decoração temática
alusiva à época do ano em que nos encontrámos.
6 ‐ Manuel ‐ Aproxima‐se a Páscoa e o famoso Pão‐de‐Ló. Como é confeccionado
e quanto tempo demora? Haverá alguma novidade, para esta quadra?
A base de qualquer Pão‐de‐Ló é açúcar, ovos e farinha. Leva‐se a bater numa
batedeira, os ovos e o açúcar e depois junta‐se a farinha. De seguida enche‐se
para formas de barro previamente forradas com papel, e depois vai ao forno. Ao
fim de 45 minutos está pronto, dependendo do peso do Pão‐de‐Ló. Esta é a
forma tradicional que ainda mantemos na nossa pastelaria, mas existem
processos mais rápidos e económicos para o fabrico do mesmo.
Quanto à novidade, talvez algo que ligue o Pão‐de‐Ló ao chocolate…
7 ‐ Pedro ‐ Tem clientes especiais ou até pedidos especiais?
Para nós, todos os clientes são especiais, pelo que fazemos questão de ter um
atendimento personalizado. Aliás é, frequente as nossas funcionárias prepararem
os pedidos, ainda antes dos clientes o fazerem por já conhecerem os seus gostos.
Por outro lado, é com especial orgulho que podemos afirmar ter clientes um
pouco por todo o país e até no estrangeiro, tendo já enviado, por exemplo, Pão‐
de‐Ló e Bolo‐Rei para França e Brasil.
8 ‐ Manuel ‐ Qual a época ou épocas do ano em que tem necessidade de
trabalhar mais, para satisfazer os pedidos dos clientes?
Nas nossas pastelarias, a época que há necessidade de trabalhar mais é na época
balnear, Páscoa, Natal e também outras datas, tais como: o Dia dos Namorados,
Dia do Pai, Dia da Mãe e épocas de Comunhões, ou seja, existe trabalho todo o
ano, felizmente.
9 ‐ Pedro ‐ Tem contactos com outras pastelarias ou com outros organismos, de
forma a produzir novos produtos da chamada Pastelaria Criativa?
É uma necessidade constante mantermo‐nos actualizados e atentos às novas
tendências, de forma a podermos satisfazer os interesses dos nossos clientes.
No entanto, tentamos sempre aliar essas novas tendências aos métodos
tradicionais de fabrico, de forma a podermos garantir a qualidade do produto
final. Hoje em dia, com a visita a feiras e exposições de pastelaria, com a
participação em workshops e até mesmo, com a própria Internet, não é
complicado mantermo‐nos actualizados.
10 ‐ Manuel ‐ Qual o trabalho diário de um Pasteleiro? Tem
de acordar muito cedo para executar vários trabalhos?
Normalmente as fábricas de pastelaria trabalham de noite
ou em turnos. Na nossa pastelaria começamos a laborar, às
sete da manhã, vamos almoçar, voltamos à tarde e
trabalhamos aos fins‐de‐semana. É desgastante, comparado com outras
profissões.
Laborámos durante todo dia para satisfazer os pedidos diários dos nossos
clientes, que gostam muito de ser mimados com a frescura dos nossos produtos.
11 ‐ Manuel ‐ A Pastelaria para si é uma arte criativa?
Sem dúvida, que a pastelaria é pura arte criativa, mas para isso é preciso ter
gosto para a criação e nem todos adquirem esse dom. Os trabalhos que
executamos devem mostrar perfeição na sua confecção, para o cliente gostar de
saborear.
12 ‐ Pedro ‐ Que especialidades têm a sua Pastelaria?
Temos várias especialidades como os pastéis poveiros
(Barquinhos, Amores poveiros, Póvoas, Claudinos e
Sardinhas), o Bolo‐Rei, Bolo‐Rei Escangalhado, o Pão‐
de‐Ló e o Pão‐de‐Ló de Ovar, a Cassata, o Russo e o Folar de Chaves.
13 ‐ Manuel ‐ Sente um carinho especial pela arte da Pastelaria, e desde muito
novo que trabalha nesta arte. Como ganhou gosto nesta arte?
Quando acabei o ensino obrigatório, na altura, era o 6º ano de escolaridade,
achei que devia começar a trabalhar para ajudar os meus pais, a ganhar dinheiro
para casa onde tinha dois irmãos mais novos. Aos 12 anos fui experimentar
trabalhar na “Pastelaria Luar”, em Aver‐o‐Mar, com um vizinho meu e comecei a
ficar com o bichinho da pastelaria. Com 13 anos vim para a Pastelaria Regata
permanecendo até hoje. Passei diferentes etapas, conheci diversas pessoas, que
me ajudaram a adquirir novos conhecimentos e incutir o carinho especial na arte
da pastelaria, e agora com uma nova ferramenta de trabalho que é a internet.
14 – Manuel ‐ O que sente quando faz um novo doce ou uma nova iguaria e que
trabalhos lhe dão mais prazer realizar?
Sempre tive a curiosidade de experimentar novos produtos, outros sabores e
novas tendências, o que não é difícil executar na Pastelaria Regata, porque os
nossos clientes são muito exigentes e primámos pela qualidade e requinte dos
novos produtos, tendo em conta sempre o traço tradicional.
Os trabalhos que me dão mais gozo de elaborar são os bolos personalizados,
onde muitas vezes tenho que falar com o cliente, perceber o que ele me está a
pedir e ir ao encontro das suas expectativas, dando azo à minha criatividade.
O cliente tem de ficar satisfeito e para
mim é muito gratificante.
A PASTELARIA REGATA
A Pastelaria Regata foi fundada em 1981 e
adquirida pelos meus pais, Jorge Pires de Oliveira
e Maria Irene Garcia, em Janeiro de 1987. Com
eles, verificou‐‐se a introdução de novos artigos,
muitos deles, desconhecidos da maior parte dos
poveiros, dando assim origem ao alargamento da
nossa clientela.
Em 1998, no âmbito do Programa Procom, procedemos a uma completa
reestruturação das instalações da empresa, através da modernização da
fábrica e do próprio salão de chá. Foi também por essa altura, que eu comecei
a ter um papel mais preponderante na gestão do estabelecimento.
Em 2007 surgiu a oportunidade de expandir o negócio, abrindo novas
instalações na Praça Marquês de Pombal, um local mais central e com
maiores facilidades de estacionamento. Com esta nova pastelaria, surgiu
também a oportunidade de criar novas valências, como o pão quente e
refeições rápidas.
FICHA TÉCNICA
Título
Editor
Local e data de edição:
Coordenação editorial
Capa:
Revisão dos textos:
Impressão
Tiragem:
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Entrevista, fotografias, conteúdos e paginação:
Artes & Ofícios:
de 2013
Município da Póvoa de Varzim /
Biblioteca Municipal
Póvoa de Varzim, Março, 2013
Manuel Costa
Daniel Curval
Rogério Nogueira
Fernanda Trovão
Município da Póvoa de Varzim
50 exemplares
Pasteleiro
encontro com
13 de Março
Manuel Santos - pasteleiro
e Pedro Lucas - gerente da Pastelaria Regata
Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim
E-mail:
Site:
Catálogo online:
Rua Manuel Lopes
4490 - 664 Póvoa de Varzim
Telefone: +351 252 616 000
Fax: +351 252 617 069
http://ww.cm-pvarzim.pt/biblioteca
http://catalogobmrp.cm-pvarzim.pt
«Laborámos durante todo o dia para satisfazer os pedidos
diários dos nossos clientes, que gostam muito de ser mimados
com a frescura dos nossos produtos»
Manuel Santos
Pedro Lucas
«O que mais desejamos é poder continuar a corresponder
às expectativas dos nossos clientes, crescer constantemente
para acompanhar as suas necessidades. Adaptarmo-nos às
novas realidades sem perder a essência e a qualidade»