FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF
PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA
ÁREA DE LICENCIATURA EM QUIMICA
A QUÍMICA E O COTIDIANO:
DA INVISIBILIDADE À PERCEPÇÃO
ELAINE MESQUITA RODLER
Peabiru-PR
2011
ELAINE MESQUITA RODLER
A QUÍMICA E O COTIDIANO:
DA INVISIBILIDADE À PERCEPÇÃO
Monografia apresentada como requisito parcial
para obtenção do título de Licenciado em Química
no Programa Especial de Formações de Docentes
da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF,
sob a orientação do Profº. Msc. Jean Carlos de
Araújo Brilhante.
Peabiru-PR
2011
Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em
Química, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em
Química, autorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF.
_______________________
Elaine Mesquita Rodler
______________________________
Prof. Msc. Jean Carlos de Araújo Brilhante
Orientador
______________________________
Profª. Msc. Célia Diógenes
Coordenadora do Curso
Nota obtida: ______
Monografia aprovada em: ___ / ____ / ____
4
Dedico este trabalho as pessoas que me
estimulam a continuar estudando para meu
aperfeiçoamento pessoal e profissional. Desejo
que Deus as abençoe e que elas possam
prosperar cada dia mais. Também dedico as
pessoas que sonharam com meu fracasso e
vêem meu sucesso ser realidade.
6
“Creio que a verdade é perfeita
para a matemática, a química,
a filosofia, mas não para a vida.
Na vida contam mais a ilusão,
a imaginação, o desejo, a esperança.”
Ernesto Sábato
7
RESUMO
O ensino de Química sempre é questionado devido ao distanciamento que as aulas possuem da
aplicação no cotidiano, por isso a preocupação com atividades que despertem o interesse do
aluno cresce. O presente trabalho teve a finalidade de investigar, a relevância e a pertinência
das nuances imperceptíveis da Química, no cotidiano humano e a sua aplicação à prática
pedagógica, fazendo com que, o aluno entenda, onde o que ele estuda em sala de aula, está
relacionado com o seu dia a dia. A pesquisa revelou a importância da utilização de atividades
práticas e outros recursos pedagógicos que não vem sendo utilizados pelos professores do
colégio em estudo e que a expectativa dos alunos é para isso.
Palavras-Chaves: Ensino de Química, Cotidiano, professor; aluno
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Ensino Pautado no Cotidiano ................................................................................ 23
Gráfico 2 – Impressão sobre a disciplina de química ............................................................... 23
Gráfico 3 – Conteúdo das aulas relacionado com o cotidiano ................................................. 24
Gráfico 4 – Grau de dificuldade em compreender as propriedades coligativas ....................... 25
Gráfico 5 – Aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em propriedades coligativas ..... 25
Gráfico 6 – Modalidade didática nas aulas de química ............................................................ 26
Gráfico 7 – Como é considerada a aula de química ................................................................. 27
Gráfico 8 – Frequência da aula prática laboratorial ................................................................. 27
Gráfico 9 – Consegue relacionar algum conteúdo de química com o dia a dia ....................... 28
Gráfico 10 – O professor apresenta talentos naturais em sala .................................................. 28
Gráfico 11 – Compreensão dos alunos nas aulas ..................................................................... 30
Gráfico 12 – Frequência que utiliza o laboratório .................................................................... 30
Gráfico 13 – Aulas de química ministradas por semana .......................................................... 31
Gráfico 14 – Impressão sobre trabalhar a química no cotidiano do aluno ............................... 31
Gráfico 15 – Interesse dos alunos pela disciplina..................................................................... 32
Gráfico 16 - Perspectiva para o futuro do ensino de química na escola 17 .............................. 32
Gráfico 17 - Costume de relacionar o conteúdo com o cotidiano ............................................ 33
Gráfico 18 – Apresentação das características no despertar dos alunos para a disciplina ....... 33
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 .................................................................................................................................... 22
Tabela 2 .................................................................................................................................... 29
Tabela 3 .................................................................................................................................... 29
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 13
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 13
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 16
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 22
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 34
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................. 35
8. ANEXOS .......................................................................................................................... 38
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1. INTRODUÇÃO
Ensinando química pelo método tradicional às vezes o professor acaba por
distanciar o aluno da prática, não fazendo perceber que a química está em seu cotidiano e
apenas ele não percebe. Durante as conversas com diversos professores da disciplina foi
possível perceber que os alunos não fazem associações do que vem em sala de aula na
disciplina com o que acontece diariamente em seu dia a dia. Assim surgiu a pergunta de por
que não trabalhar algo que faça os alunos perceberem a química no seu cotidiano.
Os alunos iniciam seus estudos em química apenas no ensino médio e isso
promove a idéia de que ela acontece apenas dentro de empresas químicas e em laboratórios.
Esse distanciamento de idéias e conceitos promove um abismo fazendo com que o aluno
pense que a disciplina não acrescentará nada em seu dia a dia.
Para a realização deste trabalho é necessário que seja valorizada a discussão e
os questionamentos, pois mesmo que as idéias e concepções dos alunos em ensino de ciências
têm sido objeto de investigação com muita freqüência ao longo das últimas décadas, os estudantes
ainda mostram dificuldades na hora de diferenciar os conceitos científicos dos conceitos do senso
comum quando se trata de transformações químicas.
É possível dizer que o imprevisto e o inesperado sobrevivem às maiores
descobertas da humanidade. A natureza é abundante e está disposta aos olhos, o tempo todo,
mostrando toda a engenhosidade da natureza que um olhar preparado, seja ele, critico ou
filosófico, pode explorá-la. É neste âmbito que o presente trabalho busca sua justificativa,
tendo vista a busca por dotar os alunos com olhos críticos para que estes vejam a química da
escola presente também em seu cotidiano.
Para tanto será realizada uma pesquisa ação, que encontra sua cientificidade no
ciclo constante de que o pesquisador se inunda ao entrar por diversos caminhos: o
planejamento, o diagnóstico, a ação, a observação e a reflexão. A partir deste ciclo instalado,
busca-se atingir a resolução de problemas, tomada de consciência e a produção de
conhecimento, tudo em consenso com os conceitos de intervenção levam a transformação.
A cientificidade desta ação está no planejamento e na forma como será feita,
pois pretende-se ter como alicerce as bases aleatórias, imediatistas, que será previamente
estabelecido, estudado e mensurados no campo teórico, pois causar e provocar
posicionamentos críticos, que mais adiante irão produzir uma transformação não no fato, mas
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em como as pessoas concebem estes fatos, provando que a premissa deste estudo se baseia na
tomada de consciência ao final do trabalho.
Para poder alcançar tais objetivos, busca-se orientações relevantes para o
ensino de química, como a procura pela integração da química com as outras disciplinas, para
que se possa fugir do caráter de fragmentação da ciência, para que não aconteça de o estudo
entrar em um ambiente positivista do ensino aprendizagem de química. Outra orientação
relevante que será seguida é a inclusão de conceitos como a contextualização, competências e
tecnologia no processo de ensino da química, já que estes conceitos tem se mostrado como
ferramentas indispensáveis para tal processo.
Estando bem embasado em documentos o professor estará preparado para
responder as demandas da sociedade, demandas essas que se transformar constantemente,
condicionando o docente a estar antenado com estas mudanças e adaptá-las ao seu exercício
de magistério.
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1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Este trabalho visa investigar, a relevância e a pertinência das nuances
imperceptíveis da Química, no cotidiano humano e a sua aplicação à prática pedagógica,
fazendo com que, o aluno entenda, onde o que ele estuda em sala de aula, está relacionado
com o seu dia a dia.
1.1.2 Objetivos Específicos
Verificar as principais discussões que vem trazendo preocupação para o ensino
de Química e que apontamento estas traz, fazendo com que a abordagem do
conteúdo seja tão distante do cotidiano do aluno.
Mostrar que a transmissão de conteúdos sem nenhum vínculo com o resgate do
conhecimento prévios dos estudantes, faz com que a aula fique desinteressante,
pois os alunos não conseguiram estabelecer relações entre os conteúdos e a vida.
Tentar diminuir o distanciamento dos conteúdos vistos em sala de aula com o que
acontece no dia dos alunos.
Fazer com que os conceitos estudados se aproximem das atividades diárias levando
o aluno a refletir sobre o consumo e a mudança de hábito frente à natureza
desenvolvendo um olhar clinico e mais apurado para a química a nossa volta.
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2. JUSTIFICATIVA
A escolha do tema, respaldada na linha de pesquisa de caráter descritivo,
justifica-se pela necessidade precípua de se construir com o discente um conhecimento
sistemático, crítico e científico, da Química, em sua rotina diária. Levá-lo ao conhecimento
dos aspectos que envolvem a prática mais simples, como lavar utensílios domésticos com
detergente até a sua relação com os componentes do mundo que o cerca, transformando essas
inferências em ferramentas pedagógicas, uma vez que em um mundo tecnológico, a base para
inserção nesse mundo de hoje atrela-se ao mundo doméstico do aluno e a posteriori se projeta
ao mundo escolar.
Estribado na premissa de que a Química é a ciência da matéria e do estudo das
transformações dessa matéria, esta pesquisa encontra sua motivação no sentido de criar um
senso de percepção no aluno diante das nuances imperceptíveis da Química no cotidiano
humano e respaldado no que explana E. O. Wilson, com a associação entre química e a vida
cotidiana, o mundo se torna mais claro e toda a estranheza do universo se mostra interligada e
com sentido.
Indo pelo tema “A QUIMICA E O COTIDIANO: DA INVISIBILIDADE À
PERCEPÇÃO”, teoricamente pretende-se investigar a relevância e a pertinência das nuances
imperceptíveis da Química no cotidiano humano em sua aplicação à prática pedagógica. A
importância de tal aspecto se encontra na necessidade de se produzir uma base teórica e
cientifica para aplicabilidade do mundo discente ao mundo da escola, onde em qualquer
desvio de caminho, possa-se se ter uma base para se recorrer e reorientar o caminho desviado.
A pesquisa apresenta-se como um lastro teórico de seguro ao professor.
A relevância prática se encontra do fato de se utilizar os dados e
posicionamentos produzidos pela pesquisa, na sala de aula, na prática escolar diária, real e
concreta, como uma poderosa ferramenta pedagógica, unindo a teoria a pratica, objetivo
precípuo desta modalidade de pesquisa.
Pessoalmente, tal pesquisa enriquecerá e reformulará algumas construções
teóricas arraigadas, e por vezes um pouco dissociadas da cientificidade, sistematizado a forma
de lidar com meu magistério, o que por conseqüência tornarão as aulas mais ricas e dinâmicas,
produzindo bons resultados e por fim engendrando a realização profissional que se procura.
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Socialmente falando, a pesquisa contribuirá para o estimulo do discente ao
aprendizado escolar, ou seja, os conteúdos aplicados pertinentes à pesquisa, não se tornarão
fato exógeno a seu mundo, mas sim, atrelando química dos livros com a química de sua casa,
diminuir-se á à distância deste das ciências químicas.
Não se pode deixar de ressaltar que é responsabilidade da escola a formação de
um indivíduo crítico e atuante na sociedade através da apropriação do conhecimento, pois a escola
é o ponto de partida para que aconteça o aperfeiçoamento do olhar atento e apurado dos alunos,
para que as mudanças comportamentais aconteçam.
É necessário nos dias atuais que os alunos conheçam e tomem posicionamentos
críticos quanto ao mundo onde estão inseridos, pois mudanças acontecem a todo momento, os
alunos devem estar preparados a levantar questionamentos, sejam estes sobre o meio onde vivem
ou aos conceitos vistos em sala de aula.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
A prática pedagógica como um todo, sempre esteve engajada em novas formas
de aperfeiçoar este processo vital da educação: o ensino aprendizagem. Em décadas passadas,
a escola não era ainda um direito de todos, da massa, motivo pelo quais muitos indivíduos
cresceram analfabetos, ou em uma condição atípica, analfabetos funcionais. Diante dessa
minoria que chegava a concluir as etapas de ensino, a escola operava com um número restrito
de alunos, o que podia conferir a ela o poder de aplicar no dia a dia, uma prática educativa de
maior qualidade.
Hoje, porém, freqüentar a escola é uma obrigação, a educação é um dever dos
pais perante aos filhos e ao Estado, ainda mais sob a égide dos programas sociais que atrelam
a freqüência ao recebimento mensal de certa quantia. Com isso, da qualidade passou-se para a
quantidade, as escolas cheias, repletas de alunos, mas diametralmente em oposição a isso, as
estruturas dessas escolas estagnaram no tempo, permanecendo como a vinte anos atrás. A
prática educativa também.
Nesse contexto emblemático, o professor se ficou com a parte mais dolorosa de
tudo: a prática educativa diária, objetiva, ali, in loco. Assim, para que sua prática não seja
inócua, ele precisou muitas vezes de valer-se da criatividade para que se pudesse construir um
saber perene e com motivação junto aos alunos. Nesse sentido, o ensino de química caminha
por uma questão capital: como atrelar prazer ao ensino de química, sendo que muito desses
alunos estão desmotivados com a educação como um todo? Para tirá-los dessa inércia
educativa, dessa monotonia bancária, a química associada ao cotidiano da criança surge como
um tangente ao mau presente.
Segundo Schnetzler (2002), o qual pinta o panorama deste ensino na
atualidade, a tendência do ensino de química consiste no aperfeiçoamento do ensino e
aprendizagem, no uso de teorias da psicologia, sociologia, filosofia e outras disciplinas,
valendo-se por técnicas complementares como testes, observações, entrevistas, questionários.
Entre os problemas averiguados pelo autor, citam-se as diferenças entre pesquisas em
educação química e em química, como a investigação sobre pessoas e não sobre elétrons, que
os resultados de pesquisa variam com o tempo e local, que não existe ainda uma metodologia
de pesquisa bem estabelecida e aceita e, por fim, que não existe ainda um sistema de
publicação bem estabelecido.
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Como um todo, o ensino de química caminha por uma prática reducionista,
permeada pelo aspecto instrumental, levando-se por aplicações de teorias e modelos das
Ciências Humanas. Somente na década de 1980, o ensino de química ganhou uma importância
maior advinda das teorias críticas ao modelo até então vigente, preconizando a Didática das
Ciências, onde pesquisa, ensino e divulgação se entrelaçam com a prática pedagógica diária.
Todos estes aspectos convergem para o ponto de que o ensino de química
promove no aluno um sentimento de estranhamento, de algo extrínseco a ele, entre formulas,
de reações, de componentes que ele nunca encontrará na vida real. Logo, a questão precípua
de tudo esta aí: a química está mais do que presente no cotidiano do aluno, até mesmo ali na
sala de aula.
Nesse raciocínio, Cardoso & Colinvaux (2000), dissertam que na prática
docente, os alunos sempre perguntam o motivo pelo qual estuda química, uma vez que este
conhecimento comumente não será necessário na futura profissão, que eles nunca aplicarão
isso à vida real. Eis aí um exemplo desse estranhamento. A resposta nunca vem de forma a
sanar essa dúvida, o que é mais perigoso ainda, pois reforça costumeiramente, esse
estranhamento.
Ainda ressaltam Cardoso & Colinvaux (2000), que a importância do estudo da
química deve-se ao fato de possibilitar ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do
mundo que o rodeia, podendo analisar, compreender e utilizar este conhecimento no cotidiano,
tendo condições de perceber e interferir em situações que contribuem para a deterioração de
sua qualidade de vida, como por exemplo, o impacto ambiental provocado pelos rejeitos
industriais e domésticos que poluem o ar, a água e o solo.
Segundo Almeida et al ([s/d]) a aula prática é uma maneira eficiente de ensinar
e melhorar o entendimento dos conteúdos de química, facilitando a aprendizagem. Os
experimentos facilitam a compreensão da natureza da ciência e dos seus conceitos, auxiliam
no desenvolvimento de atitudes científicas e no diagnóstico de concepções não-científicas.
Além disso, contribuem para despertar o interesse pela ciência.
Cabe assinalar que o entendimento das razões e objetivos que justificam e
motivam o ensino desta disciplina, poderá ser alcançado abandonando-se as aulas baseadas na
mera memorização de nomes e fórmulas, tornando-as vinculadas aos conhecimentos e
conceitos do dia-a-dia do alunado. Piaget (1977) assinala que a construção da aprendizagem
"realiza-se através de construções contínuas e renovadas a partir da interação com o real",
18
longe de acontecer pela simples reprodução da realidade, mas sim pela assimilação e
acomodação a estruturas anteriores as quais disponibilizam condições para o desenvolvimento
das estruturas que virão.
Assim tendo o real como o mundo cotidiano do aluno, deduz-se que o
conhecimento real deve passar pelo mundo diário do aluno, atestando-se que é na interação
com o mundo cotidiano que os discentes desenvolvem os conhecimentos químicos. Assim,
esta prática educacional no ensino da química deve prezar o cotidiano do aluno, o qual então
poderá afastar este estranhamento e poder fazer uma correlação de sua vida fora da escola e
futuramente, com sua vida profissional.
Mediante a este resgate do mundo social do aluno e sua interação ao mundo
escolar poderá se criar um laço mais estreito entre estes dois entes que caminham um com
temor do outro: o aluno e a química. O mediador dessa aproximação é justamente o fato de
tornar claro que este estranhamento é irreal, ilusório, pois ambos convivem de forma
indissociável e diariamente.
Atentando para este fato da importância da química na vida do discente,
Barreiro (2009) explana que sem a Química seria impossível manter a qualidade de vida da
sociedade, seja na elaboração e conservação de alimentos, na segurança ambiental, na
longevidade e no conforto como um todo. Desde a aspirina que a criança toma para curar a
dor de cabeça, até a cola das figurinhas do seu álbum autocolante de atletas de futebol, a
química se faz presente. Dos aromas, cheiros e odores, cores e os sabores que são oriundas de
"moléculas saborosas", e "moléculas estéticas", até a fecundação do óvulo, condicionado pelas
proteínas, a vida é está associada perenemente com os aspectos químicos em seu caminhar
(BARREIRO, 2009).
Assim sendo, os teóricos acima relacionados e resenhados, mostra as interfaces
inerentes ao assunto, cada um pelo seu prisma, mas sempre em consonância com o principio
de que o ensino de química deve passar pelo mundo cotidiano do aluno. Todavia, ressalta-se
que na consecução do projeto, muito outros teóricos serão elencados, analisados, e
classificados como pertinentes ou não ao trabalho proposto.
Existe uma Química que se relaciona com outros campos de conhecimento. Ela
não está apenas restrita ao laboratório, mas sim presente em outros lugares onde se tornam
possíveis diálogos plurais. (ROSA & TOSTA, 2005)
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As aulas que utilizam o recurso da experimentação e o laboratório didático são
ferramentas poderosas para adquirir e testar conhecimentos, mas por si só não são suficientes
para fornecer conhecimentos teóricos, não obstante não são sempre necessárias. Uma matriz
teórica particular sempre conduz a um experimento. Desta forma, um dos maiores e mais
danosos mitos da aprendizagem é a não interdependência experimento/teoria, afirma Benite &
Benite (2009). A especulação teórica é o ponto de partida para a experimentação. Porém, isto
não quer dizer, que sempre preceda a mesma. Quanto mais desenvolvido o campo conceitual
mais provável que os experimentos sejam dirigidos pela teoria. Do contrário, é a dedicação
teórica que estimula a conceituação.
De acordo com Budel ([s/d]) a forma intencional de articular o cotidiano com
os conteúdos trabalhados em sala de aula possibilita aos alunos maior apropriação de
conteúdos de química, visto que, valoriza as suas vivências e oportuniza sua participação.
Para Chaves (2007) ao analisar a formação das concepções prévias dos
estudantes deve ser levada em conta suas histórias de vida e seus contextos cultural e social na
elaboração e constituição dos processos cognitivos, pois a referência será válida tanto na
formação de conceitos cotidianos quanto na formação de conceitos científicos pelos alunos.
Quando se faz a análise das concepções manifestadas pelos alunos, devemos ter o
cuidado de verificar se estas representações apresentadas por eles são diferentes
daquelas representadas pelos conceitos científicos aceitas pela ciência. Pois, as
explicações apresentadas pela ciência para as representações científicas não levam
em consideração o contexto cultural dos alunos, e esta é talvez, a principal razão das
grandes dificuldades apresentadas pelos estudantes ao lidar com os conceitos
científicos. (...) para que os alunos entendam a relação da química com o cotidiano,
se fazem necessários que direcionem os modelos pedagógicos de tal forma que os
alunos compreendam os conceitos científicos básicos, como ferramentas para
resolver situações rotineiras em suas vidas. E sejam capazes de encontrar soluções
para questões fundamentais, tais como a diversidade cultural, as relações de poder, o
contexto social de produção, a transformação social e a melhoria da qualidade de
vida reafirmando princípios de igualdade, liberdade, ética, participação,
solidariedade e conservação do meio ambiente. (CHAVES, 2007, p. 15)
Os conceitos são adquiridos por meio de construções culturais que são
adquiridas pelos aluno durante todo o desenvolvimento social, cultural e intelectual, onde os
significados e representações ligadas aos conceitos científicos adquiridos em sala de aula,
dando importância ao meio cultural e social dos alunos, pois o universo de significados das
representações dos conceitos científicos depende da questão cultural em que o aluno está
inserido, de acordo com Vygotsky (1989).
20
4. METODOLOGIA
O tipo mais adequado ao meu objeto de pesquisa (Química no Cotidiano) é o
descritivo, uma vez que a pesquisa caminhará por uma revisão bibliográfica sobre o ensino de
química pelos tempos até se chegar no dia de hoje, com o advento dos PCNS, PCN+ e
Orientações Curriculares. A intenção, ainda em formação, é que se aproveitem os resultados
alcançados, tal pesquisa para desvelar a pesquisa descritiva, em pesquisa ação, pois quaisquer
trabalhos científicos, que não contribua para o progresso de sua área, tornam-se inócuo e
dispensável. É preciso transformar o mundo com nossas pesquisas, palavras e ações.
A metodologia para o trabalho proposto terá uma forma qualitativa, valendo-se
de pesquisa bibliográfica em mídia eletrônica, livros, revistas e afins. O método qualitativo
pode ser usado, mas não necessariamente, pois se podem pesquisar fontes estatísticas que
enriquecem o trabalho de forma a alcançar os objetivos. Será realizada uma coleta de dados
com os professores de química, no sentido de analisar suas aspirações, seus medos, suas
decepções, suas vitórias e claro suas perspectivas para o futuro do ensino de química na
escola.
Também será coletado, dados com os alunos, a respeito do que eles pensam
sobre o ensino da química e qual sua opinião sobre o ensino de químico pautado no cotidiano
do aluno. A partir da coleta desses dados far-se-á um quadro diagnóstico que servirá de base
para a manutenção ou então a reorientação dos caminhos da pesquisa. Assim, qualifica-se
como ambiente de trabalho da pesquisa a sala de aula, reunindo os dois lados mais
interessados: os alunos e os professores.
Ressalta-se que a pesquisa se estribará nos virtuosos conceitos da
impessoalidade, a qual reveste o trabalho com um caráter científico, livre das opiniões
pessoais de senso comum do pesquisador, longe de suas idiosincracias, mas sempre orientada
pela conjugação do verbo na terceira pessoa, o que atribui ao trabalho uma confiabilidade
maior. Também se prezará a concisão, cuja relevância está no fato de que ela se atrela à
precisão e clareza, eliminando a prolixidade textual, onde duas palavras podem dizer mais que
dois parágrafos.
Por fim, metodologicamente valer-se-á da simplicidade, pois um texto
científico não é aquela que tão somente usa termos complexos e eruditos, mas sim aquele que
21
une cientificidade com simplicidade. Assim, o projeto de pesquisa, será redigido dentro das
normas da ABNT para se enquadrar dentro de mais um padrão de cientificidade que se busca.
A pesquisa de campo será conduzida no Colégio Estadual 14 de Dezembro,
localizado no município de Peabiru, no estado do Paraná, onde participará da pesquisa com
uma amostra de quarenta alunos do Ensino Médio e cinco professores que lecionam a
disciplina de química e também ciências.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente trabalho buscava investigar, a relevância e a pertinência das nuances
imperceptíveis da Química, no cotidiano humano e a sua aplicação à prática pedagógica, para
que seja possível fazer com que, o aluno entenda que o que ele estuda em sala de aula, está
relacionado com o seu dia a dia.
A pesquisa foi realizada com os dois lados, em um momento com os alunos e
em outro com os professores.
Análise da entrevista com os alunos
Foram selecionados, aleatoriamente, 40 alunos dos 3 anos do Ensino Médio
como mostra a tabela abaixo:
Tabela 1
Ano que estudam Feminino Masculino
1º ano 6 4
2º ano 12 5
3º ano 7 6
Total 25 15
Total Geral 40
Na primeira pergunta os alunos foram perguntados sobre a impressão que
tinham sobre o ensino de química pautado no cotidiano, após análise e tabulação das
entrevistas foi possível perceber, como mostra o gráfico abaixo, que 45% dos entrevistados
acham que o ensino de química pautado no cotidiano é médio. Os alunos vêem o ensino da
disciplina em grau médio à difícil, por a mesma ser desvinculada do dia a dia deles, algo que
não está presente em suas vidas. Segundo Silva (2003) observa-se com frequência um ensino
de Química pautado por uma descontextualização, por uma forma estanque, sem levar em
consideração o dia a dia das pessoas, desvinculado com a história da sociedade.
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Gráfico 1 – Ensino Pautado no Cotidiano
A questão 2 perguntava o seguinte: Qual sua impressão geral a respeito da
disciplina de química quanto ao grau de dificuldade de entendimento? Foi possível verificar
que 60% dos entrevistados encaram a disciplina como grau médio, 20% como fácil e apenas
7% consideram a disciplina como muito difícil, de acordo com o gráfico 2. É possível
entender que se os professores buscarem metodologias que auxiliem o entendimento dos
alunos bem poucos irão considerar a disciplina como difícil. Para Oliveira (2009) a melhoria
da disciplina, é preciso adaptar os conteúdos da disciplina, incentivar o professor a buscar o
aprimoramento do seu modo de ensinar; tornar as aulas de laboratório dinâmicas e
interessantes; melhorar a relação professor-aluno dentre outras sugestões, oriundas da
investigação em um próximo trabalho.
Gráfico 2 – Impressão sobre a disciplina de química
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Os alunos ficaram divididos na questão 3, que perguntava se as atividades de química
trabalhadas em sala de aula estavam relacionadas ao cotidiano. 50% dos entrevistados
disseram que não e os outros 50% disseram que sim. Com estes dados podemos perceber que
metade dos alunos, mesmo que as aulas não sejam voltadas para o cotidiano dos alunos,
conseguem relacionar com o seu dia a dia. Segundo Scafi (2010) contextualizar consiste em
realizar ações buscando estabelecer a analogia entre o conteúdo da educação formal
ministrado em sala e o cotidiano do aluno, de maneira a facilitar o processo de ensino-
aprendizagem pelo contato com o tema e o despertar do interesse pelo conhecimento com
aproximações entre conceitos químicos e a vida do indivíduo. É também criar um ambiente
propício de ensino no qual o aluno possa vislumbrar a aplicabilidade dos conceitos em sua
vida e interligar com experiências pessoais vivenciadas.
Gráfico 3 – Conteúdo das aulas relacionado com o cotidiano
Quando o aluno estuda e capta os conceitos da Química apenas pela abordagem
teórica, não consegue relacionar o que aprendeu com o seu dia-a-dia, e passa a conceber a
disciplina como abstrata e de difícil compreensão. Isso contribui para que a maioria dos alunos
tenha aversão ao ensino de Química, de acordo com Souza [s/d], como foi possível constatar na
pesquisa, na resposta da questão 4 com resultado explicito no gráfico 4, a maioria dos
entrevistados caracterizou o conteúdo em grau médio pelo fato de não conseguirem contextualizá-
la em seu cotidiano, até entendem os conceitos, mas não a vêem na prática.
25
Gráfico 4 – Grau de dificuldade em compreender as propriedades coligativas
Se para os alunos, segundo a pesquisa, a compreensão das propriedades
coligativas é difícil, aplicá-la de maneira prática, fica mais complicado ainda, pois o
percentual no grau de dificuldade teve um aumento, em relação teoria e prática, como mostra
o gráfico 5.
Os professores encontram-se atrelados a uma metodologia tradicional e os
alunos costumam ter aversão aos conteúdos desta disciplina, por considerá-los de difícil
compreensão. (WANDERLEY et. al. 2008)
Gráfico 5 – Aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em propriedades coligativas
26
Se relacionar Metodologia de Ensino com as concepções que os alunos têm a
respeito dos conceitos científicos e suas repercussões na formulação, é possível observar que
as metodologias adotadas pelos professores de ciências e química têm papel fundamental em
sala de aula, pois, é a partir das mesmas que o professor irá intermediar os conhecimentos a
seus alunos (CHAVES E EVANGELISTA, [s/d]).
Ao serem perguntados sobre a modalidade didática mais utilizada pelo
professor nas aulas de química, 58% dos entrevistados disseram que os professores utilizam o
quadro negro, aulas práticas foram citadas apenas por 15% dos alunos entrevistados, como
mostra o gráfico 6. Exposição dialogada e data show são os recursos didáticos que não são
utilizados na escola onde os entrevistados estudam.
Gráfico 6 – Modalidade didática nas aulas de química
Dos entrevistados, 65% consideram as aulas de química monótona, por ser
sempre a mesma coisa, por os professores explicarem muito sem a prática, por os alunos não
entenderem o que está sendo dito, as aulas segundo os entrevistados acontecem apenas em
sala de aula.
27
Gráfico 7 – Como é considerada a aula de química
De acordo com os alunos, raramente ou nunca acontecem aulas praticas
laboratoriais, nenhuma resposta foi catalogada para freqüentemente as aulas acontecem no
laboratório. Talvez isso ocorra, pois como afirma Rosito (2003, p. 206), muitos professores
acreditam que o ensino experimental exige um laboratório montado com materiais e
equipamentos sofisticados, situando a falta disto como a mais importante restrição para o
desenvolvimento de atividades experimentais. Poucos professores acreditam que seja possível
realizar experimentos em sala de aula, ou mesmo fora dela, utilizando materiais de baixo custo
e que este fator possa até contribuir para o desenvolvimento da criatividade dos alunos.
Gráfico 8 – Frequência da aula prática laboratorial
28
A maioria dos alunos, como mostra o gráfico 9, não conseguiria relacionar
nenhum conteúdo de química com o seu dia a dia, os que afirmaram conseguir, deram como
exemplos de conteúdos ácidos e bases, soluções, misturas homogêneas e heterogêneas.
Gráfico 9 – Consegue relacionar algum conteúdo de química com o dia a dia
A última pergunta feita aos alunos foi a seguinte: O professor para alcançar o
sucesso desejado em suas aulas expositivas deve apresentar alguns talentos naturais, como ser:
curioso, pesquisador, flexível, animador, dinâmico, não se deixar levar pelo modismo e ser
criativo. Portanto o seu professor em sala de aula apresenta essas características?
Para responder a questão os alunos ficaram bem divididos, 12% disseram que o
professor não apresenta estas características, 28% afirmaram que às vezes o professor
apresenta sim as características, e o mesmo percentual ficou para os alunos que disseram que
os professores apresentam os talentos naturais em sala de aula.
Gráfico 10 – O professor apresenta talentos naturais em sala
29
Análise da entrevista com os professores
Foram entrevistados 5 professores que lecionam as disciplina de química e
ciências, para entender como eles auxiliam com suas aulas os alunos para que estes
relacionem a química e seus conteúdos com o cotidiano.
Tabela 2
Professores Disciplina
3 Química
2 Ciências
5 Total
Ao serem perguntados sobre a modalidade didática utilizada em sala de aula,
100% dos professores disseram utilizar o quadro negro e o livro didáticos em suas aulas,
apenas 40% dos entrevistados afirmaram realizar aulas práticas, como mostra a tabela 3.
Tabela 3
Recursos didáticos Porcentagem de Professores que utilizam
cada recurso
Quadro negro 100%
Data show 0%
Livro didático 100%
Aulas Práticas 40%
Exposição dialogada 20%
Outros 0%
A pergunta 2 era a respeito da compreensão dos alunos nas aulas de química,
60% dos entrevistados afirmaram que a compreensão dos alunos está em grau médio, 20% a
caracterizam como boa, os outros 20% como ótima, de acordo com o gráfico 11.
30
Gráfico 11 – Compreensão dos alunos nas aulas
Os professores foram questionados sobre a freqüência que utilizam o laboratório para
as aulas práticas, 60% responderam utilizá-lo raramente e os outros 40% que utilizam às
vezes, o que mostra que os professores não estão preocupados com a prática nas aulas de
química.
Para Silva (2010) o conhecimento químico não deve ser visto como um conjunto de
informações isoladas, pré-determinadas e já estabelecidas, mas como um produto do
raciocínio humano, uma construção dele e por isso em contínua transformação. Contudo,
considera-se que a experimentação, a observação, o julgamento crítico constituem-se de
ferramentas essenciais para o Ensino de Química. Desse modo, a relação teoria e prática deve
ser valorizada durante o processo educacional para que a Química seja assimilada de maneira
mais rápida, prazerosa e eficiente. O que está acontecendo na escola pesquisada é que os
professores não estão permitindo essa relação teoria e prática.
Gráfico 12 – Frequência que utiliza o laboratório
31
60% dos professores responderam que ministram 2 aulas de química por
semana em cada turma, quando perguntados sobre a quantidade de aulas semanais por turma,
40% disseram ministrar 3 aulas como mostram o gráfico 13.
Gráfico 13 – Aulas de química ministradas por semana
A respeito do ensido da disciplina de quimica pautada no cotidiano do alunos,
60% dos professores acham dificil disso ocorrer, pois como afirmam Almeida e Cols. (2008) e
Freire e Cols. (2008) trabalhar a química no cotidiano do aluno de forma contextualizada é
uma dificuldade enfrentada por grande parte dos professores, devido principalmente ao
preconceito gerado contra a disciplina (UHMANN E MALDANER, 2006 apud SCAFI,
2010).
Gráfico 14 – Impressão sobre trabalhar a química no cotidiano do aluno
32
A pergunta 6 era para que os professores julgassem o grau de interesse do
educando pela disciplina e destes 60% caracterizaram como ótimo, 20% como excelente e os
outros 20% como bom.
Gráfico 15 – Interesse dos alunos pela disciplina
Quando perguntados sobre a perspectiva para o futuro do ensino de química na
escola 80% caracterizaram como médio e 20% como bom.
Gráfico 16 - Perspectiva para o futuro do ensino de química na escola 17
Os professores foram perguntados se costumam relacionar o conteúdo
ministrado em sala de aula com o cotidiano dos alunos e 80% afirmaram que frequentemente
faz isso, como mostra o gráfico abaixo.
33
Gráfico 187 - Costume de relacionar o conteúdo com o cotidiano
A última pergunta feita os professores trazia o seguinte enunciado: O professor
para alcançar o sucesso desejado em suas aulas expositivas deve apresentar alguns talentos
naturais, como ser: curioso, pesquisador, flexível, animador, dinâmico, não se deixar levar
pelo modismo e ser criativo. Portanto você como educador em sala de aula apresenta essas
características para despertar o interesse do aluno pela disciplina de química?
A resposta foi unanime 100% dos entrevistados afirmaram que frequentemente
eles apresentam os talentos naturais para despertar o interesse dos alunos pela disciplina.
Gráfico 198 – Apresentação das características no despertar dos alunos para a disciplina
34
6. CONCLUSÃO
A pesquisa mostrou que não são os alunos que não gostam da disciplina de
química, mas que eles não entendem pela maneira como é realizadas as aulas. Foi possível
perceber que a relação teoria e pratica com a química e o cotidiano não esta claro na cabeça
dos alunos, e os professores acabaram por se contradizerem, pois afirmaram quase nãos
utilizar o laboratório e realizar atividades práticas, mas na ultima questão disseram
unanimemente que possuem as características que despertam o interesse do aluno em sala de
aula, como ser: curioso, pesquisador, flexível, animador, dinâmico, não se deixar levar pelo
modismo e ser criativo.
É possível perceber com a pesquisa que o ensino da disciplina deve ser baseado
na transmissão de conhecimentos, mas relacionado com o cotidiano dos alunos e com o
desenvolvimento de habilidades investigativas. É preciso que os professores comecem adotar
metodologias para a realização de práticas, contextualizando-as, também utilizando os
diversos recursos áudio visuais disponíveis nos dias atuais para a aprendizagem da disciplina.
A rejeição que ocorre na disciplina de química é devido a desmotivação dos
alunos com aulas monótonas e teóricas, é possível ver em sala de aula alunos
desconcentrados, submetidos a métodos de ensino tradicionais que pouco lhes atrai e motiva, e
professores presos a uma prática de ensino clássica e desestimulados pela busca de métodos
alternativos que possam modificar essa realidade no âmbito escolar. (FERREIRA, et. al. 2009)
35
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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38
8. ANEXOS
QUESTIONÁRIOS DA PESQUISA DE CAMPO
Questionário aos alunos:
1 - Qual sua impressão sobre o ensino de químico pautado no cotidiano?
( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil
2 - Qual sua impressão geral a respeito da disciplina de química quanto ao grau de dificuldade
de entendimento?
( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil
3 - As atividades de química que estão sendo trabalhada em sala de aula estão relacionadas
com o seu cotidiano?
( ) Sim. R: ________________________________________________________________
( ) Não. R: ________________________________________________________________
4 - Qual o grau de dificuldade na compreensão das Propriedades Coligativas?
( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil
5 – Para você, aplicar de maneira prática os conhecimentos adquiridos sobre propriedades
coligativas, será:
( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil
6 - Que tipo de modalidade didática é mais utilizada pelo seu professor nas aulas de química:
( ) Quadro-negro ( ) Data show ( ) Aulas práticas ( ) Exposição dialogada
( ) Livro didático ( ) Outros
7 – Sua aula de química pode ser considerada:
( ) Dinâmica( ) Monótona
Por quê? R: _________________________________________________________________
8 – Com que freqüência é realizada as aulas práticas laboratorial em sua turma?
( ) Freqüentemente( ) Raramente ( ) As vezes ( ) Nunca
9 – Você conseguiria relacionar algum conteúdo de química com o seu dia a dia? Qual?
( ) Sim. R: _______________________________________________________________
( ) Não. R: _______________________________________________________________
39
10 - O professor para alcançar o sucesso desejado em suas aulas expositivas deve apresentar
alguns talentos naturais, como ser: curioso, pesquisador, flexível, animador, dinâmico, não se
deixar levar pelo modismo e ser criativo. Portanto o seu professor em sala de aula trabalha
apresenta essas características?
( ) Freqüentemente ( ) Raramente ( ) As vezes ( ) Nunca
Questionário aos professores:
1 - Que tipo de modalidade didática usa em sua aula?
( ) Quadro-negro ( ) Data show ( ) Aulas práticas ( ) Exposição dialogada
( ) Livro didático ( ) Outros
2 - Quanto à observação da compreensão dos alunos nas aulas de química:
( ) Nula ( ) Boa ( ) Média ( ) Ótima ( ) Excelente
3 – Com que freqüência você utiliza o laboratoriais para a realização de práticas laboratoriais?
( ) Freqüentemente( ) Raramente ( ) As vezes ( ) Nunca
4 – Quantas aulas de química você ministra em cada turma?
( ) Uma ( ) Duas ( ) Três
5 - Qual sua impressão sobre o ensino de químico pautado no cotidiano do aluno?
( ) Fácil ( ) Médio ( ) Difícil ( ) Muito difícil
6 – Julgue o grau de interesse do educando pela sua disciplina:
( ) Nula( ) Boa ( ) Média ( ) Ótima ( ) Excelente
7 – A sua perspectiva para o futuro do ensino de química na escola é:
( ) Nula( ) Boa ( ) Média ( ) Ótima ( ) Excelente
8 – Você procura relacionar o conteúdo ministrado em sala de aula com o cotidiano dos
alunos?
( ) Freqüentemente( ) Raramente ( ) As vezes ( ) Nunca
9 - O professor para alcançar o sucesso desejado em suas aulas expositivas deve apresentar
alguns talentos naturais, como ser: curioso, pesquisador, flexível, animador, dinâmico, não se
deixar levar pelo modismo e ser criativo. Portanto você como educador em sala de aula
apresenta essas características para despertar o interesse do aluno pela disciplina de química?
( ) Freqüentemente( ) Raramente ( ) As vezes ( ) Nunca