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UNIVERSIDADES DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
COLEGIADO DE LETRAS
RAILTON ARAÚJO BALDOINO
A PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA E AS POSSIBILIDADES PARA A
APRENDIZAGEM
Conceição do Coité
2009
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RAILTON ARAÚJO BALDOINO
A PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA E AS POSSIBILIDADES PARA A
APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao Departamento de Educação,
campus XIV, Curso de Letras Vernáculas da Universidade
Estadual da Bahia (UNEB), como instrumento da avaliação
final da disciplina TCC para obtenção do grau de licenciado .
Orientadora: Prof. MS. Paulo de Tarso Vellanes
Conceição do Coité
2009
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AGRADECIMENTOS
A vida é o bem maior que Deus deu à humanidade, por isso já tenho motivo
suficiente para agradecer, mas a bondade do criador concedeu-me muitas outras
motivações. Sou feliz. Superei inúmeras dificuldades, dentre elas, estão os
dezessete anos que passei longe da sala de aula. Hoje, orgulhosamente, agradeço
a Deus por ter concluído a graduação no curso de Letras Vernáculas pela
Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pela qual sinto enorme apreço.
Agradeço a minha família por todo apoio dispensado. Aos meus pais, que
sempre me incentivaram para que voltasse a estudar, aos meus filhos, que são os
meus grandes troféus e foi um dos grandes motivos que me fizeram retomar os
estudos depois de tantos anos, e à minha extraordinária esposa, pelo
companheirismo nos momentos mais dolorosos da minha vida e por toda confiança
que tem para comigo fortalecendo assim, o relacionamento.
A Universidade do Estado da Bahia para mim, foi uma catequese, nesses
dezessete anos de serviços prestados à essa estimada instituição educacional como
vigilante, o aprendizado foi intenso. Muito obrigado a todos: aos diretores, desde o
Prof. Pe. Luiz Rodrigues de Oliveira à Prof. Joselita da Silva Gabriel, aos
professores todos pelo carinho, compreensão e respeito, aos técnicos
administrativos, por todos os momentos que passamos juntos, às zeladoras, por
tantos anos de dedicação para proporcionar o ambiente saudável e acolhedor.
Aos meus colegas vigilantes, agradecer é pouco. Colocaram-se
incondicionalmente, à disposição substituindo-me nos horários em que estava de
plantão, para que eu pudesse estudar da melhor maneira possível. Muito obrigado
mesmo..., pelo apoio, pelo companheirismo e compreensão. Que vocês também,
assim como eu, possam sentir o prazer de mergulhar nos livros e descobrir que, a
magia das letras é uma realidade possível. Deus abençoe todos vocês com suas
famílias.
A minha turma, muito obrigado pelo respeito a mim dispensado durante o
curso. Que o “tio” Rai continue sendo amigo e companheiro de vocês, por longos
anos. Um abraço a todos que me apoiaram nessa jornada, e que a força do espírito
Santo desça sobre cada um de vocês, para que a felicidade perdure para sempre.
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RESUMO
Esse trabalho procura entender o porquê do afastamento das famílias com relação
à vida escolar dos filhos. Analisa os conteúdos oferecidos em sala de aula, no intuito
de compreender por que há tanto desinteresse por parte dos alunos no que diz
respeito a determinadas disciplinas. O trabalho aborda a família e a escola como as
instituições mais importante da sociedade, esclarece a sua função social,
compreende também que, o verdadeiro papel da educação na sociedade é formar o
cidadão por inteiro, dando-lhe todas as possibilidades de atuar no meio em que vive
com dignidade, além de respeitar os conhecimentos prévios desse sujeito. Nas
entrevistas feitas a professores, pais e alunos foi constatado que há insatisfação por
parte de todos, e que a causa do fracasso escolar, também não é desconhecida.
Pode-se concluir depois da análise dos dados, que as duas instituições em questão,
precisam-se comprometer mais, no sentido de ajudar os seus alunos e filhos em
relação à educação, mostrando sua importância para o cidadão viver no meio social,
como também para sua vida em particular.
ABSTRACT
This work seeks to understand why the removal of families in relation to school
life of children. Analyzes the content offered in the classroom in order to understand why
there is so much disinterest on the part of students with regard to
certaindisciplines. The paper deals with the family and school as themost
important institutions of society, clarifies its social function,also understands that the true
role of education in society is to educate the public as a whole, giving you every
opportunity to actin the middle who lives with dignity, and respect the prior knowledge of this
subject. In interviews with teachers, parents and students it was found that there is
dissatisfaction by all, and that the cause of school failure, is also not unknown. It can be
concluded after analyzing the data, the two institutions concerned,need to commit more,
to help their students and children in relation to education, showing its importance to
the citizens livingin the social environment, but also for your life in particular.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------------1
I CAPÍTULO---------------------------------------------------------------------------------------------2
1.0 Escola e família transformando a educação------------------------------------------------7
1.1 O que é família.-----------------------------------------------------------------------------------7
1.2 O Que educação.--------------------------------------------------------------------------------10
2.0 Fins da educação.--------------------------------------------------------------------------------10
3.0 O que é escola.-----------------------------------------------------------------------------------13
3.1 A função social da escola.--------------------------------------------------------------------13
II CAPÍTULO--------------------------------------------------------------------------------------------15
1. Metodologia. -----------------------------------------------------------------------------------------15
1.1 Entrevista.-------------------------------------------------------------------------------------------16
III CAPÍTULO------------------------------------------------------------------------------------------18
1. Análise dos dados.--------------------------------------------------------------------------------18
1.1 Da parceria entre pais e professores.------------------------------------------------------18
1.2 Da influência da presença dos pais no processo de ensino/aprendizagem.--20
1.3 Das contribuições pessoais e sociais para o cidadão.--------------------------------22
1.4 Do desinteresse pelos conteúdos oferecidos em sala de aula.--------------------24
1.5 Dos conteúdos que ser trabalhados na escola.-----------------------------------------26
1.6 Dos resultados no final do ano letivo.------------------------------------------------------27
CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------------------------29
REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------------------------31
ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------33
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INTRODUÇÃO
A escolha desse tema surgiu da inquietação de muitos educadores acerca
da falta de participação ativa da família no processo de ensino/aprendizagem dos
alunos e por entender que uma aproximação maior entre as instituições escola e
família fortaleceria o relacionamento. A parceria criaria uma ponte através da qual
pudesse acontecer troca de informações precisas, que beneficiassem o aluno nas
atividades da escola de tal forma a incentivá-lo durante todo processo educativo.
O educador em alguns casos, quase sempre fica indefeso, pois a direção do
estabelecimento de ensino, às vezes, desmerecendo o profissional, também acredita
na possibilidade de que o único responsável pelo fracasso escolar é o professor.
Uma possível parceria que contemple a família e a escola, sendo que cada uma
assuma a sua responsabilidade, considerando que tanto uma quanto a outra
funciona como eixo para que a sociedade obtenha segurança e harmonia, talvez
desperte no aluno a vontade de querer aprender e valorizar a escola.
Outro fator que despertou o interesse por esse tema, é que a família está em
primeiro lugar no que se refere à transmissão de valores éticos e morais aos filhos.
Os quais devem ser voltados para a formação do cidadão, ajudando-o a encarar as
dificuldades e encontrar meios legais para resolvê-las, ou seja, a criança, o jovem e
porque não dizer também o adulto precisa saber lidar com os problemas e
sabiamente encontrar resoluções para eles.
Acredita-se que, se todos participarem do processo interacionista, se
conhecerem as suas realidades, juntos buscarão um novo caminho possível para a
construção do conhecimento. O resultado seria bastante satisfatório e os sinais
positivos seriam perceptíveis nos comportamentos tanto em relação às atividades da
escola quanto na sua interação no convívio familiar. Faz-se necessário repensar a
educação, principalmente, no aspecto aprendizagem, uma vez que a falta de
relacionamento efetivo entre escola e família, tem implicado muitos problemas,
dentre eles estão: o bloqueio do aluno e o desinteresse quanto aos assuntos
abordados em sala de aula.
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CAPÍTULO I
ESCOLA E FAMÍLIA TRANSFORMANDO A EDUCAÇÃO.
1.1 O que é família
Há muitas definições para essa pergunta, família pode ser um grupo de
pessoas descendentes a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção, no
ultimo sentido é quando se acolhe um indivíduo e este é considerado como filho.
Pode considerar que na família sempre há laços os quais permitem a
respeitabilidade dos membros, que de acordo com o relacionamento entre eles
perdura uma vida inteira. Podemos dizer ainda que família é um conjunto de
exigências que organiza a interação da convivência de pessoas de maneira
harmoniosa,
[...]o que unia os membros da família antiga era algo mais poderoso que o nascimento, o sentimento ou a força física: e esse poder se encontra na religião do lar e dos antepassados. A religião fez com que a família formasse um só corpo nesta e na outra vida, (COULANGES 2004, p. 45).
Na época do Brasil colônia, havia a família monogâmica que se fundia sob um
casamento entre duas pessoas com a obrigação de coabitação exclusiva, a
fidelidade, o controle do homem sobre a mulher, e os filhos e a garantia de
descendência. Outro tipo de família, o consangüíneo que corresponde ao
intercasamento de irmãos e irmãs carnais e colaterais no interior de um grupo. O
casamento entre várias irmãs carnais com os maridos de cada uma das outras é a
chamada família punaluana. A família sindiásmica, essa permite o casamento entre
os casais mas sem a obrigação de morarem juntos e ainda a família patriarcal na
qual o homem pode casar com diversas mulheres. Prado (1991, p. 12) diz o
seguinte:
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[...]A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado.
A família, no entanto, depois de tantos conceitos, pode ser considerada
como o pilar que dá sustento à sociedade, se estiver desajustada certamente suas
bases estarão fragilizadas e pode-se ter como conseqüência a geração do menino
de rua e mais tarde do traficante. A sociedade hoje, se encontra fragilizada, devido à
má estruturação da família. A referida instituição tem como função social, formar o
sujeito, transmitir valores para que se torne um cidadão de bem.
Segundo Samara (1996, p.11), na época do Brasil colônia a família era
constituída pelos membros no seio familiar e por todos os que pertencessem a ela
de uma forma ou de outra como: escravos, pessoas com algum grau de parentesco,
que viviam sob o mesmo teto eram considerados da família. Outro aspecto que
pode ser observado nesse modelo familiar é o fato de que o proprietário dos
escravos, quando a Sinhá estava para ganhar bebê, escolhia uma ama das
melhores para a amamentação. Além de tomar contar de todos os negócios da
família.
No período que os pais era quem decidiam o futuro dos filhos, caso algum se
recusasse da decisão tomada, ficaria imediatamente fora dos planos da família, o
chefe criava um testamento excluindo-o (a) de todo o benefício, “herança”, que
algum dia pudesse ter direito. Tratamento diferente se dava ao filho(a) que, sem
fazer questionamentos, aceitasse de bom grado aquela decisão carregada de
conveniências, o que geralmente ficava entre alguém com o grau de parentesco
muito próximo para não correr o risco de espalhar o patrimônio da família.
O que também pode ser observado nos relacionamentos dos séculos XVI ao
XIX é que, mesmo as mulheres que aceitaram o casamento arranjado pelo pai, não
se submeteram aos maus tratos dos maridos, por conta disso, e muitas vezes por
questões de temperamento, houve inúmeras separações, mas nem por isso a casa
ficou desprovida de um chefe. A partir do século XIX, com o movimento feminista,
mulher, por sua vez, assumiu a responsabilidade que antes era digna apenas dos
homens, entraram no mercado de trabalho na expectativa de resgatar sua
identidade, na certeza de que daria conta de ser mãe, pai e empregada ao mesmo
tempo.
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A grande surpresa foi que a figura feminina se superou, conseguiu suprir as
necessidades financeiras, emocionais e afetivas da família. Outro fator que provocou
a dissolução do casamento no período colonial, foi a questão da esterilidade
feminina, segundo Coulanges ( 2004, P. 56): “o divórcio, para esse caso, foi
sempre, entre os antigos, um direito; é mesmo possível que tenha sido até
obrigação”.
Devido ao fracasso matrimonial, da época, a Igreja Católica, no Brasil, de
certa forma preocupada com o bem estar dos fiéis, entrou na defensiva contra o
concubinato e o adultério para proteger, na medida do possível, as famílias do mal
da separação. A punição encontrada para esse tipo de comportamento foi a
excomunhão. Depois de algumas reflexões feitas acerca do assunto, a Igreja chegou
à conclusão de que podia abrir um precedente com relação à separação: se a
mulher se sentisse difamada pelo marido, tinha o direito de pedir o divórcio. O
motivo seria ser acusada de não ter casada virgem.
Hoje em dia tudo parece diferente, as famílias são formadas de várias formas
inclusive de mãe apenas, ou de pais. Mesmo nas famílias onde há uma constituição
tradicional, pai, mãe e filhos, por diversos fatores surge a necessidade de a mãe
deixar o seu lar durante o dia para dar conta de outras atribuições que o marido
sozinho não consegue, ou seja, sair à procura de emprego e colaborar com as
despesas da casa, para isso faz-se necessário que os filhos fiquem com a
empregada ou então deixar em creches o que de certa forma, provoca o
afastamento desses para com sua mãe.
Há nas famílias contemporâneas, uma complexidade no que diz respeito ao
cuidado com os filhos, uma vez que os meios de comunicação anunciam a todos
instantes agressões a crianças causadas por babás. As empregadas não tomam
conta dessas como deveriam e as maltratam impiedosamente, fato que preocupa os
pais que não vêem alternativas, pois e precisam deixar as crianças com alguém
desconhecido correndo todo o risco.
Outro modelo familiar que está sendo adotado é aquele no qual quem sai para
trabalhar é a mulher e o esposo fica em casa tomando conta dos filhos. Este modelo
quebra toda estrutura daquele do período colonial, totalmente machista. Naquela
época, a mulher sequer tinha o direito de ir até a sala e não podia dar opiniões sobre
os assuntos da família.
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2. O Que educação
Há, ao longo da história, discussões diversas acerca do que seria educação,
muitos conceitos foram dados: a educação poderia ser o canal de acesso que
levaria o (a) cidadão (ã) à sociedade; ao contrário da competição, seria um processo
de estímulo à auto-superação, Nérici (1985) sugere que:
[...] Educação é o processo que visa a explicitar as possibilidades do indivíduo, em estreita relação com o meio, tendo em vista capacitá-lo a atuar no mesmo com eficiência, criatividade e responsabilidade, com vistas primeiras ao atendimento de necessidades e aspirações individuais e vistas últimas à continuidade de esforços das gerações, à permanente atualização dos indivíduos e das instituições, ao desenvolvimento social e à constante elevação espiritual do homem (p. 9).
Seja qual for o enfoque, a educação acima de qualquer coisa, deve-se
concretizar em virtude do homem/mulher, dando a ele (a) capacidade de
compreensão, de raciocínio, de aprendizagem dentre outros, para que saiba
relacionar-se consigo mesmo e com o meio em que está inserido.
2.1 Fins da educação
A educação visa contemplar o cidadão de tal forma que o capacite a solucionar
problemas das diversas dimensões que possam surgir, para isso Nérici estabeleceu
três fins que considera indispensáveis para que a educação aconteça na sua
essência, são eles: os fins pessoais, os fins sociais e os fins transcendentais.
Os fins pessoais dizem respeito diretamente ao indivíduo, pode-se dizer que
esse é a base, nele começa todo processo educacional. No estágio em questão, a
pessoa vai desenvolver o seu potencial emocional, o intelectual e o nível mental,
nesse último, é necessário um cuidado especial, pois há pessoas que sentem mais
dificuldades do que outras quanto ao processo de assimilação, Nérici (1985) diz
ainda que:
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[...] A educação deve levar o indivíduo a conhecer-se em todos os seus aspectos. Mas sob um ponto de vista pragmático, a educação deve fazer com que o indivíduo se conheça quanto às suas aptidões e vocação, a fim de auxiliá-lo a se encaminhar, o mais acertadamente no setor da profissionalização ou da prestação de serviços à comunidade e a si, como forma de sobrevivência econômica. O indivíduo assim esclarecido teria maiores probabilidades de alcançar satisfação pessoal e de sucesso em sua carreira profissional (p. 25).
O fim social da educação tem por objetivo, capacitar o indivíduo no sentido de
transmitir valores tais como: cultura, costumes e religião, vividos por uma geração
inteira, a fim de não desvincular este das suas raízes; capacitá-lo profissionalmente,
inclusive reciclando-o para que atenda às necessidades de: alimentação, moradia,
vestuário, saúde etc. Nérici (1985) comenta que “A educação tem papel decisivo
quanto à adaptação contínua do homem à sociedade, uma vez que esta se encontra
em constante estado de transformação, por influência de uma série de fatores”.
A educação terá cumprido seu papel à medida que formar o cidadão
participante, aquele que procura estar a par da realidade, dos problemas da sua
comunidade, procurando cooperar, dentro das suas limitações, para que as pessoas
que ali vivem, sintam-se felizes. Por último, a educação abrange também os fins
transcendentais, esse está ligado ao lado estético do homem, mas, sobretudo vai
desenvolver a capacidade de pensar e mais, vai conduzi-lo a uma religião.
Muitas questões estão envolvidas no processo educativo com relação a
aprendizagem.Um dos fatores, acredito que o primeiro a ser observado, é onde a
criança ou adolescente vive, quais suas condições de vida, isto é, deve ser levado
em consideração. Se há meio de locomoção que facilite o acesso do aluno à escola,
se os pais são alfabetizados e tem como fazer um acompanhamento ajudando-o nas
tarefas de casa, se trabalha, o horário e local de trabalho, qual o tipo de trabalho.
Enfim uma série de abordagens precisa ser feitas para então saber qual
caminho trilhar na tentativa de conduzir não apenas o estudante, mas também a
família por um caminho que o leve ao ponto de partida, a descoberta de como
aprender e como despertar o interesse do aluno pelas atividades dentro e fora da
sala de aula. para Gentile (2006):
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[...] Escola e família têm os mesmos objetivos: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. As instituições que conseguiram transformar os pais ou responsáveis em parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa, ( p.32).
É com essa preocupação que todos devem abraçar esta causa certos de que
juntos poderão afastar do seu currículo a repetência, o monstro que amedronta
vários alunos que se sentem inseguros, evitando dessa forma que haja
posteriormente turmas com meninos e meninas de idade desproporcional. (Gordié
(1996) assegura que:
A posição de fracasso que a criança ressente, caso perdure, inicia um processo de exclusão, de rejeição. “Aquele que não acompanha” é muitas vezes, abandonado à sua sorte. Antigamente, ele era relegado ao fundo da classe: Não é preciso que a classe “avance”, que o programa seja respeitado, que todas as crianças saibam ler após 6 meses de aula? (p. 32).
Eis aí porque é inadiável buscar parceiros para esta difícil empreitada, não há
porque desviar os rumores, se a família continuar de fora dessa briga talvez em
futuro próximo a reversão para problemas graves como é o da educação em nosso
País, esteja longe do nosso alcance.
Gentile (2003) a diz que: “a distorção idade-série preocupa educadores”
segundo essa autora tal disparidade tem causado sérios transtornos a alunos com
dificuldade de aprendizagem e acabam sendo reprovados no final do ano letivo.
Gentile considera a repetência o fator principal da evasão escolar, a entrada tardia
na escola que antes era considerado como tal, agora é um fator de menos
importância pois a LDB (Lei de Diretrizes e Bases n° 9394/96), já proporciona novas
possibilidades para um possível acompanhamento de séries como os programas de
progressão continuada e as classes de aceleração.
De qualquer forma, mesmo não atendendo de fato as expectativas reais do
processo de aprendizagem, é uma maneira menos constrangedora para aqueles
que repetem a série, pelo menos com relação a diferença de idade
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3. O QUE É ESCOLA
Na realidade, há muitos equívocos ao conceituar esta instituição, alguns pais a
consideram como se fosse a extensão da família, mas não pela sua importância e
função social mas por transferirem a responsabilidade que é sua de fato, para os
professores. Estes muitas vezes agem de forma equivocada, quando ficam presos
aos conteúdos que dizem respeito apenas à sua disciplina, Enguita, (1990b, 152
apud SACRISTÁN E GÓMEZ) diz que:
[...]a escola é uma trama de relações sociais materiais que organizam a experiência cotidiana e pessoal do aluno/a com a mesma força ou mais que as relações de produção podem organizar as do operário na oficina ou as do pequeno produtor no mercado.
Portanto, pode-se afirmar que escola consiste no espaço onde se constrói um
conhecimento formal e sistemático sobre o mundo, possibilitando, portanto ao
cidadão, a capacidade de enfrentar os desafios propostos pela sociedade.
3.1 A função social da escola
A escola tem uma responsabilidade muito grande no que se refere à sua
função social, depois da família, o encargo de formar cidadão (a) é seu, dessa
forma os professores também devem assumir o compromisso de levar não
apenas conteúdos inerentes aos manuais, mas os que envolvam o aluno na sua
totalidade, Zabala, (1998) coloca o seguinte:
[...] Os conteúdos de aprendizagem não se reduzem unicamente às contribuições das disciplinas ou materiais tradicionais. Portanto, também são conteúdos de aprendizagem todos aqueles que possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social (p.30).
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Em cada caso deve-se utilizar uma forma de ensinar adequada à
necessidade de cada aluno e depois que se tiver oferecido o suporte suficiente
para que ele supere o obstáculo que o impede de aprender. Após realizada a
atividade deve-se fazer uma avaliação individual para averiguar sua potencialidade,
mas de maneira que contribua e estimule o interesse para as atividades
posteriores, Zabala (1998) acentua ainda que:
[...] Não basta que os alunos se encontrem frente a conteúdos para aprender, é necessário que diante destes possam atualizar seus esquemas de conhecimento, compará-los com o que é novo, identificar a semelhança e diferenças e integrá-las em seus esquemas, comprovar que o resultado tem certa coerência (p. 37).
Segundo o autor, quando a escola procede desta forma, está produzindo
aprendizagem significativa dos conteúdos apresentados, na medida em que os
professores ignoram ou desvinculam do ensino, tudo que está relacionado ao
convívio do aluno, não é uma aprendizagem completa. É superficial.
A parceria escola/família é fundamental para que se construa uma educação
de qualidade. Nos dias atuais urge a necessidade das duas instituições se
entenderem melhor e começarem um novo processo educacional valorizando os
princípios de cada uma. O capítulo seguinte abordará algumas possíveis propostas
que poderão ser adotadas pelas escolas e pelas famílias durante o ano letivo ou
talvez até após o período das aulas.
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II CAPÍTULO
1. METODOLOGIA
A escolha pelo questionário se deu devido à dificuldade de expressão dos
participantes, embora a entrevista seja mais eficiente, porque é o tipo de técnica, a
qual o pesquisador proporciona espaço para que o pesquisado coloque seu ponto
de vista com maior espontaneidade, o questionário, se bem trabalhado, poderá obter
resultados bastante satisfatórios, desde que o pesquisador deixe o seu objeto de
pesquisa à vontade durante o diálogo.
Outra técnica pela qual optei, foi a observação participante pelo fato de que,
há por parte do pesquisador, enorme responsabilidade, uma vez que é parte
integrante de todo o processo, em que pesquisador e pesquisado se confundem.
Sobre isso Marconi e Lakatos (2002) comentam que:
[...] O observador participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade, pelo fato de exercer influência no grupo, ser influenciado por antipatias ou simpatias pessoais, e pelo choque dos quadros de referência entre observador e observado, ( IDEM, p.91)
Os autores querem dizer que, deve-se cuidar para não interferir na opinião do
seu objeto de pesquisa, do contrário haverá distorção no resultado final do processo,
e pode-se correr sério risco de não alcançar o objetivo desejado. A preocupação,
nessa fase da coleta de dados, por parte do pesquisador, é ele não influenciar nas
respostas, o que prejudicaria e talvez pudesse comprometer sua pretensão, que
seria a de abstrair, sem exercer nenhuma pressão, ou seja, com espontaneidade, as
ideias do pesquisado. Na verdade, a intenção não é de se envolver a ponto de
insinuar, ou talvez, dar pistas para que o outro responda. Marconi e Lakatos (2002,
p. 91) afirmam que:
[...] O objetivo inicial seria ganhar confiança do grupo, fazer os indivíduos compreenderem a importância da investigação, sem ocultar o seu objetivo ou sua missão, mas em certas circunstâncias, há mais vantagem no anonimato.
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Significa dizer, portanto, que o pesquisador, além de saber definitivamente o
seu ponto de chegada durante todo o processo investigatório, deve transmitir para o
grupo, um nível de confiança tal, que o deixe à vontade, quanto aos
questionamentos feitos. Esse posicionamento fará com que a pessoa sinta-se
disposta a respondê-los sem qualquer objeção, como também poderá obter
respostas, as mais verdadeiras possíveis por parte dos componentes participantes.
Com isso, o trabalho realizado será mais bem conduzido, com a probabilidade de,
no final, ter seus objetivos alcançados mais facilmente.
1.1 Entrevista
Segundo Marconi e Lakatos (2002, p.92), “entrevista é um encontro entre
duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto”. Parte desse princípio, a escolha por essa modalidade de
pesquisa. O questionário, mais fácil de ser trabalhado, não é tão seguro, pois
possibilita que o informante elabore suas respostas de forma muito criteriosamente e
não dê margem ao pesquisador para fazer sua análise de dados com a devida
autenticidade, porque neste caso, a informação não foi espontânea, houve
planejamento prévio por parte de quem a concedeu, e nesse caso poderá haver
interferência no resultado.
A entrevista, portanto, segundo ainda os autores, pela sua natureza, facilita o
diálogo entre as duas partes. Mas para que isso aconteça, a confiança é
fundamental. O entrevistado, no entanto, deve ser certificado de que sua integridade
será mantida pelo entrevistador e que não há risco algum de comprometimento na
transmissão das informações. Se proceder conforme o esperado, depois de longa
conversa descontraída, haverá aproveitamento satisfatório da coleta de dados. O
benefício será triplicado, ou seja, a reflexão sobre os aspectos analisados será feita
pelo pesquisador, pela escola, que certamente na oportunidade, programará alguma
atividade que envolva todos os sujeitos interessados, e pela família.
A entrevista constou de questões abertas, iguais paras todas as pessoas do
grupo, porém a abordagem será feita separadamente, para não haver intervenção
nas respostas uns dos outros. Os sujeitos entrevistados são: cinco professores da
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Escola Estadual Almir Passos de Araújo, onde a pesquisa se realizará, dentre eles,
o diretor; cinco famílias cujos filhos estudem na referida escola. Os membros da
família entrevistados serão: o pai, a mãe e o filho (aluno). A intenção é comparar
todos os dados e observar se há pontos em comum que possam ser discutidos e na
medida do possível, colocados em prática.
A pesquisa tem por objetivo colher informações acerca do ponto de vista, da
escola, para isso as questões serão direcionadas aos professores, a intenção é
descobrir se há interesse da família no processo de ensino-aprendizagem. Nas
questões referentes aos pais, tem por objetivo saber o porquê do afastamento com
relação ao acompanhamento dos filhos na escola. E por último, os filhos serão
questionados, estes irão esclarecer se a metodologia é satisfatória e se os
conteúdos condizem com sua realidade.
A escola Almir Passos possui quatro salas de aula, com boas instalações, um
pequeno laboratório de informática recém-inaugurado, biblioteca com muitos livros
de acordo com as disciplinas oferecidas, quadra de esportes, TV e outros
equipamentos didáticos, que devem ser utilizados como auxílio ao professor.
Conclui-se, portanto que naquele espaço de educação, possui as condições
mínimas para se realizar um bom trabalho em sala de aula.
No seu quadro de funcionários, está lotada com 20 professores, dos quais 13
são graduados em Letras Vernáculas e Letras com Inglês pela Universidade do
Estado da Bahia, Coité, 01 possui duas graduações, Geografia e pedagogia, e mais
um cursou Geografia, 02 estão fazendo o curso superior e três possui apenas o
ensino médio. A escola dispõe de 03 porteiros e 15 zeladoras, porém não há
atividade específica para cada uma, ou seja, fazem também trabalho na secretaria
se necessário.
O total de alunos que frequentam a escola, é de 563, a maioria deles reside
na zona rural. Seu funcionamento se dá nos três turnos assim divididos: o matutino
contempla as séries da 5ª à 8ª, o turno vespertino é frequentado por alunos de
séries iguais. À noite, no entanto, a escola abre espaço para os alunos que não
tiveram oportunidade de estudar, ou para aqueles que não aproveitaram essa
chance, o curso oferecido é o de Educação para jovens e adultos (EJA). É
importante ressaltar que o perfil desses que, estudam no turno noturno, difere dos
demais, uma vez que esses estão em busca do tempo perdido.
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III CAPÍTULO
1. ANÁLISE DOS DASOS
1.1 Da parceria entre pais e professores
A professora AMB acredita na possibilidade de um diálogo mais profundo entre
a escola e a família, desde que a segunda seja mais participativa na formação dos
filhos, dividindo responsabilidades com a escola, sem transferir para o professor o papel
que lhe é próprio, como é o caso da educação doméstica.
A professora NCMS também acredita na aproximação, segundo a pesquisada,
com a ausência da família, fica quase impossível desenvolver um bom trabalho com os
alunos em sala de aula.
A professora RCO diz que é possível, só precisa que os pais sejam mais
participativos na vida dos filhos, não só nos outros aspectos sociais, mas
principalmente, na vida escolar deles.
A mãe MLSS, é professora e diretora de uma escola na zona rural do
município, segundo ela, a escola precisa aproximar pais, professores e alunos, pois
esse contato permite que todos os envolvidos no processo de aprendizagem,
desenvolvam um trabalho mais especificamente voltado para a realidade dos
estudantes.
LCS é mãe e participa de todas as atividades promovidas pela escola, entende
ela, que em primeiro lugar, falta interesse por parte dos alunos, em sua opinião, os
professores estão quase sempre querendo ajudar. A mãe informou ainda que às vezes
acontece uma professora ou outra trazer seus problemas pessoais para a sala de aula,
e que isso prejudica um pouco na questão do relacionamento com os alunos.
A mãe LSSN, estuda na mesma escola que a filha JSN, destacou a importância
da parceria porque, algumas vezes presenciou a direção da escola e os professores
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convidarem os pais e conversarem a respeito dos fatos ocorridos na escola, e foi
percebida alguma mudança no comportamento desses alunos.
A aluna JSN, nas suas colocações, observou que, apesar das possibilidades de
aproximação entre as duas instituições, existem pais que não dão importância, outros
que não concordam com a parceria.
EMRS também é estudante, ela pensa que deveria haver um relacionamento
mais estreito entre pais e professores, mas nenhuma das partes se disponibiliza em
conversar, muito menos em buscar soluções.
SSS vive com a mãe, que é separada, acredita que a influência positiva dos
pais favorece para que despertem nos filhos, mais interesse pelos estudos.
Das informações obtidas, pode-se concluir, portanto, que todas as pessoas
interessadas ou não, no processo educacional, estão preocupadas com o afastamento
existente entre a família e a escola. Pais, professores e alunos demonstraram que há
falha no relacionamento e apresentaram posicionamentos similares no que diz respeito
ao entendimento e à responsabilidade de se educar, que deve ser de todos, ou seja, a
sociedade na sua totalidade, não pode se tornar indiferentes com problemas
encontrados na educação.
Pelo que foi observado durante todo o período de investigação, há
fragmentação no processo de ensino/aprendizagem. De um lado o professor,
desmotivado por não conseguir desenvolver suas atividades na sala por conta da
indisciplina, fica vulnerável às tentações de não mais preparar tarefas para serem
trabalhadas com os alunos, do outro, a família que, não se sente preparada para
orientar seus filhos nas tarefas de casa.
Para o profissional, isso causa uma sensação de fracasso. O fato de não atrair
a atenção dos alunos e consequentemente, fazer-se entender, é sinal de que não há
sucesso na forma como o processo educativo acontece. A família por sua vez, não se
encontra em situação diferente, pois a conduta dos filhos, em casa, é similar àquela
adotada na escola, diante dos professores. Mesmo diante dessa constatação, família e
escola não se permitem a busca de soluções para o problema.
Apesar de não haver diálogo, é perceptível grande preocupação por parte de
todos. Pais, professores e alunos na verdade, desejam sim, que a escola seja lugar
onde o aprendizado aconteça na sua plenitude. O que ainda não se descobriu, foi qual
o caminho seguir, como traçar metas de ensino, com as quais todos participem de fato.
O ponto de vista de cada um é um tijolo importante na construção da educação.
20
Tornarem-se parceiros é de extrema relevância para que o aluno sinta-se seguro diante
das decisões a serem tomadas, na sua vida pessoal e profissional.
1.2 Da influência da presença dos pais no processo de aprendizagem
A professora AMB destaca que os pais devem acompanhar os filhos, uma vez
que eles precisam desse apoio fora da escola.
A professora NCMS trabalha no turno matutino, em suas colocações, disse
que a parceria escola/família é a formula perfeita para que haja aprendizado, até
porque, a família é a primeira escola.
RCO, professora e vice-diretora atribuiu o distanciamento que há em relação
aos filhos, à inversão de valores sociais, “o ter ocupou o lugar do ser”, os pais para
assumir suas obrigações domésticas, ocupam maior parte do seu tempo no trabalho,
deixando a desejar o acompanhamento diário com os filhos. Segundo a professora, o
consumismo provoca o esquecimento dos princípios recebidos, inclusive o religioso ou
até mesmo a verdadeira importância da educação. A sociedade muitas vezes não está
preocupada em valorizar o homem na sua essência, cuida apenas da aparência, e esse
sujeito é induzido a levar uma vida superficial, longe da sua realidade.
MLSS destaca que vários estudiosos estão preocupados com essa
aproximação. Dar exemplo da escritora Paola Gentile, que em um dos seus artigos à
revista Nova Escola, alerta para a questão cultural. A informante acrescentou que o
professor precisa conhecer e valorizar a cultura dos alunos.
Na abordagem feita a LSSN, ela afirmou que os alunos não gostam de
estudar, e que os professores conversam a respeito da importância dos estudos para o
seu futuro. Há uma falha, no entanto, por parte dos pais que, não incentivam os filhos
no sentido de conscientizar de que é necessário assumir suas responsabilidades, e o
interesse pelos estudos é uma delas.
A presença dos pais durante todo o processo escolar dos filhos influencia sim
na aprendizagem, afirmou CMS. Os pais não devem deixar toda a responsabilidade
para os professores.
JSN – A família pode incentivar os seus, a querer descobrir novos horizontes
através dos estudos, Pode também demonstrar a criança ou jovem que, quem estuda,
21
tem outras perspectivas no seu convívio social, ou seja, não há dúvidas de que
principalmente, o mercado de trabalho, competitivo da forma que estar, dará prioridades
àquele que aproveitou os ensinamentos na época em que frequentava a escola e
tornou-se um cidadão capaz de satisfazer as exigências da sociedade atual.
Na opinião de EMRS, que é a mais velha dos três irmãos, os pais devem estar
perto dos filhos, não apenas nas atividades escolares, como também em outros
momentos das suas vidas. Na escola, afirma a aluna que os alunos sentem-se como se
estivessem exilados.
SSS não acredita no acompanhamento de pai para filho, em relação às
atividades estudantis, a aluna coloca que mesmo com o incentivo dos pais, os filhos
continuarão fazendo suas tarefas por obrigação. A jovem ainda não descarta a
possibilidade do velho método, a imposição. Para ela, os pais em alguns casos,
precisam ser autoritários, de outra forma, os filhos não estudam.
Pode-se inferir dos dados expostos, que há consciência da responsabilidade no
processo educacional. Todos sabem qual o papel de cada um. Foi dito que a família,
pela sua estrutura, é a primeira escola. Os depoimentos também demonstraram que há
inversão de valores nas famílias. O sistema capitalista induz as pessoas ao desejo de
consumir sempre mais. Estas se rendem à tentação e se tornam escravas do trabalho,
para satisfazer às insinuações sociais. Não se dão conta de que, deixam sua própria
vida de lado, no corre-corre do dia a dia, e tudo ao seu redor passa despercebido.
Há também equívoco quanto aos papéis, os pais quase sempre, transferem a
missão de ensinar valores éticos e morais a seus filhos, para os professores que não
raro, exercem de maneira pouco contemplativa, sua missão primeira, transmitir os
conteúdos das disciplinas. Devido a tantas atribuições dadas ao professor, este não
consegue e não deve assumir também o papel de pai. O suporte acerca dos princípios
e valores devem acontecer no ambiente familiar.
Por último, pode-se perceber o desinteresse dos alunos pelos conteúdos
oferecidos na escola. Nesta fase, pais e professores devem incentivá-los e mostrá-los a
importância da educação para o cidadão. Todos são responsáveis pelo futuro do aluno
e precisam assumir a responsabilidade de inseri-lo na sociedade, de forma que possa
corresponder às demandas ao meio onde vai atuar. O apoio, sobretudo, da família,
pode ser o ponto de partida para o sucesso pessoal e profissional do sujeito na
sociedade.
22
Família e escola jamais devem ficar indiferentes perante à gravidade dos
problemas sociais que os cidadãos, principalmente os jovens, enfrentam. Por saber que
a estrutura desses indivíduos ainda é frágil para ter discernimento suficiente no ato da
escolha de qual atitude tomar e não se prejudicar em situações perigosas, esses
educadores primordiais, é quem darão as instruções para resolução de tais problemas.
Se cada um responder por seus atos e não deixarem a inversão de valor social devorar
crianças e adolescentes, a sociedade finalmente se tornará em um ambiente saudável,
bom de viver.
1.3 Das contribuições pessoais e sociais para o cidadão
AMB e NCMS, a grande importância da parceria é que contribui para a
formação consciente e responsável. Se houver participação, os alunos se sentirão mais
seguros, logo, bem mais preparados para enfrentar os desafios que a vida por certo
lhes proporcionará. Dessa forma, terão a chance de ver o mundo com outros olhos, ou
seja, como pessoa que valoriza tudo o que existe à sua volta: as relações interpessoais,
a natureza, e os bens que lhes são oferecidos pela família ou até mesmo aqueles
provenientes do seu próprio trabalho.
RCO considera que a parceria pode ajudar o sujeito se tornar um cidadão de
fato e de direito, dando a ele a oportunidade de descobrir os valores éticos, e a se
tornar um bom profissional.
Para MLSS, a relação entre família e escola, pode trazer maior entrosamento e
engajamento nas atividades escolares, o que facilita o trabalho do professor.
As mães LCS, LSSN E CMS disseram que a parceria tem como objetivo ajudar
aos alunos, no sentido de serem mais obedientes em casa e na escola. Pode colaborar
também para o controle da rebeldia, uma vez que, na faixa etária em que se encontram,
tendem a não respeitarem as opiniões dos outros, sobretudo, os mais velhos. As mães
assinalaram ainda que se todos estiverem juntos, sem dúvidas, os alunos se tornarão
bem mais responsáveis para consigo e também com os outros.
As alunas JSN e SSS também defendem a presença dos pais na escola. Na
opinião das jovens, a partir da participação da família nas atividades que envolvam a
23
todos, a exemplo de reuniões, festas, semana pedagógicas são de fundamental
importância para o crescimento de ambas as instituições. A semana pedagógica por
sua vez, objetiva discutir a programação de todo o ano letivo, e houvesse a presença
dos pais, facilitaria a confecção do planejamento que contemplasse a todos, até àqueles
que necessitassem de atendimento especial.
EMRS assinala que a contribuição vai além do simples respeito ao próximo
apenas por formalidade, o apoio da família leva o aluno à outra dimensão. Entra em
cena o fato de querer o bem ao outro que estar ao seu lado, ou seja, pais e professores
juntos também têm grande influência no ato de solidariedade dos filhos. São
verdadeiros espelhos, por isso a necessidade da vigilância, nos exemplos de suas
atitudes. Um dia quem sabe, os filhos se tornarão bons educadores, graças à
convivência em casa e na escola.
A educação quando contemplada na sua plenitude, exerce de fato, a sua
função social. Uma característica importante que deve ser percebida no cidadão que foi
bem educado é o respeito pelo seu semelhante. A família necessariamente não pode
deixar de cumprir sua parte em relação à educação dos filhos, porém não dar mais para
esperar, uma vez que, o mundo oferece diversas maneiras atrativas de conquistar a
criança e impor seus conceitos que, geralmente são contrários aos da família.
No momento em que o sujeito atuar com dignidade em todos os segmentos
sociais, a educação deverá ter cumprido o seu papel. Escola e família juntas também
exerceram e assumiram suas responsabilidades. O processo educacional nesse
contexto aconteceu com resultados satisfatórios. Os benefícios sobrecairão a todos os
indivíduos, colaboradores ou não. O importante nesse momento, é que a escola
finalmente, se tornou lugar de formação plena do cidadão.
O reflexo de uma educação bem sucedida vai muito além do aprender ler e
escrever. O sujeito educado conhece os seus direitos, mas não só isso ele também
conhece seus deveres de cidadão. Sabe, portanto, que para se ter uma vida saudável,
se faz necessário preservar todos os meios naturais, para que a natureza não se revolte
contra sua atitude de destruição. Sabe mais, sabe por exemplo, que jamais ele pode,
mesmo que a sua posição social favoreça fazer valer a sua opinião em detrimento da
opinião do seu semelhante.
24
1.4 Do desinteresse pelos conteúdos oferecidos em sala de aula
A professora AMB e a mãe LMS falaram que a sala de aula torna-se
monótona, devido ao acesso que o aluno tem aos diversos meios de comunicação, as
informantes destacaram a internet como uma das principais atrações para os
adolescentes nos dias atuais. Na opinião delas, os professores ainda não encontraram
estratégias que superem o dinamismo dos computadores, não trazem novidades para a
sua aula e com isso, não desperta o interesse do aluno pelos conteúdos abordados na
sala.
NCMS não descartou a indiferença de alguns pais, para com os filhos quando
se trata da vida escolar deles. Na opinião da professora, não há interesse por parte da
família, com relação ao que acontece na escola, muito menos, na trajetória de volta
para casa. É uma preocupação que precisa ser revista para melhorar o desempenho
dos alunos durante o ano.
A professora RCO e a mãe MLSS por sua vez, disseram que um dos
problemas que afetam bastante o desempenho do professor, é a falta de tempo. Na
verdade, o tempo dispensado para a educação é muito limitado. Isso dificulta na
elaboração das atividades. O despreparo do profissional foi outro aspecto de alta
relevância que abordaram. Durante a conversa, as duas citaram também que, esses
fatores provocam descrédito a respeito da instituição de ensino para os alunos, para
alguns pais, e em outras ocasiões para os professores comprometidos com a educação
de qualidade.
Para JSN e SSS o problema estar mesmo é com os alunos, a preguiça é um
dos fatores que causam o desinteresse dos alunos, para elas, as aulas não são levadas
a sério por eles, mas as informantes, por serem alunas, não descartam a possibilidade
de que os professores também têm uma parcela de culpa pelo fato de não atrair a
atenção dos jovens enquanto transmite seu conhecimento para eles.
EMRS tratou talvez, do problema maior que a juventude enfrenta hoje em dia,
ela abordou a questão das drogas que estar destruindo famílias e consequentemente
afeta o ambiente escolar. Outro problema citado pela aluna foi o namoro precoce,
EMRS acredita que os jovens deveriam retardar um pouco o relacionamento amoroso,
porque o envolvimento prejudica os estudos.
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Com relação ao desinteresse pelos conteúdos oferecidos na escola, pais,
professores e alunos pensam diferentes. Para alguns, o fato da família não valorizar a
vida escolar dos filhos, colabora para que esse continue desinteressado também. É
importante observar que os pais, às vezes, agem sem perceber. Muitos deles não
tiveram orientação nesse sentido. Seus antepassados acreditavam que aprender uma
profissão qualquer, seria bem mais importante que freqüentar a sala de aula.
Outro fator citado pelos entrevistados foi a falta de capacitação dos
professores. Há de se convir que o governo investe pouco, muito pouco em programas
que ajudem os profissionais da educação na elaboração de atividades atrativas e
produtivas. Além dessas, o professor, devido a sua luta diária, necessita de atividades
terapêuticas, para controlar seu sistema emocional. Diante das várias frustrações
vividas pelo professor, inúmeras vezes, este profissional traz seus problemas pessoais
para a escola o que não é bom para nenhum dos interessados.
Foi destacada também a questão do relacionamento amoroso precoce por
parte dos alunos. Certamente, por esses indivíduos estarem desprovidos de qualquer
orientação, principalmente a sexual, pode haver diversas consequências com tal
envolvimento. O desinteresse pelos estudos vem primeiro, depois pode acontecer uma
gravidez não esperada, e a situação torna-se ainda mais complicada. A família, às
vezes, não estar vigilante e sem esperar, as drogas começam fazer parte da sua rotina.
Fator que agrava consideravelmente o relacionamento das pessoas que convivem
embaixo do mesmo teto.
O problema a partir dessa constatação aumenta porque transcende da sala
de aula e do seio da família e passa a ser um problema social. O apoio dos membros da
família nesse momento deve ser mais fervoroso. Todos têm a responsabilidade de
resgatar o quanto antes, esse sujeito do vício, e reorientá-lo repassando com mais amor
e dedicação, os valores uma vez esquecidos por esse cidadão.
26
1.5 Dos conteúdos que devem ser trabalhados em sala de aula
As professoras NCMS, RCO, e as alunas JSN e EMRS, acreditam que o
currículo precisa ser revisto quanto a esta questão, as primeiras por unanimidade,
sugeriram o retorno da disciplina “educação moral e cívica”. As outras defendem a
possibilidade de se trazer para a sala de aula, jogos educativos e dinâmicos, não
importa se teóricos ou práticos. Para as alunas, o que está em discussão no momento,
é o fato de tornar a aula mais atraente e produtiva, o que infelizmente não tem
acontecido nos últimos anos.
AMB já faz uma colocação mais abrangente, para ela, o professor
necessariamente, deve ser um conhecedor da realidade dos alunos na comunidade
onde o trabalho será desenvolvido. Na concepção da informante, é de extrema
importância, levar em consideração, todo conhecimento prévio deles, no sentido de se
realizar atividades voltadas para o seu dia a dia.
MLSS e SSS dão um passo a mais, acerca do que deve ser estudado em
sala de aula. Como há indícios preocupantes de devastação do meio ambiente, as duas
sugeriram que se incluísse no currículo, “como se trabalhar a terra sem agredir a
natureza. Na opinião das informantes, a educação sexual precisa avançar um pouco
mais, uma vez que se trabalha ainda com certo preconceito. Segundo colocações de
MLSS e SSS os jovens devem ser orientados do perigo do sexo livre, além da gravidez
indesejada, o risco das doenças sexualmente transmissíveis.
Os dados colhidos demonstraram que podem ser inclusos no currículo,
diversos conteúdos além daqueles até então contemplados. De acordo com as
informações concedidas, a ética e a moral são componentes indispensáveis na vida do
cidadão, por isso é necessário se discutir também na escola, o que é lícito ou não, para
um comportamento honesto, perante o seu semelhante. Os professores, nesse caso,
terão uma tarefa a mais, incluir no seu planejamento, atividades que demonstrem para
os alunos, quais os seus limites, direitos e obrigações, para que haja equilíbrio na
sociedade.
Como foi citada a importância de se valorizar o ambiente que o aluno vive
respeitar seus conhecimentos, o professor para realizar com eficiência o seu trabalho,
precisa se inteirar da realidade do estudante. Ele precisa conhecer qual o tipo de família
esse sujeito estar inserido, precisa saber se os seus pais podem ajudá-los nas
27
atividades escolares. O professor deverá exercer o papel de psicólogo, a observação no
comportamento do aluno deve ser constante, se constatar qualquer anormalidade,
procurar a família e se informar se o indivíduo sofreu algum trauma em determinado
momento da sua vida.
O uso das drogas foi o mais grave problema citado pelos pais, alunos e
professores. Todos concordam que o vício atrapalha a vida pessoal e escolar. O
professor, na opinião dos que informaram, precisa estar com a atenção redobrada. Nas
escolas, se percebe movimentações que dão a entender ser a inserção de drogas
naquele ambiente. Há grande preocupação dos envolvidos pela educação, com relação
ao uso de entorpecentes, é função social da escola, portanto, promover discussões
acerca desse assunto.
1.6 Dos resultados no final do ano letivo
As professoras NCMS, RCO, e a mãe LSSN, disseram que nem todos os
pais estão preocupados com o resultado final do processo letivo, e mesmo os poucos
que demonstram algum interesse, contribuem o mínimo ou nada para que se tenha um
resultado positivo.
MLSS pensa que é preocupação de todos os envolvidos que o aluno seja
aprovado no final do ano letivo, porém, a escola não pode perder de vista a qualidade
do ensino para não comprometer o aprendizado.
A aluna JSM considera que os professores estão empenhados e desejam um
bom desempenho dos alunos durante o ano. Para a colaboradora, os educadores os
orientam que, a boa educação reflete na vida do cidadão em todos os aspectos. Ela cita
o emprego como uma boa recompensa para aqueles que se dedicam mais nos estudos,
que logo alcançarão estabilidade financeira. A estudante EMRS alerta que nem todos
os professores estão comprometidos com a educação de qualidade, muitos se
preocupam apenas com seus vencimentos no final do mês e pouco importam com o
interesse dos alunos.
Pode-se observar que, de acordo com as informações, sempre existe
preocupação por parte de todos no que se refere ao resultado final, depois de se passar
o ano inteiro indo para a escola. A família muitas vezes não se preocupa em fazer o
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acompanhamento devido. Os pais quase sempre pretende corrigir sua falha, cobrando
do professor, o porquê do seu filho não ter assimilados os conteúdos que foram
trabalhados durante o ano. Não assumem suas limitações e, portanto, no ano seguinte
tudo se repete.
A qualidade do ensino foi uma preocupação que se discutiu também pelos pais
e professores, eles compreendem que o aluno deve ser aprovado, uma vez que, a
repetência causa impressão negativa para sua alto-estima, mas o conteúdo
programático é algo que não pode deixar de ser cumprido pelo professor. Alertaram
que, de nada adianta mudar a série, se o aprendizado não condiz com a realidade que
esse aluno irá enfrentar na série seguinte. Para eles, as dificuldades, dessa forma,
continuarão e o problema é passado adiante sem qualquer solução.
Apesar do compromisso da maioria dos professores, em querer realmente, o
sucesso dos seus alunos no final do ano, há aqueles que, estão na profissão por falta
de oportunidade. A frustração de inúmeros profissionais que trabalham na área da
educação é a grande prova de que não basta querer para ser feliz em qualquer
segmento social, sobretudo quando se trata de realização profissional. O cidadão
precisa amar aquilo que faz do contrário. será infeliz e fará outras pessoas também
infelizes.
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação está doente: de um o desinteresse dos alunos, do outro a
frustração do professor, que provocam um impasse muito grande no processo
educacional, impedindo o andamento devido para que a educação aconteça de
verdade. A família não fica de fora desse contexto, uma vez que não assume o seu
papel verdadeiro como educadora e deixa toda a responsabilidade sobre a escola. O
cenário não é animador, todas as pessoas envolvidas no processo, sentem-se
desestimuladas para continuar na busca de alternativas que visem o melhoramento das
relações entre professor e aluno dentro e fora da sala de aula.
O profissional de educação, na maioria das vezes, perdeu o entusiasmo para
inovar as atividades diárias, com o pretexto de que, o aluno não valoriza, muito menos,
responde os exercícios propostos, no sentido de avaliar o aprendizado e fazer um
diagnóstico para saber se o aproveitamento dos conteúdos satisfaz as expectativas e as
metas propostas pela escola. O que fazer diante de tal situação, para mudar o rumo da
educação?
O quadro atual não é irreversível, a educação ainda é o meio mais eficiente
que se tem para transformar os cidadãos e consequentemente, a sociedade. Há tempo,
embora muito pouco, para reverter o cenário presente e projetar possíveis mudanças
para o futuro. Falta apenas iniciativa por parte de todos, que deve estar firmada no
compromisso de sonhar com uma sociedade melhor e mais justa, e a certeza de que a
educação pode promover essa transformação.
A hora é agora, cada cidadão precisa dar sua parcela de contribuição, os pais
devem respeitar sua limitação, porém jamais cruzar os braços e deixar que a escola
assuma uma responsabilidade que de fato é sua. Acompanhar as tarefas dos filhos em
casa, se interessar e incentivar são fatores mínimos, mas que contam muito na
educação dos filhos. Ao dar esse apoio moral, a família estar externando seu
compromisso perante a vida dos filhos, que se sentirão fortes diante dos obstáculos,
porque sabem que podem contar com alguém.
Os professores por sua vez, também devem procurar mecanismos que
estimulem os alunos no ambiente escolar. As tarefas precisam ser mais atraentes, de
forma que prendam a atenção dos alunos e ao mesmo tempo produzam conhecimento.
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A função do professor vai além da simples transmissão de conteúdos, a ele compete
também despertar no aluno o interesse pela busca do conhecimento.
Ao aluno resta a compreensão e a assimilação do que lhe é oferecido da
melhor maneira possível. Ele, enquanto sujeito inserido no meio social, precisa valorizar
todo conhecimento adquirido não apenas na escola, como também nos outros
ambientes de convívio e fazer disso uma estratégia de sobrevivência.
31
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ANEXOS