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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A importância do dormir nas funções executivas do cérebro no processo da aprendizagem escolar
RENATA SANTANA DOS SANTOS
ORIENTADOR: Prof.Marta Relvas
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência pedagógica. Por: Renata Santana dos Santos
A importância do dormir nas funções executivas do cérebro no processo da aprendizagem escolar
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus quе permitiu a conclusão de mais uma etapa em meus
estudos e que é o maior mestre quе alguém pode conhecer.
A UCAM/AVM , ao seu corpo docente maravilhoso que me surpreendeu
desde a primeira aula , e que conseguiu proporcionar о conhecimento nãо
apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо
processo dе formação profissional, quе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr
terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. А palavra mestre, nunca
fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus
eternos agradecimentos. A direção , administração , a Prof. Dr.Marta
Relvas pela oportunidade е apoio nа elaboração deste trabalho.
Ao mеus pais e ao meu marido que acordavam de madrugada comigo
para eu não ir sozinha .O amor de vocês mе fortaleceu е foi muito importante.
Obrigada a minha filha do coração Flávia ,que sofreu com a minha
ausência nos sábados e minha sobrinha Maria Fernanda ,duas grandes fonte
de pesquisa e aprendizado .
Meus agradecimentos аоs meus velhos amigos e ao meus novos
amigos que conquistei nessa nova etapa ,essa turma foi muito foi a melhor que
eu podia pedir ,em especial a Lúcia e a Elizabete,que dedicaram uns minutos
para separar material para esse trabalho , companheiros dе trabalhos е irmãos
nа amizade qυе fizeram parte dа minha formação е qυе vão continuar
presentes еm minha vida cоm certeza.
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao pai, mãe,meu marido.
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RESUMO
Esse trabalho monográfico procede a uma revisão bibliográfica sobre os
conceitos e a relevância das contribuições dos estudos do sono nas funções
executivas do cérebro no processo da aprendizagem escolar . Os hábitos de
dormir variam na infância e na adolescência em função de fatores fisiológicos e
culturais. Quando dormimos recuperamos nossas energias, sintetizamos
proteínas e hormônios que expandem as redes neuronais , e fixamos na
memória tudo que aprendemos durante o dia. É durante o sono, que nosso
cérebro consolida as informações.Quando não temos um sono de qualidade, a
nossa memória ficará comprometida.Uma noite de sono mal dormida afeta no
humor, na concentração, na memória, e o rendimento escolar, por isso é
fundamental que tenhamos regularmente uma noite de sono de
qualidade.Concluindo, acredita-se que o estudo dos do sono precisa ser
incentivado, também no meio escolar ,em função dos prejuízos que podem
causar a vida do ser humano. Essa pesquisa tem por finalidade ajudar
profissionais da educação a orientar os alunos quanto a importância do sono
utilizando métodos e programas adequados e eficientes na prevenção dos
problemas dos distúrbios do sono que tanto interferem no aprendizado.
Palavras chave: Sono,aprendizagem,memória.
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METODOLOGIA
Com a realização deste trabalho pretendeu-se mostrar como os hábitos de
sono dos alunos podem intervir de alguma forma nas funções executivas do
cérebro no processo da aprendizagem escolar sendo necessário mudanças
na comunidade escolar.
A metodologia utilizada neste trabalho será a pesquisa em livros , sites e
artigos. Pesquisadores como Bezerra ,Rubens Reimão, Luciano Ribeiro Jr. ,
John Fontenele Araujo e Sidarta Ribeiro entre outros, têm apresentado
trabalhos bastante significativos nessa área.
O trabalho visa corrigir maus hábitos enraizados na comunidade
escolar em relação aos horários escolares.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Por que dormirmos? 09
CAPÍTULO II
Sono e aprendizagem 20
CAPÍTULO III
Mudanças escolares 31
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 00
ÍNDICE 00
ÍNDICE DE FIGURAS 00
ANEXOS 00
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INTRODUÇÃO
Incluir temas como o sono no ensino tornou-se uma tarefa desafiadora
para a prática de ensino dos professores,pois quando idealizamos uma escola
modelo imediatamente fazemos associações a outros assuntos com o projeto
pedagógico, a organização do currículo, a formação dos professores, o espaço
físico e até mesmo a alimentação. Tudo isso deve ser considerado, porém
além disso deve ser repensado os horários das instituições. As necessidades
de sono dos alunos é diferente, na educação infantil, é importante o espaço
para a sesta ,para os adolescentes , começar as aulas mais tarde é
fundamental. O descanso também é importante para aprender.
Desta maneira,entende-se que uma nova proposta de ensino deve estar
voltada para a compreensão de como a vida se organiza e estabelece
interações,o que vai além de um ensino centrado apenas na transposição das
informações científicas.
O sono é de extrema importância, pois o ser humano passa cerca de
um terço de sua vida dormindo. Uma noite bem dormida gera uma vida mais
saudável, um bom desempenho das nossas funções diárias e alguns anos
vividos a mais. O desempenho das funções do nosso cérebro e do nosso corpo
este diretamente ligado ao descanso obtido durante a noite. Uma noite mal
dormida pode nos causar vários danos ao nosso organismo. É durante o sono
que ocorrem vários processos metabólicos e se alterados, podem afetar o
equilíbrio de todo o organismo.
Há alguns anos atrás o sono era visto como um período de descanso,
cuja única característica era a inconsciência. Com o avanço tecnológico e nas
pesquisas , aprendeu-se bastante sobre o sono, foi possível estudar as ondas
cerebrais e demonstrar que o sono não é uma um período inativo de descanso,
mas um período de altas atividades.
O presente trabalho tem como objetivo descrever a fisiologia do sono,
bem como as suas fases e suas características, e como ele influencia na
aprendizagem .
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CAPÍTULO I
POR QUE DORMIRMOS?
1.1. Breve histórico do sono
Todas as civilizações antigas se preocupavam em explica o sono. Na
antiga civilização Hindu, também conhecida como civilização do Vale do Indus,
filósofos dividiram níveis de consciência em quatro estados diferentes. Desses
quatro estados, o sono foi dividido em dois tipos distintos, “Prajna” e “Taijasa”.
O primeiro tipo de sono, Prajna, que significa sono sem sonhos, é considerado
um estado de sono profundo. O segundo tipo de sono, “Taijasa”, o que significa
sono com sonhos , está associado a uma consciência interna equivalente
atualmente ao sono REM .
A primeira abordagem com finalidade científica foi feita na Grécia antiga.
Sócrates e Platão pesquisaram o sono e Aristóteles sobre os sonhos .Foi
Aristóteles que concluiu que o sonho não tinha nada de místico,e sim um
fenômeno natural que se relacionava com acontecimentos do nosso dia a dia,
uma falha em seu pensamento foi achar que crianças e animais não sonham.
Ele acreditava que, assim como o ar quente sobe os alimentos evaporavam no
organismo provocava sonolência.Em seu livro sobre o sono ele desassociou o
sono da alma e o sono do corpo e concluiu que o corpo e a alma dormem o
mesmo sono.
As primeiras teorias relacionando o sono a processos funcionais
orgânicos datam do século VI a.c. e são atribuídas a Alcmenon. Aristóteles
considerou o sono como uma necessidade do organismo e relatou sua maior
duração na infância, embora, nesta época, o coração, e não o cérebro, fosse
tido como o centro do movimento e da senso-percepção.
De acordo com Mosso, Hill e Howell , principais defensores hipóteses,
relacionadas os avanços realizados desse período, e até o século XIX,o
conhecimento do sono restringiram-se quase que exclusivamente às doutrinas
desenvolvidas com base em outros sistemas que não o nervoso.O cérebro
passou a ser visto como o órgão principal nos mecanismos do sono, em
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hipóteses lançadas a partir do século passado, relacionadas a modificações no
fluxo sanguíneo e estimuladas pelo melhor conhecimento da fisiologia
circulatória.
Segundo Kohl-Chüter e Fechner ,pesquisadores que iniciaram
pesquisas, focalizando o sono, é atribuído a, que há pouco mais de um século,
procuravam medir o limiar do sono provocando estímulos externos. A partir de
então, e impulsionados pelo uso da eletroencefalografia (EEG), descrita por
Berger em 1924, foram aumentando lentamente os estudos nesse setor.
Com o avanços das pesquisas sobre o sono, em conjunto com a
tecnologia moderna, nos deu a capacidade de identificar os tipos de sono não
apenas nos seres humanos, mas também em animais.
De acordo com Hans Berger , um psiquiatra alemão que trabalhava em
Jena , a descoberta do eletroencefalograma humano marcou a era de
pesquisas científicas sobre o sono auxiliando da identificação e conceitos sobre
os estágios do sono.
De acordo com Berger (1929) o primeiro a comprovar que, quando suas
cobaias relaxavam, fechavam os olhos ou cochilavam, a atividade de baixa
voltagem das ondas cerebrais associada com o estado de alerta dava lugar a
padrões de voltagem mais alta e de frequência mais baixa .As primeiras
gravações de eletroencefalograma foram feitas em 1924 , mas por causa de
sua natureza secreta, só foi publicada cinco anos depois.Utilizando os padrões
do eletroencefalograma, e seu grupo de cientistas conseguiram diferenciar
padrões de vigília, sono e sonho no ser humano (Loomis et al., 1935a, b, 1937,
1938). Os resultados obtidos por eles além de definir o sono de vigília e sono
também puderam criar a hipótese que o sonho ocorreria durante as ondas de
baixa amplitude. Durante o século 19 vários experimentos buscavam
estimular o cérebro durante o sono com a finalidade de ajudá-lo a consolidar
fatos e habilidades aprendidos durante o dia.
Segundo o Laberge (1980) o frânces Marquês d’Hervey de Saint-Denys
após fazer experimentos para estimular o cérebro durante o sono ele
conseguiria maneira manipular sonhos.Ele utilizava estímulos como
odores,sabores e sons para desenvolver durante o sono com sonhos mais
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prazerosos podendo assim desenvolver mais habilidades e fatos , fazendo um
reforço do aprendizado.
Bjorn Rasch e seus colegas da Universidade de Lübeck (Alemanha,
mostram que a memória recente, estocada temporariamente numa região do
cérebro chamada hipocampo, não se fixa imediatamente. Acreditavam que
sono não tivesse nenhuma influência neste processo, e quiseram se assegurar
numa experiência. Fizeram 24 voluntários memorizar 15 pares de cartas com
imagens de animais e objetos comuns. Quarenta minutos mais tarde, a metade
dos que foram mantidos despertados, precisaram memorizar uma outra série
de cartas levemente diferentes. A outra metade, os doze outros voluntários,
tiveram o direito de fazer uma curta sesta antes de memorizar a segunda série
de cartas. Os dois grupos foram testados em seguida sobre sua capacidade de
se lembrar da primeira série. Para grande surpresa dos cientistas, os que
dormiram um pouco tiveram um desempenho melhor, lembrando-se, em média,
de 85% das cartas, contra 60% entre os que foram mantidos acordados.
De acordo com Bezerra (2003) até a metade do século 20, os cientistas
acreditavam que o cérebro se desligasse totalmente durante o período de sono
para descansar. Hoje, sabemos que não é bem isso. Baseando - se em
evidências observadas durante o sono , desenvolveu as seguintes teorias do
porque dormirmos:
• Teoria da conservação de energia: O animal com metabolismo maior
dorme mais horas do que o animal com metabolismo menor.
• Teoria da termorregulação: Observaram a redução na temperatura
corporal de ratos que foram privados por duas semanas de sono, concluindo-se
então que o sono é retentor de calor do corpóreo.
• Teoria do metabolismo anabólico: Propõem que durante o sono, ocorre
a liberação dos hormônios envolvidos com o catabolismo (cortisol) e na
diminuição da produção dos hormônios envolvidos com o anabolismo (GH).
• Teoria da restauração tecidual: diz essa teoria que no sono REM ocorre
um aumento da síntese de proteína no tecido cerebral e no sono não - REM
ocorre aumento da síntese de proteína no tecido corporal.
• Teoria da consolidação da memória e do aprendizado: Esta teoria
refere-se apenas ao sono REM, em que os hormônios e determinadas
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substâncias químicas (neurotransmissores) facilitariam o processo e a
modulação da memória. Sono REM está relacionado com o reforço e
consolidação da memória e neste sentido são os estudos que detectaram
aumento da atividade em áreas do cérebro que lidam com a memória e as
emoções para as outras fases onde não há capacidade de gravação .
Na década de 70 ocorreu grande proliferação dos laboratórios de sono,
para uso clínico e de pesquisa e surgiu a classificação nosológica da
"Association of Sleep Disorders Centers" (ASDC). A poligrafia durante o sono,
inicialmente feita apenas para fins de pesquisa, passou a ser utilizada
rotineiramente como parte integrante dos exames disponíveis ao clínico. Esta
década foi também marcada pelo conceito de que modificações fisiológicas
ocorrem em todos os sistemas, e não apenas no sistema nervoso, durante os
diversos estágios do sono e que estes também diferem da vigília.
1.2. Importância do sono
0 De acordo com Cronfli (2002) dormir não é apenas uma necessidade de
descanso mental e físico, é durante o sono que ocorrem vários processos
metabólico.É durante o sono que informações desnecessárias são apagadas,
outras realocadas e consolidadas para a memória de longo prazo , para que
isso ocorra é necessário reforçar o que foi aprendido . Para determinar quais
lembranças são menos importantes e podem ser deletadas, o cérebro vê se
elas têm ligação com outras informações já armazenadas na sua mente. Se
não, o cérebro irá apagá-la.
Segungo Blagrove (2005) o processo de apagar memória ocorre antes
de começarmos a sonhar , por esse motivo algumas vezes resíduos dessa
memória que não foi deletada ainda pro completo crie o teor de fantasia dos
sonhos .Mas não existem estudos comprovando a relação. Já em relação a
nossa capacidade de aprender estudos já comprovam que é maior de manhã,
logo após acordar, do que de noite.
A nossa memória também age enquanto dormirmos. É comum em
quanto dormirmos vivenciar algo que tenha ocorrido durante o dia,nem sempre
é uma memória clara pode reaparece de forma distorcida durante os sonhos.
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Durante o sono, o cérebro desfaz algumas das conexões entre neurônios, ou
seja, ele apaga memórias. O corpo libera ácido gama -aminobutírico , uma
substância que enfraquece as relações entre os neurônios e deleta algumas
das memórias adquiridas durante o dia.Isso ocorre para liberar espaço no
nosso cérebro aumentando a capacidade cerebral, para que consigamos de
aprender coisas novas.
Segundo Cronfli (2002) quando o processo do sono é alterado pode
causar prejuízo a todo o organismo.Quem dorme menos do que o necessário
tem menor vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a
infecções, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes. Jovens privados de sono
tem dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do
humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio.
Além da importância do sono para a aquisição, consolidação e,
consequentemente, para a evocação das memórias, o sono também parece
favorecer a formulação de ideias novas.
A longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a
saúde, pois durante o sono são produzidos alguns hormônios que
desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por
exemplo, o pico de produção do hormônio GH ocorre durante a primeira fase
do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir. A
leptina , hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é
secretada durante o sono.
Algumas desordens da vigília e do sono:
• Sonolência - desejo de permanecer dormindo.
• Insônia - demora muito para adormecer ou acorda durante a noite. Muitas
vezes esse sintoma não é percebido por falta de avaliação especializada.
• Bruxismo - distúrbio de movimento rítmico e repetitivo dos músculos de
mastigação durante o sono, sendo originado por fatores sistêmicos,
psicológicos, ocupacionais (hábitos de morder objetos, lápis) e oclusão .
• Sonambulismo - falar, andar ou executar alguma atividade durante o sono. O
sonambulismo pode ser acompanhado de outros distúrbios: Enurese (urinar
quando está dormindo), Terror Noturno e Sonilóquio (falar dormindo).
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• Pesadelos - ocorrem na fase do sono REM, sendo assim, realmente um sono
de angústia, ao contrário do terror noturno, quando os registros
polissonográficos mostram que atividade autonômica é muito maior, ou seja,
são uma descarga psíquica pobre em representação imaginária.
• Terror noturno - grito de terror sem motivo, acompanhado por intensa
descarga autonômica, frequentemente associada a atividade motora
estereotipada e repetida .
• Ronco - ocorre com a respiração bucal. O ronco evolui da respiração bucal
crônica e podendo culminar em distúrbios obstrutivos respiratórios do sono,
como a apnéia do sono.
• Enurese Noturna - incontinência urinária noturna. A incidência diminui
progressivamente na infância, sendo que aos seis anos de idade apenas 5%
das crianças a apresentam.
Os hábitos de dormir variam na infância, que necessita de um período mais
longo de repouso do que os adultos.
Figura1 : Gráfico baseado no gráfico divulgado pela Fundação Nacional
do Sono(NSF)-Sleepfoundation.org
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1.3. Fases do sono
O sono tem diferentes fases e é preciso que elas se repitam várias
vezes para que o armazenamento de dados pelo cérebro seja bem feito.
Assim, alguém que dorme 10 horas tem sua habilidade de fixar informações
quase dobrada. Da mesma forma, acordar antes de completar as 6 horas pode
fazer com que se perca tudo o que estava sendo gravado e aprendido até
aquele momento. O trabalho de toda uma noite vai por água abaixo.
Segundo Bezerra (2003), o sono normal segue uma estrutura que
compreende fases e estágios padronizados, e podem ser interrompidos de
várias maneiras e por várias causas. As fases do sono diferem entre si em todo
seu ciclo e são divididas em dois estados fisiológicos bem distintos,
denominados fase de sono REM (Movimentos Oculares Rápidos) e de sono
NREM (Sem Movimentos Oculares Rápidos) essa fase de ondas lentas ou
slow-wave sleep (SWS) pode ainda ser subdividida em Fases 1, 2, 3 e 4.É
nesta fase que ocorre a maioria dos sonhos.
• 1º Estágio - (slow-wave sleep) Sono leve.Acontecem algumas
contrações musculares.
• 2º Estágio - A respiração e as batidas do coração diminuem.Leve
redução da temperatura do corpo.
• 3º Estágio - Começa o sono profundo:Cérebro começa a gerar as ondas
delta (alta amplitude,baixa frequência;3 ondas/segundo ).
• 4º Estágio - Sono bastante profundo.Respiração rítmica musculatura
limitada.O cérebro produz ondas delta.
• 5º Estágio - ( rapid-eye--movement) Movimento rápido dos olhos.As
ondas cerebrais se aceleram e o sonho acontece.Os músculos relaxam
e a taxa de batimentos cardíacos aumenta.A respiração é rápida, mas
não profunda.
De acordo com Konkiewitz (2010) o sono está bem organizado e
estruturado em ciclos e o NREM corresponde por 75% do sono total e 25% no
estado REM. O sono REM e o sono NREM se alternam durante a noite. O sono
não-REM esta relacionado com o repouso, sendo excepcionalmente relaxante
e está relacionado à diminuição do tônus vascular periférico e de funções
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vegetativas. Ocorrerá uma redução da pressão arterial entre 10 a 30% e o
ritmo respiratório e o metabolismo também diminuirá. O tônus muscular, a
temperatura e o consumo de energia do corpo estão diminuídos o e o
movimento corporal é mínimo. Ocorre movimento no corpo durante o sono não-
REM. O ritmo cardíaco, a respiração e os processos renais ficam diminuídas,
enquanto os processos digestivos aumentam.
No sono NREM, as pessoas normalmente não se recordam de nada ou
quando se recordam, essas lembranças são muito vagas. Não significando que
não tenham sonhado o que ocorreu é que não houve consolidação de sonhos
na memória durante o sono não-REM. Quando são lembrados, os relatos
desses sonhos tendem a ser mais curtos, menos nítidos, com menor conteúdo
emocional e mais coerentes que os ocorridos durante o sono REM.
Somente na década dos 50, com a descoberta dos movimentos rápidos
dos olhos, o sono REM passou a ser um indicativo de que o indivíduo estava
sonhando, então, novas pesquisas sobre os sonhos emergiram. Para a
neurociência, o sonho é resultado da ativação de certas estruturas cerebrais,
como o tronco cerebral.
"Estudiosos teorizaram que os sonhos consistem de associações e memórias eliciadas da parte frontal do cérebro, em resposta a sinais randômicos do tronco encefálico. Estes autores sugeriram que os sonhos são o melhor "ajuste" que o cérebro frontal poderia fornecer a este bombardeamento randômico do tronco cerebral. Nesta proposição, os neurônios da ponte, via tálamo, ativariam várias áreas do córtex cerebral eliciando imagens bem conhecidas ou mesmo emoções, e o córtex então, tentaria sintetizar as imagens disparadas". (CARDOSO, s.d.)
De acordo com os pesquisadores Francis Crick e Graeme Mitchison, em
1983 postularam que o néocortex, uma complexa rede de associação neural,
poderia se tornar carregado por grandes quantidades de informações
recebidas. O neocórtex poderia desenvolver, então, pensamentos falsos ou
"parasíticos", pensamentos estes que comprometeriam o armazenamento
verdadeiro e ordenado da memória.Isto explicaria porque as crianças, cujo
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ritmo de aprendizagem é intenso, apresentam mais sono REM que os adultos.
Elas necessitariam, segundo esta ideia, esquecer as diversas associações
erradas ou sem sentido que se formam durante a sua aprendizagem quando
estão acordadas, favorecendo, desta forma, o armazenamento das
associações ou informações que são verdadeiramente importantes.
Segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro a excitabilidade neuronal
encontrada durante o sono REM ativa o cérebro para desempenhar funções
como a consolidação da memória, a reprogramação de condutas instintivas ou
mesmo funções de restauração ou de maturação cerebral.Antes de Freud, os
sonhos eram considerados apenas símbolos, analisados como se fossem
premonições ou manifestações divinas. Para a neurociência, o sonho é
resultado da ativação de certas estruturas cerebrais, como o tronco cerebral. .
Os sonhos não só representam uma série de fenômenos mentais que tanto têm
intrigado o homem sob o ponto de vista psicológico, mas também são sinais de
diversas mudanças cerebrais e o resultado da ativação de extensas redes e
conjuntos neuronais, que hipertrofiam, quando os neurônios estendem seus
tentáculos a busca de outros contatos na rede neural, durante a ativação
cerebral. Ainda não é totalmente entendido a fase REM e os sonhos ,sabe-se
que é importante para a criação de memórias de longo prazo, os sonhos usam
informações da memória recente para simular situações que serão vividas no
futuro,ajudando assim o individuo a se adaptar ao meio. Quando uma pessoa
está no estágio REM e tem seu sono interrompido o ciclo do sono seguinte
tende a não seguir a ordem normal.
O sono é coordenado por um hormônio chamado melatonina. Ela é
produzida pela glândula pineal, bem no meio do cérebro, e é o que nos faz
dormir e acordar em ciclos de 24 horas. Ela é um mecanismo que a natureza
criou para adaptar os seres vivos ao ritmo do Sol. Conforme começa a
escurecer, o organismo começa a liberar mais melatonina nos deixando cada
vez mais sonolento, até apagar. De manhã, com tudo claro, o nível de
melatonina cai, e nos acorda.
Para uma boa noite de sono ações simples em relação ao ambiente e a
hábitos devem ser tomadas. Essas práticas ajudam a evitar o sono
fragmentado .
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a) Luminosidade: claridade excessiva deve ser evitada, pois qualquer
estimulação luminosa favorece a liberação de hormônios que induzem o alerta
e diminuem o sono. Pode-se fazer uso de cortinas ou películas escuras, na
janela, para diminuir a entrada de luz e deixar o ambiente o mais escuro
possível. Algumas crianças se adaptam melhor a máscaras de dormir;
b) Temperatura: o frio intenso é desconfortável, principalmente com
relação às extremidades (pés e mãos) que apresentam pouca circulação
sanguínea, sendo assim mais sensíveis. O uso de meias e luvas diminui muito
o tempo que se leva para começar a dormir. Nas cidades mais quentes,
ventiladores e condicionadores de ar são sempre bem vindos;
c) Barulho: costuma ser um vilão, principalmente nas grandes cidades,
devendo ser evitado ao máximo;
d) Colchão e travesseiros: talvez a coisa mais importante seja um bom
colchão e travesseiros com densidade e altura específicos para crianças. Só
mesmo testando vários modelos e marcas é que se pode escolher o mais
adaptado para cada um, individualmente.
Em termos de hábitos de vida incorretos, alguns fatores merecem
destaque, tais como:
a) Horário de dormir: se a criança e adolescentes tem o costume de ir
dormir em horários irregulares, o organismo fica dessincronizado e sem saber
se naquela hora específica em que se deitou é para dormir ou para ficar
acordada. Dessa forma, deve-se sempre tentar dormir no mesmo horário, sem
ser muito rígido, mas tentando manter esse padrão mesmo nos fins de
semana;
b) Café, refrigerantes e outros estimulantes: devem sempre ser evitados
por até 6 horas antes de dormir. Bebidas que não sejam estimulantes, mas em
quantidade excessiva, podem favorecer o despertar do sono;
c) Alimentação: deve-se dar preferência para alimentos leves e de fácil
digestão, que devem ser ingeridos pelo menos duas horas antes de dormir.
d) Atividade física: geralmente, induz alerta e prejudica o início do sono,
devendo ser evitada por até 4 horas antes de dormir;
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e) TV e computador: não devem ser colocados no mesmo quarto em que
a criança vai dormir, pois podem servir de estímulo para a mesma ficar
acordada;
f) Leitura: pode até favorecer o início do sono, se for uma leitura
agradável, mas que não estimule muito;
g) Outras atividades: deve-se sempre ter em mente que a cama só serve
para dormir, e qualquer outra atividade, como brincar, se alimentar ou estudar
deve ser evitada.
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CAPÍTULO II
SONO E APRENDIZAGEM
2.1. Cronotipos
Entre as razões que levam ao desempenho escolar insatisfatório,
merece destaque a qualidade e a quantidade do sono do aluno. No entanto,
esse fator é raramente levado em consideração pela escola ou pelos pais.A
aprendizagem ocorre a partir da consolidação da memória e o sono tem papel
fundamental nesse processo.Por isso buscar soluções para seus possíveis
distúrbios,e garantir um bom rendimento em nossas atividades do dia a dia se
faz necessário.
Acordar cedo não é agradável para todo mundo ,cerca de 15% da
população adulta tem dificuldades de acordar cedo (vespertinos) e outros 15%
preferem acordar cedo (matutinos), porém a maioria da população ficam entre
os matutinos e os vespertinos.
Segundo Marco Túlio de Mello et.al (2007) fatores genéticos determinam
as características e diferenças de cada relógio biológico. Quem é mais noturno
provavelmente começa a liberar melatonina mais tarde, então o sono vem
mais tarde também.O metabolismo diminui à noite, por isso o melhor é evitar
alimentos pesados.Muitas vezes, as pessoas deitam muito tarde e levantam
cedo porque precisam, não porque gostam.
O cortisol é o hormônio que nos deixa em alerta. Há um pico pela
manhã, entre 7 e 8 horas, e à noite ele atinge o ponto mais baixo. Já o
hormônio de crescimento aumenta dependendo da hora do jantar e do sono.
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Atinge o ápice durante o sono e cai quando a pessoa acorda. O hormônio da
saciedade leptina, por sua vez, tende a subir à noite e baixar ao longo do dia.
Se houver problemas de ajuste de horário biológico, o ideal é fazer uma
avaliação clínica com uma equipe multidisciplinar especializada, compostas por
médicos, psicólogo e nutricionista.
A privação de sono tem efeitos nocivos ao organismo e dentre outros
problemas, pode resultar em baixa performance escolar, aumento de peso,
sintomas depressivos, declínio da atividade física. Nos últimos anos, cientistas
vem estudando o cérebro de pessoas que acordam muito cedo para estudar ,e
tem mostrado que um sono de qualidade é fundamental para a aprendizagem,
pois consolida memórias e estimula a cognição. Mas o que podemos ver, é que
as escolas continuam ignorando estas descobertas ao praticar horários que
estão muito aquém da necessidade de sono dos alunos.
Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a
produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro,
produzimos também um hormônio específico chamado melatonina,
responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja
melhor, que seja mais profundo.
Segundo a Academia Americana de Pediatria(APA) e Rubens Reimão,
líder do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina dos Sono da Universidade
de São Paulo(USP), existem dois cronotipos :
• Matutinos - Naturalmente acordam e dormem cedo e tendem a
desempenhar melhor suas atividades ,físicas e intelectuais, na parte da
manhã.
• Vespertinos - Tendem a ir para cama de madrugada e a dormir até mais
tarde, quando possível.Concentram-se e desempenham melhor suas
tarefas no final da tarde e à noite e têm mais dificuldade para se
encaixar no horário -padrão de estudo e trabalho.
Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a
madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir
seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham
dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de
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acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai
procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem
mais energia.
Os vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e
acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A
criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas
atividades de manhã. Na adolescência, é acentuada, uma vez que os jovens
tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência. A característica
vira um problema quando persiste na fase adulta.
Segundo o pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), especialista em sono, os vespertino são aqueles que já
saíram da fase de adolescente (acima de 20 anos) e que não conseguem se
acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada.
Muitas escolas acreditam que as crianças e adolescentes conseguem se
acostumar a dormir e acordar cedo. Porém, o doutor em neurociências
Fernando Louzada afirma que um aluno vespertino nunca vai mudar o seu
comportamento natural. Segundo ele o aluno consegue se ajustar devido ao
nosso sistema nervoso ser plástico, porém quando tiver a oportunidade irá
expressar sua preferência em acordar mais tarde.
Contudo, as horas de sono humanas se modificam durante as fases da
vida - bebês dormem muito e idosos costumam ter noites mais curtas. De
acordo com a pesquisadora, a concentração de neurônios se modifica
proporcionalmente, pois os humanos costumam perder neurônios com a idade,
precisando de menos horas de repouso.
Segundo Rubens Reimão, especialista em distúrbios do sono, com a
invenção do ultrassom revelou-se que pelo movimento ocular, mostrando que
o feto sonha.O feto passa 16 horas por dia dormindo e que sonha 65% desse
tempo.Não se sabe bem com o que ele sonha. Provavelmente, repassa o que
passou durante as breves vigílias.Como o final da gestação é a época de maior
formação de sinapses e para que elas se formem é necessário o estímulo que
favorece a criação das sinapses .Essa é uma etapa fundamental para a
inteligência – quanto mais estímulos, melhor. Esse é um dos motivos pelos
23
quais os recém-nascidos dormem quase o dia inteiro,eles têm muito o que
aprender.
Quando nascemos apresentamos um padrão de sono polifásico, vários
dormidas ao longo do dia e da noite.Essas mudanças fazem parte da transição
para um padrão monofásico, que ocorre na maioria dos adultos.Por esse
motivo na educação infantil é necessário que as escolas ofereçam as crianças
a sesta até pelo menos os 6 anos ,para que o sono que pode estar sendo
privado ser recuperado.
Segundo Fernando Louzada, professor da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e especialista na ciência do sono e suas relações com a
aprendizagem e o desempenho escolar.Na adolescência é comum o atraso
tanto nos horários de dormir quando de acordar.Esse atraso ocorre devido as
mudanças hormonais e algumas vezes devido ao uso de celulares e outros
eletrônicos que mantém um excesso de luz,inibindo a melatonina, transforma o
"dormir" em algo secundário. O cérebro dá conta de milhares de tarefas
simultaneamente , mas tem suas limitações. A revolução hormonal que detona
a adolescência tem impacto na produção da melatonina, o hormônio que regula
a vontade de dormir. Secretado na ausência de luz solar, ele aciona uma
região específica do cérebro, o núcleo supraquiasmático, responsável, entre
outras funções, pela liberação de substâncias associadas ao sono. Nos
adolescentes, a produção diária de melatonina sofre atraso de até quatro horas
em relação à população em geral. Apesar de não se conhecerem as causas
desse atraso, sabe-se que ele nada tem a ver com a vida moderna.
Na sala de aula é visível os prejuízos da criança ou jovem que não
dorme o suficiente: fica desatento durante as aulas, perde o bom desempenho
escolar e tem como consequências a perda do seu ritmo interno, podendo ser a
grande vilã do baixo rendimento escolar.
2.2. Ciclo circadiano
De acordo com Fernando Louzada , o organismo humano tem um ciclo
diário(circadiano), onde os níveis hormonais e a temperatura do corpo se
alteram ao longo do dia e da noite. É muito comum depois do almoço, por
24
exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, consequentemente, a
temperatura sobe, o que pode causar sonolência. Estamos de tal forma
habituados a este relógio interno que muitas vezes sequer lembramos de sua
existência.
O ritmo circadiano mantêm o corpo alerta durante as horas de claridade
(dia) e ajuda-o a relaxar à noite. É capaz até mesmo de nos acordar pela
manhã quando esquecemos de ligar o alarme no relógio da cabeceira. É ele
também nos acorda nos dias em que poderíamos dormir até um pouco mais
tarde.
Os níveis de cortisol (um hormônio que afeta o metabolismo e o sistema
imune), são maiores entre 6 e 8 da manhã, diminuindo gradualmente durante o
dia. Ao mudar o padrão de sono, o pico de cortisol se adapta em
correspondência. O hormônio do crescimento (GH), por sua vez, aumenta com
o sono em crianças – os níveis máximos são atingidos nas primeiras duas
horas de sono. Se a criança apresenta distúrbios do sono, a produção de GH
cai, prejudicando seu desenvolvimento.
Nas aproximadas vinte e quatro horas em que se baseia o ritmo
circadiano, cada órgão do corpo humano manifesta o seu pico de
funcionamento, período em que é realizada a auto -limpeza do corpo. Assim, a
cada duas horas, divididas entre as 24, um órgão necessita da utilização de
mais energia.
As atividades dos órgãos estão divididas da seguinte forma:
• 1h – 3h - Fígado
• 3h – 5h - Pulmão
• 5h – 7h - Intestino Grosso
• 7h – 9h - Estômago
• 9h – 11h - Baço/Pâncreas
• 11h – 13h - Coração
• 13h – 15h - Intestino Delgado
• 15h – 17h - Bexiga
• 17h – 19h - Rins
• 19h – 21h - Pericárdio
• 21h – 23h - Triplo Aquecedor
25
• 23h – 1h - Vesícula Biliar
Segundo Dr. Virgil D. Wooten , diretor médico do TriHealth Sleep
Centers dos hospitais Good Samaritan e Bethesda North, em Cincinnati,a
grande importância do conhecimento das funções e atividades do ciclo
circadiano está em analisar o comportamento do corpo e obsevar anomalias
frequentes que ocorrem no mesmo período entre as 24 horas do ciclo. Desta
forma, pode-se dizer em que estrutura corpórea ocorre algum tipo de
desequilíbrio.
As atividades escolares devem ser planejadas baseando -se no o ciclo
circadiano, pois o custo orgânico de uma tarefa não é o mesmo nas diferentes
horas do dia o ritmo biológico é uma das muitas variáveis que podem, de
alguma forma, interferir no processo de ensino -aprendizagem.
Além disso, a hora de acordar e levantar vira um pesadelo, trazendo
preguiça, moleza, lentidão, que podem causar conflitos em casa, fazer o aluno
chegar atrasado, acarretando na perda da matéria da primeira aula, podendo
não conseguir acompanhar o grupo, posteriormente.
Figura2 : Livro Psico A- Editora McGrawHill
2.3. Memória e processo de consolidação da aprendizagem
A memória é processo pelo qual retemos de informações de nossas
experiências e formam a nossa individualidade . Essas informações ficam a
arquivadas e quando necessitamos ela é recuperada.
26
A memória forma a base para a aprendizagem, dessa maneira podemos
dizer que a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória
é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos. Apesar das nossas
memórias serem individuais, todos nós recordamos eventos, fatos, emoções e
desempenhos .
Segundo a Dra. Silvia Helena Cardoso ,aquilo que aprendemos e
lembramos são processados por diferentes áreas do cérebro.De acordo com
essas áreas, cada memória realiza um tipo diferente de função no cérebro
humano. As memórias funcionam de acordo com a duração da informação:
• A memória ultra-rápida - a retenção não dura mais que segundos. Por
exemplo, ouvir alguém ditando um número de telefone, na hora você
lembra, mas quando passa uns segundos é incapaz de recordar.
• A memória de curta duração (ou memória de trabalho e de curto
prazo) - tem acesso rápido e limitado, nesta área a informação não dura
mais que segundos. Nesta memória temos a memória operacional que
servirá para organizar a realidade percebida pelo cérebro. Através dela,
armazenamos informações essenciais para a resolução de problemas,
para uso do raciocínio rápido ou elaboração de comportamentos (que
podem ser esquecidos a seguir). Ex.: Lugar onde estacionamos o carro.
• A memória de longa duração (ou permanente) - é responsável por
armazenar todo o conhecimento de uma pessoa. O tempo de acesso
para recuperação de informações em comparação aos outros tipos de
memória é muito maior. Podendo durar dias, semanas ou até mesmo
anos. Consolidação é o processo de armazenar novas informações
nessa memória.
Para que possamos fixar e guardar uma informação importante
precisaremos decorar ou aguçar os nossos sentidos. Um exemplo disso
acontece quando repetimos um texto várias vezes. Esta informação que estava
na memória de curta duração passa para a memória de trabalho e em seguida
para a memória de longa duração.
A emoção interfere no processo de retenção de informação,pois
memória só se forma quando estamos alerta ou emocionados . É preciso
motivação para aprender , afinal o cérebro se modifica em contato com o meio
27
durante toda a vida ,o tempo todo recebemos estímulos sensoriais vindos do
meio externo ou internos como por exemplo uma dor. A formação da memória
é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento
prévio.
A consolidação da aprendizagem em sala de aula ocorre da seguinte
maneira:
• A primeira que é a aula onde as informações vão para o
hipocampo, onde fica uma substância (acetilcolina) capaz de receber e
guardar temporariamente os conhecimentos ( memória de curto prazo).
• A segunda quando revemos o que foi estudado , e a memória se
torna de longo prazo.
• A terceira é o sono , durante o sono profundo o cérebro promover
a fixação da aprendizagem.A acetilcolina permanece praticamente
inativa,uma vez que o cérebro não recebe novas informações. Apenas
com a acetilcolina inerte os neurônios conseguem formar uma rede por
meio da qual as informações migram à outra região do cérebro, o
neocórtex. É nela que fica armazenada a longo prazo a memória relativa
ao aprendizado.
Quando essas três etapas não ocorrem é preciso repetir várias e várias
vezes a mesmo informação para a criança/adolescente.É comum com pessoas
que não façam esse processo dar o comum "branco" na hora de uma prova.
De acordo com Marques & Menna -Barreto( 2003 ) esse ciclo da
aprendizagem muitas vezes não ocorrem devido ao horário das instituições de
ensino serem muito cedo ,antes das 8 horas da manhã.As crianças (educação
infantil)acordam por volta das 6 horas e 30minutos da manhã, e como crianças
que necessitam de um período de sono maior ,por volta de 10horas esse ciclo
fica prejudicado.
Para os adolescentes do fundamental II e ensino médio os horários de
entrada nas instituições de ensino são 7horas da manhã, o ideal é que após o
almoço tire um cochilo para baixar o nível das ondas cerebrais e conseguir
revisar o conteúdo a tarde.Geralmente os adolescentes na fase de vestibular
não fazem essa pausa por achar que perderá tempo ao dormir , isso faz com
que rendam menos ,reduzindo a concentração e a atenção.
28
Sabe-se, que a reativação das lembranças, pouco tempo após serem
adquiridas, desempenha um papel determinante em sua transferência para a
zona de estocagem permanente, o neocórtex. Mas, por exemplo, aprender um
segundo poema no intervalo pode tornar mais difícil gravar o primeiro na
memória longa.
Segundo John Fontenele Araujo, do laboratório de cronobiologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte , para 90% das pessoas, o
repouso ideal tem a duração de oito horas. É o tempo necessário para concluir
cinco ciclos de sono – um padrão favorável tanto ao descanso como à
memória. Há quem alcance o mesmo efeito antes disso, mas é uma minoria.
Ainda segundo as pesquisas, o melhor sono para o aprendizado se encerra por
volta das 6 da manhã. Por duas razões. Primeiro, porque o corpo está
biologicamente "programado" para o repouso até essa hora. Quem acorda
mais cedo consegue aproveitar todos os picos de aprendizado. Quem sai da
cama por volta das 8 da manhã tem o período favorável à atividade intelectual
reduzido em 20%. Há um certo consenso sobre a impossibilidade de
compensar mais tarde o tempo de atividade máxima perdido pela manhã. Por
volta das 9 da noite, o corpo começa a liberar hormônios indutores do sono e
os neurônios de novo se preparam para as funções noturnas , estudar depois
dessa hora é menos produtivo.
29
Apesar de diferentes focos a Neurociência e a Psicologia Cognitiva
tentam de maneiras diferentes compreender o processo de aprendizagem .
Enquanto a neurociência utiliza experimentos comportamentais e aparelhos
como a ressonância magnética para observar alterações no cérebro durante o
seu funcionamento ,a psicologia foca em evidências indiretas para explicar
como os indivíduos percebem, interpretam e utilizam o conhecimento adquirido.
As duas áreas permitem entender de forma abrangente o
desenvolvimento do aprendizado.
Aprender é uma função cognitiva no qual promove mudanças
neurológicas celulares, elétricas e químicas. A formação das sinapses está
muito relacionada à capacidade de aprender, pois, em interação com o
ambiente, as estruturas do sistema nervoso processam novas informações
30
criando, fortalecendo e também enfraquecendo sinapses. O aperfeiçoamento
de uma habilidade conforme treino e memorização, tal como tocar um
instrumento ou ler, implica no fortalecimento de algumas sinapses e no
aumento da velocidade de processamento e execução. Ao mesmo tempo, se
uma habilidade é pouco praticada ou não é treinada ao longo do tempo, as
sinapses relacionadas são enfraquecidas e até deixam de existir.
Novas descobertas dos processos de aquisição e armazenamento de
conhecimento estão surgindo tentando explicar a inter-relação entre os dados
armazenados.
Segundo o neurocientista Robert Stickgold um recente estudo da
Universidade Harvard mostra os neurônios durante o sono fazendo conexões
entre informações aparentemente díspares ou adquiridas em situações
diferentes. Isso explica o fato de muita gente acordar com a sensação de ter
tido uma brilhante ideia enquanto dormia.
31
CAPÍTULO III
MUDANÇAS ESCOLARES
3.1. Mudanças nos horários escolares
Mesmo com várias pesquisas sobre as mudanças necessárias no
âmbito escolar e disponibilidade desse conteúdo nos meios de comunicação –
internet, TV, revistas, jornais – sobre a importância do sono, os docentes
continuam despreparados para trazer esse assunto para a sala de aula, pois,
conforme foi dito anteriormente, a formação docente ainda é deficiente na
temática sobre os ritmos biológicos e a saúde escolar.
Novos tempo exigem a adoção de uma mudança em relação aos
horários escolares, afinal a escola deve ser um espaço despido de
preconceitos para o reconhecimento das necessidades do corpo, seja mais
flexível, que respeite as características temporais de cada aluno, ou que, no
mínimo, evite privações de sono para a maioria.
O trabalho de Meijer et al. (2000) onde se observou que o aumento na
quantidade de sono noturno interfere na qualidade do sono e tem um impacto
substancial sobre o desempenho escolar de adolescentes.Neste sentido, as
escolas deveriam atrasaram o horário de início das aulas pela manhã, de 7:15
para 8:40h, desta forma os alunos estariam mais alerta e atentos durante as
aulas .Entretanto, a mudança também trouxe algumas dificuldades, como a
adequação dos pais ao novo horário dos filhos e dos professores em relação
aos seus horários de trabalho em outras escolas. Por isso, segundo Larson
(1999) a experiência e os resultados são específicos para cada sociedade e o
processo pode ser complexo, uma vez que a mudança envolve vários setores
da sociedade.
A oferta do turno vespertino poderia ser uma outra opção, entretanto,em
escolas aonde há a oferta do ensino médio à tarde, a procura é pequena, pois,
os pais e os estudantes afirmam que há menos tempo para as atividades do
dia devido aos estudantes acordarem muito tarde. Estes resultados reforçam a
importância de discutir o assunto na escola, para que os indivíduos em
formação, crianças e adolescentes, possam compreender um pouco mais
32
sobre um ritmo biológico que faz parte do seu dia-a-dia e possa reconhecer os
comportamentos que podem favorecer a obtenção de um sono de melhor
qualidade e a percepção de bem estar.
"Em termos ideais, estaríamos falando de uma escola em tempo integral e isso não significa entrar às 6h da manhã e sair às 6h da tarde. No Ensino Infantil, tem que ser dada a oportunidade para a criança fazer a sesta, ou seja, dormir depois do almoço. Como? Força todo mundo a deitar e dormir? Não. Você tem que ter dois ambientes. Um ambiente do sono e um ambiente das atividades lúdicas, da leitura, enfim do que a escola decidir para aqueles que permanecerem acordados. Porque não é uma obrigação dormir, é uma possibilidade." (LOUZADA)
A importância do sono é um consenso entre os pesquisadores ,afinal a
atividade cerebral que acontece durante esse período tem ligação com a
consolidação do aprendizado. As possibilidades de simulações que acontecem
durante o sono também abrem espaço para a criatividade e o despertar de
insights. A escola se preocupa com vários aspectos escolares porém deixam
de pensar da mesma forma com relação ao sono, a necessidade de
reorganizar horários escolares de forma a considerar essas necessidades de
cada aluno é fundamental.
Segundo Fernando Louzada na educação infantil são recomendados
dois espaços , um para cochilo depois do almoço e outro para atividades
lúdicas ou de leitura para quem sentir sono.Já para os adolescentes
reconhecer suas particularidades, já que naturalmente dorme e acorda mais
tarde.É fortemente recomendado que as escolas mudem o horário de início das
aulas para mais tarde nessa faixa etária.
Ainda segundo o autor uma das propostas de mudanças seria, uma no
qual os alunos devam permanecer cinco horas diárias na escola (mesmo sendo
pouco, mas de acordo com a realidade do Brasil),uma das unidades ,chamadas
de núcleo comum ,teria a participação de todos os alunos,ocorrendo ,por
exemplo, entre as 9h e 12h.A outra unidade , chamada de núcleo
flexível,permitiria a opção do aluno ,poderia ocorrer entre 7h e 9h ou entre 13h
e 15h.Alunos com preferências mais matutinas frequentariam o primeiro
33
horário.Aqueles com preferências mais vespertinas frequentariam o segundo
horário.Porém a solução ideal seria que as crianças entrassem às 9h e
saíssem às 17h. Isso permitiria a integração de atividades físicas, cognitivas e
artísticas, intercaladas com alimentação. Os alunos poderiam começar com
exercícios físicos para ativar o corpo e, depois, fazer trabalhos de raciocínio até
o almoço. À tarde, voltariam com trabalhos artísticos e os professores
finalizariam o dia com exercícios para recapitular o que foi ensinado pela
manhã.
3.2. Como abordar o sono em sala de aula
No período de férias ,quando as crianças e adolescente podem dormir e
acordar mais tarde, faz com que no momento de retorno as aulas o relógio
biológico demore um pouco para se adaptar novamente.Para que essa
readaptação não seja tão difícil o ideal é que dois ou três dias antes do retorno,
seja antecipado acordando mais cedo.
No Colégio Itatiaia, de São Paulo (SP), a coordenadora pedagógica do
colégio, Giseli Pegoraro, conversa antes com os pais aconselhando-os a
começar a seguir os horários normais alguns dias antes.A coordenadora do
Fundamental I, Adriana Lassuda, abordar o tema em sala de aula mostrando
as características e condições do corpo relacionadas ao sono, para que as
crianças percebam a importância dele para nossa saúde.
Segundo Louzada e Menna-Barreto (2007) pensando em como abordar
o estudo sobre o sono na sala de aula, levantaram sugestões de atividades que
poderiam ser utilizadas e adaptadas à proposta pedagógica de cada escola,
algumas delas são:
•Os alunos poderiam organizar informações sobre horários nos quais os
animais estão mais ativos e menos ativos. A partir dessas informações seria
discutido o conceito de animais diurnos e noturnos, incluindo a espécie
humana.
• Os alunos poderiam obter informações sobre duração e padrões (monofásico
x polifásico) de sono nos animais, identificando as diferenças.
34
•Por meio de entrevistas com parentes e amigos, os alunos poderiam construir
um cenário da ontogênese do ciclo vigília-sono, identificando diferenças
ontogenéticas e individuais.
•Dentro das discussões sobre mudanças físicas e psicológicas que
acompanham a puberdade, devem ser incluídas as alterações do ciclo vigília-
sono, particularmente o atraso de fase.
•Alunos do ensino médio podem buscar informações sobre distúrbios de sono,
suas causas e tratamentos. Essa atividade pode incluir a visita a um laboratório
de sono. Além de trazer o tema para sala de aula, há um incentivo para que a
própria escola adote algumas medidas que podem reduzir a sonolência nas
aulas, são elas:
•Desenvolver atividades ao ar livre, principalmente nas primeiras aulas da
manhã, pois, a exposição á luz está relacionada ao aumento do alerta.
•Realizar atividade física nos primeiros horários, uma vez que o exercício físico
aumenta o estado de alerta e libera diferentes substâncias neuroquímicas que
mascaram os efeitos da privação de sono.
•Promover aulas dinâmicas e estimulantes, que podem ser organizadas através
de aulas no laboratório, discussão em grupo ou atividades que saem da rotina.
•Adotar do horário de início de aula mais tardio. Essa prática pode melhorar o
desempenho dos alunos quando eles apresentam dificuldades para chegar no
horário inicial das aulas ou quando se encontram estressados, sonolentos e
menos alerta no horário estabelecido.
35
Figura 4: Mitos x Boas ideias ,retirado da revista neuroeducação 4ºedição ,ano de 2015
Além dessas sugestões também pode ser feito oficinas para introduzir
noções sobre o sono e de mostrar a relação entre o sonho e o sono.
Apresentar o sono como uma necessidade biológica essencial à manutenção
da vida e da saúde modificações dos ritmos biológicos com a idade,horário de
verão, sonolência diurna, drogas estimulantes e tranquilizantes.
Segundo Cerqueira (2007) ,a escola é uma instituição responsável pela
organização e disseminação de saberes. Representa um espaço privilegiado
por congregar durante um período importante, crianças, adolescentes, adultos,
professores, profissionais da educação e representantes da comunidade
educativa. Tem uma importante relação com os estudantes e seus familiares,
além de desempenhar papel de destaque na sociedade
Sendo assim, a escola torna-se um lugar estratégico para o setor da
Saúde promover ações de incentivo à qualidade de vida dos indivíduos, um
a vez que os profissionais da educação facilitam a realização dessas ações por
reconhecer em a importância da saúde de seus alunos como um dos aspectos
fundamentais para sua qualidade de vida, seus processos de crescimento,
36
desenvolvimento e aprendizagem.
Em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Ciências
Naturais para o ensino fundamental , tem objetivo de “Conhecer o próprio corpo
e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos
aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em
relação à sua saúde e a saúde coletiva”.Entretanto , orientações como a
importância do sono para qualidade de vida e aprendizagem não são
encontrados em livros escolares.
Apesar de ser encontrado nos PCNs de ciências naturais o
reconhecimento da ritmicidade biológica , o estudo sobre o ciclo vigília-sono
não se apresenta nos PCNs a importância de desenvolver hábitos de sono
saudáveis, a conhecer as consequências da privação de sono, conhecer
algumas de suas funções, sua organização, as necessidades de sono ao longo
da vida e assim por diante.
Sabendo da importância da informação foi desenvolvido “Programas de
Educação sobre o Sono” com adolescentes de escolas públicas e particulares.
Estes programas se baseiam na observação de que alguns comportamentos
que prejudicam o sono podem decorrer da falta de conhecimento do indivíduo
sobre este assunto, por isso, devido ao sono não estar contemplado nos livros
de ciências e biologia e não ser trabalhado em sala de aula há uma lacuna em
saber se os maus hábitos de sono dos adolescentes são comportamentos
conscientes ou não.
De acordo com Sousa et al.(2007) em um estudo foi avaliado o impacto
de um programa de educação sobre o sono sobre o padrão de sono de
estudantes do 1º e 2 o ano do ensino médio.Foi trabalhado com os estudantes
medidas de higiene do sono e a melhor compreensão dos comportamentos
diários que favorecem a ocorrência do sono. Entre eles podemos citar: manter
a regularidade dos horários de dormir; evitar cochilos longos e o uso de
substâncias como álcool ou cafeína próximo ao horário de dormir, não ficar até
tarde vendo TV ou na internet, entre outros .
Após passar pelo programa de educação sobre o sono com duração de
uma semana (45min/dia) observou-se que os horários de dormir passaram a
ser semelhantes dia-a-dia e que o cochilo iniciou mais cedo. Estes
37
comportamentos, discutidos durante o programa, favorecem a ocorrência do
sono à noite .
Segundo Azevedo et al.(2008) posteriormente observou-se resultados
semelhantes em estudantes do 2º grau de uma escola particular .Pode-se
atribuir estes resultados à importância do tema ao dia-a-dia do indivíduo, ou
seja, a partir das atividades desenvolvidas durante o “Programa de educação
sobre o sono”, os adolescentes passaram a se comportar de forma diferente,
indicando a eficiência das atividades propostas e a relevância deste tema ao
seu cotidiano.
De acordo com Cortesi et al. (2004) neste estudo anterior o
conhecimento dos adolescentes não foi avaliado, embora tenham observado
um aumento no percentual de respostas corretas de adolescentes após a
aplicação de um programa de educação sobre o sono. Além disso, o
conhecimento sobre o sono está relacionado a prática de bons hábitos de sono
que por sua vez leva à diminuição dos níveis de sonolência diurna e ao
aumento do desempenho.
3.3. Escolas que mudaram seus horários
A cinco anos Rosangela Macedo Moura diretora da Escola Estadual
Francisco Brasiliense Fusco ,localizada em São Paulo, no Jardim Umarizal, na
zona oeste da capital resolveu modificar os horários que são comumente
aplicados aos alunos a partir do 6º ano (antiga 5ª série) que estudam de
manhã e os de anos anteriores, à tarde - e inverter de turno os estudantes.
Antes, porém, muitas conversas foram necessárias com professores e pais. A
princípio, a maioria era contra.Durante alguns meses ela divulgou informações
que comprovaram a importância dessa mudança, e comprovando com estudos
científicos que medida seria benéfica para os alunos .Com a dúvida inclusive
de superiores da diretoria , foi necessário um plebiscito que por fim conseguiu
aprovação da mudança.
Com a mudança implementada os alunos de 1ª a 4ª série do Ensino
Fundamental passaram a frequentar a escola de manhã e os de 5ª a 8ª e do
Ensino Médio, depois do almoço.Segundo a diretora Rosangela , as diferenças
38
de comportamento foram imediatas , o número de faltas caiu drasticamente nos
primeiros meses, e o rendimento subiu a cada avaliação. Gente dormindo na
sala de aula virou exceção, assim como as brigas entre colegas. O efeito
positivo sobre o humor, a atenção e a participação dos estudantes animou os
professores, que também começaram a faltar menos. Até a procura por vagas
na escola cresceu cerca de 20%, fazendo com que a direção aumentasse o
número de turmas de 40 para 46.
Uma mudança como essa Escola Estadual Francisco Brasiliense Fusco
não é fácil de ser implantada , principalmente em escolas em alguns países
como Estados Unidos onde é comum escolas com períodos integrais,mas no
Brasil como na maioria das escolas não é essa a regra a implantação de novos
horários deveria ser mais facilmente aceita.
Nos Estados Unidos o tema sobre mudanças nos horários teve início em
meados dos anos 1990, quando pesquisas sobre o tema se tornaram mais
populares.Uma das primeiras escolas dos Estados Unidos a adotar a mudança
foi a Edina High School, na cidade de Edina, no Estado de Minnesota.Em 1995,
após receber uma carta da Associação Médica do Estado alertando para as
conclusões de estudos sobre o tema, a escola decidiu atrasar o início das aulas
das 7h25 para as 8h30.
Após ajustes iniciais, que incluíram mudanças nos horários dos ônibus e
dos treinos esportivos, a mudança transcorreu sem problemas.
Uma pesquisa realizada no primeiro ano após a mudança de horários
96% dos pais disseram estar satisfeitos e os alunos estavam se saindo
melhor nos testes e mais satisfeitos com o ambiente escolar
Apesar da não ser nova em 2014 o secretário de Educação dos Estados
Unidos, Arne Duncan, manifestou apoio ao movimento.
Terra Ziporyn Snider é fundadora do movimento Start School Later
(Comece a Escola Mais Tarde, em tradução livre), é autora de uma petição
online, com assinaturas de moradores dos 50 Estados americanos, pedindo
que o governo proíba escolas de iniciar as aulas antes das 8h.Atualmente,
segundo o Departamento de Educação, 42% das escolas públicas americanas
de Ensino Médio começam as aulas antes das 8h.
39
Na cidade de Fairfax, no interior dos Estados Unidos, levando em
consideração as pesquisas sobre o sono decidiu alterar o horário de início das
aulas de 7 horas da manhã para 8h e 10min.. Resultado também da luta de
uma mãe que, há 11 anos, entrou na Justiça pedindo para que seus filhos
pudessem ir para a escola mais tarde.
Na cidade no Maine, Carrie Close, 18 anos, estudante do último ano do
Ensino Médio em Farmington, chegou a redigir uma proposta para apresentar
às autoridades locais pedindo mudanças no horário.Ela costumava acordar as
6h para estar na escola as 7h45min., não conseguia tomar café da manhã e
estava sempre com fome, e sentia-se desmotivada a estudar. Mas mesmo com
todas as suas tentativas a iniciativa não foi adiante.
Segundo o neurologista Alexandre Castro Caldas defendeu que o
rendimento acadêmico dos alunos pode ser melhorado se o horário escolar for
adaptado ao ritmo de sono dos adolescentes, que se deitam mais tarde. Como
exemplo o especialista cita que nos Estados Unidos da América os resultados
dos alunos melhoraram quando se decidiu começar as aulas mais tarde.
No entanto, o neurologista defende que as medidas não devem ser
replicadas de forma universal: primeiro, afirmando que é preciso ver o que as
escolas pretendem fazer e estudar a realidade de cada país.Além disso , o
neurologista frisa que ,saber como ocorre o funcionamento do cérebro pode
contribuir forma muito significativa para a forma de ensinar ,acrescentando que
nos EUA esta temática está muito mais desenvolvida. Além de perceber os
ritmos de sono dos adolescentes e adequar o horário escolar, a presença de
atividades na escola como teatro e a música pode também contribuir para
melhorar o rendimento dos alunos.
No entanto, atividades de educação para a saúde na escola são
realizadas, na maioria das vezes, sob o foco da prevenção e do controle de
doenças e muito pouco na questão da formação de atitudes saudáveis de vida,
do desenvolvimento psicossocial, da saúde mental e em práticas mais efetivas.
De acordo com Cerqueira (2007) ressalta que o papel do setor
Educação, como de costume, é o de formar escolares em temas como
matemática, línguas, história dentre outros conhecimentos e habilidades
acadêmicas e que promover saúde não é o seu objetivo primordial – o que
40
poderia justificar o setor Educação não dar prioridade a algo que é do setor
Saúde. Entretanto, a autora comenta que promover saúde no ambiente escolar
é importante para o melhor aproveitamento do processo educativo, pois,
favorece a qualidade de vida aos indivíduos.
“Se o conhecimento de temas como sexualidade, drogas
e nutrição, por exemplo, contribui para que o jovem
adquira hábitos mais saudáveis, por que não incluir nessa
lista os ritmos biológicos, os mecanismos e os fenômenos
relacionados ao ciclo vigília-sono?” (CERQUEIRA,2007)
41
CONCLUSÃO
Para que o ser humano possa viver em harmonia consigo e com o
ambiente é necessário que tenha um período diário de sono. Os eventos físicos
e emocionais , associados ao estresse das demandas sociais,e da rapidez de
informações, tornam crianças e adolescente indivíduos com dificuldades em
organizar sua agenda diária, inclusive quanto aos períodos de sono.O sono é
uma das propriedades biológicas fundamentais, sendo a única cuja privação
não pode ser mantida mais do que cinco ou seis dias sem que alterações
comportamentais e fisiológicas surjam, colocando em risco a própria vida.
O distúrbio do sono atinge crianças em idade muito precoce fazendo
com que elas sofram com baixo rendimento escolar e tenham
comprometimento da saúde física e mental.É necessário intervir precocemente,
diagnosticar as situações de crise, responsáveis pelo comprometimento do
sono, orientar as famílias sobre a higiene do sono porque essas situações
interferem diretamente na qualidade de vida desde a infância.
Dessa forma, considera-se necessária uma política de incentivo que
reconheça esses estudos como uma dimensão ligada à educação escolar
cotidiana. A família e a escola são mecanismos sociais importantes para a
promoção do desenvolvimento do caráter e das competências humanas.
Trabalhar com o adolescentes e crianças para que desenvolvam hábitos
envolvendo as questões relativas à higiene do sono,de modo que ele entenda
conceitos como, horas de sono perdidas não são recuperadas e que os
períodos de sono posteriormente programados não irão compensar uma noite
mal dormida é a chave para se iniciar uma boa higiene do sono.Faz-se
necessário, então, que se conheçam as características específicas do ciclo
sono- vigília e dos eventos que ocorrem durante a adolescência para que seja
possível oferecer orientações sobre como dormir bem e desfrutar dos
benefícios que o sono proporciona ao organismo, além de refletir e questionar
a prática educativa, uma formação de toda a comunidade escolar que conheça
e valorize tais temas, tendo em vista estarem intimamente ligados ao processo
de ensino e aprendizagem.
42
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46
16. ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I Por que dormirmos? 09 1.1. Breve histórico do sono 09
1.2. Importância do sono 12
1.3. Fases do sono 15
CAPÍTULO II Sono e aprendizagem 20
2.1. Cronotipos 20
2.2. Ciclo circadiano 23
2.3. Memória e processo de consolidação da aprendizagem 25
CAPÍTULO III Mudanças escolares 31 3.1. Mudanças nos horários escolares 31
3.2. Como abordar o sono em sala de aula 33
3.3. Escolas que mudaram seus horários 37 CONCLUSÃO 41 BIBLIOGRAFIA 42 WEBGRAFIA 44 ÍNDICE 46 ÍNDICE DE FIGURAS 47
47
48
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Horas de sono recomendadas 14
Figura 2 – Processos biológicos que ocorrem regularmente
em um ciclo de aproximadamente vinte e quatro horas 25
Figura 3 – Períodos favoráveis ao estudo 29
Figura 4 – Mitos x Boas ideias para um horário escolar 35