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“O Fértil Crescente compreende a imensa região em formade arco (daí seu nome) que se estende das desembocadurados rios Eufrates e Tigre, no Golfo Pérsico, ao vale do Nilo,circundando o deserto da Arábia pelo norte e pelo oeste”(LINDEZ, 1999, p. 17).
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Os primeiros habitantes da Mesopotâmiasão conhecidos como ubaidianos (de Tellal-Ubaid, um montículo de terra a 6Kmde Ur), e devem ser distinguidos dossumérios (origem incerta) e acadianos(origem semita), povos que mais tarde seconsolidaram na região formando osprimeiros grandes impériosmesopotâmicos: a Babilônia e a Assíria[1].[1] KRAMNER, Samuel. Mesopotâmia, o berço da civilização. Rio deJaneiro: Livraria José Olímpio, 1972, p.32.
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Tell al-Ubaid. Imagem: British Museum
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A ocupação ubaidiana foi bem curta, mascapaz de deixar como herança umacultura que se estendeu desde oMediterrâneo até as regiões além dosmontes Zagros, nas proximidades do marCáspio. A ausência de pedras e madeira naregião mesopotâmica obrigou osubaidianos a buscarem um materialalternativo para a construção de suasmoradias: os caniços que nasciam nasmargens dos rios.
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Casas de junco: Rio Eufrates, sul do Iraque.
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Data de chegada de cada um dos povos:
Ubaidianos – Chegaram na Mesopotâmiapor volta de 7000 ou 8000 a.C.
Nômades semitas do deserto da Síria epeníncula da arábia (chamados deacadianos a partir de Sargão)– 5000 a.C.
Sumérios – 3500 a.C., vindos da ÁsiaCentral.
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Mari
Nínive
Ashur
Akkad(?)
Suméria (3200a.C.)•Dinastia de Kish-2800 a.C.•Dinastia I de Ur – 2500 a.C.•Dinastia de Lagash- 2500a.C.
Império acadiano - Sargão I (2334a.C.)•Invasão Gutis– 2150 a.C.•Dinastia de Ur – 2100 a.C. (renascença sumeriana)•Invasão amorita (império babilônico) – 2000 a.C.
Ur
Eridu
Uruk
LagaskNippur
Kish
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2100a.C., o apogeu da cidade de UR
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Eridu
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Rio Eufrates, Síria
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Rio Eufrates, Síria
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A cultura que se desenvolveu naquelaterra castigada pelo e sol e pelasconstantes inundações dosrios Tigre e Eufrates parece ter deixadomarcas na religião dos hebreus, povosemita que se estabeleceu na estreitafaixa de terra entre o rio Jordão eo Mediterrâneo. Do ponto de vistaliterário destacam-se:
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O NASCIMENTO DE SARGÃO
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O nascimento de Sargão:Minha mãe [...] concebeu-se em segredo[...] Ela colocou-me num cesto de vime,calafetou-a com piche e deixou-me sobre orio [...] Aqqi, o tirador de água, tirou-medas águas quando mergulhou seu balde [...]Aqqi, o tirador de água, constituiu-me seujardineiro. Enquanto eu era jardineiro,Ishtar me amou[2]”.[2] DA SILVA, Cassio Murilo Dias. Leia a Bíblia como literatura. São Paulo: Loyola, 2007,p. 50.
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O ENUMA ELISH
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A criação dos primeiros deuses:
“Quando lá em cima (enuma elish)ninguém tinha dado uma palavra ao céu, elá embaixo ninguém tinha pensado que aterra pudesse ter um nome, quandosomente o primordial Apsu, o criador, eMummu e Tiamat, a mãe de todos,misturavam as suas águas... Então osdeuses tomaram forma...[3]”.[3] PIAZZA, Waldomiro O. Religiões da humanidade. São Paulo: Loyola, p. 91.
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O CAOS PRIMORDIAL
APSU = águas docesTIAMAT = águas salgadasMUMMU = nuvens e neblina (?).
Faltava a ideia de céu (em cima) eterra (em baixo). Tudo era água.
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Marduk derrota Tiamat (de seu corposão feitos céu e terra). Com o sangue deKingu, amante de Tiamat, são criados oshumanos:
“Eles o prenderam (o deus Kingu),o trouxeram perante Ea.Castigo lhe impuseram;cortaram seu sangue (= sua veias),com seu sangue (= Ea) criou a humanidade;E lhe impôs o serviço dos deuses,De modo a libertá-los (os deuses)”.
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A vitória de Marduk sobre o dragãoTiamat parece ter deixado reflexos notexto bíblico:
Is 27,1 Naquele dia Yahweh castigarácom a sua dura espada, grande e forte, oLeviatã, a serpente veloz, e o Leviatã, aserpente tortuosa, e matará o dragão,que está no mar.
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Is 51,9 Desperta, desperta, veste-te deforça, ó braço de Yahweh: despertacomo nos dias passados, como nasgerações antigas; não és tu aquele quecortou em pedaços a Raabe, e feriu odragão?
Sl 74,14 Fizeste em pedaços as cabeçasdo leviatã [referência a Lotan, umdragão morto por Baal?], e o deste pormantimento aos habitantes do deserto.
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A EPOPEIA DE GILGAMESH
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O Noé babilônico (versão sumeriana):
“Uma divindade anuncia que quer salvar a humanidade dadestruição, pelo que prossegue a obra da criação. A realezadesce do céu e fundam-se cinco cidades. Nas linhasseguintes que faltam seria narrada a decisão favorável aodilúvio. Algumas divindades [Inana, Enquis] não aprovamessa decisão. O rei Ziusudra (“aquele que tem vida longa),escapou graças a um navio propositalmente construído, deum dilúvio de sete dias e sete noites. Ao sair de suaembarcação, Zisudra oferece um sacrifício, e os deusesoutorgaram-lhe a eternidade, tendo Zisudra se instaladona ilha de Dilmún[4]”.
[4] VV. AA. Personagens do Antigo Testamento, V.1. São Paulo: Loyola, 2002, pp.44,45.
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Um poema descrevendo a inundaçãodo Tigre e do Eufrates:
“Saltando das margens, a torrente revolve todas as coisas...Sacode a terra e o céu, arrebata a mãe e o filho...Tudo envolve em seu sudário horrível...Arranca a flor do caniço opulento,E ao tempo das messes afoga o fruto maduro...A água cresce... Coisa triste de ver-se!O onipotente dilúvio, destruindo as margens,Arranca pela raiz as grandes árvores...Louca tempestade que, na tua louca ferocidade,Destóis e confundes todas as coisas”[5]”.
[5] PIAZZA, Waldomiro O. Religiões da humanidade. São Paulo: Loyola, p. 94).
Insp
iraç
ão p
ara
o re
lato
do
dilú
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O CÓDIGO DE HAMURABI
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Império Babilônico(1792- 1750 a.C.)
•Código de Hamurabi
DOMINAÇÃO AMORITA
Babilônia
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Império Neo-assírio (1200- 612 a.C.)
•Ápice com Sargão II (722-705)•Dominou a Babilônia, a Palestinae o Egito. •Fim do império assírio: 612
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Império Neobabilônico (626-539 a.C.)•Nebopolasar liberta a Babilônia dos assírios e torna-se rei em em 626 a.C. •Em 612 capturam Nínive, capital da Assíria;•Em 597 Jerusalém rende-se a Nabucodonosor;•Em 587 a cidade é destruída e seus cidadãos são levados ao exílio.
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Referências:
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BAINES, John; MÁLEK, Jaromír. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós, volume I. Madrid: Edições del Prado, 1996.
BAINES, John; MÁLEK, Jaromír. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós, volume II. Madrid: Edições del Prado, 1996.
CASSON, Lionel. O Antigo Egito. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.
CONNOLLY, Peter. Las legiones romanas. Madrid: Espasa-Calpe, 1981.
CURTIS, Adrian (Edit.). Oxford Bible Atlas. New York, Oxford University Press, 1997.
DA SILVA, Cassio Murilo Dias. Leia a Bíblia como literatura. São Paulo: Loyola, 2007, p. 50.
EYDOUX, Henri-Paul. À procura dos mundos perdidos: as grandes descobertas arqueológicas. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1974.
GARBINI, Giovanni. O Mundo da Arte - Mundo Antigo. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações LTDA, 1979.
KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia, o berço da civilização. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.
PIAZZA, Waldomiro O. Religiões da humanidade. São Paulo: Loyola, p. 91
RIDLING, Zaine (Edit.). Bible Atlas. PDF version by Access Foundation.
VV. AA. Grande história universal: o princípio da civilização. Barcelona: Folio, 2006.
VV. AA. Grande história universal: civilizações fluviais. Barcelona: Folio, 2006.
VV. AA. Personagens do Antigo Testamento, V.1. São Paulo: Loyola, 2002, pp. 44,45.