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[2016]
CENTRO TERRA VIVA & WORLD RESOURCE INSTITUTE
- Mozambique Henrique Massango
[DOCUMENTAÇÃO DE RESPOSTAS HUMANAS NÃO PLANIFICADAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS] Pesquisa sobre as mudanças climáticas nos distritos de Chókwè e Matutuíne
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 2
Agradecimentos
Este relatório é fruto de um trabalho de equipa realizado com muita entrega e paciência tanto ao
nível técnico como ao nível de contacto com as comunidades locais nos distritos de Matutuíne e de
Chókwè.
O Consultor coordenador, endereça os agradecimentos ao Centro Terra Viva pela confiança que
depositou em si para a coordenação deste trabalho de Documentação das respostas humanas não
planificadas às mudanças climáticas nos distritos previamente seleccionados pelo preponente, em
especial ao Eng. Issufo Tankar e à Sra. Tânia Pereira que acompanharam o trabalho, discussões,
partilha de conhecimentos e experiencias; à equipa do Departamento de Administração e Finanças
pela garantia de pagamento em tempo útil e para aquisição de materiais e transporte.
Aos Secretários Permanentes dos distritos de Matutuíne e Chókwè, bem como aos Chefes dos Postos
Administrativos e particularmente os chefes de localidades pela disponibilidade e entrega no
acompanhamento e sensibilização das comunidades sobre os objectivos da pesquisa e colecta de
dados.
Aos colegas: Hélio Madjacuzitcho Sitóe (digitalização de dados e inquiridor); Aliama Chirungundze
inquiridora do Distrito de Chókwè; Jeceline Matsolo inquiridora do Distrito de Matutuíne.
O Consultor
Henrique Amone Massango
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 3
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................................................... 2
ÍNDICE .......................................................................................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................................................... 4
TABELAS ....................................................................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 5
2. OBJECTIVOS DO LEVANTAMENTO ............................................................................................................................. 5
3. METODOLOGIA .................................................................................................................................................... 6
3.1 RECOLHA DE DADOS ......................................................................................................................................................... 6 3.2 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................................................................................................ 9
4. BREVE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS SELECCIONADAS ........................................................................................... 10
4.1 DISTRITO DE CHÓKWÈ .................................................................................................................................................... 10 4.1.1 Enquadramento geográfico e Dados demográficos ....................................................................................... 10 4.1.2 Topografia ....................................................................................................................................................... 11 4.1.3 Tipos de Solos e Vegetação ............................................................................................................................. 11 4.1.4 Clima ................................................................................................................................................................ 13
4.2 DISTRITO DE MATUTUÍNE ............................................................................................................................................... 14 4.2.1 Enquadramento geográfico e Dados demográficos ....................................................................................... 14 4.2.2 Topografia ....................................................................................................................................................... 15 4.2.3 Tipo de Solos e Vegetação ............................................................................................................................... 15 4.2.5 Tipos de Solos e Vegetação ............................................................................................................................. 16
5. RESULTADOS DO INQUÉRITO ................................................................................................................................... 18
5.1 INFORMAÇÃO DE BASE SOBRE OS INFORMANTES-CHAVE ........................................................................................................ 18 5.2 MUDANÇAS NO CLIMA E CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS ............................................................................................................. 22 5.3 IMPACTO DAS MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS E CLIMA E RESPOSTAS A ESTAS MUDANÇAS ............................................ 25
5.3.1 Impactos no principal meio de subsistência e respectivas respostas ............................................................ 25 5.3.2 Impactos na disponibilidade de recursos naturais e respectivas respostas .................................................. 31 5.3.3 Outros impactos e respostas humanas ........................................................................................................... 33
5.4 IMPACTOS DAS RESPOSTAS SOBRE A BIODIVERSIDADE ............................................................................................................ 36
6. CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 38
ANEXOS GERAIS ........................................................................................................................................................... 39
ANEXO DE TABELAS DO DISTRITO DE CHÓKWÈ ........................................................................................................... 52
ANEXOS DE TADELAS DO DISTRITO DE MATUTUÍNE .................................................................................................... 67
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distrito de Chókwè e sua divisão admnistrativa .................................................................. 10 Figura 2: Planícies da zona central (ao longo da EN205) e do interior (Oeste do Distrito de Chókwè)
.............................................................................................................................................................. 12 Figura 3: Tipos de vegetação e solos ribeirinhos e do interior do Distrito de Chókwè ....................... 13 Figura 4: Mapa do Distrito de Matutuíne ............................................................................................ 14
Figura 5: Zonas climáticas das áreas de pesquisa ................................................................................ 16 Figura 6: Representação da vegetação das três zonas climáticas do Distrito de Matutuíne (Fig. 5) ... 16 Figura 7: As diversas formações florestais e sua diversidade vegetal e animal do Distrito de
Matutuíne ............................................................................................................................................. 17 Figura 8: A inquiridora durante a pesquisa no Distrito de Chókwè .................................................... 19
Figura 9: A inquiridora durante a pesquisa no Distrito de Matutuíne ................................................. 21 Figura 10: Represa no curso do Rio Mazimuchope, em N´cumba ...................................................... 23 Figura 11: Impactos de mudanças de temperatura e clima (seca) ....................................................... 25
Figura 12: Impactos de mudanças de temperatura e clima (morte de gado, seca redução de caudais
dos rios) ................................................................................................................................................ 26 Figura 13: Corte árvores com diâmetro < a 12 cm para lenha e fabrico de carvão, no Distrito de
Chókwè ................................................................................................................................................ 27
Figura 14: Gado a ruminar em restolhos agrícolas e transporte de restolhos para a venda, no Distrito
de Chókwè ........................................................................................................................................... 27
Figura 15: Resposta de gestão de água (represas e cercas de protecção), no Distrito de Chókwè ...... 28 Figura 16: Uso de poços para beberagem do gado e rega de pequenas hortas, no Distrito de
Matutuíne ............................................................................................................................................. 30
Figura 17: Sistema de captação de água e uso de PFNM para construção e venda ............................. 30
Figura 18: Resposta aos impactos (movimentação de gado, caça furtiva e fabrico de carvão) ........... 31 Figura 19: Fiscalização e palestras na REM, venda de PFNM e turismo, no Distrito de Matutuíne .. 32 Figura 20: Captação e bombagem de água para irrigação (do rio ao canal e campos), no Distrito de
Chókwè ................................................................................................................................................ 34
TABELAS
Tabela 1: Comunidades visitadas nas entrevistas no Distrito de Chókwè ............................................. 7 Tabela 2: Comunidades visitadas durante a pesquisa no Distrito de Matutuíne.................................... 8
Tabela 3: Principais actividades-ocupações dos entrevistados no Distrito de Chókwè ....................... 18
Tabela 4: Principais meios de subsistência dos entrevistados no Distrito de Chókwè ........................ 18
Tabela 5: Principais actividades/ocupações dos entrevistados no Distrito de Matutuíne .................... 20 Tabela 6: Principais meios de subsistência dos entrevistados no Distrito de Matutuíne ..................... 20
DIAGRAMAS
Diagrama 1: Idade e anos dos entrevistados habitando a área no Distrito de Chókwè ....................... 19 Diagrama 2: Idade e anos dos entrevistados habitando a área no Distrito de Matutuíne .................... 21
Diagrama 3: Eventos extremos apontados pelos entrevistados no Distrito do Chókwè ...................... 22 Diagrama 4: Eventos extremos apontados pelos entrevistados no Distrito de Chókwè ...................... 24 Diagrama 5: Outros impactos e respostas referidos pelos entrevistados no Distrito de Matutuíne ..... 33
Diagrama 6: Outros impactos e respostas adaptativas referidos pelos entrevistados no Distrito de
Matutuíne ............................................................................................................................................. 35
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1. INTRODUÇÃO
O Centro Terra Viva (CTV), em parceria com o World Resources Institute (WRI), promoveu a
implementação do projecto de „documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças
climáticas‟. Este projecto enquadrou-se numa abordagem mais geral do WRI, envolvendo outros
países, para investigar de que forma as comunidades em África estão a responder às mudanças
climáticas e o efeito dessas respostas no ambiente e biodiversidade.
O projecto foi conduzido em dois distritos previamente seleccionados pelo CTV, nomeadamente
Matutuíne e Chókwè, nas províncias de Maputo e Gaza respectivamente, que apresentam diferenças
significativas em relação aos meios de subsistência da população (agricultura, pesca ou pecuária),
impactos climáticos e características geográficas.
A pesquisa, efectuada através de entrevistas a informantes chave, explorou temas como: (i) as
mudanças nas condições climatéricas e clima sentidas e observadas, (ii) impactos dessas mudanças e
respostas observadas em termos de meios de subsistência, e (iii) impactos das respostas humanas na
biodiversidade.
De uma forma geral a implementação do projecto obedeceu a alguns princípios básicos que norteiam
o trabalho com comunidades, nomeadamente uma apresentação aos governos locais e às lideranças
comunitárias, o uso de mulheres entrevistadoras para facilitar a participação de mulheres e o uso de
uma abordagem aberta do tipo conversação durante as entrevistas.
O presente relatório apresenta uma breve caracterização das áreas seleccionadas para o projecto, os
resultados das entrevistas efectuadas e uma análise aos dados obtidos.
2. OBJECTIVOS DO LEVANTAMENTO
O objectivo geral do projecto foi de investigar as principais mudanças nas condições climatéricas e
clima que as comunidades têm experimentado nos últimos anos, como é que estas comunidades estão
a responder a essas mudanças e os efeitos das suas respostas sobre a biodiversidade.
Os objectivos específicos incluíram:
(i) Identificar mudanças significativas nas condições climatéricas e no clima ocorridas nos
últimos anos;
(ii) Avaliar os impactos que as mudanças climáticas tiveram nos modos de vida e meios de
subsistência, na disponibilidade de recursos naturais, e outros impactos, e de que forma as
pessoas respondem a estes impactos;
(iii) Investigar quais das respostas humanas às mudanças climáticas têm, potencialmente,
impactos na biodiversidade.
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3. METODOLOGIA
3.1 Recolha de dados
Para responder aos objectivos estipulados foi conduzido um inquérito, por questionário (Anexo 1),
aplicado a uma amostra da inquirida eleita no distrito de Chókwè, na Província de Gaza.
Concretamente, foram efectuadas visitas de campo e entrevistas formais semiestruturadas a
residentes das comunidades dos distritos seleccionados – os informantes chave. De referir que o
questionário foi pré-preparado pelo WRI.
Aliadas a estas entrevistas, foram também efectuadas entrevistas informais não-estruturadas a
membros dos governos distritais (secretários permanentes, chefes de secretaria dos postos
administrativos e localidades, bem como técnicos dos Serviços de Actividades Económicas).
Adicionalmente, também como forma de enriquecer a análise, foi efectuada uma colecta secundária
de dados que incluiu a revisão de documentação relevante tais como dados de censos, planos e
relatórios de levantamentos e estudos sociais relacionados.
A eleição dos distritos do Chókwè e Matutuíne para a presente pesquisa teve em consideração as
diferenças entre ambos os distritos no que diz respeito aos meios de subsistência da população
(agricultura, pesca ou pecuária), impactos climáticos e características geográficas.
Para cada distrito, foram definidas unidades amostrais de 15 diferentes comunidades que foram
seleccionadas, e o questionário de pesquisa foi aplicado a três informantes-chave dentro de cada
comunidade, perfazendo um total de 45 entrevistados em cada distrito.
A distribuição das 15 unidades amostrais em cada distrito foi sistemática, combinando o critério de
gradiente do litoral para o interior e a localização geográfica dos postos administrativos (PA) dentro
do distrito. Deste modo pretendeu-se cobrir todas as unidades e/ou subunidades ecológicas do
distrito.
A selecção dos informantes-chave observou os seguintes critérios:
i. Em cada comunidade privilegiou-se a inclusão de pelo menos uma mulher, perfazendo cerca
de 44% e 53% de mulheres entrevistadas em Chókwè e em Matutuíne, respectivamente,
e, tendo-se acautelado que não tivesse presente nenhum homem durante as entrevistas
realizadas a mulheres; e
ii. Inclusão em cada comunidade de um líder comunitário, administrativo, associação de
produção, técnico ou outra pessoa relevante, para uma entrevista informal e aberta, o que
permitiu uma melhor percepção da situação de cada local e melhor enquadramento das
respostas dos informantes-chaves.
No Distrito do Chókwè, foram visitados três postos administrativos (PA) e cinco comunidades em
cada um destes. Veja o Anexo 2 que apresenta o roteiro da equipa no Distrito de Chókwè.
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A Tabela 1 apresenta como foram distribuídas as unidades amostrais nos diferentes PAs do distrito.
Tabela 1: Comunidades visitadas nas entrevistas no Distrito de Chókwè
District Administrative
Post Localities Communities Men Women
Intervi
ewed
Local
Lat (S) GGMMSS,S
Long (E) GGMMSS,S
CHOKWE
Mandjange-
Macarretane
Macarretane Barragem 2 1 3 24 24 27,2 32 52 27,6
Machinho
Soveia 2 1 3 24 18 22,4 32 37 23,3
25 de
Setembro
1 2 3 24 19 07,8 32 46 41,4
Matuba
Matuba-Sede 1 2 3 24 24 53,3 32 51 30,6
N'Cumba 2 1 3 24 32 03,7 32 45 02,4
Lionde
Lionde-Sede Lionde-sede 2 1 3 24 35 05,3 33 03 31,5
Conhane
Xihaquelane 1 2 3 24 48 54,0 33 07 50,0
Nkocovelo 1 2 3 24 47 36,5 33 02 07,6
Mahau
Tingonhamene 2 1 3 24 45 10,3 32 53 11,0
Thlauene 2 1 3 24 45 10,3 32 53 11,0
Hokwe-
Xilembene
Hokwe Hokwe-Sede 2 1 3 24 42 27,1 33 11 14,3
Xilembene
Xilembene-
sede
3 0 3 24 41 23,9 33 15 28,1
Chiguidela 3 0 3 24 40 33,8 33 19 16,3
Chidwachine
Chidwachine-
sede
0 3 3 24 47 06,3 33 28 51,0
Chalukwane 1 2 3 24 42 35,8 33 22 05,5
TOTAL 25 20 45
No Distrito de Matutuíne foram visitados cinco PAs e 10 das 12 localidades do distrito. O Anexo 3
ilustra a rota da equipa durante a pesquisa no Distrito de Matutuíne. No entanto, neste caso, por
motivos de disposição geográfica destes PAs e a existência de áreas de conservação (Reserva
Especial de Maputo, Reserva Florestal do Licuáti, Floresta de Galeria do Rio Nsele e Corredor do
Fúti), o número de comunidades visitadas por cada PA não foi uniforme (Tabela 2).
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Tabela 2: Comunidades visitadas durante a pesquisa no Distrito de Matutuíne
Distrito Administrative
Post Localities Comunities Men Women
Estimate of
affected families
Local
Lat (S) GGMMSS,S
Long (E) GGMMSS,S
MATUTUINE
Missevene
Bela-Vista
Bela-Vista 2 1 3 26 20 55,5 32 40 09,9
Manhihane 1 2 3 26 23 10,9 32 24 28,5
Djabula 1 2 3 26 29 05,4 32 23 33,9
Tinonganine Tinonganine-Sede 1 2 3 26 29 23,5 32 34 28,0
Salamanga Madjadjane 3 0 3 26 31 37,6 32 41 59,7
Madjuva Madjuva-Sede 2 1 3 26 14 02,2 32 37 21,5
Catembe-Nsime
Catembe-Nsime Mahlampfene
0 3 3 26 04 17,5 32 36 01,6
Mungazine Mungazine-Sede 1 2 3 26 06 28,1 32 29 31,5
Zitundo Zitundo
Zitundo-Sede 1 2 3 26 44 49,6 32 49 32,4
Vila da Ponta D'ouro 1 2 3 26 50 15,0 32 52 47,6
Manhoca Manhoca 1 2 3 26 44 04,4 32 30 24,6
Catuane Catuane-Sede
Catuane-Sede 0 3 3 26 50 20,8 32 17 10,1
Chuxa 2 1 3 26 47 40,6 32 21 15,2
Maduvula 3 0 3 26 46 25,3 32 28 25,0
Machangulo Ndelane Muvucuza* 2 1 3 26 26 594 32 55 30,1
TOTAL 21 24 45 *Esta comunidade encontra-se dentro da área de conservação (REM)
No total foram inquiridos 90 informantes-chave, dos quais 46 homens e 44 mulheres, provenientes
de 30 comunidades.
A equipa técnica foi composta por um coordenador, um técnico de apoio e uma inquiridora local em
cada um dos distritos. Esta equipa obedeceu a uma abordagem de trabalho na qual procedia em
primeiro lugar à apresentação do projecto e seus objectivos às autoridades distritais, seguida da
apresentação às autoridades locais a nível das localidades (veja as credenciais apresentados nos dois
distritos, nos Anexos 5, 5a/5b) aonde se definiram as comunidades e, por sua vez, os potenciais
informantes-chave. As entrevistas foram conduzidas em locais à parte e tinham uma duração de
cerca de 20 minutos.
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3.2 Processamento e análise de dados
A análise exploratória dos dados apurados pelo inquérito incluiu os seguintes passos:
(i) Revisão dos inquéritos e sua validação;
(ii) Introdução dos dados em planilhas excel preparadas para o efeito;
(iii) Análise e resumo estatístico (essencialmente frequências percentuais) das respostas às
diferentes secções do inquérito.
Os parâmetros analisados disseram respeito a:
A. Informação de base sobre os informantes-chave
B. Mudanças no clima e alterações climáticas
C. Impactos das mudanças nas condições climatéricas e clima e respostas a estas mudanças
C1. Impactos no principal meio de subsistência e respectivas respostas humanas
C2. Impactos na disponibilidade de recursos naturais e respectivas respostas humanas
C3. Outros impactos e respostas humanas
D. Impactos das respostas sobre a biodiversidade
Como forma de complementar a análise, foi apresentada uma breve caracterização ambiental e
socioeconómica, incluindo o enquadramento geográfico, das áreas seleccionadas.
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4. BREVE CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS SELECCIONADAS
4.1 Distrito de Chókwè
4.1.1 Enquadramento geográfico e Dados demográficos
O Distrito do Chókwè, situado no curso médio do rio Limpopo, na Província de Gaza, tem como
sede distrital a cidade do Chókwè e tem como limites geográficos os distritos de Mabalane e Guijá a
Norte, Massingir e Magude a Oeste; Chibuto a Leste, Xai.Xai, Bilene Macia e Magude a sul (Figura
1) (INE, 2013).
O distrito tem uma superfície de 2.443 km2 e uma população de 199,523 habitantes com uma
densidade populacional de 82.9 hab/km2. A população é jovem (44.7% abaixo dos 15 anos de
idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 44%) (INE, 2013), e segundo o Censo
de 2007, a matriz rural e taxa de urbanização é de 32%.
O distrito conta com quatro PA e oito localidades, sendo o posto sede correspondente ao Município
do Chókwè. A Norte deste situa-se o PA de Macarretane com as localidades de Macarretane,
Machinho e Matuba; a Sudeste encontra-se o PA de Lionde, tendo como localidades Lionde Sede,
Conhane e Malau; e a Sul, o PA de Xilembene com as localidades de Xilembene Sede e
Chiduachine. (PEDD, 2012)
O potencial agrícola da região é enorme com uma vastíssima rede de canais construída nas décadas
de 60 e 70 que dotou o distrito com 40% da capacidade nacional de produção em regadio. Assim, o
distrito apresenta um potencial de cerca de 87.000 ha de terras aráveis para agricultura, 50.000 ha
para pecuária, 26.000 ha de florestas e fauna bravia para além de áreas não quantificadas destinadas à
exploração de areia (PEDD, 2012).
Figura 1: Distrito de Chókwè e sua divisão admnistrativa
Fonte: INE 2013
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4.1.2 Topografia
O Distrito de Chókwè é uma planície com menos de 100 m de altitude e está encaixada entre os rios
Limpopo e Mazimuchope. As zonas mais baixas localizam-se nas bacias ao longo destes rios. As
terras altas elevam-se até 70 m no sul e ultrapassam os 80 m no norte (PEDD, 2012).
4.1.3 Tipos de Solos e Vegetação
O Distrito do Chókwè possui solos distintos que podem ser divididos em quatro grupos principais,
nomeadamente:
(i) Grupo de solos nas áreas elevadas dos sedimentos marinhos suavemente ondulado, em
grande parte fora do sistema do regadio, com camada superior de areia com espessura que
varia entre 20 a 80cm, mal estruturado, sobre um subsolo franco argiloso muito duro e
compacto, moderadamente a fortemente salino e sódico. A parte arenosa possui baixa
capacidade de retenção de água e tem baixa fertilidade natural.
(ii) Grupo de solos nas depressões ou planícies dos sedimentos marinhos, caracterizado por um
relevo plano ou quase plano com declive inferior a 0.5%, textura agrícola pesada e
fertilidade moderada. Estes solos são imperfeitamente a pobremente drenados e podem
ser inundados durante semanas. Em algumas áreas encontra-se uma salinidade e
sodicidade mais ou menos forte no subsolo e localmente no solo da superfície.
(iii) Grupo de solos composto por variedades de solos profundos, arenosos, moderadamente a
bem drenados e de fertilidade natural baixa a moderada nas dunas interiores. São
geralmente salinos e não sódicos.
(iv) Grupo de solos que se desenvolve nos sedimentos recentes do rio Limpopo, ocupando toda a
área dos meandros do rio. Estes solos são profundos, altamente variáveis em textura,
geralmente com elevada fertilidade natural. O relevo é localmente ondulado com curta
inclinação. São solos usados intensivamente em sequeiro pelo sector familiar.
A vegetação natural do distrito está associada ao tipo de solo e, no geral, é considerada escassa, pois
quase todo o distrito é ocupado por terrenos agrícolas. Os tipos de vegetação natural (Figuras 2 e 3)
presentes são:
(i) Matagal alto e pequenas porções de matagal médio e baixo, distribuído ao longo do rio
Mazimuchope, no limite Noroeste e Oeste com os distritos de Massingir e Magude,
respectivamente. Compreende a área que começa no PA de Macarretane (comunidades de
Soveia) junto ao Distrito de Massingir e desce ao longo do limite com o distrito de
Magude (comunidade de N´Cumba), cobrindo também o PA de Lionde (comunidades de
Ncocovelo e Thlauene) até o limite com o distrito da Macia ao Sul (Comunidade de
Xihaquelane).
(ii) Savanas/bosques de folha larga, situada nas áreas elevadas e caracterizadas por uma
vegetação de pequenos arbustos espalhados e uma cobertura fraca de gramíneas, em geral
espécies anuais.
(iii) Vegetação variando de savana a bosque localizada nas depressões extensas ou planícies,
caracterizada por espécies xerófitas com árvores baixas e arbustivas, e uma densa
cobertura graminal bem desenvolvida constituindo pastagens de boa qualidade nas áreas
abertas. Nas bacias pantanosas (solos das dunas interiores) encontra-se bosque aberto
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ribeirinho caracterizado por grandes árvores e abundante vegetação herbácea, assim como
pastagens de qualidade, embora com manchas de solo nu. Esta vegetação corresponde à
verificada nas comunidades de Tingonhamene, parte Leste de Ncocovela e Xilembene.
(iv) Pradaria com ocasionais árvores ou arbustos de uma cobertura graminal perenial bem
desenvolvida (Timberlake, et al. 1986; Touber, L. and Noort, L. 1985).
Figura 2: Planícies da zona central (ao longo da EN205) e do interior (Oeste do Distrito de Chókwè)
Fotografias por: Autor
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4.1.4 Clima
O clima do Distrito é tropical seco, com uma temperatura média anual de 24˚C. A precipitação média
anual situa-se entre 500 a 800 mm, confirmando o gradiente do litoral para o interior, enquanto a
evapotranspiração potencial de referência (ETo) é da ordem de 1.400 a 1.500 mm. A humidade
relativa média anual está entre 60 a 65%.
A baixa pluviosidade é aliada a elevadas temperaturas, resultando numa acentuada deficiência de
água. A irregularidade da chuva provoca secas frequente mesmo na estação de chuvas. O distrito é
propenso a calamidades naturais cíclicas, secas prolongadas, ventos fortes, ciclones, especificamente
nas localidades de Malau (Posto Administrativo de Lionde), Machinho e Matuba (Posto
Administrativo de Macarretane) e cheias de grande magnitude, nas restantes áreas. (PEDD, 2012) As
imagens da Figura 3 ilustram a situação prevalecente no Distrito de Chókwè.
Figura 3: Tipos de vegetação e solos ribeirinhos e do interior do Distrito de Chókwè
Fotografia por: Autor
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4.2 Distrito de Matutuíne
4.2.1 Enquadramento geográfico e Dados demográficos
O Distrito de Matutuíne localiza-se na extremidade Sul do país e tem como limites a Norte Boane,
Namaacha e a cidade de Maputo através da Baia de Maputo, a Sul a República da Africa do Sul
através da Província de Kwazulo-Natal, a Este o Oceano Indico, e a Oeste o Reino da Suazilândia
(veja a Figura 4). (INE, 2013)
O distrito de Matutuíne possui sua sede distrital na vila de Bela Vista e está dividido em cinco postos
administrativos - nomeadamente Bela Vista ou Missevene, Catembe-Nsime, Catuane, Machangulo e
Zitundo - e 12 localidades que por sua vez são compostas por bairros e/ou povoados (FDC, 2006).
De acordo com os dados do INE de 2013, o distrito tem uma população de 39.932 habitantes e uma
área de 5.338 km², daqui resultando uma densidade populacional de 7,5 habitantes/km². A população
é jovem (41% abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de
49%) e embora verifique algum investimento em infra-estruturas (estrada Catembe-Ponta do Ouro),
o distrito ainda mantém, segundo o Perfil do Distrito de Matutuíne de 2005, a matriz marcadamente
rural com taxa de urbanização de 7%.
O distrito é atravessado pelos rios Maputo e Tembe, que desaguam na Baía de Maputo. É entre o rio
Maputo e o Oceano Índico que se localiza a Reserva Especial de Maputo, uma importante área de
conservação, especialmente de elefantes, mas não só, uma vez que esta região tem um elevado grau
de biodiversidade (website).
Figura 4: Mapa do Distrito de Matutuíne
Fonte: INE 2013
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4.2.2 Topografia
Do ponto de vista físico a região é definida pela bacia do Maputo-Tembe. Possui como principais
rios o Maputo, o Tembe, Futi, Nsele e Chilichili e, conta com as agoas de Phiti, Chunguti, Sotiva,
Malongane, Mandlene, Tsebjane, Gamane e Mangalipse. O fenómeno da intrusão salina é
prevalecente nos períodos de estiagem a corresponderem às fases de marés vivas. Sendo uma zona de
baixa topografia e fundamentalmente plana, o lençol freático encontra-se próximo da superfície o
que determina a ocorrência de formações lacustres ao longo da globalidade da faixa costeira.
A geomorfologia do distrito é caracterizada pela prevalência da planície litoral grandemente
modelada pelos processos de deposição oceânica (sedimentos arenosos) e Fluvial (aluviões). É ao
longo dos sistemas fluviais que ocorrem os principais depósitos aluvionares o que determina a
conformação de unidades ecológicas específicas na forma de corredores. No interior destaca-se a
cadeia dos Libombos que, sendo de origem vulcânica, de uma configuração geomorfológica da orla
fronteiriça, bem diferente da do resto do distrito (PEDD, 2008).
4.2.3 Tipo de Solos e Vegetação
O Distrito de Matutuíne incorpora 5.400 km2
de mosaico constituído por floresta e savana costeira.
Lagos de água doce e salobras, os rios Maputo e Futí e planícies aninhadas entre as dunas de areia
com vegetação, apoiam o alto índice de biodiversidade deste distrito (L. Jen Shaffer and L. Naiene,
??). De uma forma geral, a vegetação do distrito mostra um padrão que varia com o tipo de solo. A
presença de cursos de água e de lagoas, constitui também factores de variação das condições edáficas
e, consequentemente, da vegetação (PEDD 2008). O clima, particularmente a precipitação,
desempenha um papel fundamental na regulação da produção e distribuição de espécies selvagens e
domésticas neste distrito.
Os solos do distrito são maioritariamente arenosos caracterizando-se por uma fraca capacidade de
retenção da água e consequentemente uma taxa elevada de infiltração. Ao longo dos principais vales
fluviais ocorrem solos aluvionares com elevadas concentrações de argila, o que determina uma
significativa capacidade de retenção de água. Nas porções mais próximas ao sistema oceânico, os
índices de intrusão salina são de certo modo consideráveis nestes vales fluviais o que determinam a
ocorrência de solos salinizados. Nas regiões correspondentes ao sopé da cordilheira dos Grandes
Libombos, a natureza basáltica do embasamento geológico, determina a formação dos solos
basálticos e argilosos. Estes tipos de solos são geralmente muito férteis e com significativa
capacidade de retenção da água (PEDD, 2008).
4.2.4 Clima
O clima do distrito é subtropical. Ocorrem ao longo do ano, duas principais estações, a chuvosa que
vai de Outubro a Abril e a seca que vai de Maio a Setembro. A precipitação apresenta uma
variabilidade espacial significativa quando se caminha da costa para o interior. As quedas de chuvas
mais pesadas são ao longo da costa do Oceano Índico (1000 mm/ano) e nas encostas das montanhas
de Lebombo (800 mm/ano), enquanto as planícies de savana permanecem relativamente secas (600
mm/ano) (Tello 1972) (Figuras 5 e 6). A maioria da chuva cai durante os meses do verão quente, de
Outubro a Abril, quando as temperaturas médias são de 25ºC. Os meses de inverno de Maio a
Setembro são frescos (20ºC), com condições mais secas. Registam-se temperaturas elevadas, com
valor médio anual superior a 24º C com amplitude térmica anual inferior a 10º C e com uma média
anual de humidade relativa entre 55% e 75%.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 16
Uma oscilação de 18 anos sobrepõe-se ao ciclo de precipitação anual do distrito e cria nove anos de
condições relativamente secos seguidos por condições relativamente húmidas de nove anos (Tyson et
al., 2002 in L. Jen Shaffer and L. Naiene). Matutuíne enfrenta tanto os riscos de inundação e de seca.
Figura 5: Zonas climáticas das áreas de pesquisa
Fonte: Atlas de Moçambique
4.2.5 Tipos de Solos e Vegetação
A vegetação deste distrito está localizada no Mosaico Regional Tongoland-Pondoland, que tem
características únicas, representando um encontro das floras Zambesíaca e da África temperada (tipo
sul-africano) e, por isso, designada por Região de Maputaland-Pondoland. A presença de cursos de
água e de lagoas, constitui também factores de variação das condições edáficas e, consequentemente,
da vegetação, que apresenta os seguintes tipos: florestas densas e brenhas (ricas em diversidade
botânica), florestas abertas e savanas arbóreas graminhais (PEDD, 2008).
Figura 6: Representação da vegetação das três zonas climáticas do Distrito de Matutuíne (Fig. 5)
Fotografia por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 17
Na verdade, o distrito de Matutuíne encontra-se no coração do centro de endemismo Maputaland,
uma região de 17 000 km2, contendo 25001 espécies de plantas, incluindo 225 espécies endémicas
ou sub-endémicas e três géneros de plantas endémicas, 100 espécies de mamíferos e 470 espécies de
pássaros, incluindo quatro espécies e 43 subespécies que são endémicas ou perto de endémicas
(Smith et al. 2008; van Wyk1994: in Shaffer and Naiene 2011, pag 226). Dentro das referidas
formações vegetais florestais e a variedade de espécies de animais reflectindo níveis altos de
diversidade (Veja a Fig. 7), encontram-se em especial na Reserva Especial do Maputo.
A zona costeira do distrito engloba uma diversidade de ecossistemas de entre os quais há a destacar:
recifes de corais, pequenas baías, tapetes de ervas marinhas, praias, mangais, lagos e lagoas
permanentes e não permanentes, terras húmidas, florestas e graminhais das dunas, graminhais
costeiros e zonas entre-marés. Estes sistemas aquáticos são de importância económica e social para
as comunidades locais, dado o seu potencial pesqueiro e turístico.
O conjunto variado de ecossistemas, presentes nesta zona, associado à elevada biodiversidade do
distrito, à beleza cénica e ao seu estado de conservação, relativamente pouco alterado, confere um
alto valor estético à paisagem sendo, portanto, o seu potencial turístico elevado.
Existem no Distrito de Matutuíne três áreas de conservação, nomeadamente a Reserva Marinha
Parcial da Ponta do Ouro, a Reserva Especial de Maputo e a Reserva Florestal de Licuáti (PEDD,
2008).
Figura 7: As diversas formações florestais e sua diversidade vegetal e animal do Distrito de Matutuíne
Ilustração 1: As diversas formações florestais e a sua biodiversidade.
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 18
5. RESULTADOS DO INQUÉRITO
5.1 Informação de base sobre os informantes-chave
Com base na informação de base sobre os informantes-chave recolhida, apresenta-se a seguir uma
breve caracterização dos mesmos nomeadamente no que diz respeito a: (i) o papel desempenhado
pelo informante na comunidade (a sua ocupação), (ii) o seu principal meio de subsistência, (iii) sexo,
(iv) se estava presente um homem durante a entrevista no caso de o informante ser mulher, (v) há
quanto tempo vivem na área, e (vi) idade.
Distrito do Chókwè
Dos 45 entrevistados 87% indicaram como principal meio de subsistência a agricultura, que é
praticada neste distrito nos moldes de regadio e sequeiro, sendo que os restantes 13% têm como
principal meio de subsistência o comércio, a pesca e o trabalho por conta de outrem.
Segundo o sistema de produção agrícola praticado, os entrevistados foram agrupados em agricultores
e camponeses tendo sido possível apurar que cerca de 49% eram camponeses e 33% agricultores. Os
restantes 18% dos entrevistados indicaram ser comerciantes, pescadores, docentes e líderes
comunitários (Tabelas 3 e 4).
Tabela 3: Principais actividades-ocupações dos entrevistados no Distrito de Chókwè
ACTIVIDADES Nº. DE ENTREVISTADOS
Agricultor(a) 15
Camponês(a) 22
Comerciante 2
Docente 3
Pescador 2
Líder Comunitário 1
TOTAL 45
Tabela 4: Principais meios de subsistência dos entrevistados no Distrito de Chókwè
MEIOS DE SUBSISTÊNCIA Nº. DE ENTREVISTADOS
Agricultura 39
Comércio 2
Pesca 2
Trabalho por conta de outrem (assalariados) 2
TOTAL 45
Cerca de 20%, ou seja 9 dos entrevistados, indicaram estarem envolvidos em actividades secundárias
para além da actividade principal apontada, nomeadamente como comerciante, agricultor e chefe de
bairro. De igual forma, 31% (14 entrevistados) apontou um segundo meio de subsistência para além
do principal mencionado, designadamente a agricultura, o comércio, a pesca e a exploração de
carvão.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 19
Menos de metade dos entrevistados eram mulheres (44%), sendo que em nenhuma das entrevistas
com estas mulheres esteve presente um homem (Figura 8).
Em termos de idades, 49% dos entrevistados tinham idades compreendidas entre os 54 – 70 anos e
29% entre 36 – 53 anos, sendo que uma pequena parte foi constituída por pessoas em idades entre os
18 – 35 anos ou acima dos 71 anos (Diagrama 1). A grande maioria (93%) dos entrevistados habita
na área há mais de 10 anos e somente 7% mencionou habitar na área num intervalo entre 6 – 10 anos
(Diagrama 1).
Diagrama 1: Idade e anos dos entrevistados habitando a área no Distrito de Chókwè
0%
7%
93%
No. de anos habitando na área
1 – 5 anos
6 – 10 anos
>10 anos
13%
29%
49%
9%
Idades
18 – 35
36 – 53
54 – 70
>71
Figura 8: A inquiridora durante a pesquisa no Distrito de Chókwè
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 20
Distrito de Matutuíne Em Matutuíne, a agricultura é praticada maioritariamente em sequeiro. Embora existam sistemas de
regadio ao longo do Rio Maputo, a utilização dos mesmos é ainda, segundo os entrevistados,
praticado em moldes de subsistência, com fraca capacidade material, humana e financeira. Desta
forma os entrevistados foram agrupados apenas em “camponeses”. Os agricultores comerciais
encontram se ao longo da faixa ocidental do distrito com grandes áreas vedadas e são também
grandes produtores pecuários, não sendo residentes1.
Assim, quanto à ocupação dos entrevistados, a grande maioria (64%) eram camponeses, sendo que
os restantes indicaram uma variedade de outras actividades (Tabela 5).
Cerca de 67% dos entrevistados têm a agricultura como o principal meio de subsistência e os
restantes 33% têm como meios de subsistência o comércio, a pesca, a apicultura e o trabalho
assalariado ou ainda a venda de serviços (como é o caso do curandeiro) (Tabela 6).
Tabela 5: Principais actividades/ocupações dos entrevistados no Distrito de Matutuíne
ACTIVIDADES Nº. DE ENTREVISTADOS
Camponês(a) 29
Comerciante 1
Ambientalista 1
Pescador 6
Líder Comunitário 1
Apicultor 1
Secretário da Localidade 2
Carvoeiro 1
Curandeiro 1
Doméstica 1
Régulo 1
TOTAL 45
Tabela 6: Principais meios de subsistência dos entrevistados no Distrito de Matutuíne
ACTIVIDADES Nº. DE ENTREVISTADOS
Agricultura 30
Comércio 6
Pesca 5
Apicultura 1
Curandeiro 1
Assalariados 2
TOTAL 45
1 Informação obtida em entrevistas informais com questões e respostas abertas.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 21
Cerca de 18%dos entrevistados têm outras actividades, para além da actividade principal apontada,
nomeadamente como camponeses, carvoeiros, comerciantes e pescadores. Uma parte dos
entrevistados (31%) apontou também um segundo meio de subsistência, nomeadamente a
agricultura, o comércio, a pesca e actividade ligada ao turismo.
No caso de Matutuíne, 53% dos entrevistados eram mulheres, sendo que em nenhuma das entrevistas
com estas mulheres esteve presente um homem (Figura 9).
Em termos de idades, 44% dos entrevistados tinham idades compreendidas entre os 54 – 70 anos e
36% entre 36 – 53 anos, sendo que uma pequena parte foi constituída por pessoas em idades entre os
18 – 35 anos ou acima dos 71 anos (Diagrama 2). A grande maioria (91%) dos entrevistados são
oriundos das áreas estudadas e ali habita há mais de 10 anos e somente 9% mencionou habitar na
área há menos de 10 anos (Diagrama 2).
Das 45 pessoas entrevistadas em Matutuíne 6.67% vivem nas áreas onde foram entrevistadas no
intervalo de 1-5 anos, 2.2% de informantes-chave vivem na área no intervalo de 6-10, enquanto as
restantes 91.1% responderam que são oriundas dessas áreas, isto é, vivem a mais de 10 anos.
Diagrama 2: Idade e anos dos entrevistados habitando a área no Distrito de Matutuíne
7%
2%
91%
No. de anos habitando na área
1 – 5 anos
6 – 10 anos
>10 anos
16%
36%
44%
4%
Idades
18-35
36-53
54-70
>71
Figura 9: A inquiridora durante a pesquisa no Distrito de Matutuíne
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 22
5.2 Mudanças no clima e condições climatéricas
Durante as entrevistas, os informantes-chave responderam a perguntas abertas sobre as alterações
mais significantes observadas ou sentidas nas condições climatéricas locais e clima. As alterações
mencionadas como “diminuição de precipitação”' ou “mais ondas de calor/dias de calor” e “secas
prolongadas” foram as respostas mais ouvidas e referenciadas pelos entrevistados durante os
inquéritos em ambos os distritos.
Distrito do Chókwè
Das pessoas inquiridas, 93% consideram que nos últimos anos tem havido diminuição de
precipitação e que as ondas de calor/dias quentes têm aumentado (Diagrama 3). Cerca de 91%
referenciaram a seca dos últimos três anos que está a assolar a região norte da Província de Gaza e
particularmente o Distrito do Chókwè. Os entrevistados indicaram que a seca que prevalece há três
anos nesta região só é comparável com a que ocorreu em 1970, pois só foi nessa altura que o
considerado maior reservatório de água no curso do Rio Mazimuchope teria secado, como está
actualmente (Figuras 10).
Diagrama 3: Eventos extremos apontados pelos entrevistados no Distrito do Chókwè
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Au
men
to d
a q
ued
a d
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Pre
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os
Mudanças nas condições climáticas e clima
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 23
Figura 10: Represa no curso do Rio Mazimuchope, em N´cumba
Fotografias por: Autor
Cerca de 78% dos inquiridos indicam que as mudanças acima referenciadas têm influenciado na
alteração do calendário das estações do ano, e 77% indicam também maior frequência no
aparecimento de tempestades tendo acrescentado que as mesmas têm ocorrido ultimamente
acompanhadas de chuvas com granizo (Diagrama 3).
Ainda, 51% dos inquiridos indicam ter observado mudanças de vento nos últimos anos. Cerca de 4%
responderam que as queimadas descontroladas também têm tido influência nas alterações de
temperatura e do clima. Apenas 2% dos informantes-chave referenciaram a ocorrência de
erosão/deslizamentos de terra (comuns nas margens do Rio Limpopo). E, cerca de 2% dos inquiridos
indicam a diminuição de ocorrências de períodos de frio/geadas, particularmente nas margens da
Barragem de Macarretane.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 24
Distrito de Matutuíne
Neste distrito, 82% das pessoas inquiridas consideram que nos últimos anos tem havido diminuição
de precipitação e cerca de 87% indicam que as ondas de calor/dias quentes têm aumentado (Figura
13).
Embora a seca seja referenciada por cerca de 91% dos inquiridos, os seus impactos não são tão
reveladores em comparação com o distrito de Chókwè. Daí que apenas cerca de 53% dos inquiridos
indicam que as mudanças acima referenciadas têm influenciado na alteração do calendário das
estações do ano, e 58% indicam maior frequência no aparecimento de tempestades.
Ainda, cerca de 56% dos inquiridos indicam ter observado mudanças no vento, nos últimos anos.
Ao contrário do Distrito do Chókwè, neste distrito as queimadas descontroladas constituem um
factor preocupante, daí que cerca de 24% dos inquiridos tenham respondido que se trata de um factor
que tem tido influência nas alterações das condições climáticas e do clima. Aqui, as queimadas
descontroladas aparecem também como uma prática agro-pecuária, isto é, servem de preparação de
limpeza dos campos agrícolas e para rejuvenescimento dos pastos.
Apenas 2% dos informantes-chave referenciaram a ocorrência de erosão/deslizamentos de terra nas
margens dos rios e na zona costeira.
Diagrama 4: Eventos extremos apontados pelos entrevistados no Distrito de Chókwè
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Au
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Mudanças nas condições climáticas e clima
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 25
5.3 Impacto das mudanças nas condições climatéricas e clima e respostas a estas
mudanças
5.3.1 Impactos no principal meio de subsistência e respectivas respostas
Distrito do Chókwè
Para responder à pergunta de como as mudanças nas condições climatéricas e clima têm tido impacto
no principal meio de subsistência, os inquiridos indicaram uma listagem de fenómenos que
consideram ter impacto no seu principal meio de sobrevivência (Figuras 11 e 12), nomeadamente:
(i) A diminuição da quantidade de água na superfície (rios, lagoas, zonas pantanosas) e sua
salinização;
(ii) A diminuição da produção agrícola, a falta de pastos e água e, consequente morte do gado
bovino;
(iii) A redução dos volumes de negócios e destruição de culturas pelas tempestades;
(iv) Aparecimento de doenças e bolsas de fome na área e particularmente nas famílias;
(v) A maior frequência de doenças nas aves e sua mortalidade;
(vi) A falta e/ou ausência total de água nos canais de sistema de rega.
Figura 11: Impactos de mudanças de temperatura e clima (seca)
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 26
Figura 12: Impactos de mudanças de temperatura e clima (morte de gado, seca redução de caudais dos rios)
Fotografias por: Autor
Relativamente às respostas adaptativas a estes fenómenos, os inquiridos alistaram as seguintes:
(i) Mudanças de áreas de produção agrícola;
(ii) O uso intensivo de recursos naturais florestais, tais como a colecta de lenha e fabrico de
carvão não só para o uso familiar, mas também para a venda (Figura 13). Em algumas
zonas como em Soveia fazem a troca de lenha pela água com as comunidades que vivem
ao longo do Rio Limpopo e/ou da cidade de Chókwè;
(iii)O uso de ramadas de espécies florestais sempre-verdes existente na zona para alimentar o
gado bovino (isto acontece nas localidades inquiridas situadas ao longo do Rio
Mazimuchope);
(iv) O movimento do gado para zonas com pasto e água;
(v) A venda de gado, algumas vezes a preços irrisórios2 nos últimos meses para evitar perdas
totais com a morte do gado. Na Aldeia 25 de Setembro por exemplo houve uma medida
conjunta dos criadores para a venda de bovinos adultos mantendo-se os animais mais
jovens e manadas reduzidas;
(vi) Nas zonas do sistema de regadio, utilização dos campos após as colheitas para alimentação
do gado e mesmo venda/compra dos restolhos de colheitas como forragem/ração para o
gado (Figura 14);
(vii) O plantio de árvores e produção de culturas de curto ciclo e resistentes a seca (variedades
de batata doce e mandioca).
2 Chegou-se a vender uma cabeça de bovino a 1.500,00MT, dos 15.000 a 20.000,00MT usuais.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 27
Figura 13: Corte árvores com diâmetro < a 12 cm para lenha e fabrico de carvão, no Distrito de Chókwè
Fotografias por: Autor
Figura 14: Gado a ruminar em restolhos agrícolas e transporte de restolhos para a venda, no Distrito de Chókwè
Fotografias por: Autor
Adicionalmente, a questão da gestão de água foi também mencionada, sendo que as medidas
mencionadas foram a poupança de água, a abertura e uso de poços para rega em pequenas áreas, a
abertura de tanques para a captação de água das chuvas, a alocação dos tanque segundo os usos
(beberagem de gado e uso doméstico). Para evitar a invasão pelos animais selvagens e doméstico
estas áreas encontram-se vedadas (Figura 15). Foi referido que as pessoas que possuem casas
melhoradas de alvenaria colocam caleiras para a colecta de água e, em alguns casos, como em
instituições oficiais (escolas e centros de saúde) constroem-se cisternas para o armazenamento de
água colectada através dos vários edifícios existentes. Embora de forma intermitente, o governo local
tem disponibilizado meios para a distribuição de água em algumas comunidades mais afectadas.
Segundo os inquiridos, as respostas aos impactos das mudanças climáticas estendem-se para
campanhas de sensibilização contra incêndios, programas de educação ambiental e mudanças
climáticas, que incluem entre outras o plantio de árvores (de sombra e de frutos), abertura de vias de
acesso e outros trabalhos de campanhas de comida pelo trabalho. Estas actividades são desenvolvidas
pelos governos locais e instituições do governo em parceria com algumas organizações não-
governamentais e de ensino, tais como o Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG), Visão
Mundial e Caritas.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 28
Figura 15: Resposta de gestão de água (represas e cercas de protecção), no Distrito de Chókwè
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 29
Distrito de Matutuíne
As respostas à pergunta de como as mudanças climáticas têm tido impacto no principal meio de
subsistência, os entrevistados deste distrito mencionaram os seguintes fenómenos com impacto no
seu principal meio de sobrevivência:
(i) A redução do curso de água e a intrusão salina no Rio Maputo;
(ii) A redução do nível das águas nas lagoas;
(iii)A diminuição de produção agrícola e pesqueira.
Estes impactos provocaram o abandono de algumas áreas agrícolas, a falta de pastos e água provocou
a movimentação de gado bovino para outras zonas, redução de volumes de negócios e consequente
perda de poder de compra e destruição de culturas pelas tempestades. Os inquiridos indicam também
a dificuldade de irrigação dos campos e desaparecimento de plantas medicinais, bem como o
aparecimento de doenças e bolsas de fome.
Como respostas adaptativas os inquiridos mencionaram as mudanças de áreas de produção agrícola,
o uso intensivo de recursos naturais florestais, tais como caça ilegal e a colecta de lenha e o fabrico
de carvão não só para o uso familiar, mas também para a venda. Efectivamente, na rota entre Bela-
Vista-Hindane-Mungazine pôde-se verificar ao longo da via filas de sacos de carvão e lenha e
mesmo a fisionomia da floresta devido à intensidade do corte (veja as imagens abaixo).
O abandono da pesca no rio e nas lagoas e/ou utilização de rede com malha reduzida foram respostas
também mencionadas.
Outro exemplo de respostas adaptativas referidas são as comunidades ao longo Rio Maputo, as quais
estão agrupadas na sua maioria em associações agrícolas, de modo a reduzir o conflito de terras
férteis e de água e melhor aproveitar os sistemas de regadios existentes.
A adopção de irrigação manual a par da abertura de pequenas hortas com uso da água dos
reservatórios naturais constitui outro tipo de respostas mencionadas
A venda de gado tem sido uma das respostas adoptadas, que faz parte do pacote da diversificação de
negócios (ida-volta a RSA e Swazilândia), a retirada estratégica de alguns produtos no mercado (ex:
yogurt e outros produtos considerados de luxo), devido ao baixo poder de compra da população.
As comunidades no interior da Reserva Especial de Maputo envolvem-se mais com turistas para
pequenos trabalhos e venda de alguns produtos florestais não-madeireiros encontrados localmente.
A gestão de água passa pela poupança, abertura e uso de poços para rega em pequenas áreas e
provisão para a beberagem do gado. Para evitar a invasão pelos animais selvagens e doméstico estas
áreas encontram-se vedadas (Figura 16). As pessoas com casas melhoradas e/ou de alvenaria
colocam caleiras e reservatórios para colecta de água da chuva (Figura 17).
À semelhança do Distrito do Chókwè, de acordo com os inquiridos, as respostas estendem-se às
campanhas de sensibilização contra incêndios, programas de educação ambiental e prevenção de
erosão costeira e protecção das dunas que incluem entre outras o plantio de árvores (de sombra e de
frutos) e hortas nos quintais, abertura de furos de água e vias de acesso, bem como de outros
trabalhos de campanhas de comida pelo trabalho. Estas actividades são desenvolvidas pelos governos
locais em pareceria com algumas organizações não-governamentais e de privados, tais como
Hluvuka.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 30
Figura 16: Uso de poços para beberagem do gado e rega de pequenas hortas, no Distrito de Matutuíne
Fotografias por: Autor
Figura 17: Sistema de captação de água e uso de PFNM para construção e venda
Fotografias por:: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 31
5.3.2 Impactos na disponibilidade de recursos naturais e respectivas respostas
Distrito do Chókwè
A seca prolongada, apontada como principal mudança, afecta na disponibilidade de recursos naturais
como água e recursos naturais florestais através de diminuição e/ou falta de água nos cursos dos rios,
redução e de águas das lagoas e poços, o que implica a escassez e/ou falta de água para o consumo
humano e beberagem do gado. É apontado também o aumento de conflito homem-fauna bravia, na
disputa de alimento e de água e, a escassez de peixe nos rios e consequente aumento de redes de
pesca. Os inquiridos apontam também as longas distâncias a percorrer para a colecta tanto da água
bem como da lenha, e a redução da variedade de frutos silvestres. A subida de preços na aquisição da
lenha, carvão e água é apontado como sendo um dos impactos às mudanças climáticas (Figura 18).
Como respostas aos impactos apontados, os respondentes indicam a invasão de habitats naturais, o
abandono de algumas áreas de cultivo e aplicação de algumas medidas de gestão de água e abertura
de poços ao longo dos cursos de água. Os inqueridos apontam também a mudança e/ou
diversificação de meios de subsistência, o aumento de casos de caça furtiva, a produção de lenha e
carvão e posterior venda, e mesmo o abandono de pesca. Na produção agrícola introduziram
pequenas motobombas para captação e bombagem de água nos pontos ainda com água no rio para os
canais e irrigação das áreas de cultivo.
Figura 18: Resposta aos impactos (movimentação de gado, caça furtiva e fabrico de carvão)
Fotografias por: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 32
Distrito de Matutuíne
Os respondentes neste distrito apontam a seca prolongada como principal mudança que afecta a
disponibilidade de recursos naturais como água e escassez de recursos naturais florestais através de
diminuição e/ou falta de água nos cursos dos rios, redução e secagem de águas das lagoas, o que
implica a escassez de água para o consumo humano e beberagem do gado. É apontado também a
escassez de peixe nos rios e lagoas e consequente aumento de redes de pesca com malhas reduzidas.
Os inquiridos apontam também as longas distâncias a percorrer para colecta da água, bem como da
lenha e a redução da variedade de frutos silvestres. A subida de preços na aquisição da lenha, carvão
e água é apontado como sendo um dos impactos às mudanças climáticas.
Como respostas aos impactos apontados, os respondentes indicam a invasão de habitats naturais, o
abandono de algumas áreas de cultivo e aplicação de algumas medidas de gestão de água, a compra
e/ou uso de pequenos sistemas privados de abastecimento de água e de poços para o consumo
doméstico. Os inqueridos apontam também a mudança e/ou diversificação de meios de subsistência,
a prática da caça furtiva, a produção de lenha e carvão e posterior venda, bem como a colecta e
venda de produtos florestais não-madeireiros (PFNM) (frutas, caniço, junco, etc.). A emigração3 para
a República da África do Sul (RSA) tem sido também uma das alternativas encontradas pelos locais.
O governo do distrito, instituições privadas e não-governamentais também responderam aos
impactos com o reforço do controlo da caça na REM (patrulhamentos e palestras) e abertura de furos
de água em diversas localidades.
Figura 19: Fiscalização e palestras na REM, venda de PFNM e turismo, no Distrito de Matutuíne
Fotografias por: Autor
3 Somente os homens, enquanto as mulheres participam nos negócios transfronteiriços, vulgo “mukheristas”.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 33
5.3.3 Outros impactos e respostas humanas
Distrito do Chókwè
As respostas às mudanças climáticas apresentadas pelos inquiridores, segundo os respondentes
indicam que cerca de 44.4% adoptaram mudanças nas práticas agrícolas, 47% e 31% dos inquiridos
fizeram mudanças nas práticas pecuárias e de pescas respectivamente. Cerca de 56% dos inquiridos
indicaram ter diversificado a sua base de subsistência, enquanto 49% mudaram a localização de
subsistência. 87% dos informantes-chave responderam terem adoptado medidas de gestão de água e
cerca de 56% optaram pelo uso de recursos naturais (corte de lenha e fabrico de carvão). Cerca de
40% dos inquiridos indicaram também o maneio de pragas/doenças, cerca de 29% adoptaram a
invasão de habitats naturais e apenas 2% indicaram a caça furtiva como medida alternativa
(Diagrama 5).
Outros impactos e respostas às mudanças climáticas adoptadas foram a venda de gado, bombagem da
água do rio e rega de pequenas áreas de machamba (Figura 20), a criação de associações de
camponeses, a venda de activos (bicicletas, rádios, TVs, etc.), a migração para a RSA e ou cidades
no país e participação nos trabalhos levados a cabo pelo Instituto Nacional de Gestão de
Calamidades (INGC) (trabalho pela comida).
Diagrama 5: Outros impactos e respostas referidos pelos entrevistados no Distrito de Matutuíne
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Outros impactos e respostas
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 34
Figura 20: Captação e bombagem de água para irrigação (do rio ao canal e campos), no Distrito de Chókwè
Fotografias por: Autor
Distrito de Matutuíne
Neste distrito, cerca de 64% adoptaram mudanças nas práticas agrícolas, 13% e 38% dos inquiridos
fizeram mudanças nas práticas pecuárias e de pescas respectivamente. Cerca de 27% dos inquiridos
indicaram ter diversificado a sua base de subsistência, enquanto 16% mudaram a localização de
subsistência. 58% dos informantes-chave responderam terem adoptado medidas de gestão de água e
cerca de 22% optaram pelo uso de recursos naturais (corte de lenha e fabrico de carvão). Cerca de
60% dos inquiridos indicaram também o maneio de praga/doenças e cerca de 4% adoptaram a
invasão de habitats naturais e apenas 20% indicaram a caça furtiva como medida alternativa
(Diagrama 6).
Tal como no Distrito do Chókwè, embora em pequena escala, os inquiridos adoptaram as mesmas
respostas de venda de gado, criação de associações de camponeses, venda de activos (bicicletas,
rádios, TVs, etc.), migração para a RSA e ou cidades no país e participação nos trabalhos levados a
cabo pelo INGC (trabalho pela comida). Neste distrito com o envolvimento das mulheres
intensificaram os negócios transfronteiriços com a RSA, com a venda de produtos florestais não-
madeireiros (PFNM) provenientes da REM e outras áreas do distrito e compra naquele país de
produtos diversos para a venda local.
Em ambos os casos, o apoio do governo tem sido permanente, através de sensibilizações e
campanhas diversas que são implementadas com apoio e/ou em parceria com ONGs e alguns
privados.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 35
Diagrama 6: Outros impactos e respostas adaptativas referidos pelos entrevistados no Distrito de Matutuíne
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sOutros impactos e respostas
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 36
5.4 Impactos das respostas sobre a biodiversidade
Os impactos das respostas adaptativas sobre a biodiversidade podem dividir-se em impactos
positivos e impactos negativos.
As respostas adaptativas adoptadas com impactos positivos não foram realçadas pelos entrevistados,
embora estejam a ser implementadas através da introdução/plantio de árvores de fruta e outras
culturas alimentares, a crescente necessidade de protecção de áreas de nichos ecológicos tais como
da nascente de água em Xihaquelane (no Chókwè) e da floresta de Licuáti (em Matutuíne). Estes
casos foram apontados pelos líderes locais realçando alguns benefícios da existência destas zonas.
No caso de Xihaquelane, a nascente resistiu á seca e permite a beberagem do gado, daí que a zona
tem sido utilizado nestes anos para o acolhimento de gado de outras localidades.
As questões da biodiversidade são de difícil percepção, pois ainda persiste em muitos a ideia de que
“Deus é que sabe e na devida altura irá consertar”. Daí que muitas das respostas adaptativas têm
tido impactos negativos na biodiversidade, ao recorrer-se aos recursos naturais “que Deus
disponibiliza” tais como a floresta para colecta de lenha e produção de carvão, numa escala tal que
deixa os solos empobrecidos, a extinção de algumas espécies florestais usadas para o fabrico de
carvão e outros usos específicos e, de animais por falta de alimento. A poluição de habitats marinhos
e lacustres devido ao uso de técnicas inapropriadas de captura do peixe.
A invasão de habitats naturais tem provocado o aumento do conflito homem-fauna bravia, a
eliminação de algumas espécies animal e seus habitats.
Em nenhum dos casos foi indicado o período de veda de pesca, mas sim o aumento de redes de pesca
e redução da malha da rede, o que com a diminuição do recurso pesqueiro e da própria água dos rios
ou lagoas leva ao crescente conflito homem-fauna bravia na disputa de alimento e área de abrigo,
reprodução e consequente perda/redução de espécies.
De realçar que algumas respostas, tais como a caça furtiva, não foram indicadas por nenhum dos
entrevistados do sexo masculino, mas sim pelos do sexo feminino, embora os caçadores fossem os
do sexo oposto. Esta situação de culpa escondida dos homens não permite o debate do assunto e
quando o assunto é levantado são apontados como sendo responsáveis outras pessoas não residentes
na área.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 37
6. CONCLUSÕES
Pela interacção com as comunidades e particularmente com os respondentes, percebeu-se que as
mudanças climáticas afectam significativamente o sistema sócio ecológico dos distritos de Matutuíne
e Chókwè, distritos estes onde os níveis de precipitação média, particularmente nas planícies,
oscilam bastante na transição de savanas húmidas para áridas. Esta precipitação provavelmente
contribui para a alta biodiversidade e dá aos moradores acesso a opções de subsistência diversificada,
como no caso de Matutuíne ao longo da faixa costeira e na faixa central que constitui a Reserva
Florestal do Licuáti. Em Chókwè situação similar pode verificar-se na faixa central e sul que cobre a
Localidade de Mahau (Tingonhamene) e prolonga-se até à zona de Xihaquelane. Essas áreas
serviram de abrigo de gado de outras zonas do distrito e mesmo de outros distritos vizinhos, como o
caso de Magude.
Os anos de seca são difíceis na produção de sequeiro, a seca elimina completamente as colheitas. As
pessoas recorrem às plantas silvestres para a venda e compra de alimentos possíveis que possam
fazer a diferença no sustento da família. No entanto, durante os anos de seca severa ou inundações,
ambas as fontes vegetais domésticas e silvestre colapsam, colocando todas as actividades de
subsistência em risco.
Nestas circunstâncias os residentes dos distritos em estudo recorrem imprescindivelmente à ajuda de
familiares residentes e/ou a trabalhar na África do Sul e Maputo ou migram para esses lugares para
trabalho remunerado nas empresas agrícolas, mineração e sectores de serviço.
Algumas das medidas, como o plantio de árvores de fruta em algumas comunidades (casos das
comunidades à volta da floresta do Licuáti) ainda continua um tabu, daí que algumas campanhas
levadas a cabo, não têm tido resultados positivos.
Assim, pode concluir-se que:
As temperaturas elevadas e a redução da precipitação tem provocado a mudanças de período
chuvoso e seu encurtamento e como consequência verifica-se a diminuição de rendimentos
agrícolas (redução de áreas e/ou rendimento/ha).
As medidas e/ou respostas adoptadas pelas comunidades, em muitos casos, tem tido impactos
negativos a biodiversidade, isto é, empobrecem os solos, vegetação e fauna, e por fim
agravam a situação ambiental das suas zonas de residência pela exposição a poeiras, ao sol
intenso, ao abaixamento de lençóis freáticos e consequente salinização dos solos e água.
As medidas governamentais adoptadas no concernente às mudanças climáticas devem ser
intensivamente divulgadas e acompanhadas de investimentos locais de vulto e, em paralelo
divulgar as leis ambientais, de terras e de florestas e fauna bravia de modo a reduzir-se o
desmatamento.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 38
REFERÊNCIAS
Atlas de Moçambique (1999) - Situação do meio ambiente; Anexos
FDC, 2006: Análise Situacional do Distrito de Matutuíne - MAPUTO
Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrito de Chókwè (PEDD, 2012). Província de Gaza. RM
Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito de Matutuíne (PEDD, 2008). Província de
Maputo. RM
Souto, S. e Massango, H. 2003. Avaliação dos recursos florestais de Maduvula – Catuane. UEM,
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
Tello, J. 1972. Reconhecimento ecológico da Reserva dos Elefantes do Maputo. Vet. de Moç., 5(2),
99-122.
Tyson, P., G. Cooper, and T. McCarthy. 2002. Millennial to multi-decadal variability in the climate
of southern Africa. Intl. J. Clim., 22, 1105-1117.
Touber, L. and Noort, L. 1985. Avaliação de terra para agricultura regada na área do "SIREMO",
Vale do Limpopo. Vols I, II. Comunicação 26 (Serie Terra e Agua). INIA, Maputo.
Timberlake, J., Jordão, C. and Serno, G. 1986. Pasture and soil survey of Chókwè. Comunicação 50
(Serie Terra e Água), INIA, Maputo.
WWW.pt.wikipedia.org/wiki/Matutuíne
L. Jen Shaffer and Leocadia Naiene, ???: “Now it does not rain:” observations, experiences and local
models of climate change in southern Mozambique. University of Georgia, Athens, Georgia. Journal
10.2.
L. Jen Shaffer and Leocadia Naiene, 2011: Why Analyze Mental Models of Local Climate Change?
A Case from Southern Mozambique. Weather, Climate, and Society _Vol 3, page 226.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 39
ANEXOS
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 40
ANEXO 1: Questionário da pesquisa
ABCG pesquisa comunitária nas reacções humanas à mudança climática e impactos subsequentes sobre a biodiversidade O objectivo da pesquisa é investigar a natureza de quaisquer mudanças no clima e alterações climáticas, como as
comunidades nos países africanos estão reagindo a estas e o efeito dessas reacções no amplo ambiente e
biodiversidade. Informantes-chave – ou líderes comunitários com cargos de responsabilidade – devem ser amostrados
– sendo convidados a dar suas respostas baseadas na Comunidade como um todo, não apenas para si mesmos.
Existe uma desigualdade entre homens e mulheres nas comunidades. Esta pesquisa é sensível ao género, significando
que reconhece estas diferenças e faz um esforço para ouvir as vozes de ambos os sexos (homens e mulheres). Mulheres
e outros grupos desfavorecidos devem ser proactivamente envolvidos e incentivados a participar. De modo que as
mulheres se sintam capazes de falar livremente, elas devem ser entrevistadas por pesquisadoras. Existe uma caixa para
assinalar se um homem está presente durante as entrevistas com mulheres. Tal presença pode impedir a capacidade da
mulher se expressar livremente, e causar-lhe a apresentar pontos de vista dos poderosos, mesmo que ela não
concorde. Tornando-se importante uma análise válida para nós sabermos se esse é ou não o caso.
A pesquisa é uma combinação de perguntas - respostas fechadas (onde há sim/não, ou caixa para assinalar) e
perguntas – respostas abertas. Nas perguntas respostas -abertas por favor sonde as questões com os respondentes
para que estejas satisfeito e tenhas uma imagem válida da situação. Alguns potenciais exemplos são providenciados a
formar a base da discussão, mas isto não é de forma alguma exaustivo. Novas descobertas- além destes exemplos- irão
particularmente acrescentar o impacto da pesquisa. Por exemplo, se uma resposta para, um declínio no rendimento
das culturas é plantar sementes diferentes, – você poderia perguntar sobre o tipo destas sementes (maturação
precoce, por exemplo, híbrido, tolerante à seca) e até o nome (marca). Tais detalhes irão ajudar-nos a saber mais sobre
as respostas da natureza específica, e como elas variam de lugar para lugar.
Esta pesquisa compreende 5 secções:
A. Informação de base
B. Mudanças na temperatura e climáticas
C. Impacto das mudanças de temperatura, climáticas e respostas a essas mudanças
C1 Rendimento da cultura
C2 Produção animal
C3 Captura de peixe
C4 Saúde humana
C5 Recursos naturais, ex. água, madeira
C6 Outras respostas
D. Impactos das repostas na biodiversidade
Na introdução, explica que está interessado em saber se ele/ela já viu alguma diferença na temperatura e no clima, e,
se sim, quais os efeitos destas nos meios de subsistência, e como é que as pessoas reagem às mudanças. Explica que os
resultados da pesquisa irão manter se anónimos, e que os respondentes têm o direito de recusar a participar ou de se
retirar a qualquer altura. Por favor dê uma referência ao questionário na primeira caixa – sugere-se a identidade do
entrevistador (nome completo, pois pode haver mais de um entrevistador com o mesmo primeiro nome) e um número
sequencial ex. Joana Sambo 1; Joana Sambo 2; etc. Esta referência de identificação é importante durante a fase de
análise de dados.
Questionário nº
Nome do entrevistador Género do entrevistador
M F
Organização do entrevistador
País
Data Aldeia/Vila
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 41
Hora de início Hora de Término
Localização GPS
A. INFORMAÇÃO DE BASE A1. Função do respondente (ex. agricultor, guarda florestal, aldeão, etc.)
A2. Principal meio(s) de subsistência na aldeia (ex. agricultura, produção animal, pesca, etc.)
A3. Género do Respondente M ☐
F ☐
A4. Se a respondente é uma mulher, está presente um homem durante a pesquisa?
S ☐
N ☐
A5. A quantos anos vives nesta área?
Menos de 1 ano
☐
1 – 5 anos ☐
6 – 10 anos ☐
>10 anos ☐
A6. Qual a sua idade? 18 – 35 ☐
36 – 53 ☐
54 – 70 ☐
>71 ☐
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B. Mudanças na Temperatura e Clima Nesta secção, vai-se tentar aprender sobre as mudanças da temperatura e clima mais significativas que tem ocorrido nos últimos anos. Não é necessário saber-se tudo sobre as mudanças que tem ocorrido, só as que os entrevistados mencionarem como as mais significativas.
B1. Quais são algumas das maiores mudanças que têm-se observado durante os últimos anos? Se os entrevistados começarem a falar imediatamente sobre a temperatura ou clima, escreva as suas respostas na secção B2 abaixo.
B2. Quais são as maiores mudanças na temperatura que têm-se observado durante os últimos anos? Aborda o entrevistado numa conversa sobre diferentes aspectos da temperatura e, se não tens certeza das respostas dadas, peça que as clarifique.
B3. As caixas abaixo são para uso do entrevistador apenas. Por favor coloca um X próximo às mudanças de temperatura, clima e eventos extremos que o entrevistado mencionou
☐ Aumento da queda de
chuva
☐Ondas de calor/ Dias quentes ☐ Queimadas descontroladas
☐ Precipitação diminuiu ☐ Períodos de frio / geada ☐ Erosão / Deslizamentos de terra
☐ Mudanças no calendário de
temporadas
☐ Tempestades ☐ Elevação do nível do mar
☐ Secas ☐ Mudanças no vento ☐ Nenhum
☐ Inundação ☐ Gelo / derretimento da geada
permafrost
Outras:
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 43
C. IMPACTO DAS MUDANÇAS NA TEMPERATURA E NO CLIMA E RESPOSTAS
C1. Principal meio de vida Esta seção está focaliza-se sobre os impactos e respostas às mudanças da temperatura e do clima sobre os principais meios de sobrevivência do entrevistado, ou o principal meio de subsistência na área. Certifique-se repetindo as mudanças no clima que o respondente mencionou, em seguida,
perguntar como isso tem impactado a sua subsistência.
C1.a) Como as mudança da temperatura que mencionou, têm tido impacto no principal meio de subsistência?
Quais são os impactos específicos? Enumere as mudanças climáticas que têm desempenhado um papel
(p.e. temperaturas mais quentes
levaram à diminuição da produção e aumento de pragas; mudança na
sazonalidade das chuvas muda a disponibilidade de água de superfície, etc.)
Explique a natureza da mudança com o máximo de detalhes possível. Os exemplos são
meramente indicativos.
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 44
C1.b) Como as pessoas responderam a esses impactos?
(p.e. mudança nas práticas agrícolas,
mudança de localização, gestão da água, gestão de doenças / pragas, diversificação de subsistência, o uso de recursos naturais, a invasão de habitat natural, caça ilegal, etc.)
Explique a natureza da mudança com o máximo de detalhes possível. Os exemplos são
meramente indicativos.
C2. Recursos Naturais (ex. Água, Madeira, etc.) Esta seção focaliza-se sobre os impactos e respostas às mudanças da temperatura e do clima sobre os recursos naturais da região
C2.a) Como as mudanças da temperatura que mencionou afectaram a disponibilidade de recursos naturais?
Quais são os impactos específicos? Enumere as mudanças climáticas que têm desempenhado um papel (e.g. percorrer longas distancias para lenha, para a água, utilização de espécies alternativas para a cozinha, redução da variedade e / ou tamanho dos animais selvagens para consumo, qualquer espécie animal deixa de ser visto, a redução na disponibilidade de frutos silvestres, etc.) Explique a natureza da mudança com o máximo de detalhes possível. Os exemplos são
meramente indicativos.
2.b) Como as pessoas responderam a esses impactos? (e.g. invasão de habitat natural, caça ilegal, mudança de localização de áreas de subsistência, diversificação de meios de subsistência, a gestão da água, etc.) Explique a natureza da mudança com o máximo de detalhes possível. Os exemplos são meramente indicativos.
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C3. Outros Impactos e Respostas Esta seção é para alistar quaisquer outras respostas gerais às mudanças da temperatura e do clima que não são específicas para as categorias acima, por exemplo saúde. C3 Existem outros impactos ou respostas às mudanças da temperatura que mencionou ?
P.e. novas condições de saúde, migração, endividamento, dependência do apoio de ONG / governo, venda de activos, etc.
C4 Os quadros abaixo são para uso somente pelo entrevistador. Por favor, coloque uma marca de X ao lado da resposta a mudanças no clima que o entrevistado tem mencionado
☐ Mudança nas práticas
agrícolas
☒ Gestão de água ☐ Invasão de habitat natural
☒ Mudança nas práticas
pecuárias
☐ Doença / Maneio de pragas ☐ Caça ilegal
☐ Mudança nas práticas de
pesca
☒ O uso de recursos naturais ☐ Nenhuma
☐ Diversificação de
subsistência
☒ Mudança de localização
subsistência
Outras:
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D. IMPACTO DAS RESPOSTAS sobre a biodiversidade A intenção aqui é investigar se quaisquer respostas a mudanças na temperatura e no clima têm tido efeitos em cadeia sobre a biodiversidade (fauna local e ecossistemas). Em alguns casos, isso será evidente a partir dos impactos e respostas descritas na secção C, e assim você será capaz de preencher estes espaços por si mesmo. Em outros casos, o entrevistado pode não apontar explicitamente ao impacto das respostas sobre a biodiversidade - especialmente se eles são negativos. No entanto, com o conhecimento que você tem, pode estar ciente das implicações para certas respostas, e assim pode ainda aprofundar a investigação. Por exemplo, se tiver sido mencionado que o gado está agora a pastar uma área protegida, você pode especificamente investigar questões como; o aumento do conflito Homem-Fauna bravia, e mudança nas populações de animais do bravio, como resultado.
Quais as respostas que potencialmente tem impactos negativos sobre a biodiversidade? (e.g. O aumento da concorrência para a água leva a um aumento do conflito Homem-Fauna bravia, mudança do local de subsistência leva a aumento da degradação da terra / Invasão, etc.)
Que Resposta? Como?
Que resposta? Como?
Que Resposta? Como?
Please submit all data at https://www.wwfclimatecrowd.org/form
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 47
ANEXO 2: Roteiro da equipa de pesquisa no Distrito de Chókwè
Fonte: Autor
ANEXO 3: Roteiro da equipa de pesquisa no Distrito de Matutuíne
Fonte: Autor
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 48
ANEXO 4: Contactos de diversas personalidades durante a pesquisa
Nome Localidade Posto
Admnistrativo
Contacto
Mcel Vodacom Movitel
Benedito Novela Lionde Sede 824687030 846784411
Munguambe Lionde 828897220
Chefe do posto Hokwe 828531700
Floriano Chaúque Chidwatxini Hokwe 827417710 875784357
Inácio 843118085
Casimiro Macuvele Nkonhane Lionde 825922626
Silvestre Mondlane Bela-vista Matutuine 846178860 879735233
Balane Macarretane 844492826
Magaia Tininganine 826302940
Madjuva 825439206
Valter (Chf Posto) Catuane 825624539
João (Chf Posto) Zitundo 845447013
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 49
ANEXO 5: Credencial apresentado no Distrito de Chókwè
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ANEXO 5a: Credencial apresentado no Distrito de Matutuíne
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ANEXO 5b: Continuação das apresentações em Matutuíne
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ANEXO
CHÓKWÈ
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A. Informacao de base
M F M F S N1 – 5
anos
6 – 10
anos
>10
anos 18 – 35 36 – 53 54 – 70 >71
CHK_M02 10/25/2016 2:42 PM 3:10 PM Soveia X Camponesa Agricultura X X X
CHK_M03 10/25/2016 2:12 PM 2:40 PM Soveia X Comerciante Comercio X X X X
CHK_M04 10/25/2016 5:35 PM 5:47 PM 25 de Setembro X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_M05 10/25/2016 5:03 PM 5:33 PM 25 de Setembro X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_M06 10/25/2016 2:41 PM 3:01 PM Soveia X Campones ComercianteAgricultura Comercio X X X
CHK_M07 10/25/2016 5:00 PM 5:24 PM 25 de SetembroX Lider comunitario Agricultura pescaria X X X
CHK_M10 10/25/2016 10:12 AM 10:48 AM Macaretane X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_M13 10/25/2016 10:05 AM 10:41 AM Macaretane X Agricultor Chefe do BairroAgricultura pescaria X X X
CHK_M45 10/25/2016 10:44 AM 11:03 AM Macaretane X Pescador Pesca Agricultura X X X
CHK_M14 10/26/2016 12:05 PM 12:35 PM Cumba X Campones Agricultura Carvoeiro X X X
CHK_M01 10/26/2016 2:36 PM 3:00 PM Matuba X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_M09 10/26/2016 2:33 PM 2:47 PM Matuba X Campones Agricultura Carvoeiro X X X
CHK_M11 10/26/2016 2:50 PM 3:17 PM Matuba X Campones Agricultura X X X X
CHK_M12 10/26/2016 11:25 AM 11:42 AM Cumba X Docente Agricultura pescaria X X X
CHK_M15 10/26/2016 11:24 AM 11:54 AM Cumba X Camponesa Agricultura Carvoeiro X X X X
CHK_X08 10/27/2016 3:26 PM 3:41 PM Hokwe X Campones Agricultura X X X
CHK_X16 10/27/2016 Xiguidela X Agricultor ComercianteAgricultura Comercio X X X
CHK_X17 10/27/2016 12:07 PM 12:32 PM Xiguidela X Campones Agricultura X X X
CHK_X18 10/27/2016 Xiguidela X Agricultor Agricultura X X X
CHK_X19 10/27/2016 12:57 PM 1:26 PM Chalukwane X Agricultor Chefe do BairroAgricultura X X X
CHK_X20 10/27/2016 1:25 PM 1:35 PM Chalukwane X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_X21 10/27/2016 1:40 PM 1:52 PM Chalukwane X Agricultora ComercianteAgricultura Comercio X X X X
CHK_X22 10/27/2016 12:35 PM 12:55 PM Chidwatxini X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_X23 10/27/2016 1:00 PM 1:20 PM Chidwatxini X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_X24 10/27/2016 12:39 PM 12:59 PM Chidwatxini X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_X25 10/27/2016 3:07 PM 3:22 PM Hokwe X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_X26 10/27/2016 2:45 PM 3:05 PM Hokwe X Agricultor Agricultura pescaria X X X
CHK_X27 10/27/2016 3:04 PM 3:25 PM Chilembene X Agricultor Agricultura X X X
CHK_X28 10/27/2016 2:37 PM 3:02 PM Chilembene X Campones Agricultura X X X
CHK_X29 10/27/2016 3:26 PM 3:47 PM Chilembene X Docente Salario X X X
CHK_L30 10/27/2016 9:40 AM 10:05 AM Tingonhamene X Docente Salario X X X X
CHK_L31 10/27/2016 10:08 AM 10:25 AM Tingonhamene X Comerciante Comercio Agricultura X X X
CHK_L32 10/27/2016 9:26 AM 9:46 AM Ntlawene X Pescador Agricultor Pesca Agricultura X X X
CHK_L33 10/27/2016 9:26 AM 9:48 AM Ntlawene X Campones Chefe do BairroAgricultura X X X
CHK_L34 10/27/2016 10:08 AM 10:20 AM Ntlawene X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_L44 10/27/2016 9:56 AM 10:14 AM Tingonhamene X Campones Agricultura X X X
CHK_L35 10/28/2016 8:25 AM 9:38 AM Lionde X Agricultor Agricultura X X X
CHK_L36 10/28/2016 1:50 PM 2:21 PM Nkokovelo X Camponesa Agricultura pescaria X X X X
CHK_L37 10/28/2016 12:00 PM 12:16 PM Chihakelane X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_L38 10/28/2016 2:30 PM 3:00 PM Nkokovelo X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_L39 10/28/2016 9:57 AM 10:13 AM Lionde X Camponesa Agricultura X X X X
CHK_L40 10/28/2016 12:31 PM 12:58 PM Chihakelane X Agricultora Agricultura X X X X
CHK_L41 10/28/2016 1:46 PM 2:17 PM Nkokovelo X Campones Agricultura X X X
CHK_L42 10/28/2016 12:23 PM 12:40 PM Chihakelane X Campones Agricultura X X X
CHK_L43 10/28/2016 9:23 AM 9:45 AM Lionde X Agricultor Agricultura X X X
20 25
15Ag+22C+2
Co+3D+1Lc+2
P
1Ag+3Co
+3CB
39Ag+2Co+
2P+2As
3Ag+3Co+5P
+3Car 25 20 0 20 0 3 42 6 13 22 4
45 7 45 1445
Função do
respondente
Entrevist
adorCodigo Data Inicio Fim Comunidade
Qual a sua idadeOutras
funções
Principal
meio(s) de
subsistência
na aldeia
Outro
meio(s) de
subsistência
na aldeia
Género
do
Respon
dente
Se a respondente é uma
mulher, está presente
um homem durante a
pesquisa
A quantos anos
vives nesta área
45452045
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 54
B. Mudanças na Temperatura e Clima
Aumento
da queda
de chuva
Precipitação
diminuiu
Mudanças no
calendário das
estações do ano
Secas Inundação
Ondas de
calor/ Dias
quentes
Períodos
de frio /
geada
TempestadesMudanças
no vento
Gelo /
derretimen
to da geada
Queimadas
descontroladas
Erosão /
Deslizamentos
de terra
Elevação do
nível do marNenhum
CHK01 X X X X X X
CHK02 X X X X X X
CHK03 X X X X X
CHK04 X X X X X
CHK05 X X X X X X
CHK06 X X X X X
CHK07 X X X X X
CHK08 X X X X
CHK09 X X X X X
CHK10 X X X X X X
CHK11 X X X X X X X
CHK12 X X X X X X
CHK13 X X X X X X
CHK14 X X X X X X
CHK15 X X X X X
CHK16 X X X X X
CHK17 X X X X X X
CHK18 X X X X X X
CHK19 X X X X X
CHK20 X X X X X X
CHK21 X X X X
CHK22 X X X X X X
CHK23 X X X
CHK24 X X X X X X
CHK25 X X X X X X
CHK26 X X X X X
CHK27 X X X X
CHK28 X X X X X X X
CHK29 X X X X X X
CHK30 X X X X X
CHK31 X X X X X X
CHK32 X X X X X X
CHK33 X X X X X
CHK34 X X X X X X
CHK35 X X X X
CHK36 X X X X X X
CHK37 X X X X
CHK38 X X X X X
CHK39 X X X X
CHK40 X X X X X
CHK41 X X X X X
CHK42 X X X X
CHK43 X X X X
CHK44
CHK45
42 35 41 7 42 1 33 23 2 1 0 0
mudanças de temperatura, clima Quais são algumas das maiores
mudanças que têm-se observado
durante os últimos anos
Quais são as maiores mudanças
na temperatura que têm-se
observado durante os últimos
anos
Codigo
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 55
C1. Como as Mudança da temperatura têm tido impacto no principal meio de subsistência
Qual Mudanças climáticas Impacto
Como as pessoas responderam a esses impactos
CHK01 Seca
Diminuição da quantidade de água na superfície.
Mortalidade bovina por Falta de pasto Fabrico de carvão para venda
Ondas de calor Diminuição da Produção agrícola Colecta de lenha para venda
CHK02 Seca Mortalidade bovina por Falta de pasto e água Fabrico de carvão para venda
Gestão da água
CHK03 ondas de calor
Diminuição da Produção agrícola Uso de recursos naturais
Mortalidade bovina Gestão da água
Redução de volume de negócio
CHK04
Ondas de calor Diminuição da Produção agrícola Mudança de localização de campos agrícolas
Diminuição da água na superfície
Mortalidade bovina
CHK05
Ondas de calor Diminuição da Produção agrícola Uso de poços para irrigação
Falta de chuvas Mortalidade bovina Uso de recursos naturais
Uso de árvores para alimentar bovinos
CHK06 Seca Carência de pasto para bovinos Apoio do governo no abastecimento de água
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 56
Ondas de calor Mortalidade bovina Compra ou troca de água com por lenha
Falta de água para consumo Venda de lenha e carvão
Abandono de campos agrícolas Comida pelo trabalho
CHK07
Seca Carência de pasto para bovinos Corte de galhos para consumo bovino
Ondas de calor Destruição de culturas Compra de ração para bovinos
Tempestade Destruição de habitações Campanhas de Plantio de árvores
Sensibilização contra incêndios
CHK08
Ondas de calor Doenças Gestão de doenças
Seca Falta de água para consumo Comida pelo trabalho
Diminuição de precipitação Suspensão de Produção de agrícola Biscates remunerados
Compra de mantimentos
CHK09
Seca Bolsas de fome Corte de galhos para consumo bovino
Falta de pasto Compra de alimentos
Produção de carvão para venda
CHK10 Ondas de calor Perda de Produção agrícola Mudança de práticas agrícolas
Doenças Gestão de doenças e pragas
CHK11
Ondas de calor Congestionamento nos poços Abandono de campos de cultivo
Diminuição de precipitação Diminuição de Produção Comida pelo trabalho
Ventos fortes Carência de água Compra de alimentos
Gestão de água
CHK12 Seca Falta de água para consumo Compra de água e alimentos
Ondas de calor Falta de pasto Produção de carvão para venda
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 57
Diminuição de Produção Colecta de lenha para venda
Doenças Debandada de selvagens
CHK13
Seca Doenças Gestão de doenças
Diminuição de precipitação Falta de água para consumo Comida pelo trabalho
Ondas de calor Colecta de tubérculos nos leitos dos rios
CHK14 Seca Bolsas de fome Produção de carvão para venda
Diminuição de precipitação
CHK15
Diminuição de precipitação Diminuição de Produção Compra de água e alimentos
Ventos fortes Mortalidade bovina Mudança de localização agrícola
Ondas de calor Produção de carvão para venda
Campanhas de Plantio de árvores
CHK16
Seca Bolsas de fome Gestão de doenças
Ondas de calor Doenças Comida pelo trabalho
Ventos fortes Diminuição de Produção Plantio de árvores
Destruição de habitações
CHK17
Ondas de calor Mortalidade bovina Abandono de campos de cultivo
Seca Baixa produtividade
Perda de Produção agrícola
CHK18 Seca Diminuição de Produção
Ondas de calor Doenças
CHK19
Seca Diminuição de Produção agrícola
Doenças
Mortalidade bovina
CHK20
Ondas de calor Diminuição e Produção agrícola Mudança de localização agrícola
Seca Salinidade na água
Diminuição de precipitação
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 58
CHK21 Diminuição de precipitação Diminuição de Produção agrícola Mudança de localização agrícola
Ondas de calor Gestão de água
CHK22
Seca Perda de Produção agrícola Abandono de campos de cultivo
Mortalidade bovina Comida pelo trabalho
Tempestade Destruição de culturas agrícolas
CHK23
Ondas de calor Mortalidade bovina Abandono de campos de cultivo
Seca Falta de água para consumo Gestão de água
Diversificação de subsistência
CHK24
Ondas de calor Diminuição de Produção agrícola Mudança de localização agrícola
Seca Mortalidade bovina Gestão de água
Falta de água para consumo
CHK25 Ondas de calor Mortalidade bovina Mudança de localização agrícola
Seca Falta de água Uso de motobomba
CHK26 Ondas de calor Diminuição de Produção agrícola Longas filas para obtenção de água
Seca Mortalidade bovina Diversificação de subsistência
CHK27
Seca Falta de pastos Aumento de capacidade de irrigação
Ondas de calor Doenças e pragas Gestão de pragas
Tempestade
CHK28
Ondas de calor Doenças e pragas Corte de galhos para consumo bovino
Seca Bolsas de fome Gestão de doenças
Tempestade Falta de pasto Corte de lenha para venda
Destruição de habitações Compra de alimentos
Abandono de campos de cultivo
CHK29
Seca Diminuição da Produção agrícola Compra de alimentos básicos
Tempestade Destruição de habitações Plantio de árvores
Ondas de calor Doenças Gestão de doenças
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 59
CHK30
Seca Falta de água para consumo Mudança de localização pecuária
Debandada de bravios Produção de hortícolas nas zonas baixas
Diminuição da Produção agrícola
Falta de pasto
CHK31
Seca Mortalidade bovina Mudança de localização agrícola
Ondas de calor Diminuição de Produção agrícola
Falta de água
CHK32
Seca Falta de água para consumo Mudança de localização agrícola
Ondas de calor Diminuição de Produção agrícola Corte de lenha para venda
Mortalidade bovina Diversificação de meio de subsistência
Redução de espécies pesqueiras Caça ilegal
CHK33
Seca Falta de água para consumo Comida pelo trabalho
Ondas de calor Doenças Venda de caprinos
Colecta de lenha para venda
CHK34
Seca Bolsas de fome Mudança de localização de campos agrícolas
Mortalidade bovina Uso de recursos naturais
Falta de água para consumo Caça ilegal
CHK35
Seca Diminuição de Produção agrícola
Destruição de habitações Abandono de culturas de baixa renda (milho)
Tempestade Destruição de culturas Reforço de sistema de regadio
Ondas de calor Falta de água para consumo
CHK36 Seca Diminuição de Produção agrícola Produção de carvão para venda
Ondas de calor
CHK37 Seca Falta de água para irrigação Mudança de localização agrícola
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 60
Ondas de calor Falta de pasto Corte de lenha para venda
Mortalidade bovina Produção de culturas alternativas (batata doce)
CHK38
Seca Diminuição de Produção agrícola Partilha da água da lagoa com gado
Falta de água para consumo Produção de carvão para a venda
Produção de culturas alternativas (batata doce)
CHK39
Ondas de calor Redução da Produção agrícola Mudança de localização de campos agrícolas
Diminuição de precipitação
Falta de pasto
CHK40 Seca Mortalidade de aves Gestão de doenças nas aves
Diminuição de precipitação Diminuição da Produção agrícola Abertura de poços
CHK41
Ondas de calor Mortalidade humana e doenças
Seca Falta produtividade Abandono de campos de cultivo
Ventos fortes Destruição de casas Plantio de árvores
CHK42 Seca
Falta de alimentos Abandono de campos de cultivo
Corte de lenha para venda
Gestão de doenças
CHK43 Diminuição de precipitação Diminuição da Produção agrícola Mudanças de localização agrícola
CHK44
Morte bovina
Seca Bolsas de fome Mudanças de localização agrícola
Falta de pasto Gestão de doenças
CHK45
Calor Doenças
Seca Escassez de água no rio Aumento de redes de pesca
Ondas de calor Diminuição da Produção agrícola
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 61
C2. Recursos Naturais (ex. Água, Madeira, etc.)
Código Qual Mudança climática Impacto Como as pessoas responderam a esses impactos
CHK01 Seca Falta de água no rio
Invasão do habitat natural
Diversificação de meio de subsistência
CHK02 Seca Falta de água para o consumo Invasão do habitat natural
Redução de variedades dos animais selvagens Gestão da água
CHK03 Seca Falta de água para o consumo Invasão do habitat natural
Redução na disponibilidade de frutos silvestres Gestão da água
CHK04 Seca Subida de preços Gestão da água
Carência de água Diversificação de meio de subsistência
CHK05 Seca Longas distâncias para apanha de lenha Diversificação de meio de subsistência
Falta de peixe no rio Invasão do habitat natural
CHK06 Seca Conflito homem animal Invasão do habitat natural
Abandono das áreas de cultivo
CHK07 Seca Redução de capacidade de fornecimento de água nos furos e poços Modernização de sistema de abastecimento de água
CHK08 Seca Falta de água para consumo Compra de água
CHK09 Seca Falta de água para o consumo e Irrigação Abandono de campos agrícolas
Uso de fontenárias para beberagem bovina
CHK10 Seca Aumento de distância para tirar água Gestão de água
Subida de preços Diversificação de meio de subsistência
CHK11 Ondas de calor Congestionamento nos poços Compra de alimentos
Diminuição de precipitação Diminuição de Produção Comida pelo trabalho
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 62
Ventos fortes Carência de água Gestão de água
CHK12 Seca Falta de água para consumo Mudança de localização
Compra de água
CHK13 Seca Falta de água para consumo Gestão de água
CHK14 Seca Bolsas de fome Compra de água
CHK15 Seca Falta de água para consumo Compra de água
Debandada selvagem Diversificação de meio de subsistência
CHK16 Seca Falta de água para Irrigação Aumento de capacidade de Irrigação
Gestão de água
CHK17 Seca Falta de água para Irrigação Gestão de água
Corte de caniço para venda
CHK18 Seca Falta de água para consumo Aumento de distâncias para tirar água
Gestão de água
CHK19
Seca Falta de água para Irrigação Irrigação manual
Aumento da profundidade dos poços
Gestão da água
CHK20 seca Falta de água para consumo Gestão de água
Diversificação de meio de subsistência
CHK21 Seca Redução da pescaria Gestão de água
Diversificação de meio de subsistência
CHK22
Seca Falta de água para consumo Recurso ao rio para lavar roupas
Gestão de água
Compra de lenha e carvão
CHK23 Seca Redução da pescaria Diversificação de meio de subsistência
CHK24 Seca Falta de água para consumo Diversificação de meio de subsistência
CHK25 Ondas de calor Desaparecimento do peixe Abandono da pescaria
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 63
Seca Falta de água
CHK26 Seca Desaparecimento do peixe Gestão de água
Diversificação de meio de subsistência
CHK27
Seca Falta de água
Uso de fontenárias para beberagem bovina
Uso de motobombas para Irrigação
CHK28 Seca Longas distâncias para tirar água Gestão de água (poupança)
CHK29 Seca Salubridade da água Recurso ao rio para lavar higiene
Aumento da demanda nas fontenárias Gestão de água (poupança)
CHK30
Seca Falta de água para consumo Diversificação de meio de subsistência
Debandada de bravios
Diminuição da Produção agrícola
Falta de pasto
CHK31
Seca Falta de água para consumo Invasão do habitat natural
Redução de frutas silvestres Diversificação de meio de subsistência
Abertura de poços ao longo do rio
Uso de Recursos natural
CHK32
Seca Falta de água para consumo Abertura de poços
Ondas de calor Debandada selvagem Invasão do habitat natural
Redução de frutas silvestres Caça ilegal
Redução de espécie pesqueira
CHK33
Debandada selvagem Abertura de poços ao longo do rio
Redução de frutas silvestres Caça ilegal
Falta de água para consumo Invasão do habitat natural
CHK34 Seca Falta de água para consumo Caça ilegal
Debandada selvagem Abertura de poços ao longo do rio
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 64
Redução de frutas silvestres
CHK35 Partilha da água da lagoa com gado
CHK36 Seca Falta de água para consumo
Produção de carvão para a venda
CHK37
Seca Falta de água para Irrigação Mudança de localização agrícola
Ondas de calor Mortalidade bovina Corte de lenha para venda
Produção de culturas alternativas (batata doce)
CHK38 Aumento de distância para beberagem
CHK39 Falta de chuva Mortalidade bovina
CHK40 Seca Redução da pescaria Abandono da pesca
Mudança de subsistência
CHK41 Seca Falta de água para bovinos Aumento de distancia para beberagem
CHK42
CHK43 Falta de chuva Falta de água no rio Mudança de subsistência
CHK44 Seca Redução de capacidade de abastecimento Gestão de água
CHK45 Redução do pescado Gestão de água
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 65
Codigo Mudança nas
práticas agrícolas
Mudança
nas práticas
pecuárias
Mudança
nas práticas
de pesca
Diversificação
de
subsistência
Gestão
de água
Doença /
Maneio de
pragas
Uso de
recursos
naturais
Mudança de
localização
subsistência
Invasão de
habitat
natural
Caça
ilegal Nenhuma Outras
CHK01 X X X X X X
CHK02 X X X X X X
CHK03 X X X X X X
CHK04 X X X X X
CHK05 X X X X X X X
CHK06 X X
CHK07 X X X
CHK08 X
CHK09 X X
CHK10 X X X X X
CHK11 X X
CHK12 X
CHK13 X X
CHK14 X X X X X
CHK15 X X X X X X
CHK16 X X
CHK17 X X X X
CHK18 X X
CHK19 X X X X
CHK20 X X X X X X X
CHK21 X X X X X X X X
CHK22 X X
CHK23 X X X X X X X
CHK24 X X X X X X X
CHK25 X X X X X X X X
CHK26 X X X X X X X X
CHK27 X X
CHK28 X X X
CHK29 X X X
CHK30 X X X
CHK31 X X X X X X X
CHK32 X X X
CHK33 X
CHK34 X X X X X X X
CHK35 X X
CHK36 X X X X X X X
CHK37 X X X X X X X X
CHK38 X X X X X X X
CHK39 X X X X X X X X
CHK40 X X X X X X X X
CHK41 X X
CHK42 X X
CHK43 X X X X X X X
CHK44
CHK45
20 21 14 25 39 18 25 22 13 1 0 0
Os quadros abaixo são para uso somente pelo entrevistador. Por favor, coloque uma marca de X ao lado da resposta a
mudanças no clima que o entrevistado tem mencionado
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 66
D. IMPACTO DAS RESPOSTAS sobre a biodiversidade
Que Resposta Como? Que Resposta Como? Que Resposta Como?
CHK01
CHK02
Produção de carvao Eliminação de algumas espécies
para o efeito selectivas
Uso de recursos naturais
Invasão do habitat do
crocodilo e
consequente conflito
CHK03Uso de recursos naturais
Invasão do habitat do crocodilo e
consequente conflito
CHK04
Mudança de localização de
subsistencia Aumento da degradação de solos
CHK05Uso de recursos naturais
Invasão do habitat do elefante e
consequente conflito
CHK06 Uso de recursos naturais Invasão do habitat do natural
CHK07 Mudança de localização agrícolaInvasão do habitat do
hipopótamos
CHK08 Diversificação de meio de subsistenciauso de meios impróprios para a
pesca
CHK09
CHK10
Invasão do habitat do
hipopótamos
Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK12
CHK13
CHK14
CHK15
CHK16
CHK17
CHK18 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK19
CHK20 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat do
hipopótamos e elefante
Reurso ao rio para uso
higienico
Invasão do habitat de
crocodilos e
consequente conflito
CHK21 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK22 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK23 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK24 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK25 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK26 Reurso ao rio para beberagem do gado Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK27
CHK28
CHK29 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK30 Reurso ao rio para uso higienico Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK31 Mudança de localização agrícolaInvasão do hhabitat natural e
consequente conflito
CHK32 Reurso ao rio para beberagem do gado Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK33
CHK34
CHK35
CHK36
CHK37
CHK38
CHK39
CHK40
CHK41
CHK42
CHK43 Mudança de localização de pesca Invasão do habitat de crocodilos
e consequente conflito
CHK44
CHK45
CHK11Recurso ao rio para beberagem do
gado
Código
Quais as respostas que potencialmente tem impactos negativos sobre a biodiversidade
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 67
ANEXOS
MATUTUINE
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 68
A. INFORMAÇÃO DE BASE
M F M F S N1 – 5
anos
6 – 10
anos
>10
anos 18-35 36-53 54-70 >71
1 1/11/2016 2:03 PM 2:21 PM Tinonganine X Campones Agricultura X X X
29 1/11/2016 3:45 PM 4:10 PM Manhihane X Camponesa Carvoeira Agricultura Comercio X X X X
30 1/11/2016 3:48 PM 4:04 PM Manhihane X Campones Agricultura X X X
31 1/11/2016 4:10 PM 4:30 PM Manhihane X Camponesa Carvoeira Agricultura Comercio X X X X
32 1/11/2016 2:25 PM 2:48 PM Tinonganine X Camponesa Carvoeira Agricultura Comercio X X X X
33 1/11/2016 1:35 PM 1:58 PM Tinonganine X Campones Agricultura X X X X
34 1/11/2016 12:00 PM 12:15 PM Madjuva X Carvoeiro Campones Comercio Agricultura X X X
35 1/11/2016 11:30 AM 11:50 AM Madjuva X Camponesa Agricultura X X X X
36 1/11/2016 12:30 PM 12:52 PM Madjuva X Campones Agricultura X X X
40 1/11/2016 10:43 AM 10:58 AM Bela vista X Ambientalista Agricultura Comercio X X X
41 1/11/2016 10:29 AM 10:43 AM Bela vista X Comerciante Comercio X X X X
42 1/11/2016 10:11 AM 10:28 AM Bela vista X Campones Agricultura X X X
45 1/11/2016 9:28 AM 9:42 AM Madjadjane X Curandeiro Curandeiro Agricultura X X X
44 1/11/20169:43 AM 9:50 AM
Madjadjane X
Lider
comunitario Agricultura ComercioX X X
43 1/11/2016 9:10 AM 9:27 AM Madjadjane X Apicultor Apicultura Agricultura X X X
17 2/11/2016 4:32 PM 4:43 PM Chuxa X Pescador Campones Pesca X X X
18 2/11/2016 4:44 PM 4:59 PM Chuxa X Pescador Pesca Agricultura X X X
19 2/11/2016 3:30 PM 3:41 PM Catuane X Campones comercio X X X X
20 2/11/2016 11:50 AM 12:05 PM Ponta do ouro X Domestica Agricultura X X X X
21 2/11/2016 12:52 PM 4:05 PM Catuane X Campones comercio X X X X
22 2/11/2016 3:14 PM 3:25 PM Catuane X Camponesa Campones comercio x X X X
23 2/11/2016 4:20 PM 4:30 PM Chuxa X Campones Agricultura X X X X
24 2/11/201611:44 AM 11:59 AM
Ponta do ouro X
Secretario da
localidade Salario
Turismo e
ComercioX X X
25 2/11/2016 11:40 AM 11:48 AM Ponta do ouro X Camponesa Comercio X X X X
26 2/11/2016 9:01 AM 9:26 AM Zitundo X Regulo Agricultura X X X
27 2/11/2016 9:20 AM 12:00 AM Zitundo X Camponesa Comercio Agricultura Comercio X X X X
28 2/11/2016 9:07 AM 9:18 AM Zitundo X Camponesa Agricultura X X X X
37 2/11/2016 5:12 PM 5:25 PM Maduvula X Campones Agricultura X X X
38 2/11/2016 5:26 PM 5:37 PM Maduvula X Camponesa Agricultura Pescaria X X X
39 2/11/2016 5:26 PM 5:36 PM Maduvula X Pescador Pesca Agricultura X X X
11 3/11/2016 5:00 PM 5:18 PM Manhoca X Campones Agricultura X X X X
12 3/11/20165:20 PM 5:32 PM
Manhoca X
Secretario da
localidade SalarioX X X
13 3/11/2016 5:15 PM 5:22 PM Manhoca X Camponesa Agricultura X X X X
14 3/11/2016 1:19 PM 1:30 PM Muvukuza X Pescador Pesca X X X
15 3/11/2016 1:33 PM 1:53 PM Muvukuza X Pescador Pesca X X X
16 3/11/2016 12:10 PM 12:20 PM Muvukuza X Pescadora Pesca X X X X
2 4/11/2016 Mahlampfane X Campones Agricultura X X X X
3 4/11/2016 Mahlampfane X Campones Agricultura X X X X
4 4/11/2016 Mahlampfane X Campones Agricultura X X X X
5 4/11/2016 10:36 AM 10:57 AM Mungazine X Campones Agricultura X X X X
6 4/11/2016 10:15 AM 10:33 AM Mungazine X Campones Agricultura X X X X
7 4/11/2016 10:23 AM 10:41 AM Mungazine X Campones Agricultura X X X
8 4/11/2016 8:31 AM 8:50 AM Djabula X Campones Agricultura X X X
9 4/11/2016 8:30 AM 8:52 AM Djabula X Campones Agricultura X X X X
10 4/11/2016 8:55 AM 9:13 AM Djabula X Campones Agricultura X X X X
Inicio
Se a respondente é
uma mulher, está
presente um
homem durante a
pesquisa
A quantos anos
vives nesta áreaQual a sua idade
DataCodigoEntrevistador
Género do
RespondenteFunção do
respondente
Outras
funções
Principal
meio(s) de
subsistência
na aldeia
Outro
meio(s) de
subsistência
na aldeia
ComunidadeFim
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 69
B. Mudanças na Temperatura e Clima
CódigoAumento da
queda de chuva
Precipitação
diminuiu
Mudanças no
calendário de
temporadas
Secas Inundação
Ondas de
calor/ Dias
quentes
Períodos
de frio /
geada
TempestadesMudanças
no vento
Gelo /
derretimento
da geada
Queimadas
descontroladas
Erosão /
Deslizamentos de
terra
Elevação do
nível do marNenhum
Mat01 X X X
Mat02 x x x x x x
Mat03 x x x x x x
Mat04 x x x x x x
Mat05 x x x x
Mat06 x x x x
Mat07 x x x x
Mat08 x x x x
Mat09 x x x
Mat10 x x x x x
Mat11 x x x x
Mat12 x x x
Mat13 x x x x
Mat14 x
Mat15 x x
Mat16 x x x x x x x
Mat17 x x x
Mat18 x
Mat19 x x x x x x x
Mat20 x x x x x x
Mat21 x x x x x x
Mat22 x x x x x x
Mat23 x x x x x
Mat24 x x x x
Mat25 x x x x x x x
Mat26 x x x x x
Mat27 x x x x x
Mat28 x x x x x x
Mat29 x x x x x x
Mat30 x x x x
Mat31 x x x x x
Mat32 x x x x x
Mat33 x x x x
Mat34 x x x x
Mat35 x x x x x x x
Mat36 x x x x x x
Mat37 x x x x x
Mat38 x x x x
Mat39 x x x
Mat40 x x x x x
Mat41 x x x x
Mat42 x x x
Mat43 x x x
Mat44 x x x x x
Mat45 x x x x
37 24 41 39 26 25 11 1 0 0
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 70
C1. Principal meio de vida
Código Qual Mudança climática Impacto Como as pessoas responderam a esses impactos
MAT01 Seca Diminuição da produção agrícola Plantio de árvores
Ondas de calor Destruição de culturas Mudança de localização agrícola
Tempestade Destruição de habitações Campanhas de prevenção a erosão
Doenças Gestão de doenças
MAT02 Seca Diminuição da produção agrícola Diversificação de subsistência
Doenças Gestão de doenças
Gestão da água
MAT03 Ondas de calor Diminuição da produção agrícola Gestão da água
Doenças Gestão de doenças
MAT04 Ondas de calor Diminuição da produção agrícola Mudança de localização de campos agrícolas
MAT05 Ondas de calor Diminuição da produção agrícola Gestão da água
Falta de chuvas Uso de recursos naturais
MAT06 Ondas de calor Bolsas de fome Gestão de doenças
Seca Perda de produção agrícola Plantio de árvores
Tempestade Doenças Produção de carvão para venda
Destruição de habitações Venda de gado
MAT07 Seca Bolsas de fome Produção de carvão para venda
Falta de pasto Colecta de lenha para venda
Abandono de campos de cultivo
Destruição de culturas Aumento de distâncias de pasto
MAT08 Seca Bolsas de fome Plantio de árvores
Ondas de calor Perda de produção agrícola Gestão de doenças
Tempestade Doenças Produção de carvão para venda
Destruição de habitações Venda de animais
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 71
MAT09 Seca Abandono de campos agrícolas Produção de carvão para venda
MAT10 Seca Perda de produção agrícola Produção de carvão para venda
MAT11
MAT12 Seca Lagoas sem água Abandono da pesca
Ondas de calor Recurso ao comércio de alimentos
Diminuição de produção Produção de carvão para venda
Doenças Gestão de doenças
MAT13 Seca Doenças Caça ilegal
ondas de calor Falta de água para consumo Gestão da água
MAT14 Redução do turismo
MAT15
MAT16 A vida no interior do parque submete lhes a constante
interacção (conflito) com animais do bravio
MAT17 Seca Abandono de campos de cultivo
Baixa produtividade Uso de motobomba
Pouca água nos pontos de pesca Abandono da pesca
Perda de produção agrícola
MAT18 Seca Pouca água nos pontos de pesca Subida de preços do pescado
Ondas de calor Carência de peixe Diminuição da malha de pesca
MAT19 Seca Diminuição de produção agrícola Mudança de localização agrícola
Associativismo agrícola
MAT20
MAT21
MAT22 Seca Perda de produção agrícola Uso de recursos naturais
MAT23 Seca Falta de água no rio Associativismo agrícola
Existência de um sistema de regadio doado por um privado
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 72
MAT24 Ondas de calor Diminuição de produção agrícola Mobilização das populações e investidores para protecção da
costa
Queimadas descontroladas Destruição da flora que protege a zona Sensibilização sobre queimadas descontroladas
Ventos fortes Erosão e consequente invasão do mar Mudança de localização agrícola
MAT25 Ondas de calor Falta de água Gestão de água
MAT26 Ondas de calor Diminuição de produção agrícola Trabalho remunerado (turismo)
Seca Carência de pasto devido a queimadas Gestão de doenças
Queimadas descontroladas Doenças Campanhas contra queimadas
Abandono de campos de cultivo
MAT27
MAT28
MAT29 Seca Diminuição da produção agrícola Produção de carvão para a venda
MAT30 Seca Bolsas de fome Produção de carvão para a venda
Falta de pasto Mudança de localização agrícola
MAT31 Seca Mudança de localização agrícola
MAT32 Seca Falta de água para consumo Longas distâncias para aquisição de água
MAT33 Seca Diminuição de produção agrícola Associativismo agrícola
Ondas de calor Uso de sistema de regadio
MAT34 Seca Diminuição de produção agrícola Abandono dos campos de cultivo
Ondas de calor Doenças Produção de carvão para venda
Gestão de doenças
MAT35 Seca Diminuição de produção agrícola Abandono dos campos de cultivo
Ondas de calor Falta de água para consumo
MAT36 seca Diminuição de produção agrícola Abandono dos campos de cultivo
MAT37 Seca Redução da água no rio Irrigação manual
MAT38 Seca Diminuição de produção agrícola Associativismo agrícola
Redução da area de cultivo Aglomerados nas zonas potenciais a rega
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 73
MAT39 Seca Redução de volume de pesca Mudança de localização de pesca
Redução de produção agrícola Subida de preços do pescado
Irrigação manual
MAT40 Seca Intrusão salina Hipopótamos e crocodilos abandonaram a zona
Redução de produção agrícola Campanhas para uso de hortas nos quintais
Presença de ONGs
Projecto de construção de estrada diversifica a subsistência
através de emprego aos locais
MAT41 Seca Redução de capacidade de compra por
parte dos clientes
Diversificação de negócios
Retirada de alguns produtos no mercado
Subida de preços de venda.
MAT42 Seca Intrusão salina Diversificação de negócios (negócio na RSA)
Dificuldades para Irrigação de campos
MAT43 Seca Redução de produção agrícola Diversificação de subsistência (negócios)
MAT44 Seca Redução de produção agrícola Diversificação de subsistência (negócios, trabalho assalariado,
turismo, associativismo, etc.)
Ventos fortes Destruição de habitação Campanhas de plantio de árvores
MAT45 Seca Desaparecimento de plantas medicinais Aumento de distância para aquisição de remédios
Queimadas descontroladas
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 74
C2. Recursos Naturais (ex. Água, Madeira, etc.)
Código Qual mudança climática ImpactoComo as pessoas responderam a esses
impactos
Mat01 Seca Falta de água no rio Construção de fontenárias (ONGs)
Aumento de distância para aquisição de
água
Mat02 Seca Falta de água para o consumo
Recurso ao sistemas privados de
abastecimento
Gestão da água
MAT03 Seca Falta de água para o consumo Gestão da água
MAT04 Seca Carência de água
Recurso ao sistemas privados de
abastecimento
MAT05 Seca Carência de água Uso de água de pocos para consummo
MAT06 Seca Carência de água Longas distâncias para aquisição de água
MAT07
MAT08
MAT09 Seca
Falta de água para o consumo e
irrigação Abandono de campos agrícolas
Caça ilegal
MAT10 Seca
Aumento de distância para tirar
água Gestão de água
Subida de preços diversificaçao de meio de subsistencia
MAT11
MAT12
MAT13 Seca Falta de água para consumo Gestão de água
MAT14 Seca Bolsas de fome Compra de água
MAT15
MAT16 Seca Falta de água para irrigação Uso de água de pocos para consummo
MAT17
MAT18
MAT19
MAT20 Seca Falta de água para consumo Compra de água para o consumo
MAT21
MAT22
MAT23
MAT24
MAT25 Poucas fontenárias Gestão de água
MAT26 Seca Pouca água nos furos Gestão de água (poupança)
Aglomerados
MAT27 Seca Falta de água Gestão de água (poupança)
MAT28 Compra de água
Seca Longas distâncias para tirar água Gestão de água (poupança)
MAT29 Seca Falta de água para o consumo Longas distâncias para aquisição de água
MAT30 Seca Falta de água para consumo Abertura de nova fontenaria (governo)
MAT31 Seca Falta de água para consumo Longas distâncias para aquisição de água
MAT32
MAT33
MAT34 Seca Carência de água Gestão de água
Aglomerados nas fontenárias
MAT35 Seca Falta de água para consumo Longas distâncias para aquisição de água
Debandada selvagem Emigração (RSA)
MAT36 Seca Falta de água para consumo Longas distâncias para aquisição de água
Gestão da água
MAT37
MAT38
MAT39
MAT40 Foi abolida a caça pela Reserva de Maputo
MAT41
Reforço dum privado no abastecimeto de
água
MAT42
MAT43
MAT44 Seca Redução de capacidade de abastecimentoGestão de água
MAT45 Redução do pescado Gestão de água
Como as mudanças da temperatura que mencionou afectaram a disponibilidade de Recursos naturais
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 75
Os quadros abaixo são para uso somente pelo entrevistador. Por favor, coloque uma marca de X ao lado da resposta a mudanças no clima que o entrevistado tem mencionado
Codigo
Mudança nas
práticas
agrícolas
Mudança nas
práticas
pecuárias
Mudança nas
práticas de
pesca
Diversificação
de subsistência
Gestão
de água
Doença /
Maneio de
pragas
Uso de
recursos
naturais
Mudança de
localização
subsistência
Invasão de
habitat
natural
Caça
ilegal Nenhuma Outras
Outros impactos e
Respostas
MAT01 x x x
MAT02 x x x x x x x
MAT03 x x x x x Apoio do Governo
MAT04 x x x x x x Apoio de ONG
MAT05 x x x x x x x x
MAT06 x x x x x x x x
MAT07 x x
MAT08 x x x x
MAT09 x x x
MAT10 x x x x Migracao
MAT11 x x x x Apoio do Governo
MAT12 x x x
MAT13 x x x x
MAT14
MAT15
MAT16 x x x x x
MAT17 x
MAT18 x
MAT19 x x x x x Apoio de ONG
MAT20 x x x Venda de activos
MAT21 x x x Venda de activos
MAT22 x x x x Apoio de ONG
MAT23 x x x x
MAT24
MAT25 x x x x Apoio de ONG
MAT26 x x
MAT27 x x x Apoio de ONG
MAT28 x x Apoio de ONG
MAT29 x x
MAT30 x x x x
MAT31 x x x
MAT32 x x Apoio de ONG
MAT33 x x
MAT34 x
MAT35 x x x
MAT36 x
MAT37 x x x
MAT38 x x x
MAT39 x x x
MAT40 x x x x x
MAT41 x x
MAT42 x x x
MAT43 x x x x
MAT44 x x x
MAT45 x x x
29 6 17 12 26 27 10 7 2 9 12
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 76
D. IMPACTO DAS RESPOSTAS sobre a biodiversidade
Quais as respostas que potencialmente tem impactos negativos sobre a biodiversidade
Que Resposta Como? Que Resposta Como? Que
Resposta
Como?
MAT01 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos e
crocodilos
MAT02
MAT03
MAT04
MAT05
MAT06
MAT07
MAT08 Produção de carvão Eliminação de algumas espécies pelo
efeito selectivo
MAT09
MAT10
MAT11 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT12 Mudança de localização pesca Invasão do habitat dos hipopótamos Produção de
carvão
Eliminação de algumas espécies para
com efeitos selectivos
Poluição do habitat dos hipopótamos
MAT13 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT14 Cultivo no interior da reserva Invasão do habitat selvagem e por isso,
elefantes destroem cercas
MAT15 Cultivo no interior da reserva Invasão do habitat selvagem e por isso,
elefantes destroem cercas
MAT16 Cultivo no interior da reserva Invasão do habitat selvagem e por isso,
elefantes destroem cercas
MAT17 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
MAT18 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
MAT19 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Pesquisa de Documentação de respostas humanas não planificadas às mudanças climáticas Página 77
MAT20
MAT21
MAT22
MAT23 Uso de recursos naturais Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT24
MAT25
MAT26 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos e
elefante
Uso de recursos
naturais
Invasão do habitat do crocodilo e
consequente conflito
MAT27 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT28 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT29
MAT30
MAT31 Produção de carvão Eliminação de algumas espécies para com
efeitos selectivos
MAT32 Busca de água no rio Invasão do habitat do crocodilo e
consequente conflito
MAT33
MAT34
MAT35
MAT36
MAT37 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
Invasão do habitat de macacos e porcos do
mato e consequente conflito
MAT38 Mudança de localização agrícola Invasão do habitat dos hipopótamos
MAT39 Mudança de localização pesca Invasão do habitat dos hipopótamos
Poluição do habitat do hipopótamo MAT40
MAT41
MAT43
MAT44
MAT45