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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMPETÊNCIAS E SABERES PEDAGÓGICOS DO PROFESSOR
UNIVERSITÁRIO
Por: Marta Justino do Nascimento
Orientador
Prof.º Vilson Sérgio
Recife, junho de 2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: SABERES NECESSÁRIOS E
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO
Apresentação da monografia á Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista em
Docência do Ensino Superior.
Recife, junho de 2013
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, fonte de Amor e Sabedoria, pelo presente da vida,
por ser meu refúgio e minha força, por ser Luz em meu caminho e por estar presente
em cada momento de minha vida. Obrigada Senhor!
A minha filha Ana Tainã, por sua paciência e compreensão.
A professora Maristela Moura e a minha amiga Andréa Carina por ter me incentivado
e me ajudado a concluir mais essa etapa da minha vida.
A professora e orientadora Ana Paula Oliveira, por me orientar e por sua paciência.
E por fim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desde
trabalho.
A principal meta da educação é criar
homens que sejam capazes de fazer coisas
novas, não simplesmente repetir o que
outras gerações já fizeram. Homens que
sejam criadores, inventores, descobridores.
A segunda meta da educação é formar
mentes que estejam em condições de
criticar, verificar e não aceitar tudo que a
eles se propõe. Jean Piaget
RESUMO
Este estudo tem o objetivo de investigar e analisar o perfil do docente para a
docência do ensino superior, o que se espera dele e quais os saberes necessário
ele necessita para uma prática pedagógica significativa. Hoje em dia fala-se muito
sobre formação pedagógica para o docente do ensino superior, questão que vem
sendo alvo de grandes reflexões teóricas e bibliográficas especializadas, pois os
novos paradigmas curriculares e a exigência de uma formação com outras atitudes
competências e posturas, levam a refletir sobre as práticas pedagógicas inovadoras
para o docente no ensino superior. Porém, nem sempre foi assim, durante muito
tempo exigiu-se do professor universitário apenas um diploma de curso superior e
um domínio razoável dos conteúdos a serem ministrados, mas, com a crescente
demanda de oferta e procura dos cursos de pós-graduação Stricto Sensu, as
exigências para a docência universitária passaram a ser mais rigorosa, pois além da
graduação os professores também devem ser mestres e doutores, principalmente
nas redes públicas de ensino. É importante salientar que não apenas os cursos de
graduações, especializações e pós-graduações Stricto Sensu, dão subsídios para o
exercício do magistério superior, é importante refletir sobre a Formação Pedagógica
do docente durante toda sua vida acadêmica. Vivemos em constantes
transformações e para tal é necessário está sempre se reciclando em uma formação
continua e interdisciplinar, acompanhando os novos paradigmas curriculares de
educação. É necessário também, que o docente esteja disposto a inovar e
pesquisar, buscando uma nova aprendizagem, investigando como se aprende a ser
docente e compreender os processos de como se constrói o conhecimento.
Palavras - chave: Formação continuada, Prática docente, Saberes e Competências.
ABSTRACT
This study aims to investigate and analyze the profile of teachers for teaching in
higher education, what is expected of him and what he needs knowledge necessary
for a meaningful pedagogical practice. Nowadays there is much talk about
pedagogical training for faculty in higher education, an issue that has been the
subject of great theoretical reflections and specialized bibliographic because new
paradigms and curricular requirement for training skills and attitudes with other
postures lead to reflect on innovative teaching practices for teaching in higher
education. But it was not always so, for a long time was required only one university
teacher college degree and a domain of reasonable content to be taught, but with the
increasing demand of supply and demand of post-graduate studies , requirements for
university teaching have become more rigorous, because in addition to
undergraduate teachers should also be teachers and doctors, especially in public
schools. Importantly, not only of graduate courses, specializations and postgraduate
Sensu stricto, give subsidies to the exercise of superior teaching, it is important to
reflect on the Pedagogical Training of teachers throughout their academic life. We
live in constant change and this requires recycling is always in a continuous training
and interdisciplinary, accompanying the new paradigms education curriculum. It is
also necessary that the teacher is willing to innovate and search, looking for a new
learning, investigating how one learns to be a teacher and understand the processes
of how knowledge is constructed.
Words- Tags: Continuing Education, Teaching Practice, Knowledge and Skills.
METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente estudo bibliográfico fundamenta-se nas contribuições teóricas de
vários autores que desenvolveram artigos, dissertações e tese sobre as teorias e
práticas pedagógicas do docente universitário, e, tem como objetivos conhecer e
analisar a evolução da educação brasileira e o ensino superior; refletir sobre a
formação pedagógica continuada do docente universitário, identificar qual o perfil
desejado para este docente, suas competências e habilidades e quais saberes
necessários ele necessita adquirir para uma prática pedagógica significativa.
Os principais autores contribuintes deste estudo foram Pilletti que relata a
história da educação e do ensino superior brasileiro; Masetto que enfatiza a
necessidade de discutir a competência pedagógica do docente; Pimenta que aborda
em suas pesquisas subsídios formativo para a formação pedagógica, analisando o
ensino superior no contexto atual, discutindo também a identidade do professor;
entre outros, como Freire e Saviani. Também foram consultados a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Superior, Lei 5.540/68 e web grafias.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 10 Capítulo I - Abordagem histórica da educação e do ensino superior brasileiro.........................................................................................................
12
Capítulo II - Docência universitária................................................................
20
2.1 Saberes, Competências e Formação Continuada...................................
21
Capítulo III – Tecnologia, Educação e Sociedade.........................................
27
3.1 Novas tecnologias e suas contribuições na educação............................
30
CONCLUSÃO................................................................................................
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................
35
10
INTRODUÇÃO
Atualmente discutem-se muito sobre formação continuada pedagógica para
o docente universitário, refletindo sobre suas competências e habilidades. Estas
são questões que vem sendo alvo de grandes reflexões teóricas e bibliográficas
especializadas, pois os novos paradigmas curriculares e a exigência de uma
formação com outras atitudes competências e posturas, levam a refletir sobre as
práticas pedagógicas inovadoras para o docente no ensino superior.
Portanto, o objetivo desta pesquisa bibliográfica é refletir sobre as
principais competências e os saberes necessários para atuar no ensino superior,
enfatizando que não apenas os cursos de graduações, especializações e pós-
graduações Stricto Sensu, dão subsídios para o exercício do magistério superior,
pois é importante refletir sobre a Formação Pedagógica e continuada do docente
durante toda sua vida acadêmica.
O primeiro capítulo traz uma abordagem histórica sobre a evolução da
educação brasileira e o ensino superior, os demais trazem várias referências
sobre os saberes e competências necessárias para o exercício da docência
universitária, além de enfatizar o uso da tecnologia e suas implicações
pedagógicas no ensino superior.
Vivemos em constantes transformações e para tal é necessário está
sempre se reciclando em uma formação continua e interdisciplinar,
acompanhando os novos paradigmas curriculares de educação. É necessário que
o docente esteja disposto a inovar e pesquisar, buscando uma nova
aprendizagem, investigando como se aprende a ser docente e compreender os
processos de como se constrói o conhecimento. Nesta perspectiva podemos
afirmar que para o exercício da docência universitária, o profissional deve ser
habilitado e capacitado para uma docência voltada a incentivar o aluno ao uso do
conhecimento da ciência e da tecnologia para o bem e melhoria da vida na
sociedade em que será inserido profissionalmente.
11
Como já foi mencionado, não basta apenas ter uma graduação,
especialização ou pós Stricto Sensu, mas saber contextualizar as informações,
teorias, conceitos e princípios, pesquisar novas informações incentivando a
criticidade nos educandos, e ainda, desenvolver novas habilidades para o uso das
tecnologias da informação, utilizando-as como um caminho para um novo
conhecimento.
12
CAPITULO I
ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO E DO ENSINO
SUPERIOR BRASILEIRO
Diferentemente das Américas Espanhola e Inglesa, que durante o período
colonial tiveram acesso ao ensino superior, o Brasil teve que esperar o final do
século XIX para ver surgir às primeiras instituições culturais e científicas deste
nível, uma vez que a resistência da coroa portuguesa a emancipação cultural
brasileira, impediu durante todo o período colonial a criação de instituições de
ensino. Pois na realidade os objetivos de Portugal nas terras brasileiras eram
apenas a fiscalização e a defesa.
Durante muitos anos as iniciativas para a educação foram dos jesuítas, e
esta era voltada para a religião. No século XVI eles tentaram estruturar uma
instituição de ensino superior e foi negada pela coroa portuguesa. O ensino formal
esteve a cargo da companhia de Jesus, tendo como objetivo a unificação cultural
do Império português. Os jesuítas dedicavam-se a cristianização dos índios
organizados em aldeias, a formação do clero, em seminários teológicos. Quanto à
educação dos filhos da classe dominante dos colégios reais, era oferecida uma
educação medieval latina, preparando-os pra frequentar as Universidades de
Coimbra. Ainda durante o período colonial tivemos uma segunda tentativa de criar
uma Universidade no Brasil, idealizada nos planos da inconfidência mineira, mas
que também fracassou. Diante dessa situação e segundo Azevedo (1976) a única
solução para a elite, os altos funcionários da Igreja e da Coroa e os filhos dos
grandes latifundiários, era complementar seus estudos nas Universidades de
Coimbra, para assim ostentar seus diplomas de formação superior. No século
XVII, algumas iniciativas isoladas, como o curso superior de Engenharia Militar no
Rio de Janeiro, não pode ser consideradas como o ingresso do Brasil no ensino
superior, por se tratar de um estabelecimento português.
Em 1808, para escapar das tropas napoleônicas que havia invadido
Portugal a família real fugiu de Lisboa e veio para o Brasil. Foi então que surgiu o
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primeiro interesse de se criar escolas médicas e em fevereiro de 1808 surge o
Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia. Durante um longo período foram criados
outros cursos como: Agricultura, Química, Desenho Industrial, e a cadeira de
Ciência Econômica instituída pelo Decreto de 23/2/1808, ainda no mesmo
período, com a transferência da corte para o Rio de Janeiro, foi criada no Hospital
Militar a cadeira de Anatomia. Em 1810, o Príncipe Regente assinou a carta de
Lei de 4 de dezembro, criando a Academia Real Militar da Corte, que anos mais
tarde se converteria na Escola Politécnica; e o Decreto de 12/10/1820, que
organizou a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil,
depois convertida em Academia das Artes. Ainda foram criados o Museu Nacional
o Jardim Botânico e a Biblioteca Nacional.
Podemos dizer que a vinda da Família Real para o Brasil, e a consequente
independência, exigiu uma maior preocupação por parte do estado, haja vista que
agora se fazia imperativo definir uma postura de governo, poder e administração
voltada para o futuro. O Brasil tornou-se centro político da realeza não podia ser
visto como lugar primitivo e atrasado. Fazia-se necessário construir ares, de um
pais moderno, sobretudo, para que a própria Europa passasse a respeitar a nova
sede do governo. Mas o que fomentava essa nova visão educacional era a
burguesia que necessitava de pessoas instruídas para assumir o seu ideário de
qualificação, de comércio e produção. Para tanto, inseria-se um novo estereotipo
econômico que não podia permitir mão de obra desqualificada, sendo preciso
adequar à relação de poder na construção do estado moderno à relação de
intelecto e letramento.
A indústria crescente em todo mundo, embora insignificante no Brasil,
elencará a elite numa dimensão futurista de produção de bens e consumo dantes
nunca visto na humanidade. Isso determinará que os governos adéquem os seus
sistemas educacionais a essas novas tecnologias afloradas pela fábrica, pelo
capital e pelo trabalho operariado. Ora, a própria Inglaterra, berço da revolução
industrial, tinha interesses eminentes que as colônias espanholas e portuguesas
fossem livres para poder torná-las mercados consumidores. Desta feita, a própria
nuance da indústria impulsiona aos interesses desde novo mundo.
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Segundo Carneiro (2004 p 19):
Estabeleceu um mecanismo natural de direcionamento do currículo
pré-universitário... a escola visava à preparação dos alunos para o
ensino superior... o que por si só representava uma elitização da
escola, dado que somente famílias de posse poderiam custear os
estudos... Incorporou-se a implantação de colégios e universidades
ao conjunto dos direitos civis e políticos.
Durante todo esse período e também no império a educação superior no
Brasil é marcada por escolas isoladas e profissionalizantes, além de ser elitista,
que atendiam aos filhos da elite, pois estes não podiam mais estudar na Europa,
por conta do bloqueio de Napoleão. Segundo Pimenta (2012), este modelo
franco-napoleônico, caracterizava-se por uma organização não universitária
fragmentada e centrada na formação de burocratas para o desempenho das
funções do estado, visando impossibilitar e dificultar processos divergentes de
pensamento, criando uma unidade impositiva que até hoje tem dificuldades em se
atualizar. Eis ai um fato que explica muitas distorções ainda vividas em nosso
sistema, os cursos eram voltados para a prática, ou seja, apenas para
qualificação profissional, atendendo prioritariamente a elite. Ainda no período
imperial, houve algumas tentativas de criar uma universidade, até o Imperador
propôs a criação de duas universidades, uma no sul e outra no norte do país, mas
não houve êxito, no final do império existiam apenas seis estabelecimentos civis
de ensino superior, mas nenhuma universidade.
Em 1822, o Brasil tornou-se independente, e o Imperador Dom Pedro I, da
Família Real portuguesa, assumiu o poder, porém mais tarde renunciou ao trono
brasileiro, pois assumiu como Dom Pedro IV, o reino de Portugal. Em seu lugar
ficou o seu primogênito ainda menor de idade Dom Pedro de 11 anos.
Chegamos ao período Imperial, e a educação começa a ser estruturada
para uma visão de um país independente, mas existe um imenso abandono dos
menos favorecidos. Embora a Constituição de 1824 determinasse que a instrução
primária fosse “gratuita a todos os cidadãos” (Artigo 179). A lei não refletia os
anseios populares, muito menos havia cobranças para que fosse cumprida. Ela
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apenas estabelecia que se criassem escolas de primeiras letras em todas as
cidades, vilas, lugarejos, bem como escolas de meninas nas cidades mais
populosas. É importante salientar que os baixos orçamentos das províncias foram
cruciais para o esquecimento da educação primária, além disso, não era exigido
tal nível para ingressar no secundário que tinha caráter acadêmico e formador da
elite. Em contra partida as demais parcelas da sociedade eram compostas por
negros e pobres e o governo não via com bons olhos gerir recursos e
preocupações com essa parte da sociedade, ficando assim, esquecido o ensino
primário e técnico profissional.
Outro fato que marcou esse período foi a grande dificuldade de letramento,
pois há uma ausência de políticas públicas que efetive formação primorosa a
docência. Sem professor não há educação e durante o império os profissionais
do ensino foram relegados ao descaso e esquecimento, uma vez que, o estado
exigia que os professores custeassem o seu próprio aperfeiçoamento. Para tentar
amenizar a ausência de profissionais qualificados na educação, o governo, criou o
método Lancaster, também chamado de método de ensino mútuo, sua
funcionalidade era a ação de um aluno mais capacitado monitorar um grupo de
dez alunos. Assim o governo tenta resolver algo deficiente no sistema
educacional. Sendo assim um paliativo para justificar sua incompetência na
formação de docentes e na responsabilidade com a educação. (NEVES, 2003)
Durante o período Regencial, foram criados em 1827, dois cursos de
Direito, um em Olinda na região nordeste, e outro em São Paulo na região
sudeste, também foi criada a Escola de Minas, na cidade de Ouro Preto. As
primeiras faculdades brasileiras, Medicina, Direito e Politécnica eram
independentes umas das outras e localizavam-se em cidades diferentes e
importantes, pois possuíam uma educação e orientação profissional elitista.
Apesar de várias propostas apresentadas não foi criada uma Universidade no
Brasil, isso se dava ao fato do alto conceito da Universidade de Coimbra,
dificultando assim a sua substituição por uma instituição do jovem país. Anísio
Teixeira fala de 24 projetos de universidade apresentados durante o período de
1808 a 1889. Podemos destacar o projeto de 1843 que visava criar a
Universidade de Dom Pedro II, e o de 1847 para a criação do Visconde de
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Goiânia, mas que não saiu do papel. Durante quase meio século de reinado do
segundo imperador não foram criadas nenhuma nova faculdade. (PILETTI, 1996)
Chega o fim do Império, a república chega ao Brasil, o estado brasileiro
toma uma dimensão positivista, conforme o modelo vigente nas modernas
repúblicas européias. Com a república e o regime presidencialista, o estado se
torna laico, separado da religiosidade católica a educação passa a ser vista como
uma forma de emergir no mundo capitalista industrial. A partir daí, inicia-se um
processo de mudança na mentalidade pedagógica, rompendo com o caráter
literário na formação educacional para um caráter cientifico. Ora, o mundo
positivista era construído sobre a égide da técnica, da ciência, da ordem, do
progresso e, sobretudo, do capital e do intelecto. Para tanto, a educação deveria
promover ás necessidades inerente ao sistema político e se integrar de forma
simbiótica as nuances econômicas (LIBÂNEO, 2003).
Mesmo com a chegada da república, o governo omite-se em relação ao
compromisso com as universidades devido a Constituição de 1891. Em 1912
surge a primeira universidade brasileira, no estado do Paraná, e que infelizmente
só durou três anos. Após cinco anos surge a Universidade do Rio de Janeiro, hoje
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esta instituição reunia a Escola
Politécnica, A Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito, que surgiram a
partir da fusão da Faculdade Livre de Direito e da Faculdade de Ciências
Jurídicas e Sociais, oficializada pelo decreto de nº 14.343, de 7 de setembro de
1920. Estes cursos eram unidos pela Reitoria e o Conselho Universitário como
tem muito hoje em dia, universidades formadas por uma reunião de cursos
isolados, ligados apenas por uma Reitoria. Em 1932, após a Revolução
Constitucionalista em São Paulo a USP foi à exceção, reuniu todos os cursos
superiores do estado, tendo como enlace as Faculdades de Filosofia e Letras,
pois estas seriam a instituição do saber fundamental de base comum e integrante
para todas as outras áreas do conhecimento humano. Além disso, a USP tinha
como base principal três características de universidade moderna, que é o ensino,
pesquisa e extensão.
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Entre as décadas de 50 e 70 surgiram várias universidades federais na
grande maioria dos estados brasileiros, inclusive universidade estaduais,
municipais e particulares.
Segundo Saviani (1998), o período de 1946 a 1964, foi o da construção da
escola idealista, do processo de aprendizagem e da relação que a escola deve ter
com a cidadania e com a formação da identidade do Brasil. Começando a pensar
em uma escola popular e acessível a todos. Ainda neste período os teóricos se
dedicaram a ampliação da educação e melhoria no atendimento escolar, os
próprios ideais e as várias teorias educacionais deste período consolidavam os
princípios de valorização da escola, e legava a educação o papel incomensurável
de definidora da qualidade de vida e bem estar da sociedade. A responsabilidade
das universidades neste período era elevar seus padrões de ensino promovendo
o desenvolvimento da ciência. Ocorreu neste período uma expansão do ensino
médio e consequentemente, o aumento da demanda pelo ensino superior que foi
respondida pelo governo, ocorrida de três formas: criação de novas faculdades,
gratuidade de fato para os cursos das instituições federais de ensino superior, a
federalização das faculdades estaduais e privadas. (CUNHA 2000)
Não podemos deixar de falar de um fato muito importante e que marcou a
história da educação superior brasileira, a reforma do ensino superior, que se dá
através da Lei 5.540, de 28 de fevereiro de 1968, ela acaba com a cátedra; unifica
o vestibular, passando a ser classificatório, eliminando desta forma a nota
mínima, de modo que só seriam aprovados a quantidade de vagas existentes,
deixando de existir os excedentes; uni as faculdades em universidades; cria o
sistema de crédito, em que permite a matricula por disciplina;permite que
qualquer pessoa de prestigio da vida pública ou empresarial possa ser nomeada
como reitores e diretores, entre outras características que foram
revogadas.Segundo Piletti (1996), os estudantes não lutavam apenas por
aumento das vagas nas escolas superiores, ampliação do corpo docente, criação
de cursos básicos para integração de toda a universidade, por um fim na tirania
da cátedra e instaurar os departamentos com seus colegiados, o que eles
queriam mesmo era acabar com a universidade elitista e de classe, e lutavam por
uma universidade crítica, livre e aberta.
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Porém só nos anos 70 é que houve um grande avanço no ensino superior
brasileiro. Foi nesta década que os números de matriculados aumentaram. Este
avanço se deu por conta da urbanização e exigência de mão de obra qualificada
para o trabalho industrial, obrigando assim o governo a aumentar o número de
vagas, foi necessário a aberturas de mais cursos, o governo também modificou o
processo de seleção, e as provas dissertativas e orais passaram a ser de
múltiplas escolhas, como acontece até hoje. Porém esse crescimento
descontrolado trouxe um problema que se estende até hoje, a queda na qualidade
da educação e a imagem mercantilista e negativa da iniciativa privada,
contrariando o que prega a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Superior, de
1968 (Lei nº 5.540/68).
De acordo com Masetto (2012), podemos afirmar que até a década de 70
as faculdades criadas e instaladas no Brasil, estavam voltadas a formação de
profissionais que exerciam determinadas profissões, e para tal eram exigidos do
candidato a docente apenas o ensino superior.
De acordo com Pimenta (2012), as diretrizes contidas na Lei nº 5.540/68,
referentes ao ensino superior, vigoraram até 1996, quando a atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, foi assinada, ela enfatiza
que a docência para o ensino superior se dará preferencialmente nos cursos e
programas de pós-graduação stricto sensu.Embora a competência docente seja
mensurada pelos resultados do provão, Pimenta (2012), afirma ainda que os
programas de mestrados e doutorados em áreas divergentes da educação são
voltados para a formação de pesquisadores em seus campos específicos, sem
nenhuma formação de professores, portanto a formação inicial e continuada para
a docência universitária fica a cargo de iniciativas individuais e institucionais
bastante esparsas. Tais fatores predominam currículos organizados por
justaposição de disciplinas e figuras do professor mero transmissor de conteúdo
curricular fragmentado e desarticulado sem nenhum significado para o aluno.
Segundo Pimenta (2012), nos dias de hoje, ainda perdura metodologias
jesuítas do modelo organizacional francês, e na maioria das vezes impede que a
universidade cumpra o seu papel, que é o da construção de um conhecimento
19
significativo, que instrumentalize o educando para que ele atue na sociedade de
forma critica, ajudando a melhorar e facilitar o modo de vida das pessoas.
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CAPÍTULO II
DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA
A docência universitária é algo desafiador e vem sendo nos últimos tempos
alvo de grandes estudos, mostrando a necessidade de estabelecer a identidade
do professor na pesquisa, no ensino e na extensão. Esta identidade não é um
dado imutável e nem externo que possa ser vestido como uma vestimenta, ela se
dá num processo histórico, em respostas as necessidades apresentadas pela
sociedade. Uma identidade profissional se constrói levando em consideração a
sua significação social. (PIMENTA 2010)
Percebe-se nos professores a compreensão de que o papel de uma
instituição escolar é o da mediação reflexiva, em que se faz necessário a
investigação pelo conhecimento. Esta mediação reflexiva é complexa por exigir
conhecimento, e neste contexto, a identidade do professor constitui um processo
epistemológico que reconhece a docência como campo de conhecimentos
específicos configurados nas diversas áreas do saber, bem como: das ciências
humanas, ciências naturais, cultura, artes, e do ensino; os conteúdos didáticos e
pedagógicos devem ser diretamente relacionados ao campo da atividade
profissional e mais amplos no campo teórico da pratica educacional, os conteúdos
ligados a explicitação do sentido da existência humana individual, com
sensibilidade pessoal e social. Esses são saberes que devem ser mobilizados
articuladamente nos percursos de formação inicial e continua. Conforme Pimenta
(2010) para ser professor supõe que o mesmo domine os saberes do seu campo,
mas não basta, é necessário que ele busque o significado destes conhecimentos
indagando qual sua importância na vida do aluno e na sociedade.
Ainda segundo Pimenta (2010 p. 215)
O papel do professor será, então, de desafiar, estimular, ajudar os alunos
na construção de uma relação com o objeto de aprendizagem que, em
algum nível, atenda a uma necessidade deles, auxiliando-os na tomada de
consciência das necessidades apresentadas socialmente a uma formação
21
universitária. Isso só se fará num clima favorável à interação, ao
questionamento, à divergência, adequado para processos de pensamentos
críticos e construtivos.
2.1 Saberes, Competências e Formação Continuada
Segundo Masetto (2012) alguns professores questionam o porquê de
explicitar a necessidade e a atualidade de discutir a competência pedagógica e a
docência universitária, visto que os mesmos se consideram profissionais bem
sucedidos, pois possuem uma vasta experiência como professores que ensinam
bem suas matérias. Ele apresenta três considerações sobre esta questão, à
primeira é referente à reflexão sobre a estrutura organizacional do ensino superior
no Brasil, que deste o seu início privilegiou o domínio de conhecimentos e
experiência como requisitos para a docência nos cursos superiores.Pois sabe-se
bem que no Brasil inicialmente, as faculdades que foram criadas e instaladas,
tinham seu objetivos voltados para formação profissional, os currículos seriados,
com programas e disciplinas voltados para o exercício imediato de determinada
função. A segunda consideração é o impacto das tecnologias de informação e
comunicação sobre a produção e socialização do conhecimento e sobre a
formação de profissionais com o surgimento da Sociedade do Conhecimento ou
da Aprendizagem, ou seja, a universidade não é mais o grande e privilegiado
locus de pesquisa e produção científica, as investigações e produções de
conhecimentos partem hoje em dia de outros espaços não vinculados as
universidade e faculdades, ou seja, a produção de conhecimento pode acontecer
num escritório de atividades profissionais, em bancas domiciliares etc.
Segundo Masetto (2012 p 16):
Por causa do desenvolvimento do conhecimento e sua produção, as
áreas da ciência se aproximaram: os fenômenos a serem explicados e
compreendidos exigem mais do que apenas uma abordagem, um
especialista, uma explicação. A multidisciplinaridade e a
interdisciplinaridade são chamadas para trazer sua contribuição ao
desenvolvimento da ciência. A interação entre as ciências exatas e
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humanas torna-se uma exigência para o desenvolvimento do mundo e
da comunidade humana.
A terceira consideração diz respeito à carreira profissional, que vem sendo
revisada baseada nas mudanças e necessidades da sociedade, busca-se hoje,
um profissional que seja capaz de buscar novas informações e que saibam
trabalhar com elas, que tenham competência para intercomunicar-se nacional e
internacionalmente por meio dos recursos mais modernos da informática, além de
mostrarem capacidade para produzir conhecimentos e tecnologia, ou seja,
preparados para desempenhar sua profissão de forma contextualizada e
interdisciplinar. Diante de tais considerações levantadas, percebe-se que há uma
necessidade de debater sim, sobre as novas exigências ou possíveis
modificações na sua atuação docente. O ensino superior dever rever seus
currículos e adequá-los de acordo com as necessidades da sociedade, e
compatíveis com os princípios educacionais, resumindo o docente de ensino
superior dever estar comprometido em ensinar seus educandos a aprender e a
tomar iniciativas, a se tornarem cidadãos críticos e participativos. Para tal, faz-se
necessário que o docente busque e pesquise, esteja sempre atualizando e
melhorando suas habilidades pedagógicas por meio de programas apropriados ao
desenvolvimento de pessoal.
Masetto (2012) aborda que o processo de ensino, o incentivo a pesquisa, a
parceria e co-participação entre professor e aluno no processo de aprendizagem
e o perfil do docente são os principais pontos que marcaram as mudanças no
ensino superior desde o início do século XXI. No processo de ensino e
aprendizagem podemos perceber que se superou a formação voltada para o
cognitivo, o que se pretende agora é formar em cursos superiores, cidadãos
competentes e com habilidades para desempenhar sua profissão ajudando sua
comunidade. Já o incentivo a pesquisa surgiu na década de 1930 quando a USP,
busca mudar os paradigmas dos cursos superiores, com a integração das
diferentes áreas do saber, e a produção de pesquisas pelos alunos. Para a USP,
não bastava apenas continuar formando profissionais, mas fazia-se necessário
que os professores e alunos produzissem conhecimentos. Diante de algumas
mudanças necessárias para o aprendizado no decorrer dos anos, o docente
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universitário precisa rever o seu perfil, ele deixa de ser apenas um especialista
para ser um mediador na aprendizagem. Desta forma exige-se mais pesquisa e
produção de conhecimento, além de atualização e especializações para que
possa também dar incentivos aos educados.
Segundo Masetto (2012 p. 29)
A atitude do professor está mudando: do especialista que ensina ao
profissional da aprendizagem, que incentiva e motiva o aprendiz, se
apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e sua
aprendizagem – não uma ponte estática, mas uma ponte “rolante”, que
ativamente colabora para que o aprendiz chegue a seus objetivos.
Nesta perspectiva, o professor do ensino superior passa a explorar novos
ambientes, técnicas e recursos para a aprendizagem, reorganizando também o
processo como um elemento motivador, oferecendo um feedback continuo para
que o educando tenha suas respostas ainda durante o percurso da disciplina.
Diante de tantas mudanças passou-se a questionar que o professor
universitário necessita ter competências próprias para o exercício de sua
docência.
Segundo Perrenoud et al., (2002 p. 19)
Define-se uma competência como a aptidão para enfrentar um conjunto de
situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e
criativo múltiplos recursos cognitiva: saberes, capacidade, micro
competências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de
avaliação e de raciocínio.
Diante das necessidades, muitas são as competências que se exige do
docente universitário, destacamos três competências principais. A primeira diz
que o docente dever ser competente em determinada área do conhecimento, ou
seja, um domínio dos conhecimentos básicos, bem como experiência profissional
de campo adquiridos nos cursos de bacharelado, mas não basta. Para quem quer
atuar na docência é necessário que seus conhecimentos e suas práticas sejam
24
sempre atualizados, através dos cursos de aperfeiçoamento, especializações,
participações em congressos, pesquisa entre outros. Outra competência de suma
importância para a docência universitária é o domínio na área pedagógica,
consideramos que esse é um ponto mais critico dos professores do ensino
superior. Como se percebe o objetivo da docência é a aprendizagem do
educando, então se faz necessário saber qual é o significado de aprender e de
como ocorre esse processo de aprendizagem, aprender quais os princípios
básicos da aprendizagem, como construir uma aprendizagem significativa,
Pimenta (2012) afirma que ao discutir a docência universitária, percebe-se a
necessidade de compreensão dos processos de aprendizagem, mas infelizmente
alguns docentes consideram este conhecimento como algo supérfluo e
desnecessário para a sua docência. O domínio na área pedagógica é muito
abrangente, esta competência está intrinsecamente ligada aos saberes
necessário para o docente universitário, que são os conceitos de ensino-
aprendizagem, como já mencionado, a concepção e gestão do currículo,
integração das disciplinas como componentes curriculares, compreensão da
relação professor-aluno e aluno-aluno, teoria e prática da tecnologia educacional,
a concepção do processo avaliativo e suas técnicas para o feedback e
planejamento como atividade educacional e política.
De acordo com Masetto (2012) a terceira competência diz “A dimensão
política é imprescindível no exercício da docência universitária”. Pois o professor
é um cidadão, mesmo quando esta dentro da sala de aula ministrando sua
disciplina, ele pertence á sociedade, e é atuante no seu meio.
Masetto (2012 p. 39) afirma ainda que:
Ele tem uma visão de homem, de mundo, de sociedade, de cultura, de
educação que dirige suas opções e suas ações mais ou menos
conscientemente com seu tempo, sua civilização e sua comunidade, e isso
não se desprega de sua pele no instante em que entra em sala deaula.
Pode até querer omitir tal aspecto em nome da ciência que ele deve
transmitir. Talvez, ingenuamente, entenda que possa fazê-lo de forma
neutra. Mas o professor continua cidadão e político, e como profissional da
docência não pode deixar de sê-lo.
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Diante das mudanças e das exigências de competências e saberes para o
docente universitário, faz-se necessário mencionar a necessidade da formação
continuada. Desde o movimento de transformação do ensino superior brasileiro, a
formação continuada tem sido alvo de grandes discussões. Durante décadas
perdurou um modelo arcaico e incoerente na construção do conhecimento, não
despertando o interesse do discente. Nos dias atuais esperam-se professores e
educadores qualificados, competentes e comprometidos com sua prática docente,
capazes de garantir uma aprendizagem agradável e satisfatória.
A formação do docente requer bastante atenção, o professor necessita
esta sempre inovando, a LDB assegura e rege que o professor deve esta em
constante aperfeiçoamento profissional, o Art. 66 (LDB nº 9.393/96), confirma a
preocupação com a qualificação do docente do nível superior, ela define que a
qualificação para o nível superior se de em cursos de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
É necessário discutir a importância de novos paradigmas educacionais
para a formação do docente, compreendendo a realidade atual e conscientizando-
se da necessidade e importância da formação. Nesta perspectiva podemos formar
docentes críticos e reflexivos na sua forma de conduzir o aprendizado, pois é
importante refletir sobre o novo prisma, o exercício da docência do ensino
superior, e estar apto para fazer uso de novas técnicas e métodos, buscando
sempre relacionar à teoria-prática no processo de ensino-aprendizagem,
correspondendo à formação que o cidadão necessita.
O professor é um dos agentes principais do processo educativo, sua
principal função é, não só ensinar, mas também produzir conhecimento, numa
sociedade em constantes transformações, ele deve fazer da investigação um
princípio educativo, aliando a este a criatividade e o questionamento, visando a
autonomia intelectual.
É necessário que o docente tenha uma postura filosófica - hermenêutica
diante do conhecimento, da cultura e da sociedade, ou seja, amor, sabedoria e a
capacidade de interpretação do conhecimento, tanto na sua área de atuação,
26
quanto no sentido amplo, interpretação da cultura e da sociedade em que vive.
Ele deve ser um apaixonado e um entusiasta do conhecimento. (SANTOS 2004)
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CAPÍTULO III
TECNOLOGIA EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
É importante iniciar falando um pouco de como aconteceu o avanço da
tecnologia no Brasil, tudo começou com a chegada dos jesuítas na Bahia em
1572, onde se inicia o ensino Superior no Colégio de Jesus, tido então como
Colégio Real. Mas só mais tarde em 1808 é que de fato se iniciaria um avanço
educacional com a chegada do rei D. João VI juntamente com a corte portuguesa,
nesta ocasião foram criados vários cursos superiores como o de Direito, Medicina
Farmácia e Engenharia, estes cursos apenas supriam a necessidade de formar
burocratas para atender ao Estado. Inicialmente os professores foram trazidos da
Europa, mas com a crescente demanda da procura pelos cursos aumentou o
número de alunos, então o corpo docente também foi expandido com
profissionais recém formados e reconhecidos. (PILLETTI 1996)
Ao longo dos anos, vem acontecendo uma mudança paradigmática na
educação, atingindo todas as instituições, e em especial a educação e o ensino
nos diversos níveis, inclusive a universitária, exigindo da população uma
constante aprendizagem, há uma mudança no direcionamento do ensino que era
voltado para o âmbito profissionalizante, agora é voltado também e
principalmente, para a produção e pesquisa cientifica, cultural e tecnológica, o
ensino mudou deixou de ser repassado para o aluno, agora ele é construído com
o aluno em sala de aula, há uma socialização do conhecimento, o professor deixa
de ser o detentor do saber para ser mediador de forma interdisciplinar,
incentivando o aluno a ser questionador, ativo e participante. (BEHERENS 2012)
Chegamos ao século XXI e o crescimento das novas ferramentas
tecnológicas vem aumentado a cada dia e trazendo múltiplos benefícios para a
sociedade. Como podemos perceber este século está sendo marcado pelo
aceleramento da tecnologia eletrônica, com atenção especial para a informática, o
computador e a Internet. Pois, o meio em que vivemos está rodeado pelo uso de
técnicas e recursos tecnológicos, fazendo do computador uma ferramenta que
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vem auxiliar o processo ensino e aprendizagem nas questões do cotidiano
trazidas até a sala de aula, ou seja, é uma ferramenta que ganha força facilitando
o processo de ensino e aprendizagem. Embora, bem sabemos que ela sozinha
não irá acabar com todos os problemas educacionais existente no Brasil, mas na
medida em que é utilizada e explorada adequadamente, pelo docente, ajuda no
desenvolvimento do educando, fazendo as aulas ficarem mais dinâmicas.
(MASETTO 2000).
Os recursos tecnológicos devem ser usados num sentido construtivo deste
a infância, uma vez que são considerados uma extensão humana. Pode-se
perceber que o rádio, a TV, o DVD e vários outros equipamentos, fazem parte da
bagagem instrumental da Tecnologia Educativa. O grande desafio do século XXI
no campo educacional é conciliar o uso de novas tecnologias com o processo de
ensino-aprendizagem. Os professores de licenciatura são os principais alvos do
uso dessas novas ferramentas. Embora a educação venha fazendo uso da
tecnologia a passos lentos, ela vem adquirindo novos olhares sobre a
aproximação aluno – professor e profesor – aluno. Mas a simples tecnologia por
sí só não modifica o mundo e nem a educação, faz-se necessário o incentivo ao
uso consciente, para tal , o docente precisa ter consciencia do que pretente no
aluno, quais os seus objetivos, adequando a tecnologia utilizada para atingi-los. É
importante que docente e discente aprendam a selecionar as informações
apropriadas, verificando e identificando qual a sua colaboração no seu contexto,
relacionando teoria e prática, proporcionando uma nova forma de pensar, e de
agir no mundo globalizado em que vivemos. (BEHERENS 2012)
“A acelerada mudança em todos os níveis, leva a ponderar sobre uma
educação planetária, mundial e Globalizante”. Beherens (2012), ou seja, para
educar neste tempo de globalização é necessária a reflexão sobre os processos
de mundialização que passaram a interferir nos sistemas financeiros econômicos,
políticos e sociais. Tornando as nações cada vez mais interdependentes e inter-
relacionadas.
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Beherens (2012) afirma que as exigências de uma economia globalizada
afetam diretamente a formação de profissionais de todas as áreas, exigindo deste
profissional uma formação qualitativa diferenciada para que ele possa atuar na
sociedade contemporânea. Em 1996 O Fórum dos Pró-Reitores de Graduação
das Universidades Brasileiras, construiu O Plano Nacional de Graduação e alerta
que o papel da universidade quanto à formação profissional, necessita de uma
redefinição que possibilite acompanhar a evolução tecnológica que define os
contornos do exercício profissional contemporâneo, ou seja, é necessário
reformular os currículos e considerando a formação acadêmica como tarefa que
se realiza, necessariamente, em tempo diferente daquele em que acontecem as
inovações, então se percebe que, não se concebe mais um exercício profissional
homogêneo durante o período de vida útil. É neste sentido que se torna
necessário que as universidades ofereçam uma formação inicial e continuada de
qualidade.
O não investimento na capacitação docente é um dos fatores pelo qual a
aprendizagem tem sido ineficaz na sala de aula. Não adianta investir em
equipamentos de última geração e não levar em consideração o capital humano.
Somente unindo a tecnologia e o docente em prol do uso pedagógico desta
ferramenta é que se abrirão portas para a aquisição de novos conhecimentos pelo
aluno. No meio acadêmico, se questiona muito sobre o fato do professor ser
conteúdista, ou seja, sabe muito conteúdo, mas não sabe como mediar para os
alunos, por outro lado, pode-se dizer que alguns têm tentado incentivar a
aprendizagem, utilizando os equipamentos multimídia, como o data show, e-mail,
vídeos, facebook, filmes e etc.
É inevitável que com a aceleração da evolução tecnológica, se faça
necessário que os docentes unam a tecnologia com o ensino tradicional, não
esquecendo que as ferramentas tecnológicas são mais um recurso para viabilizar
a aprendizagem, instigando o aluno a se tornar um cidadão crítico, consciente e
atuante na sociedade.
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Moran (2012) aponta alguns tipos de docente como orientador/mediador de
aprendizagem, que são: o orientador/mediador intelectual, o orientador/mediador
emocional, o orientador/mediador gerencial e comunicacional e o orientador ético,
cada um desses colabora com um pequeno espaço, “uma pedra na construção
dinâmica do ‘mosaico’ sesorial-intelectual-emocional-etico de cada aluno”.
O docente deve esta preparado e disposto a pesquisar as novas formas de
uso da tecnologia, ele deve estar atendo para o uso significativo dos recursos
tecnológicos, chegar a sala de aula e colocar um filme só por colocar sem debater
e contextualizar, não é pedagógico. Os docentes e as faculdades estão se
adaptando com o novo contexto tecnológico, as faculdades que resistirem fica
fora do mercado. O professor por sua vez tem que se adaptar, buscando inovar
sua prática pedagógica.
3.1 Novas Tecnologias e suas Contribuições na Educação
Masetto (2012) aborda sobre mediação pedagógica, entendendo que é a
“atitude, o comportamento do professor que se coloca como facilitador e
incentivador ou motivador da aprendizagem”. Ou seja, tem a atitude de ser uma
ponte “rolante” e não estática. Mas para que esta mediação aconteça de forma
significativa e prazerosa, se faz necessário que o docente pesquise buscando
aperfeiçoar sua prática, utilizando com consciência os recursos tecnológicos
disponíveis.
São denominados de novas tecnologias aquele vinculados ao uso do
computador, à informática, à telemática e à educação a distância, estas exporam
o uso da imagem, som, e movimento simultaneamente, colocam professores e
alunos discutindo, debatendo e pesquisando à distância. Alguns autores dividem
as novas tecnologias em recursos físicos que são os palpaveis e virtuais que são
os canais de comunicação online e que é intermediado por um recurso físico, o
computador. Porém vale resaltar que, para que haja de fato um benefício de cada
uma dessas ferramentas faz-se necessário a assertividade em converter seus
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objetivos na correta utilização. É necessário que os docentes entendam de fato a
importância de utilizar essas novas tecnologias de comunicação em sala de aula.
Abaixo segue alguns dos principais recursos físicos e virtuais mediadores e
facilitadores da aprendizagem.
Recursos Físicos
Data show - É uma técnica que integra imagem, luz, som, texto, movimento,
pesquisa, busca, links já organizados neles próprios ou com possibilidade de
tornálos presentes através de acesso à Internet. Com ele, o aluno aprende
através de todos os sentidos e com inúmeros incentivos para a reflexão e a
compreensão do assunto abordado durante as aulas.
TV/DVD - ferramentas didáticas que exercem influência na vida do aluno.
Promovendo a leitura da realidade. Estes recursos potencializam o processo de
ensino/aprendizagem quando utilizados com finalidades didáticas.
Quadro digital – É uma tela sensível ao toque, em que são projetadas imagens
enviadas por um projetor multimídia, conectado a um computador. Seu benefício
em relação a outras tecnologias é que ela incorpora as funções desses recursos
e, por isso, aproxima a linguagem audiovisual dos processos desenvolvidos. Este
recurso pode ser considerado tanto físico quanto virtual, reunindo as duas
características.
Recursos virtuais
Internet - A Internet é um recurso dinâmico, atraente, atualizadíssimo, de fácil
acesso, que possibilita o ingresso a um número ilimitado de informações,
disponibiliza os mais diversos centros de pesquisa, os próprios pesquisadores e
especialistas nacionais e internacionais. É um grande recurso de aprendizagem
múltipla. Esta rede incorpora todos os demais recursos virtuais, pois são
dependentes da Internet para serem utilizados.
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Fórum – Chats – Este serve para que as pessoas exponham suas manifestações
sobre determinado assunto ou tema. Nele pode-se preparar uma discussão mais
consistente, motivar um grupo para um assunto, criar ambiente de grande
liberdade de expressão. Normalmente esta técnica envolve muito os participantes
e a velocidade com que acontecem as contribuições é surpreendente, exigindo
um acompanhamento muito atento por parte do professor, este é muito utilizado
nos cusos EAD.
E-mail – É um recurso que favorece uma interação entre aluno - professor e
aluno - aluno ajudando no processo de aprendizagem. Também é um dos
recursos que coloca os alunos e professores em contato imediato, favorecendo a
interaprendizagem, a troca de materiais e a produção de textos em conjunto.
Ambiente Virtual e Ensino e Aprendizagem: Moodle – Esta é uma ferramenta
de comunicação projetada para mediar o processo de aprendizagem, é o mais
utilizado nos cusos EAD. É um ambiente em que a aprendizagem é socializada de
forma colaborativa e continua.
Google Docs – documentos online - É uma boa ferramenta para produção de
texto e apresentações temáticas, elaborados de forma individual ou colaborativa,
funciona totalmente on-line e atualmente compõem-se de editores de texto,
apresentações, planilhas, formulários e desenhos.
Redes Sociais – As redes sociais ou de relacionamentos são ferramentas que
possuem como principal objetivo a criação de uma comunidade virtual, permitindo
o desenvolvimento de tarefas em grupos, a comunicação e a organização da
informação, o compartilhamento das ideias, o debate e a negogiação das
diferenças entre outros. A utilização das redes sociais na educação está cada vez
mais apropriada para a melhoria no desenvolvimento da escrita e envolvimento
entre educadores e alunos.
Além dessas novas tecnologias citadas, também se destacam algumas
atividades que são facilitadoras no processos de aprendizagem a distância, que
são as listas e os grupos de discussão, a elaboração de relatórios de pesquisa, a
sala de bate papo, os fóruns de discussões, o mural, a biblioteca virtual, o
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portfólio, ou seja, há uma infinidades de ferramentas em que sua finalidade é
facilitar a troca de informações e trabalhos a distância e num tempo de grande
velocidade, é a possibilidade de buscar dados nos mais diversos centros de
pesquisa através da Internet.
Para educar, na sociedade da informação, exige-se dos educadores uma
prédisposição para conhecer e utilizar as novas tecnologias em sala de aula, pois
se faz necessário ter dominio e manejo além de capacitação. Espera-se do
educado uma atitude ética e bem fundamentada, em que o mesmo considere um
leque de aspectos relativos a tecnologia de informação e comunicação. A função
do docente do século XXI é dominar as ferramentas e se adapatar as novas
tecnologias, estimular a aprendizagem para o futuro, a pesquisa, a reflexão, o
censo crítico e construir um cidadão autonômo com consciência global, tarefa
essa mais dificil, mas o uso das ferramentas tecnologicas dão subsidios para uma
aprendizagem significativa.
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CONCLUSÃO
Durante todo o estudo bibliográfico se percebe a necessidade da formação
continuada, não apenas no Ensino superior, mas em todos os níveis de
escolaridade, a formação inicial não é mais suficiente para uma prática
pedagógica significativa e eficiente, faz-se necessário uma formação continua, ou
seja, não basta apenas ser graduado, especialista, mestre ou doutor, mas, sim
estar disposto a adquirir novas técnicas e métodos de como se constrói o
conhecimento e saber fazer uso dos recursos tecnológicos com responsabilidade
em prol de um ensino de qualidade.
Ao analisamos sobre a história da educação e o ensino superior no Brasil,
percebe-se que com a evolução cultural, histórica, sócio-econômica..., ouve uma
mudança no ensino universitário, e os novos paradigmas curriculares requer dos
docentes novas competências e habilidades, com posturas que levem a refletir
sobre suas práticas.
As transformações que vivenciamos nos dias atuais nos levam a refletir
sobre a necessidade da busca de um novo saber, de inovar e investigar os
processos de ensino e aprendizagem, e para termos acesso a este novo é preciso
que o docente tenha disponibilidade e esteja disposto, para uma formação
continua e interdisciplinar, acompanhando os novos paradigmas curriculares de
educação.
Conclui-se que, o exercício do docente universitário deve ser pautado nas
habilidades e competências que incentivem no aluno o uso do conhecimento da
ciência e da tecnologia para melhorar a qualidade de vida da sociedade na qual
esta inserida.
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