“Novos olhares precisam ser lançados sobre esse Joana D’arc, tanto em função das fontes em latim e francês recém descobertas, quanto pela fixação da crítica em certos aspectos da sua vida.”
SPOTO, Donald. Joana D’arc: uma biografia. São Paulo: Planeta do Brasil, 2009.
• BEAUNE. Colette. Joana d’Arc: uma biografia. São Paulo: Globo, 2006.
• FAUS, José Ignácio Gonzáles. A autoridade da verdade: momentos obscuros das autoridades eclesiásticas. (Biblioteca Google)
• MICHELLET, Jules. Joana d”Arc. Tradução de Plínio Augusto Coelho. São Paulo: Hedra, 2007.
“Joana, que se faz chamar de Donzela,
mentirosa,
perniciosa,
sedutora do povo,
falsa fiel da fé de Jesus Cristo, vaidosa,
idólatra,
cruel,
dissoluta,
invocadora do demônio,
apóstata,
cismática e
herege”
Mas quem foi Joana D’arc?
Representações arquetípicas Presentes em Joana D’Arc:
•A virgindade•A árvore das fadas•As vozes•As roupas
masculinas•A prisão e martírio•O julgamento •A condenação•A fogueira•A absolvição
Bertolt Brecht (1898- 1956)
A santa Joana dos matadourosEscrita entre 1931-1932
O processo de Joana D’arc em RouenEscrita em 1952
Esta peça ambienta-se nos matadouros de Chicago, na época da grande depressão americana e traz importantes atravessamentos com a Joana D’Arc histórica.
Brecht nos apresenta uma Joana D’arc integrante do grupo boinas pretas, militante, idealista e aplicada na propagação do evangelho de Cristo.
Esta obra fala da resistência francesa diante da ocupação inglesa e da luta pela libertação e unificação de um povo e de seu território, nela, “Jeanne D’arc”, com 16 anos, tem sua história analisada por um coro atuante e perspicaz que acompanha a sua prisão e julgamento, ora condenando-a e ora a defendendo, mas, Joana acaba queimada.
Timochenco Wehbi (1943-1986)Escrita em 1977
As vozes da agonia ou Santa Joaninha e sua cruel peleja contra os homens de guerra, contra os homens
d’igreja
Wehbi evoca fatos históricos mesclando-os com a realidade nordestina para criar uma Joana D’arc, ou Joaninha, tipicamente brasileira.
Utilizando amplamente os recursos sociológicos, o dramaturgo mistura datas e acontecimentos, fatos e lugares, ilusão e história, para criar um texto poético e embebido de uma teatralidade verdadeiramente popular. A criação permanece inédita em montagem profissional.
Dias Gomes (1922- 1929) Escrita em 1966
O santo inquérito
O Santo Inquérito, recorre a elementos da historia de Joana D’arc e de outra personagem histórico, Branca Dias, que segundo o historiador Bruno Feitler, respondeu ás acusações de judaísmo denunciada pela mãe e pela irmã (possivelmente sob tortura) ainda em Portugal.
Branca Dias cumpriu pena de dois anos e depois imigrou com o marido para Pernambuco, onde foi investigada mais uma vez. Vários anos depois de morta, em 1558, acabou sendo condenada, assim como suas filhas e netas.
A personagem central dessa peça teatral chama-se Branca e também é traída, acusada sem direito a defesa e acaba queimada na fogueira.
Luiz Guilherme Santos NevesEscrita em 1986
As chamas na missa
Esta obra nos apresenta a poderosa meretriz Maria capa-homem e a viúva Joana Norberto (a Joaninha).
A primeira personagem , traída e condenada a ser queimada viva pela inquisição sob variadas acusações, dentre elas a de ser “rogadeira de pragas, e a de ser de má condição, com gênio terrível e por chamar os varões com os quais se comunica de São Cosmezinho e São Damião”.
A segunda, Joana Norberto, ou Joaninha, viúva jovem que, sob feitiço (do velho candinho), se entregou ao mascate Bernardo Queixada. Foi humilhada e avexada, transformada em chacota na vila e condenada a vestir Sambenito (traje verde-louro com as chamas do fogo pintadas ás avessas), pelo resto da vida, como sinal de perdão da fogueira.
Temas ligados ao Feminino
Preconceito
Controle
Patologização
Perseguição
Aniquilamento
A história de Joana D’Arc descortina temas comuns do universo feminino, e o fim, quase óbvio, da mulher que ousava desafiar o
poder.
Atualização arquetípica: Joana D’Arc hoje
SOUAD
Aldeia da Cisjordânia
Acusada e condenada por
“crime de honra”
Maria da Penha
Sua história e luta culminaram com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340)
Lutou por 20 anos para ver condenado o seu agressor (o
próprio marido)
Sakineh Mohammadi Ashtiani
Iraniana
Foi torturada e condenada a morte por apedrejamento
Acusada de adultério
Mais 24 pessoas estão condenadas a morte por
apedrejamento no
Irã.
Lançamento do Livro Arcano Dezenove
Dia 07/06 as 19 horasno Café do canto, Praia do canto
Informações:
Letra e Felwww.letraefel.blogspot.com
OBRIGADA!